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Aula 00 - Direito Processual Penal Militar PDF
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Olá amigos,
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Pois, apesar de brasileiro nato, nasci na cidade do Panamá situada no país
Panamá na América Central. Sendo filho de pais brasileiros, fui registrado na
Embaixada Brasileira e vim para o Brasil ainda bebê, com apenas dois anos de
idade. Morei no Rio de Janeiro por toda minha infância e me mudei para Juiz de
Fora na adolescência, onde, hoje, felizmente, construo minha vida com minha
esposa e minha cadelinha.
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Curso de Direito Processual Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
com a aprovação para o cargo de Delegado de Polícia no concurso da
Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, promovido em 2005.
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Curso de Direito Processual Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
Pablo Farias Souza Cruz
Professor de Ciências Penais e Direito Constitucional das
Faculdades Doctum e Estácio de Sá.
2009 – 2011 Professor de Processo Penal e Prática Penal da
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF/MG.
Professor em cursos preparatórios de Juiz de Fora/MG e Rio de Janeiro/RJ.
Professor de Direito Penal e Processo Penal do Ponto dos Concursos
no curso Discursivas OAB.
Advogado e Consultor Jurídico.
Pós-Graduado em Ciências Penais pela
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF- (MG).
2006 - 2007 Delegado de Polícia em Minas Gerais.
Outras informações importantes:
A) 22/01/2006 19/05/2006 Curso de Formação de Delegado da Policia Civil do Estado de
Minas Gerais. Portaria Nº 005/ACADEPOL/PCMG/2006 - Concurso Público - Provimento
2005/1 Delegado de Polícia,
(http://www.sesp.mg.gov.br/internas/concursos/iConcursos.php).
B) 06/2006 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Delegado de Polícia em Minas
Gerais.
C) 02/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Judiciário da Justiça
Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Disponível em:
http://www.fcc.telium.com.br/concursos/trf1r106/lista_redacao/MG/habs_class_cidade_carg
o_reda_Juiz_de_Fora.pdf publicado no Diário Oficial da União - Seção 3, de 28/02/2007).
D) 03/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Processual do Ministério
Público Federal (Disponível para consulta pelo CPF em:
http://www.concursosfcc.com.br/concursos/mpund106/result/index.html) Edital Publicado no
Diário Oficial da União, edição de 30 de março de 2007.
E) Aprovado no 3º Concurso Público para o cargo de Defensor Público da União em 16 de
maio de 2008, resultado disponível em: http://www.cespe.unb.br/concursos/DPU2007 -
subjudice.
Endereço para acessar o CV do autor: http://lattes.cnpq.br/6411695844676609
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Curso de Direito Processual Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
Aula 01 (04/04): Processo Penal Militar e sua aplicação. Polícia
judiciária militar. Inquérito policial militar.
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FEITOZA, Denilson. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. 7ª ed., rev. e
atual. Niterói, RJ: Impetus, 2010, p. 112.
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Analista do Ministério Público da União
prática de delitos, com sanções penais mais brandas e
julgamentos com espírito corporativo e que se inclina a
preservar seus pares, membros da caserna.
No entanto, a realidade é muito diversa da ficção
popular. Vê-se uma justiça muito mais severa, pois além
dos bens jurídicos tutelados pelo direito penal, apesar
do descompasso histórico, (...), muitos ainda afiram que
esta agasalha, de igual forma, os pilares fundamentais
das Forças Armadas, hierarquia e disciplina, pois
acredita-se que esses foram igualmente violados pela
prática da conduta delituosa.”3
3
CARVALHO, Esdras dos Santos. O direito processual penal militar numa visão
garantista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 63.
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A especialidade do Direito Penal Militar e do
Direito Processual Penal Militar
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dogmática atual encontram-se os entendimentos de Esmeraldino
Bandeira, Nelson Hungria e Heleno Fragoso.
Refletindo o entendimento mais seguro para as provas
objetivas, citamos a referência feita por Álvaro Mayrinck da Costa às
lições de João Mendes de Almeida Júnior:
4
Apud LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. Brasília: Brasília Jurídica, 2006, p. 45/46.
5
Entre os juristas, o tema tem merecido algumas especulações doutrinárias mas sem precisar as
características e conteúdo da segurança nacional. O Prof. Caio Tácito, num repasse histórico sobre a
segurança nacional nos idos de 1962, demarcou o campo de sua atuação, numa apreciação analítica em
que demonstra tratar-se de uma situação de defesa dos interesses nacionais, e nos aponta os seus
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No âmbito do direito militar: é a disciplina e não a liberdade a
nota suprema predominante e necessária. ... O emprego eficaz da
força combativa só é possível se todas as vontades individuais, que
integram o seu efetivo, se unificarem rigidamente sob a vontade
suprema de quem comanda.6
Inicialmente, para contextualizar a proteção que as normas
militares objetivam, insta transcrever importante artigo de nossa
Constituição Federal sobre o tema:
objetivos nestes termos: «Se a ordem social contemporânea é, por natureza, instável e evolutiva, exige,
para o seu desenvolvimento pacífico, um conjunto de fatores permanentes, que representam, a nosso ver
os objetivos da segurança nacional a saber: a) defesa da integridade territorial; b) preservação da
soberania nacional; c) manutenção da ordem pública; d) estabilidade das instituições políticas; e)
equilíbrio econômico; f) equilíbrio socia1» («A Segurança Nacional no Direito Brasileiro», in RDA
1962, vol. 69/19 e segs.). Poder de polícia e segurança nacional, por Hely Lopes Meirelles, disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_40/panteao.htm
6
MAYRINK DA COSTA, Álvaro. Crime Militar. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, 2ª edição, p. 33.
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cidadão contemplados na Constituição, o que inclui, mas
não se esgota no direito à liberdade de opinião e
expressão, de propriedade, de locomoção, de proteção
física, bem como à solução dos problemas básicos de
subsistência, moradia, saúde, educação e justiça social.
Como extensão da segurança individual teremos a
segurança da comunidade, da sociedade e da nação
como um todo.
A Segurança Nacional, portanto, é muito mais do que a
segurança física ou da propriedade contra ameaças internas ou
externas. Não é uma atribuição exclusiva das Forças
Armadas, mas uma responsabilidade do Estado, da
sociedade e, portanto, de todos nós.7
7
Disponível em: http://www.esg.br/departamento-de-estudos/dactec/leitura-basica/tecnologia-poder-e-
seguranca-nacional/
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O STF o aplica de forma comedida e o STM o repele
veementemente. Vejamos os precedentes, que facilmente podem ser
cobrados numa prova objetiva, ainda mais quando se fala em uma
prova CESPE:
STM: EMENTA: Apelação. Porte de substância entorpecente em lugar
sujeito à administração militar (CPM, art. 290). Soldado do Exército flagrado
com maconha no interior do quartel durante revista de rotina na unidade
militar. Princípio da Insignificância. Inaplicabilidade. Jurisprudência
pacificada na Corte Castrense no sentido de que a tese da
insignificância, em crime dessa natureza, não tem a aplicação no
âmbito da Justiça Militar da União, em razão das especificidades
exigidas pela vida na caserna, principalmente no tocante a ordem
militar, sustentada pelas bases da hierarquia e disciplina.
Comprovadas a autoria, em razão da confissão do Acusado e dos
depoimentos das testemunhas, bem como a materialidade delitiva, de
acordo com o laudo pericial, inexistindo excludentes de ilicitude e de
culpabilidade. Provido parcialmente o apelo defensivo para, tão só, retirar
do decisum a quo as alíneas a e f das condições do "sursis". Unânime.8
8
Processo: AP 154420097030303 RS 0000015-44.2009.7.03.0303 - Relator(a): Francisco José da Silva
Fernandes - Julgamento: 06/04/2010 - Publicação: 14/05/2010 Vol: Veículo: DJE Ementa. Disponível
em: http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18816972/apelacao-ap-154420097030303-rs-0000015-
4420097030303-stm
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periculosidade social da ação, o reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da
lesão jurídica constituem os requisitos de ordem objetiva
autorizadores da incidência do aludido princípio. Enfatizou-se que a
Lei 11.343/2006 veda a prisão do usuário, devendo a este ser
oferecidas políticas sociais eficientes para recuperá-lo do vício.
Asseverou-se, ainda, que incumbiria ao STF confrontar o princípio da
especialidade da lei penal militar, óbice à aplicação da Nova Lei de
Drogas, com o princípio da dignidade humana, arrolado como
princípio fundamental (CF, art. 1º, III). Ademais, afirmou-se que
outros ramos do Direito seriam suficientes a sancionar o paciente.
Vencidos os Ministros Ellen Gracie, relatora, e Joaquim Barbosa que
denegavam a ordem ao fundamento de que, diante dos valores e
bens jurídicos tutelados pelo aludido art. 290 do CPM, revelar-se-ia
inadmissível a consideração de alteração normativa pelo advento da
Lei 11.343/2006. Assentaram que a conduta prevista no referido
dispositivo legal ofenderia as instituições militares, a operacionalidade
das Forças Armadas, além de violar os princípios da hierarquia e da
disciplina na própria interpretação do tipo penal. HC 90125/RS, rel.
orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o acórdão Min. Eros Grau, 24.6.2008.
(HC-90125)
Entretanto o Plenário do STF decidiu, posteriormente à
decisão acima, no ano de 2012, que:
“1. O princípio da insignificância incide quando
presentes, cumulativamente, as seguintes condições
objetivas: (a) mínima ofensividade da conduta do agente, (b)
nenhuma periculosidade social da ação, (c) grau reduzido de
reprovabilidade do comportamento, e (d) inexpressividade da
lesão jurídica provocada. Precedentes: HC 104403/SP, rel. Min.
Cármen Lúcia, 1ªTurma, DJ de 1/2/2011; HC 104117/MT, rel. Min.
Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, DJ de 26/10/2010; HC 96757/RS,
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rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, DJ de 4/12/2009; RHC 96813/RJ, rel.
Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ de 24/4/2009) 2. O Plenário desta
Corte firmou precedentes referentes aos militares incursos no
delito do art. 290 do CPM, entendendo ausentes as condições
necessárias à aplicação do princípio da insignificância,
porquanto os bens jurídicos resguardados pela norma penal
referida são a hierarquia e disciplina militar. Precedentes: HC
94.685/CE, Relatora Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, Julgamento em
11/11/2010; HC 107.688/DF, Relator Min. Ayres Britto, Segunda
Turma, Julgamento em 7/6/2011). 3. In casu, os pacientes foram
presos portando um papelote de cocaína nas dependências do 3º
Regimento de Cavalaria de Guarda, unidade sujeita à Administração
Militar. 4. É que, in casu, “na ocasião da revista, o Tenente […] veio a
encontrar, dentro da carteira do Soldado […], um papelote de plástico
branco, com um pó branco dentro, sobre o qual o ora denunciado
veio a confessar tratar-se de uma buchinha de cocaína, entorpecente
que tinha adquirido o 2º denunciado Soldado [...]”. 4. Ordem
denegada. Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos
termos do voto do Relator. Unânime. Presidência do Senhor Ministro
Dias Toffoli. 1ª Turma, 14.2.2012. - Acórdãos citados: HC 94685 -
Tribunal Pleno, HC 96757, RHC 96813, HC 104117, HC 104403, HC
107688. Análise: 15/03/2012, SEV. Revisão: 16/03/2012, ACG.9
O que se raciocina é que, diante da atividade naturalmente
perigosa que o militar exerce, não seria admissível aferir
insignificância no comportamento de quem, andando naturalmente
fardado e armado para assegurar a defesa da lei e da ordem e de
9 HC 107689 / RS - RIO GRANDE DO SUL HABEAS CORPUS Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 14/02/2012
Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 06-03-2012 PUBLIC 07-03-2012
RSJADV abr., 2012, p. 49-53 Parte(s) RELATOR : MIN. LUIZ FUX PACTE.(S) : ANDERSON PADILHA DA
COSTA PACTE.(S) : ANDRE LUIS DA ROSA RODRIGUES IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. PORTE DE ENTORPECENTE EM ÁREA SOB ADMINISTRAÇÃO MILITAR (ART.
290 DO CPM). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO-INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE CUMULATIVIDADE DE SEUS
REQUISITOS. BEM JURÍDICO. PROTEÇÃO. HIERARQUIA E DISCIPLINA MILITAR. PRECEDENTES. ORDEM
DENEGADA.
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eventual ataque estrangeiro, atue de forma embriagada nesse
desiderato.
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demais Constituições Federais, inclusive na atualmente vigente, de
1988. Essa competência foi alterada no período do governo militar
com a inclusão da competência para o processo e julgamento dos
crimes contra a Segurança Nacional, e excluída pela atual
Constituição, ressaltando-se que, nesta, houve posterior introdução
de alteração para ampliação da competência da Justiça Militar dos
Estados e do Distrito Federal.
A Lei nº 8.457, de 04 de setembro de 1992, revogou o Decreto-
Lei nº 1.003, de 21 de outubro de 1969, e dispôs sobre a estrutura e
organização da Justiça Militar da União.
Logo se percebe, desde a origem, a especificidade da jurisdição
da Justiça Militar, sua estrutura e organização, bem como o processo
que viabiliza atividade jurisdicional adequada à especialidade do
Direito Penal que visa aplicar.
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instauração do processo, pois durante a fase de investigação
preliminar, todas as questões suscitadas à jurisdição militar são
decididas elo Juiz-Auditor monocraticamente.
Ao Conselho Permanente incumbe o julgamento dos praças
(militar não detentor de posto de oficial) e dos civis.
Ao Conselho Especial incumbe o julgamento dos Oficias, com
exceção dos Oficiais-Generais que tem seu foro no STM.
Sobre o tema, elucidativo o quadro exposto pelos professores
Cláudio Amin Miguel e Nelson Coldibelli10, que sintetizamos da
seguinte forma:
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MIGUEL, Claudio Amin e COLDIBELLI, Nelson. Elementos de Direito Processual Penal Militar.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011, 3ª edição, p. 10.
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Voltando à esse contexto, lembramos o cuidado proposto nas
lições do mestre Célio Lobão a respeito da inutilidade do critério que
diferencia o direito comum do especial pelo órgão de julgamento:
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LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. Brasília: Brasília Jurídica, 2006, p. 47.
12
Alterou o § único do art. 9º do Código Penal Militar que passou a ter a seguinte redação: Art. 9o ...
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra
civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar
realizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de
Aeronáutica.” (NR)
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de ação militar realizada contra aeronave que se encontre em uma
das seguintes hipóteses:
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Código Brasileiro de Aeronáutica. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7565.htm
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Militar, isso por ser a especialidade do direito material um
consequente lógico da especialidade do direito formal.
Num âmbito mais amplo se verifica que o Direito Militar
desperta o interesse por cuidar de uma categoria de funcionários
públicos especiais, com direitos e prerrogativas que, na sua maioria,
não são assegurados aos funcionários civis. Contudo, se tais
funcionários possuem direitos especiais, os militares também
possuem obrigações excepcionais, como, por exemplo, o sacrifício
maior, que é o eventual enfretamento hostil que coloca em risco o
bem jurídico mais relevante, qual seja, a própria vida. Considerando
tal peculiaridade, o legislador constituinte originário assegurou aos
militares o direito de serem processados e julgados perante uma
Justiça Especializada.
Assim, podemos definir o Direito Penal Militar como ramo do
direito público que interpreta e sistematiza as normas penais
militares, entendidas estas como as que regulam a pretensão punitiva
estatal no âmbito das infrações penais que atingem a ordem jurídica
militar.
Segundo o mestre Romeiro (1994, p. 01), pode-se afirmar que
o Direito Penal Militar "consiste no conjunto de normas que definem
os crimes contra a ordem jurídica militar, cominando-lhes penas,
impondo medidas de segurança e estabelecendo as causas
condicionantes, excludentes e modificativas da punibilidade".
Para Pietro Vico, “a lei penal militar [...] mira diretamente a
incriminação de ofensas a especiais deveres, e tem em consideração
a qualidade da pessoa enquanto ela se torna culpada da violação de
tais deveres; nem se afasta do direito comum, senão somente
quando as disposições deste são incompatíveis com a índole dos
crimes militares” [3]. Aduz o preclaro jurista que, “assim, a lei penal
militar, embora formando o direito próprio e particular dos militares,
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Curso de Direito Processual Penal Militar para
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é sempre, por outro lado, uma lei especial em confronto com a lei
penal geral”.14
Diante de sua especialidade, o Direito Penal Militar e o Direito
Processual Penal Militar são prevalentes em relação à legislação penal
comum.
Quando afirmamos que um ramo é especial (pois segundo o
entendimento majoritário, o direito penal militar é especial), não
necessariamente queremos dizer que o mesmo não goza de
autonomia, mas sim que, diante de sua peculiaridade, é necessário
que o intérprete observe a diferença de tratamento que o mesmo se
submete, o que, por sinal, reforça ainda mais sua independência.
Sobre a autonomia do Direito Penal Militar e sua peculiaridade
natural, afirma Álvaro Mayrinck da Costa:
14
FERNANDES NETO, Benevides. Crime militar e suas interpretações doutrinárias e
jurisprudenciais. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2115, 16 abr. 2009 .
Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/12637>. Acesso em: 27 mar. 2013.
15
MAYRINK DA COSTA, Álvaro. Crime Militar. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, 2ª edição, p. 37.
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regulam a aplicação do direito penal militar. Regulam ainda as
atividades preliminares de polícia judiciária militar.16
Logo, podemos sistematizar o seguinte:
A finalidade do Direito Penal Militar: Proteger os bens
jurídicos mais relevantes à manutenção da regularidade das
instituições militares. Por regularidade das instituições militares
entenda-se a hierarquia, a disciplina, a autoridade, o serviço, a
função e o dever militar.
A finalidade do Direito Processual Penal Militar é promover
a adequada aplicação da lei penal militar.
Diante dessa introdução passaremos a tratar, em nossa aula 1,
do Processo Penal Militar e sua aplicação, da Polícia Judiciária Militar e
do Inquérito Policial Militar.
A partir daí poderemos trabalhar, de forma aplicada, os
conteúdos mais cobrados nessas matérias. Assim, informamos que
nessa aula de apresentação, não utilizamos a citação de questões por
tratarmos de assuntos ainda introdutórios e abstratos, mas que, com
certeza, terão um papel didático estrutural importante para a
definição e escolha da conclusão correta. Assim, agradecemos a
leitura da presente aula e aguardamos sua presença em nossa aula 1.
16
ASSIS, Jorge César de. Código de Processo Penal Militar Anotado - Artigos 1º a 383 - Vol. I . Revista
e Atualizada, Paraná: Juruá, 4ª Edição, 2012, p. 21.
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a) Segundo a lei processual penal militar, o princípio da imediatidade
é aplicado aos processos cuja tramitação esteja em curso,
ressalvados os atos praticados na forma da lei processual anterior.
Caso a norma processual penal militar posterior seja, de qualquer
forma, mais favorável ao réu, deverá retroagir, ainda que a sentença
penal condenatória tenha transitado em julgado.
b) O CPPM dispõe expressamente a aplicação de suas normas, em
casos específicos, fora do território nacional ou em lugar de
extraterritorialidade brasileira. Nesse ponto, o CPPM difere do CPP.
c) O sistema processual penal castrense veda, em qualquer hipótese,
o emprego da interpretação extensiva e da interpretação não literal.
d) Se, na aplicação da lei processual penal militar a caso concreto,
houver divergência entre essa norma e os dispositivos constantes em
convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerá a
regra especial da primeira, salvo em matéria de direitos humanos.
e) Os casos omissos na lei processual penal militar serão supridos
pelo direito processual penal comum, sem prejuízo da peculiaridade
do processo penal castrense. Nesses casos, o CPPM impõe que haja a
declaração expressa de omissão pela corte militar competente, com
quorum qualificado.
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Curso de Direito Processual Penal Militar para
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penais militares, dado que são estas que detêm a exclusividade na
apuração de quaisquer infrações penais.
Certo ou Errado
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7 - CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO
Um oficial-general da ativa, do último posto e mais antigo da
corporação, praticou crime definido como militar, gerando dúvidas
sobre quem presidirá o inquérito policial militar para a completa
apuração dos fatos, em face da inexistência de outro oficial da ativa
de maior antiguidade. Nessa situação, deve ser convocado oficial-
general da reserva do último posto, pois prevalece a relação de
antiguidade entre militares no serviço ativo e na inatividade.
Certo ou Errado
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Curso de Direito Processual Penal Militar para
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expressamente as possibilidades de arquivamento implícito e de ofício
de autoridade judiciária militar.
b) As medidas preliminares previstas para o IPM são taxativas e
devem ser todas cumpridas, em qualquer caso e circunstância, na
sua integralidade, sob pena de ofensa ao princípio constitucional do
devido processo legal.
c) Na tramitação de IPM, assegura a norma de regência, de forma
peculiar e garantidora, o direito do investigado de ser ouvido apenas
na presença do advogado por ele próprio indicado ou de ser assistido
por defensor público.
d) No sistema processual castrense, não há previsão para o juiz
requisitar a instauração de IPM, entendendo a doutrina e a
jurisprudência ser vedado ao juiz requisitar ou ordenar a instauração
de procedimento investigativo.
e) No âmbito do IPM, em face da especialidade do sistema
investigativo castrense, é assegurada a possibilidade de se manter
incomunicável o investigado, por ato devidamente fundamentado do
encarregado do IPM, pelo prazo máximo de três dias. Essa
possibilidade vem sendo corroborada pela jurisprudência pátria.
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