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FINANÇAS EMPRESARIAIS II

LICENCIATURA EM FINANÇAS
2º ANO – 2º SEMESTRE
Docente: Vânia Costa
2011/2012 vcosta@ipca.pt
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Ordem de abordagem do programa nas aulas:

IPCA
1. Introdução a conceitos fundamentais de avaliação.
3. Custo do Capital
6. Óptica dinâmica de avaliação de empresas
4. Avaliação de empresas com base nos indicadores de mercado.
2. Ótica estática ou patrimonial de avaliação de empresas
5.Avaliação de empresas pela óptica dos rendimentos supranormais
actualizados
7. Decisões de financiamento, alavancagem, estrutura de capitais e
custo de capital
8. Política de dividendos
9. Fusões, aquisições e reestruturação de empresas
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FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Capítulo 1. Introdução a conceitos
fundamentais de avaliação

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 OBJECTIVOS - Finanças Empresariais I

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 análise esquerda do balanço – a decisão de
investimento da empresa – “como gastar dinheiro”

 aborda a avaliação de investimento reais, sendo


apresentados e discutidos vários métodos de avaliação. As
metodologias de avaliação são aplicadas tanto à avaliação de
projectos de investimento como de empresas.

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 OBJECTIVOS - Finanças Empresariais II

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 Desloca-se para o lado direito e para os problemas relacionados
com o financiamento dos investimentos – “como obter dinheiro”.

 Relaciona as decisões de investimento com a sua forma de


financiamento, bem como o respectivo planeamento financeiro.
Em particular as decisões quanto à estrutura de capital e política
de dividendos.
 Analisa os fundamentos e técnicas da gestão financeira na
empresa;

 Analisa em pormenor quer as decisões de financiamento da


empresa (nomeadamente as fontes, os métodos e as técnicas
alternativas disponíveis), quer ainda as tarefas relacionadas com
a planificação financeira. 5
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 OBJECTIVOS - Finanças Empresariais II

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 Disciplina estuda a tomada de decisão financeira (decisões com impacto imediato e futuro em fluxos
financeiros e que, por envolverem a comparação de CF em diferentes momentos e com diferentes
riscos, se relacionam com taxas de juro) na organização e nos mercados financeiros com o
objectivo da criação de valor (de mercado) baseada na aplicação de modelos de avaliação
financeira.

 Assim, as decisões financeiras prendem-se com a:

 política de investimento, de financiamento e de distribuição de CF (ou política de dividendos).

 Estas decisões são tomadas com referência à riqueza dos proprietários e com o objectivo de maximizar
o valor de mercado das acções da empresa ou da sua criação de valor, a riqueza económica gerará
rendimentos financeiros e ganhos de capital que serão apropriados pelos investidores financeiros,
criando riqueza financeira.

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 OBJECTIVOS - Finanças Empresariais II

IPCA
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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
“O objectivo de uma avaliação é determinar o valor da empresa, tendo

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em conta a sua situação particular.”
(Bastardo e Gomes, 1996:101)

• Avaliação de empresas pode referir-se ao capital próprio total da


empresa ou a uma participação de controlo ou minoritária;
• Objectivos da avaliação
+ Fusões, venda ou aquisição.
+ Privatizações ou processos de entrada em bolsa.
+ Reestruturação.
+ Análise de Projectos de investimento.
+ …
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FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
Calcular o valor de uma empresa
depende de inúmeros factores de
carácter objectivo e conjuntural, ou
de carácter subjectivo.

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IPCA
Neste sentido, para além de uma análise
detalhada da empresa (posição de mercado,

Finanças Empresariais II
política de investimentos, política de
financiamentos, rendibilidade, estrutura financeira,
características de gestão, qualidade dos recursos
humanos, etc), conjugada com uma análise da sua
envolvente, onde se incluem variáveis que
escapam ao controlo da empresa, como
macroeconomia, política, sector de actividade,
concorrência, etc.
-

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
• Avaliação exige:

Finanças Empresariais II
• Identificação dos activos e passivos

• Referência à data a que respeita

• Existência de restrições na transacção de activos ou


participações e direitos de voto

• Situações preferenciais, ónus ou encargos sobre activos.

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
• Processo de Avaliação

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Cálculo

Finanças Empresariais II
Estimação do Valor
das da
Selecção variáveis e
dos fixação dos Empresa
modelos de parâmetros
Recolha avaliação de
de avaliação
informação

Definição dos
objectivos da
avaliação

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CONCEPTUALIZAÇÃO
• Valor de troca de um bem;

IPCA
• Define-se como a expressão numérica do seu
Valor e preço valor.

Finanças Empresariais II
• Preço justo qual o bem é transaccionado no
mercado;
• Relação entre factores externos (mercados,
Valor de indústria, economia) e internos (qualidade dos
Mercado produtos, imagem, …)

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
CONCEPTUALIZAÇÃO
• Valor baseado numa opinião produzida por um
avaliador/ analista, baseada na percepção das

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características inerentes ao investimento, sem
tomar em consideração um investidor

Finanças Empresariais II
Valor Intrínseco específico.

• Perspectiva utilizada no mercado de capitais e


pressupõe que o valor intrínseco da acção
pode ser determinado a partir da avaliação
rigorosa de variáveis como lucro, dividendos,
Valor estrutura financeira, qualidade da gestão e
Fundamental perspectivas de mercado, entre outras.

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
• Ao contrário dos anteriores, considera variáveis

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específicas, como posições estratégicas, que
Valor dizem respeito ao investidor.

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para • Ex: PT adquire Sapo considera as sinergias para o
Investidor negócio.

• Valor terminal da empresa, ou seja, no final do


Valor período da previsão.
Residual

• “Quantia pela qual um bem poderia ser trocado,


entre um comprador e um vendedor, conhecedores
Justo e interessados, numa transacção ao seu alcance”
valor (CNC)
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• Valor depois de adicionar, retirar ou diminuir

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Valor valores ao activo e ao passivo contabilístico da
contabilístic empresa.

Finanças Empresariais II
o ajustado

• Inclui as estimativas de valor de cada item do


património social da empresa, usando preços
Valor históricos, correntes, justo valor, etc.
Substancial

• Activo intangível: nome, reputação, fidelidade dos


clientes, localização. É a diferença entre o preço
da transacção e o justo valor dos activos e dos
Goodwill passivos (trespasse).
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• Corresponde ao activo intangível que resulta

Finanças Empresariais II
de factores de valorização da empresa, que
lhe são indissociáveis, como o nome, a
reputação, a localização, a fidelidade dos
clientes, os produtos e serviços prestados,
etc.
• O valor do goodwill é apurado pela diferença
Goodwill (cont.) entre o preço de transacção e o valor dos
activos/ passivos avaliados individualmente
(valor do capital próprio ou justo valor).
Assim, o goodwill contabilístico

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 Premissas Fundamentais da Avaliação de

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Empresas

Finanças Empresariais II
 Princípio da continuidade
 Pressupõe-se que a empresa tem uma actividade normal
ininterrupta.
 Grau de controlo do capital social
 Na avaliação de uma participação é necessário ter em
conta não só o valor da propriedade propriamente dita,
mas também o grau de poder de controlo que lhe está
associado.
 Grau de liquidez
 Acções com menos liquidez serão tendencialmente
transaccionadas a um preço mais baixo (desconto de 18
liquidez).
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 Premissas Fundamentais da Avaliação de Empresas(cont.)
 Propósitos da avaliação

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 Consoante o propósito a que se destina a avaliação esta pode ser

Finanças Empresariais II
afectada por questões jurídico-fiscais mais ou menos complexas.

 Due deligence

 Compreende todo o processo de recolha de informação relevante


para avaliação de uma empresa que vai ser adquirida.

 Inclui informação sobre todos os recursos da empresa, bem como


as oportunidades e riscos passados presentes e futuros.

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 Principais áreas de análise que exigem recolha de

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informação específica:

Finanças Empresariais II
 Diagnóstico estratégico;
 Auditoria de marketing;

 Auditoria de tecnologia e operações;

 Auditoria ao pessoal e à cultura organizacional;

 Auditoria ao imobilizado;

 Auditoria financeira;

 Auditoria fiscal;

 Auditoria legal;

 Auditoria ambiental.

(check list para a due deligence).

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II

Check list para a due deligence:

IPCA
1) Informação financeira

Finanças Empresariais II
2) Activos Fixos
3) Produtos
4) Informações sobre clientes
5) Concorrência
6) Marketing, Vendas e Distribuição
7) Investigação e Desenvolvimento (I&D)
8) Gestão e política de pessoal
9) Passivo
10) Ambiente
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11) Qualidade
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Check list para a due deligence:

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1) Informação financeira :
Demonstrações financeiras anuais e trimestrais do

Finanças Empresariais II
ano corrente e dos últimos três anos;
Princípios contabilísticos ou de valorimetria;
Declarações fiscais dos anos em análise ou dossiers
fiscais;
Ajustamentos às demonstrações financeiras;
Projecções financeiras;
Estrutura de capital;
Detentores de capital social e seus direitos;
Análise pormenorizada das quantias em dívida;
Orçamentos anuais;
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Planos estratégicos.
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Check list para a due deligence:

IPCA
2) Activos fixos:

Finanças Empresariais II
Descrição de todos os activos de propriedade da
empresa;
Descrição de todos os activos em locação financeira;

Contratos subjacentes a activos fixos;

Mapa de amortizações e reintegrações do ano actual e


dos últimos três exercícios;
Determinação do justo valor dos activos;

Política de amortização;

Análise dos investimentos feitos em cada ano;


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Contratos de seguros.
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Check list para a due deligence:

IPCA
3) Produtos :
Descrição de cada produto em cada segmento de

Finanças Empresariais II
mercado em termos de volume de vendas e margens
brutas;
Custo unitário de cada produto e perspectivas de
evolução futura;
Comparação com a concorrência;
Lista das principais matérias-primas e subsidiárias do
ano fiscal anterior;
Informação sobre o ponto crítico das vendas: mix de
produtos, custos fixos e custos variáveis;
lista de principais fornecedores;
Cópias dos serviços e das garantias inerentes a cada
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produto.
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

Check list para a due deligence:


3) Produtos :

IPCA
Finanças Empresariais II
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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Check list para a due deligence:

IPCA
4) Informações sobre clientes:

Finanças Empresariais II
Lista dos clientes mais importantes em função do
volume de vendas;
Relações estratégicas;

Margem bruta por cliente.

5) Concorrência:
Análise do ambiente competitivo em cada
segmento de mercado;
Relatórios anuais dos concorrentes directos;
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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Check list para a due deligence:

IPCA
6) Marketing, vendas e distribuição:
Estratégia e implementação;

Finanças Empresariais II
Lista dos principais clientes, vendas totais e percentuais por
cliente / grupo de clientes;
Perspectivas de desenvolvimento de novos negócios;
Análise de produtividade da força de vendas;
Informação sobre as campanhas de marketing realizadas
pela empresa;
Resultados de estudos de mercado realizados;
Prazo médio de recebimento;
Política de descontos;
Estatísticas de vendas dos últimos cinco anos;
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Lista dos principais concorrentes por segmento de negócio;
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Check list para a due deligence:

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7) Investigação e Desenvolvimento (I&D):
Novos produtos introduzidos pela empresa;

Finanças Empresariais II
Lista de patentes e outros registos, marcas, copyrights e contratos subjacentes;
Descrição da organização das actividades de I&D.
8) Gestão e política de pessoal:
Organograma;
Informações de todos os trabalhadores com e sem vínculo laboral, nomeadamente
função, antiguidade, idade, remuneração e formação;
Currículos da equipa de gestão;
Contratos de trabalho;
Lista das condições aplicadas à generalidade dos contratos de trabalho da empresa;
Contratos de seguro de trabalho;
Plano de seguro de saúde e acidentes de trabalho;
Plano de complementos de reforma;
Incentivos aos colaboradores
Problemas laborais;
Custos com o pessoal; 28
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Check list para a due deligence:

IPCA
9) Passivo:

Finanças Empresariais II
 Análise da política de provisões nomeadamente para
pensões, impostos, processos judiciais em curso, entre
outros;
 Análise dos contratos de empréstimos;

 Análise dos contratos de locação financeira;

 Análise das dívidas ao Estado;

 Declaração de inexistência de dívidas à Segurança


Social e Finanças;
 Análise dos processos judiciais em curso. 29
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Check list para a due deligence:

IPCA
10) Ambiente:

Finanças Empresariais II
 Análise da legislação em vigor para o sector;

 Análise da situação ambiental da empresa;

 Análise das tendências futuras de regulamentação e


impacte sobre a empresa.
11) Qualidade:
 Normas de certificação aplicáveis;

 Manuais existentes;

 Processos de certificação.
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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
 Principais ópticas de avaliação:

IPCA
1) Óptica estática ou patrimonial

Finanças Empresariais II
2) Avaliação com base nos indicadores do mercado
3) Óptica do rendimento actualizado
4) Óptica das opções reais
5) Avaliação regulamentar

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Modelos de avaliação de
empresas

Balanço Demonstração Criação de


Goodwill Fluxo de caixa
patrimonial de resultados valor

Determina o valor de Busca o valor da Determina o valor da Traduz a


uma empresa pela empresa através Procura quantificar informação relativa
empresa pela
estimativa dos seus do volume de o valor que dada á criação de valor
estimativa dos fluxos
activos. lucros, vendas e empresa poderá para o accionista.
de caixas a serem
outros indicadores gerar no futuro.
gerados no futuro.
do resultado.
VALOR DE
LIQUIDAÇÃO EVA

VALOR
CONTABILISTICO

JUSTO VALOR

CUSTO DE
REPOSIÇÃO
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
1) Óptica Estática ou Patrimonial

IPCA
 Esta óptica de avaliação tem por base as demonstrações
financeiras.

Finanças Empresariais II
 Razões pelas quais é necessário recorrer a ajustamentos:
 uniformizar os dados da empresa a avaliar para que sejam
comparáveis com outras empresas;
 passar valores históricos para valores correntes;

 ajustar custos e proveitos para níveis razoáveis que garantam a


continuidade da empresa;
 ajustar activos e passivos não operacionais, bem como os custos
e proveitos correspondentes.

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
1) Óptica Estática ou Patrimonial (cont.)
 O balanço pode ser ajustado ao custo histórico, ao custo

IPCA
corrente ou ao justo valor, no sentido de se apurar o valor
estático dos capitais da empresa.

Finanças Empresariais II
 Com os ajustamentos da demonstração de resultados
procura-se que esta evidencie o verdadeiro potencial
económico da empresa.

2) Avaliação com base nos indicadores do mercado


 Recorre-se a uma empresa ou negócio que tenham um
valor de mercado e que sejam comparáveis com o objecto
da avaliação.

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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
3) Óptica do Rendimento Actualizado
 O valor de uma empresa ou negócio corresponde ao valor

IPCA
actualizado, para o momento presente, dos rendimentos futuros.
 Dividendos;
 Oportunidades de crescimento futuro;

Finanças Empresariais II
 Lucro líquido;
 Lucros supranormais;
 Fluxos de caixa.

4) Óptica das opções reais


Reconhecimento de que podem existir opções associadas
à gestão de activos.
Trata-se de uma metodologia ainda numa fase
embrionária com diversas limitações que advêm das
simplificações impostas pelos pressupostos usados.
4) Avaliação regulamentar
A avaliação é feita a partir dos parâmetros definidos na
legislação.
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FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Capítulo 3. Custo de Capital

Finanças Empresariais II
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IPCA Finanças Empresariais II
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MAXIMIZAÇÃO DO VALOR DA EMPRESA
CUSTO DE CAPITAL - CONCEITO

 Custo de Capital pode ser referido como :

IPCA
 Taxa de Desconto;

Finanças Empresariais II
 Taxa de Rendibilidade exigida
pelos investidores;
 Taxa de Custo de Oportunidade.

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Finanças Empresariais II IPCA

CUSTO DE CAPITAL - CONCEITO

O conceito de Custo de Capital pode ser


interpretado de duas formas:

IPCA
1. OPERACIONAL

Finanças Empresariais II
 Taxa utilizada para a comparação com a taxa interna de
rendibilidade de um projecto, ou para o cálculo do valor actual
líquido desse projecto.

 Neste contexto, o custo de capital é interpretado como a taxa


mínima de rendibilidade, exigida ao projecto, para que o valor da
empresa se mantenha inalterado.

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Finanças Empresariais II IPCA

CUSTO DE CAPITAL - CONCEITO

 O conceito de Custo de Capital pode ser

IPCA
interpretado de duas formas (cont.):
2. FINANCEIRA

Finanças Empresariais II
 CUSTO DE AQUISIÇÃO
 É o custo das fontes de financiamento da empresa;

 CUSTO DE OPORTUNIDADE
 Corresponde à oportunidade que a empresa perde de investir noutras
alternativas ao investir nesse projecto.
 Deverá corresponder à rendibilidade esperada de uma carteira de activos
financeiros com um nível de risco idêntico ao nível de risco do projecto.

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CUSTO DE CAPITAL - CONCEITO

 Custo de Oportunidade de Capital

IPCA
Finanças Empresariais II
 Os Agentes Económicos tentarão avaliar
projectos de investimento.
 Se dispomos € podemos optar por emprestar,
aplicar ou depositar – temos de comparar a
TIR com a taxa de aplicação no banco.

 Optamos pela alternativa que Maximiza o


Património
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CUSTO DE CAPITAL - RELEVÂNCIA


O Custo de Capital é utilizado para:
 Avaliar os projectos de investimentos da empresa

IPCA
 Se o custo de capital estiver:
 Sobre-avaliado, é possível que se rejeitem projectos

Finanças Empresariais II
que deveriam ser aceites;
 Sub-avaliados, é possível que a empresa esteja a
aceitar projectos que deveriam ser rejeitados.

 Avaliar a Empresa
 Dá-nos a Taxa de Rendibilidade média do conjunto dos
activos da empresa.

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Finanças Empresariais II IPCA

FONTES DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA


 CAPITAIS PRÓPRIOS
 ACÇÕES ORDINÁRIAS;

IPCA
 ACÇÕES PREFERENCIAIS (TEM CARACTERÍSTICAS DE
DÍVIDA E DE ACÇÃO);

Finanças Empresariais II
 LUCROS RETIDOS.

 CAPITAIS ALHEIOS
 EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS;
 EMPRÉSTIMOS POR OBRIGAÇÕES.

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FONTES DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA


Relação entre Risco-Rendibilidade

IPCA
Finanças Empresariais II
Acções
Obrigações
participantes
Rendibilidade

Obrigações  Risco
convertidas
Obrigações
de empresas

Obrigações do
Tesouro

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FONTES DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA


Activo Circulante Capital Próprio

IPCA
Financiado pelos Capital

Finanças Empresariais II
empréstimos exigíveis a Permanente
cp

Activo Fixo Exigível a m/l p

Financiado pelos
empréstimos exigíveis a Exigível a cp
m/l p

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Finanças Empresariais II IPCA

FONTES DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA

 Caso a empresa esteja a funcionar com

IPCA
debilidades, as suas prioridades serão os

Finanças Empresariais II
pagamentos de cp e m/l p e só depois os sócios.

 Teoricamente a velocidade em que é exigível


efectuar os pagamentos deverá igualar a
velocidade de transformar os nossos activos em
meios líquidos. Na prática é mais complexo devido
à existência de risco.

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Finanças Empresariais II IPCA

ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL COMO MÉDIA PONDERADA


 CCMP

IPCA
 O Custo de Capital de uma empresa é obtido através de

Finanças Empresariais II
uma média dos custos de cada fonte de financiamento a
que a empresa recorre, de acordo com a sua política de
financiamento.

 A estimação do Custo de Capital deverá, então, ser vista


como uma média ponderada do custo específico de cada
fonte de financiamento da empresa

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Finanças Empresariais II IPCA

FACTORES QUE INFLUENCIAM O CUSTO DO CAPITAL


 FACTORES MACROECONÓMICOS
 TAXA DE RENDIBILIDADE DE UM INVESTIMENTO ISENTO DE RISCO
 INFLAÇÃO

IPCA
 …

Finanças Empresariais II
 FACTORES RELATIVOS AO MERCADO DE CAPITAIS

 DECISÕES DE FINANCIAMENTO E DECISÕES OPERACIONAIS DA EMPRESA


 RISCO DE NEGÓCIO

 RISCO FINANCEIRO DA EMPRESA

 MONTANTE DE FINANCIAMENTO

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Finanças Empresariais II IPCA

PRESSUPOSTOS NA ESTIMAÇÃO CCMP:


 O RISCO DE NEGÓCIO E O RISCO FINANCEIRO DA
EMPRESA MANTÊM-SE INALTERADOS;

IPCA
 A ESTRUTURA DE CAPITAIS DA EMPRESA, MESMO
COM OS NOVOS FINANCIAMENTOS TENDERÁ A

Finanças Empresariais II
MANTER-SE CONSTANTE, OU SEJA, A POLÍTICA DE
FINANCIAMENTO MANTER-SE-Á INALTERADA;
 A TAXA DE CUSTO DE CAPITAL ESTIMADA É UMA
TAXA DEPOIS DE IMPOSTOS.
 TODAS AS RUBRICAS UTILIZADAS AQUANDO DA
ESTIMAÇÃO SERÃO ESTIMADAS COMO UM VALOR
LÍQUIDO DE IMPOSTOS.

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Finanças Empresariais II IPCA

FASES DA ESTIMAÇÃO DO CCMP


 Deve ser estimado o:
 Custo Específico de cada fonte de financiamento da

IPCA
empresa;
 O Peso que cada fonte de financiamento representa na

Finanças Empresariais II
estrutura de capitais da empresa.

 O custo de capital é estimado num determinado


período de tempo, reflectindo os custos de
financiamento numa perspectiva de longo prazo,
com base nas melhores estimativas possíveis de
obter , com a informação disponível nesse
momento.

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Finanças Empresariais II IPCA

FASES DA ESTIMAÇÃO DO CCMP (CONT.)

 Esta óptica de estimação do custo de capital

IPCA
adequa-se à utilização que essa taxa terá,
aquando das decisões de investimento ou

Finanças Empresariais II
aquando da avaliação da empresa; tanto
uma como outra baseiam-se em estimativas
de longo prazo.

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Finanças Empresariais II IPCA

CUSTOS IMPLÍCITOS VS. CUSTOS EXPLÍCITOS I

 O CUSTO EXPLÍCITO de qualquer fonte de

IPCA
financiamento é a taxa de desconto que iguala:

Finanças Empresariais II
 o valor actual dos fluxos de entrada de caixa
(“cash-in flows”), que são incrementais
relativamente à decisão de financiamento;

 ao valor actual dos fluxos de saída de caixa


(“cash-out flows”), também incrementais.

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Finanças Empresariais II IPCA

CUSTOS IMPLÍCITOS VS. CUSTOS EXPLÍCITOS II

A forma de determinação do custo de

IPCA
financiamento é muito semelhante ao cálculo
de uma taxa interna de rendibilidade.

Finanças Empresariais II
O que irá variar para cada fonte de
financiamento são os custos da operação de
financiamento e os fluxos de saída de caixa
resultantes desse financiamento.

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Finanças Empresariais II IPCA

CUSTOS IMPLÍCITOS VS. CUSTOS EXPLÍCITOS III

 A noção de CUSTO IMPLÍCITO irá servir para

IPCA
estimar o custo dos lucros retidos. Esta noção de
custo implícito está , necessariamente associada à

Finanças Empresariais II
noção de custo de oportunidade.

 O destino que a empresa pode dar aos seus


resultados líquidos são os seguintes:
 Repor resultados negativos de exercícios
anteriores;
 Reservas Legais;
 Distribuição de Dividendos
 Retenção dos Lucros.
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Finanças Empresariais II IPCA

CUSTOS IMPLÍCITOS VS. CUSTOS EXPLÍCITOS IV

 Se a empresa retém o lucro do exercício, em


todo ou em parte, ela irá privar os accionistas de

IPCA
receber esse montante sob a forma de

Finanças Empresariais II
dividendos.

 Então, os accionistas irão exigir uma


rendibilidade a esses capitais que eles poderiam
obter caso esses valores tivessem sido
distribuídos sob a forma de dividendos.

O custo dos lucros retidos deve, desta forma,


ser encarado como um implícito. No entanto,
para a estimação do custo desta fonte serão
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utilizados valores estimados explicitamente.
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Finanças Empresariais II IPCA

PESOS CONTABILÍSTICOS VS. PESOS DE MERCADO

IPCA
O peso de cada uma das fontes de
financiamento que compõem a estrutura de

Finanças Empresariais II
capitais da empresa pode ser determinado
com base em valores contabilísticos ou
valores de mercado.

 Será mais correcto usar valores de mercado,


já que, o custo de capital de algumas fontes
de financiamento é obtido também a partir
de valores de mercado.
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Finanças Empresariais II IPCA

PESOS HISTÓRICOS VS. PESOS ÓPTIMOS

O CCMP pode ser determinado com base em

IPCA
pesos históricos ou pesos óptimos
Ambos podem ser obtidos com base em valores

Finanças Empresariais II
contabilísticos ou valores de mercado.

 Os pesos históricos correspondem à


composição da estrutura de capitais de uma
empresa num dado momento;

 Os pesos óptimos correspondem à


composição da estrutura óptima de capitais
desejada pela empresa. 57

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Finanças Empresariais II IPCA

FONTES DE CAPITAL
MODALIDADES DE EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS

IPCA
 CONTA CORRENTE com um limite de descoberto
bancário

Finanças Empresariais II
 É um instrumento de financiamento de curto
prazo mas, muitas vezes, é utilizada por
algumas empresas como fonte de
financiamento de médio e longo prazo.
 A taxa pode ser fixa ou variável.
 O período de revisão da taxa fixa é normalmente
idêntico ao período de capitalização dos juros,
usualmente 3 meses.
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Finanças Empresariais II IPCA

FONTES DE CAPITAL
MODALIDADES DE EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS

CONTA CORRENTE (cont.)

IPCA

 A taxa variável é indexada a uma outra taxa,
normalmente Prime Rate da instituição bancária ou à

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EURIBOR. A essa taxa indexante deve adicionar-se
um excedente (spread), este sim fixo por um
determinado prazo.
 Garantias:
 As boas empresas podem estar dispensadas da
prestação de uma caução;
 Livrança subscrita pela empresa com aval pelos
sócios;
 Garantia real (normalmente hipoteca), nestes casos
o crédito a conceder será em montante inferior ao
valor da avaliação
59

59
Finanças Empresariais II IPCA

FONTES DE CAPITAL
MODALIDADES DE EMPRÉSTIMOS
BANCÁRIOS

IPCA
 EMPRÉSTIMO DE MÉDIO E LONGO PRAZO normalmente

Finanças Empresariais II
tem por finalidade um financiamento com um
fim específico de montante elevado.
 O prazo normal é variável, sendo os mais praticados de
5, 7-10 anos;
 Pode ser definido um período de carência de juros;
 As prestações são, normalmente, mensais incluindo
capital e juros;
 Este é um tipo de empréstimo em que é exigida uma
garantia real (hipoteca ou penhor);
 A taxa da operação é normalmente indexada, e é
exigido um spread mais elevado do que a conta
corrente. 60

60
FONTES DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA –
CUSTO DO CAPITAL

 Custo do Capital K

IPCA
 Capitais Alheios:

Finanças Empresariais II
 Empréstimos bancários Ki
 Empréstimos por obrigações Kd

 Capitais Próprios Ke
 Acções ordinárias Ks (acções existentes) ou Kn (emissão de
novas acções)
 Acções preferências Kp
 Lucros retidos Ke

61
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Como calcular o custo de capital?

IPCA
 No custo de capital estão englobados vários fontes:

Finanças Empresariais II
F1 F2 F3 F4 F5

•Empréstimos • Empréstimos • Acções • Custo das • Lucros


bancários por Preferências Acções Retidos
Obrigações Ordinárias
 P1*F1+p2*F2+p3*F3+p4*F4+p5*F5 = WACC

WACC(k): Média aritmética ponderada do custo de


capital
62
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 O custo de capital da empresa, k, usado para

IPCA
actualizar os fluxos de caixa deverá ser uma média

Finanças Empresariais II
ponderada do custo da capital das várias fontes de
financiamento existentes.

k  wi ki  wd kd  wp k p  ws kr ou n
com, wi  wd  wp  ws  1
Wj - peso da fonte de financiamento, j, no total das
fontes de financiamento
63
Kj - custo de capital da fonte de financiamento j.
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Exemplo:

IPCA
Custo de capital % Fonte de capital Peso (%)

Finanças Empresariais II
Ki 5,6 Empréstimos de MLP 40
Kp 10,6 Acções Preferenciais 10
Ks 13 Acções Ordinárias 50
Kn 14 TOTAL 100

A empresa tenciona usar os lucros retidos


como fonte de financiamento, pelo que vai usar
Ks ou Kn como custo de capital das acções
ordinárias.
64
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Neste caso, o custo de capital médio ponderado, k,

IPCA
será:

Finanças Empresariais II
(nota: considerando Ks - não emissão de novas acções
ordinárias )

k  0,4  5,6%  0,110,6%  0,5 13%


 9,8%

65
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 O Custo de Capital Médio Ponderado (CCMP)


normalmente varia conforme o volume total de

IPCA
investimento que pretendemos financiar. Assim, é
normal que a volumes de investimento maiores

Finanças Empresariais II
correspondam CCMP superiores.
 O Custo de Capital Marginal Ponderado (CCMP’)
corresponde ao acréscimo no CCMP provocado por
um aumento unitário no financiamento global.

66
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Para se chegar ao CCMP’ é necessário determinar os “Pontos

IPCA
de Ruptura”, ou seja, os volumes de financiamento global a
partir dos quais o custo de uma das fontes de financiamento

Finanças Empresariais II
aumenta.
MF j
PR j 
wj

 PRj - ponto de ruptura da fonte de financiamento j;


 MFj - montante de fundos que é possível usar da fonte financiamento

j, sem que o seu custo suba;


 wj - peso da fonte de financiamento j.

67
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Exemplo:

IPCA
 Uma determinada empresa apresenta a seguinte

Finanças Empresariais II
estrutura de capitais.

wi  0,3 ki  5,3%
wp  0,2 k p  10,0%
ws  0,5 k r  13,0% ; kn  13,5%
68
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Estima-se que o montante de lucros retidos será de 3,000,000

IPCA
u.m..
3,000,000 u.m.
PRs   6,000,000 u.m.

Finanças Empresariais II
0,5
 Conclusões:
 Para montantes de financiamento global até 6,000,000 u.m.
Temos:
k = 0,3 * 5,3% + 0,2 * 10% + 0,5 * 13%=10,1%

 Para os montantes que forem além dos 6,000,000 u.m. temos:


k = 0,3 * 5,3% + 0,2 * 10% + 0,5 * 13,5% = 10,34%
- Neste caso vai ser necessário recorrer à emissão de
novas acções ordinárias.
69
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 As obrigações representam fracções iguais de um


empréstimo, proporcionando ao seu titular o direito de

IPCA
receber periodicamente juros e o reembolso do capital
numa determinada data.

Finanças Empresariais II
 As obrigações são títulos caracterizados pela sua:
 transmissibilidade e independência;
 uniformidade;

 indivisibilidade.

70
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 As obrigações apresentam os seguintes elementos:

IPCA
 Taxa de Juro ou taxa do cupão;

Finanças Empresariais II
 Valor nominal;

 Valor de emissão;

 Valor de reembolso;

 Valor de cotação;

 Método de amortização.

71
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES
 As obrigações podem ser de taxa fixa ou de taxa
variável (indexadas a uma determinada taxa,

IPCA
exemplo: uma taxa do Banco de Portugal, taxa de
colocação de determinadas emissões de BT’s,

Finanças Empresariais II
EURIBOR, etc…).

 Para o cálculo do juro considera-se sempre a taxa


proporcional à taxa inscrita na obrigação (que é
assim uma taxa nominal).

72
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 O pagamento de juros das obrigações é feito,

IPCA
normalmente, periodicamente. A periodicidade do
pagamento é definida à partida aquando da emissão

Finanças Empresariais II
das obrigações.

 O valor de emissão das obrigações é o valor (preço)


que os obrigacionistas tem de pagar para adquirirem
esses títulos.

73
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 As obrigações podem ser emitidas numa das

IPCA
seguintes situações:
 Emissão abaixo do par Ve < Vn;

Finanças Empresariais II
 Emissão ao par Ve = Vn
 Emissão acima do par Ve > Vn
 O valor de reembolso é o valor que os obrigacionistas
recebem quando as obrigações são amortizadas. Tal
como no caso da emissão, o reembolso pode ser
efectuado numa das seguintes três situações:

74
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 Reembolso abaixo do par Vr < Vn;

IPCA
 Reembolso ao par Vr = Vn

Finanças Empresariais II
 Reembolso acima do par Vr > Vn.

 Para além do valor nominal, do valor de emissão e do


valor de reembolso, as obrigações possuem ainda o
valor de cotação - que é o valor pelo qual esses
títulos são transaccionados no mercado
obrigacionista da bolsa de valores.

75
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 As obrigações podem ser amortizadas de acordo com

IPCA
um dos seguintes métodos;

Finanças Empresariais II
 Amortização integral através de um único reembolso:
 Com pagamento periódico de juros;
 Com capitalização dos juros.

 Amortização periódicas do empréstimo:


 Com reembolsos periódicos progressivos;
 Com reembolsos periódicos constantes.

76
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 As obrigações podem ser amortizadas utilizando um

IPCA
dos seguintes processos:
 sorteio;

Finanças Empresariais II
 séries;
 dedução do valor nominal dos títulos.

 As obrigações podem ainda ser classificadas como:


 Obrigações de capitalização automática;
 Obrigações sem cupão - o reembolso é feito pelo valor
nominal.

77
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

 Empréstimos obrigacionistas:

IPCA
 Obrigações de taxa fixa;

Finanças Empresariais II
 Obrigações de taxa variável indexada;
 Obrigações sem cupão;
 Obrigações de capitalização automática;
 Obrigações com cupão semestral;
 Obrigações com resgate antecipado;
 Obrigações convertíveis.

78
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES

IPCA
 Empréstimos obrigacionistas:

Finanças Empresariais II
 Obrigações hipotecárias;
 Obrigações com fundos de garantia;
 Obrigações com opção de compra;
 Obrigações com opção de venda;
 Obrigações com “warrants”.

79
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES - FÓRMULAS

IPCA
 Empréstimos obrigacionistas (EO):

Finanças Empresariais II
J J ( j  E 0)
Eo (1  f )    ... 
1  K 0 (1  k0 ) 2
(1  k0 ) n
 O valor do empréstimo pode ser emitido ao par,
abaixo dopar ou acima do par

80
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES - FÓRMULAS

f– custo de flutuação, ie, o que temos de

IPCA
pagar por cada obrigação, em taxa (valor

Finanças Empresariais II
percentual);

 K0– custo das fontes (custo do capital), ie,


quanto custa emitir este empréstimo

 Konão é o valor que devemos considerar


para o cálculo da média aritmética, mas
sim o custo efectivo de financiamento. 81
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
OBRIGAÇÕES - FÓRMULAS

K0e  k0  (k0 *T )  K0e  k0 (1  T )

IPCA
T – taxa de imposto

Finanças Empresariais II
J
E0  (1  T )  E0  ( J  1 / ko )(1  T )
Ko

 No caso de empréstimo perpétuo


 1/r

82
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
RESUMO- EMPRÉSTIMOS

 O custo de capital de um empréstimo bancário ou

IPCA
obrigacionista, Ki ou Kd respectivamente, obtém-se
calculando a taxa de actualização que permite

Finanças Empresariais II
igualar os “cash- -inflows” aos “cash-
outflows”, ou seja, calculando a taxa de
rendibilidade interna do empréstimo.
 NOTA: neste caso a taxa obtida não é líquida de
impostos, pelo que é necessário fazer a devida
correcção.

83
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
EXEMPLO

 Adquirimosum empréstimo de 200

IPCA
obrigações a 1,5€/cada.

Finanças Empresariais II
 (Empréstimo
de obrigações)
E0=200*1,5=300 €

84
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
EXERCÍCIO

 Uma empresa tem um empréstimo por

IPCA
obrigações perpétuo de 1000 u.m., com

Finanças Empresariais II
uma taxa de imposto de 55%.
 Determine o custo do capital desta fonte
assumindo:
a) ao par

b) 10% abaixo do par


c) 10% acima do par

85
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
RESOLUÇÃO

a)ao par

IPCA
E0= 1000 u.m.

Finanças Empresariais II
J=1000*10%=100 u.m.
T=55%
E0=(J*1/k0) <=>1000=100/k0 <=>k0
=0,1=10%
e Custo efectivo:
K  k (1  T )  K e  0,1(1  0,55)  K e  0,045  K e  4,5%
0 0 0 0 0

86
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
RESOLUÇÃO
b) 10% abaixo do par
E0= 1000 (1-0,1)=900 u.m.

IPCA
J=1000*10%=100 u.m.

Finanças Empresariais II
T=55%
Cálculo directo do custo efectivo

E0=(J*1/k0)(1-T) <=>900=(100/k0 )(1-0,55)<=> 900k0


=100-55<=>
 45 / 900de
Recebemos menos (900u.m.)Ke0 teremos
e
 0pagar
,05  51000
% um,
o custo de capital efectivo da obrigação será superior ao
custo de capital da obrigação ao par.
87
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
RESOLUÇÃO

c) 10% acima do par

IPCA
E0= 1000 (1+0,1)=1100 u.m.

Finanças Empresariais II
J=1000*10%=100 u.m.
T=55%
Cálculo directo do custo efectivo

E0=(J*1/k0)(1-T) 1100=(100/k0 )(1-0,55)<=>


1100k0 =100-55<=>
Recebemos mais (110u.m.)K0e teremos  0,pagar
041  4apenas
e
45 / 1100 de ,1%
1000 um, o custo de capital efectivo da obrigação será
inferior ao custo de capital da obrigação ao par.
88
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Como calcular o custo de capital?

IPCA
 No custo de capital estão englobados vários fontes:

Finanças Empresariais II
F1 F2 F3 F4 F5

•Empréstimos • Empréstimos • Acções • Custo das • Lucros


 P1*F1+p2*F2+p3*F3+p4*F4+p5*F5
bancários por Preferências = WACC
Acções Retidos
Obrigações Ordinárias

WACC(k): Média aritmética ponderada do custo de capital

89
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL MÉDIO PONDERADO

 Será necessário determinar o custo de capital efectivo

IPCA
k  wi ki  we ke  wd kd  wp k p  ws kr ou n

Finanças Empresariais II
Wj - peso da fonte de financiamento, j, no total das
fontes de financiamento
Kj - custo de capital da fonte de financiamento j.
Com:
Ki – empréstimos bancários
Ke – lucros retidosKd – empréstimos por obrigações
Kp – acções preferenciais
Kr – acções ordinárias existentes
Kn – emissão de novas acções ordinárias 90
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CUSTO DO CAPITAL

 Na aula anterior vimos exemplos em que foram

IPCA
dados Wj e Kj

Finanças Empresariais II
 Iniciamoso processo de cálculo do Kj para
empréstimos obrigacionistas
J J
E0   K0 
Ko E0
Custo efectivo do capital

K0e  k0  (k0 *T )  K0e  k0 (1  T ) 91


ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
EMPRÉSTIMOS

 O custo de capital de um empréstimo bancário ou

IPCA
obrigacionista, Ki ou Kd respectivamente, obtém-se
calculando a taxa de actualização que permite igualar

Finanças Empresariais II
os “cash- -inflows” aos “cash-outflows”, ou
seja, calculando a taxa de rendibilidade interna do
empréstimo.
 NOTA: neste caso a taxa obtida não é líquida de impostos,
pelo que é necessário fazer a devida correcção.

92
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Capital Próprio

 O capital próprio, cujo custo de capital

IPCA
designaremos por Ke, pode resultar de:

Finanças Empresariais II
 ACÇÕES PREFERENCIAIS, cujo custo designaremos
por Kp;
 ACÇÕES ORDINÁRIAS, cujo custo designaremos por
Ks (para as acções já existentes) ou Kn (para a
emissão de novas acções);
 LUCROS RETIDOS, cujo custo de capital
93
designaremos por Kr.
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais

 Os titulares de acções preferenciais têm direito a um


dividendo prioritário face aos detentores de acções

IPCA
ordinárias.

Finanças Empresariais II
 Normalmente as acções preferenciais não dão direito de
voto por inteiro.
 No entanto, os dividendos não são aceites como custo
fiscal.
 Não existe, normalmente, uma data de reembolso, mas é
frequente as empresas deterem uma opção de recompra
das acções preferenciais.

94
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais

Ap

IPCA
Finanças Empresariais II
Não
Remíveis Remíveis

 Pagáveis – devolve  Perpétua


o
capital no momento n
95
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais

O custo de capital desta fonte de financiamento é

IPCA
dado pela taxa de rendibilidade exigida pelos
detentores de acções preferenciais:

Finanças Empresariais II
Dp Dp
k   k 
 Onde: p
Np p
E p (1  f )
 Kp: taxa de rendibilidade exigida
 Dp: dividendo anual de uma acção preferencial
 Np: produto líquido da venda de uma acção preferencial
 Np= Ep(1-f)

 Ep- valor empréstimo de acções preferenciais e

 f - custo de flutuação, ie, o que temos de pagar por cada


obrigação, em taxa (valor percentual);
96

96
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais

 Exemplo:
 Taxa de distribuição de dividendos (Pay-out) = 10%;

IPCA
Finanças Empresariais II
 Valor esperado da venda de acções preferenciais = €5 por
acção;

 Custos de transacção = €0.6 por acção;

97
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais

 Então temos:
 Dp = 10% * €5 = €0.5

IPCA
Dp: dividendo anual de uma acção preferencial

Finanças Empresariais II
 Np = €5 - €0.6 = €4.4
Np: produto líquido da venda de uma acção preferencial

 Kp = €0.5/ €4.4 = 11,36%


Kp: taxa de rendibilidade exigida

98
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais Não Remíveis

 Exemplo: Uma empresa emite acções preferenciais não


remíveis a 10% do seu valor facial 100 um. Os custos

IPCA
de emissão das acções estimam-se em 5% acima do

Finanças Empresariais II
par do valor esperado de venda.
 Qual é o custo desta fonte se as acções forem emitidas:

a) Ao par
b) 10% acima do par
c) 5% abaixo do par

99
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais Não Remíveis

a) Ao par
Ep= 100 um

IPCA
d= 100*10%= 10 um

Finanças Empresariais II
f=5% do custo de aquisição esperado

Dp 10
k   Kp 
p
E p (1  f ) 100(1  0,05)

 Kp  10,5%

100
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais Não Remíveis

b) Acima do par
Ep= 100 (1+10%)=110 um

IPCA
d= 100*10%= 10 um

Finanças Empresariais II
f=5% do custo de aquisição esperado

Dp 10
k   Kp 
p
E p (1  f ) 110(1  0,05)

 Kp  9,56%
Vamos receber 110um, vamos pagar 100um, logo o
custo do capital Kp é menor, comparativamente com101
a).
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Preferenciais Não Remíveis

c) Abaixo do par
Ep= 100 (1-5%)=95 um

IPCA
d= 100*10%= 10 um

Finanças Empresariais II
f=5% do custo de aquisição esperado

Dp 10
k   Kp 
p
E p (1  f ) 95(1  0,05)

 Kp  11,08%
Vamos receber 95um, vamos pagar 100um, logo o
custo do capital Kp é maio, comparativamente com102
a) e b).
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias

 As acções ordinárias representam fracções de capital


da empresa, dão direito de propriedade;

IPCA
Ao contrário das acções preferenciais, as acções

Finanças Empresariais II

ordinárias não dão direito preferencial a dividendos;

 Existem duas formas de financiamento via acções


ordinárias:

 Retenção de lucros

 Emissão de novas acções

103
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias

 O primeiro passo para se chegar ao custo daquelas


formas de financiamento é determinar o custo de

IPCA
capital das acções ordinárias (Ks).

Finanças Empresariais II
 Ks corresponde à taxa de rendibilidade exigida pelos
accionistas, por forma a manter-se o valor unitário das
acções; é a taxa de desconto dos dividendos futuros.

104
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias

 É possível estimar o custo de capital das acções


ordinárias de várias formas:

IPCA
 Usando o Modelo de Gordon (óptica dos dividendos);

Finanças Empresariais II
 Usando o CAPM;
 Usando o APT e outros modelos.

105
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

 Modelo de Gordon (modelo de crescimento dos


dividendos)

IPCA
D1
P0 

Finanças Empresariais II
ks  g
 Onde:
 P0: cotação de mercado
 D1: dividendo por acção esperado no final do primeiro ano
 Ks: taxa de rendibilidade exigida
 g: taxa de crescimento dos dividendos

106
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

 Segundo este modelo o valor de uma acção


corresponde ao valor presente dos dividendos futuros.

IPCA
 Ks é a taxa de desconto aplicada aos dividendos para

Finanças Empresariais II
se obter o valor de uma acção.

com
D1
ks  g
P0

Po  Eo (1  f ) 107
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

Notas importantes:
 No Modelo de Gordong é estimado em

IPCA
função da história, mas é uma taxa prevista

Finanças Empresariais II
para o futuro, não é uma taxa histórica da
evolução dos dividendos.
 O Modelo de Gordon inclui a incerteza uma vez
que inclui o preço, que por sua vez inclui
incerteza, sendo uma perspectiva futura. Deste
modo engloba o risco.

108
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

 Segundo este modelo o valor de uma acção


corresponde ao valor presente dos dividendos futuros.

IPCA
 Ks é a taxa de desconto aplicada aos dividendos para

Finanças Empresariais II
se obter o valor de uma acção.
 Exemplo:

Ano Dividendo (euros)


2006 1,92
2005 1,8
2004 1,75
2003 1,62
2002 1,55
2001 1,4

109
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

 Obter g (taxa de crescimento dos


dividendos)como uma média aritmética das

IPCA
taxas de crescimento anuais dos dividendos de

Finanças Empresariais II
anos anteriores.
6,67%  2,86%  ...  10,71%
Anos Taxas de crescimento g
2005-06 6,67% 5
2004-05 2,86%
2003-04 8,02%  6,6%
2002-03 4,52%
2001-02 10,71%

110
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

 Então, o custo de capital das acções ordinárias é de :

IPCA
• ;

Finanças Empresariais II
D1
ks  g D1  2eP0  20
P0

€2
ks   6,6%  16,6%
€20

111
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

Exercício prático:
 Estime o custo das acções ordinárias se:

IPCA
a) O preço actual das acções é de 150 um.

Finanças Empresariais II
b) O custo de emissão por acção é de 3 um.

c) Os dividendos pagos no passado recente foram:

Ano Dividendo (euros)


t0 10,50
t1 11,02
t2 12,16
t3 12,76
t4 13,40

112
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

g (taxa de crescimento dos dividendos) como


uma média aritmética das taxas de crescimento

IPCA
anuais dos dividendos de anos anteriores.

Finanças Empresariais II
Anos Taxas de crescimento 4,95%  10,34%  4,93  5,02%
g
t0-t1 4,95% 4
t1-t2 10,34%  6,30%
t2-t3 4,93%
t3-t4 5,02%

113
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

g(outro método de cálculo – taxa de evolução


média:

IPCA
Finanças Empresariais II
10,50(1  g ) t  13,40 
Ano Dividendo (euros)
t0 10,50 13,40
t1 11,02
 (1  g ) 
4

10,50
t2 12,16
t3 12,76 13,40 (1/ 4 )
t4 13,40  g ( ) 1 
10,50
 g  6,29%

114
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

 o custo de capital das acções ordinárias é de :

IPCA
Finanças Empresariais II
d1
ks  g
Eao (1  f )
13,40 *1,0629
 ks   0,0629 
150  3
 k s  15,98%
115
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Modelo de Gordon

 Desvantagens:
 Em determinadas circunstâncias este modelo não é

IPCA
válido como:

Finanças Empresariais II
 No início da actividade da empresa;
 Quando o ciclo do produto está numa pior fase.

116
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Formulário

 Modelo de Gordon

IPCA
D1 D1
P0  ks  g
ks  g

Finanças Empresariais II
P0
 Onde:
 P0: cotação de mercado
 D1: dividendo por acção esperado no final do primeiro ano
 Ks: taxa de rendibilidade exigida
 g: taxa de crescimento dos dividendos

117
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Capital Asset Pricing Model – CAPM

IPCA
O CAPM descreve a relação existente entre a

Finanças Empresariais II
taxa de rendibilidade esperada pelos
accionistas (Ks) e o risco de mercado das suas
acções.

 Pressupõe-se que o investidor é avesso ao


risco, pelo que, para níveis de risco mais
elevados, irá exigir taxas de rendibilidade
118
maiores.
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Neste modelo considera-se que os activos estão


expostos a dois tipos de risco:

IPCA
 Risco específico: é próprio das especificidades de cada empresa; do
sector em que se insere, etc. Trata-se de um tipo de risco que pode

Finanças Empresariais II
ser eliminado pela diversificação da carteira do investidor.
 Risco de mercado: tem a ver com os riscos respeitantes à economia
como um todo; afecta todos os negócios. Trata-se de um tipo de
risco que não é possível eliminar.
 Segundo o CAPM, o custo de capital das acções
ordinárias corresponde à taxa de rendibilidade exigida
pelos investidores como compensação pelo risco de
mercado ao qual estão expostos.

119
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 O rigor na estimativa do custo de capital das acções


ordinárias pela óptica do mercado depende de dois

IPCA
pressupostos fundamentais:
 Eficiência dos mercados – todos os investidores têm acesso

Finanças Empresariais II
à mesma informação e perante informações idênticas
formam expectativas idênticas; a relação rendibilidade/ risco
é consistente entre activos com risco comparável.
 A relação entre risco e rendibilidade é estável ao longo do
tempo (estimativa através de dados históricos).

120
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

k s  rf    (rm  rf )

IPCA
 mede o risco de mercado de um activo

Finanças Empresariais II

 Um activo com  >1 tende a ampliar as oscilações de mercado
 Um activo com  <1 tende a reduzir as oscilações de mercado.

Neste caso,  mede a sensibilidade média dos activos da


empresa face a variações do mercado.

121
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 rf: taxa de rendibilidade de activos sem risco;


 rm: taxa de rendibilidade do mercado (rendibilidade de uma

IPCA
carteira com  = 1);
 rm - rf : prémio de risco de mercado;

Finanças Empresariais II
 O CAPM considera que, num mercado competitivo, o
prémio de risco varia proporcionalmente ao .

122
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Exemplo:
 Taxa de rendibilidade dos BTs = 7%

IPCA
  = 1,5

Finanças Empresariais II
 Rendibilidade de mercado = 11%

ks  7%  1,5  (11%  7%)  13%


123
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Estimativa do beta
 O modelo CAPM pode ser apresentado da seguinte forma:

IPCA
 Ks = a + rm, onde a = rf(1- ) (Modelo de mercado).

Finanças Empresariais II
 Estimando esta regressão linear pelo método dos mínimos
quadrados ordinários, obtém-se uma estimativa para o beta.
 Para tal, basta apenas ter rendibilidades históricas do mercado e das
acções ordinárias.
 Rendibilidades geométricas:

 Pi 
ri  ln   124
 Pi 1 
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Como aproximação à rendibilidade de mercado usa-se


a rendibilidade de um determinado índice bolsista.

IPCA
 Esse índice deve apresentar as seguintes

Finanças Empresariais II
características:
 Incluir o maior número possível de acções;
 Estar ajustado de dividendos, i.e., deve considerar a
rendibilidade por via da mais ou menos-valia da variação do
preço e dos dividendos;
 Ser uma média ponderada, e não aritmética, do valor dos
títulos no mercado.

125
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Outros aspectos a considerar:

IPCA
 Período de intervalo das rendibilidades;

Número de períodos da amostra.

Finanças Empresariais II

 Estimativa da taxa de juro sem risco

 É possível estimar o  usando todas as variáveis que


compõem o CAPM. Neste caso, estimar-se-ía a regressão: Y= 
+ X, onde Y = ks – rf,  = 0 e X é o prémio de risco de mercado.

 Assim, para além da rendibilidade de mercado, é necessário


também estimar a rendibilidade do activo sem risco.

 NOTA: O modelo de mercado pode ser estimado sem ser


126
usada rendibilidade do activo sem risco.
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Normalmente são usadas as obrigações do tesouro


como activo sem risco.

IPCA
 A rendibilidade das obrigações do tesouro é dada

Finanças Empresariais II
pela sua yield to maturity – taxa de rendibilidade até à
maturidade (TRM), que se obtém da seguinte forma:

n
J i  Ri
 B0   0
i 1 (1  TRM )
i

 B0 – preço da obrigação no dia da análise;


 Ji – juros a receber no período i;
 Ri – Reembolso do capital no final do período i;
 TRM – taxa de rendibilidade até à maturidade; 127
 n – maturidade da obrigação.
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Qual o prazo mais adequado da TRM a ser utilizada no


CAPM?

IPCA
 O mesmo da rendibilidade de mercado;
 Quando se avaliam empresas, muitas vezes utiliza-se uma taxa com

Finanças Empresariais II
maturidade de longo prazo (ex.: 10 anos). Trata-se de uma taxa
consistente com o beta de mercado, uma vez que a sua duração é
relativamente próxima da duração dos activos da empresa e do
índice de mercado.
 Contudo, é necessário admitir que a estrutura temporal das taxas de

juro é plana, o que não acontece na realidade.

128
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 Para contornar este problema e fazer uma análise mais adequada à

IPCA
realidade, deverão ser usadas taxas de juro spot do período do fluxo
que se pretende actualizar.

Finanças Empresariais II
 De salientar que duas obrigações do tesouro com o mesma
maturidade não têm necessariamente o mesmo nível de risco porque
o padrão de fluxos de caixa pode ser diferente, daí as TRMs também
serão diferentes.

129
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM

 A presença da inflação
 Nos mercados financeiros todas as taxas de juro e de

IPCA
rendibilidade são publicadas em termos nominais.

Finanças Empresariais II
 Relação entre taxas nominais e reais:
 rn = (1+rr)(1+) - 1, onde:

 rn é a taxa de juro nominal;

 rr é a taxa de juro real;

  é a taxa de inflação.

 Tal como na análise de projectos também na avaliação de


empresas deverão utilizar-se taxas nominais para
actualizar fluxos de caixa a preços correntes e taxas reais
para actualizar fluxos a preços constantes.

130
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – CAPM vs Modelo de Gordon

 Comparação entre o CAPM e o Modelo de Gordon.


 O CAPM considera o risco da empresa na determinação da taxa

IPCA
de rendibilidade exigida; no Modelo de Gordon não se entra em

Finanças Empresariais II
consideração com o risco, usa-se o preço de mercado (P0).

 O CAPM não usa valores de mercado, pelo que não permite


saber o preço de emissão de novas acções ordinárias; o Modelo
de Gordon permite obter esse preço, bastando para isso entrar
em linha de conta com o valor líquido da emissão das novas
acções.

 O suporte teórico do CAPM é mais forte que o do Modelo de


Gordon. 131
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Críticas ao CAPM

 Algumas críticas que derivam de estudos empíricos


realizados:

IPCA
 Alguns estudos provaram que os aumentos/ diminuições das

Finanças Empresariais II
rendibilidades não foram proporcionais ao beta;
 efeito dimensão: acções de empresas mais pequenas ou com rácios
valor de mercado/ valor contabilístico mais alto tiveram
rendibilidades superiores às previstas no CAPM, passando-se o
contrário com empresas maiores. Possível razão: as empresas mais
pequenas estão sujeitas a outros factores de risco que não são
captados pelo CAPM

132
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Acções Ordinárias – Críticas ao CAPM

 O risco financeiro não é integralmente captado pelo beta; para além


do beta existe uma relação positiva entre endividamento e

IPCA
rendibilidade média.

Finanças Empresariais II
 A falta de liquidez provoca distorções nos betas.

 Vários estudos apresentam regressões do CAPM com R2 baixos, o


que evidencia que o beta não é o único factor explicativo das
rendibilidades das acções, nem incorpora integralmente o risco
financeiro.

133
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Formulário

 Modelo de Gordon

IPCA
D1 D1
P0  ks  g
ks  g

Finanças Empresariais II
P0
 Onde:
 P0: cotação de mercado
 D1: dividendo por acção esperado no final do primeiro ano
 Ks: taxa de rendibilidade exigida
 g: taxa de crescimento dos dividendos

134
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
Formulário
 Modelo CAPM

k s  rf    (rm  rf )

IPCA
Finanças Empresariais II
  u(1  P / CP)(1  t )
  mede o risco de mercado de um activo
 Um activo com  >1 tende a ampliar as oscilações de mercado

 Um activo com  <1 tende a reduzir as oscilações de mercado.

Neste caso,  mede a sensibilidade média dos activos da empresa


face a variações do mercado.

135
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – APT

IPCA
 Segundo o modelo APT (Arbitrage Pricing
Theory), dois activos idênticos deverão ter o

Finanças Empresariais II
mesmo valor no mercado.

 Ao contrário do CAPM, o APT considera que a


rendibilidade das acções é influenciada não
apenas pelo risco de mercado mas por uma
variedade de factores, por exemplo, factores de
ordem macroeconómica.
136
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – APT

IPCA
 O cálculo da rendibilidade exigida pelos accionistas
ordinários, i.e., o custo de capital das acções

Finanças Empresariais II
ordinárias é obtido através da seguinte equação:

ks  rf  i11  i 22  ...  inn


Onde:
ks é o custo de capital das acções ordinárias;
rf é a rendibilidade do activo sem risco;
ij é a sensibilidade do activo i ao factor j; 137

j é o prémio de risco do factor j.


ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – APT

 Principais desvantagens do APT:

IPCA
 Maior complexidade em termos de estimação do

Finanças Empresariais II
modelo;
 O APT refere que a rendibilidade das acções das
empresas depende de vários factores mas não diz
quais; normalmente faz-se uma análise estatística para
se encontrar esses factores, contudo, essa análise,
pode por vezes levar a factores com reduzido
significado económico.

138
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – OUTROS MÉTODOS

 Outros métodos para estimar o custo de capital das acções

IPCA
ordinárias:
 Método do inquérito directo

Finanças Empresariais II
 questionar directamente os investidores sobre qual a
rendibilidade que estariam dispostos a obter pelo
investimento.
 Modelos multifactor
 Modelo de Fama e French: parte do CAPM e inclui outras
variáveis para explicar a rendibilidade exigida de uma acção.
 Ks - rf = (rm - rf) + s.SMB + h.HML, onde SMB é a diferença
de rendibilidade entre empresas pequenas e grandes e HLM
a diferença entre empresas com elevado e baixo rácio “valor
contabilístico do CP/valor de mercado”.

139
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – OUTROS MÉTODOS

 Custo das acções ordinárias em mercados regulados

IPCA
 mercados regulados são aqueles em que o governo controla
directa ou indirectamente a concorrência, os preços, e/os

Finanças Empresariais II
produtos.
 A regulação (ex: fixação de um limite para o preço) condiciona o

valor de uma empresa. Nestas circunstâncias, a melhor forma de


determinar o custo de capital das acções das empresa é através
do modelo de Gordon.
 Um outro método alternativo é o CAPM com 3º momento: ks - rf =

c0 + c1.(Rm - Rf) + c2.(Rm - Rm)2.

140
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – OUTROS MÉTODOS

 Custo do capital próprio das instituições financeiras

IPCA
 É de esperar que a cotação das acções dos bancos seja mais
sensível a variações da taxa de juro do que as outras empresas.

Finanças Empresariais II
 O custo de capital das acções seria dado por: ks = rf + .(rm - rf) +

b.(rm - Rri), onde Rri corresponde à alteração das taxas de juro


não antecipadas pelo mercado; a sua estimação poder ser obtida
através de um modelo auto-regressivo de terceira ordem).

141
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – OUTROS MÉTODOS
 Custo de capital das acções em função da capitalização
bolsista
 Considera-se que a dimensão é uma variável importante para explicar a

IPCA
rendibilidade.
 Este método relaciona directamente a rendibilidade das acções com a

Finanças Empresariais II
dimensão da empresa, medida pelo logaritmo da sua capitalização
bolsista: ks = a + b.ln(CB), onde CB é a capitalização bolsista da
empresa.
 Método resultado/preço
 Não considera o risco nem a possibilidade de reinvestimentos
(crescimento nulo), daí não ser muito aconselhado para calcular o custo
do capital próprio.
 Ks = resultado por acção/preço da acção.

142
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – OUTROS MÉTODOS

 Na prática...

IPCA
 Muitas vezes por falta de tempo ou meios para efectuar cálculos
mais elaborados, apura-se o custo do capital próprio adicionando

Finanças Empresariais II
um prémio subjectivo ao custo do capital alheio.
 Esse prémio dependerá do analista e do nível de risco que ele

atribui à empresa que está a estudar.

143
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

EXERCÍCIO CUSTO DE CAPITAL - CAPM


ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
EXERCÍCIO CAPM

 CAPM Suponha que a taxa livre de risco (rf)


seja de 8% e o retorno esperado do mercado

IPCA
(rm) seja de 16%. Se determinada acção tiver

Finanças Empresariais II
um retorno esperado de 24% (ks) , qual
k s  rf    (rm  rf )
deverá ser o beta?

E ( k s )  24%; r f  8%;
E ( rm )  16%; E ( r f )  8%
 ?
145
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
ACÇÕES ORDINÁRIAS – APT

 Como o retorno esperado de mercado é de 16%, o

IPCA
prémio de riso de mercado é 16% - 8% = 8%. A primeira
acção tem beta de 0,7, assim, o retorno esperado é de

Finanças Empresariais II
8% - 0,7*8% = 13,6%.
 Para a segunda acção, o prémio é de 24%-8%=16%.

 Como isso é duas vezes maior do que o prémio de risco


do mercado, o beta dever ser exactamente igual a 2.

146
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL
CAPM

IPCA
 Com o CAPM

Finanças Empresariais II
E (k s )  rf    [( E (rm )  E (rf )] 
 24%  8%  (16%  8%) *  
16%
   2,0
8%

147
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Capítulo 6. Óptica dinâmica de avaliação de

Finanças Empresariais II
empresas
 Estrutura de fluxos de caixa.
 Método dos fluxos de caixa actualizados.
 Outras Metodologias.

148
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Modelo do Discounted Cash Flow (DCF) –

IPCA
Modelo do valor actual dos fluxos monetários

Finanças Empresariais II
futuros

Este modelo determina o valor da empresa, numa


perspectiva dinâmica de continuidade da mesma.

O seu valor não depende da sua situação actual nem


do passado, resulta sim, fundamentalmente da sua
capacidade de gerar fluxos monetários (cash flows)
futuros.
149
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
 1º passo – determinar os cash flows líquidos da
empresa

IPCA
O cash inflow depende do nível dos custos e dos proveitos de

Finanças Empresariais II
exploração, ou seja, do EBIT ou RAJI.
EBIT - Lucro antes de encargos financeiros e impostos
RAJI - resultado antes de encargos financeiros e impostos

Ao EBIT teremos de retirar o valor dos impostos, isto é, EBIT (1-t), o


que igualará o resultados antes de juros. E posteriormente
adicionamos as amortizações, dados que estas representam custos
não desembolsáveis:

EBIT *(1-t) + Amortizações ou RAJI *(1-t) + Amortizações


150
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
 1ºpasso – determinar os cash flows líquidos da
empresa (cont.)

IPCA
Finanças Empresariais II
Análise do investimento em capital fixo e do investimento em
fundo de maneio, que surgem como cash outflow.

Logo, o cash flow líquido será:

CF = EBIT*(1-t) + Amortizações – Investimento em capital fixo –


Investimento em fundo de maneio

151
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
 2º passo – determinar o valor do negócio
(designado de Enterprise Value (EV))

IPCA
Finanças Empresariais II
n
EV  t 1
CF
(1  CMP ) t

 Logo, teremos a actualização dos cash flows futuros a


uma taxa de desconto apropriada, ou seja, o custo médio
ponderado do capital. 152
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
3º passo – determinar o valor de continuidade da
empresa

IPCA
Finanças Empresariais II
O horizonte temporal da avaliação de uma empresa
engloba dois momentos distintos:

-Período inicial – horizonte previsto para o cash flows de


exploração;

-Período de continuidade – geralmente admite-se como


perpétuo, será, o valor da empresa no fim da sua vida, o
seu valor residual, calculamos assim o designado valor de
continuidade da empresa. 153
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
3º passo – determinar o valor de continuidade da empresa (cont.)

Dada a dificuldade de calculo do valor de continuidade pode ser dados por:

IPCA
Finanças Empresariais II
Em que: CFn 1 CFúltimoano
VC  ou
CMP  g CMP  g
CFn 1 - EBIT *(1-t) *(1+g) – investimento em capital fixo (n+1) *g

154
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
3º passo – determinar o valor de
continuidade da empresa (cont.)

IPCA
Finanças Empresariais II
Investimento em fundo de maneio:

Capital Capital Activo fixo Capital


Total investido Próprio
Fundo de +
maneio Dívida

Activos Activos extra- =


extra- exploração
exploraç 155
ão
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
4º passo – determinar o valor da empresa

IPCA
Valor da empresa = EV + valor de mercados dos activos

Finanças Empresariais II
extra-exploração + Valor de continuidade descontado (VC)

Em que:
Valor dos activos extra-exploração – engloba aplicações
financeiras de curto prazo, resultados extra-ordinários, e o
cash flow de investimento em actividades de extra-
exploração.

156
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Capítulo 4. Avaliação de empresas com

Finanças Empresariais II
Base nos Indicadores de Mercado

 Avaliação pelo PER, PCE, PBV e PS.


 Avaliação com base no conceito “enterprise
value”.

157
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado

Introdução
 Baseado essencialmente em rácios calculados

IPCA
através da cotação bolsista das acções da

Finanças Empresariais II
empresa, este método elimina a problemática
acerca da estimação dos parâmetros de
risco, taxas de crescimento, dado que o
preço é determinado pelo mercado;
 Assume como principal pressuposto que os
mercados são eficientes, ou seja, que a cotação
reflecte correctamente todas as informações
disponíveis no mercado. 158
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado

IPCA
Definição
 Método comparativo que tem por base a

Finanças Empresariais II
proporção entre o valor de mercado da
empresa e uma medida do seu output,
nomeadamente os Resultados, o Cash Flow
liberto ou as Vendas

159
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado

Aplicabilidade
 Empresas Cotadas: comparabilidade directa

IPCA
 Empresas Não Cotadas: por “comparação

Finanças Empresariais II
indirecta” com indicadores de empresas
semelhantes em termos de risco, rendibilidade e
dimensão ou de indicadores médios do sector.

 Modelo Multiplicativo
Valor da Empresa = VCE x Mm, com:
 VCE – Variáveis Contabilisticas da Empresa
 Mm – Múltiplos de Mercado
160
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado

Múltiplos de Mercado

IPCA
Finanças Empresariais II
 Price Earning Ratio (PER)
 Price Book Value (PBV)

 Price Sales Ratio (PSR)

 Price Cash Dividends (PCD)

 Price Cash Flows (PCF)

161
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado – Empresas Não Cotadas

Valor da Empresa = VCE x Mm

IPCA
 Variáveis Multiplicadores
 Resultados Price Earnings Ratio (PER)

Finanças Empresariais II
 Cap. Próprio Price Book Value (PBV)
 Vendas Price Sales Ratio (PSR)
 Dividendos Price Cash Dividens (PCD)
 Cash Flows Price Cash Flows (PCF)

Empresa Empresas de Risco Semelhante


162
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE EARNINGS RATIO (PER)

Definição

IPCA
 «Reflecte o potencial de crescimento
apercebido pelo mercado bolsista, o nível de

Finanças Empresariais II
risco envolvido no negócio e a política de
dividendos» (Saias, 1998)
 Fórmula Po d (1  g )
PER  
RPAo Ke  g
P0 – cotação da acção no ano 0
RPA0 – resultados por Acção no ano 0 163
Finanças Empresariais II

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PER


1. PER

IPCA
Po VCP
PER  
P0 – preço da cotação
RPAo RL
RPA – resultado por acção
RCP – resultado por acção

P ^
A  PERc * RPAA
164
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
165

165
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PER

IPCA
Finanças Empresariais II
166

166
Finanças Empresariais II

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PER


PA  PERc * RPAA
^

IPCA
167
Finanças Empresariais II

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PER


1. PER - decomposição

IPCA
Po VCP d (1  g )
PER   
RPAo RL Ke  g
d

K e  RCP (1  g )
P0 – preço da cotação
RPA – resultado por acção
RCP – resultado por acção

168
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PER


1. PER - decomposição

IPCA
Po d

Finanças Empresariais II
RPAo K e  RCP (1  g )

169

169
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PER

IPCA
Finanças Empresariais II
170

170
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PER


 Conclui-se que o PER reflecte a ideia que os

IPCA
accionistas têm da gestão da empresa, desde

Finanças Empresariais II
aspectos operacionais aos financeiros, e o
comportamento dos investidores face ao risco.

 O diagrama seguinte pode ser usado para se


estimar o PER da empresa.

171

171
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE EARNINGS RATIO (PER)

IPCA
 Deste modo, um PER elevado pode indicar:

Finanças Empresariais II
 Boas expectativas de crescimento esperado
(g) (d) (RPA);
 acções com pouco risco (ke);
 empresa sobreavaliada (P0).

172
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE EARNINGS RATIO (PER)

Aplicabilidade como indicador comparativo


 Evolução ao longo do tempo

IPCA
 Para uma mesma empresa, analisar evolução do PER

Finanças Empresariais II
durante um determinado período de tempo;
 Entre empresas do mesmo sector
 Comparação entre empresas do mesmo sector,
normalmente, as concorrentes da empresa em estudo;
 Entre diferentes sectores
 Permite aos agentes que investem em diversos negócios ou
sectores de actividade, identificarem alternativas de
investimento mais ou menos atractivas;
 Entre diferentes países
173
 A fim de se avaliar mercados sub ou sobreavaliados.
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE EARNINGS RATIO (PER)

Vantagens
 Interpretação simples e directa

IPCA
 Representa o preço pago em relação aos rendimentos

Finanças Empresariais II
obtidos;
 Simples de calcular

 Muito utilizado pela sua facilidade de obtenção e


utilização;
 Vasta aplicação facilita comparabilidade entre acções

 Incorpora as percepções do mercado em relação às


principais politicas operacionais e financeiras da empresa

174
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE EARNINGS RATIO (PER)

Desvantagens
 Não tem significado para resultados negativos

IPCA
 Bastante sensível a pequenas variações dos resultados

Finanças Empresariais II
 Pouco poder explicativo

 Uma vez que compara expectativas futuras (no P0


reflectem-se as expectativas do mercado em termos de
crescimento, distribuição de dividendos, risco) com
resultados históricos (RPA0)
 Significativamente influenciado por métodos e políticas
contabilísticas
 Inviabiliza a comparabilidade de empresas, sectores ou
países com práticas contabilísticas distintas
 Dificilmente se identificam empresas comparáveis 175
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE BOOK VALUE (PBV)

Definição

IPCA
 Rácio entre o valor de mercado das acções e o valor
das acções inscritas na Contabilidade (Book Value)

Finanças Empresariais II
Po RCP*d (1 g )
PBV   RCP*PER 
BVo k g

 P0 – Cotação actual
 BV0 – Valor Contabilístico dos Capitais Próprios

 por acção 176


AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE BOOK VALUE (PBV)

Exemplo

IPCA
 Estimativa do preço da CIMPOR com base em múltiplos

Finanças Empresariais II
da SEMAPA:
 PBVSemapa = PSemapa / BVASemapa = (3,85 / 1,66) =
2,32 €

 Sabemos que BVCimpor (Valor Contabilistico dos


Capitais Próprios por Acção)
 = 8,58 €

 177
PEstimado Cimpor = PBVSemapa X BVCimpor = 19,91

AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE BOOK VALUE (PBV)

 Interpretação

IPCA
 PBV = 1 Vale o que

Finanças Empresariais II
O valor de mercado das acções é igual nela foi
investido
ao seu valor contabilístico
 PBV > 1
Vale mais do
O valor de mercado das acções é superior que nela foi
ao seu valor contabilístico investido

 PBV < 1

O valor de mercado das acções é Vale menos


do que nela
inferior ao seu valor contabilístico foi investido 178
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE BOOK VALUE (PBV)

 Interpretação

IPCA
 PBV = 1 Vale o que

Finanças Empresariais II
O valor de mercado das acções é igual nela foi
investido
ao seu valor contabilístico
 PBV > 1
Vale mais do
O valor de mercado das acções é superior que nela foi
ao seu valor contabilístico investido

 PBV < 1

O valor de mercado das acções é Vale menos


do que nela
inferior ao seu valor contabilístico foi investido 179
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE BOOK VALUE (PBV)

Para empresas que não distribuem dividendos.

IPCA
Através da taxa de crescimento sustentável:

Finanças Empresariais II
 PBV = RCP - g
 ke – g
 RCP > ke P > BV PBV > 1
 RCP = ke P = BV PBV = 1
 RCP < ke P < BV PBV < 1

RCP  g )
PBV 
ke  g
180
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE BOOK VALUE (PBV)

Vantagens

IPCA
 Para além das vantagens directamente imputáveis

Finanças Empresariais II
referidas no PER
 Pode ser utilizado mesmo com valores negativos

Desvantagens
 Para além das desvantagens directamente imputáveis
referidas no PER
 Não é aplicável a empresas tecnicamente falidas
(com valor contabilístico do capital próprio negativo)
181
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV


3. PBV

IPCA
Finanças Empresariais II
182

182
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV


1. PCE

IPCA
Finanças Empresariais II
183

183
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV


• O valor contabilístico por acção representa os

IPCA
capitais investidos pelos accionistas na empresa

Finanças Empresariais II
(capital inicial acrescido de resultados retidos), pelo
que um PBV inferior a 1 evidencia uma gestão que
não acrescentou valor para os accionistas.
• Por exemplo, no caso de Sonae Indústria em 1999,
apesar de acréscimo do valor contabilístico por
acção, o valor contabilístico por acção, o valor de
mercado não acompanhou essa evolução.
• Pelo contrário, os preços de cotação caíram.
184

184
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV

IPCA
Finanças Empresariais II
185

185
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV

IPCA
Finanças Empresariais II
186

186
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV

IPCA
Finanças Empresariais II
187

187
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV

IPCA
Finanças Empresariais II
188

188
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PBV

IPCA
Finanças Empresariais II
189

189
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE SALES RATIO (PSR)

Definição
 Em termos gerais, dá-nos a relação entre o valor de

IPCA
mercado de determinada acção (P0) e o valor do
volume de negócios por acção (VNA0).

Finanças Empresariais II
Po
Exemplo
PSR 
VNAo
 Estimativa do preço da CIMPOR com base em múltiplos
da SEMAPA:
 PSRSemapa = PSemapa / VNASemapa = (3,85 / 2,07)
= 1,86 €
 Sabemos que VNACimpor = 9,51 €
 PEstimado Cimpor = PSRSemapa X VNACimpor =
1,86 € x 9,51 € = 17,69 € 190
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE SALES RATIO (PSR)

Valor de uma Marca


Damodaran (2002) sugere o seguinte indicador para

IPCA
valorizar o efeito produzido por uma marca no valor da

Finanças Empresariais II
empresa, comparando os indicadores de mercado de 2
empresas semelhantes de marcas distintas, ou
comparando o indicador de uma empresa com marca
com o indicador de uma empresa semelhante mas sem
marca.
ValorEmpresa  PSR * Vendas

ValorEmpresa  ( PSR Marca* PSRGenérico ) * VendasMarca


191
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Indicadores de Mercado PRICE SALES RATIO (PSR)

Vantagens
 Para além das vantagens directamente imputáveis referidas no PER

IPCA
 Pode ser calculado mesmo para empresas em muito má situação
económico-financeira

Finanças Empresariais II
 Não é tão sensível, dado que as vendas são menos variáveis que
os resultados
 Permite análise mais directa relativamente aos efeitos das políticas
comerciais praticadas

Desvantagens
 Para além das desvantagens directamente imputáveis
referidas no PER
 A maior estabilidade do Volume de Negócios em relação aos
resultados líquidos não evidencia o risco operacional e 192
financeiro
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PS
4. PS – O Múltiplo volume de negócios

IPCA
Finanças Empresariais II
193

193
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PS

IPCA
Finanças Empresariais II
194

194
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II - PS
• Sabendo-se que o preços de cotação da Semapa

IPCA
em 30 de Dezembro de 2000 era de 3.85€, e o

Finanças Empresariais II
price to sales (PS) calcula-se da seguinte forma:

3,85€
PSsemapa   1,85 €
2,00€

195

195
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
196

196
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
197

197
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
198

198
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
199

199
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
200

200
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
201

201
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Avaliação com base no conceito de Enterprise Value

Finanças Empresariais II
Por Enterprise Value (valor da empresa) entende-se o
valor dos capitais totais investidos na empresa
líquidos de disponibilidades – capitais próprios,
capital alheio (líquido de disponibilidades) e
interesses minoritários – avaliados a preços de
mercado.

A empresa neste método comparativo é encarada na


óptica da entidade, ou seja, dos capitais totais
202
investidos na empresa líquidos de disponibilidades.
202
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Avaliação com base no conceito de Enterprise Value

IPCA
Múltiplos baseados no conceito de enterprise value

Finanças Empresariais II
Os rendimentos relacionados com o entreprice value devem
ser tomados na óptica da entidade (não dos capitais
próprios), nomeadamente os seguintes:
- Resultados antes de juros e impostos (RAJI): Aos
resultados líquidos devem sofrer os ajustamentos já
referidos no PER. Procura apurar-se os RAJI
normalizados, isto é, com possibilidade de continuidade
futura.
- Daí que alguns analistas financeiros prefiram utilizar os
resultados operacionais ajustados, admitindo que os
resultados extraordinários não são sustentáveis 203 a
prazo.
203
Finanças Empresariais II IPCA

FINANÇAS EMPRESARIAIS II
Avaliação com base no conceito de Enterprise Value

IPCA
Finanças Empresariais II
204

204
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

Capítulo 2. Óptica estática ou

IPCA
patrimonial de avaliação de

Finanças Empresariais II
empresas

205
CAPÍTULO 2) ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL

IPCA
 Antes de se proceder à avaliação é necessário
auditar as demonstrações financeiras para
averiguar se os princípios contabilísticos estão a
ser devidamente aplicados.
Os desvios mais comuns são:
1. Capitalização de despesas que deveriam ser consideradas custos
(I&D, despesas de manutenção);
2. Sobreavaliação de imobilizado e capital próprio por reavaliações
livres;
3. Sobreavaliação de existências;
4. Não regularização das existências obsoletas;
206
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
Os desvios mais comuns são (cont.):

IPCA
5. Sobreavaliação de clientes e outros devedores por falta de
provisões para cobranças duvidosas;

Finanças Empresariais II
6. Não utilização do princípio de especialização dos exercícios
(contabilização de pagamentos em vez de custos);
7. Fazer a circularização a bancos e locadoras financeiras no intuito
de confirmar os saldos devedores e credores da empresa com
essas instituições;
8. Conferir a contabilização e os pagamentos ao Estado;
9. Investigar sobre a existência de valores e riscos à margem das
demonstrações financeiras (fundos de pensões, seguros de bens
e pessoas, risco cambial, riscos políticos, etc.)

207
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
 Ajustamentos da Demonstração de Resultados

IPCA
 Acrescentar aos custos operacionais o que resulta de:
 ajustar a remuneração dos empresários e familiares a trabalhar

Finanças Empresariais II
na empresa;
 ajustar a amortização do exercício por forma a reflectir a vida
económica do bem;
 contabilizar o custo das vendas a preços correntes;

 ajustar o valor das rendas pagas pelo uso de imóveis de


terceiros;
 incluir custos do exercício que não foram considerados;

 incluir provisões para cobranças duvidosas do exercício que não


foram consideradas.

208
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
 Excluir dos custos e proveitos operacionais itens com

IPCA
carácter extraordinário que se prevê não se repetirem
no futuro:

Finanças Empresariais II
 custos de greves, sinistros, falências de clientes,...

 Custos de indemnizações ao pessoal por

despedimentos resultantes de reestruturações;


 custos ou proveitos com processos judiciais

extraordinários;
 Mais e menos-valias de activos;

 ganhos e perdas resultantes do encerramento de

alguma actividade da empresa.

209
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
 Ajustar os resultados antes de impostos de todos os

IPCA
custos e proveitos não operacionais e não recorrentes.

Finanças Empresariais II
 Ajustar os resultados líquidos pelos impostos sobre os
lucros normais e com carácter de permanência.

210
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
 Ajustamentos ao balanço

IPCA
 Como no balanço se registam activos e passivos pelo
seu valor contabilístico (custo histórico), estes valor

Finanças Empresariais II
não podem ser utilizados directamente para efeitos de
avaliação, uma vez que o valor contabilístico do capital
próprio (Activo - Passivo) não corresponde ao seu
valor de troca.
 Para se ultrapassar este problema, usa-se o balanço
contabilístico ajustado em dois aspectos principais:
 identificação dos activos e passivos contingenciais não
registados no balanço;
 avaliação de rubrica dos activos e passivos segundo um
determinado critério de valorimetria, que não o custo
histórico.
211
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
 Critérios de valorimetria possíveis a adoptar:

IPCA
 Valor venal: produto da venda em condições normais;
 Valor de realização: valor resultante da venda do património

Finanças Empresariais II
deduzido das despesas de venda;
 Valor de reposição: valor ao qual os activos seriam adquiridos
no mercado, tendo em conta o seu estado actual;
 Valor de liquidação: valor da empresa no caso de
encerramento da sua actividade;
 Justo valor de mercado: valor pelo qual um bem é trocado
entre comprador e vendedor, numa transacção em que ambos
estão interessados e são conhecedores (Directriz Contabilística
nº 13).

212
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
 Com base num destes critérios obtém-se o Valor Substancial

IPCA
(soma dos valores atribuídos aos diversos elementos do património)
que é considerado o valor analítico da empresa.
 O valor substancial pode ser encarado em duas ópticas:
 Óptica da entidade:
 Valor substancial bruto: óptica tradicional do balanço, inclui todas as
rubricas do activo avaliadas ao seu justo valor.
 Valor substancial bruto económico = valor substancial bruto - passivo
cíclico.
 Óptica dos capitais próprios:
 Valor substancial líquido: capital próprio avaliado ao justo valor

213
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
 O justo valor pela Directriz Contabilística nº 13

IPCA
Finaças Empresariais II
 Esta directriz visa determinar o valor substancial líquido

(soma dos valores atribuídos aos diversos elementos do património,


que é considerado o valor analítico da empresa)

 Para tal cada rubrica do balanço é avaliada ao seu justo valor; o


valor substancial líquido é obtido pela diferença entre activos e
passivos.

214
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL
Resumindo

IPCA
 Ascorrecções efectuadas no âmbito da Avaliação

Finanças Empresariais II
de Empresas têm em vista o apuramento do valor
actual de mercado das peças contabilísticas,
tendo por base a Directriz Contabilística n.º 13 –
Conceito de Justo Valor.

Ajustamentos da Demonstração de Resultados

215
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL – JUSTO
VALOR
O justo valor das rubricas do balanço

IPCA
segundo a directriz nº13:
 Títulos negociáveis e de investimento: avaliados ao valor
corrente de mercado;

 Dívidas a receber: valor actualizado líquido (de provisões para


cobrança duvidosa) das quantias a receber, usando como taxa de
actualização a taxa de juro corrente;

 Matérias-primas: avaliadas ao custo de reposição;


216
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL – JUSTO
VALOR
 Obras e trabalhos em curso: avaliadas ao preço de venda estimado
deduzido dos custos relacionados com o acabamento e venda, bem

IPCA
como uma contribuição “razoável” do lucro que represente o esforço
de acabar e vender;
 Produtos acabados e semi-acabados: idem;
 Terrenos e edifícios: avaliados a valores correntes de mercado
sempre que disponíveis;
 Equipamentos e instalações: avaliados em função do uso:
 uso continuado: avaliado ao custo de reposição de instalações e
equipamentos com capacidade semelhante;
 uso temporário: min [custo de reposição, quantia recuperável];
 destinados à venda: avaliado pela quantia recuperável.

217
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL – JUSTO
VALOR
 Activos intangíveis: avaliados a valores estimados;

IPCA
 Outros activos incluindo recursos naturais: avaliados por
valores estimados, considerando os preços de mercado,
procura esperada, quantidade disponível, taxas de
crescimento, etc.
 Activos líquidos afectos a pensões ou obrigações
respeitantes a pensões: passivos = valor actual da obrigação
de benefícios deduzido do valor de mercado dos activos do
plano (se os houver); activo = custo dos serviços passados
respeitantes a empregados ainda reconhecido como gasto;
218
1) ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL – JUSTO
VALOR
 Activos e passivos por efeito de imposto: avaliados pelo valor actual

IPCA
da poupança fiscal ou do imposto a pagar;

Finanças Empresariais II
 Dívidas a pagar e acréscimos: avaliados pelo valor actualizado das
quantias a pagar;

 Passivos contingentes e compromissos com probabilidade de


originar passivos (ex.: contratos de locação desfavoráveis, contratos e
custos de encerramento de o instalações, etc.): avaliados pelo valor
actualizado das quantias a desembolsar para satisfazer a obrigação.

219
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL – EFICIÊNCIA
 Eficiência dos Mercados

IPCA
 Um mercado é eficiente quando o preço dos activos

Finanças Empresariais II
constitui uma boa estimativa do valor, ou seja, o preço
reflecte correctamente (total e instantaneamente) todas as
informações disponíveis no mercado.

 Grau Eficiência do Mercado


 Fraca
 Semi-forte
 Forte
 ≠ preço e valor é indicativa da eficiência do mercado.
220
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL –
CRÍTICAS
 Críticas à óptica patrimonial ou estática

IPCA
 Os valores apurados para a avaliação dependem muito
dos critérios contabilísticos adoptados:

Finanças Empresariais II
 valorimetria das existências;
 método de amortização;

 critérios de criação e utilização de provisões;

 capitalização de despesas com I&D, formação de pessoal,


publicidade, etc.;
 O recurso ao valor contabilístico ajustado ou justo valor
permite contornar estes problemas, mas outros
persistem:

221
ÓPTICA ESTÁTICA OU PATRIMONIAL –
CRÍTICAS
 Críticas à óptica patrimonial ou estática

IPCA
(cont.)

Finanças Empresariais II
 Não toma em consideração o valor do goodwill da empresa;
 Se existirem bens obsoletos não é possível fazer a sua avaliação a

preços de mercado, ainda que esse bem continue a funcionar e a


produzir riqueza.
 Em suma, este método não permite determinar o valor de uma
empresa em funcionamento; ele seria adequado para
determinar o valor de uma holding imobiliária ou de
investimentos ou de uma empresa sem perspectivas de
continuidade.

222
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Capítulo 5. Avaliação de empresas pela óptica dos

Finanças Empresariais II
rendimentos supranormais actualizados
 “Goodwill” e métodos de estimação.
 “Treasury Method”.
 EVA e MVA.

223
FINANÇAS EMPRESARIAIS II
5. Avaliação de empresas pela óptica dos

IPCA
rendimentos supranormais actualizados

Finanças Empresariais II
 Esta metodologia de avaliação tem como objectivo
avaliar a capacidade especial de cada empresa em gerar
riqueza.

 De forma simplificada, qual o goodwill que deveremos


adicionar ao valor dos capitais investidos na empresa
para apurar o seu valor?

224
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

O “Goodwill” (GW)

IPCA
 Tipos de Activos Intangíveis:
 Marketing

Finanças Empresariais II
 Tecnologia
 Artísticos
 Processamento de Dados
 Engenharia
 Carteira de Clientes
 Contratos
 Recursos Humanos
 Localização
 Goodwill 225
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

O “Goodwill”

IPCA
A empresa deve possuir direitos de propriedade
legais sobre os activos intangíveis a avaliar.

Finanças Empresariais II
A diferença entre os resultados obtidos e os
resultados “normais” será considerado o
rendimento do goodwill
Existem vários métodos de avaliação do
Goodwill
 Podemos utilizar uma óptica baseada nos
capitais próprios, ou nos capitais totais. 226
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Métodos de Avaliação do Goodwill

IPCA
1. Método Aditivo

Finanças Empresariais II
Somatório do valor de cada elemento activo
intangível, de acordo com a estimativa do
investimento necessário para que uma nova
empresa atingisse o mesmo nível de qualidade.

227
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Métodos de Avaliação do Goodwill (cont.)


2. Método Subtractivo, Indirecto, Alemão ou dos

IPCA
Práticos (na perspectiva do capital próprio)

Finanças Empresariais II
 Valor
intrínseco da empresa = GW + CP0
 GW = VRendimento – VSubstancialAF

 Cap. Próprio: VRend0 RL1


Ke g
 Cap. Total: VRend0 RO1 (1t )

Km g
 Ke- custo do capital próprio
 Km- custo médio ponderado 228
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Métodos de Avaliação do Goodwill (cont.)


3.

IPCA
Método dos Lucros Excedentes, Supranormais ou
Económicos, Directo, Anglo-Saxónixo ou do Resultado

Finanças Empresariais II
Residual

O Goodwill (GW) corresponde ao excesso de


resultados que é possível obter em relação aos
resultados considerados normais para os capitais
investidos na empresa, actualizados à taxa de
actualização que reflicta o risco associado aos
mesmos.
229
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Métodos de Avaliação do Goodwill (cont.)


3. Método dos Lucros Excedentes, Supranormais ou

IPCA
Económicos, Directo, Anglo-Saxónixo ou do Resultado
Residual

Finanças Empresariais II
 Cap. Próprio: GW  RL1 CPn1 *Ke
Ke g
 Cap. Total: VRend0 RO1 (1t )  Activo n1 *Km

Km g
 Ke-custo do capital próprio
 Km- custo médio ponderado
230
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

EVA (na perspectiva dos capitais totais)

IPCA
 Mais uma ferramenta para avaliação de
empresas.

Finanças Empresariais II
O EVA define-se como a remuneração do
investidor depois de remunerados todos os
factores de produção, incluindo o custo do
capital que o mesmo investiu.

231
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

EVA

IPCA
 Como medida de avaliação do desempenho, o EVA
utilizar-se na definição de políticas de remuneração

Finanças Empresariais II
e para a redução de conflitos de interesses entre
gestores e accionistas, uma vez que quando o EVA
aumenta (aumenta os bónus para os gestores) e o
valor para os accionistas também aumenta.

 O EVA corresponde à diferença entre os Resultados


Operacionais Previsionais (líquidos de imposto) e os
resultados considerados normais dados os capitais
232
investidos.
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

EVA (cont.)

IPCA
 Difere do conceito de lucro financeiro ou
contabilístico na medida em que incorpora o

Finanças Empresariais II
custo de todo o capital investido e não
apenas o custo do capital alheio (juros).

O EVA é uma medida de criação de valor


porque permite aos investidores avaliarem o
retorno do seu investimento com o custo de
oportunidade deste.
233
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

EVA (cont.)

IPCA
Finanças Empresariais II
 EVAanual:
 EVAn = ROn (1 – t) – Activo n-1 . Kmn

 ROi Resultados operacionais


 t Taxa imposto sobre lucros

 Km - Custo médio do capital

234
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

MVA (na perspectiva dos capitais totais)


 O MVA constitui uma ferramenta para a determinação do

IPCA
valor da empresa.

Finanças Empresariais II
 O MVA corresponde à diferença entre o valor total de
mercado da empresa e a totalidade do capital investido =
Valor total de mercado – Capital investido
 O valor total de mercado corresponde ao Valor de
Mercado dos Capitais Próprios e o Valor de Mercado da
Dívida.
 O Capital Investido corresponde ao Valor Contabilístico
do Capital Próprio e ao Valor Contabilístico da Dívida.
 O MVA corresponde ao valor actual dos EVA’s anuais.
235
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

MVA (cont.)
 1 Na Fase de Crescimento

IPCA
 ROn (1t )  Activo n1 *Km

Finanças Empresariais II
MVA0 
(1 Km) n

 2.
Na Fase de Maturidade
MVA0  ROn (1t )  Activo n1 *Km

( km  g )

 Que corresponde ao Goodwill calculado com


base no Método dos Lucros Excedentes, numa
236
óptica de Capital Total.
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Interpretação

IPCA
 Se o EVA>0, existe Criação de Valor, o que

Finanças Empresariais II
significa que a empresa vale mais no mercado
do que aquilo que os investidores aplicaram
nela.
 Se o EVA é positivo O MVA positivo
 Seo EVA é positivo, o valor total de mercado da
empresa (VTME) corresponde ao capital nela
investido mais o próprio EVA. 237
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Interpretação (cont.)

IPCA
O mercado (investidores) estará disposto a

Finanças Empresariais II
pagar pela empresa o equivalente ao Capital
Investido mais o EVA:
 VTME = Capital Investido + EVA
 Para determinar o valor criado num dado
horizonte temporal poderá actualizar-se o
valor do EVA para o presente, pelo que:
 VTME = Capital investido + ∑ Eva
238
actualizados
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Interpretação (cont.)

IPCA
 Se MVA = VTME – Capital Investido

Finanças Empresariais II
e
 VTME = Capital Investido + ∑ EVA actualizados
então
 MVA = Capital Investido + ∑ EVA actual. –
Capital Investido
pelo que
 MVA = ∑ EVA actualizados
239
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Interpretação (cont.)

IPCA
n

Finanças Empresariais II
 MVA EVAi

i! (1 r ) i

n número de períodos do horizonte temporal


 r taxa de actualização correspondente ao custo
médio do capital

240
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Interpretação (cont.)

IPCA
O MVA corresponde à expressão usada pela

Finanças Empresariais II
consultora americana Stern Setwart & Co.
para designar o Goodwill.
 A expressão anterior do MVA é idêntica à
expressão do Goodwill pelo Método Directo
na óptica da Identidade, na qual o Goodwill
corresponde aos lucros supra-normais que a
empresa pode obter:
241
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Notas

IPCA
 O EVA é uma marca registada pela consultora americana Stern
Setwart & Co.

Finanças Empresariais II
 O EVA, o resultados residual e o Goodwill são conceitos muito
idênticos. A distinção entre os conceitos resulta
fundamentalmente dos ajustamentos que a Stern Stewart
propõe e que provoca uma maior diferenciação.
 Os ajustamentos são realizados para corrigir as distorções
introduzidas pelas práticas contabilísticas, consistindo
basicamente em:
- Correcções ao Capital Investido
- Correcções à demonstração de resultados.

 • 242
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Notas (cont.)

IPCA
• Modelos bastante apelativos

Finanças Empresariais II
• Tomam em consideração os custos de oportunidade
do capital
• Dependem de critérios contabilísticos
• Exigem ajustamentos aos dados históricos

243
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Exemplo de aplicação dos resultados supranormais

IPCA
Finanças Empresariais II
244
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Exemplo de aplicação dos resultados supranormais (cont.)

IPCA
Finanças Empresariais II
245
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Exemplo de aplicação dos resultados supranormais (cont.)

IPCA
Finanças Empresariais II
246
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Exemplo de aplicação dos resultados supranormais - EVA

IPCA
Finanças Empresariais II
247
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Exemplo de aplicação dos resultados supranormais - EVA

IPCA
Finanças Empresariais II
248
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
- Lucros Supranormais Actualizados

 Exemplo de aplicação dos resultados supranormais – EVA

IPCA
 A razão fundamental dessa diferença foi consequência de

Finanças Empresariais II
termos utilizado valores contabilísticos dos capitais próprios na
estimativa do custo médio de capital , quando de acordo com a
teoria se deveria utilizar valores de mercado.

 Este é um problema circula, pois todo o trabalho de avaliação


visa precisamente utilizar valores de mercado do capital próprio.

 Uma vez que se soubéssemos à partida o valor da empresa


evitaríamos o trabalho de avaliação.

249
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
 VANTAGENS EVA

O indicador EVA, considera a remuneração exigida pelos

IPCA

proprietários de capital, constitui a melhor métrica de avaliação; a

Finanças Empresariais II
adopção de uma gestão baseada no valor, e não nos lucros por
exemplo, permite ainda que se identifique os activos que diminuem
valor, ou seja, que se apresentam incapazes de remunerar os
agentes financiadores respectivos.

 Portanto, EVA uma medida de performance integrada, uma


ferramenta de controle integrada e sistema de compensação, apoio
as tomadas de decisões das várias unidades de negócio da
250
organização e os interesses dos acionistas às atividades de todos
os níveis da empresa.
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Como determinar o grau os pesos de cada uma das

IPCA
fontes?

Finanças Empresariais II
Caso a estrutura de capitais não seja óptima, a empresa
deverá injectar capital para tornar a estrutura de capitais
óptima e assim poder calcular o custo de capital óptimo.
Caso a estrutura de capitais seja óptima, a empresa irá
injectar capital com a mesma estrutura e com a mesma
proporção, nos pesos das fontes marginais, que a
empresa já detenha. Mantemos a estrutura de capitais
óptima.
Geralmente o financiamento terá que tornar ou manter a
estrutura de capitais óptima. 251
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Capítulo 7. Decisões de financiamento, alavancagem,

Finanças Empresariais II
estrutura de capitais e custo de capital

252
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Como determinar o grau os pesos de cada uma das

IPCA
fontes? (cont.)

Finanças Empresariais II
 Exemplo
A =1/5
Empréstimos
B =1/5
Acções Preferenciais
C =1/5
Acções Ordinárias
D = 2/5
Lucros Retidos 253
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Como determinar o grau os pesos de cada uma das fontes?

IPCA
(cont.)
Caso a empresa esteja numa situação económica desfavorável,

Finanças Empresariais II
terá dificuldades em obter a estrutura óptima de capitais. Ninguém
irá investir numa empresa, nem conceder empréstimos a baixo
custo.
A empresa terá de adoptar pela concessão de auto-financimento.

Pesos Históricos versus Pesos de Mercado


(Pesos contabilísticos) (Pesos Marginais)

Os pesos de mercado são mais actuais, mais correctos para


ponderar os pesos das fontes de capital.
Por vezes os preços das acções estão sub ou sobre avaliados
não reflectindo a realidade. Logo os preços reflecte melhor a
realidade.
254
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Resumo da avaliação de custo (CAPM e Modelo Gordon)

IPCA
CAPM – em que a rendibilidade mínima exigida é o custo de

Finanças Empresariais II
capital.
Modelo de Gordon – Explicitamente não incorpora o risco, mas
nclui este factor pela incorporação do preço (expectativas de
consumo, inflação, etc.).
Óptica estática ou patrimonial de avaliação de empresas
 Ajustamento das demonstrações financeiras.
Avaliação de empresas com base nos indicadores de mercado.
Avaliação de empresas pela óptica dos rendimentos
supranormais actualizados
Óptica dinâmica de avaliação de empresas (fluxos de caixa
actualizados) 255
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
 Conceito de Alavancagem

Finanças Empresariais II
 Alavanca Operacional
 Alavanca Financeira

 Alavanca combinada ou total

256
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Conceito de Alavancagem

IPCA
Finanças Empresariais II
Em físico alvancagem traduz o efeito da alavanca para
mover ou levantar um objecto ou volume pesado,
empregando uma força reduzida.

Neste sentido, alavancar significa mover ou levantar algo


com auxílio de alavanca.

Num contexto empresarial alavanca é o método de


utilizar recursos de terceiros com vista a aumentar a taxa
de lucros sobre o capital próprio. 257
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Conceito de Alavancagem

IPCA
Finanças Empresariais II
Num contexto empresarial alavanca é o método de
utilizar recursos de terceiros com vista a aumentar a taxa
de lucros sobre o capital próprio.

Sendo assim, o estudo da alavancagem procura


evidenciar a importância relativa dos recursos de
terceiros, na estrutura de capital da empresa.

258
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Conceito de Alavancagem

IPCA
Finanças Empresariais II
Alavancagem Operacional
- Quando um crescimento de x% nas vendas provoca um
crescimento de n vezes x% no lucro bruto. Ocorre pelo
facto dos custos fixos serem distribuídos por maior volume
de produção, o que permite uma redução do custo unitário
de mercadoria diminua.
- uma pequena variação do volume de vendas poderá
levar a um aumento dos lucros de exploração;

O factor n denomina-se de grau de alavancagem


operacional. 259
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Conceito de Alavancagem

IPCA
Finanças Empresariais II
Alavancagem Operacional (cont.)

- Tem como ponto de partida o aumento das Vendas, em


contrapartida dos custos fixos;

- É determinada em função da relação entre as Receitas


Operacionais e o Lucro Antes de Juro e Imposto sobre o
Rendimento.

260
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Conceito de Alavancagem

IPCA
Alavancagem Financeira

Finanças Empresariais II
-Tem como base o aumento do lucro líquido em
contrapartida das despesas financeiras;

- Capacidade da empresa usar encargos financeiros fixos


para maximizar os efeitos de variação no lucro antes de
juros e imposto de rendimento, sobre o lucro por acção,
com a obtenção de financiamento cujos juros e restantes
encargos são fixos;
261
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Conceito de Alavancagem

IPCA
Alavancagem Financeira (cont.)

Finanças Empresariais II
-É positiva quando os capitais de longo prazo produzem efeitos
positivos sobre o património líquido. E os capitais de terceiros
de longo prazo apenas são vantajosos quando o retorno do
activos for superior ao retorno sobre o património líquido;

- Esta capacidade é evidenciada pelo quociente entre o passivo


e os recursos próprios, é a situação líquida da empresa;

- Avaliada pelo GAF ( grau de alavancagem financeira).


262
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

 Conceito de Alavancagem

IPCA
Finanças Empresariais II
Alavancagem Combinada

- Parte-se do principio que todas as empresas têm


capacidade de impulsionar a produção e a venda, com a
utilização de capitais de terceiros;
- Por um lado o uso dos recursos externos à empresa têm
sido um modo de excelência pelo sistema capitalista, por
outro as organizações possuem custos operacionais fixos;
- Neste sentido deverão optar por uma acção combinada
entre o efeito de Alavancagem Operacional e Financeira,
que se traduz no conceito de Alavancagem Total ou 263
Combinada.
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

 Objectivo
Maximização do Valor da Empresa

IPCA

 Sabendo que:

Finanças Empresariais II
 Custo do Capital Próprio (Ke) é superior ao Custo da
Dívida (Kd) e
 Ao Custo da Dívida (Kd) ainda se deduz o Efeito Fiscal da
Dívida (Tax Shield)
 Então será que….
 …… quanto mais endividamento a empresa tiver, maior
o seu valor final?
• OBVIAMENTE QUE NÃO

264
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Vantagens do Endividamento
 Beneficio Fiscal
 Taxas de juro mais elevadas – Maiores benefícios fiscais

IPCA
 Disciplina Adicional

Finanças Empresariais II
 Maior a separação entre gestores e accionistas – Maior o
beneficio
Desvantagens do Endividamento
 Risco de Insolvência
 Maior risco de negócio – Maiores custos
 Agency Cost
 Maior a separação entre accionistas e credores – Maiores custos
 Perda de Capacidade Financiadora Futura
 Maior a incerteza acerca das necessidades de financiamento
265
futuras – Maiores custos
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
266
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A
EMPRESA
Decisões de financiamento

IPCA
 Como é que devo financiar um investimento?

Finanças Empresariais II
 Seaumentar x% o volume das vendas podemos
aumentar mais do que proporcionalmente os lucros.

267
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A
EMPRESA
Decisões de financiamanto
 Exemplo:

IPCA
Sit. 1 Sit. 2 Sit. Actual
1- Vendas (Q) 3.000 1.000 2.000

Finanças Empresariais II
2- Vendas (€) 300.000 100.000 200.000
3- C. Variáveis 150.000 50.000 100.000
Resultado 150.000 50.000 100.000
4- C. Fixos 50.000 50.000 50.000
Resultado Op. 100.000 0 50.000

 Sit. 1 – um aumento de 50% do volume de vendas, levou a um


aumento de 100% dos lucros operacionais.
 Sit. 2- Uma descida de 50% do volume de vendas levou a uma
descida de 100% dos lucros operacionais.
268
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A
EMPRESA

O efeito de alavanca existe devido à existência de custos fixos.

IPCA
Finanças Empresariais II
Perante uma variação nas vendas apenas os custos variáveis

aumentam, mantendo-se os custos fixos.

Neste sentido, uma pequena variação do volume de vendas poderá

levar a um aumento mais do que proporcional dos lucros

operacionais.

269
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Ponto Crítico
Abordagem algébrica:

IPCA
Q = Volume de vendas (quantidade)

Finanças Empresariais II
Q* = Ponto Crítico
P= preço de venda
V = Custo variável por unidade
F= Custo fixos de exploração / período

Análise de sensibilidade:
o aumento das vendas será possível até ao limite da capacidade
máxima da empresa.
270
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
Q*
271
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

O volume de vendas terá de que, no máximo, cobrir os custos


variáveis e os custos fixos, ou seja:

IPCA
P*Q= Q*V+ F Ponto Crítico

Finanças Empresariais II
Receitas Totais = Custos Variáveis * Custos Fixos

Na análise gráfica:

À esquerda do ponto crítico temos prejuízo, à direita temos lucros.

272
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

O conceito de EBIT equivale ao conceito restrito de fluxo de caixa


operacional da empresa, apurado antes do cálculo do imposto sobre
o rendimento.

IPCA
Essa medida pode ser interpretada como um indicador potencial de
criação de caixa proveniente dos activos operacionais.

Finanças Empresariais II
EBIT - Lucro antes de encargos financeiros e impostos

EAO – Efeito de alavanca operacional

EAO = % EBIT fenómeno efeito


% Vendas fenómeno causa

273
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

Sit. 1 do exemplo anterior


EAO = 100%/ 50% = 2

IPCA
Devido a um aumento de vendas a mais, aumentamos o lucro em 2
unidades.

Finanças Empresariais II
Sit. 2 EAO = -100%/ -50% = 2
Pela diminuição de cada unidade de venda o lucro diminui 2
unidades.

274
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

O desempenho do gestor poderá ser medido pela sua capacidade de


gerar lucro.

IPCA
Efeito de Alavanca Operacional

Finanças Empresariais II
EBIT1  EBIT0
EBIT1  EBIT0
EBIT0
EAO0  EBIT0
V1  V 0 ou EAO0 
Q1  Q0
V0
Q0
EPS 1  EPS 0
Lucro por acção EPS EPS 0
EAO 
EBIT1  EBIT0
EBIT0 275
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

Exemplo 1:

IPCA
O gestor financeiro da empresa X espera que os seus lucros antes
de encargos financeiros (EBIT) no ano corrente sejam de 10.000

Finanças Empresariais II
u.m.. A empresa tem no seu património 40.000 obrigações
emitidas a 5% de cupão e também 20.000 acções preferenciais
no valor de 20.000 um a uma taxa de 10%. O número de acções
ordinárias em circulação é de 1.000. Qual será o valor do EPS
(Lucro por acção) assumindo dois cenários:

1) EBIT = 6000 um
2) EBIT = 14000 um
Assuma que os impostos previstos relativos à empresa são 50%.
Determine a partir do EBIT o lucro por acção EPS?

276
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

Resolução:

Sit.1 Sit. actual Sit.2

IPCA
LaEFI 6000 10000 14000

Finanças Empresariais II
Enc. Financeiros 40000*5% 40000*5% 40000*5%
Lai 4000 8000 12000
Impostos 4000*50% 8000*50% 12000*50%
Ldi 2000 4000 6000
Div. Preferenciais 20000*10% 20000*10% 20000*10%

Ldao* 0 2000 4000


Lucros distribuídos Accionistas ordinários

LPA (EPS) 0 2000/1000 4000/1000

277
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

EPS 1  EPS 0
>1

IPCA
EPS 0
EAO 
EBIT1  EBIT0

Finanças Empresariais II
EBIT0

SE <0U = 1 É IMPOSSÍVEL ALAVANCAR A EMPRESA

278
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
EBIT – Indicador financeiro global

Quanto maior, mais eficiente se apresenta a formação de caixa


proveniente das operações (activos), e melhor ainda, a capacidade
de pagamento aos proprietários do capital e investimentos

IPCA
demonstrado pela empresa.
um

Finanças Empresariais II
Receita das Vendas 17.000
Custo dos Produtos Vendidos (9.000)
Lucro Bruto 8.000
Despesas com Vendas (800)
Despesas gerais e administrativas (1.200)
EBIT 6.000
Amortizações 1.000
Lucro operacional antes impostos 5.000
Despesas Financeiras (900)
Lucro antes do IR 4.100
Provisão IR (1.400)
Lucro líquido 2.700 279
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

O EBIT calculado no período é 6.000 u.m., capaz de


cobrir 6,67 vezes as despesas de juros do exercício

IPCA
(6.000 / 900), permitindo uma avaliação da capacidade
da empresa em remunerar, em termos de caixa, seus

Finanças Empresariais II
credores com recursos gerados pelas aplicações em
seus activos operacionais.

Quanto maior essa medida, mais alta se apresenta a


capacidade de criação de liquidez da empresa motivada
por actividades de natureza estritamente operacional.

280
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

Os indicadores de Cobertura de Juros e Cobertura de Juros


e Principal podem ser calculados considerando o conceito de

IPCA
EBIT no numerador.
Neste contexto, temos:

Finanças Empresariais II
a) uma empresa em situação de equilíbrio de caixa quando:

EBIT ≥ Despesas Financeiras + Amortização de


Principal de Dívidas.

b) Uma empresa se encontra em posição especulativa


quando o fluxo operacional de caixa for capaz de remunerar
somente as despesas financeiras, ou seja:

EBIT = Despesas Financeiras.


281
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

c) A situação de cobertura dos passivos, que denota uma


situação de maior risco, é reflectida quando a criação do

IPCA
fluxo operacional de caixa não for suficiente para cobrir nem
as despesas financeiras da dívida, ou seja:

Finanças Empresariais II
EBIT< Despesas Financeiras.

282
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
EP – Earning Power

Exprime a rendibilidade do activo da empresa, ou seja, dos


recursos aplicados independentemente de serem em activo fixo ou

IPCA
circulante. A gestão das sociedades esta interessada em que com
um mínimo de activos seja gerado o maior resultado possível.

Finanças Empresariais II
Na literatura anglo-saxonica, este rácio e conhecido por “Earning
Power”, EP, e determina-se dividindo os “earnings before interest
and taxes”, (EBIT) pelo “Asset”, (A - Activo).

O numerador, EBIT, difere dos RO pelo montante dos Resultados


Extraordinarios.

Este indicador e igualmente útil para a definição da estrutura dos


capitais ou do endividamento das empresas, dado que permite
aferir se um aumento de endividamento potencia ou amortece a
rendibilidade dos capitais próprios de uma sociedade.
283
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Sendo i, o custo do capital alheio,
EBIT
EP 
A

IPCA
se EP é superior a i, tal significa que um acréscimo da divida
melhora a rendibilidade dos capitais próprios da sociedade. Em

Finanças Empresariais II
contrapartida,

se EP e inferior a i tal representa que um acréscimo do


endividamento deteriora a rendibilidade dos capitais próprios da
empresa, isto e, diminui a rendibilidade financeira da mesma.

i > EP baixar o endividamento


ou
i < EP aumentar o endividamento

284
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Notas:

A Variação do EPS, entre outros diversos aspectos, irá depender


da estrutura de capitais.

IPCA
Exemplo 2:

Finanças Empresariais II
Uma empresa tem 100.000 obrigações a 10% e 5.000 acções
ordinárias em circulação, não se realizam distribuição de
dividendos preferenciais, impostos esperados 50%. Assumindo 3
níveis para o EBIT:

a) 50.000 (situação actual),


b) 70.000
c) 30.000

Calcule o EPS (lucro por acção)

285
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Resolução exemplo.

Sit.2 Sit. actual Sit.1

IPCA
LaEFI 30.000 50.000 70.000

Finanças Empresariais II
Enc. Financeiros 100.000*5% 100.000*5% 100.000*5%
Lai 20.000 40.000 60.000
Impostos 20.000*50% 40.000*50% 60.000*50%
Ldi 10.000 20.000 30.000
LPA (EPS) 10.000/5.000 20.000/5.000 30.000/5.000
=2 =4 =6

Uma vez que não se realizam distribuição de dividendos


preferenciais a variação do EPS é diferente do exemplo anterior.
O que confirma o facto da variação do EPS irá depender da
estrutura de capitais e neste caso
286
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Exemplo 3:

Sit.2 Sit. actual Sit.1

IPCA
LaEFI 30.000 50.000 70.000

Finanças Empresariais II
Impostos 15.000 25.000 35.000
LdAO 15.000 25.000 35.000
N. De Acções 10.000 10.000 10.000
LPA (EPS) 1,5 2,5 3,5

Neste caso, o aumento de 40% o valor do EBIT irá resulta num


aumento proporcional do valor de EPS, logo não há alavancagem
(a variação é a mesma), isto é, devido há não existência de
encargos físicos (Encargos Financeiros e dividendos preferenciais).
EPS 1  EPS 0
EPS 0 287
EAO  1
EBIT1  EBIT0
EBIT0
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

O valor da
empresa é máximo

IPCA
quando o custo do
seu capital é

Finanças Empresariais II
mínimo.

288
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
289
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
290
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
291
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
292
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
293
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
294
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
295
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

IPCA
Finanças Empresariais II
296
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Exercício

Suponha que uma empresa tem uma estrutura de capitais


exclusivamente composta por acções num montante de 1.000.000

IPCA
um. A empresa pretende um financiamento adicional para um
projecto num montante de 1.000.000 um. A empresa tem após

Finanças Empresariais II
estudo no mercado financeiro quatro elementos de financiamento
alternativos:

a) Totalidade do financiamento necessário sobre a forma de capital


próprio (acções ordinárias);
b) 50% do financiamento sob a forma de capitais próprios e o resto
emissão de obrigações a 5% cupão;
c) 100% emissão de obrigações a 6%;
d) 50% capital próprio e 50% acções preferenciais a 5%
EBIT t= 120.000 um
Impostos = 50%
Acções ordinárias em circulação 10.000; Preço mercado = 100 um
Qual o melhor plano financeiro? 297
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
O Valor da Empresa é maximizado quando o custo de capital é
minimizado.

IPCA
EBIT (1  T )

Finanças Empresariais II
Valor da Empresa 
wacc

EBIT- lucro antes de juro e impostos


T- impostos
EBIT(1-t)- lucro operacional, depois de impostos, disponível para
pagamento aos credores e accionistas
wacc- custo médio ponderado

298
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
O Valor da Empresa pode ser calculado a partir dos Cash Flows livres
(FCF) da empresa, ou seja, a partir do cash flow disponível para ser
distribuído entre todos os detentores de fontes de financiamento da
empresa (accionistas, accionistas preferenciais, obrigaccionistas,

IPCA
credores bancários, credores comerciais, etc).

Finanças Empresariais II
Ou seja, o FCF é o dinheiro disponível para remunerar quem financia
a empresa, após estarem pagos todos os custos operacionais,
eventuais variações de fundo de maneio, impostos, etc.

O FCF mede a facilidade com que um negócio gera capital que pode
ser usado para crescer o negócio ou remunerar as suas fontes de
financiamento, á a capacidade de um negócio gerar dinheiro que lhe
aumente o valor.

Valor da Empresa FCF



wacc  g
299
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Funções Custo

-Custo de capital de terceiros(Ki)


-Custo de capital próprio (Ks)

IPCA
-Custo médio ponderado
-Em função da alavancagem financeira

Finanças Empresariais II
-O custo de capital de terceiros (Ki) permanece baixo devido ao
benefício fiscal, mas cresce ligeiramente à medida que cresce a
alavancagem financeira, para compensar os credores pelo
crescimento do risco;

-O custo de capital próprio > custo de capital alheio, também


aumenta com o efeito de alavancagem financeiro, mais rapidamente
do que o Ki – cresce por “imposição” de maior retorno dos
accionistas;

-O custo médio ponderado resulta da média dos custos de capitais de


terceiros e próprios. 300
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

-À medida que o índice o capital próprio é substituído pelo custo de


capital alheio, cresce o grau de endividamento e o custo médio de
capital é inferior ao custo do capital próprio;

IPCA
-No entanto, se o índice de endividamento continua a subir, os custos

Finanças Empresariais II
crescentes de capital de terceiros e de capital próprio fazem com que
o capital médio ponderado suba.

-Neste sentido, a função do custo médio


Ponderado surge em forma de U.

301
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

-Como a maximização do valor, V, é obtido quando o custo médio


ponderado de capital, wacc, é mínimo, a estrutura óptima de capital é
aquela em que o wacc é minimizado.

IPCA
-Na figura o ponto V* representa:

Finanças Empresariais II
- o wacc mínimo
- o ponto de
Alavancagem financeira
óptima
- estrutura óptima
de capital

V* 302
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA

-Genericamente, quanto mais baixo o wacc, maior é a diferença entre


o retorno de um projecto e o CaMP, e maior o retorno para os
proprietários;

IPCA
Finanças Empresariais II
-Minimizar o wacc permite a administração realizar um maior número
de projectos rentáveis e aumentar o valor da empresa.

- Em termos práticos não é possível determinar de forma implícita a


estrutura óptima de capital, bem como permanecer constantemente
nessa mesma estrutura;

-Normalmente as empresas procuram operar numa estrutura o mais


aproximada possível da situação que consideram ser a óptima.

303
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
-Notas:

1) O volume de alavancagem (activos ou fundos como custo fixo)


empregado por uma empresa afecta directamente o seu risco, o

IPCA
retorno e o valor das suas acções;

Finanças Empresariais II
2) Em geral, um maior grau de alavancagem aumenta o risco e o
retorno, e uma menor alavancagem provoca o sentido inverso;

3) A alavancagem operacional está relacionada com o nível de custos


fixos da empresa e a alavancagem financeira relaciona-se com o
custo financeiro fixo, particularmente com os juros de capital de
terceiros e eventuais dividendos de acções preferenciais;

4) A alavancagem financeira é determinada pela estrutura de capital


da empresa – a combinação de capital de terceiros de longo prazo e
de capital próprio.

304
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
-Notas:

5) O grau de alavancagem financeira aumenta à medida que aumenta


o volume de capital de terceiros, relativamente aos capitais próprios;

IPCA
6) O valor da empresa é afectado pelo grau de alavancagem

Finanças Empresariais II
operacional e pela composição da sua estrutura de capital;

7) O gestor deve analisar cuidadosamente os tipos de custos


operacionais e financeiros, atendendo a que à medida que os custos
fixos aumentam o risco também aumenta;

8) A principais decisões referentes aos custos operacionais da


estrutura de capital devem considerar o seu impacto sobre o valor da
empresa;

9) Apenas as decisões de alavancagem e estrutura de capital


compatíveis que geram a maximização dos preços da acção devem
ser implantadas. 305
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Revisão de fórmulas

var iação % EBIT


GAO 

IPCA
var iação %devendas

Finanças Empresariais II
var iação % LPA
GAF 
var iação % EBIT

var iação % LPA


GAT   GAO * GAF
var iação %vendas

306
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
EXERCÍCIO – PONTO E EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM

A empresa xpto vendeu 100.000 unidades do seu produto a 7,5 € cada. O


custo operacional variável é de 3€ /unidade e os custos fixos são cerca de

IPCA
250.000€. As despesas anuais de juros ascendem a 80.000€ e empresa
tem 8.000 acções preferenciais com dividendo anual de 5€/acção.

Finanças Empresariais II
Actualmente existem 20.000 acções ordinárias no capital da empresa.
Suponha que a empresa seja tributada a uma taxa de 40%.

a) Em que nível de vendas em unidade a empresa ficaria em equilíbrio


operacional (EBIT =0)?
b) Calcule o lucro por acção da empresa no nível corrente de vendas e no
nível de vendas 120.000 unidades.
c) Usando a actual receitas de vendas de 750.000 €, calcule o grau de
alavancagem operacional (GAO) da empresa?
d) Aplicando como base o EBIT associado à receita de vendas de
750.00€, calcule o grau de alavancagem financeira (GAF)?
e) A partir do conceito do Grau de alavangem total GAT determine o
efeito em termos percentuais de um aumento de 50% das vendas da
empresa, a partir da receita base de 750.000 € de base, sobre o lucro
307
por acção.
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Resolução
a) CF 250.000
Q   55.556unidades
P  Cv 7,5  3

IPCA
+ 20%
b) Vendas (unidades) 100.000 120.000

Finanças Empresariais II
Receita Vendas 75.000 900.000
Menos Custos Op. Variáveis 300.000 360.000
Menos custos op. Fixos 250.000 250.000
Lucro antes de juros e imposto (EBIT) 200.000 290.000
+ 45%
Menos Juros 80.000 80.000
Lucro líquido antes imposto 120.000 210.000
Menos impostos (40%) 48.000 84.000
Lucro líquido depois de imposto 72.000 126.000
Menos dividendos de AP 40.000 40.000
(8.000*5€)
Lucros disponíveis Accionistas ordinários 32.000 86.000
Lucro por Acção (L/20.000) 1,6€ 4,3€ 308
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Resolução
c) var iação % EBIT  45%
GAO    2,25
var iação %devendas  20%

IPCA
d)

Finanças Empresariais II
var iação % LPA  169%
GAF    3,76
var iação % EBIT  20%

e)
GAT  GAF * GAO  2,25 * 3,76

var iação % LPA


GAT 
var iação %vendas

var iação % LPA


8,46   Variação % LPA  8,46 * 0,5  4,23  423%
 50%
309
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
-Notas:

1) O volume de alavancagem (activos ou fundos como custo fixo)


empregado por uma empresa afecta directamente o seu risco, o

IPCA
retorno e o valor das suas acções;

Finanças Empresariais II
2) Em geral, um maior grau de alavancagem aumenta o risco e o
retorno, e uma menor alavancagem provoca o sentido inverso;

3) A alavancagem operacional está relacionada com o nível de custos


fixos da empresa e a alavancagem financeira relaciona-se com o
custo financeiro fixo, particularmente com os juros de capital de
terceiros e eventuais dividendos de acções preferenciais;

4) A alavancagem financeira é determinada pela estrutura de capital


da empresa – a combinação de capital de terceiros de longo prazo e
de capital próprio.

310
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
-Notas:

5) O grau de alavancagem financeira aumenta à medida que aumenta


o volume de capital de terceiros, relativamente aos capitais próprios;

IPCA
6) O valor da empresa é afectado pelo grau de alavancagem

Finanças Empresariais II
operacional e pela composição da sua estrutura de capital;

7) O gestor deve analisar cuidadosamente os tipos de custos


operacionais e financeiros, atendendo a que à medida que os custos
fixos aumentam o risco também aumenta;

8) A principais decisões referentes aos custos operacionais da


estrutura de capital devem considerar o seu impacto sobre o valor da
empresa;

9) Apenas as decisões de alavancagem e estrutura de capital


compatíveis que geram a maximização dos preços da acção devem
ser implantadas. 311
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Revisão de fórmulas

var iação % EBIT


GAO 

IPCA
var iação %devendas

Finanças Empresariais II
var iação % LPA
GAF 
var iação % EBIT

var iação % LPA


GAT   GAO * GAF
var iação %vendas

312
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
EXERCÍCIO – PONTO E EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM

A empresa xpto vendeu 100.000 unidades do seu produto a 7,5 € cada. O


custo operacional variável é de 3€ /unidade e os custos fixos são cerca de

IPCA
250.000€. As despesas anuais de juros ascendem a 80.000€ e empresa
tem 8.000 acções preferenciais com dividendo anual de 5€/acção.

Finanças Empresariais II
Actualmente existem 20.000 acções ordinárias no capital da empresa.
Suponha que a empresa seja tributada a uma taxa de 40%.

a) Em que nível de vendas em unidade a empresa ficaria em equilíbrio


operacional (EBIT =0)?
b) Calcule o lucro por acção da empresa no nível corrente de vendas e no
nível de vendas 120.000 unidades.
c) Usando a actual receitas de vendas de 750.000 €, calcule o grau de
alavancagem operacional (GAO) da empresa?
d) Aplicando como base o EBIT associado à receita de vendas de
750.00€, calcule o grau de alavancagem financeira (GAF)?
e) A partir do conceito do Grau de alavangem total GAT determine o
efeito em termos percentuais de um aumento de 50% das vendas da
empresa, a partir da receita base de 750.000 € de base, sobre o lucro
313
por acção.
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Resolução
a) CF 250.000
Q   55.556unidades
P  Cv 7,5  3

IPCA
+ 20%
b) Vendas (unidades) 100.000 120.000

Finanças Empresariais II
Receita Vendas 75.000 900.000
Menos Custos Op. Variáveis 300.000 360.000
Menos custos op. Fixos 250.000 250.000
Lucro antes de juros e imposto (EBIT) 200.000 290.000
+ 45%
Menos Juros 80.000 80.000
Lucro líquido antes imposto 120.000 210.000
Menos impostos (40%) 48.000 84.000
Lucro líquido depois de imposto 72.000 126.000
Menos dividendos de AP 40.000 40.000
(8.000*5€)
Lucros disponíveis Accionistas ordinários 32.000 86.000
Lucro por Acção (L/20.000) 1,6€ 4,3€ 314
ESTRUTURA DE CAPITAL ÓPTIMA E O VALOR A EMPRESA
Resolução
c) var iação % EBIT  45%
GAO    2,25
var iação %devendas  20%

IPCA
d)

Finanças Empresariais II
var iação % LPA  169%
GAF    3,76
var iação % EBIT  20%

e)
GAT  GAF * GAO  2,25 * 3,76

var iação % LPA


GAT 
var iação %vendas

var iação % LPA


8,46   Variação % LPA  8,46 * 0,5  4,23  423%
 50%
315
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Capítulo 8. Política de Dividendos

Finanças Empresariais II
316
CAPÍTULO 8. POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Dividendos

Representam a variável básica do retorno com o qual os proprietários

IPCA
e os investidores determinam o valor da acção. Consistem numa
fonte de fluxo de caixa para os accionistas e fornecem informação

Finanças Empresariais II
relativamente ao desempenho actual e futuro da empresa.

Os lucros retidos, ou seja, os lucros não distribuídos como dividendos


aos accionistas, representam uma forma de financiamento interno,
neste sentido, a decisão dos dividendos poderá afectar fortemente a
as exigência do financiamento externo.

Quanto maior for o valor do dividendo pago, maior será o volume de


financiamento a obter externamente.

317
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Dividendos

Os dividendos tendem a acompanhar o fenómeno do aumento dos

IPCA
lucros (aumenta os lucros, aumenta a distribuição de dividendos);

Finanças Empresariais II
No entanto, por vezes este aumento de dividendos não acompanha a
proporção do aumento dos lucros, o que significa que a empresa
retem lucros para acrescentar valor para a empresa para investir em
projectos rentáveis.

Outra situação poderá ocorrer que passa pela distribuição dos


dividendos através de stock Buyback.

318
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Dividendos

Stock Buyback

IPCA
Finanças Empresariais II
Actualmente muitos gestores são pagos através de acções da
empresa, com o objectivo de valorizar o património da empresa, uma
vez que quanto maior o valor do património da empresa maior será
os valor das acções;

A partir dos anos 90, esta forma de pagamento dos dividendos é mais
utilizada do que a distribuição dos dividendos;

319
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Diferentes tipos de Dividendos

-Pagamento em dinheiro:

IPCA
• Empresas abertas ao público pagam trimestralmente ou
semestralmente;

Finanças Empresariais II
• Ao dividendo regular pagam um extra – bonus, o que surge
como um sinal positivo para o mercado, é um sinal para
aumentar a rentabilidade;
•Distribuição da totalidade dos lucros – implica distribuição da
totalidade dos lucros e que não serão realizados investimentos, o
que não será positivo uma vez que os accionistas preferem
empresas activas que invistam.

- Stock de dividendos
•Não distribui dinheiro;
•(re)compra de acções próprias e oferece aos accionistas;
•Paga parte em espécie (carros, relógios, casas, viagens, etc).
320
POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Procedimento de pagamento de dividendos

IPCA
O pagamento ou não de dividendos em dinheiro aos accionistas é
objecto d decisão pelos membros do conselho de administração, em

Finanças Empresariais II
reuniões trimestrais ou semestrais.

O desempenho financeiro do período passado “recente”, bem como as


perspectivas de desempenho futuro, são elementos básicos para a
decisão sobre os dividendos.
A data de pagamento, caso haja distribuição em dinheiro, também
deverá ser decidida em reunião.

321
POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Procedimento de pagamento de dividendos

IPCA
Volume de dividendos

Finanças Empresariais II
A política de dividendos determina se devem ser pagos ou não e qual
o montante.

A maioria das empresas possui uma política de dividendos periódicos


estabelecida, no entanto, os directores podem alterar esse valor,
principalmente com base em elevações ou em diminuições
significativas dos lucros.

322
POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Procedimento de pagamento de dividendos

IPCA
Datas relevantes

Finanças Empresariais II
Data de registo – na data de registo como accionistas recebem um
dividendo declarado numa data futura especificada (normalmente
inicia-se o processo dois dias úteis anteriores à data de registo de
modo a proceder aos registos contabilísticos);

Data de pagamento - data efectiva de pagamento aos titulares


registados, esta data é fixada pelos directores mas geralmente ocorre
algumas semana após a data de registo.

323
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Procedimento de pagamento de dividendos - Datas relevantes

Data de Declaração Data de Registo

IPCA
(10 de Junho) (2 de Julho)

Finanças Empresariais II
Data de dividendo Data de pagamento
(30 de Junho) (cheque, dinheiro,
depósito)
(2de Agosto)

Em 10 de junho a empresa declara que vai pagar dividendos;

Entre 10 /junho e 30/ junho – novos accionistas podem comprar


acções da empresa. Até 2 de Julho registo de compra, de quem
comprou e por quanto.

Até 2 de Agosto procede-se ao pagamento.

324
POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Factores que afectam a política de Dividendos

IPCA
As política de dividendos devem ser compatíveis com os objectivos
gerais da empresa.

Finanças Empresariais II
Alguns factores são considerados na definição destas políticas:
Restrições legais;
Restrições contratuais;
Restrições internas;
Perspectivas de crescimento;
Considerações relativas aos proprietários
Considerações relativas aos mercados.

325
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

1) Restrições Legais

IPCA
A maioria dos países proíbe a distribuição total dos dividendos, com o

Finanças Empresariais II
objectivo de restringir a redução de capital, de modo a garantir a
existência de capital suficiente para proteger os direitos dos
credores.

2) Restrições Contratuais

A capacidade de pagamento de dividendos de uma empresa é


limitada por clausulas restritivas, que habitualmente proíbem o
pagamento de dividendos em dinheiro até um certo nível de
percentagem de lucros ou até um certo nível de valor monetário.
Estas restrições ajudam a proteger os credores contra perdas
decorrentes da insolvência da empresa.
326
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

3) Restrições Internas

IPCA
A capacidade de pagamento de dividendos em dinheiro é limitada

Finanças Empresariais II
pelo volume de activos líquidos (caixa e títulos negociáveis)
disponíveis.
Embora seja possível utilizar o valor de empréstimos para pagar
dividendos, mas normalmente os fornecedores de fundos
geralmente “condenam” a realização destes empréstimos, uma vez
que não produzem benefícios tangíveis ou operacionais para a
empresa.

327
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

4) Perspectivas de Crescimento

IPCA
As necessidades financeiras empresa estão directamente relacionadas

Finanças Empresariais II
com a sua expectativa de crescimento e dos activos que precisará
de adquirir.

Neste sentido, a empresa deve avaliar a sua rentabilidade e o seu


risco, de modo a avaliar a sua capacidade de obter recursos
externos.

Para além disso, é necessário determinar o custo e a velocidade com


que poderá obter financiamento.

328
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

4) Perspectivas de Crescimento (cont.)

IPCA
Empresas de grande dimensão na fase de Maturidade – normalmente

Finanças Empresariais II
têm acesso adequado a capitais novos;

Empresas em rápido crescimento – poderá não dispor de fundos


suficientes para financiar os seus projectos;

Empresas em crescimento – poderão depender muito de


financiamento interno por meio de lucros retidos, o que leva a
política de dividendos baseada numa distribuição de uma pequena
proporção de lucros.

Empresa mais consolidada – estará em melhor posição de distribuir


uma proporção de elevada de lucros, sobretudo se contar com
fontes de financiamento rapidamente acessíveis. 329
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

5) Considerações relativas aos Proprietários

IPCA
A empresa deve fixar uma política que exerça efeito positivo sobre a

Finanças Empresariais II
riqueza da maioria dos proprietários.

Uma consideração importante é o status fiscal dos proprietários.

Se houver uma elevada % de accionistas com grande património,


com elevada taxa de impostos, pode ser tomada a decisão de
pagar uma proporção mais baixa de lucros para permitir que os
proprietários retardem o pagamento de impostos até que vendam
as acções.

Nota importante – é ilegal determinar a política de dividendos pelo


status fiscal dos proprietário. Embora sejam recorrentes.
330
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

5) Considerações relativas aos Proprietários (cont.)

IPCA
Outra questão importante são as oportunidades de investimento

Finanças Empresariais II
disponíveis aos proprietários.
Apenas se deve optar pela retenção interna quando a empresa
apresentam projectos que proporcionam retorno mais elevado.

Outra situação poderá ocorrer é a diluição potencial da propriedade.


Se uma empresa distribuir uma proporção elevada de lucros, será
necessário levantar o capital próprio novo com a emissão de
acções ordinárias.
O resultado da emissão de acções poderá ser a diluição do controle e
dos lucros dos accionistas existentes.
Ao distribuir uma proporção de menor de lucros a empresa poderá
minimizar a possibilidade de tal diluição.
331
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

6) Considerações relativas aos Mercados

IPCA
Aquando da formulação da política de dividendos é importante

Finanças Empresariais II
atender à provável reacção dos mercados.

Os accionistas preferem uma política de nível fixo ou crescente de


dividendo comparativamente com uma política de nível flutuante.

Preferem ainda um pagamento ininterrupto de dividendos, um


pagamento regular ou crescente elimina a incerteza quanto à
frequência de magnitude dos dividendos. Deste modo, os retornos
da empresa tendem a ser descontados a uma taxa mais baixa, o
que resulta num aumento do valor de mercado das acções e logo
uma expansão da riqueza dos proprietários.

332
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Factores que afectam a política de Dividendos

6) Considerações relativas aos Mercados (cont.)

IPCA
Finanças Empresariais II
O não pagamento de dividendos poderá gerar a incerteza quanto ao
futuro da empresa e poderá levar a uma diminuição do valor da
acção.

NOTAS
As empresas nunca devem recusar um projecto com VAL positivo em
substituição do pagamento de dividendos, uma vez que um
projecto é um oportunidade para criar valor para a empresa.
Se um projecto aumenta o valor da empresa, o seu património,
muitos accionistas preferem não receber dividendos, podendo ter
vantagens no futuro, já que a empresa está aumentar o valor do
seu património.
333
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Exercício

Um empresa deseja distribuir 100.000 um aos


accionistas/proprietários.

IPCA
Nº acções em circulação 100.000

Finanças Empresariais II
Activo Passivo e Capital Próprio
Cash 150.000 um Debit 0
Other Assets 850.000 um Equity (cap. 1.000.000
pp) um
Value of firm 1.000.000 Value of firm 1.000.000
a) Qual o preço de cadaum acção um
Preço por acção = Valor da empresa (Equity)/ nº de acções em circ=
= 1.000.000/100.000
= 10 um

334
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Exercício (cont.)

b) Se distribuir 100.000um em “Cash”, o balanço qual a alteração do


balanço:

IPCA
Activo Passivo e Capital Próprio
Cash 50.000 um Debit 0

Finanças Empresariais II
Other Assets 850.000 um Equity (cap. 900.000 um
pp)
Value of firm 900.000 um Value of firm 900.000 um

Distribuímos 100.000 um pelos accionistas, logo o valor de “Cash” e


“Equity” vão diminuir neste montante.
Ao distribuir já não fará parte da empresa, funciona como um bem
pessoal dos accionistas (bom monetário).

c) Qual o novo preço de cada acção

Preço por acção = Valor da empresa (Equity)/ nº de acções em circ=


335
= 900.000/100.000
= 9 um
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Exercício (cont.)

d) Se em vez de pagarmos sobre a forma de dividendos, a empresa


pagar sob a forma de recompra de acções (buyback) , o balanço

IPCA
ficaria:

Finanças Empresariais II
Activo Passivo e Capital Próprio
Cash 50.000 um Debit 0
Other Assets 850.000 um Equity (cap. 900.000 um
pp)
Value of firm 900.000 um Value of firm 900.000 um
A saía de 100.000 para recompra de acções (10.000 * 10um).

O nº de acções em circulação serão 90.000 uma vez que compramos


10.000

e) Qual o novo preço de cada acção


336
Preço por acção = Valor da empresa (Equity)/ nº de acções em circ=
= 900.000/90.000
= 10 um
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Conclusões exercício

O valor de cada acção será maior se optarmos por um distribuição

IPCA
sob a forma de buyback.

Finanças Empresariais II
O exemplo anterior demonstra o porquê das empresas actualmente
optarem cada vez mais pela recompra das acções como forma de
distribuição dos dividendos.

337
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Determinantes da política de dividendos

Oportunidades de investimento: se existirem oportunidades de

IPCA
investimento (VAL’s positivos) iremos distribuir menos dividendos (ou

Finanças Empresariais II
mesmo nenhum);

Estabilidade dos lucros: uma maior estabilidade dos lucros transmite


uma imagem positiva para o mercado, surge uma maior tendência
para pagar mais dividendos (empresa sólida);

338
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Determinantes da política de dividendos

O grau de acesso a outras alternativas de financiamento,

IPCA
nomeadamente as instituições bancárias, influencia a distribuição
dividendos;

Finanças Empresariais II
Restrições dos detentores de obrigações e banca pode restringir a
distribuição de dividendos;

O grau de aversão ao risco dos sócios/accionistas influencia a


política de dividendos;
339
POLÍTICA DE DIVIDENDOS E A AVALIAÇÃO DA EMPRESA
O Método dos Dividendos Actualizados

Definição
Este método tem por base o valor actual dos dividendos futuros a

IPCA
distribuir pela empresa.

Finanças Empresariais II
Aquando da aquisição de acções, o investidor espera obter 2 tipos de
retorno:
dividendos durante o período de posse das acções;
mais-valias através de um preço de venda superior ao preço de
aquisição.

Fórmula Geral
Divt Pn
VA0   
(1  ke )t (1  ke ) n
Em que Legenda
Div Div – Dividendos
P esperados
Ke  g P – preço de venda
340
(cotação) no final
do período de posse
POLÍTICA DE DIVIDENDOS E A AVALIAÇÃO DA EMPRESA
O Método dos Dividendos Actualizados

Fundamentação

IPCA
Finanças Empresariais II
Os pequenos accionistas não têm, regra geral, poder de influência
sobre a estratégia da empresa.
Deste modo, os cash-flows a que eles podem aspirar de um
investimento em acções são os dividendos anuais que a empresa vier
a pagar enquanto detiverem a acção (D) e o valor realizado com a
sua alienação (P).

341
POLÍTICA DE DIVIDENDOS E A AVALIAÇÃO DA EMPRESA

1- Simplificação

Assumindo o crescimento dos dividendos a uma taxa (g) constante, o

IPCA
preço de cotação de uma acção pode estimar-se pelo Modelo de
Gordon. – Empresas em fase Maturidade

Finanças Empresariais II
DPA1
V0 
Ke  g

Limitações do Modelo de Gordon:


Os dividendos não são certos nem previamente determinados;
A rendibilidade exigida pelos diferentes accionistas varia ao longo do
tempo e não é igual para todos;
O modelo só é aplicável se Ke> g;
O modelo só funciona se a empresa distribuir dividendos, caso
contrário conclui-se que a empresa não tem valor.
342
POLÍTICA DE DIVIDENDOS E A AVALIAÇÃO DA EMPRESA

Com o modelo de Gordon evita-se estimar os dividendos até ao


infinito (perspectiva de continuidade da empresa) mas o mesmo só é
aplicável se a taxa de crescimento dos dividendos for inferior à taxa

IPCA
de custo de capital. Caso uma empresa tenha nos primeiros anos do
horizonte temporal das projecções uma taxa supranormal superior ao

Finanças Empresariais II
custo de capital, torna-se necessário utilizar o modelo geral de
avaliação de dividendos combinado com o Modelo de Gordon
para estimar o valor residual.

Qual deve ser a taxa de crescimento?

A taxa de crescimento dos dividendos a prazo deve ser consistente


com o crescimento dos resultados líquidos e, por isso, com a
taxa de crescimento sustentável da empresa.
Por outras palavras, os dividendos não podem crescer,
continuadamente, acima do crescimento do Resultado Líquido da
empresa.
343
POLÍTICA DE DIVIDENDOS E A AVALIAÇÃO DA EMPRESA

Exemplo cálculo Taxa de Crescimento

IPCA
Finanças Empresariais II
344
POLÍTICA DE DIVIDENDOS E A AVALIAÇÃO DA EMPRESA
2 - Simplificação

Empresas em fase de Crescimento – modelo H

DPA0 (1  gn) DPA0 H ( gi  gn)


V0   

IPCA
ke  gn Ke  gn

Finanças Empresariais II
gi - taxa de crescimento no início
gn - taxa de crescimento no final de 2H anos

Limitações do Modelo H:

O modelo é muito conservador, dado que o valor de uma empresa


traduz expectativas quanto a muitas outras variáveis e não apenas
aos dividendos.
Esta crítica é igualmente aplicável a todos os outros modelos de
avaliação referente ao Método dos Dividendos Actualizados.de
crescimento, quando, na realidade, o que se verifica é uma redução
gradual até à estabilidade. 345
FINANÇAS EMPRESARIAIS II

IPCA
Finanças Empresariais II
Capítulo 9. Fusões, aquisições e
reestruturação de empresas

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