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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NATAL - RN
2018
Arthur José Maio Campos
NATAL - RN
2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Aprovado em 14/05/2018:
___________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Barros – Orientador
___________________________________________________
Prof. Dr. José Neres Da Silva Filho (DEC/UFRN) – Coorientador
___________________________________________________
Prof. Dr. Joel Araújo do Nascimento Neto (DEC/UFRN)– Examinador interno
___________________________________________________
Prof. Dr. Petrus Gorgônio Bulhões da Nóbrega (DARQ/UFRN) – Examinador externo
Natal-RN
2018
DEDICATÓRIA
"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser
realizado.” (Shinyashiki, Roberto)
This work presents the complete script of a structural project, including the calculation report,
of a circular reservoir supported of reinforced concrete. Thus, it is an academic project based
on a real project and should not be executed under any circumstances. The calculation report
comprises the analysis, the concrete design and the reinforcement detailing of the structure. The
structural analysis step was based on the comparison between different calculation procedures,
from analytical models and computational tools (Res.exe and SAP2000). The design and
detailing were done based on Brazilian standard code, and finally, the technical drawings
resulting from the work are presented.
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 16
9.1 RES.exe...................................................................................................................... 58
SÍMBOLO SIGNIFICADO
Ac Área de concreto
Act Área de concreto na zona tracionada
As Área da armadura
Eci Módulo de deformação tangente inicial
Ecs Módulo de deformação secante
fck Resistência característica à compressão do concreto
fctm Resistência média do concreto à tração
fyk Resistência característica do concreto
kv Módulo de reação vertical do solo
Mr Momento de fissuração
N Esforço normal de tração
v Coeficiente de Poisson
Vs Esforço cortante
wk Abertura característica das fissuras
β Coeficiente de amortecimento
γ Peso específico da água
γc Coeficiente de minoração da resistência do concreto (ELU)
γm Coeficiente de ponderação da resistência
γs Coeficiente de minoração da resistência do aço (ELU)
ρmín Taxa de armadura mínima
ρri Taxa de armadura
σadm Tensão admissível do solo
σr Carga de ruptura do solo
σs Tensão máxima na armadura
Φ Diâmetro da barra
16
1. INTRODUÇÃO
Características do reservatório
Volume (m³) 411
Diâmetro externo (m) 12,10
Diâmetro interno (m) 11,30
Raio efetivo (m) 5,85
Espessura da parede (m) 0,40
Espessura da laje de fundo (m) 0,40
Espessura da laje da tampa (m) 0,25
Altura da lâmina d'agua (m) 4,10
Altura da parede (m) 4,70
Fonte: Elaborado pelo autor (2018).
3. REFERÊNCIAS NORMATIVAS
4. METODOLOGIA DE CÁLCULO
Assim, foram tomados como referência os autores a seguir: Guimarães (1995), Guerrin
(2003) e Montoya (2000). Além das referências bibliográficas, foram adotadas ferramentas
computacionais para auxílio na análise analítica: Res.exe e o Excel.
O Res.exe é um programa computacional para uso não comercial baseado em linguagem
FORTRAN concebido no Brasil para análise de reservatórios circulares de concreto armado,
que analisa esforços internos da parede do reservatório e da laje de fundo através de
equacionamento geral de cascas.
Este software requer dados de entrada da estrutura que levam em conta fatores
geométricos e a definição do tipo de ligação entre a parede e a laje de fundo. Seu uso é
justificado na praticidade de se obter resultados de forma ágil, além de permitir a visualização
dos diagramas de esforços ao longo da estrutura.
Como modelo numérico de análise, foi adotado um modelo tridimensional feito a partir
do Método dos Elementos Finitos (MEF). Dessa forma, foi utilizado o software SAP2000 que
possui uma interface gráfica 3D, sendo escolhido como principal ferramenta de análise do
projeto pela facilidade de se trabalhar com a estrutura de forma integrada, adotando as
combinações de ações, projetando os elementos de forma espacial, além de permitindo a adoção
de parâmetros para simular o comportamento da interação solo-estrutura.
23
5.1 Concreto
Segundo a Tabela 7.1, item c, da NBR 6118 (ABNT, 2014), as “superfícies expostas a
ambientes agressivos, como reservatórios [...] devem ser atendidos os cobrimentos da classe de
agressividade IV”, de modo que o concreto considerado para o reservatório será da classe C40,
respeitando os critérios da Tabela 6.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014). Dessa forma, a fim de se
garantir os cobrimentos especificados em projeto, deverá ser realizado um controle rigoroso
durante a execução.
Para o valor de massa específica do concreto simples e armado, são adotadas as
considerações da NBR 6120 (ABNT, 1980) em sua tabela 1 “Peso específico dos materiais de
construção”, onde o concreto simples apresenta peso específico aparente de 24kN/m³ e para o
concreto armado o valor é de 25kN/m³.
Além disso, a NBR 6118 (ABNT, 2014) estabelece o módulo de elasticidade do
concreto C40 com o valor da Tabela 2.
5.2 Aço
O aço de armadura passiva utilizado deve ser feito conforme especificações da NBR
7480 (ABNT, 2007) e da NBR 6118 (ABNT, 2014). Dar-se-á preferência a utilização de barras
24
com nervuras transversais obliquas, com resistência de escoamento da categoria CA-50, para a
armadura longitudinal e barras lisas, com resistência de escoamento da categoria CA-60, para
a armadura transversal.
A massa específica do aço de armadura passiva é de 7.850 kg/m³, enquanto que o
módulo de elasticidade foi definido com o valor de 210 GPa. Já para o valor de dilatação
térmica, foi adotado o valor de para efeito de análise estrutural, igual a 10-5/C.
Ainda, seguindo as prescrições da NBR 6118 (ABNT, 2014) no item 8.3.6, foi
estipulado que “Para o cálculo nos estados-limite de serviço e último, pode-se utilizar o
diagrama simplificado [...]”. O diagrama é apresentado na Figura 5.
Por fim, segundo o item 12.4 da NBR 6118 (ABNT, 2014), para a verificação do Estado-
Limite Último (ELU), o coeficiente de minoração das resistências para o aço é γs = 1,15. Já para
o Estado-Limite de Serviço (ELS), este coeficiente é igual a 1,0.
A sobrecarga acidental atuante na laje superior é tomada a partir da NBR 6120 (ABNT,
1980), considerando a tampa do reservatório como “terraço – inacessível ao público”, com valor
mínimo de carga de 0,5 kN/m². Porém, optou-se por adotar o valor de 1,5 kN/m².
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), no seu item 11.4.1.3, O nível d’água adotado para
cálculo de reservatórios, tanques, decantadores e outros deve ser igual ao máximo possível
compatível com o sistema de extravasão. Além disso, ela recomenda que para o cálculo de água
o valor do coeficiente de ponderação no ELU seja de 1,2.
Dessa forma, no caso de reservatório cheio, será implantada uma carga triangular na
parede variando de 0 na cota do extravasor até 41kN/m² na base do reservatório. No caso de
reservatório completamente vazio, o empuxo de água não será considerado.
Assim como o empuxo de água, o peso específico da água é considerado como 10kN/m³
e na situação de reservatório cheio, será considerado o peso de água na laje de fundo do
reservatório de 41kN/m², enquanto que na situação de reservatório vazio esta carga será
suprimida.
26
5.3.6 Flutuação
5.4 Cobrimento
Conforme o item 5.1, a classe ambiental para reservatórios de água é do tipo IV, devido
a exposição do reservatório a ambientes agressivos, principalmente devido ao contato
incessante com a água. Logo, levando em consideração esta premissa e as considerações da
tabela 7.2 da NBR 6118 (ABNT, 2014) que é representada na Tabela 3 abaixo, será adotado o
cobrimento de 50 mm, que será uniformizado para todos os elementos do reservatório.
Assim, segundo o item 17.3.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014), a abertura de fissuras é
definida pela menor das duas equações:
𝜙𝑖 × 𝜎𝑠𝑖 × 3 × 𝜎𝑠𝑖
𝑤1 =
12,5 × 𝜂𝑖 × 𝐸𝑠𝑖 × 𝑓𝑐𝑡𝑚
𝜙𝑖 × 𝜎𝑠𝑖 × 4 4
𝑤2 = ×( + 45)
12,5 × 𝜂𝑖 × 𝐸𝑠𝑖 𝜌𝑟𝑖
A combinação de serviço a ser adotada é a frequente de ações. Esta verificação será
analisada no item 11.3, para aqueles elementos em que houver a ocorrência de fissuração.
Este segundo caso será empregado para as lajes e a armadura vertical da parede, segundo
o item 19.3.3.2 da NBR 6118 (ABNT, 2014), deve ser respeitada e verificada o valor da
armadura mínima de dimensionamento a fim de garantir as condições de desempenho e
ductilidade à flexão. Abaixo, o Quadro 1 e a Tabela 5 indicam o valor de armadura mínima que
deve ser adotada para cada situação.
Para o concreto C40, a taxa de armadura mínima de flexão em lajes é dada por ρmín =
0,179%. Portanto, considerando que a NBR 6118 (ABNT, 2014) no item 17.3.5.2.1 cita que o
valor mínimo da taxa de armadura a ser respeitada em qualquer caso de tração é de ρ = 0,150%,
são definidas as seguintes verificações da armadura mínima de flexão nas lajes e parede:
− Armadura negativa:
𝜌𝑠 ≥ 𝜌𝑚í𝑛 ≥ 0,179%
29
6. ESTUDO GEOTÉCNICO
Para o estudo geotécnico, foram realizados dois furos de sondagem locados conforme
as recomendações da NBR 6484 (ABNT, 2001). A Figura 6 mostra a localização dos 02 (dois)
furos de sondagem em planta, denominados de SP-01 e SP-02.
31
Conforme pode ser visualizado na Figura 7, o furo de sondagem SP-01 foi executado na
cota 74,35m, enquanto que o furo de sondagem SP-02 foi executado na cota 73,0m. Assim,
32
considerando que o solo de assentamento do RAP é na cota 72,90m, pode-se afirmar que os
resultados do SP01 se tornam representativos em uma profundidade abaixo de 1,45m devido a
movimentação de terra necessária (terraplenagem).
Enquanto isso, o resultado do SP-02 já é considerado desde a camada superficial de
análise. Isso significa, que os resultados obtidos a seguir para ambos os ensaios, foram
comparados levando em conta a cota do respectivo furo de sondagem.
33
6.4.1 Estratigrafia
Além disso, tem-se que não foi encontrado o nível de água, confirmando mais uma vez
o que foi descrito no item 5.3.6, ou seja, não haverá efeito de flutuação no reservatório. Com
base nos resultados, estima-se um comportamento preliminar do solo na interação solo-
estrutura para a areia fina a qual foi mostrada a tendência de acordo com o perfil geotécnico.
O peso específico do solo arenoso também é trazido por Godoy (1983) conforme Tabela
7. Assim, o valor do peso específico adotado, levando em conta o solo como medianamente
36
compacto será de 17kN/m³ quando estiver na condição de areia seca, 19kN/m³ para areia úmida
e 20kN/m³ para areia saturada.
Além disso, Cintra (2011) traz valores de parâmetros do solo a partir de correlações com
o valor do NSPT médio encontrado. Assim, por ter sido admitido o solo como arenoso, iremos
considerar o solo como não coesivo, ou seja, o valor da coesão é nulo. Porém, o solo apresentará
o valor de ângulo de atrito interno seguindo a fórmula de Godoy (1983), onde:
𝜙 = 28𝑜 + 0,4𝑁𝑆𝑃𝑇
𝜙 = 28𝑜 + 0,4 ∗ 12 = 32,8𝑜
O estudo da capacidade de carga do solo será feito com base na teoria de Terzaghi
(1943) que leva em conta a superfície potencial de ruptura em função do tipo de ruptura (Geral,
local ou por puncionamento).
Devido ao fato de não ter sido encontrado na literatura procedimentos para o cálculo da
capacidade de carga em radies, a tensão admissível da laje de fundo do reservatório será
calculada a partir das considerações de sapatas circulares, considerando um diâmetro de
12,10m.
Desta forma, de acordo com a teoria proposta por Terzaghi (1943) para solos arenosos
e diante dos resultados obtidos do ensaio geotécnico, foi verificado que o modo de ruptura se
caracteriza como de ruptura geral (Figura 10).
37
Figura 10 – Modos de ruptura do solo: (a) Geral; (b) Local; (c) Puncionamento
O valor da coesão c, por sua vez, pode ser obtido pela expressão proposta por Texeira e
Godoy (1996):
c = 10 N spt
(em kPa)
Os parâmetros Sc, Sq e S, por suas vezes, são obtidos da tabela do Cintra (2011), em
função da forma da fundação. No caso de sapata em formato circular tem-se:
− Sc = 1,68;
− Sq = 1,65;
− Sγ = 0,60;
1
𝜎𝑟 = 𝛾𝐵𝑁𝛾 𝑆𝛾
2
1
𝜎𝑟 = × 17 × 12,10 × 35,19 × 0,60 = 2171,60𝑘𝑃𝑎 = 2,171 𝑀𝑃𝑎
2
Portanto, o valor da tensão admissível do solo, considerando fator de segurança = 3,0,
é dado como:
𝜎𝑟 2,171𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = = 0,7237𝑀𝑃𝑎 = 723,7 𝑘𝑃𝑎
𝐹𝑆 3
Ao final do dimensionamento, devem ser conferidas as tensões na laje de fundação
como Estado Limite Último de ruptura do solo da fundação.
Ainda, Moraes (1976) propôs os valores da Tabela 8 para que, com o reconhecimento
do tipo de solo a partir de ensaios com a coleta de amostras, seja possível a adoção de valores
para o módulo de reação vertical inicial (coeficiente de mola) de forma aproximada:
7. AÇÕES E COMBINAÇÕES
Tabela 9 – Coeficiente γf
Ações
Combinações de ações Permanentes (g) Variáveis (q)
D F G T
Normal 1,40 1,00 1,40 1,20
Onde: D é desfavorável, F é favorável, G representa as cargas variáveis em
geral e T é a temperatura.
Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014).
Variações uniformes de
Temperatura temperatura em relação à média 0,6 0,5 0,3
anual local
Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014).
Esgotamento da
capacidade resistente
Normais para elementos Fd = γgFgk + γεgFεgk + γg(Fq1k + ∑Ψ0jFqik) + γεqΨ0εFεqk
estruturais de
concreto armado
Onde: Fd
é o valor de cálculo das ações da combinação última
Fgk
representa as ações permanentes indiretas
representa as ações indiretas permanentes como a retração e a
Fεk
temperatura
representa as ações variáveis diretas das quais Fqik é escolhida como
Fqk
principal
γg, γq são os fatores de ponderação γf
Ψ0 é o valor de ponderação γf2
Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014).
Na CQP, todas as
Combinações
ações variáveis são
quase-
consideradas com Fd,ser = ∑Fgi,k + ∑Ψ2jFqj,k
permanentes de
seus valores quase
serviço (CQP)
permanentes Ψ2Fqk
NA CF, a ação
variável principal
Fq1 é tomada com
seu valor frequente
Combinações
Ψ1Fq1k e todas as
frequentes de Fd,ser = ∑Fgi,k + Ψ1Fq1k + ∑Ψ2jFqj,k
demais ações
serviço (CF)
variáveis são
tomadas com seuss
valores quase
permanentes Ψ2Fqk
Assim, o reservatório será avaliado em três situações de carga, sendo duas (02) para o
ELU e uma (01) para o ELS, que compreendem as situações mais desfavoráveis à estrutura:
42
Como base para determinação do valor dos esforços máximos (momento fletor e força
normal) na parede do reservatório, foi definido que ele atua como um elemento de casca
constituído por anéis limitados por planos horizontais, onde o principal esforço atuante será a
força de tração radial atuante no elemento devido à força do empuxo de água atuante.
Logo, para o cálculo dos esforços, será utilizado o Método Hangan-Soare (1959) que
parte da concepção de que a parede possui um engastamento elástico em relação à laje de fundo,
ou seja, prevê a interação entre estes dois componentes do reservatório.
A relação e/e’ é facilmente obtida, de forma que no projeto seu valor é 1,00, pois as
espessuras da parede e da laje de fundo são iguais e com valor de 0,40m. Já para a relação βh,
temos que o valor de β [definido como coeficiente de amortecimento por Guimarães (1995)] é
dado por:
1
[3(1 − 𝜈 2 )]4
𝛽=
√𝑟𝑒
Onde:
r é o valor do raio efetivo do reservatório, que foi definido como sendo 5,85m;
45
Entretanto, este valor se encontra fora dos limites indicados pelos ábacos propostos em
Guerrin (2003), como no ábaco da Figura 11 por exemplo, de forma que serão utilizados os
procedimentos de cálculo adotados para a criação dos mesmos.
Assim, após a resolução da equação, tem-se que o valor de K é 0,0217, de forma que o
momento característica no engastamento vale Mok = 14,932 kNm/m. Logo, tem seu valor
majorado pelo coeficiente do ELU dado por:
Onde:
y0 é a abcissa do momento fletor nulo;
K0 é obtido pela expressão a seguir:
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(2𝐾(𝛽ℎ)2 )
𝐾0 =
𝛽ℎ
48
𝑦0,𝑚𝑎𝑥 = 1,2√𝑅𝑒
Onde:
𝑦1 = 𝐾1 ℎ
De forma que:
𝜋
𝐾1 = + 𝐾0
4𝛽ℎ
𝜋
𝐾1 = + 0,140
4 × 3,5
Onde as variáveis desta equação foram previamente encontradas, de modo que K1 vale
0,364 e y1 é 1,491m. Porém, deve ser verificado o valor limite para y1, definido como y1,max,
dado por:
𝑦1,𝑚𝑎𝑥 = 1,8√𝑅𝑒
Onde:
𝑀𝑘′ = −𝐾 ′ × 𝛾 × ℎ³
Onde:
𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑦1 )
𝐾 ′ = −𝐾 × 𝑒(−𝛽𝑦1 )(cos(𝛽𝑦1 ) − )
2𝐾(𝛽ℎ)2
𝑠𝑒𝑛(−0,852 × 1,491)
𝐾 ′ = −0,0217 × 0,40(−0,852 × 1,491) (cos(−0,852 × 1,491) − )
2 × 0,0217 × (3,50)2
𝑦2 = 𝐾2 ℎ
Porém, deve ser verificado o valor limite para y2, definido como y2,max, dado por:
𝑦2,𝑚𝑎𝑥 = 0,60√𝑅𝑒
Onde:
O método de Hangan-Soare (1959) traz que o valor da força normal máxima de tração
na parede do reservatório é dado por:
𝑁𝑚á𝑥 = 𝐾 ′′ 𝛾𝑅ℎ
Onde:
De forma que:
Assim:
Logo, tem-se K’’ = 0,38 e o valor da força máxima de tração circunferencial na parede
é Nkmáx = 91,67 kN. Assim, o valor majorado pelo coeficiente do ELU será:
(a)
(b)
(c)
Onde:
v é o coeficiente de Poisson, definido como 0,2;
R é o raio efetivo da laje circular, dado como 5,85m;
r é a distância ao eixo central da laje, sendo seu valor variável;
q é a carga uniformemente distribuída na laje superior do reservatório, que neste caso
será considerada como uma combinação da carga permanente com a sobrecarga acidental no
topo (dado por 1,50kN/m²). Desse modo, a carga total d é de:
Assim, tem-se que o valor do momento fletor máximo radial na laje de cobertura aparece
quando o valor de “R” é nulo, ou seja, na posição central da laje. Logo, o seu valor máximo é
dado por:
54
8,55
𝑀𝑟𝑘,𝑚á𝑥 = × (3 + 0,20)(5,852 − 02 ) = 58,52 𝑘𝑁𝑚/𝑚
16
𝑞𝑘
𝑀𝜙𝑘 = − [(3 + 𝑣)𝑅 2 − (1 − 3𝑣)𝑟 2 ]
16
8,55
𝑀𝜙𝑘,𝑚á𝑥 = − [(3 + 0,20)5,852 − (1 − 3 × 0,20)02 ] = 58,52𝑘𝑁𝑚/𝑚
16
58,52𝑘𝑁𝑚
𝑀𝜙𝑑,𝑚á𝑥 = 1,4 × 𝑀𝜙𝑘,𝑚á𝑥 = 1,4 × = 82,00𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑚
Assim, seu valor é obtido a partir do momento máximo no centro da laje, radial ou
circunferencial, considerando o ângulo de rotação de 450, que é definido por Guimarães (1995)
como o valor que corresponde “ao máximo de divergência” entre os valores dos momentos
radial e circunferencial com o do momento ortogonal de forma que é expresso por:
A força cortante máxima da laje se encontra nos apoios, onde seu valor é expresso por:
1 1
𝑉𝑘 = 𝑞𝑘 𝑟 = × 8,55 × 5,85 = 25,00𝑘𝑁
2 2
Segundo Montoya (2000), em relação a parede circular, “os esforços na laje de fundação
são mais difíceis de serem obtidos, pela influência considerável da natureza do terreno da
fundação”, uma vez que envolve o estudo de uma laje circular sobre o solo elástico submetida
a hipóteses distintas de carga (considerando o reservatório vazio e o reservatório cheio).
Apesar do autor reconhecer a dificuldade de determinação dos esforços na laje de fundo
devido a interação solo-estrutura, são apresentadas fórmulas aproximadas para determinação
dos momentos ortogonais atuantes.
Assim, o equacionamento proposto por Montoya (2000) não leva em consideração o
efeito da interação solo-estrutura e segundo o autor, considera o caso em que “não foi efetuado
um estudo como placa circular sobre solo elástico”. Desta forma, é apresentado a seguir o
formato de dimensionamento proposto.
Assim, para a armadura inferior da laje, Montoya (2000) define a seguinte equação de
cálculo do momento ortogonal unitário em serviço:
𝑀𝑘 = 0,34 × 𝑝 × 𝑟
Onde:
p é o peso da parede por unidade de comprimento, expresso por:
25,0𝑘𝑁
𝑝 = × 0,40𝑚 × 4,70𝑚 = 47𝑘𝑁/𝑚
𝑚3
r é raio efetivo do reservatório, igual a 5,85m;
56
Assim, o valor do momento ortogonal máximo, para o cálculo da armadura inferior, será
majorado por:
𝑀𝑑 = 1,4 × 0,34 × 47 × 5,85 = 130,88𝑘𝑁𝑚/𝑚
Para a armadura superior da laje de fundo, Montoya (2000) define a seguinte equação
para o cálculo do momento ortogonal máximo unitário em serviço:
𝑀𝑤,𝑘 = 𝛼𝑚 × 𝑟 × ℎ × 𝑒 × 𝛿
Onde:
r é raio efetivo do reservatório, igual a 5,85m;
h é a altura do nível d’água máximo dado por 4,10m;
e é a espessura da laje de fundo, dado por 0,40m;
δ é o peso específico da água, dado por 10,0 kN/m3.
αm é o coeficiente adimensional dado pela Tabela 16, obtido a partir da determinação
do coeficiente “K”, expresso por:
ℎ
𝐾 = 1,3 × = 3,48
√𝑟 × 𝑒
Montoya (2000) propõe ainda que as armaduras, negativa e positiva, obtidas para o
momento fletor, devem ser somadas à componente da força normal de tração atuante na laje de
57
fundo devido à ação da pressão hidrostática sobre as paredes em cada uma das direções
ortogonais da laje.
A força normal de tração é obtida a partir da expressão a seguir:
𝑁𝑡,𝑘 = 0,5 × ℎ2 × 𝛿 × (1 − 𝛼)
Onde o valor de α é correspondente ao ábaco representado na Figura 19 , de forma que
o valor de α é 0,45.
9.1 RES.exe
Os esforços internos obtidos para a parede do reservatório são mostrados na Tabela 17.
PAREDE DO RESERVATÓRIO
Altura(m) Desloc(m) NY(kN/m) NT(kN/m) MY(kN.m/m) MT(kN.m/m) VY(kN/m)
0,00 -1,47E-05 -41,00 32,16 20,86 3,48 -38,60
0,20 -1,38E-05 -38,95 30,16 13,68 2,28 -31,47
0,41 -1,62E-05 -36,90 35,38 7,92 1,32 -24,82
0,62 -2,05E-05 -34,85 44,81 3,46 0,58 -18,87
0,82 -2,56E-05 -32,80 56,09 0,13 0,02 -13,70
1,02 -3,08E-05 -30,75 67,49 -2,22 -0,37 -9,35
1,23 -3,55E-05 -28,70 77,77 -3,76 -0,63 -5,81
1,44 -3,94E-05 -26,65 86,10 -4,65 -0,77 -3,01
1,64 -4,21E-05 -24,60 92,03 -5,04 -0,84 -0,89
1,85 -4,36E-05 -22,55 95,33 -5,05 -0,84 0,65
2,05 -4,39E-05 -20,50 95,99 -4,80 -0,80 1,71
2,26 -4,30E-05 -18,45 94,15 -4,38 -0,73 2,36
2,46 -4,11E-05 -16,40 90,01 -3,86 -0,64 2,70
2,66 -3,83E-05 -14,35 83,86 -3,29 -0,55 2,80
2,87 -3,47E-05 -12,30 75,99 -2,72 -0,45 2,73
3,07 -3,05E-05 -10,25 66,70 -2,18 -0,36 2,53
3,28 -2,57E-05 -8,20 56,25 -1,68 -0,28 2,27
3,48 -2,05E-05 -6,15 44,93 -1,25 -0,21 1,96
3,69 -1,51E-05 -4,10 32,95 -0,88 -0,15 1,65
3,89 -9,37E-06 -2,05 20,50 -0,57 -0,10 1,34
4,10 -3,54E-06 0,00 7,75 -0,33 -0,05 1,06
Fonte: Elaborado pelo autor (2018).
60
Diante dos resultados expostos para a força normal vertical, foi elaborado o Gráfico 1.
4,5
3,5
Altura da parede (m)
2,5
1,5
0,5
0
-45 -40 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0
Força Normal (kN/m)
Diante dos resultados expostos para a força normal circunferencial na parede, foi
elaborado o Gráfico 2.
4,5
4
3,5
Altura da parede (m)
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
0 20 40 60 80 100 120
Esforço normal de tração (kN/m)
Diante dos resultados expostos para o momento fletor ao longo da altura da parede, foi
elaborado o Gráfico 3. É importante salientar que o sinal positivo do momento equivale ao
62
esforço de tração na face interna da parede, enquanto que o momento negativo equivale a
esforço de tração na face externa.
4,5
4
3,5
Altura da parede (m)
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
-10 -5 0 5 10 15 20 25
Momento fletor (kN.m/m)
Diante dos resultados expostos para o momento transversal, que se desenvolve ao longo
do comprimento da parede, foi elaborado o Gráfico 4.
63
4,5
4
De posse deste gráfico, é possível concluir que a intensidade dos momentos transversais
é baixa em relação à intensidade da força normal de tração, de forma que terão menor influência
no dimensionamento da armadura circunferencial da parede.
Diante dos resultados expostos para a força cortante, foi elaborado o Gráfico 5.
4,5
4
3,5
Altura da parede (m)
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
-50 -40 -30 -20 -10 0 10
Força cortante (kN/m)
De posse deste gráfico, é possível notar que o valor máximo de força cortante aparece
na base da parede com valor de Vk,máx = -38,60 kN/m. Sendo o valor majorado da força para o
ELU é de:
Vk,max = 1,4 × −38,60𝑘𝑁 = −54,04𝑘𝑁
Diante dos resultados expostos para o momento radial na laje de fundo, foi elaborado o
Gráfico 6.
65
7,00
6,00
Distância do centro da laje (m)
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-25,00 -20,00 -15,00 -10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00
Momento fletor (kNm/m)
De posse deste gráfico, é possível avaliar que há uma mudança de sinal do momento
quando a seção de análise se aproxima da borda engastada. Assim, o momento radial máximo
positivo é obtido no centro da laje de fundo, tracionando a face superior da laje, com o valor de
MRk,máx+ = + 13,01kNm/m.
Já o momento radial máximo negativo é obtido no engastamento da laje de fundo com
a parede, retornando o valor de MRk,máx- = - 20,86kNm/m. Assim, temos os valores dos esforços
majorados para o ELU de:
+
𝑀𝑟𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 1,4 × +13,01𝑘𝑁 = +18,22𝑘𝑁𝑚/𝑚
−
𝑀𝑟𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 1,4 × −20,86𝑘𝑁 = −29,20𝑘𝑁𝑚/𝑚
Diante dos resultados expostos para o momento circunferencial na laje de fundo, foi
elaborado o Gráfico 7.
66
7,00
6,00
Distância do centro da laje (m)
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
Momento fletor (kNm/m)
Diante dos resultados expostos para a força cortante na laje de fundo, foi elaborado o
Gráfico 8.
67
7,00
6,00
Distância do centro da laje (m)
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00
Força Cortante (kN/m)
A partir das características do reservatório, dos materiais e das cargas descritas nos
capítulos anteriores, foi construído um modelo em elementos finitos para a análise estrutural do
reservatório com o auxílio da ferramenta SAP2000, a fim de verificar as análises previamente
realizadas.
Figura 22 – Vista do reservatório no programa SAP2000 (a) Parede circular e laje do fundo; (b) Laje da tampa.
Além disso, a designação dos esforços internos seguiu a definição da Figura 21. Assim,
para a análise numérica da parede do reservatório, foram avaliados os seguintes esforços
atuantes:
A seguir é mostrado o resultado obtido para força normal circunferencial que apresentou
valor de tração máxima no estudo da envoltória de esforços do ELU:
A seguir é mostrado o resultado obtido para força normal vertical que apresentou valor
de compressão máxima no estudo da envoltória de esforços do ELU:
A seguir é mostrado o resultado obtido no SAP2000 para o momento fletor máximo que
atua na face externa da parede no estudo da envoltória de esforços do ELU:
Logo, para o momento máximo na face externa da parede será adotado o valor de Mvd,máx
= -7,53 kNm/m.
Logo, para o valor da força cortante máxima será adotado o valor de Vd,máx = 36,36
kN/m.
A seguir é mostrado o resultado obtido para o momento ortogonal máximo que ocorre
no centro da laje de cobertura.
74
Logo, será adotado o valor de Mdmáx,positivo = 83,40 kNm/m para o momento ortogonal
máximo na laje de cobertura do reservatório.
A seguir é mostrado o resultado obtido para a força cortante máxima na laje de cobertura
do reservatório:
75
Logo, para o valor da força cortante máxima será adotado o valor de Vd,máx = 32,52
kN/m.
Figura 32 – Momentos fletores atuantes na laje de fundo. (a) Momento ortogonal máximo na face superior da laje (b)
momento ortogonal máximo no engastamento
(a) (b)
Para o momento ortogonal máximo no centro da laje de fundo será adotado o valor de
Mdmáx,centro = -55,43 kNm/m, de modo que este momento traciona a parte superior da laje de
fundo. Já o momento de engastamento da laje de fundo com a parede será de Mdmáx, engaste =
129,87 kNm/m.
A seguir é mostrado o resultado obtido para a força cortante máxima na laje de fundo
do reservatório:
77
Logo, para o valor de esforço cortante máximo será adotado o valor de Vd,máx = 92,53
kN/m.
A seguir são mostrados os resultados obtidos para a avaliação das tensões do solo na
laje de fundo do reservatório na envoltória de esforços do ELU:
78
Logo, diante do mapa de tensões para a envoltória do ELU, a tensão máxima no solo
aparece justamente no encontro da laje de fundo com a parede do reservatório, com seu valor
igual a 64,05 kN/m².
Para a laje de cobertura foram comparados valores obtidos no modelo analítico com o
SAP2000, conforme a Tabela 20. Verifica-se que o modelo analítico obteve maior valor de
momento ortogonal máximo, e este será o adotado no dimensionamento. A força cortante, por
sua vez, foi bem próxima na comparação das duas análises.
Já no caso da laje de fundo, não haverá uma comparação direta entre os resultados, uma
vez que a concepção em cada análise representa valores de cálculo diferentes. Em Montoya
(2000), os resultados foram encontrados em termos de momentos ortogonais para o
dimensionamento de armadura superior e inferior, que devem ser somadas à força de tração
atuante devido ao empuxo d’água na parede.
Já no Res.exe, os valores obtidos foram os de momento radial e circunferencial, que não
consideram os efeitos da interação solo-estrutura, de modo que o solo é considerado como
indeformável. Por fim, o SAP2000 foi a única ferramenta que conseguiu simular os efeitos da
interação solo-estrutura, a partir de coeficientes de reação do solo e, por isso, seus resultados
de análise foram escolhidos para realizar o dimensionamento da laje de fundo.
2
3
𝑓𝑐𝑘
𝜎𝑠𝑡 = 810𝑤𝑘0,5 √ ≤ 𝑓𝑦𝑠
𝜙
Desta forma, será adotada a armadura mínima circunferencial por face distribuída na
vertical e com orientação circunferencial, com o seguinte arranjo:
2x10,0mm c/9,0cm (As = 8,72cm²/m/face)
𝑀𝑑
μ=
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ ℎ
753𝑘𝑁𝑐𝑚/𝑚
μ= 4 = 0,00165
40𝑐𝑚 × 40𝑐𝑚 × 100𝑐𝑚 × 1,4 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
Logo, é possível observar que a taxa de armadura foi de ω = 0, de modo que será adotada
a taxa mínima para a armadura vertical negativa para flexão, seguindo a determinação do item
5.6.2.
Portanto:
0,150
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = × 100 × 40 = 6,00𝑐𝑚2 /𝑚
100
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 3,00𝑐𝑚2
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛,𝑓𝑎𝑐𝑒 = = /𝑓𝑎𝑐𝑒
2 𝑚
Desta forma, será adotada a armadura mínima vertical por face distribuída na horizontal,
com o seguinte arranjo:
2x10,0mm c/20cm (As = 3,93cm²/m/face)
Figura 35 – Ábaco de flexão composta normal
Para a armadura de engastamento, será utilizado o valor encontrado para a laje de fundo,
dimensionado no item 10.3.2.
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 = 36,36𝑘𝑁/𝑚
Portanto, para a dispensa da armadura de cisalhamento, a NBR 6118 (ABNT, 2014)
prevê que a seguinte expressão seja verificada:
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 = [τRd × k × (1,2 + 40𝜌1 )] × 𝑏𝑤 × d
Onde:
k = 1,6 − d > 1 = 1,6 − 0,345 = 1,255
2 2
3
τRd = fck × 0,0375 = 403 × 0,0375 = 0,4387MPa = 0,04387kN/cm²
8,34𝑐𝑚2
𝐴𝑠1 2× 𝑚
𝜌1 = ≤ 0,02 = = 0,0048 ≤ 0,02 → 𝑂𝑘!
𝑏𝑤 × 𝑑 100𝑐𝑚 × 34,5𝑐𝑚
Logo:
𝑉𝑅𝑑1 = [0,04387 × 1,255 × (1,2 + 40 × 0,0048)] × 100 × 34,5 = 264,40kN/m
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 = 36,36𝑘𝑁/𝑚
Como Vsd < VRd1, significa que não é necessário armar a parede ao cisalhamento.
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 = 35,00𝑘𝑁/𝑚
Portanto, para a dispensa da armadura de cisalhamento, a NBR 6118 (ABNT, 2014)
prevê que a seguinte expressão seja verificada:
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 = [τRd × k × (1,2 + 40𝜌1 )] × 𝑏𝑤 × d
Onde:
k = 1,6 − d > 1 = 1,6 − 0,195 = 1,405
2 2
3
τRd = fck × 0,0375 = 403 × 0,0375 = 0,4387MPa = 0,04387kN/cm²
15,34𝑐𝑚2
𝐴𝑠1 𝑚
𝜌1 = ≤ 0,02 = = 0,0078 ≤ 0,02 → 𝑂𝑘!
𝑏𝑤 × 𝑑 100𝑐𝑚 × 19,5𝑐𝑚
86
Logo:
𝑉𝑅𝑑1 = [0,04387 × 1,405 × (1,2 + 40 × 0,0078)] × 100 × 19,5 = 181,73kN/m
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 = 35,00𝑘𝑁/𝑚
Como Vsd < VRd1, significa que não é necessário armar a laje ao cisalhamento.
Desta forma, será adotada a armadura mínima ortogonal positiva, com o seguinte
arranjo:
10,0mm c/13,0cm (As = 6,04cm²/m) em ambas as direções.
Dessa forma, a tensão admissível do solo já foi previamente definida de acordo com o
item 6.3, tendo o valor de tensão admissível de 723,7 kPa. Como a tensão máxima aplicada é
menor que a tensão admissível imposta, a laje de fundo está adequada quanto a esta verificação.
Conforme mencionado no item 7.3, a verificação do estado limite de serviço (ELS) foi
considerada no estudo como do tipo “quase permanente”, sendo definida como COMB.03, que
levou em conta os carregamentos a seguir:
COMBINAÇÃO DE SERVIÇO 01 (COMB.03):
− Peso próprio do concreto;
− Peso de impermeabilização;
− Sobrecarga acidental na laje de cobertura (variável);
− Empuxo de água considerando nível máximo de extravasão;
− Peso de água na laje do fundo considerando nível máximo.
A NBR 6118 (ABNT, 2014) define no item 3.2.4 que deve ser verificado o “estado-
limite de deformações excessivas”, também denominado de “ELS-DEF”. Primeiramente, deve
ser avaliado o estádio de cálculo em que situa a peça da seção considerada, através do chamado
“Momento de fissuração”.
a máxima tensão de tração no concreto atinge a resistência à tração na flexão (fct), para atuação
de um certo momento em serviço identificado como momento de fissuração.
Este momento de fissuração separa o Estádio I do Estádio II. O momento de fissuração
pode ser calculado com a seguinte expressão:
𝑀𝑟 = 𝛼 × 𝑓𝑐𝑡 × 𝑊
Onde:
− α = 1,5 para seções retangulares, denominado de fator de correlação entre “a
resistência à tração na flexão com a resistência à tração direta” Bastos (2015);
− fct em MPa dado por:
2 2
𝑓𝑐𝑡𝑘 = 0,3 × (𝑓𝑐𝑘 3 ) = 0,3 × (403 ) = 3,51 𝑀𝑃𝑎 = 0,351𝑘𝑁/𝑐𝑚²
Observa-se que nos três elementos, a peça não estará fissurada, trabalhando no estádio
1 em serviço.
91
Deslocamento a Deslocamento-
Tipo de efeito Razão da limitação Exemplo
considerar limite
Efeito
Superfícies que
estruturais em Coberturas e varandas Total l/250
devem drenar água
serviço
Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014).
Para a laje de cobertura, foi calculada a seguinte flecha imediata pelo software:
92
Δξ
αf =
1 + 50ρ′
De modo que:
𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 )
− ξ(t) é adotado como 2,0 por ter tempo “t” superior a 70 meses;
− ξ(t0) é adotado como 0,68 por considerar que a carga de longa duração irá atuar
a partir do primeiro mês de construção;
− ρ’ é nulo por não possuir armadura superior no centro da laje.
Logo:
(2,00 − 0,68)
αf = = 1,32
1+0
Logo, como a flecha máxima na laje é inferior ao deslocamento limite, de modo que o
ELS-DEF está verificado para a laje de cobertura do reservatório.
Apesar do momento atuante nos elementos não terem excedido o valor do momento de
fissuração, deve-se atentar ao ELS-F para a força normal de tração atuante na parede do
reservatório. Assim, o valor do esforço normal máximo de tração na parede deve ser comparado
ao valor limite dado por:
𝑁máx = 𝐴 × 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓
Onde:
A é a área transversal da parede, dada por 1,00x0,40m = 0,40m²;
3 3
2
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7 × 0,3 × √𝑓𝑐𝑘 = = 0,7 × 0,3 × √402 = 2,457𝑀𝑃𝑎
Logo, tem-se:
𝑁máx = 0,40𝑚2 × 2457𝑘𝑃𝑎 = 928,8𝑘𝑁/𝑚
O valor de tração máxima aplicada foi de Nd,máx = +116,45kN/m, de modo que também
não foi ultrapassado o valor máximo de formação de fissuras para o esforço normal máximo de
tração na parede do reservatório.
elástico, isotrópico e homogêneo”. Para isso, deve ser considerado um bulbo de recalque com
z = 2B, ou seja, no caso da laje de fundo, devemos avaliar uma profundidade de 24 metros.
Nessa situação a laje de fundo será assentada no topo do terreno, sem embutimento.
Como a laje é circular com diâmetro B=12,0 m, obtém-se os seguintes valores:
− L1 (altura da camada acima da cota de assentamento) = 0,00m;
− L2 (profundidade do bulbo de recalque) = 2x12,00m = 24,00m;
− Profundidade do Izmáx = B/2 = 12,00m/2 = 6,00m;
− base = 64 KPa (valor máximo obtido na análise do SAP2000);
− q = 0x17 = 0 kPa;
− * = 64-0 = 64 kPa;
− C1 = 1;
− C2 = 1.
Dados Entrada
σatuante (kPa) 64
B (m) 12
Profundidade do Nível de água (m) N.E.
Recalque no tempo? Não
Fonte: Elaborado pelo autor (2018).
Dados Calculados
profundidade (m) acima (L1) 0
profundidade (m) abaixo (L2) 24
cota (m) Izmax 6
γ (Kn/m³) médio acima 0
q (kPa) 0
σ* (kPa) 64
σ´v (kPa) Izmax 64
Izmax 0,60
C1 1,00
C2 1,00
Fonte: Elaborado pelo autor (2018).
95
Além disso, o valor do Iz com a profundidade pode ser obtido a partir do Gráfico 9.
Iz
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Profundidade (m)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Camadas
Δz K
Abaixo da Tipo de solo α Iz Nspt Es (Mpa) Iz * DeltaZ / Es
(m) (Mpa)
Sapata
− Armaduras complementares;
− Comprimento de ancoragem;
− Transpasse das armaduras.
A primeira armadura aqui definida é para os furos e aberturas, definida pela NBR 6118
(ABNT, 2014) em seu item 13.2.5.2 “Aberturas que atravessam lajes na direção de sua
espessura” servindo como reforço do elemento próximo aos furos.
Esta norma prevê que a necessidade por verificar a resistência e a deformação nas lajes,
com exceção das lajes lisas ou lajes-cogumelo, “podem ser dispensadas dessa verificação,
quando armadas em duas direções e sendo verificadas, simultaneamente, as seguintes
condições:
a) as dimensões da abertura devem corresponder no máximo a 1/10 do vão menor
(lx)
b) a distância entre a face de uma abertura e o eixo teórico do apoio da laje deve
ser igual ou maior que 1/4 do vão na direção considerada; e
c) a distância entre faces de aberturas adjacentes deve ser maior que a metade do
maior vão”
Deste modo, foram verificadas as condições acima propostas e se determina que:
− Acesso para visitas: O acesso para visitas tem dimensão 80x80cm, locada na laje
de cobertura próxima à escada de marinheiro, conforme Figura 37.
98
A fim evitar fissuras devido a retração dada a grande exposição ao sol da laje de
cobertura, será adicionada uma armadura ortogonal na face superior com valor mínimo de:
0,150
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = × 100 × 25 = 3,75𝑐𝑚2 /𝑚
100
Assim, tem-se:
99
𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = ( ) × ( )
4 𝑓𝑏𝑑
Onde:
𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 × 𝜂2 × 𝜂3 × 𝑓𝑐𝑡𝑑
Admitindo:
− η1 = 2,25 para barras nervuradas;
− η2 = 1,0 considerando situação de boa aderência;
− η3 = 1,0 para Φ < 32 mm.
− fctd = fctk,inf / γc :
3 3
2
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7 × 0,3 × √𝑓𝑐𝑘 = = 0,7 × 0,3 × √402 = 2,457𝑀𝑃𝑎
100
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 2,475𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑡𝑑 = = = 1,768 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑐 1,4
Portanto:
O comprimento do gancho é definido no item 9.4.2.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014), que
define para ângulo reto, o valor mínimo de 8Φ. Logo, o valor do comprimento de ancoragem
necessário dado pelo item 9.2.3.5 da mesma norma citada acima é
𝐴𝑠𝑐𝑎𝑙𝑐
𝑙𝑏 = 𝛼 × 𝑙𝑏 × ≤ 25𝛷
𝐴𝑠𝑒𝑓
A fim de facilitar o cálculo, será adotado o comprimento de ancoragem considerando
que a armadura calculada equivale a armadura efetiva. Além disso, o valor de α será de 0,7
devido a ser uma “barra tracionada com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho
≥ 3Φ.
Já o comprimento mínimo de ancoragem adotado é dado pelo maior entre os valores
abaixo:
10𝑐𝑚
𝑙𝑏𝑚í𝑛 > { 10 × 𝛷
0,3 × 𝑙𝑏
Logo, o comprimento adotado de ancoragem para cada bitola de aço empregada é dado
conforme a Tabela 29.
101
13. RESULTADOS
REFERÊNCIAS
BASTOS, P.S.S.; Lajes de concreto: Estruturas de concreto I. Bauru/SP: Unesp, 2015. Notas
de aula.
BURLAND, J.B.; BROMS, B.B.; MELLO, V.F.B. Behaviour of foundations and structures.
In: INT. CONF. OF SOIL MECH. AND FOUND. ENGNG., 9., Tóquio, 1977.
CINTRA, J.C.A.; AOKI, N.; ALBIERO, J.H. Fundações diretas: projeto geotécnico. Oficina
dos textos, São Paulo, 2011.
HANGAN, M.; SOARE, M.M. Calcul rapide des réservoirs cylindriques. Annales de
L’Institut Technique du Batiment et des Travaux Publics. n.135-136, 1959.
105
MOLITERNO, A.; MENDES, M.; Caderno de muros de arrimo. 2. ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 1994.
MORAES, M.C.; Estruturas de fundações. 2. ed. São Paulo: McGraw Hill, 1976.
TERZAGHI, K. Theoretical soil mechanics. New York: John Wiley and Sons, 1943.
TEXEIRA, A.H.; GODOY, N.S. Análise, projeto e execução de fundações rasas, in:
HACHINCH, W. et al. (ed.) Fundações: teoria e prática. São Paulo: Pini, Cap. 7, 1996.
APOIO
90°
LOCAÇÃO
0,15 0,15
0,15 0,15 2,85
2,95
4,52 1,07
0,15 0,15
0°
0,15 0,15
180°
4,52
ELEVAÇÃO
1,70
0,43
0,97
0,69
0,15 0,15
270°
1,30
0,15
1,50
0,15
P/PLUVIAIS
DN 200
12,10
77,85 77,85
0,25 0,25
0,80 0,80
0,61
76,99 76,99 0,61
EXTRAVASOR
DN 200
4,66 4,66
4,10 4,10
1,95
72,99 72,99
72,89 72,89 72,89 72,89
0,40
0,20 0,05 0,20
0,05 0,05
72,46 0,16
0,40 1,15 0,44
0,50 0,50
72,18
1,40 0,10
SAÍDA 1,05 1,11
1,20 DN 200
0,15 P/PLUVIAIS
ENTRADA DN 200
DN 150
0,43 0,70
0,15 0,10
0,15 2,85 1,50 0,36 0,71
2,95
0,16 0,15 0,15 0,15
0,15 0,15
CORTE AA CORTE BB
50
80
40
429
465
Ø EXT. 1210
40 521 80 521 40
Ø INT. 1130
40 300 265 265 300 40
170
367
40
43
69
25 25
61 61
43
71
40
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
40 CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
43 70 40
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
40 71 CIV0489 - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
36
σ≥ Assunto:
PROJETO DE RESERVATÓRIO CIRCULAR DE CONCRETO ARMADO APOIADO
σ≥ Sub-Assunto:
PLANTA DAS FÔRMAS
FÔRMA DO FUNDO, COBERTURA E CORTE
Aluno: Prancha:
60 60 60
R.INT. = 570
40
5
30 30
R. EXT. = 605
526
526
30
15 15
15 15
50
15 15
15 15
50
15 15
15 15
15 15 15 15
50 50
15 15 15 15
15
25
15
30 50
50
30 50
30 30 30 30
50 50
30 30
50
50
30 30
30 30
50
50 50 50
30 30
50
30 30
30 30 30 30
50 50 50 50
30 30 30 30
100
150 30
150 50 50
30 100
50 63
42 107 73 42
45° 135° 135° 45°
135° 30 30 45° 135°
45°
42
42 42
42
70 30
15 100 90
77 120
30 15 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
30 30 43
30 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CIV0489 - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
30 30 Assunto:
PROJETO DE RESERVATÓRIO CIRCULAR DE CONCRETO ARMADO APOIADO
135°
42 Sub-Assunto:
PLANTA DE ARMAÇÃO DA LAJE DE FUNDO
42 42 45°
42
50 ARTHUR JOSÉ MAIO CAMPOS 04/ 04
Orientador: Escala:
61 135° 30 100 INDICADA
30 RODRIGO BARROS (ECT/UFRN)
86 Coorientador: Data:
119 MAIO/2018
JOSÉ NERES DA SILVA FILHO (DEC/UFRN)