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RevistaSapientia Edicao1 PDF
RevistaSapientia Edicao1 PDF
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01 DE AGOSTO DE 2012 EDIÇÃO # 01 | ANO 01
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6'"'(#$4*7)*8%9%()*%*%:;6'"'(#$4*
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A
Revista
Sapientia
é
uma
publicação
do
Curso
Sapientia,
preparatório
para
o
Concurso
de
Rua
Alexandre
Dumas,
1171
Admissão
à
Carreira
de
Diplomata.
Seu
conteúdo
tem
cunho
estritamente
acadêmico
e
não
São
Paulo
–
SP
Ƥ
± Ù CEP
04717-‐003
–
Santo
Amaro
× Ǥ
Ù São
Paulo/SP-‐
Brasil
publicados
expressam
ou
espelham
as
opiniões
da
instituição
Sapientia.
Esta
revista
é
imparcial
política
e
ideologicamente
e
procurará
sempre
democratizar
as
discussões,
Ǥǣή͙͙͚͝͝͝͡͡Ǧ͛͛͛͠
ÙǤ± revistasapientia@cursosapientia.com.br
debate,
salutar
à
democracia
e
à
construção
do
conhecimento
e
da
sabedoria
dos
candida-‐
tos
à
carreira
de
diplomata.
É
permitida
a
reprodução
das
matérias
e
dos
artigos,
desde
que
previamente
autorizada
por
escrito
pela
Direção
da
Revista
Sapientia
e
com
crédito
da
fonte.
www.cursosapientia.com.br
SUMARIO
25 TROQUE SAPIENTIA
CLASSIFICADOS
ENTREVISTA
06 CELSO AMORIM 27 SAPIENTIA INDICA
MINISTRO DA DEFESA E EX-MINISTRO AGENDA DE EVENTOS
DAS RELAÇÕES EXTERIORES
18 OPINIÃO
ARTIGO CRÍTICO DE CONVIDADO 31 CHARGE
BALANÇO DOS BRICS
ENTREVISTA
CELSO
AMORIM
POR EQUIPE SAPIENTIA
A SORTE AJUDA
OS BONS. OU,
EM OUTRA
VERSÃO, TER
SORTE DÁ
MUITO
TRABALHO.
A Revista Sapientia apresenta, em sua primeira edição, uma entrevista com CELSO AMORIM.
06
(1979-1982), aos 37 anos,
CURSO SAPIENTIA: CURSO SAPIENTIA:
prenunciava o interesse do
futuro chanceler no desen- Como foi a preparação para o Apesar de o concurso não
volvimento e na valorização CACD? Há algum episódio exigir dos candidatos uma
da cultura nacional. durante este período que gos- formação acadêmica especí-
Em 2009, a revista americana taria de dividir com os candi- fica para o ingresso no Rio
Foreign Policy indicou Celso datos? Branco, há um perfil ou
Amorim como o sexto entre características imprescin-
MINISTRO AMORIM:
os cem maiores pensadores díveis para a aprovação do
globais, sendo chamado de “o Decidi fazer o concurso três candidato no CACD?
melhor Ministro das Relações meses antes da “primeira
etapa”. A cinco dias da prova MINISTRO AMORIM:
Exteriores do mundo” por
“transformar o Brasil em um de História, comecei a ler os O fundamental, para mim, é
ator global”. Amorim exerce o livros indicados, que eram ter interesse pela política inter-
cargo de Ministro da Defesa muito factuais, repletos de nacional e desenvolver um
desde agosto de 2011. nomes e datas. Após um dia e grande senso crítico da reali-
meio, tinha chegado apenas dade. O resto se adquire.
CURSO SAPIENTIA: na página 80, de uma obra de
Que lembranças remetem 600 páginas. Vi que não teria CURSO SAPIENTIA:
Vossa Excelência à descoberta tempo de decorar tudo. Fui a Qual mensagem final o Minis-
da vocação internacional? uma livraria e deparei com tro gostaria de passar aos can-
uma bibliografia mais nova, didatos (aos iniciantes e aos
MINISTRO AMORIM:
interpretativa, que dava mais que já prestam o concurso há
Lembro-me da intervenção de latitude para as respostas. Para tempos e estão quase desis-
San Tiago Dantas na reunião minha felicidade, as perguntas tindo...)?
de Punta del Este, em 1962. A foram exatamente nessa linha
cena fez parte do filme Os mais analítica, já que os mem- MINISTRO AMORIM:
Cafajestes, de Ruy Guerra, de bros da banca eram de uma
quem fui assistente. Foi um Confiem na sorte e estudem.
escola mais moderna. Isso Como diria um famoso joga-
grande momento de nossa mostra que seguir o instinto
política externa, que me dor de xadrez, a sorte ajuda os
não deixa de ser importante. bons. Ou, em outra versão, ter
estimulou a fazer a prova do
Itamaraty. sorte dá muito trabalho!
07
PROFESSOR SAPIENTIA COMENTA
O IMPEACHMENT DE FERNANDO LUGO E A REAÇÃO DO MERCOSUL:
INTERESSES E DESAFIOS
Por
Diego
Araujo
Campos¹
1. Este artigo é de responsabilidade exclusiva do autor e não representa o ponto de vista do Inmetro.
O
estopim
da
situação
ocorreu
com
a
Introdução 1 O contexto interno invasão
da
fazenda
do
ex-‐senador
colorado
Blas
Riquelme,
em
15
de
junho
O
Paraguai
presenciou,
em
junho
de
2012,
o
impeachment
do
presidente
do julgamento político de
2012,
o
que
propiciou
17
mortos,
entre
policiais
e
trabalhadores
sem-‐
Fernando
Lugo
com
base
no
artigo
225
sobre Fernando Lugo Ǥ Ƥ
da
Constituição
desse
país.
Os
outros
conhecidas
como
“Matanza
de
membros
do
MERCOSUL,
contudo,
Alianç ×
ǡ dz΅Ǥ
analisaram
a
situação
como
desrespeito
±
Nesse
cenário
de
crise
fundiária
e
de
à
“ordem
democrática”,
embora
não
Partido
Colorado.
Lugo,
todavia,
chegou
falta
de
apoio
político
do
presidente
da
haja,
nos
Protocolos
de
Ushuaia
I
e
II,
²
ǡ República,
ocorreu
o
julgamento
Ƥ ± sustentando-‐se
sobre
coalizão
que
político
de
Fernando
Lugo,
de
acordo
quais
elementos
embasam
uma
democ-‐ englobava
o
Partido
Liberal
Radical
com
o
artigo
225
da
Constituição
racia.
Permite-‐se,
assim,
que
a
discri-‐ ²
ǡ
Ǧ paraguaia.
Segundo
Juan
Gabriel
cionariedade
permeie
ações
do
bloco
na
Frederico
Franco.
Elucide-‐se
que
liberais
ΆǡDz×
defesa
das
instituições
democráticas.
e
colorados
são
tradicionais
rivais
na
contemplado
en
el
artículo
225
de
la
Neste
breve
artigo,
abordar-‐se-‐á,
política
interna
paraguaia,
tendo
×ǣ
primeiramente,
o
contexto
político
historicamente
a
Argentina
apoiado
os
acusa
y
el
Senado
juzga,
con
los
dos
interno
do
Paraguai.
Na
segunda
parte,
liberais
e
o
Brasil,
os
colorados²³. tercios
de
votos
respectivos”.
Lugo
ǦǦ ƪ²
× Nos
últimos
anos,
Lugo
aproximou-‐se
sofreu
cinco
acusações.
Entre
elas,
a
MERCOSUL
no
cenário
interno
dos
colorados
a
ponto
de
ter
nomeado
crescente
insegurança
do
país,
o
Paraguaio,
com
implicações
para
as
um
integrante
do
Partido
Colorado
para
suposto
apoio
à
tomada
de
um
quartel
relações
paraguaias
com
os
vizinhos
do
±Ǥ ͚͘͘͡Ƥ
Cone
Sul.
Em
seguida,
concluir-‐se-‐á
o
levou
ao
protesto
do
Partido
Liberal,
Ushuaia
II
(MERCOSUL)
,
o
qual
feriria
a
artigo. culminando
com
a
renúncia
de
quatro
Constituição
paraguaia
ao
permitir
a
Espera-‐se
que
pontos
importantes
do
ministros
liberais.
O
então
presidente
intervenção
interna
em
caso
de
ameaça
debate
sobre
o
julgamento
político
de
paraguaio
perdia,
assim,
o
apoio
do
ΈǤ
Lugo
e
a
visão
dos
outros
membros
do
Ǥ±
MERCOSUL
sobre
o
assunto
sejam
de
não
ter
maioria
no
Senado,
Lugo
levantados
como
contribuição
para
a
perdeu
o
alicerce
político
na
Câmara
dos
Entre
os
elementos,
quase
todos
eles
ƪ
-‐ Deputados.
Governar,
nesse
contexto,
essencialmente
paraguaios
(salvo
dições
da
atuação
em
bloco,
mormente
À΄Ǥ que
as
invasões
de
terras
também
se
em
assunto
tão
delicado
quanto
a
seara
Ademais,
as
oligarquias,
ligadas
aos
Ƥ
-‐
política
de
um
Estado. interesses
agrários,
recearam
os
atos
de
ros,
o
que
deve
ter
sido
informado
A
eleição
de
Fernando
Lugo
para
a
invasão
de
terra
dos
movimentos
camp-‐ pelo
Itamaraty),
existe
um
curioso,
²
Ǧ esinos
e
dos
carperos
(sem-‐terra),
que
é
o
Protocolo
de
Ushuaia
II,
em
coligação
política
de
centro-‐esquerda,
tradicionais
aliados
de
Fernando
Lugo.
08
uma
vez
que
o
último
empecilho
à
cas
não
comprovarem
o
respeito
à
também
assinado
pela
presidente,
adesão
plena
da
Venezuela
residia
na
ǡ Ƥ
na
reunião
do
MERCOSUL
em
oposição
do
Senado
paraguaio.
Com
a
Cláusula
Democrática
do
MERCOSUL
͚͙͙͘ǡ±ǡ suspensão
do
Paraguai,
sucumbiu
o
contra
a
Venezuela,
por
falta
de
vontade
que
supostamente
se
destina
a
último
obstáculo
para
que
o
MERCOSUL
política
do
Brasil
e
da
Argentina
e
pela
tivesse
cinco
membros,
a
partir
de
31
de
Ƥ ±
MERCOSUL,
ao
sancionar
o
país
que
͚͙͚͘ǡ
ÀǤ ordem
democrática
nas
normativas
do
Alguns
analistas,
como
Tokatlian,
Ǥ
±
(alegadamente
a
derrubada
violenta
Ƥ Compromisso
com
a
Democracia
no
de
um
presidente). neogolpismo
no
Paraguai.
ȋ Ȍ
que:
criticado
violentamente
esse
instru-‐ El
"nuevo
golpismo"
es
formalmente
mento,
como
informado
aqui
ǡ
também
(...). civiles
(con
soporte
implícito
o
artigo
1
Ou
seja,
existe
um
elemento
que
complicidad
explícita
de
los
interessa
à
política
externa
brasileira,
militares),
mantiene
una
cierta
apari-‐ em
caso
de
ruptura
ou
ameaça
de
ǣ± encia
institucional,
no
involucra
ǡ
congressistas
paraguaios
ao
dito
necesariamente
a
una
potencia
uma
violação
da
ordem
constitu-‐
Protocolo,
que
segundo
eles
viola
os
(Estados
Unidos)
y
pretende
resolver,
cional
ou
de
qualquer
situação
que
Àǡ al
menos
de
entrada,
una
impase
ponha
em
risco
o
legítimo
exercício
questão
pendente
do
ingresso
da
social
o
política
potencialmente
do
poder
e
a
vigência
dos
valores
e
ruinosa.
À
Ǥ
ȋǡ͚͙͚͘ȌΉǤ La
sucesión
neogolpista
reciente
es
reveladora:
la
remoción
"legal"
de
Jamil
Mahuad,
en
Ecuador,
en
2000;
Sendo
assim,
a
suspensão
do
Paraguai
Percebe-‐se,
assim,
que
questões
do
MERCOSUL
foi
recurso
da
subjetivi-‐
el
derrocamiento
"institucional"
de
associadas
direta
ou
indiretamente
à
dade
dos
governantes
dos
três
outros
ǡǡ͚͚͘͘Ǣ
política
externa
paraguaia
foram
usadas
ǡ ± Ƥ
̺̺
Ǧ
como
pretexto
para
o
impeachment
de
política
do
Brasil
e
da
Argentina
de
Aristide,
en
Haití,
en
2004;
la
Fernando
Lugo.
Outrossim,
o
concretizarem
a
adesão
da
Venezuela
ao
sustitución
"constitucional"
de
julgamento
político
de
Lugo
foi
o
bloco,
conforme
o
Protocolo
de
Acessão
Zelaya,
en
Honduras,
en
2009,
y
el
argumento
para
críticas
de
países
Ƥ͚͘͘͞Ǥǡ
"putch
"
policial
contra
Rafael
Correa,
vizinhos,
com
a
consequente
suspensão
deixam
espaço
para
tal
subjetividade,
en
2010.
do
Paraguai
do
Mercosul. tornando
a
suspensão
legítima
de
La
"destitución"
de
Fernando
Lugo
por
mal
desempeño
en
sus
funciones
acordo
com
o
arcabouço
jurídico
merco-‐
-‐ sulino.
Não
se
pode
esquecer,
todavia,
2 O contexto externo tos
"golpes
benévolos",
en
los
que
sus
que
o
Paraguai
pode
acionar,
como
anunciou
que
faria,
o
sistema
de
solução
autores
se
vieron
"compelidos"
a
do impeachment de "salvar"
la
democracia
(TOKATLIAN,
± ǡ
2012)¹¹.
forma
a
reverter
a
suspensão
–
o
que
Fernando Lugo: ±
ȋ
ȌǤ
elementos exógenos A
ideia
de
neogolpismo
está
intrinseca-‐ Dessa
forma,
os
membros
do
MERCO-‐
mente
relacionada
à
queda
de
Lugo,
SUL
podem
ser
responsabilizados
na política interna pois
pode
ser
vista
como
um
“golpe
internacionalmente,
desprestigiando
o
paraguaia branco”¹²
,
em
que
se
recorre
ao
bloco.
arcabouço
legal
para
derrubar
um
chefe
de
Estado
em
nome
da
defesa
da
Os
membros
do
MERCOSUL,
com
democracia.
Por
outro
lado,
não
se
pode
Conclusão 3
exceção
do
Paraguai,
reuniram-‐se
em
Ƥ
Mendoza,
Argentina,
em
29
de
junho
de
qualquer
lei
ou
norma
paraguaia,
o
que
2012,
em
reunião
de
Cúpula
para
foi
comprovado
pela
Suprema
Corte
do
país.
Buscou-‐se,
no
presente
trabalho,
discor-‐
analisar,
entre
outros
assuntos,
a
questão
da
retirada
de
Fernando
Lugo
Elucide-‐se
que
a
Venezuela
não
rer
sobre
os
desdobramentos
da
da
presidência
paraguaia.
Mesmo
que
a
corrobora
princípios
básicos
do
Estado
situação
política
paraguaia
e
sobre
a
Cláusula
Democrática
do
MERCOSUL,
democrático
de
direito,
como
a
atuação
do
MERCOSUL
na
situação,
consubstanciada
no
Protocolo
de
liberdade
de
expressão.
Em
2009,
por
com
a
suspensão
dos
direitos
do
ȋ͙͡͡͠Ȍǡ Ƥ ± exemplo,
órgãos
reguladores
venezue-‐ Paraguai
de
participar
dos
órgãos
“democracia”
ou
“ordem
democrática”,
lanos
retiraram
do
ar
dezenas
de
mercosulinos.
A
suspensão
cessará
os
governos
de
Brasil,
Argentina
e
estações
de
rádio
críticas
ao
governo
Ƥ
Dz
-‐
Uruguai
decidiram
aplicar
a
sanção
de
venezuelano,
como
constatou
o
mento
da
ordem
democrática
na
parte
suspensão
do
bloco
ao
Paraguai,
com
Committee
to
Protect
Journalists
afetada”,
como
está
expresso
no
§
5º
do
Ǥ ± ǡ (CPT)¹³.
Será
que
o
Protocolo
de
Comunicado
Conjunto
dos
Presidentes
aprovou-‐se
a
entrada
da
Venezuela
Ushuaia
deveria
ser
acionado
contra
a
dos
Estados
Partes
do
MERCOSUL,
com
Venezuela?
Apesar
de
eleições
periódi-‐ menção
ao
artigo
7º
do
Protocolo
de
como
Estado-‐membro
do
MERCOSUL,
09
Ushuaia.
ǡƤ
Ƥ Ƥ
Dz
dz
À
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Paulo Roberto de. O Paraguai e o Protocolo de Ushuaia II - libelo acusatório.
ÙǤ
Ǧ ƤÙ
ǡ Disponível em: <http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/06/o-paraguai-e-o-protocolo-de-
ushuaia-ii.html>. Acesso em: 17 jul. 2012.
ÙǤ ǡ BRANCO, Lívia Castelo;; MILANEZ, Marcos. Paraguai – o intrincado alinhamento de interesses e a
Ǧ
diversidade na base de apoio como determinantes da destituição de Fernando Lugo. In: Mundorama.
ǡ Disponível em: <http://mundorama.net/2012/06/26/paraguai-o-intrincado-alinhamento-de-interesses-e-a-
diversidade-na-base-de-apoio-como-determinantes-da-destituicao-de-fernando-lugo-por-livia-castelo-
Dz
dz
×
Ǥ branco-marcos-milanez/>. Acesso em: 18 jul. 2012.
ǡ ǡ Ƥ DORATIOTO, Francisco. Relações Brasil-Paraguai: afastamento, tensões e reaproximação
(1889-1954). Brasília: FUNAG, 2012.
ǡ
MARTUSCELLI, Patrícia Nabuco. Golpe “Branco” no MERCOSUL. In: Mundorama. Disponível em:
Ǧ <http://mundorama.net/2012/07/15/golpe-branco-no-mercosul-por-patricia-nabuco martuscelli/>. Acesso em:
Ǥ
18 jul. 2012.
À MERCOSUL. Protocolo de Ouro Preto.Disponível em: < http://www.sice.oas.org/trade/mrcsrp/ourop/
ǡ ouropinp.asp>. Acesso em: 18 jul. 2012.
ÙïǦ ___________. Protocolo de Ushuaia. Disponível em:
Ùǡ
Ǥ <http://www.mercosur.int/msweb/Normas/Tratado%20e%20Protocolos/1998_PROTOCOLO%20DE%20US
Ǧ HUAIA-Compromiso%20democrático_port.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2012.
ǡǡ
___________. Protocolo de Ushuaia II. Disponível em: <http://www.sice.oas.org/trade/mrcsrs/decisions/
ǡ
Ǧ DEC_027-2011_p.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2012.
͛͟
MILANI, Carlos R S. Crise política no Paraguai: um teste para a região? In: Carta Capital. 02 de julho de
Ǥ
2012. Disponível em:<http://www.cartacapital.com.br/internacional/crise-politica-no-paraguai-um-teste-
±ǡ para-a-regiao/>. Acesso em: 19 jul. 2012.
TOKATLIAN, Juan Gabriel. El auge del neogolpismo. La Nación. 24 de junho de 2012. Disponível
Ǥ
em:<http://www.lanacion.com.ar/1484794-el-auge-del-neogolpismo>. Acesso em: 12 jul. 2012.
ï
Ǥ
Ƥ
ǡ ǡ
ǡ
ǡ ±
Ù
À
Ǥ
ï
×Ǥ
À ±
ƪ²
ǡ
΄ǡ Ù Ǧǣ 2 MILANI, Carlos R S. Crise política no Paraguai: um teste para a região? In: Carta Capital. 02 de julho de 2012. Disponível
ǡ Ù em:<http://www.cartacapital.com.br/internacional/crise-politica-no-paraguai-um-teste-para-a-regiao/>. Acesso em: 19 jul. 2012.
3 BRANCO, Lívia Castelo;; MILANEZ, Marcos. Paraguai – o intrincado alinhamento de interesses e a diversidade na base de
ȋ͙͠͠͡Ǧ͙͜͡͝ȌǤ
apoio como determinantes da destituição de Fernando Lugo. In: Mundorama. Disponível em:
<http://mundorama.net/2012/06/26/paraguai-o-intrincado-alinhamento-de-interesses-e-a-diversidade-na-base-de-apoio-
ǡ ǡ como-determinantes-da-destituicao-de-fernando-lugo-por-livia-castelo-branco-marcos-milanez/>. Acesso em: 18 jul. 2012.
ǤÀ 4 MILANI, Carlos R S, op. cit.
5 BRANCO, Lívia Castelo;; MILANEZ, Marcos, op. cit.
ǡ± 6 TOKATLIAN Juan Gabriel. El auge del neogolpismo. La Nación. 24 de junho de 2012. Disponível em:
<http://www.lanacion.com.ar/1484794-el-auge-del-neogolpismo>. Acesso em: 12 jul. 2012.
Ǧ
Ù 7 Segundo o artigo 11 do Protocolo de Ushuaia II: “Uma vez que todos os Estados signatários e aderentes do Protocolo de
ȋȌǡ
Ù Ushuaia sobre Compromisso Democrático no MERCOSUL, Bolívia e Chile, tiverem ratificado o presente Protocolo, o primeiro
ficará sem efeitos.” Até 19 de julho de 2012, faltava a ratificação paraguaia para a entrada em vigor de Ushuaia II, o que
significa a não vigência deste segundo excerto também presente no artigo 11: “O presente Protocolo entrará em vigor trinta
(30) dias após o depósito do instrumento de ratificação pelo quarto Estado Parte do MERCOSUL.”
ǡ± 8 Ver texto do Protocolo de Ushuaia II. Disponível em: < http://www.sice.oas.org/trade/mrcsrs/decisions/DEC_027-2011_p.pdf
>. Acesso em: 15 jul. 2012.
9 ALMEIDA, Paulo Roberto. O Paraguai e o Protocolo de Ushuaia II - libelo acusatório. Disponível em:
Ùǡ <http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/06/o-paraguai-e-o-protocolo-de-ushuaia-ii.html>. Acesso em: 17 jul. 2012.
10 MARTUSCELLI, Patrícia Nabuco. Golpe “Branco” no MERCOSUL. In: Mundorama. Disponível em: <
ÙǤ http://mundorama.net/2012/07/15/golpe-branco-no-mercosul-por-patricia-nabuco-martuscelli/>. Acesso em: 18 jul. 2012.
11 TOKATLIAN, Juan Gabriel, op. cit.
12 MARTUSCELLI, Patrícia Nabuco, op. cit.
13Disponível em: <http://cpj.org/pt/2011/02/ataques-a-imprensa-em-2010-venezuela.php>. Acesso em 18 jul. 2012.
10
alista
ou
patrimonalista
burocrático.
Na
visão
de
Victor
Leal,
o
clientelismo
e
o
ESPACO ABERTO patrimonialismo
ainda
estão
presentes
nas
relações
sociais
do
campo,
onde
a
FUNDAMENTOS DA Dz Ƥ
À ±
um
fator
que
contribui
relevantemente
11
Não
podemos
alegar,
contudo,
que
a
±ǡǡ
visão
de
Faoro
(formulada
na
década
de
Do ponto de vista da Ƥ
ǡ
͘͟ȌƤ
humano
que
foi
herdado
da
colonização
da
política
brasileira.
Certos
cientistas
sociedade ibérica
e
é
fundamental
para
entender
a
políticos
acreditam
que
importantes
nossa
cultura
política.
Os
nossos
coloni-‐
Segundo
Oliveira
Vianna,
o
povo
zadores
buscavam
empreendimentos
mudanças
estruturais
ocorreram
no
brasileiro
é
desagregado
e
pensa
sistema
político
brasileiro
e
que
este
se
ousados,
demonstravam
alta
adaptabili-‐
prescindir
da
organização
em
socie-‐
ǡ-‐
dade.
Isso
pode
ser
atribuído
ao
modo
história.
A
partir
da
Revolução
de
30,
sando
a
disciplina
contínua
que
é
como
se
deu
o
povoamento
inicial
do
atribuída
aos
povos
do
Norte
da
Europa.
surge
no
aparelho
estatal
brasileiro
uma
país.
Ao
distribuir
sesmarias
de
grandes
distinção
de
natureza
formal
entre
o
±
Ƥ
proporções
para
as
famílias,
por
exem-‐ entender
o
esforço
coletivo
de
maneira
público
e
o
privado.
Até
esse
período,
a
plo,
individualizava-‐se
o
sistema
de
administração
pública
era
reinada
pelo
racional,
ou
seja,
de
trabalhar
conjunta-‐
propriedade
da
terra
–
os
engenhos
mente
tendo
como
objetivo
o
bem
de
estilo
patrimonial
do
favoritismo
eram
uma
organização
produtiva
autos-‐
político
e
social.
um
grupo.
No
lugar
disso,
desenvolv-‐
Ƥ
ǡ
eram
uma
cultura
da
personalidade,
entre
os
habitantes.
A
escassez
de
centrada
na
autonomia
de
cada
um
dos
As
oligarquias
do
Império
e
da
Ù
Ƥ
homens
em
relação
aos
seus
semelhan-‐
ï
ǡƤ
um
sentimento
de
solidariedade
para
tes,
elevando
o
mérito
pessoal
e
o
livre-‐
ǡ além
da
órbita
familiar.
O
isolamento
arbítrio
a
virtudes
supremas.
Nesse
também
implicava
a
ausência
de
uma
ǡ
entidade
pública
que
exercesse
a
função
organização
que
impliquem
solidarie-‐
Ǥ
×
Ǥǡ dade
e
ordenação
entre
agrupamentos
͛͘
-‐ em
vez
disso,
um
padrão
clânico
de
humanos.
“Em
terra
onde
todos
são
Ǥ ǡ relações
sociais,
sendo
três
os
tipos
barões
não
é
possível
acordo
coletivo
Ƥ
ǣ
ǡ ǡ
À baseado
nas
relações
do
“povo-‐massa”
Ǥdz ȋǡ
À
ÀǤȋǡ͚͘͘͜ȌΆ com
o
senhor
do
feudo
(senhor-‐de-‐ ͙͛͡͞ǡǤ͚͛ȌƤ
engenho,
sesmeiro,
fazendeiro,
senhor
série
de
ditaduras
militares
que
tiveram
de
currais,
estancieiro
etc.);
o
clã
paren-‐ lugar
em
quase
todos
os
países
ibero-‐
O
desenvolvimentismo
econômico
de
ǡ
americanos.
Vargas
estava
aliado
ao
seu
plano
de
surge
das
relações
entre
as
grandes
A
incompatibilidade
entre
as
formas
de
reformulação
da
estrutura
política
famílias;
e
o
clã
eleitoral,
que
representa
vida
copiadas
de
nações
socialmente
nacional,
viabilizando,
dessa
maneira,
a
arregimentação,
em
um
só
bloco,
do
mais
avançadas,
de
um
lado,
e
o
patriar-‐
uma
mudança
no
sistema
até
então
clã
feudal
e
do
clã
parental,
adequado
ao
Ƥ
regente
no
país.
Ou
seja,
é
nesse
período
ambiente
urbano
e
ao
regime
político
nós
por
uma
tradição
de
origens
que
o
modelo
administrativo
inaugurado
em
1822,
momento
em
que
seculares,
de
outro,
deixam
sinais
na
±
o
povo-‐massa
passou
a
participar
da
Ƥ
e
político
brasileiro.
vida
pública
e
a
valer
como
força
numé-‐ ï Ǥ
rica
mediante
o
voto.
Em
outras
sentimentos
e
deveres
advindos
das
À
± ǡ
Ƥ
relações
de
facção
–
em
torno
da
família
ǡ prolongamento
dos
vínculos
anteriores
patriarcal
–
sobrepõem-‐se
ao
ï
entre
senhor
do
feudo
e
povo-‐massa,
e
empreendimento
guiado
por
interesses
ǡ
entre
famílias
senhoriais,
para
dentro
do
e
ideias
típicos
da
burguesia.
Segundo
ǡ regime
eleitoral.
ȋ͙͛͡͞Ȍǡ Ù
O
funcionamento
do
regime
uma
transgressão
da
ordem
familiar
que
À
ǡ
ǡǡ representa
o
triunfo
do
geral
sobre
o
particular.
Os
detentores
das
posições
±Dz
dz sentimento
do
Estado
Nacional,
isto
é,
a
públicas
de
responsabilidade
teriam
Ǥȋǡ͚͙͘͘ǡǤ͡Ȍ consciência,
em
cada
cidadão
do
povo-‐ Ƥ
-‐
ǡƤ-‐ ção
entre
o
domínio
particular
e
o
ǡ ǡ dade
nacional
que
permeia
o
mecan-‐ domínio
público,
por
terem
sua
origem
ƪ²
Ù ismo
do
governo
e
da
administração.
nos
ambientes
marcados
pelos
fortes
programas
de
desenvolvimento
Sem
ele,
os
detentores
do
poder,
ao
À
À
Ǥ
econômico,
político
e
social
na
estrutura
exercerem
as
funções
para
as
quais
± Ƥ-‐
do
Estado
brasileiro.
Atualmente,
foram
eleitos,
favorecerão
sempre
o
cado
no
tipo
de
laços
que
unem
os
mem-‐
ǡ interesse
do
clã,
em
vez
de
se
inspirarem
À
Ǥ
À
no
interesse
da
coletividade
nacional.
nossa
sociedade,
esses
laços
são
mais
restrito
às
esferas
municipais,
Esse
sentimento
deve
estar
presente
na
À Ƥ ǡ
ainda
que
persistam
resquícios
desse
cultura
do
povo
e,
consequentemente,
momento
em
que
o
novo
membro
passa
fenômeno
no
âmbito
Estadual
e
na
psicologia
dos
cidadãos,
caso
a
dever
compromissos
que
não
podem
Federal.
ǡ
ser
rompidos,
como
se
fossem
laços
de
Ǥ parentesco.
12
ǡ
“No
Brasil”,
escrevia
em
1885
o
e
de
modo
enérgico
sobre
o
destino
ï
naturalista
norte-‐americano
Herbert
de
um
povo.
A
rigidez,
a
impermeabi-‐ ͙͠͠͡
Ǥ
Smith,
“vigora
quase
universal
a
lidade,
a
perfeita
homogeneidade
da
±
ǡ
À
ideia
de
que
é
desonroso
para
uma
legislação
parecem-‐nos
constituir
o
ǡ
pessoa
abandonar
seu
partido;
os
único
requisito
obrigatório
da
boa
ǡ
que
o
fazem
são
estigmatizados
ordem
social.
Não
conhecemos
outro
À
como
traidores.”
E
acrescentava:
recurso.
(HOLANDA,
1936,
p.
178) À Ǥ
Dzǡ À Ƥ ± ǡƤ-‐
bom
em
si,
porém
mau
na
aplicação;
ǡ
um
homem
não
age
bem
quando
Ƥ
deserta
de
um
parente,
de
um
amigo,
Federalismo brasileiro: Ǥ
de
uma
causa
nobre;
mas
não
age
ǡ ǡ
necessariamente
mal
quando
se
centro e periferia
ǡ
retira
de
um
partido
político:
às
vezes
Dz
o
mal
está
em
apegar-‐se
a
ele”.
Ƥ
dzǤDz ͛͘dz-‐
(HOLANDA,
1936,
p.
80)
DzdzǤ
-‐ ǡ
±
À
Ǥ
±
Àǡ
À
ǡ ǡ
ǡ
ǡ
Ǣ ² Ǥ ͙͜͡͝ǡ
ï
Ǥ
ǡ
±
-‐ À
ï
-‐
Ǥ ï
Ǥ ǡ
ǡ
-‐
ǡ ×
Ù
Ǣ Ƥ
ƪ
Ǥ ± ǡ
-‐
± ×
Ƥ
ǡ
ï
Ǥ
ǡ
ǤƤȋ͚͘͘͜Ȍ·ǣ
ǡǤ
Dz ͙͡͠͝
Àǡ
-‐
Àǡ
À
ƪ À
Ǥ
ǡ
ƪ²
ǡ
×ǣ
ƪdzǤ
ǡ
ǡ
-‐
1)
Na
vida
política
do
nosso
povo,
há
²
Ǥ Àǡ
ǡ
um
direito
público
elaborado
pelas
ǡ
-‐
Ƥ
elites
e
que
se
acha
concretizado
na
À
ǡ Ƥ
-‐
Constituição. Ǥ±
2)
Este
direito
público,
elaborado
À
±
ÙǤ
pelas
elites,
está
em
divergência
com
ǡ
o
direito
público
elaborado
pelo
×Ǥ ǡ
Ǧǡ
ƪ
Ø
esta
divergência,
é
o
direito
do
povo-‐ À
ǡ ±
ǡ ǡ
massa
que
tem
prevalecido,
pratica-‐
× Ǥ ͙͛͘͡ǡ
mente. ±
ǡ ±
-‐
3)
Toda
a
dramaticidade
da
nossa
Ù ǡ
À
história
política
está
no
esforço
×±
Dzdz
improfícuo
das
elites
para
obrigar
o
×
Ǥ
Ǥ
povo-‐massa
a
praticar
este
direito
Øƪ
ȋǡ͚͘͘͜ǡǤ͙͟͞Ȍ
por
elas
elaborado,
mas
que
o
povo-‐ ǡ
massa
desconhece
e
a
que
se
recusa
ǡ ͙͡͠͠ǡ
À
obedecer.
(VIANNA,
1974,
p.
27) À À
Øǡ
Outro
remédio,
só
aparentemente
ǡ ±
±
Ǥ
mais
plausível,
está
em
pretender-‐se
Ǥ
²
compassar
os
acontecimentos
À
ǡÀǡ ïl
segundo
sistemas,
leis
ou
regulamen-‐ ±
ǡ ïȌ
-‐
tos
de
virtude
provada,
em
acreditar
Ǥ
ƪ×
ǡDz
±dzǤ
13
Desequilíbrios
entre
as
regiões
afetam
poder
estadual
e
outro
que
ocupa
o
A
estrutura
organizacional
do
os
resultados
da
redemocratização
e
da
ǡƤ
Sistema
de
Proteção
Social
Brasileiro
descentralização,
criando
contradições
a
implementação
de
projetos
de
vem
sendo
profundamente
redesen-‐ e
tensões
para
o
federalismo.
De
um
reforma
amplos.
É
bastante
complicado
hada.
À
exceção
da
área
de
previdên-‐ ǡ
À
Ƥ-‐ para
o
presidente
governar
sem
uma
cia,
nas
demais
áreas
da
política
ceira
contribuiu
para
a
consolidação
coalizão
congressual
ampla
e
estável
o
social
—
educação
fundamental,
democrática
por
tornar
o
Brasil
mais
Ƥ
assistência
social,
saúde,
sanea-‐ federal,
pois
proporcionou
o
surgimento
e
prefeitos
na
política
nacional
e
obter,
mento
e
habitação
popular
—
estão
de
novos
atores
políticos.
Como
conse-‐ então,
o
controle
sobre
o
uso
de
recur-‐
sendo
implantados
programas
de
quência
desse
processo,
o
governo
Ƥ
Ǥ ȋ͙͡͡͡Ȍ
descentralização
que
vêm
transfer-‐ federal
é
compelido
a
negociar
com
as
Ƥ
indo,
paulatinamente,
um
conjunto
esferas
subnacionais
o
encaminha-‐ institucionais
no
Brasil
que
permitem
a
Ƥ
Ù mento
de
questões
nacionais.
De
outro
governabilidade
e
a
estabilidade
por
para
os
níveis
estadual
e
municipal
lado,
a
descentralização
reduz
as
possi-‐
-‐
de
governo.
(ARRETCHE,
1999,
p.
bilidades
de
se
enfrentar
os
desequilí-‐ tivo.
Ademais,
o
presidente
da
111) brios
regionais
pelo
relativo
enfraqueci-‐ República
conta
com
apoio
dos
princi-‐
Ƥ
Ǥ pais
líderes
da
coalizão
para
interferir
no
Há
algumas
características
que
são
processo
de
tomada
de
decisão.
Dessa
Desequilíbrios
entre
as
regiões
afetam
próprias
do
sistema
federalista
forma,
o
governo
trabalha
como
se
os
resultados
da
redemocratização
e
da
brasileiro,
como:
a
inclusão
de
municí-‐ houvesse
uma
fusão
entre
o
Poder
descentralização,
criando
contradições
pios
como
membros
permanentes,
até
ǡ Ƥ ǡ
e
tensões
para
o
federalismo.
De
um
mesmo
com
autonomia
legislativa
e
ǡ À
ǡ
À
Ƥ-‐ tributária;
a
constante
ampliação
da
dos
partidos
da
coalizão.
ceira
contribuiu
para
a
consolidação
federação
com
a
criação
de
novos
À
democrática
por
tornar
o
Brasil
mais
municípios;
estados
tem
poder
residual
nosso
sistema
é
a
representação
federal,
pois
proporcionou
o
surgimento
(possuem
autorização
para
legislar
desigual
das
regiões
na
Câmara
dos
de
novos
atores
políticos.
Como
conse-‐ sobre
qualquer
assunto
que
não
tenha
Deputados,
resultante
do
decreto
da
quência
desse
processo,
o
governo
sido
reservado
exclusivamente
à
União
͙͡͠͠
federal
é
compelido
a
negociar
com
as
ou
aos
municípios);
tendência
centrali-‐ mínimo
de
oito
deputados
e
um
máximo
esferas
subnacionais
o
encaminha-‐ zadora
do
governo
federal.
Esse
último
͘͟Ǥǡǡ
mento
de
questões
nacionais.
De
outro
ponto,
contudo,
pode
ser
motivo
de
Piauí,
têm
uma
representação
maior
e
lado,
a
descentralização
reduz
as
possi-‐ controvérsia,
visto
que
o
funcionamento
estados,
como
São
Paulo
(grande
densi-‐
bilidades
de
se
enfrentar
os
desequilí-‐ do
sistema
tributário
brasileiro
dá
força
Ƥ
Ȍǡ
brios
regionais
pelo
relativo
enfraqueci-‐ aos
estados
e
aos
munícipios.
Como
menor
do
que
teriam
se
a
distribuição
Ƥ
Ǥ exemplo
de
tal
fato,
o
ICMS,
maior
das
cadeiras
na
Câmara
dos
Deputados
Há
algumas
características
que
são
imposto
da
país,
é
de
arrecadação
exclu-‐ fosse
perfeitamente
proporcional
à
próprias
do
sistema
federalista
siva
dos
estados.
A
arrecadação,
Ǥ
brasileiro,
como:
a
inclusão
de
municí-‐ contudo,
não
é
igualitária
entre
os
mem-‐ ocorre
no
Senado.
Além
desse
fator,
é
pios
como
membros
permanentes,
até
bros
da
nação,
pois
as
regiões
Sul
e
ƪ²
mesmo
com
autonomia
legislativa
e
Sudeste
conseguem
se
sustentar
por
governadores
na
política
brasileira.
tributária;
a
constante
ampliação
da
meio
de
tributos
recolhidos,
enquanto
Esses
acabam
sendo,
por
meio
de
fortes
federação
com
a
criação
de
novos
as
outras
são
fortemente
dependentes
coalizões
de
governos
nas
assembleias
e
municípios;
estados
tem
poder
residual
de
transferências
de
receitas
da
União.
de
bancadas
favoráveis
no
Congresso,
(possuem
autorização
para
legislar
Como
efeito
perverso
da
autonomia
grandes
parceiros
do
governo
federal,
sobre
qualquer
assunto
que
não
tenha
Ƥ
ǡ aprovando
ou
desaprovando
reformas
sido
reservado
exclusivamente
à
União
Dz Ƥ
dzǡ que
interessem
ou
não
aos
seus
estados.
ou
aos
municípios);
tendência
centrali-‐ Ƥ ǡ
zadora
do
governo
federal.
Esse
último
consequentemente,
econômica
do
país.
ƤǡÀ
-‐
ponto,
contudo,
pode
ser
motivo
de
Assim,
o
regime
federalista
brasileiro
ismo
são
o
resultado
dessa
combi-‐
controvérsia,
visto
que
o
funcionamento
combina
um
presidencialismo
forte
que
nação,
às
vezes
complicada,
de
do
sistema
tributário
brasileiro
dá
força
governa
com
o
apoio
de
um
governo
presidentes
e
governadores
fortes,
aos
estados
e
aos
munícipios.
Como
legislativo
bicameral
(Câmara
e
Senado
legislativos
regionais
fracos
e
um
exemplo
de
tal
fato,
o
ICMS,
maior
vinculados
a
interesses
regionais)
e
de
Congresso
bastante
fragmentado
e
imposto
da
país,
é
de
arrecadação
exclu-‐ um
Poder
Judiciário
independente,
e
a
instável
no
apoio
aos
programas
de
siva
dos
estados.
A
arrecadação,
separação
de
poderes
nos
níveis
governo
que
implicam
confrontação
contudo,
não
é
igualitária
entre
os
mem-‐ estadual
e
municipal,
concedendo
de
interesses
regionais.
(COSTA,
bros
da
nação,
pois
as
regiões
Sul
e
autonomia
política
a
estes.
“Desse
2004,
p.
180)
Sudeste
conseguem
se
sustentar
por
modo,
o
federalismo
brasileiro
é
o
resul-‐
meio
de
tributos
recolhidos,
enquanto
tado
da
combinação
de
poderes
execu-‐
as
outras
são
fortemente
dependentes
tivos
fortes
com
legislativos
multipar-‐ Analisando
a
história
política
do
país,
de
transferências
de
receitas
da
União.
dz ȋǡ ͚͘͘͜ǡ Ǥ ͙͟͡ȌǤ percebemos
que
embora
grandes
Como
efeito
perverso
da
autonomia
modelo
apresenta
certos
entraves
para
mudanças
tenham
ocorrido,
ainda
há
Ƥ
ǡ governar
a
nação,
pois
pode
haver
uma
uma
tendência
governista
e
políticas
de
Dz Ƥ
dzǡ divergência
entre
o
partido
que
está
no
coronelismo
existentes
entre
os
donos
14
Ǥ ǡ ǡ
De
fato,
a
análise
de
Euclides
da
Ø
±
Ø
ǡ
Ǥ Cunha
nada
mais
faz
senão
eviden-‐ ȋȌ -‐
Ǧ
ƪ
-‐ À ×
ǡ
× Ù
Ø
×
±
Ǥ ǡ liberal
burguesa.
Trata,
pois,
das
disparidades
de
estilo
entre
cidade
–
±
Ǥ
Ǥ
Ù
ǡƤ-‐ À
À
À
ǡ ± ǡ ceiras
e
políticas
–
e
campo,
domi-‐
ǡ
À nado
pela
onipotência
da
grande
À
ǡ propriedade
de
terra,
unidade
social
²
ǡ
Ǥ × relativamente
autônoma
e
marcado
±
±ǡǡ
Ù ǦǤ
Ǥ
(MIGOWSKI,
1999,
p.
16)
ǡ ƪ
-‐
±
͙͘͡͝ capitalista
sobre
as
estruturas
ƪ arcaicas
variou
de
região
para
região,
À
Ǥ ao
sabor
de
circunstâncias
locais,
do
Ǧ
À
Ǥ À ͙͛͘͡ ȋ Ȍ intensidade
desta.
Contudo,
a
result-‐
Ǥ estruturas
híbridas,
uma
parte
das
As interpretações
ǡ
×-‐ quais
tendia
a
comportar-‐se
como
dualistas do brasil
ǡ um
sistema
capitalista,
a
outra
a
À Ǧ-‐
ǡ istente.
Esse
tipo
de
economia
Ƥ±
ǡï
ǡ
Ƥ
ǡ
Ǥ fenômeno
do
subdesenvolvimento
À
ǡ
±
͘͝ǡ contemporâneo.
(FURTADO,
1961)
×
-‐
ǡ
-‐ ǡ
ǡ
Ǥ
ǡ ± ǡ
-‐
× ×
-‐
À Dz ǡ
dzǤ -‐ ²
Ǥ
ǡØ
ǡ
-‐
ǣ Ȁǡ
À
Ȁǡ Ȁ
ǡ
²
Ǥ
Ȁǡ Ȁǡ
Ǥ
À Ǥ
Ù
ǡ
Ȁ ǡ
Dzdz
ǡ
ƪǡ ±
Ǥ
ǡ
ǡ
Ù
-‐
ǡ
Ǥ±
Ǥ
ǡ
±
ǡ
Ǥ
ǡ ×
ǡ Ù ȋ͙͚͘͡Ȍǡ
Ǥ
ȋȌ -‐ ǡ ±
͘͞ ͘͟ǡ
Dz Ǥ
Ǥ
Ǧ dzǡǡ
Ǥ
ƪ
ȋ͚͘͘͠Ȍǡ-‐
-‐
ǡ
ǡ Ƥ
ǡ
± ǣǡ
ǡ
Ǥ
-‐
ǡ
ǣ
ǡ
ǡ
Dz-‐
-‐ dz
²
ǡ
DzdzǤ
Ǥ
ǡï
-‐
Ǥ
ȋ͙͡͝͞Ȃ͙͘͡͞Ȍ
Ǥ
15
Ƥ
representa
o
conjunto
de
normas
que
A gramática política
Ƥ
podem
ser
utilizadas
por
todos
os
como
referência
para
a
atribuição
de
indivíduos
de
uma
sociedade
politica-‐
do Brasil direitos
e
obrigações.
No
Brasil,
serviu
Ǥ Ƥ
ƪÀ
ǡ
-‐ nenhum
membro
dessa
sociedade
A
ideia
de
que
a
nossa
sociedade
não
lando
e
organizando
as
classes
baixas
estará
excluído
de,
por
exemplo,
eleger
corresponde
mais
ao
modelo
de
“dois
por
meio
de
sua
incorporação
no
representantes
ou
se
proteger
contra
Brasis”
levou
o
cientista
político
Edson
sistema.
Também
chamado
de
capital-‐ abusos
de
poder
pelo
Estado,
e
suas
Nunes
a
apresentar
uma
nova
abord-‐
ismo
organizado,
é
uma
maneira
de
lidar
demandas
e
deveres
serão
julgadas
com
agem
em
seu
livro
A
Gramática
Política
com
as
incertezas
geradas
no
mercado,
base
em
critérios
impessoais.
Este
é
um
do
Brasil.
Segundo
ele,
a
introdução
do
inibindo
a
emergência
de
uma
ordem
de
dos
componentes
cruciais
da
democra-‐
capitalismo
moderno
no
Brasil
interagiu
ƪ
Ǥ
-‐ cia,
embora
não
seja
garantia
de
sua
com
a
criação
de
um
sistema
institu-‐
tas,
o
Estado
é
uma
organização
com
existência.
Em
geral,
o
universalismo
de
cional
sincrético,
e
não
mais
regional
e
interesses
estabelecidos,
um
ator
princi-‐ procedimentos
é
associado
às
noções
de
dualista.
Esse
sistema
seria
composto
pal,
lado
a
lado
com
os
grupos.
Uma
vez
cidadania
plena
e
igualdade
jurídica,
por
quatro
“gramáticas”
(padrões
que
o
Estado
tem
de
competir
com
características
dos
países
de
economia
Ȍ Ƥ
grupos
sociais
e,
ao
mesmo
tempo,
avançada
e
regidos
por
um
governo
relações
entre
Estado
e
sociedade
no
manter
seu
monopólio
sobre
a
autori-‐ representativo.
Grupos
de
classe
média,
Brasil:
o
clientelismo
(ou
patrimonial-‐
dade,
muitas
vezes
fornece
incentivos
e
Ƥ
ismo),
o
corporativismo,
o
insulamento
limitações
à
ação
de
grupo.
O
corpora-‐ vezes
percebidos
como
potencial
burocrático
e
o
universalismo
de
tivismo,
por
meio
do
qual
o
Estado
"eleitorado
do
universalismo",
isto
é,
procedimentos.
intermediava
os
interesses
de
grupos
que
se
opõem
ao
sistema
de
Ƥ
empresários
e
trabalhadores,
fez
parte
patronagem
e
que
insistem
em
que
os
ÀƤ
À
da
estratégia
de
modernização
benefícios
e
encargos
públicos
sejam
marcado
por
trocas
generalizadas
e
brasileira.
alocados
de
acordo
com
um
conjunto
de
pessoais,
típico
das
sociedades
agrárias
O
insulamento
burocrático
é
visto
como
regras
e
procedimentos
gerais
–
e
onde
vigora
a
relação
de
subordinação
uma
estratégia
para
contornar
o
universalísticos.
entre
proprietários
de
terra
e
campone-‐
clientelismo
mediante
a
criação
de
ilhas
As
quatro
gramáticas
descritas
acima
ses.
Nesse
sistema,
existe
a
expectativa
de
racionalidade
e
de
especialização
podem
ser
encontradas
em
todos
os
de
retornos
futuros,
e
cada
troca
(pode
técnica.
Ocorre
por
meio
de
um
níveis
da
política
e
são
bastante
conheci-‐
ser
um
favor,
um
empréstimo,
uma
processo
de
proteção
do
núcleo
técnico
das
pelos
atores
sociais,
que
podem
prenda)
contém
uma
referência
à
do
Estado
contra
a
interferência
oriunda
transitar
de
uma
gramática
para
outra,
condição
geral
do
grupo.
Em
oposição,
do
público
ou
de
outras
organizações
dependendo
do
contexto.
Atualmente,
Dz
ÀƤ
dzǡ À
intermediárias.
Reduzindo
o
alcance
dos
o
corporativismo
emprega
comandos
do
capitalismo
moderno,
não
há
interesses
e
das
demandas
populares,
o
universais
e
organiza
horizontalmente
necessidade
de
relações
anteriores
nem
insulamento
burocrático
permite
que
o
várias
instâncias
de
unidades
sociais.
O
expectativa
de
relações
futuras.
No
ï
±
Ƥ clientelismo
permeia
muitas
institu-‐
Brasil
contemporâneo,
esses
dois
ÀƤ
Ǥǡ²-‐ ições,
fornece
uma
gramática
sistemas
coexistem,
com
o
sistema
cias
estatais
devem
desfrutar
de
um
compreensível
para
o
sistema
de
clientelista
servindo
de
intermediário
forte
apoio,
que
no
Brasil
se
traduz
na
relações
sociais
e
políticas,
atravessa
entre
o
Estado
e
os
estratos
mais
baixos
parceria
com
as
elites
industriais,
nacio-‐ distinções
de
classe
e
organiza
vertical-‐
da
população,
que
passam
a
ter
voz
e
nais
e
internacionais.
Reduzir
os
limites
mente
a
sociedade.
O
universalismo
de
ÀƤ
Ǥ
de
arena
de
formulação
de
políticas
procedimentos
confere
uma
aura
de
As
instituições
formais
do
Estado
se
ï
Ƥ
ǡ ǡ
modernidade
e
de
legalidade
pública
ao
tornaram
altamente
impregnadas
por
dos
partidos
políticos,
do
Congresso
e
sistema
político
e
às
instituições
esse
processo
de
troca
de
favores.
O
das
demandas
populares.
Excluindo-‐os,
formais;
representa
a
retórica
dos
clientelismo
opera
em
um
conjunto
de
os
atores
que
promovem
o
insulamento
intelectuais
e
jornalistas
e
ainda
confere
redes
que
se
estendem
aos
partidos
almejam
refrear
o
personalismo
e
a
legitimidade
a
vários
movimentos
políticos,
burocracias,
entre
outros.
A
patronagem
em
benefício
de
uma
base
sociais
de
classe
média.
O
insulamento
participação
nessas
redes
não
está
±
Ƥ -‐ burocrático
é
uma
forma
de
evitar
o
Ƥ
-‐
dades.
Entretanto,
ao
contrário
da
controle
e
o
escrutínio
públicos
sobre
as
mento
formal;
os
arranjos
hierárquicos
retórica
de
seus
patrocinadores,
o
atividades
do
Estado;
uma
forma
de
no
interior
das
redes
estão
baseados
em
insulamento
burocrático
não
é
de
forma
Ƥ
²
Ø
ǡ
consentimento
individual
e
não
gozam
nenhuma
um
processo
técnico
e
desenvolvimento
e
a
privatização
de
respaldo
jurídico.
Essa
gramática
apolítico:
agências
e
grupos
competem
seletiva
das
benesses
que
provêm
do
existiu
como
forma
de
lidar
com
os
entre
si
pela
alocação
de
valores
alterna-‐ controle
de
parcelas
substanciais
do
políticos,
que
no
Brasil
são
intrinsica-‐
Ǣ
Ù À
Ƥ aparelho
produtivo
do
Estado.
mente
populistas,
tendo
seu
comporta-‐
com
grupos
e
atores
fora
da
arena
mento
reforçado
pelo
fato
de
que
é
um
administrativa,
com
o
objetivo
de
comportamento
esperado
e
desejado
garantir
a
execução
dos
projetos;
por
parte
dos
eleitores.
partidos
políticos
são
bajulados
para
O
corporativismo
é
uma
forma
de
proteger
projetos
no
Congresso.
organização
da
sociedade
intermediada
O
universalismo
de
procedimentos
pelo
Estado,
na
qual
o
atributo
trabalho
16
Conclusão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Foram
apresentadas
neste
trabalho
algumas
vertentes
do
pensamento
ARRETCHE, Marta. Políticas Sociais no Brasil: Descentralização em um Estado Federativo. Revista
social
brasileiro
ocupadas
com
o
estudo
Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, vol. 14, n° 40, 1999.
dos
principais
fundamentos
respon-‐ AVELAR, Lúcia (Org.);; CINTRA, Antônio Octávio (Org.). Sistema Político Brasileiro: Uma
sáveis
por
obstaculizar
o
desenvolvi-‐
Introdução. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2004.
mento
social
e
o
bom
funcionamento
do
regime
democrático
no
país.
Vimos
que
BAPTISTA, Isabelle. “Neopatrionialismo” e “Neocoronelismo”: Análise da Administração
essas
interpretações
sempre
estão
Pública no Brasil, no Contexto da Pós-modernidade. 2010. Trabalho publicado nos Anais do XIX
apoiadas
por
uma
narrativa
histórica,
Encontro Nacional do CONPEDI, Fortaleza.
± ƪ²
BENDIX, Reinhard. Max Weber, um Perfil Intelectual. Brasília : Ed. Universidade de Brasília, 1986.
paradigmas
que
predominam
em
suas
CAMPANTE, Rubens. O Patrimonialismo em Faoro e Weber e a Sociologia Brasileira. Revista
épocas.
O
primeiro
tópico
tratou
das
Dados, Rio de Janeiro, vol. 46, n° 1, 2003.
interpretações
de
autores
que
partem
de
uma
abordagem
centrada
no
Estado
CUNHA, Euclides da. Os Sertões: Campanha de Canudos. 38. ed. Rio de Janeiro: Livraria
ou
na
sociedade.
Em
segundo
lugar,
Francisco Alves Editora, 1997.
discutiram-‐se
as
peculiaridades
do
FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: Formação do Patronato Político Brasileiro. 3. ed. rev.
federalismo
brasileiro,
marcado
por
Porto Alegre: Globo, 2001.
uma
discrepância
entre
zonas
centrais
e
FIGUEREIDO;; LIMONGI. Executivo e Legislativo na Nova Ordem Constitucional. 1. ed. São
periféricas.
O
tópico
seguinte
descreveu
Paulo: FGV/FAPESP, 1999.
a
evolução
das
interpretações
dualistas
que
vigoraram
no
meio
intelectual
FURTADO, Celso. Desenvolvimento e Subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura,
durante
gerações
de
pensadores.
Por
1961.
último,
apresentamos
o
modelo
sincré-‐ HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
tico
de
Edson
Nunes,
baseado
em
LEAL, Victor. Coronelismo, Enxada e Voto. Rio de Janeiro: Alfa-Omega, 1976.
quatro
“gramáticas”
políticas
que
repre-‐ MIGOWSKI, Flávio Almeida. Gênese e Evolução das Teses Dualistas no Brasil. 1991. Disser-
sentariam
a
realidade
atual
do
sistema
tação (Mestrado em Economia) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio
político
brasileiro.
Juntos,
esses
temas
fornecem
um
guia
conciso
para
Grande do Sul, Porto Alegre.
entender
e
debater
os
limites
da
nossa
NUNES, Edson. A Gramática Política do Brasil: Clientelismo e Insulamento Burocrático. 3. ed.
democracia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2003.
OLIVEIRA, Francisco de. Crítica à Razão Dualista. São Paulo: Boitempo, 2008.
SCHWARTZMAN, Simon. Bases do Autoritarismo Brasileiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1982.
VIANNA, Oliveira. Instituições Políticas Brasileiras. Brasília: Conselho Editorial do Senado
Federal, 1999.
15 Graduandos de Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os autores agradecem a revisão
do doutorando em Ciência Política pela mesma universidade, Christiano Cruz Ambros, e a colaboração da Prof. Dr. Maria
Izabel Noll, professora do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
16 PRATES, Antônio Augusto Pereira. Administração pública e burocracia. In: AVELAR, Lúcia (Org.);; CINTRA, Antônio Octávio
(Org.). Sistema político brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2004.
17 COSTA, Valeriano. Federalismo. In: AVELAR, Lúcia (Org.);; CINTRA, Antônio Octávio (Org.). Sistema político brasileiro: uma
introdução. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2004.
17
18
OPINIAO: ARQUIVO CRITICO DE CONVIDADO
19
VIDA DE DIPLOMATA
Na seção “Vida de Diplomata”, a Revista Sapientia entrevistará diplomatas atuantes no Ministério das Relações
Exteriores brasileiro, com o intuito de saber mais sobre a carreira diplomática, entendendo seus desafios e
dificuldades, além de investigar que caminhos traçaram para chegar ao tão-desejado sonho que é a aprovação
no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata.
Ƥ Samo Gonçalves: Quem
entra
no
Sapientia Pergunta: comigo
e
tentava
a
carreira.
Nessa
Itamaraty
e
diz
que
estudou
“apenas”
Você
sempre
quis
ser
diplomata?
época,
eu
já
havia
tido
minha
experiên-‐ um
ano
ou
relativamente
pouco
está
ǡƤ
² cia
em
multinacionais
e
descobri
que
mentindo.
Há
casos,
cada
vez
mais
se
interessar
pelo
trabalho
na
não
era
nada
do
que
eu
havia
imagi-‐ raros,
de
pessoas
que
entram
logo
após
área
diplomática?
nado.
Então,
ao
terminar
o
mestrado,
o
término
da
faculdade,
o
que
pode
comecei
a
pesquisar
sobre
a
carreira
e
passar
essa
falsa
impressão.
As
pessoas
comecei,
um
ano
depois,
a
estudar
que
se
enquadram
nesse
caso
certa-‐
Samo Gonçalves: Grande
parte
efetivamente.
mente
estudaram
de
forma
direcionada
das
pessoas
entra
no
curso
de
relações
Entre
os
principais
fatores
que
me
para
o
CACD
ao
longo
de
toda
a
facul-‐
internacionais
(RI)
sonhando
em
ser
despertaram
o
interesse
pela
carreira
dade.
Então,
como
todos,
tive
de
diplomata.
O
meu
caso
foi
diferente.
Eu
diplomática
estão:
i)
A
possibilidade
de
estudar
muito
para
passar.
entrei
no
curso
de
RI
e
de
Economia
(fui
poder
viajar
e
viver
em
vários
países
de
No
meu
caso,
o
planejamento
centrou-‐
cursando
ambos
ao
mesmo
tempo)
diferentes
culturas,
o
que
é,
a
meu
ver,
o
se
em
dois
passos:
pegar
o
edital
das
pensando
em
trabalhar
em
multinacion-‐ principal
atrativo
da
carreira;
ii)
A
chance
matérias
do
CACD
e
procurar
encontrar
ais.
Eu
havia
voltado
de
intercâmbio
nos
de
poder
representar
o
Brasil
no
e
ler
livros
que
eram
considerados
EUA
e
optei
por
fazer
Economia
e
RI.
exterior,
algo
que
sempre
me
interes-‐ essenciais
para
cada
uma
das
matérias,
Naquela
época,
em
1998,
só
existia
o
sou;
iii)
A
convivência,
relativamente
como,
por
exemplo,
o
livro
do
Amado
curso
em
Brasília,
na
UNB,
na
Estácio
de
próxima,
com
o
Poder,
visto
que
os
Cervo
em
Política
Externa,
o
livro
do
Sá,
no
Rio,
que
é
o
segundo
curso
mais
diplomatas,
pela
natureza
de
sua
função
Othon
Garcia
(Comunicação
em
Prosa
antigo
do
Brasil
(fundado
na
década
de
e
pela
qualidade
de
sua
formação,
são
Moderna)
e
o
de
gramática
do
Cunha
1980)
e
havia
sido
recém-‐iniciado
o
funcionários
que
trabalham
muito
para
Português,
e
assim
sucessiva-‐
curso
da
Puc
de
SP
(começou
em
1998).
próximo
do
Palácio
do
Planalto
e
do
mente.
Como
nunca
tive
problema
com
Como
queria
trabalhar
na
iniciativa
Presidente;
iv)
A
possibilidade
de
poder
a
primeira
fase
do
CACD,
já
que
sempre
privada,
optei
por
RJ
e
SP.
Na
Estácio
trabalhar
com
os
mais
diversos
temas
ao
passei
com
relativa
facilidade,
após
passei
logo
de
primeira
e
na
PUC-‐SP
longo
da
carreira,
o
que
é
algo
extrema-‐ reprovar
duas
vezes
na
segunda
fase,
fui
Ƥ
Ǥ mente
rico
e
prazeroso. procurar
ajuda
especializada,
leia-‐se
Comecei
a
cursar
no
Rio
e
logo
(três
cursinho.
Eu
estava
estudando
justa-‐
meses
depois)
fui
chamado
pela
Sapientia Pergunta: mente
no
que
considero
um
período
de
PUC-‐SP.
Porém,
como
já
estava
Após
ter
decidido
que
seu
obje-‐ transição
de
uma
época
em
que
muita
gostando
de
morar
no
Rio,
por
razões
×ǡ
Ƥ
Ǥ ǡ
tivo
era
ingressar
do
Itamaraty,
gente
ainda
passava
sem
fazer
cursinho
qual
foi
seu
planejamento?
Como
para
um
momento
em
que
se
tornou
comecei
a
cursar
economia
na
Puc-‐Rio.
você
se
preparou
para
encarar
as
quase
impossível
passar
sem
frequentar
Na
verdade,
a
minha
descoberta
em
Ƥ
algum
cursinho,
ainda
que
existam
relação
à
carreira
diplomática
só
ocorreu
prova
do
CACD? exceções
dignas
de
louvor.
durante
o
Mestrado,
quando
conheci
20
ǡƤ
mereceram
passar,
pois
compreen-‐ nunca
sei
o
que
vou
fazer
nos
demais
é
psicológica,
em
suas
diferentes
dimen-‐ deram
algo
que,
até
então,
eu
não
havia
dias
da
semana.
No
MRE,
o
trabalho
sões.
Primeiro,
é
preciso
superar
o
compreendido,
ou
seja,
o
fato
de
que
funciona
de
acordo
com
a
demanda.
Às
choque
inicial
quando
falhamos
a
não
é
preciso
ter
um
super
conheci-‐ vezes,
temos
de
redigir
subsídios
para
o
primeira
vez,
a
segunda,
a
terceira
vez
mento
para
passar
nessa
prova.
A
Ministro
de
Estado
ou
para
a
Presidenta,
ou,
para
muitos,
quarta,
quinta
etc.,
o
segunda
razão
é
a
seguinte:
quem
passa
às
vezes
temos
de
participar
de
que
quero
dizer:
quem
passa
no
pela
terceira
e
quarta
fases
(graças
a
Bilaterais
com
outros
países
(reuniões
concurso
IRBr
geralmente
foi
o
melhor
Deus
passei
de
primeira
quando
cheguei
em
que
trocamos
impressões
sobre
ou
um
dos
melhores
alunos
por
onde
pela
primeira
vez
às
últimas
fases)
tem
temas
afetos
à
economia
mundial
e
às
passou...
É,
geralmente,
o
aluno
que
os
pesadelos
durante
um
bom
tempo.
Não
nossas
relações
bilaterais
nos
temas
ǡ ǡ ȋ ƤȌ estou
brincando,
é
realmente
uma
Via
Ø
ǦƤ
Ȍǡ
consideravam
como
alguém
acima
da
Crúcis...
Se
não
acreditam
em
mim,
viajamos
para
participar
de
negociações
média.
Então,
quando
essa
pessoa
perguntem
a
quem
passou
por
elas.
no
âmbito
dos
grupos
de
trabalho
que
resolve
fazer
o
CACD
vai
cheio
de
Logo,
é
preciso
ter
muita
frieza
ao
se
existem
dentro
do
G20.
Eu
sou
encarre-‐
Ƥǡ
ǡǡ chegar
nessas
fases,
pois
só
assim
é
gado
de
participar,
por
exemplo,
de
um
de
repente,
leva
um
choque
ao
ser
possível
ter
a
tranquilidade
e
o
equilíbrio
grupo
de
trabalho
do
G20
chamado
de
reprovado.
Aos
poucos,
vai
percebendo
necessários
para
fazer
provas
tão
Framework
for
Strong,
Balanced
and
que
ele
não
é
tão
especial
assim,
uma
desgastantes.
Nessas
fases,
segura-‐ Sustainable
Growth,
cujo
objetivo
vez
que
todos
que,
normalmente,
mente
vocês
encontrarão
questões
que
central
é
a
tentativa
de
se
promover
o
tentam
o
CACD
foram
os
melhores
nas
não
saberão
a
resposta,
e
a
ideia
do
equilíbrio
macroeconômico
mundial
no
instituições
que
frequentaram.
Logo,
é
CACD
é
um
pouco
isso,
ou
seja,
ver
âmbito
do
Grupo.
preciso
ter
humildade
para
reconhecer
como
futuros
diplomatas
reagem
ante
que
você
é
só
mais
um
entre
muitos
situações
inusitadas,
já
que
passarão
por
Sapientia Pergunta:
candidatos
preparados.
inúmeras
ocasiões
assim
ao
longo
da
Que
características
você
crê
Aí
entra
outro
aspecto
psicológico,
que
é
carreira.
Portanto,
quem
não
tiver
a
serem
fundamentais
para
aque-‐
acreditar
que,
a
despeito
da
concorrên-‐
ǡ Ƥ
conseguirá
passar
no
CACD.
les
que
ingressam
na
carreira
cia,
você
é
capaz,
sim,
de
passar.
Muitos
já
vão
fazer
a
prova
derrotados,
ainda
diplomática?
que
inconscientemente,
já
achando
que
Sapientia Pergunta:
Interpretando
não
vão
passar...inventam
o Brasil desculpas
Como
é
ser
diplomata?
Como
é
Samo Gonçalves: Primeiro,
para
si
mesmos
como
“estou
me
seu
dia
a
dia? gostar
de
estudar,
já
que
os
temas
são
preparando
para
o
ano
que
vem”
e
assim
complexos
e
demandam
contínuo
seguem
vários
anos
com
esse
discurso.
aperfeiçoamento.
Segundo,
ter
sempre
ǡ
Ƥ Samo Gonçalves: Bom,
evidente-‐ humildade
e
não
se
achar
melhor
do
que
mesmo.
Eu
não
saberia
dizer
quantos
mente,
que
a
rotina
de
um
diplomata
ninguém,
já
que,
como
verão,
todos
no
colegas
meus,
muito
mais
preparados
varia
muito
de
acordo
com
a
divisão
em
ǡ±ǡƤ
Ǥ
do
que
eu,
desistiram
no
meio
do
que
está
lotado:
quem
está,
por
exem-‐ Terceiro,
não
ter
problema
com
hierar-‐
caminho
após
anos
tentando
o
CACD,
plo,
no
Cerimonial
terá
um
dia
a
dia
quia,
que
é
uma
característica
muito
por
não
acreditarem
em
si
mesmos.
É
muito
distinto
de
quem
está
traba-‐ forte
da
carreira.
Os
mais
antigos
da
triste,
mas
conheço
vários
casos
assim.
lhando
da
divisão
que
cuida
das
relações
carreia,
ainda
que
sejam
mais
novos
em
ǡ±
Ƥǡ com
o
Congresso
Nacional
–
AFEPA
–
ou
termos
de
idade,
“mandam”
nos
mais
sem
arrogância.
Olhe
meu
caso,
de
quem
está
lotado
em
uma
divisão
Ƥǡ
reprovei
na
segunda
fase
duas
vezes,
Ƥ
ǡ
Ù ou
não.
Quarto,
saber
manter
boas
pois
achava
que,
por
ter
feito
Mestrado,
Brasil-‐África,
por
exemplo.
relações
com
todos
os
colegas,
pois
o
Ƥ
Ƥ
ǡ
trabalho
no
MRE
é
um
trabalho
bem
para
passar.
Pois
bem,
devido
a
estou
lotado
na
Divisão
de
Política
conjunto,
que
demanda
cooperação.
O
essa
minha
hubris,
acabei
retardando
a
Financeira
(DPF),
minha
rotina
é
bem
espaço
para
iniciativas
individuais
é
minha
entrada
no
MRE,
bem
feito
pra
variada,
como
geralmente
é
nas
demais
limitado.
Além
disso,
o
bom
relaciona-‐
mim,
aprendi
a
lição.
Conselho:
não
divisões.
Na
nossa
divisão
tratamos
de
mento
com
os
demais
colegas
é
essen-‐
repitam
isso
em
casa.
Ƥ-‐ cial
para
a
ascensão
na
carreira,
uma
vez
Ƥǡ
×
± ças
internacionais.
Então,
qualquer
que
seus
pares
hierárquicos
também
ter
em
mente
que
o
CACD
é
uma
prova
tema
de
economia
internacional
-‐
como
votam
em
você
nas
promoções.
Logo,
para
diplomatas,
não
é
para
acadêmicos
crise
do
euro,
crise
nos
EUA,
FMI,
Banco
quem
não
se
dá
bem
com
os
colegas,
Ƥ×Ǥ ǡ Mundial
e
bancos
econômicos
regionais
Ƥ
Ǥ
razões:
primeiro,
porque
passa
quem
–
está
sob
nossa
responsabilidade.
Mas
Quinto,
estar
sempre
pronto
para
servir
sabe
argumentar
melhor
e
não
quem
o
carro-‐chefe
da
divisão,
que
toma
80%
ao
seu
país.
Isso
pode
parecer
um
pouco
sabe
mais.
Eu
só
me
dei
conta
disso
ǡ ±
͚͘ Ƥ
Ǥ abstrato,
mas,
quando
entrarem
na
quando
três
ex-‐alunos
meus
de
RI
(da
Somos
nós,
em
conjunto
com
a
Fazenda
carreira,
vão
perceber
que
o
diplomata,
faculdade
em
que
lecionava)
passaram
e
o
Banco
Central,
que
representamos
o
diferentemente
de
outras
carreiras
na
antes
de
mim
e
tinham,
em
média,
Brasil
junto
ao
G20.
Assim,
exceto
pelas
Esplanada
dos
Ministérios,
trabalha,
em
menos
conteúdo
do
que
eu
–
e
digo
isso
segundas-‐feiras
(quando
tenho
de
média,
muito
mais
horas
e
será,
muitas
com
toda
a
humildade...
E
eles
elaborar
um
Boletim
de
Commodities),
ǡ
Ƥ
21
À
exterior.
Nesse
contexto,
eu
diria
que,
para
as
mulheres,
há
um
elemento
de
Ƥ
ǡǡ±ǡ
± À
Øȋ
Ȍ
Ƥ
para
acompanhá-‐las
no
exterior
–
ǡ ǡ ǡ
ǡ
esteja
mudando.
Sapientia Pergunta:
Que
dicas
você
daria
para
aque-‐
les
que
estão
atualmente
se
preparando
para
o
CACD?
22
CAFE COM A CLAUDIA
DICAS DE PORTUGUÊS
Na seção “Dicas de Português com Claudia Simionato”, a professora de Língua
Portuguesa do Curso Sapientia dará dicas para as provas de Português da
primeira e da segunda fase do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata.
Segue abaixo a primeira coluna, sobre o uso do aposto e a virgulação.
Estamos
acostumados
a
reconhecer
o
aposto
por
ser
o
termo
ou
a
expressão
de
caráter
nominal
que
vem
entre
vírgulas,
explicando
outro
termo
anterior,
também
substantivo:
“São
Paulo,
cidade
da
garoa,
faz
aniversário.”
Há
casos,
porém,
em
que
o
aposto
aparece
sem
vírgulas
e,
por
conta
disso,
frequentemente
os
alunos
não
o
reconhecem
como
aposto.
Para
começar,
vamos
relembrar
que
além
do
aposto
expli-‐
cativo,
há
mais
quatro
tipos
de
aposto:
o
enumerativo,
o
resumitivo,
o
distributivo
e
o
aposto
de
Ƥ
Ǥ
Ƥ
vírgulas
em
cada
caso.
ÀǤ
Ƥ
ȋ±ǡ ÀȌ
ǡ±
ǡ
Ƥ
pelo
aposto.
Veja
os
exemplos
que
Celso
Cunha
traz
em
sua
Gramática:
Os
termos
em
destaque
são
apostos
porque
Lisboa
é
uma
cidade
e
Bilac
é
um
poeta.
Os
termos
são
Ǥ
ǡǡ
Ƥ
Ǥ
“de
Lisboa”
e
“de
Bilac”
não
são
apostos,
pois
Lisboa
não
é
um
clima
(é
uma
cidade),
e
Bilac
não
é
um
ȋ±ȌǤ
Ƥ
×ǡ×ǡ ǡ
portanto,
uma
característica
atribuída
(como
neste
caso,
em
que
os
termos
destacados
funcionam
como
adjetivos:
o
clima
lisboeta,
ou
o
soneto
bilaquiano).
Daí
seu
caráter
substantivo
(=
aposto)
e
não
adjetivo
(=
adjunto/
predicativo).
23
Vamos
agora
pensar
nas
vírgulas.
Quem
leu
o
Editorial
desta
Revista
(em
que
Sapientia,
por
exemplo,
é
Ȍ
À×Ƥ
ou
cargo
da
pessoa.
Veja
o
exemplo
abaixo:
“Neste
mês,
os
acadêmicos
do
curso
de
Relações
Internacionais
da
Universidade
Federal
do
Rio
Grande
do
Sul
Camille
Remondeau
e
Frederico
Licks
Bertol
apresentam
brilhante
estudo
sobre
os
fundamentos
da
política
brasileira...”
²
²À
ï
²
Ǥ
Ƥ
ǡÀǡǤǡ×
estes
dois
acadêmicos
na
Universidade,
necessariamente
os
nomes
deveriam
estar
entre
vírgulas,
pois
ǡ
Ƥ
Ǥ
Da
mesma
forma,
quando
escrevemos
“o
ex-‐presidente
Luis
Inácio
Lula
da
Silvadzǡ À-‐
ǡ ±ï
ǦǤǯ
Ƥ
Ǥ
Dz
ǡơǡǥdzǡơÀ±ï
Ǥ
Dz ǡ Celso
Amorim,...”.
Nesses
casos,
os
Ǥ
Ƥ
À
Dz dz
estranheza.
Estudando,
a
estranheza
passa.
NO TPS
No
TPS
de
2007,
foi
perguntado
se
no
parágrafo
abaixo
havia
mais
de
um
aposto:
Ênio,
poeta
latino
do
século
II
a.
C.,
falava
três
línguas:
o
grego,
que
ele
tinha
aprendido
por
ser,
na
época,
a
língua
de
cultura
dominante
no
sul
da
Itália;
o
latim,
em
que
escreveu
suas
obras;
e
o
osco
(uma
língua
aparentada
com
o
latim),
que
era,
com
toda
a
probabilidade,
sua
língua
nativa.
Ǥ
ǡ
-‐
Ǥǡ±ǡ
²
À ×Ǥ
±Dzpoeta
latino
do
século
II
a.C”
e
“uma
língua
aparentada
com
o
latim”
(o
aposto
expli-‐
cativo
pode
ser
usado
também
entre
parênteses),
havia
também
os
apostos
enumerativos
de
“três
línguas”:
o
grego,
o
latim
e
o
osco.
Quem
quiser
aprofundar
o
tema,
vale
a
pena
conferi-‐lo
tanto
na
Nova
Gramática
do
Português
Contemporâneo,
de
Celso
Cunha
e
Lindley
Cintra,
quanto
no
livro
Novas
Lições
de
Análise
Sintáticaǡ
ǤÀǡ
Ƥǡ
e
Craseǡ±
Ǥ
24
TROQUE SAPIENTIA:
CLASSIFICADOS
25
Ƥ
À
ǡ
ǡ
Ǥ
Ù
ǡ
Ù
ǡ Ù
ǤƤ
ǡ-‐
-‐
ǡǡ
Ǥ
Ƥ
Ǧ ̻
Ǥ
ǤǤ ï
Ǥ
A Revista Sapientia não figura como parte nas transações de compra e venda de materiais entre os seus leitores em decorrência dos
anúncios existentes neste espaço, e, tendo isso em vista, avisa:
A responsabilidade por todas as obrigações decorrentes das transações de compra e venda, sejam de natureza trabalhista, fiscal,
consumerista ou de qualquer outra natureza, será exclusivamente do leitor vendedor;
Em caso de interpelação judicial, que tenha como réu a Revista Sapientia, fundada em ações ou omissões do leitor vendedor, este
será chamado ao processo devendo arcar com todos os ônus que desse processo decorram, nos termos do artigo 70, III do Código
de Processo Civil;
A Revista Sapientia também não pode obrigar o leitor vendedor a honrar suas obrigações ou efetivar a negociação;
A Revista Sapientia não é a proprietária dos produtos anunciados pelos leitores vendedores no espaço denominado Classificados,
não guarda a posse desses itens nem realiza as ofertas de venda e, tampouco, intervém na entrega dos produtos;
A Revista Sapientia não se responsabiliza por existência, quantidade, qualidade, estado, integridade ou legitimidade dos produtos
oferecidos, adquiridos ou alienados pelo leitor vendedor, que é o único responsável pelos produtos que anuncia ou pelas ofertas
que realiza.
Ƥï ²ǣ
×ǣ
ǡ
Ǥ
ǡ
ǡ
Ǥï
×Ǥ
ǣ±
Ǥ
!ǡǤ
͆͛͘ǡ͘͘ Ǥ
͙͚͆ǡ͘͘
͆͜͝ǡ͘͘
ǡ
ǤÀ
Ù
Ǥ
ǡ
±ǣ ǡǢǡÀǤ
͆͛͝ǡ͘͘ ǣ×
À
Ǥ ǡÀȋǤȌǤ ±
Ǥ
͆͘͞ǡ͘͘ Ǥ ͆͜͝ǡ͘͘
͚͆͝ǡ͘͘
ǡǤ ǡ
± Ǥ
ǣ
ǡǤƤ Ù
Ǥ
Ǥ
Ǥ
±
×ǤǤ
±
Ǥ
͆͝͝ǡ͘͘ ͆͜͝ǡ͘͘ ͆͠͝ǡ͘͘
Ǧ̻Ǥ
26
SAPIENTIA INDICA
AGENDA DE EVENTOS
GRAMADO(RS):
01
a
04/08 RIO
DE
JANEIRO(RJ):
15
a
17/08
8º Encontro Nacional da 1º Congresso Internacional
Associação Brasileira de do Centro Celso Furtado
Ciência Política
A Associação Brasileira de Ciência Política O Centro Celso Furtado seu 1º Congresso
promoverá seu 8º Encontro Nacional, que terá Internacional, intitulado de "A crise e os desa-
o seguinte tema-eixo: “Ampliando fronteiras fios para um novo ciclo de desenvolvi-
da Ciência Política: Desafios contemporâ- mento". O evento contará com a participação
neos à democracia e ao desenvolvimento”. O de intelectuais como Luiz Carlos Bresser
evento contará com a participação de intelec- Pereira, Maria da Conceição Tavares e o
tuais brasileiros e estrangeiros, como o cien- Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.
tista político norte-americano James Inscrições:congressocfurtado2012@gmail.com
Mahoney e o cientista político alemão Wolf- Site:www.centrocelsofurtado.org.br/congress
gang Merkel. o2012/index.php#.UAxBALTY_30
Inscrições: encontro@cienciapolitica.org.br
Site: www.abcp2012.sinteseeventos.com.br
27
INICIATIVAS SAPIENTIA
O
Curso
Sapientia
apresenta
aos
candidatos
à
carreira
de
diplomata
o
Curso
Avançado
de
Política
Internacional,
uma
nova
opção
na
sua
preparação
para
o
CACD!
O
Curso
Avançado
de
Política
Internacional
é
inteiramente
online
e
aborda,
de
ma-‐
neira
aprofundada,
os
tópicos
do
programa
de
Política
Internacional
com
maior
relevância
nas
provas
objetiva
e
discursiva
do
concurso.
Nosso
objetivo
é
oferecer
aulas
expositivas
focadas
em
pontos
avançados
do
conteúdo,
para
auxiliar,
principal-‐
mente,
os
candidatos
que
já
iniciaram
sua
preparação.
Por
meio
de
módulos
individuais,
os
alunos
terão
acesso
aos
principais
temas
da
agenda
internacional,
às
relações
bilaterais
do
Brasil
e
a
tópicos
da
Política
Externa
brasileira
de
maneira
detalhada,
com
os
melhores
professores
e
com
a
qualidade
de
ensino
à
distância
que
só
o
Curso
Sapientia
oferece!
O
primeiro
módulo
do
Curso
Avançado
de
Política
Internacional
–
De
Vargas
a
Dilma:
a
evolução
da
política
externa
do
Brasil
desde
1945
–
enfatiza
a
evolução,
as
principais
vertentes
e
as
linhas
de
ação
da
política
externa
brasileira
desde
1945.
Com
oito
encontros
de
duas
horas
cada,
nesse
módulo
estuda-‐se
o
conteúdo
de
forma
deta-‐
ǡ
ÙƤ-‐
cial
pelo
aluno.
O
curso
ainda
oferece
aos
estudantes
uma
questão
dissertativa
inédita
por
aula,
que
será
corrigida
individualmente
por
nossos
professores..
Esse
método
busca
realizar,
além
da
revisão
e
da
consolidação
do
conhecimento,
um
treinamento
voltado
para
a
prova
de
terceira
fase
do
CACD.
28
VIDA DE CONCURSEIRO
A seção “Vida de Concurseiro” reunirá mensalmente crônicas sobre a vida daqueles que diariamente enfrentam
a luta que é a preparação para a prova do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. Nossa primeira
crônica é intitulada “Um Calouro no TPS” e foi escrita por Áquila, um entre tantos concurseiros que enfrentam
essa luta.
UM CALOURO NO TPS
POR AQUILA
O
primeiro
TPS
começa
antes
do
que
se
Passada
uma
hora
e
meia,
distraído
com
rezam,
outros
praticam
ioga.
Alguns
pode
imaginar.
Tem
início
na
hora
do
a
revisão,
uma
olhadela
ao
redor
do
conversam,
para
aliviar
o
nervosismo.
café
da
manhã
do
dia
da
prova.
Sim.
Se
bibliomóvel.
Não
se
enxerga
uma
alma
ǡ Ƥ ǡ
²ȋȌ
ǡ viva.
Ué...
Meia
hora
antes
do
início
do
ǡ Ǥ
muito
bem
do
que
estou
falando.
É
claro
concurso,
e
os
concorrentes
todos
mosquito
no
nariz.
Nada.
Nenhum
que
os
neurônios
precisam
de
uma
ǤǤǤ
Ƥǡ movimento.
Concentração
absoluta.
glicose
adicional
para
enfrentar
o
uma
conferida
no
papel
mal
dobrado
em
ǡ Ƥ
primeiro
round
do
teste
de
pré-‐seleção.
que
imprimiu
o
comprovante
de
E
a
mãe
de
um
calouro
se
lembra
disso
inscrição
com
aquela
HP
antiga.
Isso
identidade.
Uma
caneta
sobressalente
desde
o
anúncio
da
solene
decisão
de
mesmo.
Aquela
que
tem
as
cores
do
apenas,
para
economizar
recursos.
Tudo
Ǥ Supernintendo.
Tudo
esclarecido.
Lugar
sob
controle.
Esse
vai
ser
chanceler.
Só
Não
é
outra
coisa
que
explica
aquele
errado.
Um
ano
se
preparando
para
Ǥ
ǣ
±Ǧ Ǥ ǡ errar
o
local
de
prova!
Como
fazer
para
Dz
Ǧǡ
Ǧ
nozes,
ovos,
mel,
leite
com
chocolate,
chegar
do
outro
lado
da
cidade
sem
Deus
quiser”.
iogurte,
frutas
de
todo
tipo,
pão,
perder
a
prova
ou
a
vida? Depois
dos
avisos
paroquiais
quanto
à
manteiga,
margarina
etc.
Quando
vê
Rodas
para
que
te
quero!
Depois
de
proibição
de
artigos
de
chapelaria,
acon-‐
aquilo,
o
calouro
-‐
bem
preparado
-‐
pisotear
o
acelerador
do
carro,
tece
a
experiência
mais
surreal
naquela
ǣ Dz Ǩ consegue
chegar
em
cima
da
hora.
Ǥ
Manteiga
e
margarina
são
bens
substi-‐ Minutos
antes
de
o
portão
fechar,
cria
palavra,
surreal.
É
muito
comum
entre
tutos!”
Nesse
momento,
é
certo,
uma
vaga
milagrosa,
espremendo
uma
os
diplomatas.
A
propósito,
calouro,
comprova-‐se
que
chegar
à
segunda
fase
ǡǡ
é
só
uma
questão
de
tempo.
Uma
e
chocolates,
na
beira
do
portão.
Me
observação
dessas
não
é
para
qualquer
ǡǡǤ
um,
mas
para
os
que
internalizaram
Ele
entra,
o
portão
fecha.
Direto
à
sala
completamente
os
rebuscados
concei-‐ ͘͘͟Ǥ
ǡƤ
ǣDz×-‐
tos
da
economia.
E
a
construção
gio,
celular,
alarme
de
carro?”
Antes
da
Dz dz ǡǣDz
evidencia
avançado
conhecimento
de
Ǥ ±
português.
Certamente.
ƤǤ A propósito, calouro, onde
Muito
bem.
Se
sobreviveu
ao
café
da
para
a
direita.
De
quem
vê
a
turma
de
você iria usar as feias
manhã
sem
fazer
nenhuma
desfeita,
frente”.
Sentado
pela
primeira
vez
em
uma
palavras “tosco” e “bizarro”,
dia
inteiro,
não
precisaria
nem
almoçar
-‐
para
as
provas
da
tarde.
Ele
vai
ao
TPS.
mente
como
verdadeiras
ou
falsas
em
melhor falar “surreal”.
Nem
imagina
o
que
o
aguarda.
Ǧ Diz a mesma coisa sem
ǡ
glória,
resta
apenas
esperar
o
caderno
antecedência,
quem
é
que
ele
encontra?
de
provas.
Os
mais
atentos
terão
lemb-‐ agredir e de maneira
Ninguém.
Foi
o
primeiro
nerd
precavido
rado
que
se
pode
deixar
em
branco
ou
refinada, não é?
a
chegar.
Sem
perda
de
tempo,
anular
itens
ou
mesmo
questões
ǤǤ
±
lições
de
pragmatismo
ensinadas
na
que
façam
a
distribuição
das
provas,
não
Ǥ custa
nada
uma
bisbilhotada
na
um
procedimento
de
revisão
com
os
vizinhança.
Observando
tudo
cuida-‐
livros
e
as
apostilas
devidamente
dosamente,
o
calouro
vê
a
cena
do
catalogados
na
biblioteca
improvisada
desespero!
Uns
roem
unhas,
outros
no
carro.
29
onde
você
iria
usar
as
feias
palavras
Dz
ǡ ×
Ƥ
“tosco”
e
“bizarro”,
melhor
falar
ou
peixe,
arroz
e
uma
saladinha
leve!
recinto
sem
qualquer
objeto
eletrônico,
“surreal”.
Diz
a
mesma
coisa
sem
agredir
×
ǡ
Ǥ ǡ
Ƥǡ ±ǫ estômago!
Nada
de
Coca-‐Cola,
toma
um
Ǥ Ƥ
bem...
Tanto
esforço
para
manter-‐se
suco
de
frutas!”
Tudo
válido. Ǥ
²ǡ ±ǡ
tranquilo,
e
vem
uma
sirene
de
polícia
ǡ
ǡ
Ǥ
DzdzǤ
cirandas
especulativas
se
formam.
ǡ±×
Ǥ ǦÙǣDz±
Ǩ ǡ
ǡ ±-‐ ǫdzǤ
ǡ ǡ ǡ Ƥ
ǡƤǤ embranquecido
por
obra
daquele
dia.
abaixo.
É
tudo
programado,
viu
gente.
ǡ Ǥ Ǥ
²
×
-‐ Ǥ
garganta,
a
prova
está
nas
carteiras.
vera,
depois
da
tempestade
das
Respira-‐se
fundo
e,
ao
aviso
do
chefe
de
Ù Ǥ ǫ -‐
sala,
todos
começam
o
teste. mente,
a
essas
alturas,
espera-‐se
que
o
Desconcentrado,
o
calouro
se
vira
por
calouro
esteja
mais
sabido.
um
instante
e
se
dá
conta
de
que
o
Mas
a
sapiência
adquirida
ao
longo
das
chanceler
já
entornou
a
água
na
prova
Ǥ
²Ǥ
ǣ
Ǥ±
Ǥ Ǥ
×ǡ ǡ ǫ
-‐
teria
perdido
a
paciência
e
saído
da
sala. mente
pelo
barulho
desestabilizador
da
ǡ
Ǥ±-‐ Ǥ Ǥ
ǡ²Ǥǣ ǨǨǨǨǨ
de
um
autor
estrangeiro,
o
Mia
Couto.
±
±ǫ
Ǥ
Ø Ǩǫ ǡ Ǥ
Ǥ verdade,
o
sistema
“sirenístico”
terá
Ǥ ǡ Ǥ ǡ × -‐
ǡ
ǡ±Ǥ Ƥ
ǡ À
Ǥ
ǤǨ -‐ ǡ ǡ
Ǥ Ǥ ±
ǡ Ǥ
Ƥ
Claro,
todo
mundo
vai
dar
risada.
Da
de
frases
sábias
de
grandes
amigos
Ǥ ǡ
ǣ Dz ²ǡ
Ǥ ±
logo,
ou
você
acaba
comigo”.
E
trinta
comum
nas
provas.
minutos
voam,
mostra
friamente
o
Ǥ
×Ǥ×ǡ± tarde
em
cima
da
carteira,
querendo
ser
ƤǤ Ǥ
Um
bom
tempo
depois,
tudo
respon-‐
ǫ ±Ǥ
dido.
O
calouro
se
deu
bem
nas
provas
ǡ ǡ
Ǥ
Ǥ
ǡ ǡ calouro
durante
a
fatídica
tarde
de
garantiu
uns
bons
pontos
em
português.
Ǥ
Ƥ
Ǥ
Ǥ
Ƥ
Ǥ
ǫ-‐ de
cabelo.
Outros
candidatos
começam
ǡ
±Ǥ
Ǥ
o
tempo
de
prova
se
esgota.
Uns
candi-‐ Ǥ ïǤ Ù
datos,
no
que
levantam,
se
entreolham
Ƥ
Ǥ Ǥ
com
um
sorriso
contido,
como
que
Ǥ Ǥ
ǣDzǡ frente
já
tinha
largado
a
tinta
da
caneta
parte
da
tarde.
Vai
ser
uma
corrida
de
±
Ǥ
dzǤǡƤ
-‐ risadinha.
O
calouro
no
meio
do
tsunami
que
avança
impiedoso
toma
uma
Ǥ
Ǥ
Ƥǡ
²-‐ forma
possível.
Em
alguns
minutos,
×ǡ² tudo
volta
ao
silêncio
habitual.
O
tempo
ƤǤ
Ǥ
Ǥ
É
hora
do
almoço.
O
calouro
ouve
a
voz
exame
acaba.
Ƥ
Terminadas
as
provas,
nada
mais
justo
²
ǣ que
ir
ao
banheiro.
Ou
toalete.
O
calouro
30
CHARGE
A CRISE NA EUROPA
POR CARLOS LATUFF
31
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