Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tarefa 1
Reflita e escreva sobre as expectativas com relação ao casamento na sua
historia familiar.
Expectativas no casamento
Expectativas que seus pais tiveram no casamento deles.
1. Quais foram as expectativas com que seus pais iniciaram o
casamento? Se você não tiver esta informação, escreva o que você
imagina terem sido as expectativas deles.
2. Quais as expectativas realizadas e cumpridas?
3. O que fizeram com as expectativas não realizadas e não cumpridas?
4. Como seus pais resolveram as mágoas e as frustrações resultantes do
casamento?
5
1 João 3.9
Infelizmente, é preciso que haja ainda mais sofrimento para que os cônjuges
possam finalmente iniciar o verdadeiro processo de crescimento. Entretanto,
antes do crescimento, apresenta-se a etapa seguinte.
Crescer e construir
O símbolo chinês para a palavra crise é composto de dois diagramas:
“perigo” e “oportunidade”. Todas as crises contém um potencial periculoso de
destruição e ameaça. Mas ao mesmo tempo, toda a crise está grávida de
oportunidades de crescimento e mudança. A acomodação e a estagnação se
transformam na ferrugem das intenções matrimoniais e familiares. E, aos
poucos vão corroendo tudo, sem que as pessoas o percebam, até que as
estruturas caiam. Portanto, a crise pode ser fundamental para que as pessoas
tenham uma chance de rever e refazer o que for necessário. A quarta etapa da
relação dos casais tem essa função.
Até esta etapa, os cônjuges esperavam do outro a sua felicidade. Ao
escolher o crescimento e a construção da relação, definirão (os dois ou cada
um individualmente) de quem é a responsabilidade para viver bem. Quem sabe
até encontrem aquele que prometeu “plenitude de vida”, 6 pois com certa
freqüência nesta altura as pessoas são confrontadas com a necessidade de
mudança de filosofia de vida e o fazem aceitando a Cristo como Senhor e
Salvador.
Os cônjuges viviam expectativas e ilusões novelescas e lendárias. Nesta
fase da convivência, cada um percebe que a realidade é muito mais complexa,
quem sabe dura, e que a qualidade de vida depende, em grande parte, de
cada pessoa.
Assim, cada um poderá assumir a responsabilidade e o compromisso de
amadurecer e de crescer. Por exemplo, para melhorar a comunicação: em vez
de usar palavras externas como “sempre, nunca...”, pode-se desenvolver o
habito de ser menos contundente nos julgamentos, dizendo: “as vezes, vez ou
outra, com freqüência...”. Em vez de usar insistentemente a segunda pessoa
do singular, “tu, você...”, pode-se conjugar na primeira pessoa do singular, “eu,
para mim, a mim parece...” Em vez de falar de fatos, “Você esqueceu pela
décima vez de fechar a porta...” pode-se falar de sentimentos, “Preocupo-me
quando percebo que você se esquece algumas vezes seguidas de fechar a
porta! ” Ou “sinto raiva quando percebo que meu pedido não é atendido! ” Na
verdade, todas essas sugestões são simples! Mas quando um casal em
conflitos procura aplicá-las, logo verifica que o padrão doentio e os maus
hábitos são muito difíceis de serem mudados. O egoísmo e o medo de perder o
6
João 10.10b
controle mobilizam as pessoas a recorrerem aos padrões de conduta
manipulativos e agressivos. O amor é afogado na angustia de perder o controle
das coisas.
Se um casal decide crescer e amadurecer, fará pequenos ajustes. Em
geral, não são grandes as coisas que devem ser mudadas. Um pouco mais de
respeito, uma pitada de empatia para entender o que motiva o outro a reagir
como reagiu, um pouco mais de tempo para conversar, estender um pouco
mais os braços e as mãos para ser carinhoso... os pequenos ajustes com
freqüência não requerem mais do que isso, não serão cruciais para o
crescimento salutar.
Para alguns casais, é necessário que renegociem a relação. Se ela recorre
à mãe cada vez que tem um pequeno problema, em vez de procurar o marido
para discutir e achar com ele a solução, então terão de repensar a forma da
pratica da resolução de conflitos. Talvez ele tenha sido muito brusco, concreto,
racional, prático em excesso e ela não tenha se sentido compreendida. Ambos
terão de aplicar uma mudança para que os conflitos possam ser tratados entre
eles, sem envolver a mãe.
Se ele se sente seguro quanto aos gastos financeiros que ela faz e por
isso ela tem de pedir cada centavo para que possa comprar qualquer coisa,
então deverão negociar uma nova forma de lidar com o dinheiro. A quantia
fixa, uma conta particular para gastos particulares, ou um cartão de credito de
uso exclusivo da esposa poderão valorizá-la. E assim, uma nova fórmula de
interação com o dinheiro pode evitar que ela se sinta mendiga.
Enfim, se nesta quarta etapa da relação do casal os cônjuges decidirem
crescer e amadurecer, o foco de atenção mudará por si mesmo. Um não
cuidará mais do crescimento do outro, das ações do outro, mas cada um
cuidará de si. Esse é o grande segredo do crescimento, do amadurecimento, da
responsabilidade e da verdadeira liberdade. A mudança de foco precipita
também o inicio da quinta etapa na relação do casal.
Até este momento, pressupomos que eles decidiram crescer juntos. Mas
pode acontecer que somente uma pessoa decida crescer e a outra permaneça
na simbiose. Será bem mais difícil crescer e ficar bem para quem decidiu
cuidar de suas próprias necessidades, sem esperar tudo do outro. O cônjuge
que adotou a postura da responsabilidade necessitará constante fortaleza do
Senhor, sua presença e seu conforto. É possível crescer sozinho e é possível
manter o casamento enquanto somente um dos cônjuges progride para a
etapa seguinte. Porém, será um trabalho árduo.
Consideremos um segundo aspecto quanto ao crescimento solitário de
um só cônjuge. É praticamente impossível continuar sendo da mesma forma
como sempre se foi quando o outro cônjuge mudou. O relacionamento
matrimonial é como um jogo com regras previsíveis e estabelecidas. Se as
regras mudarem para um dos cônjuges o outro não saberá como vai continuar
o jogo. Imaginemos um jogo de futebol. De repente, um dos times modifica as
regras quanto ao “impedimento”, invade a área do outro time e faz gol.
Ninguém vai defender a bola se o adversário estava impedido. A não ser que o
outro time também mude as regras para, então, defender seu espaço. O
mesmo acontece quando um dos cônjuges muda as regras do jogo, os padrões
de interação, os hábitos e o jeito de ser. Não é possível continuar a jogar da
mesma forma que antes por muito tempo. A mudança é contingente. O outro
vai ter que mudar também, mais cedo ou mais tarde. A este processo de
mudança, porque o sistema mudou, os especialistas de família denominam de
resiliência. Mesmo que alguém não queira mudar, diante da mudança do meio
não poderá permanecer inerte.
5. Quinta etapa: Transformação ou “tomada de
responsabilidade”
Quando cada um aceita a responsabilidade pelo que é e pelo que espera
da vida, de si e do outro, então se inicia uma nova fase.
O casal assume a disposição de renegociar a relação com bases mais
solidas. Agora, ambos buscam entender um ao outro. Há um esforço em ouvir o
que o outro pensa, sente e propõe. Encara-se a realidade dos fatos. Evita-se
construir planos apenas sobre desejos e vontades. São lembrados os limites e
as possibilidades reais do outro e de si mesmo. Busca-se o conselho de pessoas
experientes e a orientação da bíblia e do espírito Santo.
Alem disso, os dois dispõem-se a se comprometer um com o outro, Os
acordos que se estabelecem transformam-se em compromissos e são levados
a sério. Um passa a aceitar o outro como ele é, com as suas potencialidades,
com seus defeitos, com seus jeitos e trejeitos. Dispõe-se a enxergar o outro
como ele é não como se desejou e idealizou. Assim, desenvolvem-se atitudes e
posturas de respeito e ajuda mútuos. Agora que o outro não é mais
responsável pela minha felicidade, posso admitir que ele tenha falhas,
fraquezas, e posso apoiá-lo em suas deficiências sem me ressentir disso.
Talvez, a característica mais saliente e importante desta etapa é que não
analisará quantas e quais necessidades do outro cada um pode satisfazer.
Talvez ela tenha que desenvolver um relacionamento de amizade com uma
amiga confidente que a ouça e compreenda se ele é muito fechado e tímido, se
ele realmente não consegue desenvolver diálogos longos e profundos. Talvez
ele tenha de dividir sua vontade de praticar esportes diariamente com um
amigo que tenha o mesmo interesse, ou quem sabe, um filho possa partilhar
desse interesse do pai.
Nesta etapa, é importante que o casal defina suas áreas de
individualidade e de mutualidade. Cada pessoa precisa de um espaço
particular e privativo, mesmo dentro do casamento, assim como outro espaço
em que compartilhará a sua vida, em que pertencerá ao outro, em que
dividirão as suas coisas. Os conflitos desenvolvem-se a partir do momento em
que os cônjuges não conseguem mais fazer acordos em torno de quanta
individualidade e privacidade cada um precisa, ou quanta mutualidade deve
ser desenvolvida. Se a esposa exige mais mutualidade do que ele é capaz de
fornecer, então ele provavelmente se sentirá sufocado, e ela se sentirá
solitária. Portanto, na quinta etapa, o casal definirá a área de mutualidade e de
espaço livre da individualidade de cada um. O casal aceitará estes espaços e
aprenderá a lidar com as necessidades não supridas que eventualmente
poderão surgir a partir desta decisão.
Feliz quem conhece aquele que pode suprir as necessidades, que
desenvolveu uma intimidade espiritual com o Senhor Jesus de maneira que a
solidão, o afeto, o sentido e o significado possam ser supridos por ele!
Na quinta etapa da relação do casal, o conceito de amor é transformado.
Se até então o amor era muito sentimento, muitas vezes confundido com
paixão, agora será entendido e vivenciado como atitude, compromisso,
aceitação e respeito. O amor pode ser compreendido como ação: pode ser visto
como uma linguagem falada em vários idiomas. Cada um aprenderá a
interpretar a fala e a linguagem do outro, que pode ser expressa pelos serviços
prestados, por palavras de afirmação, por presentes, por qualidade de tempo,
por toque e carinho. E cada um tentará “falar” a linguagem de amor do outro
para alcançá-lo e satisfazer as suas necessidades de ser amado. 7
Nesta etapa cada um dos cônjuges desenvolve a sensação e o
aprendizado de uma maneira mais madura de amar.
7
Gary Chapman, As cinco linguagens do amor
Erik H. Erikson definiu esta etapa como a da generatividade. 8 Pela
primeira vez na interação do casal, este não está concentrado em si, na sua
própria interação. Agora, toda a atenção se volta para questões e fenômenos
exteriores. O casal está concentrado nas coisas que acontecem ao redor, seja
com os filhos, com os netos, com a profissão, com a comunidade ou com a
sociedade.
Quando o casal já não está absorto em sua própria relação e sente que
se pode doar aos demais sem desvalorizar sua própria relação, estará diante
do sentido mais completo da convivência matrimonial (e certamente do
sentido mais profundo, real e espiritual do ser: viver para que haja vida).
Todo o potencial individual e em conjunto transborda e é possível dar aos
outros e doar-se a si mesmo sem medo. É tempo de gastar as vidas pelas
gerações futuras, pela comunidade, pela igreja e o Reino de Deus. Vive-se o
verdadeiro sentido do ser: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de
trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito
fruto.9 A morte para os próprios desejos egocêntricos, a morte das expectativas
excessivas a respeito do amor que os outros poderiam nos dar, a morte da
insegurança, do medo de não ser feliz, do controle sobre todas as coisas é que
desencadeia aquele processo em que pode haver muito fruto. A entrega é o
inicio do receber. Sabe-se então, que a vida não é vã; ela faz sentido.
Tarefa 2
Responda francamente as seguintes questões:
1. Qual a etapa máxima que você alcançou em seu casamento?
2. Como você pode alcançar a etapa seguinte e crescer através das crises?
Referencia
FRIESEN, Albert. Cuidando do casamento: para conselheiros e casais. Editora
Evangélica Esperança. Curitiba: 2004. p. 28-41.