Você está na página 1de 72

Turfeira do Lameiro

das Cebolas:
ecologia, biodiversidade
e restauro ecológico
Turfeira do Lameiro
ES
das Cebolas:
ecología, biodiversidad y restauración ecológica

Turfeira do Lameiro das Cebolas:


EN ecology, biodiversity and ecological restoration
PT| ÍNDICE
Mensagem do Presidente da Câmara Municipal 7
1. Localização
1.1 Como chegar 8
1.2 Enquadramento paisagístico 9
2. Caracterização
2.1 Introdução 11
2.2 Biologia da turfeira 12
2.3 Organização do Lameiro das Cebolas 13
2.4 Biodiversidade da turfeira 14
2.4.1 Flora e vegetação 14
2.4.2 Fauna 16
2.5 Importância para conservação 17
3. Valorização
3.1 Ameaças à conservação 18
3.2 Restauro ecológico 20
3.3 Estratégia de restauro ecológico 20
3.4 Expectativas de recuperação e monitorização da turfeira 22
4. Percursos pedagógicos 23
5. Corno de Bico: caracterização e actividades 24
6. Contactos 70

ES| INDICE
Mensage del Alcalde 29
1. Localización
1.1 Cómo llegar 30
1.2 Marco paisajístico 31
2. Caracterización
2.1 Introducción 33
2.2 Biología de la turbera 34
2.3 Organización del Lameiro das Cebolas 35
2.4 Biodiversidad de la turbera 36
2.4.1 Flora y vegetación 36
2.4.2 Fauna 38
2.5 Importancia de su conservación 39
3. Valorización
3.1 Amenazas a la conservación 40
3.2 Restauración ecológica 42
3.3 Estrategia para la restauración ecológica 42
3.4 Expectativas para la recuperación y monitorización de la turbera 44
4. Itinerarios educativos 45
5. Corno de Bico: caracterización y actividades 46
6. Contactos 70

EN| INDEX
Mayor’s Message 51
1. Location
1.1 How to get there 52
1.2 Environmental framework 53
2. Features ES
2.1 Introduction 55
2.2 Peat bog biology 56
2.3 Lameiro das Cebolas organization 57
2.4 Peat bog biodiversity 58
2.4.1 Flora and vegetation 58
2.4.2 Fauna 60
2.5 Importance for conservation 61
3. Valorization
3.1 Threats to conservation 62
3.2 Ecologic restoration 64
3.3 Ecologic restoration strategy 64
3.4 Peat bog recovery and monitoring expectations 66
4. Pedagogical paths 67
5. Corno de Bico: description and activities 68
6. Contacts 70
EN
PT

6 Lameiro das Cebolas


MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL

É de bom grado que acolhemos o desafio lançado por esta candidatura. Todos sa-
bemos que as preocupações com a conservação da natureza e com a preservação
da biodiversidade constituem hoje um desafio ímpar para conseguirmos melhorar
a qualidade de vida e o bem-estar das populações. Para tal, o envolvimento de
todos é um imperativo de cidadania, por que sem biodiversidade não há futuro
nem vida saudável e muito menos territórios qualificados capazes de estimula-
rem novas dinâmicas económicas para os espaços naturais, sempre numa lógica
de garantia do equilíbrio.
PT
É, por isso mesmo, necessário e urgente aprofundar o relacionamento entre as
comunidades humanas desses espaços naturais e a biodiversidade a fim de con-
tribuir mais fortemente para uma gestão mais activa e empenhada da sociedade
na conservação da biodiversidade e, assim, evitar a deterioração de habitats e
espécies ameaçadas que são essenciais para preservar a natureza e assegurar o
nosso futuro colectivo. Em Portugal, o ambiente tornou-se um valor incontornável
nas estratégias turísticas. A associação dos produtos turísticos ao território está a
transformar o espaço turístico em espaços de preservação ambiental e de patri-
monialização dos recursos existentes.

O grande significado que têm hoje a sustentabilidade e a preservação da biodiver-


sidade para a constituição da herança das gerações futuras criaram a necessidade
de assumir as formas da superfície terrestre com um património, na acepção de
monumento natural, pela sua importância enquanto legado, enquanto suporte de
educação e enquanto parte de um processo de dinâmicas económicas associadas
ao turismo de natureza. Emerge, deste modo, a vertente económica, perspectiva- ES
da no lucro conseguido através de um investimento que procura dar expressão às
heranças biológicas do meio, por intermédio de processos de estudo e conserva-
ção que transformam recursos em produtos turísticos.

Temos a certeza que a conservação da natureza e a preservação da biodiversidade


são meios de tornar o território mais rico. De igual modo, podem contribuir para a
redução da sazonalidade turística pelos estímulos que criam a uma atractividade
territorial que contribuirá decisivamente para melhoria da qualidade de vida das
populações.

António Pereira Júnior


Presidente

EN
7
41°51’51.37” N
8°31’5.97” W

PT

1. LOCALIZAÇÃO

1.1 COMO CHEGAR

O Lameiro das Cebolas localiza-se na Região do Minho, no Concelho de Paredes


de Coura, existindo duas opções possíveis para o acesso na sua visitação:
Opção 1: Vindo do Porto ou Braga pela A3 ou de Espanha pela A55, deve sair no
nó de Paredes de Coura/Vila Nova de Cerveira e seguir pela EN 303 na direcção
de Paredes de Coura durante 11 Km, depois deve tomar a direcção Ponte de
Lima e seguir pela EN306 cerca de 7 Km até à freguesia de Rendufe onde deve
fazer a Estrada Florestal até ao local de estacionamento.
Opção 2: Vindo de Viana do Castelo pela A27, deve sair no nó de Ponte de Lima
(EN201) e apanhar a EN306 em direcção a Paredes de Coura, seguir durante 16
Km até à freguesia de Rendufe onde deve fazer a Estrada Florestal até ao local
de estacionamento.

Coordenadas GPS: 41°51’51.37”N; 8°31’5.97”W


(Sistema de Coordenadas WGS84)

8 Lameiro das Cebolas


1.2 ENQUADRAMENTO PAISAGÍSTICO

O Lameiro das Cebolas está localizado na Paisagem Protegida do Corno de Bico,


perto do limite Sul desta área de conservação da natureza. A criação desta Paisa-
gem Protegida fundamentou-se na importância de um conjunto diversificado de
habitats e espécies ameaçados a nível europeu, entre os quais os habitats do tipo
“turfeiras”, tais como o Lameiro das Cebolas.
A área montanhosa da Paisagem Protegida do Corno de Bico caracteriza-se por
apresentar no seu limite Oeste e interior um aglomerado de áreas agrícolas, bem
como zonas agro-florestais, e uma dominância de mosaicos agro-florestais e uma
crescente presença de bosques de carvalho no lado Este. Um pouco por toda a PT
área estão presentes pequenas aldeias, muitas vezes associadas às zonas agríco-
las e aos cursos de água que percorrem muitas das vertentes montanhosas.
O Lameiro das Cebolas é uma área de turfeira que se estende entre as cotas mí-
nimas de 799 metros e máximas de 825 metros. Como uma zona húmida, desen-
volve-se na dependência de um ribeiro afluente do Rio dos Cavaleiros (afluente do
Rio Coura) e está assente em solos graníticos, ainda que seja possível encontrar
alguns afloramentos xistosos próximos da turfeira. A área mais restrita do La-
meiro localiza-se no meio de um povoamento florestal misto dominado por cadu-
cifólias como castanheiros e carvalhos, que por sua vez se encontra cercado por
matos baixos.

ES

A turfeira do Lameiro das Cebolas e a área envol-


vente ao longo das quatro estações do ano

EN
9
PT

10 Lameiro das Cebolas, fava-de-água (Menyanthes trifoliata)


2. CARACTERIZAÇÃO PT

2.1 INTRODUÇÃO

Uma turfeira, por definição ecológica, é um ecossistema onde a taxa de acumu-


lação da matéria orgânica é superior à sua taxa de decomposição, formando-se
um substrato pedológico em condições de falta de oxigénio (anóxia) e encharca-
mento chamado turfa, que se acumula em profundidade. Sobre este substrato
desenvolvem-se mosaicos de vegetação muito dependentes dos níveis elevados
de encharcamento e da manutenção de um pH ácido.
Estes habitats têm papéis vitais nos ciclos dos nutrientes e da água. No ciclo do
carbono, as turfeiras têm um papel primordial na acumulação de carbono sob a
forma fóssil – a turfa - que acaba por ser extraída e servir como combustível em
vários países europeus. Quanto ao ciclo da água, as turfeiras são autênticos reser-
vatórios de água, absorvendo-a quando há excesso de precipitação e libertando-a
lenta e gradualmente para os aquíferos subterrâneos durante as alturas de se- ES
cura. Ao absorver a água da precipitação, não só evitam potenciais secas ao nível
local, como ajudam a evitar fenómenos de lixiviação dos nutrientes e erosão do
solo. Durante o desenvolvimento vegetal são captados iões, alguns deles tóxicos,
podendo portanto dizer-se que as turfeiras também têm uma função de purifica-
ção ambiental. Em caso de incêndios florestais ou seca, as turfeiras podem com-
portar-se como um refúgio para a biodiversidade e de prevenção à propagação
do fogo, ou ainda constituir um foco de vida e hidratação para os terrenos ardidos
adjacentes. Graças às baixas taxas de decomposição, os vestígios de actividade
humana e outros registos fósseis ficam muito conservados, fazendo com que as
turfeiras também sejam um “arquivo” paleontológico importante. São uma fonte
de alimento e água para humanos e animais, valiosos locais para aprendizagem,
estudo, recreio e turismo.
As turfeiras, como habitats geralmente restritos a condições topográficas e cli-
máticas muito particulares, são um foco importante de biodiversidade e o habitat
exclusivo para muitas espécies de flora e fauna muito selectas em termos de es-
pecificidade ecológica.
EN
11
2.2 BIOLOGIA DA TURFEIRA

O funcionamento ecológico de um ecossistema como uma turfeira depende em


grande parte da vegetação que lhe serve de base e que se desenvolve sobre o
substrato de turfa acumulado, já que é a partir dos mosaicos de vegetação e de
algumas espécies dominantes que, em conjunto com uma elevada disponibilidade
hídrica, se mantém este habitat. O género Sphagnum (esfagno), é um grupo de
musgos que constitui a base estrutural para a formação e perpetuação de uma tur-
feira e, frequentemente o grupo de espécies dominantes em turfeiras de diferentes
estados de conservação (imagem abaixo). As turfeiras podem começar por ser pra-
PT dos húmidos, e dependendo da topografia, temperatura e quantidade de água dis-
ponível (origem pluvial, superficial ou freática), evoluem, ou não, para uma turfeira.
Se no estado de prado houver uma depressão no terreno e drenagem insuficiente
da água que se acumula, o lençol freático fica ao nível da superfície ou perto dela.
Nestas condições, inicia-se a transição de prado para turfeira, onde os musgos do
género Sphagnum colonizam as zonas encharcadas, com águas limpas, ácidas e
frias, ou a turfa húmida exposta.

Diversos aspectos da colonização da turfa e dos planos de água livre por espécies de musgos, especialmente do género Sphagnum

Estas plantas possuem duas características que as tornam vitais numa turfeira.
Como não têm raízes nem tecidos condutores internos, absorvem a água por uma
extensa rede de espaços capilares capazes de uma elevada retenção hídrica. Esta
capacidade, aliada à infiltração na turfa, permite que um grande volume de água
seja armazenado abaixo da superfície da turfeira durante todo o ano.
A outra característica é a elevada capacidade de troca catiónica que permite a
acidificação do meio onde estas plantas se encontram que, deste modo, podem
utilizar esta troca de nutrientes como modo de obtenção de nutrientes, escassos
no meio. Ao criar um meio ácido, o Sphagnum está ainda criar um ambiente ideal
para o seu crescimento e a reduzir a competição, já que a maioria das plantas vas-
culares não tolera níveis baixos de nutrientes nem ambientes ácidos e húmidos.
12
2.3 ORGANIZAÇÃO DO LAMEIRO DAS CEBOLAS

O Lameiro das Cebolas pode ser descrito como uma sucessão de zonas que se
distinguem não só pela sua topografia e tipologia da acumulação/corrente de
água como pelo mosaico de comunidades de plantas associado a estas zonas.
Podem ser reconhecidas cinco zonas distintas na sua natureza e/ou grau de con-
servação:
• Zona 0: uma represa de água na nascente do curso de água que percorre toda a
turfeira localizado do lado contrário do caminho térreo;
• Zona 1: Primeira zona de formação de solo turfoso, na margem da qual ocorrem
PT
diversos mouchões com vegetação turfófila;
• Zona 2: Curso de água conector que liga a zona 1 à zona 3 e que se considera
parte da turfeira porque permite a continuidade do fornecimento de água às zo-
nas a jusante.
• Zona 3: Zona onde a turfeira assume maiores proporções e que, actualmente, é
um prado higroturfoso. É semelhante a um corredor, alargado e longo e corres-
ponderá à definição mais estrita do “Lameiro das Cebolas”;
• Zona 4: Zona ampla terminal, razoavelmente propícia a acções de restauro, pelo
declive moderado que proporciona maior encharcamento e uma maior estabilida-
de dos sedimentos.

ES

LEGENDA
CAMINHO
RIBEIRO
ÁREA DA TURFEIRA

Vista aérea com a delimitação das zonas da turfeira


EN
13
PT

Diversos aspectos estruturais e micro-topográficos da pequena represa que alimenta o ribeiro que percorre a
turfeira e das restantes áreas que constituem o ecossistema da turfeira do Lameiro das Cebolas

2.4 BIODIVERSIDADE DA TURFEIRA

2.4.1 FLORA E VEGETAÇÃO

Em traços gerais, o Lameiro das Cebolas apresenta actualmente uma diminuição


e vulgarização da diversidade de espécies vegetais, já que as comunidades típicas
das turfeiras bem conservadas foram progressivamente substituídas por forma-
ções mais tolerantes à acção antrópica e à presença de gado. No entanto, esta tur-
feira caracteriza-se ainda pela presença de dois habitats do Anexo I da Directiva
Habitats típicos de vegetação de turfeiras, ainda que se apresentem relativamente
degradados e diversas espécies de plantas bastante interessante em termos de
conservação tais como o musgo muito raro em Portugal e apenas típico de turfei-
ras, Bruchia vogesiaca Schwaegr., e Menyanthes trifoliata, uma espécie vascular
com uma distribuição restrita no Norte de Portugal.
Assim, no geral, a flora é a típica dos cursos de água e zonas encharcadas e frias
e organiza-se, sumariamente em dois tipos fundamentais de habitats definidos na
directiva Habitats:

14
• O habitat “7140 - Turfeiras de transição e turfeiras ondulantes, subtipo 2
- Turfeiras atlânticas”, é caracterizado por comunidades de águas com poucos
nutrientes, e que recebe água da precipitação e de origem subterrânea (nascente),
típicas de áreas montanhosas de forte influência atlântica do Noroeste do país.
Estas comunidades desenvolvem-se em solos húmidos e com acumulação de tur-
fa na orla de depressões e fundos de encosta com acumulação ou fluência lenta
de água. Este habitat ocupa no Lameiro das Cebolas uma área muito restrita e
apresenta uma cobertura de Sphagnum bastante reduzida, sendo dominada, en-
tre as plantas vasculares, por Juncus bulbosus, Arnica montana subsp. atlantica
e diversas ciperáceas. É neste habitat que se desenvolve a população de Menyan- PT
thes trifoliata.

• O habitat “7150 - Depressões em substratos turfosos da Rhynchosporion”


corresponde a formações herbáceas de baixa cobertura e relativamente pobres
em musgos, dominadas por ciperáceas (Eleocharis multicaulis), juncáceas e es-
pécies insectivoras como Drosera intermedia e Drosera rotundifolia. Para além da
turfeira do Lameiro das Cebolas, onde estas formações herbáceas constituem co-
munidades pioneiras de solos húmidos e com formação de turfa, podem também
surgir em zonas de acumulação ou escorrência permanente de água e taludes
com passagem de águas com poucos nutrientes. As principais ameaças à conser-
vação deste habitat são a drenagem e eutrofização.

ES

Flora típica da turfeira do Lameiro das Cebolas: Arnica montana subsp. atlantica, Menyanthes trifoliata, Bruchia vogesiaca,
Sphagnum auriculatum, Baldellia alpestris e Drosera intermedia (de cima para baixo e da esquerda para a direita)

EN
Caixas -ninho na Paisagem Protegida de Corno de Bico 15
2.4.2 FAUNA

Sendo uma turfeira um habitat húmido, são diversas as espécies que encontram
na turfeira refúgio e alimento em diversas fases do seu ciclo de vida ou repro-
dução, desde espécies invertebradas, entre os quais as libélulas, as lesmas ou
outros insectos, a pequenos vertebrados anfíbios, como a rã-ibérica (Rana iberica)
ou o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), ou mesmo grandes mamíferos como os
javalis (Sus scrofa), bastante comuns e cujos vestígios (pegadas e revolvimento
de turfa) são facilmente observáveis já que este animal frequentemente revira
PT a vegetação em busca de raízes ou bolbos para se alimentar e procura a turfeira
para se refrescar.
Por outro lado, e embora não sendo o seu habitat de residência, o Lobo Ibérico
(Canis lupus signatus) usa a área envolvente à turfeira como local para embos-
cadas aos jovens bovinos e equinos. Outra das suas presas, o Corço (Capreolus
capreolus), frequenta os mesmos bosques de folhosas.
A avifauna também é abundante, sendo possível encontrar o Guarda-Rios (Alce-
do attis) com as suas cores vivas, a Perdiz vermelha (Alectoris rufa), o Don-fafe
(Pyrrhula pyrrhula), o Gaio (Garrulus glandarius), o Chapim-real (Parus major),
Chapim-azul (Parus caeruleus) e a Águia d’ asa-redonda (Buteo buteo).
Encontramos também algumas espécies de animais domésticos com interesse
para a produção agrícola, mas também para a conservação de raças autóctones
Portuguesas. Podemos deparar-nos com o cavalo Garrano (Equus caballus) que se
define sendo um animal de pequeno porte (cerca de 1,30m) pelagem castanha e
o parente geneticamente mais semelhante ao cavalo primitivo, e as raças bovinas
(Bos taurus) Cachena e Barrosã que são raças típicas da região e características
pela dimensão dos seus chifres.

Gado Barrosão
16
PT

2.5 IMPORTÂNCIA PARA CONSERVAÇÃO

Em Portugal não existem turfeiras de grandes dimensões, porque o nosso cli-


ma difere grandemente dos locais onde elas são típicas, como por exemplo a
Irlanda ou o Canadá, onde há mais precipitação e as temperaturas são ain-
da mais baixas que no nosso país. A forte sazonalidade dos regimes termo-
pluviométricos e os meses secos e quentes de Verão em Portugal, essenciais
à manutenção dos níveis de humidade e as baixas temperaturas, impedem a
formação de turfeiras extensas que ocorrem apenas em regiões graníticas,
areais e solos de aluvião, em regiões com características topográficas e biocli-
máticas particulares.
Actualmente, no território continental, encontram-se turfeiras estruturadas ES
e relativamente conservadas no Parque Nacional Peneda-Gerês, na Serra de
Arga e na Paisagem Protegida do Corno de Bico, nas Serras de Freita e Mon-
temuro, na Serra da Estrela e na Serra do Monchique. Encontram-se também
no arquipélago dos Açores e da Madeira, que, embora a uma menor latitude,
estão também sujeitos a massas de ar mais húmidas e frias. Portugal é con-
siderado o limite sudoeste europeu de turfeiras, apresentando muitas origina-
lidades florísticas.
A importância das turfeiras é ainda reforçada pelo facto destes habitats serem
protegidos por legislação comunitária (Directiva Comunitária 92/43/CEE, de
21/5/92), dada a sua extrema vulnerabilidade e a crescente diminuição da sua
extensão um pouco por todo o mundo.
Na actualidade, a vegetação das turfeiras do Ocidente Peninsular tem um
enorme interesse para conservação, constituindo a Paisagem Protegida do
Corno de Bico um dos seus locais de representação, ainda que em espaços
limitados e algo perturbados agora em recuperação.
EN
17 Lameiro das Cebolas
3. VALORIZAÇÃO

3.1 AMEAÇAS À CONSERVAÇÃO

As turfeiras, como habitats dependentes de uma rede de interacções hídricas, cli-


máticas e bióticas muito vasta, reagem fortemente às perturbações e agressões
que advém das actividades humanas ou da alteração dos ciclos naturais. O futuro
das turfeiras portuguesas está indubitavelmente dependente de planos de restau-
ro ecológico, gestão e monitorização, visto que o modo de exploração actualmente
PT utilizado pelas populações não é, de todo, sustentável. A grande vulnerabilidade
de uma turfeira e da flora e fauna a ela associada advém do facto de esta ser o
resultado de um equilíbrio entre numerosas variáveis ambientais, que limitam a
exploração sustentada deste tipo de ecossistemas.
O pastoreio desde tempos antigos ocupou as Serras do Alto-Minho, usando os re-
cursos naturais com sensatez, particularmente no período de Maio a Outubro, em
que os animais pastoreavam na montanha, sozinhos ou acompanhados de pasto-
res. Por seu lado, a floresta era extensa e as áreas de pastoreio sob-coberto e de
abrigo do calor no período estival eram inúmeras. Hoje os animais percorrem sem
controlo as zonas Serranas, os incêndios florestais destruíram grande parte das
florestas e nas zonas de matos a “cultura do fogo” para regeneração da pastagem
conduz à degradação do solo. As chãs, adequadas para o pastoreio, ganham ma-
tos, enquanto as encostas e galerias rípicolas, adequadas para florestas mistas
de folhosas e resinosas são usadas para pastoreio. Todo este cenário de alteração
das dinâmicas de pastoreio levou ainda a uma maior degradação e pressão sobre
as turfeiras, eleitas pelo gado como zonas de repouso e alimento preferenciais.
Deste modo, o maior factor de ameaça à conservação do Lameiro das Cebolas en-
quanto espaço natural de elevado interesse biológico, é a intensa pressão animal
sobre a turfeira e zonas adjacentes, que tem provocado sistematicamente a sua
degradação. Os animais domésticos e selvagens que se encontram na Paisagem
Protegida de Corno de Bico escolhem a turfeira como local de repouso e acesso
à água. Em particular, o gado cavalar prefere esta área em detrimento de outras
criadas para esse efeito na sua envolvência, promovendo a destruição do coberto
vegetal, a eutrofização do meio e a alteração da micro-topografia da linha de água,
da turfeira, e dos taludes envolventes.
Paralelamente, a alteração antrópica da geomorfologia do canal de água e das zo-
nas de alagamento da turfeira provocaram uma drenagem excessiva, uma erosão
da turfa e do solo e uma diminuição do tempo de retenção dos planos de água para
manutenção das espécies turfófilas.

18
Problemas identificados na estrutura biofísica da turfeira
do Lameiro das Cebolas: pisoteio animal, assoreamento,
revolvimento, exposição e erosão de turfa e húmus e fluxo
acelerado de água

PT

ES

EN
19 Lameiro das Cebolas
3.2 RESTAURO ECOLÓGICO

A intervenção no Lameiro das Cebolas tornou-se necessária a partir do ponto em


que o funcionamento hidrológico do ribeiro não permite a estabilização das águas
para a regeneração do coberto vegetal da turfeira. Em virtude do reviramento do
solo pela circulação de animais selvagem, mas sobretudo de animais domésticos
sem supervisão de um pastor, a água circula com maior rapidez no leito do ribei-
ro, devido à abertura de sulcos pela passagem desses animais, sendo impossível
estabilizar a deposição de turfa e a colonização por flora da turfeira em áreas de
água corrente.
PT Além da maior velocidade da água, as propriedades físico-químicas das águas nas
zonas de encharcamento e de fluxo também têm sido consecutivamente altera-
das pela nitrificação do solo com as fezes animais, dificultando assim as condições
de presença de algumas espécies de flora dependente ou com preferência por
solos ácidos e pobres em nutrientes.

3.3 ESTRATÉGIA DE RESTAURO ECOLÓGICO

A avaliação do grau de degradação de determinada área higroturfosa é essencial


na escolha adequada das medidas de reparação para a sua recuperação, um pro-
cesso de longa duração que depende da severidade da perturbação a que a área foi
sujeita e da capacidade de re-colonização das espécies, bem como da capacidade
de sobrevivência dos propágulos (externos ou já presentes no solo).
A perda severa de turfa verificada na turfeira, para além da diminuição das espé-
cies características, é um forte indicador de um estado de degradação extremo e,
nestes casos, a implementação de medidas que restaurem a hidrologia e os ciclos
biogeoquímicos da turfeira será vital para a reinstalação das espécies e conse-
quente formação e acumulação de turfa.
A recuperação de turfeiras através da aposta numa intervenção mínima e rege-
neração natural, faz-se geralmente através do restauro da sua estrutura, mas
também de técnicas de restauro do regime hídrico, de manipulação da superfície
da área higroturfosa e de plantação de propágulos vegetativos das espécies ca-
racterísticas.
Nesta iniciativa de restauro, pioneira na área, a intervenção na turfeira teve duas
fases distintas. Inicialmente foi implementada uma fase de recuperação, através
da colocação de uma vedação em redor do limite topográfico, com o intuito de
travar a degradação da área pelos factores de ameaça identificados. Impedida a
continuação da degradação, planeou-se a redução da velocidade do fluxo de água
que actualmente se verifica e degrada as zonas que contactam com ele, colocan-
do bloqueios vegetais desencontrados e sucessivos no canal existente e criando
canais divergentes, melhorando assim a retenção e grau de encharcamento tra-
20 Lameiro das Cebolas
duzidos em planos de água livre na superfície da turfeira.
Para a segunda fase, planearam-se algumas medidas de aceleração e reforço do
restauro através do aumento da heterogeneidade da microtopografia superficial
da turfeira e a representação de microhabitats com vista a melhorar as condições
de encharcamento e infiltração de água nas camadas de deposição de matéria or-
gânica. Também nesta segunda fase será avaliada a necessidade de disseminação
de propágulos de Sphagnum pelas várias zonas da turfeira onde o substrato possa
estar mais exposto e a distância a populações desta espécie seja grande.
Ainda no âmbito deste projecto e para aproveitar a zona e demonstrar o seu valor
ao público, foi idealizado um percurso educativo e serão instaladas placas de infor-
PT
mação, ao longo desse mesmo percurso, para um apoio ao visitante.

ES

Trabalhos de intervenção para restauro biofísico da turfeira do Lameiro das Cebolas


nas fases de diagnóstico, vedação e monitorização das comunidades vegetais

EN
21
3.4 EXPECTATIVAS DE RECUPERAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DA TURFEIRA

Prevê-se que as medidas de restauro propostas neste trabalho conduzam ao me-


lhoramento da hidrologia e à prevenção de danos por parte de herbívoros de modo
a que as espécies estabilizadoras e formadoras de turfa se instalem e regene-
rem.
Contudo, é possível que no futuro seja necessário abrir a área aos animais, porque
turfeiras em pleno funcionamento beneficiam de um pastoreio controlado e da
acção de outros pequenos herbívoros que criam distúrbios localizados e criam
oportunidades de primocolonização para muitas espécies pioneiras. Por este moti-
PT vo, o objectivo da monitorização é verificar o progresso de recuperação da turfeira
assegurando que as previsões feitas acerca da evolução da área se cumprem.
Segue-se uma proposta de parâmetros indicadores a monitorizar, para avaliação
da progressão do restauro e ajuste das medidas de intervenção, caso seja neces-
sário. Deste modo, seria pertinente a avaliação:
• Do pH do solo, porque é importante que se mantenha ácido para garantir que o
Sphagnum pode colonizar esse solo;
• Da cobertura vegetal, em particular de espécies do género Sphagnum, já que
com uma cobertura relativamente estável da vegetação estará cumprido um re-
quisito para o estabelecimento de espécies formadoras de turfa;
• Do volume de água do dique e da água que corre ao longo da turfeira, medindo
parâmetros como a qualidade da água, nomeadamente o pH, e a carência bioquí-
mica do oxigénio (CBO) e a condutividade, porque é importante assegurar a quali-
dade da água que a turfeira recebe.

Lameiro das Cebolas - Baldellia alpestris

22
4. PERCURSOS PEDAGÓGICOS
Os percursos pedagógicos estabelecidos para a visitação e interpretação da turfeira
do Lameiro das Cebolas foram desenhados para que existam duas alternativas de
duração e grau de dificuldade/acessibilidade para os diferentes públicos visitantes.
Deste modo, ambos os percursos (Percursos 1 (1,5 Km) e 2 (1,2 Km)), começam
na zona de estacionamento onde bem próximo se podem observar dois pequenos
núcleos de turfeira que se encontravam em fase avançada de degradação antes
da intervenção e a represa na zona da nascente do ribeiro que atravessa a área
da turfeira. Percorrendo a margem esquerda do ribeiro em direcção a jusante, por
uma zona de bosque de folhosas mais abrupta até ao ribeiro, atingimos um ponto PT
de observação onde se pode vislumbrar uma panorâmica da turfeira do Campo das
Cebolas e da área envolvente numa zona de “lameiro” bastante alargada.
Continuando pela margem esquerda atingimos o segundo ponto de observação, onde
inclusivamente existe um abrigo para observação da fauna. Nesta zona formou-se
uma bacia onde as águas circulam mais lentamente e onde a amplitude da zona
terminal da turfeira é bem visível. Neste segundo ponto de observação, o Percurso 2
(1,2 Km) de menor dificuldade, retorna pela estrada de terra batida à zona de estacio-
namento, enquanto o Percurso 1 (1,5 Km) contorna a turfeira pela sua parte terminal
até atingir uma zona de floresta densa onde, através de uma ponte de madeira, se
atravessa o ribeiro para a margem direita. Iniciando a subida, a paisagem muda, pas-
sando do bosque de folhosas para matos e floresta de resinosas. Nesta área poderão
ser aproveitados alguns pontos de observação da paisagem em redor da turfeira e
visitar miradouros naturais das serras envolventes. Atingida a estrada de terra batida,
sob o coberto do bosque de folhosas, dá-se o retorno à zona de estacionamento.

Percurso 1
• Distância aproximada: ES
1,5 km
• Duração aproximada:
60 minutos
• Grau de dificuldade:
baixo
• Descrição:
percurso
interpretativo
circular

Percurso 2
• Distância aproximada:
1,2 km
• Duração aproximada:
45 minutos
• Grau de dificuldade:
muito baixo
• Descrição:
percurso
interpretativo circular
Percursos da turfeira do Lameiro das Cebolas
EN
23
5. CORNO DE BICO
CARACTERIZAÇÃO E ACTIVIDADES

PT

A Paisagem Protegida do Corno de Bico, localizada numa região


montanhosa de contornos suaves, é uma pequena mas riquíssima
reserva natural de fauna e flora, como existem poucas em Portugal.

Vista de Corno de Bico

A Paisagem Protegida do Corno de Bico (PPCB) enquadra-se administrativamente


nas NUT II do Norte de Portugal e na NUT III do Minho Lima. Integra as cabecei-
ras dos três principais cursos de água do Alto Minho – Coura, Labrujo e Vez, perten-
centes às bacias hidrográficas do rio Minho (Coura) e do rio Lima (Labrujo e Vez).

O seu território delimita-se entre a latitude de 41º12’ N e a longitude de 8º29’ W.


Ocupa uma área de aproximadamente 2.069 ha, abrangendo o concelho de Pa-
redes de Coura e integrando parcialmente cinco freguesias: Parada, Cristelo,
Vascões, Bico e Castanheira. A Paisagem Protegida é limitada a Este pelo limite
entre os concelhos de Paredes de Coura e Arcos de Valdevez; a Sul pelo limite
entre os concelhos de Paredes de Coura e Ponte de Lima; a Oeste pelas Estradas
Nacionais 306, 1080, 303 e 5-19 e a Norte pela estrada entre Cenoi e Lamas.

Apesar de não ter uma área muito extensa, Corno de Bico apresenta uma conside-
rável diversidade faunística e florística, contando com 439 espécies diferentes
de flora e 188 espécies de animais vertebrados. A espécie da flora mais comum
localmente é o carvalho-alvarinho, principal constituinte dos carvalhais caracte-
rísticos da região (uma formação vegetal bem conservada, que ocupa 25% da área
da paisagem), mas para além desta existem espécies de flora endémicas, raras
ou ameaçadas que em muito elevam a relevância da PPCB do ponto de vista da
conservação. Na fauna, reflecte-se uma situação idêntica: nesta região podemos
encontrar o corço, a lontra e o cavalo garrano, mas existem muitas outras espé-
cies cujo valor de conservação elevam a Paisagem Protegida a um nível diferente.
A chave para a existência desta admirável diversidade é a variedade de habi-
tats disponíveis (desde lameiros, zonas ribeirinhas, zonas montanhosas, zonas

24
de matos, passando por uma turfeira, entre outros), a interacção entre eles, e as
condições climáticas da região, que permitem que esta zona forneça um vasto le-
que de excelentes recursos de alimentação, reprodução e abrigo a várias espécies.
O Homem é ainda outro agente da variabilidade paisagística existente no local. Ha-
bitante da zona desde os tempos do Neolítico, encontramos vestígios da histó-
ria e cultura deste povo por todo o lado: dos monumentos fúnebres e povoados for-
tificados, aos espigueiros e aos moinhos de água, até aos muretes e socalcos que
rendilham a paisagem e permitem a realização da actividade agrícola. As aldeias
de casas brancas pontilham as encostas, contrastando harmoniosamente com o
verde da vegetação e o azul dos límpidos rios (Labrujo, Coura e Vez) e ribeiros.
PT
Numa região tão convidativa, não faltam opções em relação a como aproveitar
uma visita o melhor possível. Para os apreciadores da natureza, não existe uma
maneira melhor e mais saudável de cimentar a comunhão com o mundo natural do
que realizar um dos percursos pedestres da Rede Municipal que passam pela
PPCB. No âmbito do Programa de Educação para a Sustentabilidade da PPCB, que
assenta no pressuposto teórico de que os projectos de desenvolvimento local e
de educação ambiental para a sustentabilidade devem ser globais e integrarem a
construção de diversas competências nos diferentes actores, designadamente: a
consciencialização, a construção de atitudes e valores ambientais, conhecimentos
e o desenvolvimento de competências para a acção e participação, o CEIA desen-
volve diversos projectos de construção conjunta entre a Paisagem Protegida do
Corno de Bico, a comunidade local e a comunidade visitante.

O projecto “Participar para desenvolver”, construído com a população local


tendo em vista a divulgação das acções e medidas preconizadas no plano de orde-
namento contribuindo para uma gestão sustentável; o projecto “Viver (n)a nossa
área protegida”, realizado com a comunidade escolar; o programa das visitas ES
temáticas (percursos pedestres interpretativos, ateliers e actividades no Labora-
tório da Natureza) destinado a grupos escolares visitantes; e o projecto “O Tu-
rismo de Natureza na PPCB” que proporciona ao público-visitante um conjunto
diversificado de actividades de animação ambiental.

Existe ainda um considerável número de empresas que oferecem um leque muito


diverso de actividades promovidas na área, desde a equitação, as actividades
radicais e outras, pelo que se encoraja uma visita à página da internet da Paisagem
Protegida do Corno de Bico (www.cornodebico.pt), onde é possível encontrar
toda a informação de contacto das mesmas.

Assim, para além de um importante santuário natural de grande beleza, a Paisa-


gem Protegida do Corno de Bico é uma região que oferece condições privilegiadas
ao aproveitamento do lazer de forma saudável e enriquecedora, permitindo usu-
fruir do ar livre e de condições únicas de contacto com a natureza.
EN
25
ES|

Turfeira do Lameiro
das Cebolas:
ecología, biodiversidad y
restauración ecológica
PT

ES

28 Lameiro das Cebolas


MENSAGE DEL ALCALDE

De buen grado aceptamos el reto de esta solicitud. Todos sabemos que la preocu-
pación por la conservación de la naturaleza y la preservación de la biodiversidad
hoy es un desafío único para nosotros para mejorar la calidad de vida y el bienes-
tar de las poblaciones. Con este fin, la participación de todos es un imperativo de
la ciudadanía, porque sin la biodiversidad, no hay futuro o vida saludable y mucho
menos áreas calificadas capaces de estimular una nueva dinámica económica
para los espacios naturales, en una lógica de equilibrio.

Hay, por tanto, una necesidad urgente de profundizar la relación entre las co-
munidades humanas y la biodiversidad de los espacios naturales, com el fin de
contribuir com más fuerza a una sociedad más activa y comprometida en la con-
servación de la biodiversidade y evitar así el deterioro de los habitats y espécies
en peligro de extinción que son esenciales para preservar la naturaleza y asegurar
nuestro futuro colectivo. En Portugal, el medio ambiente se ha convertido en un
valor indispensable en las estratégias de turismo. La asociación de productos tu-
rísticos con el território está transformando el espacio turístico em espacios de
preservacion del médio ambiente y de património de los recursos existentes.

La gran importancia que tiene la conservación de la biodiversidad y la sostenibili-


dad para recuperar el patrimonio de las generaciones futuras ha creado la necesi-
dad de asumir las formas de la superficie terrestre como un patrimonio, es decir,
el monumento natural por su importancia como legado, como apoyo a la educa-
ción, y como parte de un proceso de dinámica económica asociada con el turismo
de naturaleza. Surge,así, el aspecto económico, visto en el beneficio obtenido por
una inversión que busca dar expresión a la herencia biológica del medio ambiente, ES
a través de procesos de conservación y estudio que transforman los recursos en
productos turísticos.

Estamos seguros de que la conservación de la naturaleza y la conservación de


la biodiversidad son maneras de hacer el país más rico. Del mismo modo, pue-
den contribuir a reducir la estacionalidad turística por los estímulos que crean un
atractivo territorial que definitivamente ayudará a mejorar la calidad de vida de
las poblaciones.

António Pereira Júnior


Alcalde de Paredes de Coura
EN
29
41°51’51.37” N
8°31’5.97” W

PT

1. LOCALIZACIÓN

ES
1.1. COMO LLEGAR

El Lameiro das Cebolas se encuentra en la región de Minho, en el municipio de


Paredes de Coura. Hay dos opciones posibles para el acceso en sus visitas:
Opción 1: Desde Oporto o Braga por la A3 o desde España por la A55, hay que
salir en la intersección Paredes de Coura / Vila Nova de Cerveira y seguir por
la EN 303 en dirección a Paredes de Coura durante 11 km, entonces tomar la
dirección Puente de Lima y seguir la EN 306 unos 7 km hasta la parroquia de
Rendufe y coger la carretera forestal hasta el aparcamiento.
Opción 2: Desde Viana do Castelo por la A27, salir en la intersección de Ponte
de Lima (EN201) y tomar la EN306 hacia Paredes de Coura, seguir durante 16
km hasta la parroquia de Rendufe, y continuar por el carretera florestal hasta
el aparcamiento.
Coordenadas GPS: 41 ° 51’51 .37 “N, 8 ° 31’5 .97” W
(sistema de coordenadas WGS84)

30 Lameiro das Cebolas


1.2 MARCO PAISAJÍSTICO

Lameiro das Cebolas se encuentra en el paisaje protegido de Corno de Bico, cer-


ca del límite Sur de esta área de conservación de la naturaleza. La creación de
este paisaje protegido se basó en la importancia de una amplia gama de hábitats
y especies amenazados a nivel europeo, incluidos los hábitats de turbera, como
Lameiro das Cebolas.
La zona montañosa del paisaje protegido de Corno de Bico se caracteriza por pre-
sentar en su frontera Occidental y interior un conjunto de terrenos agrícolas y
un predominio de mosaicos agroforestales, así como una creciente presencia de
robledales en el lado este. Por toda la zona hay pequeñas aldeas, a menudo aso-
ciadas con la agricultura y a cursos de agua corriente a través de muchas de las
laderas montañosas.
Lameiro das Cebolas es un área de turbera que se extiende entre la cota mínima
de 799 metros y máxima de 825 metros. Por tratarse de un humedal, depende de
la corriente de un afluente del río dos Cavaleiros (afluente del Río Coura) y está
asentado sobre suelos graníticos, aunque sea posible encontrar algunos aflora-
mientos de esquisto cerca de la turbera. El área más limitada de la turbera está
situada en medio de un bosque mixto dominado por caducifolias como castaños y
robles, que a su vez están rodeados por arbustos bajos.

ES

La turbera de Lameiro de Cebollas y alrededores


durante las cuatro estaciones

EN
31
PT

ES

32 Lameiro das Cebolas, trébol de agua (Menyanthes trifoliata)


2. CARACTERIZACIÓN

2.1 INTRODUCCIÓN

Una turbera, por definición ecológica, es un ecosistema donde la tasa de acumu-


lación de materia orgánica es superior a su tasa de descomposición, formando un
sustrato en condiciones de ausencia de oxígeno (anoxia) y encharcamiento lla-
mado turba, que se acumula en profundidad. Sobre este sustrato se desarrollan
mosaicos de vegetación muy dependientes de los altos niveles de inundación y del
mantenimiento de un pH ácido.
Estos hábitats tienen un papel vital en el ciclo de los nutrientes y del agua. En el
ciclo del carbono, las turberas tienen un papel muy importante en su acumula-
ción en forma de fósiles - turba - que es extraída y utilizada como combustible
en varios países europeos. En cuanto al ciclo del agua, las turberas son auténti-
cos reservorios de agua, absorbiéndola cuando hay exceso de lluvias y liberándo-
la lentamente a los acuíferos subterráneos en tiempos de sequía. Al absorber el
agua de lluvia, no sólo evitan las sequías potenciales a nivel local, sino que estos
fenómenos ayudan a prevenir la lixiviación de nutrientes y la erosión del suelo. ES
Durante el desarrollo de las plantas se capturan los iones, algunos de ellos son
tóxicos y por lo tanto se puede decir que las turberas tienen también una función
de purificación del medio ambiente. En caso de incendios florestales o de sequía,
la turba puede comportarse como un refugio para la biodiversidad y la prevención
de la propagación del fuego, o incluso constituir un foco de vida y de hidratación
de los terrenos adyacentes al quemado. Gracias a las bajas tasas de descompo-
sición, los restos de la actividad humana y otros registros fósiles están muy bien
conservados, haciendo que las turberas también sean un “archivo” de importancia
paleontológica. Son una fuente de alimentos y agua para los seres humanos y los
animales, lugares valiosos para el aprendizaje, estudio, recreo y turismo.
Las turberas, como hábitats en general restringidos a condiciones topográficas y
climáticas muy particulares, son un foco importante de biodiversidad y un hábitat
único para muchas especies de flora y fauna muy selectivas en cuanto a la espe-
cificidad ecológica.

EN
33
2.2 BIOLOGÍA DE LA TURBERA

El funcionamiento ecológico de un ecosistema como una turbera depende en gran


medida de la vegetación que le sirve de base y que se desarrolla sobre el sustrato
de turba acumulada, ya que es gracias a los mosaicos de vegetación y a las especies
dominantes, junto con una alta disponibilidad de agua, que se mantiene este hábitat.
El género Sphagnum (esfagno) es un grupo de musgos que constituye la base es-
tructural de la formación y la perpetuación de una turbera, y muchas veces el grupo
de especies dominantes en las turberas en varios estados de conservación (imagen
de abajo). Las turberas pueden empezar siendo prados húmedos, y en función de
PT la topografía, la temperatura y la cantidad de agua disponible (fluvial, superficial o
subterránea), se convertirán o no en una turbera. Si en la fase de pradera hay una
depresión en el suelo y un mal drenaje del agua que se acumula, el nivel freático se
encuentra en, o cerca, de la superficie. En estas condiciones, comienza la transición
de prado a turbera, donde los musgos del género Sphagnum colonizan áreas empa-
padas con agua limpia, ácida y fría, o la turba húmeda expuesta.

ES

Varios aspectos de la colonización de la turba y de la superficie del agua por especies de musgos, especialmente del género Sphagnum

Estas plantas tienen dos características que las hacen vitales en una turbera. Como
no tienen raíces ni tejidos conductores internos, absorben agua a través de una am-
plia red de espacios capilares que logra una alta retención de agua. Esta capacidad,
unida a su infiltración en la turba, permite que un gran volumen de agua se man-
tenga por debajo de la superficie de la turba durante todo el año. La otra caracte-
rística es la alta capacidad de intercambio catiónico que permite la acidificación del
medio donde se encuentram estas plantas, que de esta forma pueden utilizar este
intercambio como una manera de obtener nutrientes, escasos en el medio. Al crear
un ambiente ácido, el Sphagnum también está creando un ambiente ideal para su
crecimiento y reduce la competencia, ya que la mayoría de las plantas vasculares
no pueden tolerar niveles bajos de nutrientes ni ambientes ácidos y húmedos.

34
2.3 ORGANIZACIÓN DEL LAMEIRO DAS CEBOLAS

Lameiro das Cebolas se puede describir como una sucesión de zonas que se dis-
tinguen no sólo por su topografía y la tipología de la acumulación/corriente de
agua, sino también como el mosaico de comunidades vegetales asociado a estas
áreas. Se pueden reconocer cinco zonas distintas según su naturaleza y/o grado
de conservación:
• Zona 0: una pequeña presa en el nacimiento del curso de agua que atraviesa
toda la turbera situada en el lado opuesto del camino de tierra;
• Zona 1: Primera zona de formación de suelos de turba al borde de los cuales se
producen varios islotes aluviales con vegetación turbófila;
• Zona 2: Curso de conexión de agua que une la zona 1 a la zona 3 y que se con-
sidera parte de la turbera, ya que permite el suministro continuo de agua a las
zonas río abajo.
• Zona 3: Zona de la turbera donde ésta se ensancha y que en la actualidad es un
prado higroturboso. Se parece a un pasillo, ancho y largo, y se ajusta a la defini-
ción más exacta de “Lameiro das Cebolas”;
• Zona 4: Zona amplia terminal, bastante favorable a las acciones de restaura-
ción, por la moderada pendiente, que proporciona un mayor encharcamiento y
una mayor estabilidad de los sedimentos.

ES

LEYENDA
CAMINO
CURSO DE AGUA
ÁREA DE LA TURBERA

Vista aérea de la delimitación de las áreas de la turbera


EN
35
PT

Diversos aspectos estructurales y micro-topográficos de la pequeña presa que alimenta el riachuelo que atraviesa
la turbera y otras áreas que constituyen el ecosistema de la turbera de Lameiro das Cebolas

2.4 BIODIVERSIDAD DE LA TURBERA


ES
2.4.1 FLORA Y VEGETACIÓN

En términos generales, Lameiro das Cebolas ha presentado una disminución y


una vulgarización de la diversidad de especies vegetales, ya que las comunidades
típicas de turbera bien conservada fueron progresivamente sustituidas por otras
más tolerantes a la acción humana y la presencia de ganado. Sin embargo, esta
turbera se sigue caracterizando por la presencia de dos hábitats del Anexo I de
la Directiva sobre hábitats típicos de la vegetación de turbera, aunque estén re-
lativamente degradados, y tiene varias especies de plantas muy interesante en
términos de conservación, tales como un musgo muy raro en Portugal y sólo típico
de las turberas, Bruchia vogesiaca Schwaegr., y Menyanthes trifoliata, una especie
vascular con una distribución restringida al norte de Portugal.
Así, en general, la flora es la típica de zonas encharcadas y frías y su organización
se resume en dos principales tipos de hábitats definidos en la Directiva Hábitats:

36
El hábitat “7140 - Turberas de transición y turberas ondulantes, subtipo 2 -
Turberas Atlánticas” Se caracterizan por tener pocos nutrientes. Reciben el agua
de lluvia y de origen subterráneo (manantial), típico de las zonas montañosas de
fuerte influencia Atlántica del Noroeste del país. Estas comunidades crecen en
suelos húmedos y con acumulación de turba en el borde de depresiones y fondos
de ladera con acumulación o flujo lento de agua. Este hábitat ocupa en Lameiro
das Cebolas un área muy restringida y cuenta con una cubierta de Sphagnum bas-
tante reducida, dominada por plantas vasculares como Juncus bulbosus, Arnica
montana subsp. atlantica y diferentes ciperáceas. En este hábitat se desarrolla la
población de Menyanthes trifoliata.

El hábitat “7150 - Depresiones sobre sustratos turbosos de Rhynchospo-


rion”: corresponde a formaciones herbáceas de baja cobertura y relativamente
pobres en musgos, dominadas por ciperáceas (Eleocharis multicaulis), juncáceas
y especies insectívoras como Drosera intermedia y Drosera rotundifolia. Más allá
de la Turbera de Lameiro das Cebolas, donde estas formaciones herbáceas consti-
tuyen comunidades pioneras de suelos húmedos y con formación de turba, pueden
también surgir en las zonas de acumulación o escorrentía permanente de agua
y en pendientes con agua pobre en nutrientes. Las principales amenazas para la
conservación de este hábitat son el drenaje y la eutrofización.

ES

Flora típica de la turbera Lameiro das Cebolas: Arnica montana subsp. atlantica, Menyanthes trifoliata, Bruchia vogesiaca, Sphagnum
auriculatum, Baldellia alpestris y Drosera intermedia (de arriba a abajo y de izquierda a derecha)

EN
Caixas -ninho na Paisagem Protegida de Corno de Bico 37
2.4.2 FAUNA

Por ser una turbera un hábitat húmedo, diversas especies encuentran refugio y ali-
mento en ellas en las distintas etapas de su ciclo de vida, como durante su repro-
ducción: desde especies de invertebrados, incluyendo libélulas, babosas y otros
insectos, o pequeños anfibios vertebrados, como la rana ibérica (Rana iberica) o el
lagarto de agua (Lacerta schreiberi), o incluso grandes mamíferos, como el jabalí
(Sus scrofa), muy común y cuya presencia (huellas y removido de turba) es fácil-
mente detectable, ya que este animal suele escarbar en la vegetación en busca de
PT raíces y bulbos para su alimentación y trata de refrescarse en la turbera.
Además, y aunque no es su hábitat, el lobo ibérico (Canis lupus signatus) utiliza la
zona que rodea a la turbera como un lugar para emboscar a los bovinos jóvenes
y a los caballos. Otra de sus presas, el corzo (Capreolus capreolus) frecuenta los
mismos bosques de frondosas .
La avifauna es también abundante, y puede encontrar el martín pescador (Alcedo
attis), con sus colores brillantes, o la perdiz roja (Alectoris rufa), el camachuelo
común (Pyrrhula pyrrhula), el arrendajo común (Garrulus glandarius), el carbo-
nero común (Parus major), el herrerillo común (Parus caeruleus) y el ratonero
común (Buteo buteo).
También encontramos algunas especies animales de interés no sólo para la pro-
ducción agrícola, sino también para la conservación de razas autóctonas portu-
guesas. Podemos encontrarnos con el caballo Garrano (Equus caballus), definido
como un animal de pequeño porte (alrededor de 1,30 m) pelaje castaño y el pa-
riente genéticamente más similar al caballo primitivo, y razas de ganado vacuno
(Bos taurus) o Cachena y Barrosa, razas que son típicas de la región y que se
caracterizan por el gran tamaño de sus cuernos.
ES

Ganado Barrosão
38
2.5 IMPORTANCIA PARA LA CONSERVACIÓN

En Portugal no hay grandes turberas, porque nuestro clima es muy diferen-


te al de los lugares donde son típicas, como Irlanda o Canadá, donde hay
más precipitaciones y las temperaturas son más bajas que en nuestro país. La
fuerte estacionalidad de las precipitaciones y los regímenes térmicos durante
los meses secos y calurosos del verano en Portugal, que son esenciales para
mantener los niveles de humedad y las bajas temperaturas, impiden la for-
mación de turberas extensas, que se generan sólo en las regiones graníticas
arenosas y en suelos aluviales, en zonas con características topográficas y
bioclimáticas especiales. ES
En la actualidad, en el territorio continental, se encuentran turberas relati-
vamente estructuradas y bien conservadas, como las de Peneda-Geres, el
Parque Nacional Serra de Arga y el Paisaje Protegido del Corno de Bico, en
las sierras de Montemuro y Freita, en la Sierra da Estrela y en la Sierra de
Monchique. También se encuentran en las Azores y Madeira, que a pesar de
una latitud más baja, también están sujetas a masas de aire más húmedo y
frío. Portugal se considera el límite sudoeste de turberas europeas, mostrando
unas grandes particularidades florísticas.
La importancia de las turberas se ve reforzada por el hecho de que estos hábi-
tats están protegidos por la legislación (Directiva Comunitaria 92/43/CEE, de
21/05/92), dada su extrema vulnerabilidad y reducción de su extensión en todo
el mundo. En la actualidad, la vegetación de las turberas del Occidente penin-
sular tienen un enorme interés para la conservación, para lo cual el paisaje
protegido de Corno de Bico es una de sus representaciones locales, aunque en
espacios reducidos y algo degradados ahora en recuperación.
EN
39 Lameiro das Cebolas
3. VALORACIÓN

3.1 AMENAZAS A LA CONSERVACIÓN

Las turberas, como hábitats dependientes de una red de interacciones de agua,


climáticas y bióticas vastas, reaccionan fuertemente a la perturbación y a la agre-
sión procedente de la actividad humana o a las perturbaciones de los ciclos natu-
rales. El futuro de las turberas portuguesas, depende, sin duda, de los planes para
la restauración ecológica, la gestión y la vigilancia, pues el modo de explotación
PT utilizado actualmente por la población no es en absoluto sostenible. La extrema
vulnerabilidad de una turbera y de la flora y la fauna asociadas a ella se deriva del
hecho de que éste es el resultado de un equilibrio entre muchas variables ambien-
tales, que limitan la explotación sostenible de esos ecosistemas.

El pastoreo ha ocupado desde la antigüedad las montañas del Alto Minho, utili-
zando sabiamente los recursos naturales, en particular en el período de mayo a
octubre, cuando los animales pastaban en el monte, solos o acompañados por
los pastores. Por otra parte, el bosque era muy extenso y las áreas de pastoreo al
amparo del calor en verano eran muy numerosas. Hoy en día los animales vagan
sin control por las sierras, los incendios forestales destruyeron gran parte de los
bosques y en zonas de monte la utilización del fuego para la regeneración de pas-
tos conduce a la degradación del suelo. Las zonas llanas, aptas para el pastoreo,
se cubren de arbustos, mientras que las laderas y los bosques de ribera, aptos
para bosques mixtos de frondosas y coníferas, se utilizan para el pastoreo. Este
escenario global de cambio de la dinámica de pastoreo también dio lugar a una
mayor presión y degradación de las turberas, elegidas por el ganado como áreas
ES
de descanso y de preferencia alimentaria.

Así, el principal factor que amenaza la conservación de Lameiro das Cebolas


como área natural de interés biológico, es la intensa presión animal sobre la tur-
bera y zonas adyacentes, lo que ha provocado una degradación sistemática. Los
animales domésticos y salvajes que se encuentran en el paisaje protegido único
de la región del Corno de Bico lo eligen como un lugar de descanso y de acceso al
agua. En particular, el ganado caballar prefiere este ámbito frente a otros creados
para este propósito en su entorno, promoviendo la destrucción de la vegetación,
la eutrofización del medio ambiente y el cambio de micro-topografía del curso de
agua, de la turbera y de las laderas que la rodean.
Al mismo tiempo, la alteración realizada por el hombre de la geomorfología del
canal de agua, tanto en la turbera como en las zonas adyacentes, provocaron la
erosión de los suelos de turba y una disminución del tiempo de retención de agua
para mantener las especies turbófilas.

40
Los problemas identificados en la estructura biofísica de la
turbera de Lameiro das Cebolas: el pisoteo del ganado, la
obstrucción de los cursos de agua, el removido de suelos,
la erosión y la exposición de la turba y el humus y el flujo
acelerado de agua

ES

EN
41 Lameiro das Cebolas
3.2 RESTAURACIÓN ECOLÓGICA

La intervención en Lameiro das Cebolas se tornó necesaria porque el ciclo hidro-


lógico del arroyo no permite la estabilización del agua para la regeneración de la
cubierta vegetal de la turbera. Debido al removido del suelo por el movimiento de
animales salvajes, pero sobre todo de animales domésticos sin la supervisión de
un pastor, el agua circula con mayor rapidez por el lecho del río debido a la apertu-
ra de surcos para el paso de estos animales y es imposible estabilizar la sedimen-
tación de la turba y la colonización de la flora en áreas con agua corriente.
Además de la mayor velocidad del agua, las propiedades fisicoquímicas del agua
PT en las zonas de inundación y de flujo también han cambiado de forma consecutiva
por la nitrificación del suelo con heces de animales, lo que dificulta la presencia
de algunas especies de flora dependientes o con preferencia por suelos ácidos y
pobres en nutrientes.

3.3 ESTRATEGIA PARA LA RESTAURACIÓN ECOLÓGICA

La evaluación del grado de degradación de una zona higroturbosa determinada, es


esencial para la elección de las medidas correctivas que deben utilizarse para su
recuperación, un proceso a largo prazo que depende de la gravedad de la altera-
ción de la zona y de la capacidad de re-colonización de las especies, así como de la
capacidad de supervivencia de los propágalos (externos o ya en el suelo).
La pérdida severa de turba observada en la turbera, además de la disminución
de las especies características, es un fuerte indicador de un estado de extrema
degradación y en estos casos será vital la aplicación de medidas para restablecer
ES las funciones hidrológicas y los ciclos biogeoquímicos de la turbera para la reins-
talación de las especies y la formación y acumulación de turba.
La restauración de las turberas apostando por una intervención mínima y por la
regeneración natural, por lo general se hace a través de la restauración de su
estructura, y con técnicas para la restauración del régimen hídrico, la manipula-
ción de la superficie higroturbosa y la plantación de propágulos vegetativos de las
especies características.
En esta iniciativa de restauración, una pionera en el área, la intervención en el
pantano ha tenido dos fases distintas. Fue llevada a cabo inicialmente una fase de
recuperación, a través de la colocación de una valla en torno al límite topográfico,
con el objetivo de detener la degradación de la zona por los factores de amenaza
identificados. Una vez detenido el deterioro, se planeó disminuir el flujo de agua
que existe actualmente y que degrada las zonas en contacto con él, colocando
obstáculos vegetales alternados y sucesivos en el canal y creando canales diver-
gentes, mejorando la retención de agua y el grado de encharcamiento, consiguien-
do así la libre circulación de agua sobre la superficie de la turbera.

42 Lameiro das Cebolas


Para la segunda fase, se adoptaron algunas medidas de aceleración y refuerzo de
la restauración mediante el aumento de la heterogeneidad de la microtopografía
superficial de la turbera y la representación de microhábitats para mejorar las
condiciones de encharcamiento e infiltración de agua en las capas de deposición
de materia orgánica. También en esta segunda fase se evaluará la necesidad de
diseminación de los propágulos de Sphagnum por las zonas de la turbera donde el
sustrato pueda estar más expuesto y es mayor la distancia entre las poblaciones
de esta especie.
También en relación con este proyecto y para aprovechar la zona y demostrar su
valor al público, fue diseñado un itinerario educativo y se instalarán paneles infor-
mativos a lo largo de esa misma ruta para informar a los visitantes.

ES

Trabajo a realizar para la restauración biofísica del Lameiro das Cebolas en las fases de diagnóstico,
vallado y monitorización de las comunidades vegetales

EN
43
3.4 EXPECTATIVAS DE RECUPERACIÓN Y MONITORIZACIÓN DE LA TURBERA

Se espera que las medidas de restauración propuestas en este documento lleven


a un mejoramiento de la hidrología y la prevención de daños por especies herbívo-
ras de modo que las especies estabilizadoras y formadoras de turba se instalen y
se regeneren. Sin embargo, es posible que en el futuro haya que permitir el acceso
de animales a la zona, ya que las turberas en pleno funcionamiento se benefician
de un pastoreo controlado y de la acción de otros herbívoros pequeños que crean
perturbaciones localizadas y crean oportunidades de colonización a muchas es-
pecies pioneras. Por lo tanto, el objetivo de la vigilancia consiste en comprobar
PT el progreso de la recuperación de la turbera para garantizar que las predicciones
acerca de la evolución de la zona se cumplan. Sigue una propuesta de parámetros
indicadores a monitorizar, para evaluación del progreso de la restauración y ajuste
de las medidas de intervención, si es necesario. Así, sería conveniente la evalua-
ción de los parámetros siguientes:
• El pH del suelo, sería conveniente mantener el pH ácido para que el Sphagnum
pueda colonizar esta zona;
• La vegetación, especialmente las especies del género Sphagnum, ya que con una
cobertura vegetal relativamente estable se cumplirá un requisito para el estable-
cimiento de especies de turba;
• El volumen de agua retenida y el agua que corre a lo largo de la turbera, midien-
do parámetros como la calidad del agua, incluyendo el pH, y la demanda bioquí-
mica de oxígeno (DBO) y la conductividad, importantes para garantizar la calidad
del agua de la turbera.

ES

Lameiro das Cebolas - Baldellia alpestris

44
4. ITINERARIOS EDUCATIVOS
Los itinerarios educativos establecidos para la visita y la interpretación de la tur-
bera de Lameiro das Cebolas se han diseñado de forma que hay dos rutas posibles
de diferente duración y grado de dificultad y accesibilidad para los distintos visi-
tantes. Así, ambas rutas (Rutas 1 (1,5 km) y 2 (1,2 km)), comienzan en la zona de
aparcamiento justo al lado de donde se pueden observar dos núcleos pequeños
de turba que se encontraban en avanzado estado de degradación antes de la in-
tervención, y la represa en la zona del nacimiento del arroyo que atraviesa la zona
de la turbera. Caminando por la orilla izquierda del río, aguas abajo, por una zona
boscosa de frondosas hasta el arroyo, llegamos a un punto de observación donde
se puede vislumbrar un panorama general del Campo de Lameiro das Cebolas
y sus alrededores en una zona de barrizal muy amplia. Siguiendo por el margen
izquierdo llegamos al segundo punto de observación, donde hay un refugio para
observación de vida silvestre. En esta zona se formó una cuenca donde el agua
circula más lentamente y la amplitud de la zona terminal de la turbera es clara-
mente visible. En este segundo punto de observación, la Ruta 2 (1,2 km), de menor
dificultad, regresa por el camino de tierra batida hasta la zona de aparcamiento,
mientras que la ruta 1 (1,5 km) rodea la turbera por su parte terminal para llegar
a un área de bosque denso, donde, a través de un puente de madera, se cruza el
arroyo a la orilla derecha. Comenzando la subida el paisaje cambia, pasando de
los bosques de frondosas a arbustos y bosques de coníferas. Esta área podría ser
utilizada para algunos puntos de observación del paisaje que rodea la turbera y
visitar miradores naturales de las montañas circundantes. Al llegar a la carretera
de tierra batida, bajo la cobertura de bosques de frondosas, se regresa a la zona
de estacionamiento.

Ruta 1 ES
• Distancia aproximada:
1,5 km
• Tiempo aproximado:
60 minutos
• Grado de dificultad:
Bajo
• Descripción:
Recorrido
interpretativo circular

Ruta 2
• Distancia aproximada:
1,2 km
• Tiempo aproximado:
45 minutos
• Grado de dificultad:
Muy bajo
• Descripción:
Recorrido interpretativo
circular
Las rutas desde la turbera de Lameiro das Cebolas
EN
45
5. CORNO DE BICO
CARACTERIZACIÓN Y ACTIVIDADES

PT

El Paisaje Protegido de Corno de Bico, situado en una región mon-


tañosa de suaves contornos, es una reserva pequeña pero rica en
fauna y flora natural, como hay pocas en Portugal.

Vista del Corno de Bico

El paisaje protegido de Corno de Bico (PPCB) cae administrativamente en NUT II


del norte de Portugal y el NUT III de Minho Lima. Integra las cabeceras de tres
grandes ríos del Alto Minho - Coura, Labruja y el Vez, pertenecientes a las cuencas
del río Minho (Coura) y el río Lima (Labruja y Vez).

Su territorio está delimitado entre la latitud 41 º 12 ‘N y longitud 8 º 29’ W. Ocupa


una superficie aproximada de 2.069 hectáreas, que abarca el municipio de Paredes
de Coura y en parte la integración de cinco parroquias: Parada, Cristelo, Vas-
cões, Bico y Castanheira. El Paisaje Protegido está limitada al Este por el límite
ES entre los municípios de Paredes de Coura y Arcos de Valdevez, al Sur con el límite
entre los municipios de Paredes de Coura y Ponte de Lima, al Oeste por la carretera
estatal 306, 1080, 303 y5 - 19 y hacia el Norte por la carretera que une Cenoi y
Lamas.

A pesar de no tener un área muy grande, Corno de Bico presenta una gran diversidad
de fauna y flora, con 439 especies diferentes de flora y 188 especies de verte-
brados. La especie más común de flora local es el roble, el principal constituyente
de los robledales típicos de la región (una formación vegetal bien conservada, que
ocupa el 25% del paisaje de la zona), pero además hay especies de flora endémicas,
raras o en peligro de extinción que en gran medida aumentan la importancia de la
PPCB desde el punto de vista de la conservación. La fauna presenta una situación
similar: en esta región se encuentra el ciervo, la nutria y el caballo Garrano, pero
hay muchas otras especies cuyo valor de conservación eleva el paisaje protegido
a un nivel diferente. La clave para la existencia de esta maravillosa diversidad es la
variedad de hábitats disponibles (desde barrizales, zonas ribereñas, montañas,

46
pastizales, turberas, entre otros), la interacción entre ellos y el clima de la región,
permiten que esta área proporcione una amplia gama de excelentes recursos para
la alimentación, reproducción y refugio de diversas especies. El hombre es un agen-
te más de la variabilidad existente en el paisaje local.Habitante de la zona desde
el Neolítico, encontramos las huellas de la historia y la cultura de estos pueblos
en todas partes: monumentos funerarios y asentamientos fortificados, graneros y
molinos de agua, muros y terrazas que acotan el paisaje y permiten la realización
de la agricultura. Hay pueblos de casas blancas que salpican las laderas, lo que
contrasta armoniosamente con el verde de la vegetación y el azul de los ríos límpi-
dos (Labruja, Coura y Vez) y arroyos.

En una región tan atractiva, hay muchas opciones de cómo aprovechar una visita lo
mejor posible. Para los amantes de la naturaleza, la forma mejor y más saludable
de comunión con el mundo natural es realizar una de las rutas de senderismo de
la red municipal a través de la PPCB. Bajo el Programa de Educación para la Sos-
tenibilidad, que se basa en el supuesto teórico de que los proyectos de desarrollo
local y de educación ambiental para la sustentabilidad deben ser globales e inte-
grar las diversas capacidades en la construcción de diversos actores, entre ellos: la
conciencia, la construcción de actitudes y valores ambientales, el conocimiento y
desarrollo de habilidades para la acción y participación, el CEIA (Centro de Inter-
pretación y Educación Ambiental) desarrolla varios proyectos de construcción con-
junta entre el paisaje protegido de Corno de Bico, la comunidad local y visitantes.

El proyecto “Participar para desarrollar”, construido con la población local con


vista a la divulgación de las acciones y medidas previstas en el plan para contribuir
a la gestión sostenible, el proyecto “Vivir en nuestra área protegida”, llevado a
cabo con las escuelas, el programa de visitas temáticas (senderos interpretativos,
talleres y actividades en el Laboratorio de la Naturaleza) para grupos escolares ES
visitantes, y el proyecto “Turismo de Naturaleza en la PPCB” que le da al público
una visita a un conjunto diverso de actividades ambientales.

Hay un número considerable de empresas que ofrecen una gama muy diversa de
actividades promovidas en la zona, como montar a caballo, actividades radicales
y otros, por lo que se le anima a una visita a la página Web del paisaje protegido de
Corno de Bico (www.cornodebico.pt), donde puede encontrar todos los contactos.

Así, además de un importante santuario natural de gran belleza, el paisage prote-


gido de Corno de Bico es una región que ofrece condiciones especiales para la uti-
lización del tiempo libre de forma sana y enriquecedora, permitiendo disfrutar del
aire libre y de las condiciones únicas de contacto con la naturaleza enriquecedora,
permitiendo disfrutar del aire libre y de las condiciones únicas de contacto con la
naturaleza.

EN
47
EN|

Turfeira do Lameiro
das Cebolas:
ecology, biodiversity and
ecological restoration
PT

ES

EN
50 Lameiro das Cebolas
MAYOR’S MESSAGE

It is with great pleasure that we willingly face the challenge set by this candida-
ture. All of us are aware that the current concerns regarding nature conservation
and biodiversity preservation are a unique challenge to allow the improvement
of quality of life and well being of populations. To achieve that, it is imperative to
involve everyone, because without biodiversity there is no healthy future or life,
much less qualified territories able to stimulate new economic dynamics for the
natural spaces, always with the goal of assuring balance.

That is why it is necessary and urgent to deepen the relationship between the
human communities on those natural spaces and their biodiversity, in order to
contribute strongly to a society that is more active and committed to the manage-
ment of biodiversity conservation and, thus, avoid the degradation of habitats and
the threatening of species that are essential for nature preservation and to assure
our collective future. In Portugal, the environment has become an indispensable
value in tourism strategies. The association of touristic products to the territory is
transforming the touristic spaces into spaces of environmental preservation and
places of heritage of existing resources.

The great meaning that sustainability and biodiversity preservation carry today
for constructing the heritage of future generations, created the need to assume
the shapes on Earth’s surface as heritage, accepting natural monuments, by its
importance as a legacy, as an educational support and as part of a process made ES
of economical dynamics associated with nature tourism. Thus emerges the eco-
nomic aspect, viewed through the profit achieved by an investment that seeks to
give expression to the biological heritage of the region, through conservation and
study processes that turn resources into touristic products.

We are sure that nature conservation and biodiversity preservation are ways to
make our territory richer. Similarly, they can contribute to reducing tourism’s se-
asonality by creating stimulus which will, in turn, create a territorial actractivity
which will decisively contribute to improve the quality of life of the inhabitants.

António Pereira Júnior


Mayor of Paredes de Coura

EN
51
41°51’51.37” N
8°31’5.97” W

PT

1. LOCATION

ES
1.1 HOW TO GET THERE

Lameiro das Cebolas is located in the Region of Minho, Paredes de Coura Mu-
nicipality, and there are two possible accesses:
Option 1: Coming from Porto or Braga by A3 or from Spain by A55, exit the
Paredes de Coura/Vila Nova de Cerveira interchange and go through EN 303
towards Paredes de Coura, for 11 Km, then turn to Ponte de Lima and ride 7 Km
through EN306 until the Parish of Rendufe. Then turn to Estrada Florestal (the
Forest Road) all the way to the parking-lot.
Option 2: Coming from Viana do Castelo by A27, exit the Ponte de Lima (EN201)
interchange and enter EN306 towards Paredes de Coura, drive 16 Km until the
Parish of Rendufe. Then turn to Estrada Florestal (the Forest Road) all the way
to the parking-lot.
GPS Coordinates: 41°51’51.37”N; 8°31’5.97”W
(WGS84 Coordinate System)
EN
52 Lameiro das Cebolas
1.2 ENVIRONMENTAL FRAMEWORK

Lameiro das Cebolas is located within the Protected Area of Corno de Bico, near
the South border of this nature conservation area. The creation of this Protected
Landscape was based on the importance of a diversified group of endangered
habitats and species in Europe, among which are the peat bog habitats, such as
the one in Lameiro das Cebolas.

The Corno de Bico Protected Landscape mountainous area is distinguished for


its West border clusters of agricultural areas, as well as agricultural and forest
mixed areas, and for a dominating agricultural and forest predominance and an
increasing presence of oak woods in the eastern side. They can be found through-
out the small villages, many times associated to the agricultural areas and to the
water courses that flow on the mountains. Lameiro das Cebolas is a peat bog area
that measures from 799 meters (minimum) to 835 meters (maximum).

Similarly to all wet areas, it develops in the banks of a tributary of Cavaleiros’


river (a tributary of the Coura river) on granite ground, although it is possible to
find some shale areas near the peat bog. Lameiro’s most restricted area is in the
middle of a mixed stand dominated by deciduous trees such as chestnuts and oak
trees, which is surrounded by small bushes.

ES

The Lameiro das Cebolas peat bog and the sur-


rounding area during the four seasons of the year

EN
53
PT

ES

EN
54 Lameiro das Cebolas, bogbean (Menyanthes trifoliata)
2. FEATURES

2.1 INTRODUCTION

A peat bog, by its ecological definition, is an ecosystem where the accumulation


rate of organic matter is higher than its decomposition rate, forming a pedological
substratum in conditions of lack of oxygen (anoxia) and submersion called turf,
which accumulated in depth. Inlays of vegetation develop over this substratum
and are much dependent on the high levels of submersion and acid pH upkeep-
ing.

These habitats play a vital role in the nutrient and water cycles. In the carbon
cycle, peat bogs play a leading role in the accumulation of fossil carbon – turf –
which ends up being extracted and used as fuel in several European countries.
As to water cycle, peat bogs are true water reservoirs, absorbing it when there is
excessive rain and freeing it slowly and gradually towards the underground aquif- ES
erous during dry seasons. In absorbing rain water, not only do they avoid potential
local droughts, but also help avoid nutrient leaching and soil erosion. Ions, some
of which are toxic, are captured during plant development, and one may thus say
that peat bogs also have a duty of environmental purification. In case of forest
fires or drought, peat bogs may be a refuge for biodiversity and for fire propaga-
tion prevention, or also constitute a hub of life and hydration for adjacent burnt
land. Thanks to the low decomposing rates, human activity tracks and other fossil
evidence are highly preserved, also turning peat bogs into an important palaeon-
tologic “archive”. They are a source of food and water for humans and animals,
valued places for learning, study, leisure and tourism.

As habitats which are generally limited to very particular topographic and climatic
conditions, peat bogs are an important hub of biodiversity and the exclusive habi-
tat for many flora and fauna species which are very selective in terms of ecologi-
cal specificity.

EN
55
2.2 PEAT BOG BIOLOGY

The ecological functioning of an ecosystem as is the peat bog largely depends on


vegetation which is its basis and also which develops over the accumulated turf
substratum, for it is from the vegetation mosaics and some dominant species that
this habitat is kept, jointly with high water availability. The Sphagnum, a set of
moss, is the structural basis for formation and perpetuation of a peat bog and,
fre-quently, the group of dominating species in peat bogs in different states of con-
servation (image below).
Peat bogs may start as being wet meadows and, depending on the topography,
PT temperature and quantity of water available (rain, superficial or phreatic origin),
they develop, or not, into peat bogs. If in the state of meadow there is a depression
of the land and insufficient draining of accumulated water, the water table shall
be at or near surface level. Under these conditions, the transition from meadow to
peat bog begins, where Sphagnum-type moss colonize the submersed areas, with
clean, acid and cold water, or the exposed wet turf.

ES

Several aspects of turf colonization and free water plans by moss species, especially the Sphagnum type

These plants have two characteristics that make them vital in a peat bog. Because
they have no roots or internal conductor tissues, they absorb water through a wide
network of capillary spaces capable of great water retention. This capacity, to-
gether with infiltration inside the turf, allows a great volume of water to be kept
below the peat bog surface all year round. The other characteristic is its high cation
exchange capacity, which allows acidification of these plants’ environment, which,
in this manner, may use this exchange as a means to obtain nutrients, which are
scarce in this environment. In creating an acid environment, the Sphagnum is cre-
ating an ideal environment for its growth and reducing competition, for most vas-
cular plants do not tolerate low nutrient levels or acid and wet environments.
EN
56
2.3 LAMEIRO DAS CEBOLAS ORGANIZATION

Lameiro das Cebolas can be described as a succession of areas which can be


distinguished not only for their topography and typology of water accumulation/
flow, but also by the plant community inlays associated to these areas. It in-
cludes five different areas in its nature and/or conservation level:

• Zone 0: a water dam in the water course spring that flows through the whole
peat bog located opposite the earth path;
• Zone 1: First peat bog soil formation area, whose banks include a variety of turf
vegetation islets;
• Zone 2: Connecting water course that links zone 1 to zone 3 and which is con-
sidered part of the peat bog because it allows the continuity of water supply to
the downstream areas.
• Zone 3: Zone where the peat bog is larger and where it is currently a hydroturf
meadow. It is similar to a wide and long corridor and it is considered the best
definition for “Lameiro das Cebolas”;
• Zone 4: Terminal wide zone, proper for restoration actions, due to the moderate
steep that allows larger submersion and greater sediment stability.

ES

LEGEND
PATH
WATER COURSE
PEAT BOG AREA

Aerial view with peat bog area borders


EN
57
PT

Several structural and micro-topographic aspects of the small dam that feeds the stream that runs
through the peat bog and of the remaining areas that comprise the Lameiro das cebolas peat bog ecosystem

2.4 PEAT BOG BIODIVERSITY


ES 2.4.1 FLORA AND VEGETATION

In general terms, Lameiro das Cebolas currently has a decrease and vulgariza-
tion of the diversity of vegetal species, since the well conserved peat bogs’ typical
communities were progressively replaced by formations which are more tolerant
to human and cattle presence. However, this peat bog is also characterized by the
presence of the two habitats in Annex 1 of the Habitats Directive, which are typical
of peat bog vegetation, although they are somewhat degraded, and several very
interesting plant species in terms of conservation, such as a moss that is very
rare in Portugal and only typical in peat bogs, Bruchia vogesiaca Schwaegr., and
the Menyanthes trifoliata, a vascular plant with limited distribution in the North of
Portugal.
So, generally, the peat bog flora is typical of water courses and wet and cold areas
and is briefly organized in two fundamental types of habitats defined in the Habi-
tats directive:

EN
58
The “7140 – Transition peat bogs and waved turf, subtype 2 – Atlantic peat
bogs” habitat is characterized by low nutrient water communities and it receives
rain and underground water (spring), typical from the mountainous areas of strong
Atlantic influence in the Northeast of the country. These communities develop in
wet and turf accumulated soils in the edge of depressions and bases of slopes
with accumulated or slow flowing water. This habitat occupies a very restricted
area in Lameiro das Cebolas and has a very reduced Sphagnum coverage, be-
ing dominated, among the vascular plants, by Juncus bulbosus, Arnica montana
subsp. atlantica and several sedges. It is in this habitat that the Menyanthes tri-
foliata develops.

The “7150 - Depressions in Rhynchosporion turf substratums” habitat cor-


responds to low coverage herbaceous formations and almost no moss, dominated
by sedges (Eleocharis multicaulis), juncus and insectivore plants such as the Dros-
era intermedia and the Drosera rotundifolia. Besides the Lameiro das Cebolas peat
bog, where these herbaceous formations constitute pioneer communities of wet
soils and with turf formation, there can also be areas of accumulation or perma-
nent draining of water and embankments with passage of water low in nutrients.
The main threats to the conservation of this habitat are draining and eutrophica-
tion.

ES

Typical flora of the Lameiro das Cebolas peat bog: Arnica montana subsp. atlantica, Menyanthes trifoliata, Bruchia vogesiaca,
Sphagnum auriculatum, Baldellia alpestris and Drosera intermedia (downwards and left to right)

EN
Caixas -ninho na Paisagem Protegida de Corno de Bico 59
2.4.2 FAUNA

Since a peat bog is a wet habitat, there are several species which find shelter
and food in its different life or reproduction cycles, from invertebrates, such as
dragon-flies, slugs or other insects, to small amphibious vertebrates, such as the
Iberian frog (Rana iberica) or the Iberian emerald lizard (Lacerta schreiberi), or
even great mammals such as wild hogs (Sus scrofa), which are very common and
whose tracks (footsteps and turf rotation) are easily seen, for these animals usu-
ally revolve vegetation in search of roots and bulbs to feed themselves and seek
PT turf for refreshment.
On the other hand, and in spite of it not being its living habitat, the Iberian Wolf
(Canis lupus signatus) uses the area surrounding the peat bog as a place for am-
bushing the young bovines and equines. Another of its preys, the Deer (Capreolus
capreolus), lives in the same leafy woods.
Avifauna is also abundant, and it is possible to find the bright coloured Kingfisher
(Alcedo attis), and the Red-legged Partridge (Alectoris rufa), the Eurasian Bullfinch
(Pyrrhula pyrrhula), Eurasian Jay (Garrulus glandarius), Great Tit (Parus major),
Blue Tit, (Parus caeruleus) and the Common Buzzard (Buteo buteo).
There are also some domestic animals with interest to agricultural production and
to the conservation of local Portuguese breeds. One can find the Garrano horse
(Equus caballus) which is a small horse (approximately 1.30m), brown in colour
and is, genetically, the most similar relative of the primitive horse, and the bovine
breeds (Bos taurus) Cachena and Barrosã, which are typical from the region and
are characterized by the size of their horns.

ES

EN Barrosão Cattle
60
2.5 IMPORTANCE FOR CONSERVATION

In Portugal there are no great sized peat bogs, because our climate strongly
differs from the places where they are typical from, such as Ireland or Canada,
where there is more rain and temperatures are even lower than in our country.
The strong seasonality of the thermal and rainfall rate and the dry and hot
summer months in Portugal, essential to keeping the levels of humidity and
low temperature, impede the forming of extensive peat bogs, which occur only
in granite areas, sandy and flooded soils, in regions with specific topographic
and bioclimatic characteristics. ES
Currently, in the continental, territory there are structured and relatively pre-
served peat bogs in the Peneda-Gerês National Park, in Serra de Arga and in
the Corno de Bico Protected landscape, in Serra da Freita and Serra de Mon-
temuro, in Serra da Estrela and in Serra de Monchique. They can also be found
in the archipelago of the Azores and Madeira, which, in spite of smaller, are
also subject to wetter and colder air mass. Portugal is considered the Euro-
pean southeast limit of peat bogs, and has many floral originalities.
Peat bog importance is also reinforced by the fact that these habitats are
protected by community legislation (Community Directive 92/43/EEC, of
21/5/92), given its extreme vulnerability and increasing decrease of its exten-
sion a little all over the world. Currently, peat bog vegetation in the Peninsular
West has enormous interest for conservation, and the Corno de Bico protected
landscape is one of its representation places, even if in small and somewhat
disturbed, but currently undergoing recovery, limited areas.

EN
61 Lameiro das Cebolas
3. VALORIZATION

3.1 THREATS TO CONSERVATION

As habitats which depend on a vast network of water, climatic and biotic interac-
tions, peat bogs strongly react to disturbances and aggressions of human activities
or alterations of natural cycles. The future of Portuguese peat bogs is undoubtedly
dependant on ecological restoration, management and monitoring plans, because
the exploration mode currently used by the populations is not sustainable at all.
PT The great vulnerability of a peat bog and of the fauna and flora associated to it
comes from the fact that it is the result of equilibrium between numerous environ-
mental aspects, which limit the sustained exploration of this type of ecosystems.

Pasture has forever occupied the Ridges of the Alto-Minho region, cleverly using
its natural resources, especially in the period from May to October, when animals
pastured in the mountain alone or accompanied by shepherds. On the other hand,
the forest was extense and the sheltered and heat protected pasture areas dur-
ing summer were abundant. Today, animals pasture the mountains unsupervised,
forest fires have destroyed great part of the forests and in the bush areas, the “fire
culture” for regeneration of pasture leads to soil degradation. Top sides, adequate
for pasture, have bushes while the slopes and shoresides which are adequate for
mixed leafy and resinous forests are used for pasture. All this scenery of altera-
tion of the pasture dynamics led to a larger degradation and pressure of the peat
bogs, chosen by the cattle as preferred rest and food areas.

Thus, the largest threat factor to the conservation of Lameiro das Cebolas as
ES natural area of biological interest is the intense animal pressure over the peat bog
and adjacent areas, which has systematically caused its degradation. Domestic
and wild animals in the Corno de Bico protected landscape chose the peat bog
as a place for rest and access to water. Horses, in particular, prefer this area in
comparison to others created for this purpose in its surrounding, causing the de-
struction of the vegetation, the eutrophication of the environment and the altera-
tion of the micro-topography of the water line, the peat bog and the surrounding
embankments.

In parallel to this, the human alteration of the water channel’s geomorphology


and of the flooding areas of the peat bog caused excessive draining, a turf and soil
erosion and a decrease of water plan retention time for maintenance of the turf
species.

EN
62
Problems identified in the Lameiro das Cebolas
peat bog’s biophysical structure: animal trea-
ding, silting, rotation, exposure and erosion of
the turf and húmus and accelerated water flow

ES

EN
63 Lameiro das Cebolas
3.2 ECOLOGIC RESTORATION

The intervention in Lameiro das Cebolas became necessary from the point when
the hydrologic functioning of the stream does not allow stabilizing of the water
for regeneration of the peat bog vegetation layer. Due to soil treading by wild ani-
mals, but especially by unsupervised domestic animals, water flows quicker in the
stream channel, due to the opening of grooves caused by the treading of those
animals, making it impossible to stabilize turf deposition and flora colonization of
the peat bog in flowing water areas.
Besides higher water speed, the physical and chemical water properties in sub-
PT mersion and flow areas have also been consecutively altered by soil nitrification
due to animal feces, thus making it difficult for some flora species which are de-
pendent of, or prefer, acid and low-nutrient soils to grow.

3.3 ECOLOGIC RESTORATION STRATEGY

The evaluation of the degradation level of a specific hygroturf area is essential to


the adequate choice of the repair methods for its recovery, a long-term process
that depends on the severity of the disturbance the area was subject to and on the
capacity of re-colonization and survival of the species, as well as on the survival
capacity of propagules (external or already in the soil).

The severe loss of turf in the peat bog, besides the decrease of characteristic spe-
cies, is a strong indicator of extreme degradation and, in this case, the implemen-
tation of measures to restore hydrology and biochemical cycles of the peat bog is
ES vital for the return of the species and consequent turf formation and accumula-
tion.

Peat bog recovery through minimum intervention and natural regeneration is


generally made through structural restoration, but also through restoration tech-
niques of the water system, through manipulation of the hygroturf area surface
and planting vegetation propagules of the characteristic species.

In this ground-breaking restoration initiative, the peat bog intervention had two
different phases. Initially, a recovery phase was implemented through the placing
of a fence around the topographic limit, with the purpose of stopping the degrada-
tion of the area by the identified threat factors. After stopping the degradation, the
reduction of the water flow speed currently verified and which currently degrades
the areas that touch it was planned by inserting disencountered and successive
vegetation blockages in the existing channel and creating diverging channels, thus
improving water retention and the submersion levels as free water planes on the
peat bog surface.
EN
64 Lameiro das Cebolas
For the second phase, some restoration acceleration and reinforcement measures
were planned by increasing the peat bog’s surface microtopography heterogene-
ity and the representation of microhabitats to improve the submersion and water
infiltration conditions in the organic matter deposit layers. This second phase also
evaluated the need for Sphagnum propagule dissemination throughout the sev-
eral peat bog areas where the substratum may be more exposed and the distance
from populations of this species is great.

Still within the scope of this project and to take advantage of the area and demon-
strate its value to the public, an educational course was created and information
signs shall be installed along this course for visitor support purposes.

ES

Intervention works for the biophysical restoration of the Lameiro das Cebolas peat bog
in the diagnostic, sealing and monitoring phases of the vegetation communities.

EN
65
3.4 PEAT BOG RECOVERY AND MONITORING EXPECTATIONS

It is also foreseen that the restoration measures proposed in this work shall lead
to the improvement of hydrology and to the prevention of damages made by her-
bivores so that the stabilizing species which form the turf are installed and regen-
erate. However, it is possible that in the future it is necessary to open the area to
animals, because peat bogs in full functioning benefit from a controlled pasture
and from the action of other small herbivores that create localized disturbances
and create primocolonization opportunities for many pioneer species. For this rea-
son, the objective of monitoring is to verify the peat bog recovery process assuring
PT the forecasts about the area’s evolution are met. Below is a proposal of indicator
parameters to monitor, in order to evaluate the development of the restoration
and adjust the intervention measures, if necessary. Thus, it would be appropriate
to evaluate:
• The soil pH, because it is important that it remains acid to guarantee that the
Sphagnum colonizes that soil;
• The vegetation coverage, especially of species belonging to the Sphagnum ge-
nus, for with a relatively stable coverage of the vegetation the demand for the
establishment of the turf forming species is met;
• The volume of the dam water and of the water that runs along the peat bog,
measuring parameters such as water quality, namely pH, and the Biochemical oxy-
gen demand (BOD) and conductivity, because it is important to assure the quality
of the water received by the peat bog.

ES

EN Lameiro das Cebolas - Baldellia alpestris

66
4. PEDAGOGICAL PATHS
Pedagogical paths established for visiting and interpretation of the Lameiro das
Cebolas peat bog were designed so that there are two alternatives of duration and
level of difficulty/accessibility for the different types of visitors.
Thus, both paths (Paths 1 (1.5 Km) and 2 (1.2 Km)), start in the parking lot, where
two small peat bog nucleuses, which were in advanced phase of degradation be-
fore the intervention, and dam area of the spring stream that runs along the peat
bog area can be seen. Walking downstream along the left bank, through a more
abrupt leafy wood area until the stream, we reach an observation spot which al-
lows us to see the panorama of the Campo das Cebolas peat bog and of the sur-
rounding area in a extremely wide morass area. Continuing down the left margin
we reach the second observation spot, where, additionally, there is a shelter for
observation of the fauna. A basin where waters flow slower and where the ampli-
tude of the peat bog’s terminal area is well visible formed in this area.
In this second observation spot, Path 2 (1.2 Km) is less difficult, the return journey
is through an unpaved road leading to the parking lot, while Path 1 (1.5 Km) out-
lines the peat bog through its terminal part leading to a dense forest area where
a wooden bridge allows accessing the right margin. When we start going up, the
landscape changes, and from the leafy woods it becomes a bushy, resinous for-
est. There are some observation spots around the peat bog and you can go to the
natural observatories in the surrounding ridges. When reaching the unpaved road,
under the leafy woods, we return to the parking lot.

Path 1 ES
• Approximate distance:
1.5 km
• Approximate time:
60 minutes
• Difficulty level:
low
• Description:
Circular
interpretative
path

Path 2
• Approximate distance:
1.2 km
• Approximate time:
45 minutes
• Difficulty level:
very low
• Description:
Circular interpretative path
Paths of the Lameiro das Cebolas peat bog
EN
67
5. CORNO DE BICO
DESCRIPTION AND ACTIVITIES

PT

The Corno de Bico Protected landscape, located in a smoothly con-


toured mountainous region, is a small but very rich natural reserve
of fauna and flora, as there are few in our country.

View of Corno de Bico

The Corno de Bico Protected landscape (PPCB) falls administratively in the Nor-
thern Portugal’s NUT II, and on the NUT III of Minho Lima. It integrates the hea-
dwaters of the three main rivers in Alto Minho – Coura, Labrujo e Vez, which belong
to the Minho river basin (Coura) and the Lima river basin (Labrujo e Vez).

Its territory is delimited between latitude 41 º 12 ‘N and longitude 8 ° 29’ W. It


occupies an area of approximately 2,069 ha, covering the municipality of Paredes
ES de Coura and partially integrating five parishes: Parada, Cristelo, Vascões, Bico
and Castanheira. The Protected Landscape is limited to the East by the boundary
between the municipalities of Paredes de Coura and Arcos de Valdevez; the South
by the boundary between the municipalities of Paredes de Coura and Ponte de
Lima, the West by State Highways 306, 1080, 303 and 5 - 19 and North along the
road between Cenoi and Lamas.

Despite not having a very large area, Corno de Bico presents a considerable diver-
sity of fauna and flora, with 439 different species of flora and 188 species of
vertebrates. The most locally common species of flora is the Pedunculate Oak,
main component of the oak forests, typical of the region (a well-preserved vegeta-
tion, which occupies 25% of landscape area), but beyond that there are species of
flora endemic, rare or endangered which greatly increase the relevance of PPCB
from a conservation standpoint. When it comes to fauna, the situation is similar:
on this region we can find the deer, the otter, and the Garrano horse, but there are
many other species whose conservation value elevate the Protected Landscape to
EN
68
a different level. The key that allows the existence of this admirable diversity is the
variety of available habitats (from marshes, riparian zones, mountain areas, are-
as of woods, a peat bog, and others), the interaction between them, and the region’s
climatic conditions that allow this area to provide a wide range of excellent food,
shelter and reproduction resources for several species.

Man is yet another agent of the variability that exists in the local landscape. Inha-
bitant of the area since Neolithic times, we find traces of history and culture of
this people everywhere: from the funerary monuments and fortified villages, the
granaries and water mills, to the low walls and terraces that lace the landscape
and allow farming. The villages of white washed houses dot the hillsides, contras-
ting harmoniously with the green vegetation and the blue limpid rivers (Labruja,
Coura and Vez) and streams.

In such an inviting region, there are many options for how to make a visit for the
best. For nature lovers, there is no better and healthier way of cementing the com-
munion with the natural world than to perform one of the walking routes that
pass through PPCB. Within the framework of PPCB’s Education Program for Sus-
tainability, which is based on the theoretical assumption that local development
projects and environmental education for sustainability must be comprehensive
and integrate the various skills in the construction of various aspects, including:
raising awareness, building environmental attitudes and values, knowledge and
development of skills for action and participation, CEIA (Center for Environmental
Education and Interpretation) develops several projects of joint construction be-
tween the Corno de Bico Protected Landscape, the local community and visitors.

The “Participate to develop” project, built with the local population in view of
disseminating actions and measures proposed in the plan for contributing to sus- ES
tainable management, the project “Living (in) our protected area”, carried out
with schools and the thematic visits (interpretative walking trails, workshops and
activities at the Laboratory of Nature) carried out with school groups and visitors,
and the project “Nature Tourism in PPCB” that provides visitors with a diverse set
of environmental activities.

There is still a considerable number of companies that offer a wide range of activi-
ties in Corno de Bico, from horse-riding, to radical sports, and others, so a visit to
the Corno de Bico Protected Landscape website is encouraged (www.cornodebi-
co.pt). There, you will find all contact information needed to book these activities.

Thus, in addition to being a shrine of great natural beauty, the Corno de Bico Pro-
tected Landscape is a region that offers privileged conditions to the enjoyment and
leisure in a healthy and enriching way, allowing one to enjoy fresh air and a unique
closeness to nature.
EN
69
CONTACTOS / CONTACTOS / CONTACTS

Bombeiros Centro de Saúde Posto de Turismo


251 780 300 251 780 320 251 783 592
Câmara Municipal GNR Paisagem Protegida de Corno de Bico
251 780 100 251 782 123 251 780 100
Centro Cultural Museu Regional Protecção à Floresta
251 780 124 251 780 122 117
Centro de Informação Piscinas SOS
Anti-Venenos 251 780 102 112
808 250 143

www.cm-paredes-coura.pt

70
FICHA TÉCNICA / FICHA TÉCNICA / CREDITS

COORDENAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA /
COORDINACIÓN TÉCNICA Y CIENTÍFICA /
TECHNICAL AND SCIENTIFIC COORDINATION
João Honrado (Doutorado em Biologia, Faculdade de Ciências e CIBIO-Centro de
Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, Universidade do Porto)
Joaquim Alonso (Mestre em Ciências Agrárias, Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Escola Superior Agrária)
Cristiana Vieira (Doutorada em Biologia, CIBIO-Centro de Investigação em Biodiversidade e
Recursos Genéticos, Universidade do Porto)

EQUIPA TÉCNICA / EQUIPO TÉCNICO / TECHNICAL TEAM


Ângela Lomba (Mestre em Ecologia da Paisagem e Conservação da Natureza, CIBIO-Centro
de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, Universidade do Porto)
Bruno Leitão (Mestre em Economia Agrária e Sociologia Rural, Instituto Politécnico de
Viana do Castelo/Escola Superior Agrária)
João Gomes (Licenciado em Biologia; Faculdade de Ciências da Universidade do Porto)
Mário Pedro Sousa (Técnico, Câmara Municipal de Paredes de Coura)
Paulo Alves (Licenciado em Biologia, CIBIO-Centro de Investigação em Biodiversidade e
Recursos Genéticos, Universidade do Porto)
Sara Gonçalves (Engenheira Florestal, Câmara Municipal de Paredes de Coura)
Yvonne Cerqueira (Mestre em Ecologia Aplicada, CIBIO-Centro de Investigação em
Biodiversidade e Recursos Genéticos, Universidade do Porto)

DESIGN / DISEÑO / DESIGN


Formato Verde

FOTOGRAFIAS / FOTOGRAFÍAS / PHOTOGRAPHS


Pilar Alonso Barandela Enxeñería, Técnica Agrícola (Instituto Politécnico de Viana do
Castelo/Escola Superior Agrária)
Câmara Municipal de Paredes de Coura

ISBN: 978-989-8320-12-4

Você também pode gostar