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Curso Técnico em

Eletrotécnica

Componente Curricular:
Eletrônica Digital I

Manual do Aluno
Versão 2.0 – Fev/2015

Autor: Prof. Engº Ariovaldo Sano


Curso Técnico em Eletrotécnica
Eletrônica Digital I - Manual do Aluno

Sumário

Aula 1 - Sistemas Numéricos .......................................................................................................... 1


1. Introdução................................................................................................................................ 1
2. Sistema Decimal ...................................................................................................................... 1
Exercícios ................................................................................................................................ 1
3. Sistema Binário ....................................................................................................................... 2
3.1 Conversão de Número Binário para Decimal ................................................................... 2
Exercícios ................................................................................................................................ 2
Aula 2 - Sistemas Numéricos (continuação) ................................................................................... 3
3.2 Conversão de Número Decimal para Binário ................................................................... 3
Exercícios ................................................................................................................................ 4
Aula 3 - Sistemas Numéricos (continuação) ................................................................................... 5
Exercícios ................................................................................................................................ 5
4. Sistema Hexadecimal .............................................................................................................. 6
4.1 Conversão de número Hexadecimal para Binário ............................................................. 6
4.2 Conversão de número Binário para Hexadecimal ............................................................. 7
Exercícios ................................................................................................................................ 8
Aula 4 - Sistemas Numéricos (continuação) ................................................................................... 9
4.3 Conversão de número Hexadecimal para Decimal ........................................................... 9
Exercícios ................................................................................................................................ 9
4.4 Conversão de número Decimal para Hexadecimal ........................................................... 9
Exercícios .............................................................................................................................. 10
Exercícios .............................................................................................................................. 11
Aula 5 - Álgebra de Boole............................................................................................................. 12
1. Introdução.............................................................................................................................. 12
2. Postulados da Álgebra de Boole............................................................................................ 12
3. Leis da Álgebra de Boole ...................................................................................................... 12
4. Teoremas da Álgebra de Boole ............................................................................................. 13
5. Funções Booleanas ................................................................................................................ 13
6. Tabela Verdade ..................................................................................................................... 13
Exercícios .............................................................................................................................. 14
Aula 6 - Laboratório: Maleta Minipa ............................................................................................ 15
1. Objetivo da atividade prática................................................................................................. 15
2. Apresentação ......................................................................................................................... 15
2.1 Características ................................................................................................................. 15
3. Prática .................................................................................................................................... 15
3.1 Materiais a serem utilizados ............................................................................................ 15
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3.2 Procedimentos a serem realizados................................................................................... 15


Aula 7 - Portas Lógicas ................................................................................................................. 17
1. Introdução.............................................................................................................................. 17
2. Porta Lógica NÃO ou INVERSORA (NOT) ........................................................................ 17
3. Porta Lógica OU (OR) .......................................................................................................... 18
4. Porta Lógica E (AND)........................................................................................................... 18
5. Porta Lógica NÃO OU (NOR) .............................................................................................. 19
6. Porta Lógica NÃO E (NAND) .............................................................................................. 19
7. Porta Lógica OU EXCLUSIVO (EXCLUSIVE OR OU XOR) ........................................... 20
8. Porta Lógica COINCIDÊNCIA (NOT EXCLUSIVE OR ou XNOR) ................................. 20
Aula 8 - Laboratório: Portas Lógicas ............................................................................................ 22
1. Objetivo ................................................................................................................................. 22
2. Materiais a serem utilizados .................................................................................................. 22
3. Procedimentos ....................................................................................................................... 22
Aula 9 - Universalidade das Portas Lógicas NAND e NOR ......................................................... 24
1. Universalidade da Porta NAND ............................................................................................ 24
2. Universalidade da Porta NOR ............................................................................................... 25
Aula 10 - Laboratório: Universalidade das Portas NAND e NOR ............................................... 26
1. Objetivo ................................................................................................................................. 26
2. Materiais necessários............................................................................................................. 26
3. Prática 1: Universalidade das portas NAND ......................................................................... 26
3.1 Procedimentos ................................................................................................................. 26
4. Prática 2: Universalidade das portas NOR ............................................................................ 27
4.1 Procedimentos ................................................................................................................. 27
Aula 11 – Associação de Portas Lógicas ...................................................................................... 28
1. Introdução.............................................................................................................................. 28
2. Propriedades das funções lógicas .......................................................................................... 28
3. Expressão lógica a partir do circuito elétrico ........................................................................ 28
Exercícios .............................................................................................................................. 29
4. Circuito elétrico a partir da expressão lógica ........................................................................ 30
Exercícios .............................................................................................................................. 30
5. Expressão lógica a partir da tabela verdade .......................................................................... 31
Exercícios .............................................................................................................................. 32
6. Tabela verdade a partir da expressão lógica .......................................................................... 32
Exercícios .............................................................................................................................. 33
Aula 12 - Laboratório: Associação de Portas Lógicas .................................................................. 35
1. Objetivo ................................................................................................................................. 35
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2. Materiais necessários............................................................................................................. 35
3. Procedimentos ....................................................................................................................... 35
Aula 13 - Simplificação de Circuitos Combinacionais ................................................................. 36
1. Introdução.............................................................................................................................. 36
2. Teoremas de De Morgan ....................................................................................................... 36
Exercícios .............................................................................................................................. 36
3. Mapas de Karnaugh ............................................................................................................... 37
3.1 Mapa de Karnaugh para 2 variáveis de entrada A e B .................................................... 37
3.2 Mapa de Karnaugh para 3 variáveis de entrada A, B e C ............................................... 38
Aula 14 - Laboratório: Mapa de Karnaugh ................................................................................... 42
1. Objetivo ................................................................................................................................. 42
2. Materiais a serem utilizados .................................................................................................. 42
3. Prática 1 ................................................................................................................................. 42
3.1 Procedimentos ................................................................................................................. 42
Aula 15 - Codificadores e Decodificadores .................................................................................. 43
1. Introdução.............................................................................................................................. 43
2. Código BCD .......................................................................................................................... 43
3. Decodificadores ..................................................................................................................... 44
3.1 Decodificador BCD para Decimal .................................................................................. 44
3.2 Decodificador e Indicador de 7 Segmentos (Display) .................................................... 46
4. Codificadores ........................................................................................................................ 47
4.1 Codificador Decimal para BCD ...................................................................................... 48
4.2 Codificador de Prioridade ............................................................................................... 48
Aula 16 - Laboratório: Decodificador de 7 Segmentos................................................................ 50
1. Objetivo ................................................................................................................................. 50
2. Materiais a serem utilizados .................................................................................................. 50
3. Prática .................................................................................................................................... 50
3.1 Procedimentos ................................................................................................................. 50
Anexo - Circuitos Integrados ........................................................................................................ 51
1. Introdução.............................................................................................................................. 51
2. Parâmetros de Tensão e Corrente de um CI .......................................................................... 51
3. Níveis de Integração de Circuitos ......................................................................................... 51
4. A Família Lógica TTL .......................................................................................................... 52
4.1 Tensão de alimentação e faixa de temperatura ................................................................ 52
4.2 Níveis de Tensão ............................................................................................................. 52
4.3 Dissipação de Potência .................................................................................................... 53
4.4 Fan-Out............................................................................................................................ 53
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4.5 Outras Séries TTL ........................................................................................................... 53


4.6 Entradas desconectadas (em flutuação)........................................................................... 53
5. A Família MOS ..................................................................................................................... 54
6. A Família CMOS .................................................................................................................. 54
6.1 Características da Série CMOS ....................................................................................... 54
6.2 Tensão de Alimentação ................................................................................................... 55
6.3 Fan-Out............................................................................................................................ 55
7. Interface entre CIs ................................................................................................................. 55
8. Dispositivos TTL alimentando dispositivos CMOS ............................................................. 56
9. Dispositivos CMOS alimentando dispositivos TTL ............................................................. 56
Exercícios .............................................................................................................................. 57
Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 60
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Aula 1 - Sistemas Numéricos

1. Introdução
Vamos iniciar o nosso estudo de Eletrônica Digital começando pelos sistemas numéricos.
Nós nos acostumamos, desde criança, a utilizar somente o sistema numérico 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9, que é o mais utilizado no mundo todo. Porém, na Eletrônica Digital, dois sistemas
numéricos são os mais utilizados: o sistema binário e o sistema hexadecimal.
O sistema binário nasceu devido aos dispositivos eletrônicos presentes nos circuitos digitais e
nos computadores operarem apenas com dois estados lógicos: estado “1” (um), que foi associado
à presença de tensão elétrica, e estado “0” (zero), que foi associado à ausência de tensão elétrica.
O sistema hexadecimal surgiu da necessidade de associação de números binários para redução de
espaços físicos, principalmente espaços ocupados em memórias de computadores, e também para
facilitar a interação do homem com os sistemas digitais. Assim, veremos que a cada quatro
dígitos binários equivalem a apenas um dígito hexadecimal.
Como já conhecemos o sistema decimal, vamos utilizá-lo como base para aprendermos os
sistemas binário e hexadecimal, aprendendo a fazer conversões de números de um sistema para
outro.
Para começarmos o estudo, vamos entender primeiramente o porquê dos nomes dos sistemas. O
nome de cada sistema é definido justamente pela quantidade de dígitos diferentes que o sistema
utiliza. Então, no sistema decimal, temos dezdígitos diferentes, que já conhecemos: 0, 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8 e 9. No sistema binário, temos dodígitos, 0 e 1. E no sistema hexadecimal, 16dígitos:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F (as letras A, B, C, D, E, F são utilizadas no
lugar de números, já que só conhecemos os dez dígitos do sistema decimal).

Resumo:
Sistema Decimal:
Sistema Binário:
Sistema Hexadecimal:

2. Sistema Decimal
Tomemos como exemplo o número digital 5.347 (cinco mil, trezentos e quarenta e sete).
5 3 4 7

milhar centena dezena unidade


Decompondo este número na base 10 (ou base decimal), temos:
5347 = 5*103 + 3*102 + 4*101 + 7*100 = 5*1000 + 3*100 + 4*10 + 7*1 = 5000 + 300 + 40 +7

Exercícios
Decompor os seguintes números na base 10:
a) 29.168 =
b) 98.726 =
c) 135.409 =
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3. Sistema Binário
No sistema binário, ou sistema de base 2, os dígitos utilizados, como vimos, são “0” e “1”.
Exemplos de números binários: 101, 111011, 10110101

3.1 Conversão de Número Binário para Decimal


Para fazer a conversão de um número binário para um número decimal, precisamos fazer a
decomposição deste número binário para a base binária (ou base 2), do mesmo modo que
fizemos com o sistema decimal. Temos então:
(101)2 = 1*22+ 0*21+1*20 = 1*4 + 0*2 + 1*1 = 4 + 0 + 1 = (5)10
Ou seja, o número 101 na base binária, que podemos representar como (101)2, equivale ao
número 5 na base decimal, que podemos representar como (5)10.
Vamos decompor agora o número binário 111011.
(111011)2=

Exercícios
Faça a conversão dos seguintes números binários para decimal:
a) Preencha a tabela abaixo, fazendo a conversão de binário para decimal:
Nº binário Nº decimal Nº binário Nº decimal
(0)2 (1000)2
(1)2 (1001)2
(10)2 (1010)2
(11)2 (1011)2
(100)2 (1100)2
(101)2 (1101)2
(110)2 (1110)2
(111)2 (1111)2
b) (10110101)2 =
c (1100101101)2 =
d) (111000101100)2 =

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Aula 2 - Sistemas Numéricos (continuação)


Um método mais prático de fazer essa conversão é utilizarmos uma tabela (mostrada a seguir) e
a preenchermos da seguinte forma:
 Insira na 1ª linha da tabela os múltiplos de 2, começando por 20 = 1 da direita para a esquerda,
até 2n, onde n é o número de dígitos binários menos 1. Exemplo: Se o número binário que se
quer converter tem 10 dígitos, a tabela utilizará 20 =1 até 29=512, da esquerda para a direita; ;
 Insira na 2ª linha da tabela o número binário que deseja converter para decimal;
 Na 3ª linha da tabela, coloque o resultado da multiplicação entre as duas primeiras linhas;
 Finalmente, some os resultados da multiplicação obtida na 3ª linha. A soma total é o
equivalente em decimal do número binário.
Exemplo: Converta o número binário (1101011)2 para decimal.
Múltiplos de 2 64 32 16 8 4 2 1
Número binário 1 1 0 1 0 1 1
Multiplicação 64 32 0 8 0 2 1
Soma do resultado da 3ª linha: 64 + 32 + 0 + 8 + 0 +2 + 1 = 107
Portanto, (1101011)2 = (107)10

Exercícios
Faça a conversão dos seguintes números binários para decimal utilizando o método prático
apresentado:
a) (111010111)2 =

b) (1110101010)2 =

c) (1100111000110010)2 =

3.2 Conversão de Número Decimal para Binário


Para converter um número decimal inteiro em um número binário equivalente, temos pelo menos
duas formas diferentes, que apresentaremos agora.

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3.2.1 Método da divisão por 2


Neste método, dividimos o número decimal sucessivamente por “2” (que é a base do sistema
binário) até que o quociente da divisão seja igual a zero. A sequência de “0” e “1” constituídas
pela sucessão dos restos de cada divisão será o número no sistema binário. O sentido de leitura
dos restos é do último obtido para o primeiro.
Exemplos:

245

Exercícios
Faça as seguintes conversões:
a) Preencha a tabela abaixo, efetuando a conversão do número decimal para binário (registre as
divisões no verso desta folha):
Número Número Número Número
decimal binário decimal binário
(0)10 (8)10
(1)10 (9)10
(2)10 (10)10
(3)10 (11)10
(4)10 (12)10
(5)10 (13)10
(6)10 (14)10
(7)10 (15)10
a) (163)10 = ( ? )2 b) (417)10 = ( ? )2

Resposta: (163)10 = Resposta: (417)10 =

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Aula 3 - Sistemas Numéricos (continuação)


3.2.2 Método da conversão direta
Neste método, subtraímos inicialmente o número decimal pelo menor número imediato múltiplo
de 2 multiplicado por “1” ou “0”; em seguida, pegamos o resultado desta subtração e subtraímos
novamente pelo menor número imediato múltiplo de 2 multiplicado por “1” ou “0”; e assim
sucessivamente, até que o resultado da subtração seja zero. Os “1” e “0” utilizados para
multiplicar os múltiplos de 2 formam o número binário equivalente.
Exemplo: (325)10 = ( ? )2
Múltiplos de 2 256 128 64 32 16 8 4 2 1
0 ou 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1
Multiplicação 256 0 64 0 0 0 4 0 1
Subtração 325-256 69-0 69-64 5-0 5-0 5-0 5-4 1-0 1-1
Resultado da operação 69 69 5 5 5 5 1 1 0
Dígito binário 1 0 1 0 0 0 1 0 1
Resposta: (325)10 = (101000101)2
Outro exemplo: (452)10 = ( ? )2
Múltiplos de 2
0 ou 1
Multiplicação
Subtração
Resultado da operação
Dígito binário
Resposta: (452)10 =

Exercícios
Faça as seguintes conversões, utilizando o método da conversão direta:
a) (508)10 = ( ? )2

Resposta: (508)10 =
b) (685)10 = ( ? )2

Resposta: (685)10 =

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c) (1486)10 = ( ? )2

Resposta: (1846)10 =

4. Sistema Hexadecimal
Os números hexadecimais são amplamente utilizados para a representação de números e dados
binários em operações utilizadas em computadores. Embora os computadores trabalhem somente
com números binários, o sistema hexadecimal se constitui no elo entre o homem e o sistema
binário, quando se trabalha com números binários de vários dígitos.
Como o próprio nome diz, o sistema hexadecimal possui “16” dígitos e utiliza a base “16”. Os
“10” primeiros dígitos são idênticos aos dígitos do sistema decimal e os restantes são
representadas pelas letras A, B, C, D, E e F.
Como foi dito na introdução, temos que cada dígito hexadecimal equivale a quatro dígitos
binários.
A seguir, é mostrada uma tabela com as equivalências entre os sistemas hexadecimal, decimal e
binário.
Decimal Hexadecimal Binário
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15

4.1 Conversão de número Hexadecimal para Binário


Para converter um número hexadecimal em seu equivalente binário, basta converter cada dígito
hexadecimal no seu equivalente binário de quatro dígitos.

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Exemplo: (BA5)16 = (?)2


hexadecimal B A 5
binário 1011 1010 0101
Resposta: (BA5)16 = (101110100101)2
Outro exemplo: (4CF8)16 = (?)2
hexadecimal
binário
Resposta: (4CF8)16 =

Exercícios
Converta os seguintes números hexadecimais para binários:
a) (A10B)16 = ( ? )2

Resposta: (A10B)16 =
b) (DE75A)16 = ( ? )2

Resposta: (DE75A)16 =

c) (5CF84)16 = ( ? )2

Resposta: (5CF84)16 =

4.2 Conversão de número Binário para Hexadecimal


Para converter um número binário para hexadecimal, basta fazer o processo inverso do anterior,
ou seja, converte-se cada grupo de 4 dígitos binários para o seu equivalente hexadecimal.
Entretanto, antes de fazer a conversão, separe os dígitos binários em grupos de 4, iniciando pelo
dígito menos significativo.
Exemplo: (101110101101)2 = ( ? )16
binário 1011 1010 1101
hexadecimal B A D
Resposta: (101110101101)2 = (BAD)16
Outro exemplo: (110110101111011)2 = (?)16
binário
hexadecimal
Resposta: (110110101111011)2 =
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Exercícios
Converta os seguintes números binários para hexadecimais:
a) (11001100101)2 = ( ? )16

Resposta: (11001100101)2 =
b) (100100011010)2 = ( ? )16

Resposta: (100100011010)2 =
c) (111110010110110110)2 = ( ? )16

Resposta: (111110010110110110)2 =

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Aula 4 - Sistemas Numéricos (continuação)


4.3 Conversão de número Hexadecimal para Decimal
A conversão de hexadecimal para decimal é feita pelo método de decomposição do número para
a base 16, como mostra os exemplos a seguir.
Exemplo: (CF8)16 = (?)10
CF8 = C*162+ F*161+ 8*160 = 12*256 + 15*16 + 8*1 = 3072 + 240 + 8 = 3320
Resposta: (CF8)16 = (3320)10
Outro exemplo: (AE7D)16 = ( ? )10
AE7D =
Resposta: (AE7D)16 =

Exercícios
Converta os seguintes números hexadecimais para decimais:
a) (8AC)16= ( ? )10

Resposta: (8AC)16=
b) (4BD9)16 = ( ? )10

Resposta: (4BD9)16 =
c) (3F5E8)16 = ( ? )

Resposta: (3F5E8)16 =

4.4 Conversão de número Decimal para Hexadecimal


Para converter um número decimal inteiro para um número hexadecimal equivalente, o processo
é idêntico ao da conversão de decimal para binário.

4.4.1 Método da divisão por 16


Neste método, dividimos o número decimal sucessivamente por “16” (que é abase do sistema
hexadecimal) atéque o quociente da divisão seja igual a zero. A sequência dos restos de cada
divisão será o equivalente em hexadecimal. O sentido de leitura dos restos é do último obtido
para o primeiro.
Exemplo:
(4312)10 = ( ? )16 (7863)10 = ( ? )16

Resposta: (4312)10 = (10D8)16 Resposta: (7863)10 =


(lembre-se que 1310=D16)
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Exercícios
Faça as seguintes conversões:
a) (3185)10 = ( ? )16 b) (9437)10 = ( ? )16

Resposta: (3185)10 = ( )16 Resposta: (9437)10 = ( )16

4.4.2 Método da conversão direta


Neste método, subtraímos inicialmente o número decimal pelo menor número imediato múltiplo
de 16, multiplicado por 0 a 15; em seguida, pegamos o resultado desta subtração e subtraímos
novamente pelo menor número imediato múltiplo de 16, multiplicado por 0 a 15; e assim
sucessivamente, até que o resultado da subtração seja zero. Os números de 0 a 15 que utilizamos
formam o número hexadecimal equivalente, como mostram os exemplos seguintes
Exemplo: (5340)10 = ( ? )16
Múltiplos de 16 4096 256 16 1
Nº de 1 a 15 1 4 13 12
Resultado da multiplicação 4096 1024 208 12
Subtração 5340-4096 1244-1024 220-208 12-12
Resultado da operação 1244 220 12 0
Dígito hexadecimal 1 4 D C
Resposta: (5340)10 = (14DC)16
Outro exemplo: (7362)10 = ( ? )16
Múltiplos de 16
Nº de 1 a 15
Resultado da multiplicação
Subtração
Resultado da operação
Dígito hexadecimal
Resposta: (7362)10 =

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Exercícios
1. Faça as seguintes conversões, utilizando o método da conversão direta:
a) (6945)10 = ( ? )16

Resposta: (6945)10 =
b) (10325)10 = ( ? )16

Resposta: (10325)10 = (2855)16


Nota: Como já foram apresentadas as conversões de decimal para binário e de binário para
hexadecimal, pode-se adotar esse processo como um terceiro método para converter
decimal para hexadecimal.
2. Preencha a tabela abaixo, efetuando as conversões necessárias:
Sistema Decimal Sistema Binário Sistema Hexadecimal
345
1010101010
4A5
0110011001
633
FA81
11000011101
452
2CDF
1101011110011
721
B3E7
1011000111011
847

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Aula 5 - Álgebra de Boole

1. Introdução
Em 1854, o matemático inglês George Boole (1815-1864) criou a Álgebra Booleana, e mais
tarde, em 1938, o pesquisador americano Claude E. Shannon adaptou a Álgebra de Boole para
analisar e descrever o desempenho de circuitos de comutação telefônica construídos à base de
relés. Ele fez com que as variáveis booleanas representassem relés fechados (ou nível lógico “1”)
ou abertos (ou nível lógico “0”). A partir desta aplicação, começou então a difusão da tecnologia
digital que temos disponível na atualidade.
A Álgebra de Boole é definida por Postulados, Leis e Teoremas, que passaremos a estudar agora.

2. Postulados da Álgebra de Boole


Os postulados da Álgebra de Boole são um conjunto mínimo de informações básicas assumidas
como verdadeiras, através das quais todas as demais informações a cerca do sistema podem ser
obtidas. Estes postulados são divididos em três grupos: Postulados de Soma Booleana;
Postulados do Produto Booleano; e Postulado da Inversão Booleana.
Postulados da soma booleana:
0+0=0 1+0=1
0+1=1 1+1=1
Postulado do produto booleano:
0.0=0 1.0=0
0.1=0 1.1=1
Postulado da inversão booleana ou do complemento
Seja “A” uma variável booleana qualquer.
Se A 0, então A 1. (lê-se A barra, ou A barrado, ou complemento de A)
Se A 1, então A 0.

3. Leis da Álgebra de Boole


Da mesma forma que na Álgebra Linear, a Álgebra de Boole possui as seguintes Leis: Leis
Comutativas; Leis Associativas; e Lei Distributiva.
Leis Comutativas:
A.B=B.A
A+B=B+A
Leis Associativas:
A . (B . C) = (A . B) . C
A + (B + C) = (A + B) + C
Lei Distributiva:
A . (B + C) = A . B + A . C

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4. Teoremas da Álgebra de Boole


Os teoremas da Álgebra de Boole são definidos para uma variável booleana qualquer, cujo valor
pode ser “0” ou “1”. Estes teoremas são divididos em 3 grupos: Teorema da adição lógica;
Teorema do produto lógico; e Teorema do complemento ou da inversão lógica.
Teoremas da adição lógica:
A+0=A A+A=A
A+1=1 A+A=1
Teoremas do produto lógico:
A.0=0 A.A=A
A.1=A A.A=0
Teorema da Involução:
A 

5. Funções Booleanas
Uma função booleana é uma expressão algébrica do seguinte tipo:
S = A + B . C + D
onde S é a função booleana, A, B, C e D são variáveis de entrada que podem assumir valores “0”
ou “1”, “+” (soma), “.” (produto) e (inversor ou complemento) são operadores lógicos.
Neste exemplo, S pode assumir valores “0” ou “1”, dependendo da combinação das variáveis de
entrada e dos operadores. O número de combinações possíveis (N) entre as variáveis de entrada é
dado por:
N=2n
onde n é o número de variáveis de entrada.
Por exemplo, para duas variáveis de entrada, temos 22=4 combinações possíveis: 00, 01, 10 e 11.
Para três variáveis de entrada, temos 23=8 combinações possíveis: 000, 001, 010, 011, 100, 101,
110 e 111. E assim por diante.

6. Tabela Verdade
Os valores assumidos por uma função booleana em função dos valores das variáveis de entrada
podem ser mostrados em uma tabela chamada Tabela Verdade. Nesta tabela, colocam-se do lado
esquerdo da tabela as variáveis de entrada com todas suas combinações possíveis em uma
sequência crescente, e do lado direito da tabela coloca-se os valores assumidos pela função
conforme as variáveis de entrada.
Por exemplo, para a função S = A + B, a tabela verdade será:
A B S
0 0 1 Para A=B=0, S = 0 + 0 = 1 + 0 = 1
0 1 1 Para A=0 e B=1, S = 0 + 1 = 1 + 1 = 1
1 0 0 Para A=1 e B=0, S = 1 + 0 = 0 + 0 = 0
1 1 1 Para A=B=1, S = 1 + 1 = 0 + 1 = 1

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Vamos fazer outro exemplo: S = A + B . C


A B C S
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 1
Obs.: No caso de uma expressão com operadores “+” e “.”, deve-se se efetuar primeiramente as
operações com “.”, e depois as operações com “+”, como na regra da álgebra matemática.

Exercícios
Construa a tabela verdade referente às seguintes expressões algébricas:
a) S = A.B + A

b) S = A.B + A.C

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Aula 6 - Laboratório: Maleta Minipa


1. Objetivo da atividade prática
 Apresentar a Maleta Minipa SD-1202.

2. Apresentação
O SD-1202 apresentado na Figura 1 é uma unidade de treinamento desenvolvida pela Minipa
para proporcionar treinamento nas áreas de eletrônica analógica e digital. O kit possui módulos
de fonte de alimentação, chaves, potenciômetros, indicadores, gerador de função, gerador lógico,
detector lógico, display e décadas, o que torna esse kit completamente capaz de desenvolver
circuitos tanto analógicos como digitais.
O SD-1202 é composto de área de expansão para adicionar circuitos de desenvolvimento de
novas experiências através dos módulos SD-1100A (opcionais).

2.1 Características
 Display Hexadecimal : 2 displays (LED 7 segmentos)
 Décadas: Capacitiva, Indutiva e Resistiva
 Gerador de Funções: Onda Senoidal, Triângular e Quadrada Frequência: 100Hz, 1KHz,
10KHz e 100KHz Saída DC: 10Vpp (sem carga) Impedância: 50Ω Saída AC: 50mVpp ~
6Vpp (sem carga) Impedância: 600Ω
 Gerador de Nível Lógico: 16 (TTL, Bounceless)
 Indicador de Nível Lógico: 16 LED (TTL, CMOS)
 Testador Lógico: 1 (TTL,CMOS, High, Low e Tri-State)
 Ambiente de Armazenamento: -20°C~60°C, RH<80%
 Alimentação: 110V/220V 50/60Hz
 Consumo: ~180W
 Dimensões: 450(A) x 360(L) x 130(P)mm
 Peso: 7.2Kg

3. Prática

3.1 Materiais a serem utilizados


 Maleta Minipa

3.2 Procedimentos a serem realizados


 Identifique cada conjunto de componentes na Maleta Minipa.
 Registre na Figura 1 cada um desses conjuntos.

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Figura 1: Unidade de laboratório para eletrônica analógica e digital SD-1202 da Minipa


Fonte: www.minipa.com.br

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Aula 7 - Portas Lógicas

1. Introdução
Em Eletrônica Analógica, os circuitos elétricos são construídos utilizando-se componentes que
operam com uma faixa contínua de valores de tensão e corrente elétricas. Com o avanço da
tecnologia, esses mesmos circuitos elétricos estão sendo substituídos por circuitos digitais, que
utilizam componentes construídos a partir de um pequeno grupo de circuitos lógicos básicos
conhecidos como portas lógicas, que por sua vez são construídos com diodos, transistores e
resistores, conectados de tal forma que o sinal de saída do circuito corresponde ao resultado de
uma função booleana.
Diferentemente dos componentes analógicos, as portas lógicas operam apenas com dois valores
de tensão elétrica, que associamos ao sistema binário que acabamos de estudar. Ou seja, ao
dígito binário “1” vamos associar à presença de tensão elétrica, e ao dígito binário “0” vamos
associar à ausência de tensão elétrica na porta lógica.
As portas lógicas possuem “n” entradas e apenas uma saída. Tanto as entradas como também as
saídas poderão assumir estados digitais (ou valores lógicos) “0” ou “1” em um determinado
tempo, nunca podendo assumir os dois estados ao mesmo tempo. O estado da saída de uma porta
lógica depende exclusivamente dos estados das suas entradas e de sua função lógica, como
veremos a seguir.
Conforme sua função lógica (ou booleana), temos as seguintes portas lógicas:
 Porta Lógica Não ou Inversora (Not em inglês);
 Porta Lógica Ou (Or em inglês);
 Porta Lógica E (And em inglês);
 Porta Lógica Não Ou (Nor em inglês);
 Porta Lógica Não E (Nand em inglês);
 Porta Lógica Ou Exclusivo (Exclusive Or em inglês);
 Porta Lógica Coincidência (Not Exclusive Or em inglês).
A partir destas portas lógicas, foram construídos vários circuitos digitais: flip-flops,
registradores, decodificadores, multiplexadores, contadores, somadores, etc., os quais são os
componentes básicos de uma infinidade de equipamentos modernos como por exemplos
computadores, sistemas automatizados, equipamentos médicos, equipamentos de áudio e som,
etc.

2. Porta Lógica NÃO ou INVERSORA (NOT)


É uma porta lógica de apenas uma entrada. Sua função lógica é inverter (ou complementar) o
estado de sua entrada, ou seja, se sua entrada estiver com estado lógico “1”, sua saída será “0”;
se sua entrada estiver com estado lógico “0”, sua saída será “1”.
Símbolo: O símbolo de uma porta lógica representa um circuito eletrônico que implementa a
função lógica correspondente. O símbolo da porta Inversora é o apresentado abaixo:
Redesenhe
a porta
lógica
onde A é a entrada e S é a saída da porta

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Expressão lógica: É a expressão algébrica que define a função da porta lógica. Para a porta
Inversora, a expressão lógica é:

(lê-se S é igual a A barrado ou complemento de A)


Tabela Verdade: Como vimos, tabela verdade é uma tabela que mostra o estado lógico da saída
de um circuito digital a partir de todas as possíveis combinações lógicas da(s) variável(is) de
entrada(s). No caso da porta Inversora, a tabela verdade é a seguinte:
A S

3. Porta Lógica OU (OR)


É uma porta lógica de duas ou mais entradas. Sua função lógica é realizar uma soma lógica das
suas entradas.
Símbolo:

onde A e B são as entradas e S é a saída da porta


Expressão lógica:
(lê-se A ou B)
Tabela Verdade:
A B S

Dica: S é igual a 1 se A ou B for 1.


Obs.: Caso haja mais entradas, S será igual a 1 quando uma das entradas for 1.

4. Porta Lógica E (AND)


É uma porta lógica de duas ou mais entradas. Sua função lógica é realizar um produto lógico das
suas entradas.
Símbolo:

onde A e B são as entradas e S é a saída da porta


Expressão lógica:
(lê-se A e B)

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Tabela Verdade:
A B S

Dica: S é igual a 1 se A e B forem 1 simultaneamente.


Obs.: Caso haja mais entradas, S será igual a 1 quando todas as entradas forem 1.

5. Porta Lógica NÃO OU (NOR)


É uma porta lógica de duas ou mais entradas. Sua função lógica é inverter o resultado da soma
lógica das suas entradas.
Símbolo:

onde A e B são as entradas e S é a saída da porta


Expressão lógica:
(lê-se A ou B barrados)
Tabela Verdade:
A B S

Dica: S é igual a 0 se A ou B for 1. É o inverso da porta OU.


Obs.: Caso haja mais entradas, S será igual a 0 quando uma das entradas for 1.

6. Porta Lógica NÃO E (NAND)


É uma porta lógica de duas ou mais entradas. Sua função lógica é inverter o resultado do produto
lógico das suas entradas.
Símbolo:

onde A e B são as entradas e S é a saída da porta


Expressão lógica:
(lê-se A e B barrados)

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Tabela Verdade:
A B S

Dica: S é igual a 0 se A e B forem 1. É o inverso da porta E.


Obs.: Caso haja mais entradas, S será igual a 0 quando todas as entradas forem 1.

7. Porta Lógica OU EXCLUSIVO (EXCLUSIVE OR OU XOR)


É uma porta lógica de duas entradas. Sua função lógica é fazer com que o resultado seja igual a 1
quando suas entradas apresentarem níveis lógicos diferentes.
Símbolo:

onde A e B são as entradas e S é a saída da porta


Expressão lógica:
(lê-se A ou exclusivo B)
Tabela Verdade:
A B S

Dica: S é igual a 1 se A for diferente de B.

8. Porta Lógica COINCIDÊNCIA (NOT EXCLUSIVE OR ou XNOR)


É uma porta lógica de duas entradas. Sua função lógica é fazer com que o resultado seja igual a 1
quando suas entradas forem iguais.
Símbolo:

onde A e B são as entradas e S é a saída da porta


Expressão lógica:
(lê-se A e B coincidentes)

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Tabela Verdade:
A B S

Dica: S é igual a 1 se A for igual (coincidente) a B.


Vamos agora preencher a tabela resumo abaixo:
Porta Tabela Expressão
Símbolo Função Lógica
Lógica Verdade Lógica

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Aula 8 - Laboratório: Portas Lógicas


1. Objetivo
 Demonstrar as Tabelas Verdades das Portas Lógicas básicas

2. Materiais a serem utilizados


 Maleta Minipa e Módulo M1112A

3. Procedimentos
 Encaixe o módulo M1112A na maleta Minipa.
 Identificando cada porta lógica existente na placa, faça as conexões necessárias de cada porta
lógica na maleta.
 Conecte as entradas das portas nas chaves digitais (plugs vermelhos) da maleta;
 Conecte a saída de cada porta nos leds (plugs amarelos) da maleta.
 Variando-se os níveis lógicos das entradas de cada porta, verifique a sua saída para cada
combinação de entrada, montando as tabelas para a Portas Lógicas básicas Inversora, OR,
AND, NOR, NAND, XOR E XNOR. Desenhe ao lado de cada tabela o símbolo de cada porta
lógica correspondente à tabela verdade, identificando o código do CI utilizado e a pinagem.
 Obs.: Verifique se todas as portas lógicas presentes em cada CI apresentam o mesmo
resultado.
a) Porta AND
Tabela Verdade
A B S

b) Porta OR
Tabela Verdade
A B S

c) Porta Inversora
Tabela Verdade
A S

d) Porta NAND
Tabela Verdade
A B S

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e) Porta NOR
Tabela Verdade
A B S

f) Porta XOR
Tabela Verdade
A B S

g) Porta XNOR
Tabela Verdade
A B S

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Aula 9 - Universalidade das Portas Lógicas NAND e NOR


As portas lógicas Inversora, OR, AND e NOR (ou NAND) podem ser implementadas através de
portas NAND ou NOR, e devido a isto estas últimas portas são chamadas de Portas Lógicas
Universais.

1. Universalidade da Porta NAND


 Porta NAND substituindo uma porta Inversora:

 Porta NAND substituindo uma porta OR:

 Porta NAND substituindo uma porta AND:

 Porta NAND substituindo uma porta NOR:

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2. Universalidade da Porta NOR


 Porta NOR substituindo uma porta Inversora:

 Porta NOR substituindo uma porta OR:

 Porta NOR substituindo uma porta AND:

 Porta NOR substituindo uma porta NAND:

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Aula 10 - Laboratório: Universalidade das Portas NAND e NOR


1. Objetivo
 Demonstrar a universalidades das portas NAND e NOR.

2. Materiais necessários
 Maleta Minipa e Módulo M1112A

3. Prática 1: Universalidade das portas NAND


3.1 Procedimentos
1. Utilizando somente as portas NAND disponíveis no módulo M1112A, associe-as de modo a
resultar uma porta Inversora, uma porta AND, uma porta OR e uma porta NOR.
2. Desenhe os circuitos montados, indicando os terminais utilizados de cada porta NAND.
3. Monte as tabelas verdades de cada um dos circuitos resultantes.
4. Chame o professor para demonstrar cada tabela-verdade.
 Porta NAND substituindo uma porta Inversora:
Circuito: Tabela Verdade:

 Porta NAND substituindo uma porta OR:


Circuito: Tabela Verdade:

 Porta NAND substituindo uma porta AND:


Circuito: Tabela Verdade:

 Porta NAND substituindo uma porta NOR:


Circuito: Tabela Verdade:

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4. Prática 2: Universalidade das portas NOR

4.1 Procedimentos
1. Utilizando somente as portas NOR disponíveis no módulo M1112A, associe-as de modo a
resultar uma porta Inversora, uma porta OR, uma porta AND e uma porta NAND.
2. Desenhe os circuitos montados, indicando os terminais utilizados de cada porta NAND.
3. Monte as tabelas verdades de cada um dos circuitos resultantes.
4. Chame o professor para demonstrar cada tabela-verdade.
 Porta NOR substituindo uma porta Inversora:
Circuito: Tabela Verdade:

 Porta NOR substituindo uma porta OR:


Circuito: Tabela Verdade:

 Porta NOR substituindo uma porta AND:


Circuito: Tabela Verdade:

 Porta NOR substituindo uma porta NAND:


Circuito: Tabela Verdade:

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Aula 11 – Associação de Portas Lógicas

1. Introdução
Podemos fazer variadas associações de portas lógicas,
construindo diversos circuitos digitais. Por exemplo, na
associação mostrada na figura ao lado, uma porta E com
entradas A e B foi associada a uma porta OU, cujas entradas
são uma variável C e a outra entrada é conectada à saída da
porta E. A saída final do circuito associado é a saída S.
Além do seu esquema elétrico, podemos definir um circuito digital (ou lógico) de duas maneiras:
 Através de sua expressão lógica;
 Através de sua tabela verdade.
No exemplo apresentado, a expressão lógica que descreve este circuito é S = , e sua
tabela verdade é:
A B C S

Podemos também, a partir da expressão lógica ou da tabela verdade, desenhar o circuito elétrico.
Vamos aprender agora todos estes processos.
Antes de apresentar o primeiro processo, vamos definir algumas propriedades das funções
lógicas.

2. Propriedades das funções lógicas


a) Propriedade Comutativa
Adição: A + B = B +A
Multiplicação: A . B = B . A
b) Propriedade Associativa
Adição: (A + B) + C = A + (B + C) = B + (A + C) = A + B +C
Multiplicação: A . (B . C) = C . (A . B) = B . (A . C) = A . B. C
c) Propriedade Distributiva: A . (B + C) = A . B + A . C

3. Expressão lógica a partir do circuito elétrico


Procedimento: Para escrever a expressão lógica referente a um circuito elétrico, vá escrevendo a
expressão na saída de cada porta lógica, começando pela primeira, até chegar na saída do
circuito.
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Exemplo 1:

Exemplo 2:

Exercícios
Escrever as expressões lógicas a partir dos seguintes circuitos elétricos:
1.

2.

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4. Circuito elétrico a partir da expressão lógica


Procedimento: Dado uma expressão lógica, primeiramente separe os termos da expressão em
funções lógicas básicas; depois, monte o circuito elétrico através de portas lógicas básicas, de
acordo com cada função lógica.
Exemplo 1: S = A . B + A . B
Separando os termos, temos S = (A.B) + (A.B). O primeiro termo, A.B, é uma porta E com
entradas A e B, e o segundo termo, A.B, é uma porta NAND com entradas A e B. Estas duas
portas são conectadas através de uma porta OU. Logo, o circuito fica:

Exemplo 2: S = A . B + B .C . A + C
Separando os termos, temos: S = (A.B)+(B.C).(A+C). Agora, podemos desenhar o circuito,
desenhando cada termo com a porta lógica adequada e depois juntando os termos com outras
portas lógicas.

Exercícios
Implementar os circuitos elétricos referentes às expressões lógicas:
1. S = A + B + C . (B . A)

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2. S = A . C + B . C + A + B

5. Expressão lógica a partir da tabela verdade


Procedimento: Dada uma tabela verdade, primeiramente devemos escrever a expressão lógica
relativa a cada linha da tabela em que a saída S = 1; para isso, efetuamos um produto lógico entre
as variáveis de entrada, colocando a variável com barra (ou seja, invertida) quando ela tiver o
valor zero, e sem barra quando ela tiver o valor um. Após escrevermos os termos referentes à
cada linha, conectamo-las através da soma lógica.
Exemplo 1: Considere a seguinte tabela verdade.
A B S S = 1 somente na segunda e na terceira linhas.
0 0 0 Na segunda linha, temos A = 0 e B =1, ou seja, A . B, e na terceira linha temos A
0 1 1 = 1 e B = 0, ou seja, A . B. Logo, a expressão lógica referente à tabela verdade ao
1 0 1 lado é: S=A . B + A . B
1 1 0
Conhecendo-se então a expressão lógica, podemos desenhar o circuito elétrico através do
procedimento anterior.
Exemplo 2:
A B C S Temos que S = 1 na 1ª linha, onde temos A=0, B=0 e C=0, ou seja,
0 0 0 1 A . B . C; na 4ª linha, onde temos A=0, B=1 e C=1, ou seja, A . B . C; na 5ª
0 0 1 0 linha, onde temos A=1, B=0 e C=0, ou seja, A . B . C; e na última linha,
0 1 0 0 onde temos A=B=C=1, ou seja, A . B . C. Logo, a expressão fica:
0 1 1 1 S=A.B.C+A.B.C+A.B.C+A.B.C
1 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1

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Exercícios
Escrever as expressões lógicas referentes às seguintes tabelas verdades. Após, desenhar o
circuito elétrico correspondente.
1.
A B C S
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 1
1 1 1 0

2.
A B C S
0 0 0 1
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 0

6. Tabela verdade a partir da expressão lógica


Procedimento: Primeiramente, você deve montar a estrutura da tabela verdade, colocando na 1ª
linha do lado esquerdo da tabela as variáveis de entrada, e na 1ª linha do lado direito cada termo
da saída, até formar a expressão total da saída; em seguida, insira todas as opções de combinação
das variáveis de entrada, na ordem sequencial (de 00...0 até 11...1, a partir da 2ª linha da tabela,
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até chegar na última linha da tabela. Após montar a estrutura da tabela verdade, você deve
determinar o valor de cada termo da saída considerando-se os valores das variáveis definidos na
2ª linha da tabela, até chegar ao valor lógico final da expressão.
Exemplo 1: S = A.B + A+C . B.C

A B C A.B A+C B.C (A+C) . (B.C) S = A.B + (A+C . B.C)


0 0 0 1 1 1 1 1
0 0 1 1 0 1 0 1
0 1 0 1 1 1 1 1
0 1 1 1 0 0 0 1
1 0 0 1 1 1 1 1
1 0 1 1 1 1 1 1
1 1 0 0 1 1 1 1
1 1 1 0 1 0 0 0

Exemplo 2: S = (A+B) . (A.C) + (B+C)

A B C A+B A.C (A+B) . (A.C) B+C S = (A+B) . (A.C) + (B+C)

Exercícios
Determine a tabela verdade das seguintes expressões lógicas:
1. S = (A + B) . (C + B) + (A + C)

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2. S = (B . C) + (A . C) . (B + C)

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Aula 12 - Laboratório: Associação de Portas Lógicas


1. Objetivo
 Aprender a fazer associações de portas lógicas no protoboard.

2. Materiais necessários
 Maleta Minipa; CIs 4001, 4071 e 4081; protoboard; alicates de corte e de ponta fina; fios e
cabos para conexão

3. Procedimentos
1) A partir da expressão lógica passada pelo professor, desenhe o esquema elétrico do circuito a
ser montado no protoboard. Indique as pinagens e os CIs no esquema.
2) Expressão lógica:
3) Esquema elétrico:

4) Com o kit didático desligado, efetue a montagem do circuito no protoboard, conforme


esquema elétrico.
5) Conecte as entradas A, B e C dos circuitos às chaves lógicas e a saída a um dos leds do kit.
6) Ligue o kit didático e aplique os níveis lógicos 0 e 1 nas entradas A, B e C do circuito, e
construa a tabela verdade, observando o nível lógico na saída S.
Tabela Verdade:
A B C S

7) Verifique se a tabela verdade obtida está correta, de acordo com a obtida teoricamente. Caso
não esteja, refaça a montagem e teste novamente.
8) Chame o professor para demonstrar o resultado.

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Aula 13 - Simplificação de Circuitos Combinacionais

1. Introdução
Os circuitos lógicos, que podem, além de ser implementados através de diagramas elétricos,
podem ser definidos por sua expressão lógica e também por sua tabela verdade.
Entretanto, alguns circuitos podem sofrer simplificações, de modo a reduzir os seus
componentes, mantendo a sua mesma função lógica. E é claro que um circuito simplificado tem
vários benefícios, como redução de custos, simplificação na sua implementação, menor risco e
custo relacionados à manutenção, etc.
Neste capítulo vamos estudar algumas simplificações possíveis de expressões lógicas,
conhecendo algumas técnicas: Teoremas de De Morgan e Mapas de Karnaugh.

2. Teoremas de De Morgan
Há dois teoremas de De Morgan utilizados para simplificar expressões lógicas:
Teorema 1: O complemento do produto é igual à soma dos complementos.
A . B . C = A +B +C
Teorema 2: O complemento da soma é igual ao produto dos complementos.
A+B+C=A.B.C
Exemplos: Simplifique as expressões lógicas utilizando os Teoremas de De Morgan:
a) A + B + C = A . B . C = A . B . C

b) A + B + C = (A . B) + C = (A . B) . C = (A + B) . C

Exercícios
Simplifique as seguintes expressões lógicas
a) S = A.B.C + A.C + A.B

b) S = A . B + A . B

c) S = A . B . C + A . B . C + A . B . C

d) S = A . B . C + A . B . C + A . B . C + A . B . C + A . B . C

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3. Mapas de Karnaugh
O Mapa de Karnaugh é um método de simplificação de expressões lógicas que utiliza uma
representação gráfica, sendo muito eficiente para simplificação de expressões que utilizam até 5
variáveis de entradas. Em nosso curso vamos aprender o método para simplificação de
expressões que utilizam até 3 variáveis de entrada.

3.1 Mapa de Karnaugh para 2 variáveis de entrada A e B


Para utilizar o método, é mais simples partirmos da tabela verdade. Caso haja apenas a expressão
lógica, basta construir a tabela verdade, operação que já aprendemos.
Tabela Verdade Mapa de Karnaugh
A B S B B Os locais onde são preenchidos os
0 0 S1 A S1 S2 valores da saída S são chamados
0 1 S2 A S3 S4 de células.
1 0 S3
1 1 S4

Exemplo 1: Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:


A B S S = 1 na segunda, na terceira e na quarta linhas. Na segunda linha,
0 0 0 temos A = 0 e B =1, ou seja, A . B; na terceira linha temos A = 1 e
0 1 1 B = 0, ou seja, A . B; e na quarta linha, temos A=B=1, ou seja, A .
1 0 1 B. Logo, a expressão lógica referente à tabela verdade ao lado é:
1 1 1 S=A.B+A.B+A.B
Preenchendo o mapa de Karnaugh com os valores de S, temos:
B B
A
A
Para simplificar a expressão lógica pelo Mapa de Karnaugh, utilizamos os seguintes
procedimentos:
 Agrupam-se as células onde S é igual a 1 em pares, de modo que pertençam à mesma coluna
ou à mesma linha;
 A célula onde S é 1 que não puder ser agrupada em par fica isolada;
 A variável cujo valor se alterar dentro do par (ou seja, em uma célula do par vale 0 e na
outra vale 1, ou vice-versa) é eliminada da simplificação.
Obs.: Nos pares, apenas uma das variáveis é fixa; na célula isolada, nenhuma variável é fixa.
Utilizando-se os procedimentos acima, temos 2 pares: o primeiro formado pelas célulasS2-S4 e o
segundo pelas célulasS3-S4. No primeiro par, a variável B é fixa; já no segundo par, a variável A
é fixa.
B B
A
A

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Eletrônica Digital I - Manual do Aluno

Então, a expressão S simplificada fica S = A + B, onde A e B são os resultados da simplificação


dos dois pares. Observe que a expressão simplificada ficou bem menor, resultando em uma porta
OU.
Exemplo 2: Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:
A B S S = 1 na primeira, na segunda e na terceira linhas. Na primeira linha,
0 0 1 temos A=B=0, ou seja, A . B; na segunda linha temos A=0 e B=1, ou
0 1 1 seja, A . B; e na terceira linha, temos A=1 e B=0, ou seja, A . B.
1 0 1 Logo, a expressão lógica referente à tabela verdade ao lado é:
1 1 0 S=A.B+A.B+A.B
Preenchendo o mapa de Karnaugh com os valores de S, temos:
B B
A
A
Temos então 2 pares: o primeiro formado pelas células S1 e S2 e o segundo pelas células S1-S3.
No primeiro par, a variável A não se altera; já no segundo par, a variável B não se altera.
B B
A
A
Então, a expressão S simplificada fica S = A + B, onde A e B são os resultados da simplificação
dos dois pares. Podemos ainda utilizar o Teorema de De Morgan para simplificar mais ainda a
expressão, resultando em S = A . B, que nada mais do que uma porta NAND, bem mais simples
do que a expressão inicial.

3.2 Mapa de Karnaugh para 3 variáveis de entrada A, B e C


Tabela Verdade Mapa de Karnaugh
A B C S B B
0 0 0 S1 A S1 S2 S4 S3
0 0 1 S2 A S5 S6 S8 S7
0 1 0 S3 C C C
0 1 1 S4
1 0 0 S5
1 0 1 S6
1 1 0 S7
1 1 1 S8
Exemplo 1: Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:
A B C S
0 0 0 0 S1 = 0
0 0 1 1 S2 = A . B . C
0 1 0 1 S3 = A . B . C
0 1 1 0 S4 = 0
1 0 0 0 S5 = 0
1 0 1 1 S6 = A . B .C
1 1 0 1 S7 = A . B . C
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1 1 1 0 S8 = 0
Preenchendo o mapa de Karnaugh com os valores de S, temos:
B B
A
A
C C C
Para simplificar a expressão lógica pelo Mapa de Karnaugh, utilizamos os seguintes
procedimentos:
 Agrupam-se as células onde S é igual a 1 em quadras, de modo que pertençam à mesma
coluna ou à mesma linha, mesmo que sejam em colunas adjacentes (1ª e 4ª colunas);
 Agrupam-se as células onde S é igual a 1 em pares, de modo que pertençam à mesma coluna
ou à mesma linha, mesmo que sejam em colunas adjacentes;
 As células onde S é 1 que não puderem ser agrupadas ficam isoladas;
 A(s) variável(s) cujo valor se alterar dentro da quadra ou do par (ou seja, em uma célula do
par vale 0 e na outra vale 1, ou vice-versa) é(são) eliminada(s) da simplificação.
Obs.: Em uma quadra, apenas uma das variáveis fica fixa; em um par, duas variáveis ficam fixas,
e em uma célula isolada não temos variável fixa.
Utilizando-se os procedimentos acima, temos 2 pares: o primeiro com S2 e S6 e o segundo com
S3 e S7. No primeiro par, as variáveis B . C não se alteram; já no segundo par, as variáveis B . C
não se alteram.
B B
A
A
C C C
Então, a expressão S simplificada fica S = B.C+B.C, onde A e B são os resultados da
simplificação dos dois pares. Observe que a expressão simplificada ficou bem menor, resultando
em uma porta OU Exclusive.
Exemplo 2: Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:
A B C S
0 0 0 1 S1 = A . B . C
0 0 1 1 S2 = A . B . C
0 1 0 1 S3 = A . B . C
0 1 1 0 S4 = 0
1 0 0 1 S5 = A . B . C
1 0 1 0 S6 = 0
1 1 0 1 S7 = A . B . C
1 1 1 0 S8 = 0
Preenchendo o mapa de Karnaugh com os valores de S, temos:
B B
A
A
C C C

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No mapa formado, temos uma quadra formada pelas células S1-S3-S5-S7 e um par formado
pelas células S1-S2. Na quadra, a variável fixa é C, e no par as variáveis fixas são A . B.
B B
A
A
C C C
Então, a expressão S simplificada fica S = A . B + C. Observe que a expressão simplificada ficou
bem mais simples.
Exercícios:
1. Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:
A B C S
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 1
a) Escreva a expressão lógica correspondente à tabela verdade

b) Utilizando o Mapa de Karnaugh, simplifique a expressão lógica.

2. Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:


A B C S
0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1

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a) Escreva a expressão lógica correspondente à tabela verdade

b) Utilizando o Mapa de Karnaugh, simplifique a expressão lógica.

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Aula 14 - Laboratório: Mapa de Karnaugh


1. Objetivo
 Demonstrar simplificação de circuitos lógicos através do Mapa de Karnaugh

2. Materiais a serem utilizados


 Maleta Minipa e Módulo 1112A

3. Prática 1

3.1 Procedimentos
1) Desenhe o circuito elétrico referente à tabela-verdade apresentada abaixo.
A B C Y
0 0 0 1
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 1
2) Utilizando o Mapa de Karnaugh, simplifique o circuito elétrico desenhado no item anterior.
3) Utilizando os materiais fornecidos, implemente o circuito simplificado e teste a tabela
verdade apresentada no item 1.
4) Demonstre ao professor o funcionamento do circuito.

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Aula 15 - Codificadores e Decodificadores

1. Introdução
Entre as inúmeras aplicações dos circuitos lógicos combinacionais, os codificadores e
decodificadores estão entre os mais difundidos. Isso acontece porque trabalhamos com códigos
ou sistemas de numeração, como por exemplos o binário, o hexadecimal, o decimal e um código
chamado BCD, que veremos logo adiante, e os equipamentos digitais operam com níveis lógicos
“0” e “1”. Por esta razão, os codificadores e decodificadores são necessários para converter as
informações da linguagem que as pessoas entendem (que são os códigos) para a linguagem que a
máquina entende (“0” e “1”).
Antes de apresentarmos codificadores e decodificadores, vamos estudar o código BCD, que é
muito utilizado.

2. Código BCD
O código BCD – Binary Coded Decimal (Decimal Codificado em Binário), também conhecido
por código 8421, é composto por quatro bits, tendo cada bit um peso equivalente ao do sistema
numérico binário:
 “1” para o primeiro bit à direita, que é chamado de bit menos significativo (LSB - Least
Significant Bit);
 “2” para o segundo bit à direita;
 “4” para o terceiro;
 “8” para o quarto bit à direita, que é chamado de bit mais significativo (MSB - Most
Significant Bit);
Desta forma este código representa os números decimais de “0” a “9” no sistema binário.
BCD
Decimal
8 4 2 1
0 0 0 0 0
1 0 0 0 1
2 0 0 1 0
3 0 0 1 1
4 0 1 0 0
5 0 1 0 1
6 0 1 1 0
7 0 1 1 1
8 1 0 0 0
9 1 0 0 1
Ao invés de se converter um número formado por diversos dígitos para o sistema binário, os
sistemas digitais que utilizam este código podem converter cada dígito do número para o BCD.
192039481910 = 0001 1001 0010 0011 1001 0100 1000 0001 1001
1 9 2 3 9 4 8 1 9

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3. Decodificadores
Decodificador é um circuito lógico que converte uma informação binária de “n” bits em “2n”
linhas de saída, as quais representam cada uma das combinações possíveis para a informação
binária de entrada. Estes circuitos são utilizados sempre que uma única saída deva ser ativada na
ocorrência de uma combinação específica de entradas.
Alguns decodificadores não utilizam todos os 2n códigos disponíveis, como é o caso do
decodificador BCD-decimal, que tem na sua entrada um código de 4 bits e apenas 10 saídas
válidas, e não 24=16 saídas disponíveis. Nestes casos, os decodificadores devem ser projetados
levando-se em conta que, se um dos códigos não utilizados aparecer na entrada, nenhuma das
saídas seja ativada.
Abaixo é representada uma versão bastante simplificada, de um decodificador 2-para-4, isto é, o
circuito lógico de um decodificador de duas entradas e 22 saídas.
A B S0 S1 S2 S3
0 0 1 0 0 0
0 1 0 1 0 0
1 0 0 0 1 0
1 1 0 0 0 1

3.1 Decodificador BCD para Decimal


Este decodificador possui uma informação de entrada de 4 bits, que correspondem aos dígitos
decimais de “0 a 9”, ou seja, 0000 a 1001. A saída deste circuito é formada por 10 saídas,
representando cada um dos dígitos decimais. A seguir é mostrado como pode ser projetado um
decodificador BCD Decimal, onde o código BCD é dado pelas entradas A, B, C e D, e as saídas
são definidas por I0-I9.
ENTRADAS SAÍDAS
A B C D I9 I8 I7 I6 I5 I4 I3 I2 I1 I0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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A título de ilustração, a seguir é mostrado o Circuito Integrado 7445 (16 pinos), o qual é um
decodificador BCD-decimal. Os pinos “16” e “8” são a alimentação e o GND (terra)
respectivamente. Os pinos 12, 13, 14 e 15 são as entradas BCD e os pinos “1-7” e “9-11” são as
saídas decimais. É importante notar que este CI 7445 apresenta as linhas de saída ativas em nível
baixo. Abaixo é mostrado o diagrama de pinos deste CI e a sua tabela verdade. As letras L e H,
indicam nível lógico baixo e nível lógico alto, respectivamente.

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O circuito representado na figura abaixo mostra como pode ser utilizado o CI 7445 com diodos
emissores de luz (LED’s) para representar cada um dos dígitos decimais, indicados pelo código
BCD presente na entrada do circuito.

3.2 Decodificador e Indicador de 7 Segmentos (Display)


Um indicador de 7 segmentos (display) nada mais é do que 7 diodos emissores de luz (LED)
conectados de tal forma que é possível a representação dos números decimais. Cada led é
representado por letras designadas por a, b, c, d, e, f, g, representando cada um dos 7 segmentos.

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Deve-se observar que existe a necessidade da associação de resistores em série com os led’s a
fim de limitar a corrente que deverá fluir através dos mesmos. Entretanto, alguns decodificadores
BCD- 7 segmentos já possuem internamente estes resistores, não necessitando a conexão externa
dos mesmos.
Há dois tipos de decodificadores BCD - 7 segmentos correspondendo aos dois tipos de display’s
existentes. Cada decodificador possui 4 pinos de entrada (entrada BCD) e 7 pinos de saída
representando cada um dos 7 segmentos.
A figura abaixo mostra o CI 7446 acionando um display do tipo anodo comum. Os circuitos
lógicos internos do CI 7446 convertem a entrada BCD para a saída necessária. Por exemplo, se a
entrada BCD é 0111, a lógica interna do CI 7446 irá forçar os “led’s” “a”, “b” e “c” a
conduzirem, já que os transistores correspondentes entrarão em saturação. Como resultado, o
dígito “7” aparecerá no indicador de sete segmentos.
Na figura abaixo, também é mostrada a decodificação para a configuração de display em cátodo
comum. O CI 7448 é o circuito apropriado para este caso. Conforme se vê na figura abaixo, o
CI7448 já possui os resistores limitadores de corrente internamente.

4. Codificadores
Codificador é o circuito com lógica inversa a do decodificador, ou seja, é um circuito que possui
2n entradas, com apenas uma delas ativa a cada instante de tempo e as demais iguais a zero, e
produz um código de n bits na saída. A seguir é apresentado um exemplo ilustrativo de um
codificador 4 para 2.

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4.1 Codificador Decimal para BCD


Este circuito possui 10 entradas que correspondem aos números 0 a 9 em decimal, onde apenas
uma destas entradas é ativa a cada instante, e uma saída de 4 bits correspondente ao código BCD
equivalente à entrada ativa. Deve-se observar que as entradas são ativas em nível baixo.

4.2 Codificador de Prioridade


São circuitos codificadores que incluem em sua lógica uma função de prioridade, onde mais de
uma das entradas podem estar ativas a cada instante, porém a saída indicará o código da entrada
de maior prioridade.
48
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A seguir é apresentado um circuito codificador de prioridade de 4 bits. A saída Val assume valor
lógico alto sempre que pelo uma das entradas esta ativa. Quando todas as entradas estão em nível
baixo, inativas, a saída Val permanece em nível
baixo.

Um exemplo bastante comum da aplicação dos codificadores e decodificadores é em


computadores para fazer a codificação/decodificação entre os caracteres alfanuméricos do
teclado e a CPU. Um teclado tem normalmente 105 caracteres, onde cada um destes possui um
código equivalente conhecido como código ASCII. Este código é composto de 7 bits onde cada
caracter possui um código específico.

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Aula 16 - Laboratório: Decodificador de 7 Segmentos


1. Objetivo
 Familiarizar com circuito decodificador de display.

2. Materiais a serem utilizados


 Maleta Minipa, protoboard, CI CD4511, display de 7 segmentos, resistores de 150Ω, cabos
para conexão, alicate de corte e de bico.

3. Prática

3.1 Procedimentos
1) Monte no protoboard o circuito abaixo.

2) Alimente o circuito com a fonte de 5VDC da maleta.


3) Ligue as entradas A, B, C e D às chaves lógicas (plugs vermelhos) da maleta.
4) Posicione as chaves de forma a obter as combinações lógicas e complete a tabela a seguir:
Entrada binária Saída para o display de 7 segmentos
Digito
D C B A a b c d e f g
7
3
5
1
4
9
6
8
2
0
5) Aplique a combinação lógica equivalente ao número 10 na entrada do decodificador. Que
número apresenta no display?

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Anexo - Circuitos Integrados

1. Introdução
As portas lógicas ou os circuitos digitais por elas formados são fabricados em uma peça de
material semicondutor (geralmente silício), e são chamados de circuitos integrados
(abreviadamente CI, também conhecido por chip). Por sua vez, o CI é encapsulado em uma
embalagem de plástico ou de cerâmica, a partir do qual saem alguns pinos
para conexão do CI com outros dispositivos. O tipo mais comum de
embalagem é o DIP (dual-in line package) (figura ao lado), que possui duas
linhas paralelas de pinos, numerados no sentido anti-horário a partir de 1,
quando vistos de cima da embalagem, em relação a um ponto de
identificação em um dos lados do chip. Existem CIs com este tipo de embalagem com 14, 16, 20,
24, 28, 40 e 64 pinos.
As famílias de CIs diferem-se basicamente pelo componente principal utilizado por cada uma em
seus circuitos. A família TTL (Transistor Transistor Logic) usa transistores bipolares como seu
principal componente, enquanto a família MOS (Metal Oxide Semiconductor) usa transistores
unipolares MOSFET.
Apresentaremos a seguir algumas características de cada uma destas famílias, necessárias para a
continuidade do nosso estudo.

2. Parâmetros de Tensão e Corrente de um CI


VIH(mínimo) - É o valor mínimo da tensão de entrada do CI para representar o nível lógico 1.
VIL(máximo) - É o valor máximo da tensão de entrada do CI para representar o nível lógico 0.
VOH(mínimo) - É o valor mínimo da tensão de saída para representar o nível lógico 1.
VOL(máximo) - É o valor máximo da tensão de saída para representar o nível lógico 0.
IIH-É o valor da corrente de entrada quando um nível lógico 1 é aplicado.
IIL-É o valor da corrente de entrada quando um nível lógico 0 é aplicado.
IOH-É o valor da corrente de saída quando um nível lógico 1 é gerado.
IOL-É o valor da corrente de saída quando um nível lógico 0 é gerado
Fan-Out –Também chamado de fator de carga, é definido como o número máximo de entradas
de CIs que uma saída pode alimentar de forma confiável. Por exemplo, um CI com fan-out de 5
pode alimentar até 5 entradas lógicas padrão.

3. Níveis de Integração de Circuitos


Os cinco níveis básicos de integração de circuitos são mostrados a seguir.
Nível de Integração Número de Portas
Integração em Pequena Escala (SSI) Menos de 12
Integração em Média Escala (MSI) 12 a 99
Integração em Grande Escala (LSI) 100 a 9.999
Integração em Muito Grande Escala (VLSI) 10.000 a 99.999
Integração em Ultra Grande Escala (ULSI) 100.000 ou mais

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4. A Família Lógica TTL


A família TTL (transistor-transistor logic) é uma das famílias lógicas mais utilizadas na
construção de CIs, utilizando técnicas SSI e MSI. Em 1964, a Texas Instruments Corporation
introduziu a primeira linha de circuitos integrados TTLpadrão. As séries denominadas 54/74
foram uma das famílias lógicas de integrados mais utilizadas até hoje. Atualmente, não só a
Texas, mas um grande número de outros fabricantes produzem circuitos integrados TTL.
Felizmente, todos eles usam o mesmo sistema de numeração para identificarem os diversos CIs
da família, de forma que a descrição do integrado associado a uma determinada numeração é a
mesma, não importando qual o fabricante do CI. Cada fabricante, no entanto, acrescenta
normalmente um prefixo próprio à descrição do CI. Por exemplo, a Texas usa o prefixo SN, a
National Semiconductor adota o prefixo DM e a Motorola Inc. adota o prefixo MC. Desta forma,
dependendo do fabricante, você poderá encontrar um chip NOR quádruplo, denominado
DM7402, SN7402, MC7402 ou alguma outra designação relativa a um quarto fabricante. A parte
importante da denominação é o número 7402, que é o mesmo para todos os fabricantes.
Podemos encontrar todas as informações necessárias à correta utilização de qualquer CI
consultando o manual editado pelo fabricante ou o seu datasheet, hoje disponível na Rede
Internet.

4.1 Tensão de alimentação e faixa de temperatura


Ambas as séries 74 e 54 usam uma fonte nominal de tensão (VCC) de 5 V. A série 74 opera de
forma confiável com VCC na faixa de 4,75 a 5,25 V, enquanto a série 54 tolera variações da
tensão de alimentação na faixa de 4,5 a 5,5 V.
A série 74 foi projetada para operar em temperaturas ambientes na faixa de 0 a 70°C, enquanto a
série54 opera na faixa de - 55 a +125°C. Em razão de sua maior tolerância a variações de
temperatura e de tensão, os CIs da série 54 são mais caros do que os da 74, sendo empregados
em aplicações onde a confiabilidade da operação precise ser mantida em condições extremas,
como por exemplos em aplicações militares e espaciais.

4.2 Níveis de Tensão


A tabela abaixo mostra os níveis de tensão de entrada e saída para a série 74.
Mínimo Típico Máximo
VIL - - 0,8
VIH 2,0 - -
VOL - 0,1 0,4
VOH 2,4 3,4 0,4

Valores de Tensões Máximas Absolutas


Os valores das tensões mostrados no quadro acima não incluem os valores limites máximos
absolutos de tais tensões. Entende-se por máximos absolutos os valores que não podem ser
ultrapassados em hipótese alguma, sob pena de danificar irremediavelmente o CI. Por exemplo,
as tensões aplicadas às entradas dos CIs da série 74 não podem nunca ultrapassar + 5,5 V.

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4.3 Dissipação de Potência


Uma porta NAND TTL-padrão, por exemplo, consome uma potência média de 10 mW, sendo
que a potência de 40 mW é a potência consumida por todas as quatro portas NAND do chip.

4.4 Fan-Out
Uma porta TTL-padrão pode alimentar em torno de 10 entradas TTL-padrão. Para determinar
quantas entradas diferentes a saída de um CI pode alimentar, precisamos conhecer IOL(máx) e
IOH(máx) de tal CI e as necessidades de corrente de cada entrada, IILe IIH. Estas informações
estão sempre presentes nas especificações fornecidas pelo fabricante. Desta forma, o número de
entradas que podem ser alimentadas por uma saída é dado por:
fan-out (baixo) = IOL(máx) / IIL(máx)
fan-out (alto) = IOH(máx) / IIH(máx)
Se o fan-out para o nível baixo for diferente do fan-out para o nível alto, como ocorre em alguns
casos, devemos escolher o menor dos dois.

4.5 Outras Séries TTL


Os CIs da série TTL-padrão oferecem uma combinação de velocidades e potências consumidas
adequadas a um grande número de aplicações. Entre os CIs desta série, podemos encontrar uma
ampla variedade de portas lógicas, flip-flops e multivibradores monoestáveis, construídos
segundo a tecnologia SSI, além de registradores de deslocamento, contadores, decodificadores,
memórias e circuitos aritméticos, construídos com a utilização da tecnologia MSI.
Várias outras séries TTL foram desenvolvidas depois do aparecimento da série 74-padrão. Estas
outras séries fornecem uma ampla variedade de escolha dos parâmetros de velocidade e potência
consumida. Uma descrição resumida das outras séries é apresentada a seguir.
 Série TTL 74S Schottky: A série 74S é bem mais rápida do que a 74-padrão, consumindo
um pouco mais de potência.
 Série TTL 74LS Schottky: É uma versão da 74S, com consumo de potência mais baixo e
com velocidade bem mais alta.
 Série TTL 74AS Schottky Avançada (AS-TTL): A série 74AS é mais rápida do que a
série 74S, com um consumo de potência extremamente baixo. Também possui fan-out maior
que os da série 74S.
 A Série TTL Schottky Avançada de Baixa Potência (74ALS-TTL): Esta série oferece
uma sensível melhora em relação à 74LS no que diz respeito à velocidade de operação e à
potência consumida.

4.6 Entradas desconectadas (em flutuação)


Se uma entrada de um CI TTL estiver desconectada (aberta ou não-alimentada), ela se
comportará exatamente como se estivesse aplicado a ela um nível lógico 1. Quando uma entrada
for deixada aberta, diz-se que a mesma está em “flutuação”.

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4.7 Saídas TTL tristate


O nome tristate é dado quando tivermos três possíveis estados na saída do circuito: alto, baixo e
alta impedância (Hi-Z). O estado Hi-Z é quando a saída está aberta ou em flutuação, ou seja, não
se encontra nem no nível alto nem no nível alto.
Os CIs que possuem saídas tristate permitem a interligação entre si em paralelo.

5. A Família MOS
A tecnologia MOS (metal oxide semiconductor) é devido a sua estrutura básica ser formada por
um eletrodo de metal conectado a uma camada de óxido isolante que, por sua vez, é depositada
sobre um substrato de silício. Os transistores construídos na técnica MOS são transistores por
efeito de campo (field-effect transistor) chamados de MOSFETs. A maioria dos chips MOS é
construída utilizando somente MOSFETs, sem o emprego de nenhum outro componente.
As principais vantagens da Família MOS em relação à Família TTL são: maior simplicidade no
processo de fabricação, menor custo de fabricação, menor tamanho, consumo menor de potência,
menor margem de ruído, opera com uma faixa maior de tensão e possui um fan-out maior. Por
outro lado, como desvantagens temos: velocidade de operação menor, maior sensibilidade à
eletricidade estática. Entretanto, em muitas aplicações a velocidade de operação não é um fator
chave para o sucesso do projeto, tornando a tecnologia MOS numa alternativa bem mais
vantajosa.

6. A Família CMOS
A família lógica MOS Complementar usa transistores MOSFETs canal-N e canal-P no mesmo
circuito, de forma a aproveitar as vantagens de ambas as famílias lógicas. Em geral, os
dispositivos da família CMOS são mais rápidos, e consomem ainda menos potência que os da
família MOS. Como desvantagens em relação à família MOS, temos sua extrema complexidade
do processo de fabricação, e sua baixa densidade de integração, o que os impede de competir
com o MOS em aplicações LSI. No entanto, a lógica CMOS vem experimentando um
crescimento constante nas aplicações MSI, a maioria das vezes desbancando a lógica TTL, que é
a sua competidora mais direta. O processo de fabricação do CMOS é mais simples do que o
TTL, possuindo também uma densidade de integração maior, consequentemente reduzindo o seu
custo por função lógica. A lógica CMOS só usa uma pequena fração da potência necessária à
série TTL com as especificações de consumo mais baixas (série 74L), sendo especialmente
apropriada para as aplicações que devam ser alimentadas por bateria. Via de regra, os
dispositivos CMOS são mais lentos que os TTL, apesar da nova série CMOS de alta velocidade
competir em pé de igualdade com as séries TTL 74 e 74LS.

6.1 Características da Série CMOS


Séries 4000/14000: As séries 4000 e14000, lançadas pela RCA e pela Motorola Inc.,
respectivamente, foram as primeiras séries da família CMOS.
Série 74C: Esta série CMOS é compatível, pino por pino e função por função, com dispositivos
TTL de mesmo número. Muitas das funções disponíveis em TTL estão também disponíveis em
CMOS. A performance da série 74C é quase idêntica à da série 4000.

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Série 74HC: É uma versão melhorada da série 74C. O principal melhoramento é o tempo de
resposta, em torno de dez vezes menor que o da série 74C. A velocidade dos dispositivos desta
série é comparável com a velocidade dos dispositivos da série TTL 74LS. Outra melhoria na
série 74HC é a sua capacidade de suportar altas correntes na saída.
Série 74HCT: Esta também é uma série CMOS de alta velocidade. A principal diferença entre
esta série e a 74HC é o fato dela ser desenvolvida para ser compatível em termos de tensões com
os dispositivos da família TTL. Em outras palavras, os dispositivos 74HCT podem ser
alimentados diretamente por saídas de dispositivos TTL. Isto não se aplica às outras séries
CMOS.

6.2 Tensão de Alimentação


As séries 4000 e 74C operam com valores de VDD na faixa de 3 a 15 V, de forma que a regulação
da fonte de alimentação não constitui um ponto crítico para tais séries. Já as séries 74HC e
74HCT operam com uma alimentação na faixa de 2 a 6 V. Quando dispositivos CMOS e TTL
estiverem sendo usados em conjunto, a tensão de alimentação deve ser mantida usualmente em
5V, de modo que uma única fonte de 5 V possa fornecer tanto a tensão V DD para os dispositivos
CMOS, quanto a tensão VCC dos dispositivos TTL.

6.3 Fan-Out
Tipicamente, as saídas CMOS têm um fan-out máximo de 50, para operações abaixas
frequências, menores do que 1 MHz. Naturalmente, nas operações a frequências maiores, o fan-
out é menor.

6.4 Entradas Não-Utilizadas


As entradas de um circuito CMOS não podem nunca ser deixadas desconectadas. Todas as
entradas CMOS desnecessárias a uma particular aplicação devem ser conectadas a uma fonte de
tensão fixa (0 V ou VDD), ou a uma outra porta de entrada. Esta regra se aplica mesmo às
entradas das portas lógicas não usadas dentro de um chip. Uma entrada CMOS desconectada é
suscetível à ação de ruído ou de cargas estáticas, resultando em considerável aumento da
potência dissipada, que terá como consequência o superaquecimento do circuito.

7. Interface entre CIs


Interfacear significa conectar a(s) saída(s) de um circuito ou de um sistema à(s) entrada(s) de
outro circuito ou sistema com características elétricas diferentes. Muitas vezes, não é possível
conectar diretamente um dispositivo a outro devido às diferenças elétricas entre o dispositivo que
está fornecendo o sinal de saída e o dispositivo que está recebendo o sinal.
Um circuito de interface é um circuito conectado entre o dispositivo anterior (que funciona como
alimentador) e o dispositivo posterior (que funciona como carga), cuja função é compatibilizar as
características do sinal de saída do circuito alimentador, condicionando-o de forma a torná-lo
compatível com as exigências da carga.
O quadro abaixo mostra vários casos de interface que podem ser analisados. Este quadro contém
valores correspondentes aos piores casos dos parâmetros de entrada/saída para dispositivos
padrões das séries TTL e CMOS.
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Quadro para valores de interface entre Famílias CMOS e TTL (pior caso)*
CMOS TTL
Parâmetro 400B 74HC 74HCT 74 74LS 74AS 74ALS
VIH (mín) 3,5V 3,5V 2,0V 2,0V 2,0V 2,0V 2,0V
VIL (máx) 1,5V 1,0V 0,8V 0,8V 0,8V 0,8V 0,8V
VOH (mín) 4,95V 4,9V 4,9V 2,4V 2,7V 2,7V 2,7V
VOL (máx) 0,05V 0,1V 0,1V 0,4V 0,5V 0,5V 0,4V
IIH (máx) 1µA 1µA 1µA 40µA 20µA 200µA 20µA
IIL (máx) 1µA 1µA 1µA 1,6mA 0,4mA 2,0mA 100µA
IOH (máx) 0,4mA 4mA 4mA 0,4mA 0,4mA 2,0mA 100µA
IOL (máx) 0,4mA 4mA 4mA 16mA 8mA 20mA 8mA
* Tensão de alimentação = 5V

8. Dispositivos TTL alimentando dispositivos CMOS


Quando fazemos a interface de diferentes tipos de CIs, precisamos verificar se o dispositivo
alimentador pode gerar a corrente e a tensão necessárias ao funcionamento dos dispositivos que
estão atuando como suas cargas.
O exame do quadro da seção anterior indica que os valores das correntes de entrada dos
dispositivos CMOS são extremamente baixos, se comparados às correntes geradas pelas saídas
de qualquer das séries TTL. Então, não há problema para os circuitos TTL gerarem correntes de
entrada dentro das especificações de entrada dos dispositivos CMOS.
No caso das tensões, encontramos problemas ao examinar as tensões geradas pelos dispositivos
TTL, e as exigências relativas às tensões de entrada dos dispositivos CMOS. Observamos que
VOH(mín) de todas as séries TTL é muito baixa quando compara com VIH(mín) das séries 400B e
74HC. Para estas situações, algo precisa ser feito para colocar
as tensões de saída TTL dentro de níveis aceitáveis para
entradas CMOS.
A solução mais comum para resolver o problema desta
interface é mostrada na figura ao lado, onde a saída TTL é
conectada a +5V através de um resistor de pull-up. A
presença do resistor de pull-up vai fazer com que a saída TTL
atinja aproximadamente 5V quando a saída estiver no nível
lógico1, transformando-se, portanto, numa entrada em níveis
compatíveis com dispositivos CMOS. Utilizamos normalmente um resistor de valor entre 1Ke
10K.

9. Dispositivos CMOS alimentando dispositivos TTL


CMOS alimentando TTL no nível lógico 1: O quadro anterior mostra que as saídas CMOS
podem suprir facilmente tensão suficiente (VOH) para satisfazer às exigências das entradas TTL
no nível lógico 1 (VIH). Ela também mostra que as saídas CMOS podem suprir mais do que
acorrente necessária (IOH) para atender às necessidades de corrente (IIH) requeridas pelas entradas
TTL. Então não é necessária nenhuma consideração especial no caso do nível lógico 1.

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CMOS alimentando TTL no nível lógico 0: O quadro anterior mostra que as entradas TTL tem
uma corrente de entrada relativamente alta quando no nível lógico 0, variando na faixa de 100A
à 2mA. As famílias 74HC e 74HCT podem absorver até 4mA, e sendo assim não haverá
problema quando suas saídas forem alimentar uma única carga TTL pertencente a qualquer das
séries. A série 4000B, no entanto, é muito mais limitada. Sua corrente IOL é muito baixa, não
sendo suficiente para alimentar nenhuma entrada de chips das séries 74 e 74AS.

Exercícios
1. O que é Circuito Integrado?

2. O que é encapsulamento DIP (dual-in line package)?

3. Quais são as famílias de CIs mais encontradas no mercado?

4. Quais são os principais parâmetros de tensão e corrente dos CIs?

5. Quais são os níveis básicos de integração de CIs?

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6. Quais são as faixas de tensão de operação da família TTL?

7. O que acontece se uma entrada em uma porta de um CI padrão TTL for deixada
desconectada?

8. O que é saída tri-state?

9. Quais são as principais vantagens da família MOS em relação à família TTL? E as


desvantagens?

10. Quais são as vantagens e desvantagens da família CMOS em relação à família MOS?

11. Quais são as faixas de tensão de operação da família CMOS?

12. O que acontece se uma entrada em uma porta de um CI da família CMOS for deixada
desconectada?

13. O que significa interfacear CIs?

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14. Como se faz na prática para interfacear CIs TTL com CIs CMOS de modo a resolver o
problema de nível de tensão baixo na saída TTL, insuficiente para alimentar uma entrada
CMOS?

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Referências Bibliográficas
 LEAESHEY, H. Apostila de Circuitos Digitais “A”. Universidade de Santa Maria.
Disponível no site www.eletronicadigital.com/site/curso-eletronica-digital

 Britto, S. C. L. S. Eletrônica Digital I. ETEC “Sylvio de Mattos Carvalho”, 2002

 Minipa. Manual do Professor – Circuitos Lógicos CMOS M112A

 SILVA, L. M. C. Análise de Circuitos Digitais-Codificadores. Cornélio Procópio-PR:


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