Eletrotécnica
Componente Curricular:
Eletrônica Digital I
Manual do Aluno
Versão 2.0 – Fev/2015
Sumário
2. Materiais necessários............................................................................................................. 35
3. Procedimentos ....................................................................................................................... 35
Aula 13 - Simplificação de Circuitos Combinacionais ................................................................. 36
1. Introdução.............................................................................................................................. 36
2. Teoremas de De Morgan ....................................................................................................... 36
Exercícios .............................................................................................................................. 36
3. Mapas de Karnaugh ............................................................................................................... 37
3.1 Mapa de Karnaugh para 2 variáveis de entrada A e B .................................................... 37
3.2 Mapa de Karnaugh para 3 variáveis de entrada A, B e C ............................................... 38
Aula 14 - Laboratório: Mapa de Karnaugh ................................................................................... 42
1. Objetivo ................................................................................................................................. 42
2. Materiais a serem utilizados .................................................................................................. 42
3. Prática 1 ................................................................................................................................. 42
3.1 Procedimentos ................................................................................................................. 42
Aula 15 - Codificadores e Decodificadores .................................................................................. 43
1. Introdução.............................................................................................................................. 43
2. Código BCD .......................................................................................................................... 43
3. Decodificadores ..................................................................................................................... 44
3.1 Decodificador BCD para Decimal .................................................................................. 44
3.2 Decodificador e Indicador de 7 Segmentos (Display) .................................................... 46
4. Codificadores ........................................................................................................................ 47
4.1 Codificador Decimal para BCD ...................................................................................... 48
4.2 Codificador de Prioridade ............................................................................................... 48
Aula 16 - Laboratório: Decodificador de 7 Segmentos................................................................ 50
1. Objetivo ................................................................................................................................. 50
2. Materiais a serem utilizados .................................................................................................. 50
3. Prática .................................................................................................................................... 50
3.1 Procedimentos ................................................................................................................. 50
Anexo - Circuitos Integrados ........................................................................................................ 51
1. Introdução.............................................................................................................................. 51
2. Parâmetros de Tensão e Corrente de um CI .......................................................................... 51
3. Níveis de Integração de Circuitos ......................................................................................... 51
4. A Família Lógica TTL .......................................................................................................... 52
4.1 Tensão de alimentação e faixa de temperatura ................................................................ 52
4.2 Níveis de Tensão ............................................................................................................. 52
4.3 Dissipação de Potência .................................................................................................... 53
4.4 Fan-Out............................................................................................................................ 53
Curso Técnico em Eletrotécnica
Eletrônica Digital I - Manual do Aluno
1. Introdução
Vamos iniciar o nosso estudo de Eletrônica Digital começando pelos sistemas numéricos.
Nós nos acostumamos, desde criança, a utilizar somente o sistema numérico 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9, que é o mais utilizado no mundo todo. Porém, na Eletrônica Digital, dois sistemas
numéricos são os mais utilizados: o sistema binário e o sistema hexadecimal.
O sistema binário nasceu devido aos dispositivos eletrônicos presentes nos circuitos digitais e
nos computadores operarem apenas com dois estados lógicos: estado “1” (um), que foi associado
à presença de tensão elétrica, e estado “0” (zero), que foi associado à ausência de tensão elétrica.
O sistema hexadecimal surgiu da necessidade de associação de números binários para redução de
espaços físicos, principalmente espaços ocupados em memórias de computadores, e também para
facilitar a interação do homem com os sistemas digitais. Assim, veremos que a cada quatro
dígitos binários equivalem a apenas um dígito hexadecimal.
Como já conhecemos o sistema decimal, vamos utilizá-lo como base para aprendermos os
sistemas binário e hexadecimal, aprendendo a fazer conversões de números de um sistema para
outro.
Para começarmos o estudo, vamos entender primeiramente o porquê dos nomes dos sistemas. O
nome de cada sistema é definido justamente pela quantidade de dígitos diferentes que o sistema
utiliza. Então, no sistema decimal, temos dezdígitos diferentes, que já conhecemos: 0, 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8 e 9. No sistema binário, temos dodígitos, 0 e 1. E no sistema hexadecimal, 16dígitos:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F (as letras A, B, C, D, E, F são utilizadas no
lugar de números, já que só conhecemos os dez dígitos do sistema decimal).
Resumo:
Sistema Decimal:
Sistema Binário:
Sistema Hexadecimal:
2. Sistema Decimal
Tomemos como exemplo o número digital 5.347 (cinco mil, trezentos e quarenta e sete).
5 3 4 7
Exercícios
Decompor os seguintes números na base 10:
a) 29.168 =
b) 98.726 =
c) 135.409 =
1
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3. Sistema Binário
No sistema binário, ou sistema de base 2, os dígitos utilizados, como vimos, são “0” e “1”.
Exemplos de números binários: 101, 111011, 10110101
Exercícios
Faça a conversão dos seguintes números binários para decimal:
a) Preencha a tabela abaixo, fazendo a conversão de binário para decimal:
Nº binário Nº decimal Nº binário Nº decimal
(0)2 (1000)2
(1)2 (1001)2
(10)2 (1010)2
(11)2 (1011)2
(100)2 (1100)2
(101)2 (1101)2
(110)2 (1110)2
(111)2 (1111)2
b) (10110101)2 =
c (1100101101)2 =
d) (111000101100)2 =
2
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Exercícios
Faça a conversão dos seguintes números binários para decimal utilizando o método prático
apresentado:
a) (111010111)2 =
b) (1110101010)2 =
c) (1100111000110010)2 =
3
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245
Exercícios
Faça as seguintes conversões:
a) Preencha a tabela abaixo, efetuando a conversão do número decimal para binário (registre as
divisões no verso desta folha):
Número Número Número Número
decimal binário decimal binário
(0)10 (8)10
(1)10 (9)10
(2)10 (10)10
(3)10 (11)10
(4)10 (12)10
(5)10 (13)10
(6)10 (14)10
(7)10 (15)10
a) (163)10 = ( ? )2 b) (417)10 = ( ? )2
4
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Exercícios
Faça as seguintes conversões, utilizando o método da conversão direta:
a) (508)10 = ( ? )2
Resposta: (508)10 =
b) (685)10 = ( ? )2
Resposta: (685)10 =
5
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c) (1486)10 = ( ? )2
Resposta: (1846)10 =
4. Sistema Hexadecimal
Os números hexadecimais são amplamente utilizados para a representação de números e dados
binários em operações utilizadas em computadores. Embora os computadores trabalhem somente
com números binários, o sistema hexadecimal se constitui no elo entre o homem e o sistema
binário, quando se trabalha com números binários de vários dígitos.
Como o próprio nome diz, o sistema hexadecimal possui “16” dígitos e utiliza a base “16”. Os
“10” primeiros dígitos são idênticos aos dígitos do sistema decimal e os restantes são
representadas pelas letras A, B, C, D, E e F.
Como foi dito na introdução, temos que cada dígito hexadecimal equivale a quatro dígitos
binários.
A seguir, é mostrada uma tabela com as equivalências entre os sistemas hexadecimal, decimal e
binário.
Decimal Hexadecimal Binário
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
6
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Exercícios
Converta os seguintes números hexadecimais para binários:
a) (A10B)16 = ( ? )2
Resposta: (A10B)16 =
b) (DE75A)16 = ( ? )2
Resposta: (DE75A)16 =
c) (5CF84)16 = ( ? )2
Resposta: (5CF84)16 =
Exercícios
Converta os seguintes números binários para hexadecimais:
a) (11001100101)2 = ( ? )16
Resposta: (11001100101)2 =
b) (100100011010)2 = ( ? )16
Resposta: (100100011010)2 =
c) (111110010110110110)2 = ( ? )16
Resposta: (111110010110110110)2 =
8
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Exercícios
Converta os seguintes números hexadecimais para decimais:
a) (8AC)16= ( ? )10
Resposta: (8AC)16=
b) (4BD9)16 = ( ? )10
Resposta: (4BD9)16 =
c) (3F5E8)16 = ( ? )
Resposta: (3F5E8)16 =
Exercícios
Faça as seguintes conversões:
a) (3185)10 = ( ? )16 b) (9437)10 = ( ? )16
10
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Exercícios
1. Faça as seguintes conversões, utilizando o método da conversão direta:
a) (6945)10 = ( ? )16
Resposta: (6945)10 =
b) (10325)10 = ( ? )16
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1. Introdução
Em 1854, o matemático inglês George Boole (1815-1864) criou a Álgebra Booleana, e mais
tarde, em 1938, o pesquisador americano Claude E. Shannon adaptou a Álgebra de Boole para
analisar e descrever o desempenho de circuitos de comutação telefônica construídos à base de
relés. Ele fez com que as variáveis booleanas representassem relés fechados (ou nível lógico “1”)
ou abertos (ou nível lógico “0”). A partir desta aplicação, começou então a difusão da tecnologia
digital que temos disponível na atualidade.
A Álgebra de Boole é definida por Postulados, Leis e Teoremas, que passaremos a estudar agora.
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5. Funções Booleanas
Uma função booleana é uma expressão algébrica do seguinte tipo:
S = A + B . C + D
onde S é a função booleana, A, B, C e D são variáveis de entrada que podem assumir valores “0”
ou “1”, “+” (soma), “.” (produto) e (inversor ou complemento) são operadores lógicos.
Neste exemplo, S pode assumir valores “0” ou “1”, dependendo da combinação das variáveis de
entrada e dos operadores. O número de combinações possíveis (N) entre as variáveis de entrada é
dado por:
N=2n
onde n é o número de variáveis de entrada.
Por exemplo, para duas variáveis de entrada, temos 22=4 combinações possíveis: 00, 01, 10 e 11.
Para três variáveis de entrada, temos 23=8 combinações possíveis: 000, 001, 010, 011, 100, 101,
110 e 111. E assim por diante.
6. Tabela Verdade
Os valores assumidos por uma função booleana em função dos valores das variáveis de entrada
podem ser mostrados em uma tabela chamada Tabela Verdade. Nesta tabela, colocam-se do lado
esquerdo da tabela as variáveis de entrada com todas suas combinações possíveis em uma
sequência crescente, e do lado direito da tabela coloca-se os valores assumidos pela função
conforme as variáveis de entrada.
Por exemplo, para a função S = A + B, a tabela verdade será:
A B S
0 0 1 Para A=B=0, S = 0 + 0 = 1 + 0 = 1
0 1 1 Para A=0 e B=1, S = 0 + 1 = 1 + 1 = 1
1 0 0 Para A=1 e B=0, S = 1 + 0 = 0 + 0 = 0
1 1 1 Para A=B=1, S = 1 + 1 = 0 + 1 = 1
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Exercícios
Construa a tabela verdade referente às seguintes expressões algébricas:
a) S = A.B + A
b) S = A.B + A.C
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2. Apresentação
O SD-1202 apresentado na Figura 1 é uma unidade de treinamento desenvolvida pela Minipa
para proporcionar treinamento nas áreas de eletrônica analógica e digital. O kit possui módulos
de fonte de alimentação, chaves, potenciômetros, indicadores, gerador de função, gerador lógico,
detector lógico, display e décadas, o que torna esse kit completamente capaz de desenvolver
circuitos tanto analógicos como digitais.
O SD-1202 é composto de área de expansão para adicionar circuitos de desenvolvimento de
novas experiências através dos módulos SD-1100A (opcionais).
2.1 Características
Display Hexadecimal : 2 displays (LED 7 segmentos)
Décadas: Capacitiva, Indutiva e Resistiva
Gerador de Funções: Onda Senoidal, Triângular e Quadrada Frequência: 100Hz, 1KHz,
10KHz e 100KHz Saída DC: 10Vpp (sem carga) Impedância: 50Ω Saída AC: 50mVpp ~
6Vpp (sem carga) Impedância: 600Ω
Gerador de Nível Lógico: 16 (TTL, Bounceless)
Indicador de Nível Lógico: 16 LED (TTL, CMOS)
Testador Lógico: 1 (TTL,CMOS, High, Low e Tri-State)
Ambiente de Armazenamento: -20°C~60°C, RH<80%
Alimentação: 110V/220V 50/60Hz
Consumo: ~180W
Dimensões: 450(A) x 360(L) x 130(P)mm
Peso: 7.2Kg
3. Prática
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1. Introdução
Em Eletrônica Analógica, os circuitos elétricos são construídos utilizando-se componentes que
operam com uma faixa contínua de valores de tensão e corrente elétricas. Com o avanço da
tecnologia, esses mesmos circuitos elétricos estão sendo substituídos por circuitos digitais, que
utilizam componentes construídos a partir de um pequeno grupo de circuitos lógicos básicos
conhecidos como portas lógicas, que por sua vez são construídos com diodos, transistores e
resistores, conectados de tal forma que o sinal de saída do circuito corresponde ao resultado de
uma função booleana.
Diferentemente dos componentes analógicos, as portas lógicas operam apenas com dois valores
de tensão elétrica, que associamos ao sistema binário que acabamos de estudar. Ou seja, ao
dígito binário “1” vamos associar à presença de tensão elétrica, e ao dígito binário “0” vamos
associar à ausência de tensão elétrica na porta lógica.
As portas lógicas possuem “n” entradas e apenas uma saída. Tanto as entradas como também as
saídas poderão assumir estados digitais (ou valores lógicos) “0” ou “1” em um determinado
tempo, nunca podendo assumir os dois estados ao mesmo tempo. O estado da saída de uma porta
lógica depende exclusivamente dos estados das suas entradas e de sua função lógica, como
veremos a seguir.
Conforme sua função lógica (ou booleana), temos as seguintes portas lógicas:
Porta Lógica Não ou Inversora (Not em inglês);
Porta Lógica Ou (Or em inglês);
Porta Lógica E (And em inglês);
Porta Lógica Não Ou (Nor em inglês);
Porta Lógica Não E (Nand em inglês);
Porta Lógica Ou Exclusivo (Exclusive Or em inglês);
Porta Lógica Coincidência (Not Exclusive Or em inglês).
A partir destas portas lógicas, foram construídos vários circuitos digitais: flip-flops,
registradores, decodificadores, multiplexadores, contadores, somadores, etc., os quais são os
componentes básicos de uma infinidade de equipamentos modernos como por exemplos
computadores, sistemas automatizados, equipamentos médicos, equipamentos de áudio e som,
etc.
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Expressão lógica: É a expressão algébrica que define a função da porta lógica. Para a porta
Inversora, a expressão lógica é:
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Tabela Verdade:
A B S
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Tabela Verdade:
A B S
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Tabela Verdade:
A B S
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3. Procedimentos
Encaixe o módulo M1112A na maleta Minipa.
Identificando cada porta lógica existente na placa, faça as conexões necessárias de cada porta
lógica na maleta.
Conecte as entradas das portas nas chaves digitais (plugs vermelhos) da maleta;
Conecte a saída de cada porta nos leds (plugs amarelos) da maleta.
Variando-se os níveis lógicos das entradas de cada porta, verifique a sua saída para cada
combinação de entrada, montando as tabelas para a Portas Lógicas básicas Inversora, OR,
AND, NOR, NAND, XOR E XNOR. Desenhe ao lado de cada tabela o símbolo de cada porta
lógica correspondente à tabela verdade, identificando o código do CI utilizado e a pinagem.
Obs.: Verifique se todas as portas lógicas presentes em cada CI apresentam o mesmo
resultado.
a) Porta AND
Tabela Verdade
A B S
b) Porta OR
Tabela Verdade
A B S
c) Porta Inversora
Tabela Verdade
A S
d) Porta NAND
Tabela Verdade
A B S
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e) Porta NOR
Tabela Verdade
A B S
f) Porta XOR
Tabela Verdade
A B S
g) Porta XNOR
Tabela Verdade
A B S
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2. Materiais necessários
Maleta Minipa e Módulo M1112A
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4.1 Procedimentos
1. Utilizando somente as portas NOR disponíveis no módulo M1112A, associe-as de modo a
resultar uma porta Inversora, uma porta OR, uma porta AND e uma porta NAND.
2. Desenhe os circuitos montados, indicando os terminais utilizados de cada porta NAND.
3. Monte as tabelas verdades de cada um dos circuitos resultantes.
4. Chame o professor para demonstrar cada tabela-verdade.
Porta NOR substituindo uma porta Inversora:
Circuito: Tabela Verdade:
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1. Introdução
Podemos fazer variadas associações de portas lógicas,
construindo diversos circuitos digitais. Por exemplo, na
associação mostrada na figura ao lado, uma porta E com
entradas A e B foi associada a uma porta OU, cujas entradas
são uma variável C e a outra entrada é conectada à saída da
porta E. A saída final do circuito associado é a saída S.
Além do seu esquema elétrico, podemos definir um circuito digital (ou lógico) de duas maneiras:
Através de sua expressão lógica;
Através de sua tabela verdade.
No exemplo apresentado, a expressão lógica que descreve este circuito é S = , e sua
tabela verdade é:
A B C S
Podemos também, a partir da expressão lógica ou da tabela verdade, desenhar o circuito elétrico.
Vamos aprender agora todos estes processos.
Antes de apresentar o primeiro processo, vamos definir algumas propriedades das funções
lógicas.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Exercícios
Escrever as expressões lógicas a partir dos seguintes circuitos elétricos:
1.
2.
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Exemplo 2: S = A . B + B .C . A + C
Separando os termos, temos: S = (A.B)+(B.C).(A+C). Agora, podemos desenhar o circuito,
desenhando cada termo com a porta lógica adequada e depois juntando os termos com outras
portas lógicas.
Exercícios
Implementar os circuitos elétricos referentes às expressões lógicas:
1. S = A + B + C . (B . A)
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2. S = A . C + B . C + A + B
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Exercícios
Escrever as expressões lógicas referentes às seguintes tabelas verdades. Após, desenhar o
circuito elétrico correspondente.
1.
A B C S
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 1
1 1 1 0
2.
A B C S
0 0 0 1
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 0
até chegar na última linha da tabela. Após montar a estrutura da tabela verdade, você deve
determinar o valor de cada termo da saída considerando-se os valores das variáveis definidos na
2ª linha da tabela, até chegar ao valor lógico final da expressão.
Exemplo 1: S = A.B + A+C . B.C
Exercícios
Determine a tabela verdade das seguintes expressões lógicas:
1. S = (A + B) . (C + B) + (A + C)
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2. S = (B . C) + (A . C) . (B + C)
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2. Materiais necessários
Maleta Minipa; CIs 4001, 4071 e 4081; protoboard; alicates de corte e de ponta fina; fios e
cabos para conexão
3. Procedimentos
1) A partir da expressão lógica passada pelo professor, desenhe o esquema elétrico do circuito a
ser montado no protoboard. Indique as pinagens e os CIs no esquema.
2) Expressão lógica:
3) Esquema elétrico:
7) Verifique se a tabela verdade obtida está correta, de acordo com a obtida teoricamente. Caso
não esteja, refaça a montagem e teste novamente.
8) Chame o professor para demonstrar o resultado.
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1. Introdução
Os circuitos lógicos, que podem, além de ser implementados através de diagramas elétricos,
podem ser definidos por sua expressão lógica e também por sua tabela verdade.
Entretanto, alguns circuitos podem sofrer simplificações, de modo a reduzir os seus
componentes, mantendo a sua mesma função lógica. E é claro que um circuito simplificado tem
vários benefícios, como redução de custos, simplificação na sua implementação, menor risco e
custo relacionados à manutenção, etc.
Neste capítulo vamos estudar algumas simplificações possíveis de expressões lógicas,
conhecendo algumas técnicas: Teoremas de De Morgan e Mapas de Karnaugh.
2. Teoremas de De Morgan
Há dois teoremas de De Morgan utilizados para simplificar expressões lógicas:
Teorema 1: O complemento do produto é igual à soma dos complementos.
A . B . C = A +B +C
Teorema 2: O complemento da soma é igual ao produto dos complementos.
A+B+C=A.B.C
Exemplos: Simplifique as expressões lógicas utilizando os Teoremas de De Morgan:
a) A + B + C = A . B . C = A . B . C
b) A + B + C = (A . B) + C = (A . B) . C = (A + B) . C
Exercícios
Simplifique as seguintes expressões lógicas
a) S = A.B.C + A.C + A.B
b) S = A . B + A . B
c) S = A . B . C + A . B . C + A . B . C
d) S = A . B . C + A . B . C + A . B . C + A . B . C + A . B . C
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3. Mapas de Karnaugh
O Mapa de Karnaugh é um método de simplificação de expressões lógicas que utiliza uma
representação gráfica, sendo muito eficiente para simplificação de expressões que utilizam até 5
variáveis de entradas. Em nosso curso vamos aprender o método para simplificação de
expressões que utilizam até 3 variáveis de entrada.
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1 1 1 0 S8 = 0
Preenchendo o mapa de Karnaugh com os valores de S, temos:
B B
A
A
C C C
Para simplificar a expressão lógica pelo Mapa de Karnaugh, utilizamos os seguintes
procedimentos:
Agrupam-se as células onde S é igual a 1 em quadras, de modo que pertençam à mesma
coluna ou à mesma linha, mesmo que sejam em colunas adjacentes (1ª e 4ª colunas);
Agrupam-se as células onde S é igual a 1 em pares, de modo que pertençam à mesma coluna
ou à mesma linha, mesmo que sejam em colunas adjacentes;
As células onde S é 1 que não puderem ser agrupadas ficam isoladas;
A(s) variável(s) cujo valor se alterar dentro da quadra ou do par (ou seja, em uma célula do
par vale 0 e na outra vale 1, ou vice-versa) é(são) eliminada(s) da simplificação.
Obs.: Em uma quadra, apenas uma das variáveis fica fixa; em um par, duas variáveis ficam fixas,
e em uma célula isolada não temos variável fixa.
Utilizando-se os procedimentos acima, temos 2 pares: o primeiro com S2 e S6 e o segundo com
S3 e S7. No primeiro par, as variáveis B . C não se alteram; já no segundo par, as variáveis B . C
não se alteram.
B B
A
A
C C C
Então, a expressão S simplificada fica S = B.C+B.C, onde A e B são os resultados da
simplificação dos dois pares. Observe que a expressão simplificada ficou bem menor, resultando
em uma porta OU Exclusive.
Exemplo 2: Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:
A B C S
0 0 0 1 S1 = A . B . C
0 0 1 1 S2 = A . B . C
0 1 0 1 S3 = A . B . C
0 1 1 0 S4 = 0
1 0 0 1 S5 = A . B . C
1 0 1 0 S6 = 0
1 1 0 1 S7 = A . B . C
1 1 1 0 S8 = 0
Preenchendo o mapa de Karnaugh com os valores de S, temos:
B B
A
A
C C C
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No mapa formado, temos uma quadra formada pelas células S1-S3-S5-S7 e um par formado
pelas células S1-S2. Na quadra, a variável fixa é C, e no par as variáveis fixas são A . B.
B B
A
A
C C C
Então, a expressão S simplificada fica S = A . B + C. Observe que a expressão simplificada ficou
bem mais simples.
Exercícios:
1. Considere a seguinte tabela verdade apresentada abaixo:
A B C S
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 1
a) Escreva a expressão lógica correspondente à tabela verdade
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3. Prática 1
3.1 Procedimentos
1) Desenhe o circuito elétrico referente à tabela-verdade apresentada abaixo.
A B C Y
0 0 0 1
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 1
2) Utilizando o Mapa de Karnaugh, simplifique o circuito elétrico desenhado no item anterior.
3) Utilizando os materiais fornecidos, implemente o circuito simplificado e teste a tabela
verdade apresentada no item 1.
4) Demonstre ao professor o funcionamento do circuito.
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1. Introdução
Entre as inúmeras aplicações dos circuitos lógicos combinacionais, os codificadores e
decodificadores estão entre os mais difundidos. Isso acontece porque trabalhamos com códigos
ou sistemas de numeração, como por exemplos o binário, o hexadecimal, o decimal e um código
chamado BCD, que veremos logo adiante, e os equipamentos digitais operam com níveis lógicos
“0” e “1”. Por esta razão, os codificadores e decodificadores são necessários para converter as
informações da linguagem que as pessoas entendem (que são os códigos) para a linguagem que a
máquina entende (“0” e “1”).
Antes de apresentarmos codificadores e decodificadores, vamos estudar o código BCD, que é
muito utilizado.
2. Código BCD
O código BCD – Binary Coded Decimal (Decimal Codificado em Binário), também conhecido
por código 8421, é composto por quatro bits, tendo cada bit um peso equivalente ao do sistema
numérico binário:
“1” para o primeiro bit à direita, que é chamado de bit menos significativo (LSB - Least
Significant Bit);
“2” para o segundo bit à direita;
“4” para o terceiro;
“8” para o quarto bit à direita, que é chamado de bit mais significativo (MSB - Most
Significant Bit);
Desta forma este código representa os números decimais de “0” a “9” no sistema binário.
BCD
Decimal
8 4 2 1
0 0 0 0 0
1 0 0 0 1
2 0 0 1 0
3 0 0 1 1
4 0 1 0 0
5 0 1 0 1
6 0 1 1 0
7 0 1 1 1
8 1 0 0 0
9 1 0 0 1
Ao invés de se converter um número formado por diversos dígitos para o sistema binário, os
sistemas digitais que utilizam este código podem converter cada dígito do número para o BCD.
192039481910 = 0001 1001 0010 0011 1001 0100 1000 0001 1001
1 9 2 3 9 4 8 1 9
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3. Decodificadores
Decodificador é um circuito lógico que converte uma informação binária de “n” bits em “2n”
linhas de saída, as quais representam cada uma das combinações possíveis para a informação
binária de entrada. Estes circuitos são utilizados sempre que uma única saída deva ser ativada na
ocorrência de uma combinação específica de entradas.
Alguns decodificadores não utilizam todos os 2n códigos disponíveis, como é o caso do
decodificador BCD-decimal, que tem na sua entrada um código de 4 bits e apenas 10 saídas
válidas, e não 24=16 saídas disponíveis. Nestes casos, os decodificadores devem ser projetados
levando-se em conta que, se um dos códigos não utilizados aparecer na entrada, nenhuma das
saídas seja ativada.
Abaixo é representada uma versão bastante simplificada, de um decodificador 2-para-4, isto é, o
circuito lógico de um decodificador de duas entradas e 22 saídas.
A B S0 S1 S2 S3
0 0 1 0 0 0
0 1 0 1 0 0
1 0 0 0 1 0
1 1 0 0 0 1
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A título de ilustração, a seguir é mostrado o Circuito Integrado 7445 (16 pinos), o qual é um
decodificador BCD-decimal. Os pinos “16” e “8” são a alimentação e o GND (terra)
respectivamente. Os pinos 12, 13, 14 e 15 são as entradas BCD e os pinos “1-7” e “9-11” são as
saídas decimais. É importante notar que este CI 7445 apresenta as linhas de saída ativas em nível
baixo. Abaixo é mostrado o diagrama de pinos deste CI e a sua tabela verdade. As letras L e H,
indicam nível lógico baixo e nível lógico alto, respectivamente.
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O circuito representado na figura abaixo mostra como pode ser utilizado o CI 7445 com diodos
emissores de luz (LED’s) para representar cada um dos dígitos decimais, indicados pelo código
BCD presente na entrada do circuito.
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Deve-se observar que existe a necessidade da associação de resistores em série com os led’s a
fim de limitar a corrente que deverá fluir através dos mesmos. Entretanto, alguns decodificadores
BCD- 7 segmentos já possuem internamente estes resistores, não necessitando a conexão externa
dos mesmos.
Há dois tipos de decodificadores BCD - 7 segmentos correspondendo aos dois tipos de display’s
existentes. Cada decodificador possui 4 pinos de entrada (entrada BCD) e 7 pinos de saída
representando cada um dos 7 segmentos.
A figura abaixo mostra o CI 7446 acionando um display do tipo anodo comum. Os circuitos
lógicos internos do CI 7446 convertem a entrada BCD para a saída necessária. Por exemplo, se a
entrada BCD é 0111, a lógica interna do CI 7446 irá forçar os “led’s” “a”, “b” e “c” a
conduzirem, já que os transistores correspondentes entrarão em saturação. Como resultado, o
dígito “7” aparecerá no indicador de sete segmentos.
Na figura abaixo, também é mostrada a decodificação para a configuração de display em cátodo
comum. O CI 7448 é o circuito apropriado para este caso. Conforme se vê na figura abaixo, o
CI7448 já possui os resistores limitadores de corrente internamente.
4. Codificadores
Codificador é o circuito com lógica inversa a do decodificador, ou seja, é um circuito que possui
2n entradas, com apenas uma delas ativa a cada instante de tempo e as demais iguais a zero, e
produz um código de n bits na saída. A seguir é apresentado um exemplo ilustrativo de um
codificador 4 para 2.
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A seguir é apresentado um circuito codificador de prioridade de 4 bits. A saída Val assume valor
lógico alto sempre que pelo uma das entradas esta ativa. Quando todas as entradas estão em nível
baixo, inativas, a saída Val permanece em nível
baixo.
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3. Prática
3.1 Procedimentos
1) Monte no protoboard o circuito abaixo.
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1. Introdução
As portas lógicas ou os circuitos digitais por elas formados são fabricados em uma peça de
material semicondutor (geralmente silício), e são chamados de circuitos integrados
(abreviadamente CI, também conhecido por chip). Por sua vez, o CI é encapsulado em uma
embalagem de plástico ou de cerâmica, a partir do qual saem alguns pinos
para conexão do CI com outros dispositivos. O tipo mais comum de
embalagem é o DIP (dual-in line package) (figura ao lado), que possui duas
linhas paralelas de pinos, numerados no sentido anti-horário a partir de 1,
quando vistos de cima da embalagem, em relação a um ponto de
identificação em um dos lados do chip. Existem CIs com este tipo de embalagem com 14, 16, 20,
24, 28, 40 e 64 pinos.
As famílias de CIs diferem-se basicamente pelo componente principal utilizado por cada uma em
seus circuitos. A família TTL (Transistor Transistor Logic) usa transistores bipolares como seu
principal componente, enquanto a família MOS (Metal Oxide Semiconductor) usa transistores
unipolares MOSFET.
Apresentaremos a seguir algumas características de cada uma destas famílias, necessárias para a
continuidade do nosso estudo.
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4.4 Fan-Out
Uma porta TTL-padrão pode alimentar em torno de 10 entradas TTL-padrão. Para determinar
quantas entradas diferentes a saída de um CI pode alimentar, precisamos conhecer IOL(máx) e
IOH(máx) de tal CI e as necessidades de corrente de cada entrada, IILe IIH. Estas informações
estão sempre presentes nas especificações fornecidas pelo fabricante. Desta forma, o número de
entradas que podem ser alimentadas por uma saída é dado por:
fan-out (baixo) = IOL(máx) / IIL(máx)
fan-out (alto) = IOH(máx) / IIH(máx)
Se o fan-out para o nível baixo for diferente do fan-out para o nível alto, como ocorre em alguns
casos, devemos escolher o menor dos dois.
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5. A Família MOS
A tecnologia MOS (metal oxide semiconductor) é devido a sua estrutura básica ser formada por
um eletrodo de metal conectado a uma camada de óxido isolante que, por sua vez, é depositada
sobre um substrato de silício. Os transistores construídos na técnica MOS são transistores por
efeito de campo (field-effect transistor) chamados de MOSFETs. A maioria dos chips MOS é
construída utilizando somente MOSFETs, sem o emprego de nenhum outro componente.
As principais vantagens da Família MOS em relação à Família TTL são: maior simplicidade no
processo de fabricação, menor custo de fabricação, menor tamanho, consumo menor de potência,
menor margem de ruído, opera com uma faixa maior de tensão e possui um fan-out maior. Por
outro lado, como desvantagens temos: velocidade de operação menor, maior sensibilidade à
eletricidade estática. Entretanto, em muitas aplicações a velocidade de operação não é um fator
chave para o sucesso do projeto, tornando a tecnologia MOS numa alternativa bem mais
vantajosa.
6. A Família CMOS
A família lógica MOS Complementar usa transistores MOSFETs canal-N e canal-P no mesmo
circuito, de forma a aproveitar as vantagens de ambas as famílias lógicas. Em geral, os
dispositivos da família CMOS são mais rápidos, e consomem ainda menos potência que os da
família MOS. Como desvantagens em relação à família MOS, temos sua extrema complexidade
do processo de fabricação, e sua baixa densidade de integração, o que os impede de competir
com o MOS em aplicações LSI. No entanto, a lógica CMOS vem experimentando um
crescimento constante nas aplicações MSI, a maioria das vezes desbancando a lógica TTL, que é
a sua competidora mais direta. O processo de fabricação do CMOS é mais simples do que o
TTL, possuindo também uma densidade de integração maior, consequentemente reduzindo o seu
custo por função lógica. A lógica CMOS só usa uma pequena fração da potência necessária à
série TTL com as especificações de consumo mais baixas (série 74L), sendo especialmente
apropriada para as aplicações que devam ser alimentadas por bateria. Via de regra, os
dispositivos CMOS são mais lentos que os TTL, apesar da nova série CMOS de alta velocidade
competir em pé de igualdade com as séries TTL 74 e 74LS.
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Série 74HC: É uma versão melhorada da série 74C. O principal melhoramento é o tempo de
resposta, em torno de dez vezes menor que o da série 74C. A velocidade dos dispositivos desta
série é comparável com a velocidade dos dispositivos da série TTL 74LS. Outra melhoria na
série 74HC é a sua capacidade de suportar altas correntes na saída.
Série 74HCT: Esta também é uma série CMOS de alta velocidade. A principal diferença entre
esta série e a 74HC é o fato dela ser desenvolvida para ser compatível em termos de tensões com
os dispositivos da família TTL. Em outras palavras, os dispositivos 74HCT podem ser
alimentados diretamente por saídas de dispositivos TTL. Isto não se aplica às outras séries
CMOS.
6.3 Fan-Out
Tipicamente, as saídas CMOS têm um fan-out máximo de 50, para operações abaixas
frequências, menores do que 1 MHz. Naturalmente, nas operações a frequências maiores, o fan-
out é menor.
Quadro para valores de interface entre Famílias CMOS e TTL (pior caso)*
CMOS TTL
Parâmetro 400B 74HC 74HCT 74 74LS 74AS 74ALS
VIH (mín) 3,5V 3,5V 2,0V 2,0V 2,0V 2,0V 2,0V
VIL (máx) 1,5V 1,0V 0,8V 0,8V 0,8V 0,8V 0,8V
VOH (mín) 4,95V 4,9V 4,9V 2,4V 2,7V 2,7V 2,7V
VOL (máx) 0,05V 0,1V 0,1V 0,4V 0,5V 0,5V 0,4V
IIH (máx) 1µA 1µA 1µA 40µA 20µA 200µA 20µA
IIL (máx) 1µA 1µA 1µA 1,6mA 0,4mA 2,0mA 100µA
IOH (máx) 0,4mA 4mA 4mA 0,4mA 0,4mA 2,0mA 100µA
IOL (máx) 0,4mA 4mA 4mA 16mA 8mA 20mA 8mA
* Tensão de alimentação = 5V
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CMOS alimentando TTL no nível lógico 0: O quadro anterior mostra que as entradas TTL tem
uma corrente de entrada relativamente alta quando no nível lógico 0, variando na faixa de 100A
à 2mA. As famílias 74HC e 74HCT podem absorver até 4mA, e sendo assim não haverá
problema quando suas saídas forem alimentar uma única carga TTL pertencente a qualquer das
séries. A série 4000B, no entanto, é muito mais limitada. Sua corrente IOL é muito baixa, não
sendo suficiente para alimentar nenhuma entrada de chips das séries 74 e 74AS.
Exercícios
1. O que é Circuito Integrado?
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7. O que acontece se uma entrada em uma porta de um CI padrão TTL for deixada
desconectada?
10. Quais são as vantagens e desvantagens da família CMOS em relação à família MOS?
12. O que acontece se uma entrada em uma porta de um CI da família CMOS for deixada
desconectada?
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14. Como se faz na prática para interfacear CIs TTL com CIs CMOS de modo a resolver o
problema de nível de tensão baixo na saída TTL, insuficiente para alimentar uma entrada
CMOS?
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Referências Bibliográficas
LEAESHEY, H. Apostila de Circuitos Digitais “A”. Universidade de Santa Maria.
Disponível no site www.eletronicadigital.com/site/curso-eletronica-digital
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