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1.4 - INCERTEZA DO TIPO A
Na grande maioria dos casos, a melhor estimativa para o valor esperado de uma quantidade que varia aleatoriamente e para o qual temos
n
leituras independentes
 obtidas sob condições de repetitividade, corresponde a média aritmética.  Assim, quando a estimativa de uma grandeza de entrada tem sido obtida de
n
 medidas sob condições de repetitividade, a incerteza padrão é obtida pela estimativa da variância da média. Esta é dada por em que
n
 número de medidas e
 s
 desvio padrão correspondente às
n
 leituras.
Exemplo 1.4.1
Voltando ao Exemplo 1.3.2. Considerando o processo de calibração da massa padrão do exemplo anterior, o avaliador realizou cinco medidas da diferença entre a massa padrão e a massa desconhecida. Os resultados estão abaixo. Leitura 1 15 mg Leitura 2 25 mg Leitura 3 20 mg Leitura 4 13 mg Leitura 5 18 mg
Média
 18,20 mg
Desvio Padrão
 4,66 mg
Desvio Padrão da Média
 2,08 mg Calculando a Incerteza do Tipo A, obtemos: .
 
 
Exemplo 1.4.1
Voltando ao Exemplo 1.3.3 .
Leituras Diâmetro
 
Área
 1 10,28 82,99963 2 10,26 82,67699 3 10,28 82,99963 4 10,3 83,3229 5 10,28 82,99963
Média das Leituras
10,28 82,99976
Desvio Padrão das Leituras
0,014142 0,228364
Desvio Padrão da Média das Leituras
0,006325 0,102128 Para a grandeza Área, Incerteza do Tipo A é dada por: .Embora a incerteza combinada possa ser universalmente usada para expressar a incerteza de um resultado de medição (devido a necessidade de algumas indústrias e aplicações comerciais, bem como requisitos em áreas de saúde e segurança) é frequentemente necessário apresentar uma medida de incerteza que defina um intervalo sobre o resultado de medição. Neste caso, a incerteza compreende uma fração da distribuição dos valores, que podem ser razoavelmente atribuídos para um mensurando, denominada de
Incerteza Expandida U
. Este requisito foi reconhecido pelo Working Group e Recomendações do CIPM, INC (1981).  A
incerteza expandida U
 é obtida pela multiplicação da incerteza padrão combinada por um fator
. O valor do fator
k
 é escolhido com base no nível de confiança requerido para o intervalo. Em geral,
k
 é usado entre 2 e 3. Portanto, para aplicações especiais,
k
 poderá ser determinado conforme o nível de confiança requerido, de acordo com a distribuição normal ou
-Student.  A Namas (NIS 3003 , 1995) recomenda que o fator
k
 seja igual a 2 para calcular a incerteza expandida. Este valor corresponde a aproximadamente 95% de confiança. Entretanto, se as
 
contribuições para a incerteza relativa a repetitividade for grande comparadas com as outras distribuições e o número de repetições for pequeno, existe uma possibilidade de que a distribuição de probabilidade normal não seja adequada. Neste caso, o fator
k=2
 nos garante um nível de confiança menor que 95%. Aqui, devemos utilizar a distribuição
-Student para encontrar o valor do fator
k
 que garante
95%
.
Regra:
 Se a incerteza do Tipo A for menor que metade da incerteza combinada, vamos utilizar o fator Caso contrário, devemos utilizar a distribuição
-Student para obtermos o valor de
k
 que nos garante um intervalo com
95%
 confiança. A norma ISO GUM [ver. 2008] recomenda a utilização da equação de Welch-Satterwaite para calcular o grau de liberdade, baseado nos graus de liberdade de cada fonte de incerteza. A fórmula para tal cálculo é dada por em que , representa os graus de liberdade do fator de incerteza
i
e representa os graus de liberdade do Tipo A. Para contribuições da incerteza Tipo A, consideramos como graus de liberdade o número de leitura menos 1 vez o número de pontos de calibração. Para os graus de liberdade referente a contribuições da incerteza Tipo B, vamos considerar igual a infinito.
Exemplo 1.4.1
Suponha que um sistema de medição com incerteza do Tipo A, baseada em 4 observações, tenha valor de 3,5 unidades. Existem outras 5 fontes de incerteza do Tipo B que apresentam incerteza estimada muito pequena, de tal forma que a incerteza combinada seja igual a 5,7 unidades. Como a incerteza do Tipo A é maior que metade da incerteza combinada, vamos utilizar a distribuição t-Student para determinar o fator . Através da equação de Welch-Satterwaite, temos Tomando valor de igual a 20, obtemos que
k = 2,13
.
Exemplo 1.4.2
Voltando ao Exemplo 1.3.2 da calibração da massa padrão, observe que a incerteza do Tipo
 
 A é menor que metade da incerteza combinada. Vamos calcular os graus de liberdade efetivo

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