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Estrutura, coesão e coerência textual

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3. ed. São
Paulo: Parábola, 2009. Pag. 24, 89
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco P. Lições de texto: leitura e redação. 2. ed. São Paulo:
Ática, 1997. Pag. 369 pag. 395

Platão e Fiorin (1997) definem o fenômeno da coerência como a relação entre as


partes do texto. Há de se fazer uma distinção entre coerência e coesão. A coesão
pode favorecer a coerência, mas são dois aspectos diferentes do texto. No que se
refere à coerência, os autores subcategorizam os vários níveis que podem ser:
argumentativo, narrativo, figurativo, temporal, espacial e no nível da linguagem. A
coerência narrativa, por exemplo, deve seguir uma sequência lógica entre as partes do
texto, em que as personagens tenha ações progressivas. Além disso, todo texto deve
gerar sentido, isto é, coerência interna e externa. Se escrevêssemos um texto sobre
violência, por exemplo, jamais poderíamos solucionar a questão com a pena de morte.

No que tange à coesão, os autores trabalham o tema de forma estrutural, indicando a


coesão por retomada e antecipação por meio de itens lexicais (pronomes, adjetivos,
advérbios) que podem cumprir esses papéis no texto. Quanto ao encadeamento,
novamente há um lista com o sentido dos articuladores, como se eles efetuassem
sempre a mesma semântica no texto; descartando, por exemplo, o “e” quando insere
uma relação consecutiva.

Marcuschi (2009) diverge da visão de Platão e Fiorin para o estudo da estrutura do


texto. Para o autor, há de se discutir a necessidade sintático-semântico para utilização
de cada elemento no processo de coesão e os casos dos textos em que há
encadeamento mesmo sem o uso de conectivos, tal como o famoso texto “Circuito
Fechado”. Marcuschi assegura que coesão é uma continuidade na forma, enquanto a
coerência faz-se pela continuidade no sentido. Coerência, então, seria um princípio de
interpretação de discursos e das relações humanas em geral, não se restringindo aos
aspectos internos do texto.

Além disso, o escritor afirma que a composição dos textos deve considerar os critérios
da textualidade, tais como: língua (coesão e coerência), cognição (intencionalidade e
aceitabilidade), sociedade (situacionalidade e intertextualidade) e processamento
(informatividade) que são elementos fundamentais para compreensão do texto.

Assim, é preciso exercer uma análise ampla que vai além dos critérios da língua, ou
seja, estruturais, para que assim se possa depreender a composição dos textos.

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