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Dir. Const.

TRF-4ª Região
Aula 0 – Constituição- Conceito e Classificações
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

Fala pessoal, tudo certo?


Hoje daremos início a nosso curso específico para o cargo de Técnico
Judiciário – Área Administrativa- Sem Especialidade.
Antes, de efetivamente começarmos, gostaria de dizer que é um
prazer enorme estarmos aqui para ministrar mais este curso pelo
Ponto.
É realmente uma honra poder ajudar nos seus estudos e contribuir
para a aprovação que certamente virá em breve para muitos de
vocês.
Para quem ainda não me conhece: eu sou o Prof. Vítor Cruz, desde
2009 estou trabalhando aqui no Ponto, ensinando (e é claro, também
aprendendo muito) a disciplina mais legal dos concursos públicos: o
Direito Constitucional.
Atualmente trabalho como Analista Judiciário no TRE-GO. Sou ex-
Oficial da Marinha do Brasil, graduado em Ciências Navais pela Escola
Naval e Pós-graduado em Direito Constitucional.
Entre meus trabalhos editoriais, eu sou autor do livro "Constituição
Federal Anotada para Concursos” publicado pela Editora Ferreira e
dos livros "Vou ter que estudar Direito Constitucional! E
Agora?" e "Questões Comentadas de Direito Constitucional -
FGV", ambos pela Editora Método.
Sou também coordenador, juntamente com o Prof. Leandro Cadenas,
da coleção 1001 questões comentadas da Editora Método, onde
também participo sendo autor das seguintes obras:
-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - ESAF;
-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional -
CESPE;
-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - FCC;
-1001 Questões Comentadas de Direito Tributário - ESAF-
(este em parceria com Francisco Valente).
Contamos agora com a preciosa ajuda do professor Rodrigo Duarte, que ser
apresentará agora:

Olá pessoal, me chamo Rodrigo Duarte é um honra participar de mais este


curso, em parceria com o professor Vítor Cruz, um amigo e colega de
trabalho. Para quem não me conhece, sou professor de Direito
Constitucional. Sou bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia
e pós-graduado em Direito Constitucional. Desde 2012 venho trabalhando a

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disciplina de Direito Constitucional aqui no Ponto, em parceria com o prof.


Vítor.

Este será um curso de Teoria e Exercícios, todos comentados, com


foco na banca FCC, eventualmente, com o objetivo de suprirmos lacunas,
utilizaremos questões de outras bancas.

Nossa filosofia é de sempre preparar nossos alunos alcançar a nota 10, para
isso, será imperioso sua dedicação e seu compromisso. Por mais difícil que à
primeira vista possa parecer, não podemos nos contentar em estudar para a
nota 7, nota 8...lembre-se, a concorrência é grande! Mas não é por isso que
seu estudo será um martírio, pelo contrário, vamos nos empenhar ao
máximo para que nosso curso lhe conduza aos 100% de acertos da forma
mais agradável possível.

A nossa programação de aulas é a seguinte:


TJAA- Sem Especialidade.
Aula 0- A Constituição. Conceito. Classificação. O Constitucionalismo;
Aula 1- Princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988;
Aula 2- Teoria Geral dos Direitos Fundamentais e 1ª parte dos
Direitos e Deveres Individuais;
Aula 3- Direitos e Deveres Individuais (2ª parte);
Aula 4- Direitos sociais, da Nacionalidade e dos Direitos Políticos;
Aula 5- Da Organização do Estado: Da Organização Político-
Administrativa. Da União. Dos Estados Federados. Dos Municípios. Do
Distrito Federal e dos Territórios;
Aula 6- Da Administração Pública: disposições gerais. Dos servidores
públicos civis e militares.
Aula 7- Organização dos Poderes. Atribuições e competência do
Congresso Nacional. Competências privativas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal;
Aula 8- Processo Legislativo;
Aula 9- Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Poder
Executivo. Atribuições e responsabilidades do Presidente da
República;
Aula 10- Poder Judiciário. Órgãos. Garantia dos Magistrados.
Competência dos Tribunais. Dos Tribunais Regionais Federais e dos
Juízes Federais.

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Constituição - Conceito:
Vamos fazer uma definição do Direito Constitucional... mas daqui a
pouco, agora vamos bater um papo sobre ele:
O Direito Constitucional é a "ciência" que estuda a Constituição
(Óbvio, não?!).

Mas você sabe o que é a Constituição?


Dizer "o que é uma Constituição" não é fácil não... Atualmente não há
consenso entre os estudiosos sobre o que efetivamente seria uma
Constituição. Já teve inclusive muita “briga” com isso. Quando formos
estudar a teoria da Constituição veremos que cada um fala uma coisa
diferente.
Não nos preocupando com isso agora, podemos dizer o seguinte
(guarde bem isso): A Constituição, que trataremos aqui, é a norma
máxima de um Estado, que nasce com o objetivo de limitar os
poderes autoritários dos governantes em face dos
particulares. É uma norma que está lá em cima da cadeia
hierárquica devendo ser observada por todos os integrantes de um
Estado e ela também serve de base para todos os demais tipos de
normas.
Um jurista austríaco chamado Hans Kelsen elaborou a seguinte
pirâmide hierárquica:
Normas infraconstitucionais (leis em sentido amplo)

Constituição (normas originárias + emendas constitucionais)

Normas infralegais

Esta pirâmide revela várias coisas, a primeira delas é que a


Constituição é mais "enxuta", tem poucos detalhes e é dela que
irradiam todas as outras normas, que vão cada vez encorpando mais
o chamado "ordenamento jurídico" (conjunto das normas em vigor).
Vejamos um exemplo hipotético:
Dizeres da uma Dizeres de uma lei Dizeres de uma
Constituição do infraconstitucional norma infralegal
País A
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É assegurado o A aposentadoria poderá O recolhimento da


direito à ser requerida por contribuição deverá
aposentadoria. aqueles que ser feito até o dia
trabalharam por 35 10 de cada mês,
anos, recolhendo a através de guia
efetiva contribuição. especial, usando-se
os índices
percentuais que
encontram-se no
ANEXO II a este
regulamento.

Atualmente, estamos passando por um processo em que a


Constituição Federal acaba por “constitucionalizar” diversos direitos
que antes ficavam somente no campo das leis, assim, as bases do
direito penal, direito civil, direito do trabalho, previdenciário e etc.
estão todas na Constituição. Devido a este fato, o estudo do Direito
Constitucional acaba se tornando a melhor ferramenta para se ter
uma base sólida no estudo do direito como um todo. Não se consegue
ser um especialista em algum ramo do direito sem que se saiba, ao
menos de forma razoável, o Direito Constitucional. Assim, estamos
vivendo um momento em que a Constituição passa a assumir o papel
central do ordenamento jurídico, impondo regras e princípios que
serão usados por todos os aplicadores do direito.
Outro ponto que extraímos da pirâmide de Kelsen, é que a
Constituição é hierarquicamente superior às leis, e estas são
hierarquicamente superior às normas infralegais. Assim, é importante
que digamos que as leis só podem ser elaboradas observando os
limites da Constituição, e as normas infralegais só poderão ser
elaboradas observando os limites da lei a qual regulamentam, e
assim, indiretamente também deverão estar nos limites da
Constituição.
ATENÇÃO! Não existem hierarquias dentro de cada patamar, ou seja,
não existe qualquer hierarquia entre quaisquer das normas
constitucionais nem qualquer hierarquia de uma lei perante outra lei,
ainda que de outra espécie.

Pirâmide de Kelsen X Ordenamento brasileiro atual


Na ordem jurídica nacional, esta pirâmide de Kelsen possui algumas
adaptações e peculiaridade. Pelos seguintes motivos:

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1- Em 2004, a Emenda Constitucional 45 passou a admitir que os


tratados internacionais, caso versassem sobre “direitos
humanos” e fossem aprovados no Congresso Nacional com o
mesmo procedimento das emendas constitucionais, viessem a
ter a mesma força de emendas constitucionais (status hierárquico de
Constituição).
2- Em 2008, o STF passou a entender que os tratados internacionais
sobre direitos humanos, caso não fossem aprovados rito de votação
de uma emenda constitucional, não iriam adquirir o status
constitucional (emenda constitucional). Porém, por si só, já possuem
um status de “supralegalidade” (estágio acima das leis e abaixo
da Constituição), podendo revogar leis anteriores e devendo ser
observados pelas leis futuras. Os demais tratados, que não falassem
sobre direitos humanos, possuem status de uma lei
infraconstitucional (equivalente a uma lei ordinária, comum).
Assim temos a nova pirâmide no ordenamento brasileiro:

Normas infralegais: Decretos (não autônomos), Regulamentos,


Portarias e etc.

Constituição (normas originárias + emendas constitucionais +


tratados de direitos humanos aprovados como emendas
constitucionais).

Normas supralegais (tratados de direitos humanos não aprovados


como emendas constitucionais).

Normas infraconstitucionais: (leis em sentido amplo) Normas da


CF, art. 59: leis ordinárias e complementares, leis delegadas,
decretos legislativos, medidas provisórias e resoluções + demais
tratados internacionais + outras normas como decreto autônomo do
presidente e Regimento dos Tribunais.

É importante notar que a Constituição, popularmente conhecida como


“Constituição Federal”, na verdade é uma “Constituição da República

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Federativa do Brasil”, ou seja, uma Constituição “nacional” e não


meramente “federal”, o que isso quer dizer?
Quando usamos o termo “federal”, estamos falando de algo que está
no âmbito da União Federal (o poder central da nossa federação).
A Constituição não é norma “federal”, mas sim “nacional”, de toda a
República Federativa do Brasil, impondo deveres e prevendo direitos
em todas as esferas da federação (federal, estadual e municipal).
Desta forma, o mais correto seria sempre empregarmos o termo
“Constituição da República Federativa do Brasil”, mas por comodidade
e por estar amplamente difundido, não há problemas em usarmos
“Constituição Federal”. Até porque, desta forma, também a
diferenciamos das Constituições Estaduais.
Isso mesmo, cada estado tem a sua própria Constituição. E os
Municípios? Quase, município não possui constituição (formal), mas
sim lei orgânica, que funciona como a “Constituição” do município.
A Constituição Federal, por ser norma de imposição nacional, deve
ser respeitada por todas as Constituições Estaduais, que não podem
prever nada em desacordo com ela, bem como as leis orgânicas dos
municípios, que devem observar os preceitos da Constituição
daqueles estados onde se localizam, bem como da Constituição
Federal. Cabe uma observação, não poderá a Constituição Estadual
trazer imposições à autonomia municipal maiores do que aquelas já
feitas pela Constituição Federal, esta sim (CF) é a lei maior,
autônoma, soberana.
Mas atenção: Isso só se aplica quando falamos da Constituição! É
totalmente errado falarmos que existe qualquer hierarquia entre uma
lei federal, uma lei estadual e uma lei municipal. Cada ente de nossa
federação (União, estado, distrito federal e município) possui uma
autonomia conferida pela Constituição Federal, para que possa,
dentro dos limites traçados pela própria CF, se autoorganizar,
autolegislar, autogovernar e autoadministrar. Ou seja, os
ordenamentos jurídicos infraconstitucionais (leis em sentido amplo e
normas infralegais) são completamente independentes:

Leis federais

Leis estaduais

Leis municipais

Leis do distrito federal

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Autonomia

Autonomia

Autonomia

1. (ESAF/Analista- Min. Integração Nacional/2012) A


Constituição Federal é a norma fundamental de nosso ordenamento
jurídico desde que não revele incompatibilidade com os tratados
internacionais de direitos humanos pactuados pelo País.
Comentários:
A Constituição é sempre norma máxima e fundamental do país, fruto
de um poder soberano, que não reconhece qualquer limitação formal.
Assim, erra ao dizer “desde que não revele incompatibilidade com os
tratados internacionais”.
Gabarito: Errado.
2. (CESPE/Técnico Científico - Banco da Amazônia/2012) A
Constituição é autêntica sobrenorma, por veicular preceitos de
produção de outras normas, limitando a ação dos órgãos
competentes para elaborá-las, o que é fundamental à consolidação do
estado democrático de direito.
Comentários:
Temos aí pessoal uma conceituação de Constituição considerada
correta pela própria banca CESPE, memorize que é comum que
apareça na sua prova novamente.
Gabarito: Correto.

3. (CESPE/Agente Administrativo-MPS/2010) A norma


constitucional é uma sobrenorma, porque trata do conteúdo ou das
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formas que as demais normas devem conter, apresentando princípios


que servem de guias supremos ao exercício das competências dos
órgãos.
Comentários:
Perfeito... Já da para esquentar. A Constituição é isso aí. O ponto de
partida para as demais normas, é a norma suprema, ou como a
questão diz uma: "sobrenorma" delineando o conteúdo e as
formalidades das demais normas que estão abaixo dela.
Gabarito: Correto.

Classificação das Constituições:


Vamos ver agora como a doutrina classifica as Constituições.
Cada classificação refere-se a um foco específico de observação, logo,
não são classificações excludentes e sim "cumulativas", já que
uma constituição pode ter umas várias classificações diferentes,
dependendo tão somente de qual quesito está sendo observado, por
exemplo a sua estrutura, extensão, formação e até mesmo a forma
como ela se relaciona com a realidade da sociedade.
Vamos então analisar cada um desses quesitos:
1- Quanto à origem:
Significa a forma pela qual a Constituição se originou. Quanto à
origem, a Constituição pode ser:
• Promulgada (popular, ou democrática) – É aquela
legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembléia
constituinte formada por representates eleitos pelo voto
popular. (ex. Brasil de 1891, 1934, 1946 e 1988)
• Outorgada (imposta) - É aquela imposta unilateralmente
pelos governantes sem manifestação popular. Muitos autores
chamam de “Carta” e não de “Constituição”. (ex. Brasil de
1824, 1937, 1967 e a EC 1/69, que pode ser considerada como
uma Constituição autônoma)
• Cesarista (ou bonapartista) - É uma carta considerada
outorgada, porém, é submetida a uma votação popular para
que seja ratificada. Não se pode dizer essa participação popular
torna a constituição democrática, já que se trata tão somente
de uma ratificação para fins de consentimento do povo com a
vontade do governante.

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Pulo do Gato:
No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas.
Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969
(dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares). Por
outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica:
A primeira é um número ímpar, as demais são pares).

2- Quanto à forma:
• Escrita (ou instrumental) – É formalizada em um texto
escrito. (ex. Brasil de 1988)

Como já foi visto, a forma escrita é uma


das caracterísitcas do conceito ideal de Constituição do
constitucionalismo moderno e, para o Prof. Canotilho, a constituição
escrita tem função de racionalizar, estabilizar, dar segurança jurídica,
além de ser instrumento de publicidade e calculabilidade
(calculabilidade significa que a Constituição escrita consegue expor
com maior clareza o que se pode e o que não se pode fazer).

• Não-escrita – Também chamada de Constumeira


(Consuetudinária), não se manifesta em estrutura solene. A
matéria constitucional está assentada e reconhecida pela
sociedade em seus usos, costumes e etc. (ex. Inglaterra)

a) Para Alexandre de Moraes, para ser escrita a constituição deve


estar codificada em um texto único. Se a constituição for baseada em
leis esparsas não pode ser considerada uma Constituição escrita.

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b) Para o Prof. André Ramos Tavares, se a constituição estiver


sistematizada em um documento único será chamada de codificada,
já se estiver em textos esparsos, será chamada de legal.
c) O Prof. Pinto Ferreira utiliza a mesma lógica de André Ramos
Tavares, mas chama a primeira (texto único) de reduzida, enquanto a
segunda (textos esparsos) denomina de variada.
d) É importante não confundir a nomenclatura "legal" da classificação
do Prof. Tavares com outra proposta por Alexandre de Moraes. Para
este autor (Alexandre de Moraes), constituição legal seria aquela que
tem o poder de se impor, tem força normativa tal qual as leis (essa
classificação costuma ser usada pela FCC). Assim, se utilizarmos o
exemplo da CF/88, ela não seria legal, mas sim codificada sob a ótica
do Prof. Tavares (a qual relaciona estes termos ao fato de os termos
estarem ou não compilados), porém, seria um constituição legal se
analisada sob este aspecto proposto por Alexandre de Moraes (o qual
utiliza o termo, não para distinguir a condensação ou não dos textos,
mas para demonstrar a sua força normativa).

3- Quanto à extensão:
• Sintéticas – São concisas, ou seja, aquelas que restringem-se
a tratar das matérias essenciais a uma Constituição -
basicamente a organização do Estado e direitos fundamentais.
(Ex. EUA)
• Analíticas – São as extensas, prolixas, que tratam de várias
matérias que não são as fundamentais. Elas são a tendência
das Constituições atuais, já que se percebeu que o papel do
Estado não pode se limitar a garantir as liberdades do povo,
mas deve agir ativamente para assegurar os direitos. (Ex. Brasil
1988)

4- Quanto ao conteúdo:
• Material – Quando adotam-se como constitucionais apenas as
normas essenciais a uma Constituição.

A Constituição brasileira de 1824 era


material, pois possuia em seu art. 178 o seguinte texto: "É só
Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas
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dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos


cidadãos". Ou seja, ela limitou o que seria ou não Constitucional
usando como critério o conteúdo, matéria tratada e não a forma.

• Formal – Independe do conteúdo, basta que o assunto seja


tratado em um texto rígido supremo para ser tido como
constitucional. (Ex. Brasil de 1988)

5- Quanto à elaboração:
• Dogmática – É aquela elaborada por um órgão Constituinte
consolidando o pensamento que uma sociedade possui naquele
determinado momento, por isso é necessariamente escrita, pois
precisa esclarecer estas situações que ainda não estão
“maduras”, solidificadas no pensamento da sociedade. Diz-se
que a Constituição dogmática sistematiza as idéias da teoria
política e do direito dominante naquele determinado momento
da história de um Estado.
• Histórica – Diferentemente da dogmática, a histórica não é
elaborada em um momento específico, ela surge ao longo do
tempo. Desta forma, ela não precisa ser escrita pois possui
seus fundamentos já solidificados.

6- Quanto à alterabilidade (ou estabilidade):


• Rígida – Quando se sobrepõe a todas as demais normas.
Assim, somente um processo legislativo especial e complexo
poderá alterar seu texto. É o que ocorre na CF/1988, que prevê
um processo muito mais rígido para se elaborar uma Emenda
Constitucional do que para elaborar uma simples lei ordinária.
• Flexível – Quando está no mesmo patamar das demais lei, não
necessitando nenhum processo especial para alterá-la.
• Semi-rígidas ou semi-flexível- Possuem uma parte rígida e
outra flexível. a Constituição Brasileira de 1824 era semi-rígida
pois, como vimos, trazia em seu art. 178 que: "É só
Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições
respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e
individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode
ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas
ordinárias”.
• Imutáveis – Não podem ser alteradas.

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• Super-rígidas – É como o Prof. Alexandre de Moraes classifica


a CF/88. Isso ocorre pois na Constituição de 1988 temos as
chamadas "cláusulas pétreas", normas que não podem ser
abolidas por emendas constitucionais.

7- Quanto à finalidade:
• Garantia (ou negativa) – É aquela que se limita a trazer
elementos limitativos do poder do Estado.
• Dirigente – Possui normas programáticas traçando um
plano para o governo.
• Balanço - Utilizada para ser aplicada em um determinado
estágio político de um país. De tempos em tempos é
revista para se adequar o texto à realidade social, ou
criar uma nova Constituição.

8- Quanto à relação com a realidade (classificação


ontológica):
Classificação desenvolvida por Karl Loewenstein. Classificam-se as
Constituições de acordo com o modo que os agente políticos
aplicam a norma.

• Constituição normativa – É a Constituição que é


efetivamente aplicada, normatiza o exercício do poder e obriga
realmente a todos.
• Constituição nominal, nominalista ou nominativa – É
ignorada na prática.
• Constituição semântica – É aquela que serve apenas para
justificar a dominação daqueles que exercem o poder político.
Ela sequer tenta regular o poder.

Essa classificação de Loewenstein possui


nomenclatura semelhante a uma outra classificação trazida pelo Prof.
Alexandre de Moraes. Segundo o Professor.:

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! Constituições nominalistas - Seriam aquelas que em seu


texto já possuem direcionamentos para resolver os casos
concretos. Basta uma aplicação pura e simples das normas
através de uma interpretação gramatical-literal.
! Constituições semânticas - Seriam aquelas constituições
onde, para se resolverem os problemas concretos, precisaria de
uma análise de seu conteúdo sociológico, ideológico e
metodológico, o que propicia uma maior aplicabilidade "político-
normativa-social" de seu texto.
Assim, segundo a classificação de Loewenstein, entendemos que o
Brasil teria uma Constituição normativa, pois ela é uma norma a ser
seguida e podemos exigir o seu cumprimento (embora muitos
doutrinadores adotem como sendo nominalista, pois defendem que,
na prática, muitos de seus preceitos são ignorados, principalmente os
programáticos). Segundo a classificação trazida pelo Prof. Alexandre
de Moraes, ela seria nominalista pois traz em seu texto os meios para
solucionar as controvérsias.

9- Quanto à dogmática (ou ideologia):


! Ortodoxas (ou simples) - influenciada por ideologia única.
! Ecléticas (ou complexas) - influenciada por várias ideologias.

10- Outras Classificações:


A doutrina ainda traz a classificação das Constituições denominadas
Pactuadas ou Dualistas que se referem a um compromisso firmado
entre o rei e o Poder Legislativo, pelo qual a monarquia ficaria
sujeitada aos esquemas constitucionais. Assim a Constituição se
sujeitaria a dois princípios: monárquico e democrático. Um exemplo
foi a Magna Carta inglesa de 1215, onde o rei João Sem Terra, para
não ser deposto de seu trono, teve de aceitar uma carta imposta
pelos barões, se submetendo a um rol de exigências destes.

Classificação da Constituição Brasileira de 1988:


Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal,
dogmática, dirigente, eclética, normativa (ou nominalista - sem
consenso, neste caso - na classificação de Loewenstein), nominalista
(na classificação de resolução dos problemas de Alexandre de
Moraes), codificada (para André Ramos Tavares) ou reduzida (para

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Pinto Ferreira), legal (pelo fato de valer como lei, para Alexandre de
Moraes).

Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições:


Critério Classificação Conceito No Brasil (CF/88)

Outorgada Imposta pelo governante.

Legitimada pelo povo através de


Promulgada
uma Assembleia Constituinte.
Origem Promulgada
Imposta pelo governante, mas
posteriormente levada à
Cesarista
aprovação popular (não deixa de
ser outorgada).
Documento Escrito (se único =
Escrita
codificada/se vários = legal).
Escrita e
Forma Consuetudinária (costumeira). O Codificada.
Não-Escrita que importa é o conteúdo e não
como ele é tratado.
Dispõe apenas sobre matérias
Sintética essenciais (organização do Estado
e limitação do poder).
Extensão Analítica
É extensa tratando de vários
Analítica assuntos, ainda que não sejam
essenciais.
Independe do conteúdo tratado.
Se estiver no corpo da
Formal Constituição será um assunto
constitucional, já que o importante
é tão somente a forma.
Conteúdo Formal
O importante é apenas o
conteúdo. Não precisa estar
Material formalizado em uma constituição
para ser um assunto
constitucional.

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Necessariamente escrita. Reflete a


Dogmática realidade presente na sociedade
Elaboração em um determinado momento. Dogmática

Histórica Consolidada ao longo do tempo.

Pode ser alterada por leis de


status ordinário. Prescinde de
Flexível
procedimento especial para ser
Rígida (ou super-
alterada.
rígida já que
Alterabilidad possui cláusulas
e ou Somente pode ser alterada por um
Rígida pétreas).
estabilidade. procedimento especial.
Em 1824 era semi-
Semi-rígida
Possui uma parte rígida e outra rígida.
ou semi-
flexível.
flexível
Imutável Não podem ser alteradas

Nominalista É ignorada.
Ontológica
Normativa ou
ou conexão
Normativa Efetivamente aplicada. nominalista (sem
com a
consenso)
realidade Criada apenas para justificar o
Semântica
poder de um governante.
Possui normas programáticas
Dirigente traçando um plano para o
governo.
Constituição negativa, sintética.
Finalidade Garantia Não traça planos, apenas limita o Dirigente
poder e organiza o Estado.
Utilizada para ser aplicada em um
Balanço determinado estágio político de
um país.
Ortodoxa Única ideologia
Ideologia Eclética
Eclética Várias ideologias

4. (FCC/ Juiz Substituto/ TJ-GO/ 2012) A classificação


"ontológica" das Constituições (normativas, nominais e semânticas),

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radicada na relação das normas constitucionais com a realidade do


processo do poder, é da autoria de
(A) Hans Kelsen.
(B) Carl Schmitt.
(C) Karl Loewenstein.
(D) Pontes de Miranda.
(E) José Joaquim Gomes Canotilho.
Comentários:
Tal classificação foi criada por Karl Loewenstein
Gabarito: Letra C.

5. (FCC/AJEM-TRT-7ª/2009) A Constituição que prevê somente


os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-
o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e
garantias fundamentais é classificada como:
a) pactuada.
b) analítica.
c) dirigente.
d) dualista.
e) sintética.
Comentários:
Questão bem direta, acho que não há dúvidas que tal constituição
seria uma Constituição "sintética", não é mesmo? Ela trata apenas
daquilo que é essencial: organização do Estado e direitos
fundamentais.
A letra A e a letra D são excludentes... Pactuada seria o mesmo que
dualista, são as constituições fruto de um acordo entre o rei e o
legislativo.
Analítica é o contrário da sintética, não fala só das coisas que o
enunciado propôs, mas sim sobre um monte coisa que nem precisava
estar ali.
A letra C traz uma constituição que se caracteriza por também ser
analítica, pois além de limitar o poder e organizar o Estado, traz as
norma programáticas, ou seja, normas que irão traçar um plano para
o governo se orientar. Ex. " Art. 218. O Estado promoverá e

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incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação


tecnológicas".
Gabarito: Letra E.

6. (FCC/AJEM-TRT-16ª/2009) A doutrina constitucional tem


classificado a nossa atual Constituição Federal (1988) como escrita,
legal:
a) formal, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.
b) material, pragmática, promulgada, flexível e sintética.
c) formal, dogmática, promulgada, rígida e analítica.
d) substancial, pragmática, promulgada, semi-rígida e analítica.
e) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.
Comentários:
Essa questão, embora simples, faz necessário o apontamento de
algumas observações:
1º - O enunciado da questão, por si, já afirma que a Constituição de
88 é uma constituição legal. Veja que a FCC adota, então, a doutrina
de Alexandre de Moraes, e não a classificação do Prof. Tavares. Isso
quer dizer que a CF/88 para a FCC é uma Constituição legal, pois
"vale como lei", e não por estar elencada em textos esparsos (que é o
que Tavares chama de constituição legal).
2º - A questão cita por 3 vezes o termo "pragmática". Somente a
FCC, e por duas vezes, fez uso deste termo. Tal termo não é
desconhecido no direito, geralmente é usado para temas como
interpretação de normas. Ser pragmático significa, grosso modo, ser
eficiente, buscar a concretização das normas, estando aberto para a
realidade social. Maaaaaaas.... na minha humilde opinião, a FCC
colocou este termo APENAS para confundir os desavisados... Não
afirmo que estou certo, mas nas vezes que a banca fez uso do termo
"pragmático" não deu esta resposta como correta, até porque
nenhuma das doutrinas dos principais autores sobre "classificação
das constituições" faz uso do termo "pragmática" como sendo uma
das classificações da Constituição.
Então, considerando que a CF/88 é mesmo uma constituição legal e,
deixando de lado o fato de ela ser ou não "pragmática", vamos
analisar as assertivas:
Letra A - Errada. A Constituição não é outorgada, nem semi-rígida,
nem sintética.

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Letra B - Errada. Ela não é material, nem flexível e nem sintética.


Letra C - Perfeito!
Letra D - Errada. Ela não é substancial, nem semi-rígida.
Letra E - Errada. Ela não é material, nem outorgada, nem sintética.
Gabarito: Letra C.

7. (FCC/AJEM-TRT-4ª/2009) A Constituição da República


Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu
conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e
sua extensão, como:
a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética.
b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.
c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica.
d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.
e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica.
Comentários:
Questão muito interessante. Sabemos que a CF de 1988 é uma
constituição rígida, pois somente com um processo bem complexo é
que pode ser modificada (precisa seguir todo o rito que o art. 60
estabeleceu).
O Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88 como super-rígida,
pois possui as cláusulas pétreas, ou seja, matérias que não podem
ser abolidas.
A FCC costuma seguir a doutrina do Alexandre de Moraes no tema
"classificação das constituições", tanto que, conforme vimos,
considera a CF/88 como sendo uma Constituição legal.
Assim, a CF/88, embora seja uma Constituição rígida, também
poderá ser considerada super-rígida, aliás, recomendo seguir esta
classificação quando mencionada pela questão. ok?
Desta forma:
Letra A - Errado, pois ela não é histórica ou costumeira, nem flexível
e nem sintética.
Letra B - Errada, pois ela não é material, nem outorgada, nem
sintética.
Letra C - Perfeito.

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Letra D - Errada, pois ela não é material, nem semi-rígida e nem


sintética.
Letra E - Errada, pois ela não é histórica ou costumeira, nem
outorgada, e nem flexível.
Gabarito: Letra C.

8. (FCC/Auditor TCE-AM/2007) Considerando os vários


critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser
classificadas quanto
I. à forma, em escritas e não escritas;
II. ao conteúdo, em materiais e formais;
III. à origem, em promulgadas e outorgadas;
IV. à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas;
V. à finalidade, em dirigentes e garantias. É correto o que se afirma
em
a) I, II, III, IV e V.
b) I e II, somente.
c) I, III, V, somente.
d) II, III e IV, somente.
e) III, IV e V, somente.
Comentários:
Tá tudo certinho...
Os 5 itens estão corretos.
Gabarito: letra A.

9. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Semiflexível é a


constituição, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo
processo legislativo ordinário (CERTO/ERRADO).
Comentários:
Para alterar as normas de uma constituição rígida, precisamos de um
procedimento especial. Para alterar as normas de uma constituição
flexível, precisa-se de o mesmo rito de elaboração de uma simples lei
ordinária. Nas constituições semi-rígidas ou semiflexíveis, há uma
parte rígida e uma parte flexível.
Gabarito: Correto.
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10. (FCC/Analista-MPE-SE/2009) A Constituição brasileira de


1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art. 174. Se passados
quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer,
que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por
escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser
apoiada pela terça parte deles." "Art. 178. É só Constitucional o que
diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos
e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é
Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas
Legislaturas ordinárias." Depreende-se dos dispositivos acima
transcritos que a Constituição brasileira do Império era do tipo
semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas, diferentemente
da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida
(CERTO/ERRADO).
Comentários:
Quando a CF de 1824 dispôs: "É só Constitucional o que diz respeito
aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos
Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é
Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas
Legislaturas ordinárias". Ela estava dizendo que uma parte da
constituição seria rígida (parte constitucional) e outra parte da
constituição seria flexível (parte não-constitucional), e desta forma,
formou-se a chamada constituição semi-rígida ou semiflexível.
Atualmente, a CF/88 é do tipo rígida, já que todas as suas
normas, para serem alteradas, precisam de um procedimento
especial.
Gabarito: Correto.

11. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de


normas materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição
do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a Constituição
(CERTO/ERRADO).
Comentários:
Como vimos, pelo art. 178 da CF de 1824 inferia-se que em seu
corpo possuia uma parte que era materialmente constitucional,
distitnta das demais. Essa parte seria rígida (parte constitucional) e
outra parte da constituição seria flexível (parte não materialmente
constitucional), e desta forma, formou-se a chamada constituição
semi-rígida ou semiflexível.
Gabarito: Correto.
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12. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No


que se refere ao modo de elaboração, a constituição dogmática
espelha os dogmas e princípios fundamentais adotados pelo estado e
não será escrita.
Comentários:
As Constituições dogmáticas são sempre escritas, daí o erro, no
mais, consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais
adotados pelo estado, como afirma a assertiva.
Gabarito: Errado.

13. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Assinale a


opção correta acerca de classificações de Constituição.
(a) A Constituição nominal é aquela cujas normas efetivamente
dominam o processo político.
(b) Denomina-se Constituição cesarista a Constituição outorgada
submetida a plebiscito ou referendo.
(c) As Constituições francesas da época de Napoleão I são
classificadas como Constituições imutáveis.
(d) A Constituição garantia caracteriza-se por conter normas
definidoras de tarefas e programas de ação a serem concretizados
pelos poderes públicos.
(e) Constituições ortodoxas são aquelas que procuram conciliar
ideologias opostas.
Comentários:
Letra A. Errado. O item se refere à classificação ontológica (relação
com a realidade). A constituição nominal é justamente o oposto do
afirmado, pois não é efetivada na prática.
Letra B. Correto. O item se refere à classificação quanto à origem,
Imposta pelo governante, mas posteriormente levada à aprovação
popular (não deixa de ser outorgada).

Gabarito: Letra B.

14. (CESPE/TJAA-CNJ/2013) Constituição não escrita é aquela


que não é reunida em um documento único e solene, sendo composta
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de costumes, jurisprudência e instrumentos escritos e dispersos,


inclusive no tempo.
Comentários:
Exatamente, a Constituição não-escrita diferencia-se da escrita não
por não ter efetivamente documentos escritos, mas pelo fato das
normas de conteúdo constitucional não estarem sistematizadas em
um documento único, formalmente superior aos demais. A
Constituição não-escrita reconhece a constitucionalidade através do
conteúdo e não da forma. Com efeito, esse “conteúdo constitucional”
pode estar presente nos costumes, jurisprudências e até em diversos
instrumentos escritos, dispersos.
Gabarito: Correto.

15. (CESPE/ FUB-DF/ 2013) A constituição é outorgada quando


é externada com a participação dos cidadãos, uma vez que as normas
constitucionais são estatuídas pela deliberação majoritária dos
agentes do poder constituinte.
Comentários:
A promulgada é a legitimada pelos cidadãos.
Gabarito: Errado.

16. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) A Constituição Federal


de 1988 pode ser classificada como:
a) material, escrita, histórica, promulgada, flexível e analítica.
b) material, escrita, dogmática, outorgada, imutável e analítica.
c) formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica.
d) formal, escrita, dogmática, promulgada, semirrígida e sintética.
e) material, escrita, histórica, promulgada, semirrígida e analítica.
Comentários:
A opção correta é a letra C, vamos relembrar os conceitos que classificam
nossa constituição:
Quanto ao conteúdo: Formal – Independe do conteúdo. Ainda que o assunto
tratado não seja essencial a uma Constituição, basta que esse assunto seja
incorporado a um texto rígido supremo que ele será tido como
constitucional.
Quanto à forma: Escrita (ou instrumental) – É formalizada em um único
texto escrito.
Quanto à elaboração: Dogmática – É aquela elaborada por um órgão
Constituinte, consolidando o pensamento que determinada sociedade possui
naquele momento, por isso é necessariamente escrita, pois precisa
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esclarecer essas situações que ainda não estão “maduras”, solidificadas no


pensamento da sociedade. Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza
as ideias da teoria política e do direito dominante naquele determinado
momento da história de um Estado.
Quanto à origem: Promulgada (popular ou democrática) – É aquela
legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembleia constituinte formada
por representantes eleitos pelo voto popular.
Quanto à alterabilidade (ou estabilidade): Rígida – Quando se sobrepõe a
todas as demais normas. Assim, somente um processo legislativo especial e
complexo poderá alterar seu texto.
Quanto à extensão: Analíticas: São as extensas, prolixas, que tratam de
várias matérias que não são as fundamentais. Elas são a tendência das
Constituições atuais, já que se percebeu que o papel do Estado não pode se
limitar a garantir as liberdades do povo, mas deve agir ativamente para
assegurar os direitos.
Gabarito: Letra C.

17. (ESAF/MDIC/2012) Sabe-se que a doutrina constitucionalista


classifica as constituições. Quanto às classificações existentes, é
correto afirmar que:
I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.
II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica.
III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.
IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.
Assinale a opção verdadeira.
a) II, III e IV estão corretas.
b) I, II e IV estão incorretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) I, II e III estão corretas.
e) II e III estão incorretas.
Comentários:
I – Errado. Quanto à elaboração as constituições podem ser
dogmáticas (elaboradas em um texto formal, em um determinado
momento da história de um Estado), ou então históricas (se
consolidaram ao longo dos tempos) a classificação que divide as
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Constituições em escritas ou não-escritas seria quanto à “forma”, ou


seja, a formalidade em que ela se encontra no mundo jurídico.
II- Errado. Motivo dito no item anterior: dogmática e histórica é modo
de elaboração. Forma = escrita ou não-escrita.
III- Correto.
IV- Errado. Quanto ao conteúdo, as Constituições se classificam em
material ou formal. A Classificação como sintética ou analítica se
refere à “extensão”.
Gabarito: Letra B.

18. (ESAF/AFRFB/2012) O Estudo da Teoria Geral da


Constituição revela que a Constituição dos Estados Unidos se ocupa
da definição da estrutura do Estado, funcionamento e relação entre
os Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 é detalhista e minuciosa.
Ambas, entretanto, se submetem a processo mais dificultoso de
emenda constitucional. Considerando a classificação das constituições
e tomando-se como verdadeiras essas observações, sobre uma e
outra Constituição, é possível afirmar que
a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita,
analítica e rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa.
b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo
histórica, rígida, outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética.
c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária,
flexível e a da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida
e detalhista.
d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da
República Federativa do Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária.
e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é
democrática, promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida,
sintética e democrática.
Comentários:
Letra A - Item correto, exigindo conhecimento da Constituição dos
EUA do candidato... a título de informação, a constituição negativa é
sinônimo de Garantia , que é aquela que se limita a trazer elementos
limitativos do poder do Estado.

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Letra B - Errado. O erro está em afirmar que a CF-88 é histórica, na


verdade ela é dogmática, pois foi elaborada por um órgão
Constituinte, consolidando o pensamento que determinada sociedade
possui naquele momento.
Letra C - Errado. A constituição dos Estados Unidos não é
consuetudinária (costumeira) ela é escrita, inclusive sabemos que foi
a primeira constituição escrita da história, diferentemente do que diz
o item. A classificação da Constituição de 88 está correta.
Letra D - Errado. O item inverteu características das constituições do
Brasil e dos EUA.
Letra E - Errado. A do Brasil não é flexível, é rígida, pois somente
pode ser alterada por procedimento especial.
Gabarito: Letra A

Constitucionalismo:
Podemos dizer que a Constituição surge através do
"Constitucionalismo". Ou seja, chama-se de constitucionalismo a
evolução das relações entre governantes e governados que faz
surgir a Constituição.
O constitucionalismo ocorre de modos diferentes e em tempos
diferentes nos vários países do mundo. O constitucionalismo de cada
país tem a sua peculiaridade
(veja que o tempo verbal indicado é "ocorre" e não "ocorreu". O
constitucionalismo não foi um evento, ele é um evento. Tivemos uma
evolução passada, temos uma no presente e teremos outra no futuro,
pois a sociedade é dinâmica, os anseios se modificam e a forma e o
conceito da "Constituição" devem acompanhar essas mudanças)
Temos, resumidamente, diversos constitucionalismos:
• Constitucionalismo Antigo - Manifestado primeiramente na
civilização hebraica (teocrática) onde o poder era limitado pela
"Lei do Senhor" e posteriormente na civilização grega (polis)
onde havia inclusive uma escolha de cidadãos para os cargos
públicos, também se manifestou posteriormente em Roma
(antiga República Romana).
• Constitucionalismo da Idade Média - Marcado pela Magna
Carta de 1215 onde o rei João "sem terra" teve de assinar uma
carta de limitações de seu poder para que não fosse deposto
pelos barões;

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• Constitucionalismo Moderno - Marcado pela Revolução


Francesa e pela Independência dos Estados Unidos, onde o povo
realmente passava a legitimar a Constituição e exigir um rol de
garantias perante o Estado.
Embora parte da doutrina defenda que em tempos remotos já existia
algo que pudesse ser chamado de Constituição, o termo
“constitucionalismo” é recente (tem pouco mais de 200 anos) e está
ligado a esta limitação do Poder arbitrário dos governantes em
face do povo e do respeito à lei (formação de um Estado de
Direito).
Assim, para a grande maioria da Doutrina, porém, a Constituição só
pode ser chamada efetivamente de "Constituição" no
constitucionalismo moderno, ou seja, a partir da Revolução Francesa
em 1789 que deu origem a Constituição de 1791 naquele país e da
Constituição Americana de 1787. Surge, então, o chamado conceito
ocidental de Constituição ou conceito ideal. Baseado na doutrina do
Prof. Canotilho, neste conceito, elencamos as seguintes
características:
• Forma escrita;
• Deve organizar o Estado politicamente e prever a
separação de funções do Poder Político (tripartição dos
Poderes);
• Deve garantir as liberdades individuais, limitando o
poder do Estado;
• Deve prever a participação do povo nas decisões
políticas.

(GRAVEM ESSAS CARACTERÍSTICAS!)


O prof. Luís Roberto Barroso ensina que o termo constitucionalismo
sugere a existência de uma Constituição, porém, isso nem sempre é
necessário, pois o constitucionalismo, em sua essência, se
refere a esta limitação do Poder arbitrário dos governantes e o
respeito à lei. Teríamos então um caso notório onde tais
características poderiam ser notadas, sem que houvesse uma
Constituição formal ideal nestes moldes que vimos: o Reino Unido,
que possui uma constituição “não escrita”, costumeira, ou seja,
diversos documentos e costumes com conteúdo de Constituição, sem
que haja a consolidação destes elementos em um texto formal.

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19. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O que assegura aos


cidadãos o exercício dos seus direitos, a divisão dos poderes e,
segundo um dos seus grandes teóricos, a limitação do governo pelo
direito é:
a) o constitucionalismo.
b) a separação de poderes.
c) o princípio da legalidade.
d) o federalismo.
e) o Estado Democrático de Direito.
Comentários:
O constitucionalismo, em sua essência, é o movimento que gera a
limitação do Poder arbitrário dos governantes e o respeito à lei.
Gabarito: Letra A.

20. (FCC/ACE-TCE-MG/2007) O conjunto de regras concernentes


à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e
exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites
de sua ação corresponde
a) a um dos possíveis conceitos de Constituição.
b) aos princípios que regem o Estado Federal.
c) aos direitos fundamentais do homem.
d) aos princípios que regem a Administração Pública.
e) às normas que, se violadas, ensejam a intervenção federal no
Estado-membro.
Comentários:
A questão nitidamente está tratando de um conceito possível de
Constituição, já que a função básica de uma constituição é organizar
politicamente o Estado (relação entre os poderes, população,
governo...) e garantir as liberdades individuais, limitando o poder do
Estado.
Gabarito: Letra A.

21. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) O conceito de


constituição moderna corresponde à idéia de uma ordenação
sistemática e racional da comunidade política por meio de um
documento escrito no qual se declaram as liberdades e os direitos e
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se fixam os limites do poder político. Esse conceito de constituição é


também conhecido como conceito oriental de constituição.
Comentários:
O correto seria conceito ocidental de constituição ou conceito ideal
de constituição.
Gabarito: Errado.

22. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A origem do


constitucionalismo remonta à antiguidade clássica, especificamente
ao povo hebreu, do qual partiram as primeiras manifestações desse
movimento constitucional em busca de uma organização política
fundada na limitação do poder absoluto.
Comentários:
É isso aí... A questão está falando do Constitucionalismo Antigo.
Gabarito: Correto.

23. (CESPE/ANATEL/2006) O constitucionalismo pode ser


corretamente definido como um movimento que visa limitar o poder e
estabelecer um rol de direitos e garantias individuais, o que cria a
necessidade de se instituir uma carta, em regra escrita, que possa
juridicizar essa relação entre Estado e cidadão, de forma a se gerar
mais segurança jurídica.
Comentários:
Trata-se de um perfeito retrato da concepção moderna de
constitucionalismo, que surgiu com a Revolução Francesa e a
independência dos EUA.
Gabarito: Correto.

24. (ESAF/AFRFB/2009) O conceito ideal de constituição, o qual


surgiu no movimento constitucional do século XIX, considera como
um de seus elementos materiais caracterizadores que a constituição
não deve ser escrita.
Comentários:
Neste conceito, elencamos as seguintes características: forma
escrita; organização do Estado com previsão da separação das
funções do Poder Político (tripartição do Poder); garantia das
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liberdades individuais, limitando o poder do Estado; e participação do


povo nas decisões políticas.
Gabarito: Errado.

25. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A Constituição contém normas


fundamentais da ordenação estatal que servem para regular os
princípios básicos relativos ao território, à população, ao governo, à
finalidade do Estado e suas relações recíprocas.
Comentários:
A função básica de uma constituição é a organizar politicamente o
Estado (relação entre os poderes, população, governo...) e garantir
as liberdades individuais. Assim, encontra-se correta a assertiva.
Gabarito: Correto.

26. (VUNESP/Serviços Notariais – TJMS/2009) Assinale a


alternativa que contém uma afirmativa correta a respeito do
constitucionalismo.
a) O constitucionalismo teve seu marco inicial com a promulgação,
em 1215, da Magna Carta inglesa.
b) O constitucionalismo surge formalmente, em 1948, com a edição
da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas.
c) A doutrina do Direito Constitucional é uníssona no entendimento de
que o constitucionalismo surgiu com a revolução norte-americana
resultando, em 1787, na Constituição dos Estados Unidos da América.
d) É possível identificar traços do constitucionalismo mesmo na
antiguidade clássica e na Idade Média.
e) O constitucionalismo brasileiro inspirou-se fortemente no modelo
constitucional do Estado da Inglaterra.
Comentários:
Letra A – Errado. Embora documento marcante na história da
limitação dos poderes dos governantes, a Magna Carta Inglesa não
pode ser considerada marco inicial do Constitucionalismo, nem em
um sentido amplo, considerando a Grécia antiga e o povo hebreu,
nem em um sentido estrito, quando teríamos a Constituição
Americana de 1787 e a Francesa de 1791 como marco do
constitucionalismo moderno.
Letra B – Errado. Da mesma forma que a assertiva anterior.
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Letra C – Errado. O erro foi dizer que a doutrina seria “uníssona”, isso
não é verdade. Parte da doutrina considera um sentido amplo, com o
constitucionalismo iniciando na Grécia antiga e no povo hebreu, outra
parte um sentido estrito, quando teríamos a Constituição Americana
de 1787 e a Francesa de 1791 como marco do constitucionalismo
moderno, e mesmo essa parte da doutrina ainda é divergente ao
afirmar se foi a carta americana ou a francesa o ponto inicial.
Letra D – Correto.
Letra E – Errado. O modelo inglês reflete uma ausência de
constituição formal e escrita. Trata-se de um modelo formado por
convenções e leis constitucionais esparsas, que nada se assemelha a
nenhuma constituição brasileira.
Gabarito: Letra D.

Antes dessa "formalização" do conceito de Constituição, diversos


documentos e movimentos podem ser apontados como antecedentes
deste constitucionalismo moderno. Assim, são geralmente apontados
como precedentes históricos do constitucionalismo moderno:
• Pensamento iluminista - Pregava o liberalismo político e
econômico. Foi a base das revoluções do séc. XVIII e XIX.
• Teoria do Pacto Social de Rousseau - Segundo Rousseau, o
Estado é um contrato social entre seus integrantes, logo o povo
não pode estar submisso, sem participar nas decisões políticas.
• Pactos - Acordos entre o monarca e os barões (ou burgueses).
Ex. Magna Carta de 1215, onde o rei só governaria se
aceitasse as condições impostas pela nobreza (barões). Outro
importante foi o Petition of Rights (1628) onde passou ser
necessário o consentimento de todos para que se fossem
cobradas dádivas ou benevolências. Importante também é citar
o Bill of Rights de 1689 (declaração de direitos) feita pelo
parlamento inglês e aceita por Guilherme de Orange, que
reconheceu, na Inglaterra, diversos direitos e liberdades como
a propriedade privada e as eleições livres para o parlamento.
• Forais - Permitiam o autogoverno dos burgos.
• Cartas de Franquia - Assegurava a liberdade às corporações e
colocava limites ao poder dos senhores feudais para exigir
tributos.
• Contratos de colonização - Regras consensuais fixadas pelos
novos colonos da América do Norte, para que pudessem
regulamentar o Poder e se governarem.
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(As definições de cada um desses antecedentes não são cobradas em


concursos! Mas, é cobrado o nome deles como exemplos de
antecedentes das Constituições).

LISTA DAS QUESTÕES DA AULA:

1. (ESAF/Analista- Min. Integração Nacional/2012) A


Constituição Federal é a norma fundamental de nosso ordenamento
jurídico desde que não revele incompatibilidade com os tratados
internacionais de direitos humanos pactuados pelo País.
2. (CESPE/Técnico Científico - Banco da Amazônia/2012) A
Constituição é autêntica sobrenorma, por veicular preceitos de
produção de outras normas, limitando a ação dos órgãos
competentes para elaborá-las, o que é fundamental à consolidação do
estado democrático de direito.
3. (CESPE/Agente Administrativo-MPS/2010) A norma
constitucional é uma sobrenorma, porque trata do conteúdo ou das
formas que as demais normas devem conter, apresentando princípios
que servem de guias supremos ao exercício das competências dos
órgãos.
4. (FCC/ Juiz Substituto/ TJ-GO/ 2012) A classificação
"ontológica" das Constituições (normativas, nominais e semânticas),
radicada na relação das normas constitucionais com a realidade do
processo do poder, é da autoria de
(A) Hans Kelsen.
(B) Carl Schmitt.
(C) Karl Loewenstein.
(D) Pontes de Miranda.
(E) José Joaquim Gomes Canotilho.
5. (FCC/AJEM-TRT-7ª/2009) A Constituição que prevê somente
os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-
o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e
garantias fundamentais é classificada como:
a) pactuada.
b) analítica.
c) dirigente.
d) dualista.

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e) sintética.
6. (FCC/AJEM-TRT-16ª/2009) A doutrina constitucional tem
classificado a nossa atual Constituição Federal (1988) como escrita,
legal:
a) formal, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.
b) material, pragmática, promulgada, flexível e sintética.
c) formal, dogmática, promulgada, rígida e analítica.
d) substancial, pragmática, promulgada, semi-rígida e analítica.
e) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.
7. (FCC/AJEM-TRT-4ª/2009) A Constituição da República
Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu
conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e
sua extensão, como:
a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética.
b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.
c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica.
d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.
e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica.
8. (FCC/Auditor TCE-AM/2007) Considerando os vários
critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser
classificadas quanto
I. à forma, em escritas e não escritas;
II. ao conteúdo, em materiais e formais;
III. à origem, em promulgadas e outorgadas;
IV. à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas;
V. à finalidade, em dirigentes e garantias. É correto o que se afirma
em
a) I, II, III, IV e V.
b) I e II, somente.
c) I, III, V, somente.
d) II, III e IV, somente.
e) III, IV e V, somente.

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9. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Semiflexível é a


constituição, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo
processo legislativo ordinário (CERTO/ERRADO).
10. (FCC/Analista-MPE-SE/2009) A Constituição brasileira de
1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art. 174. Se passados
quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer,
que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por
escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser
apoiada pela terça parte deles." "Art. 178. É só Constitucional o que
diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos
e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é
Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas
Legislaturas ordinárias." Depreende-se dos dispositivos acima
transcritos que a Constituição brasileira do Império era do tipo
semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas, diferentemente
da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida
(CERTO/ERRADO).
11. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de
normas materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição
do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a Constituição
(CERTO/ERRADO).
12. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No
que se refere ao modo de elaboração, a constituição dogmática
espelha os dogmas e princípios fundamentais adotados pelo estado e
não será escrita.
13. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Assinale a
opção correta acerca de classificações de Constituição.
(a) A Constituição nominal é aquela cujas normas efetivamente
dominam o processo político.
(b) Denomina-se Constituição cesarista a Constituição outorgada
submetida a plebiscito ou referendo.
(c) As Constituições francesas da época de Napoleão I são
classificadas como Constituições imutáveis.
(d) A Constituição garantia caracteriza-se por conter normas
definidoras de tarefas e programas de ação a serem concretizados
pelos poderes públicos.
(e) Constituições ortodoxas são aquelas que procuram conciliar
ideologias opostas.

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14. (CESPE/TJAA-CNJ/2013) Constituição não escrita é aquela


que não é reunida em um documento único e solene, sendo composta
de costumes, jurisprudência e instrumentos escritos e dispersos,
inclusive no tempo.
15. (CESPE/ FUB-DF/ 2013) A constituição é outorgada quando
é externada com a participação dos cidadãos, uma vez que as normas
constitucionais são estatuídas pela deliberação majoritária dos
agentes do poder constituinte.
16. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) A Constituição Federal
de 1988 pode ser classificada como:
a) material, escrita, histórica, promulgada, flexível e analítica.
b) material, escrita, dogmática, outorgada, imutável e analítica.
c) formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica.
d) formal, escrita, dogmática, promulgada, semirrígida e sintética.
e) material, escrita, histórica, promulgada, semirrígida e analítica.
17. (ESAF/MDIC/2012) Sabe-se que a doutrina constitucionalista
classifica as constituições. Quanto às classificações existentes, é
correto afirmar que:
I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.
II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica.
III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.
IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.
Assinale a opção verdadeira.
a) II, III e IV estão corretas.
b) I, II e IV estão incorretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) I, II e III estão corretas.
e) II e III estão incorretas.
18. (ESAF/AFRFB/2012) O Estudo da Teoria Geral da
Constituição revela que a Constituição dos Estados Unidos se ocupa
da definição da estrutura do Estado, funcionamento e relação entre
os Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 é detalhista e minuciosa.
Ambas, entretanto, se submetem a processo mais dificultoso de
emenda constitucional. Considerando a classificação das constituições

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e tomando-se como verdadeiras essas observações, sobre uma e


outra Constituição, é possível afirmar que
a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita,
analítica e rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa.
b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo
histórica, rígida, outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética.
c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária,
flexível e a da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida
e detalhista.
d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da
República Federativa do Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária.
e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é
democrática, promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida,
sintética e democrática.
19. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O que assegura aos
cidadãos o exercício dos seus direitos, a divisão dos poderes e,
segundo um dos seus grandes teóricos, a limitação do governo pelo
direito é:
a) o constitucionalismo.
b) a separação de poderes.
c) o princípio da legalidade.
d) o federalismo.
e) o Estado Democrático de Direito.
20. (FCC/ACE-TCE-MG/2007) O conjunto de regras concernentes
à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e
exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites
de sua ação corresponde
a) a um dos possíveis conceitos de Constituição.
b) aos princípios que regem o Estado Federal.
c) aos direitos fundamentais do homem.
d) aos princípios que regem a Administração Pública.
e) às normas que, se violadas, ensejam a intervenção federal no
Estado-membro.
21. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) O conceito de
constituição moderna corresponde à idéia de uma ordenação
sistemática e racional da comunidade política por meio de um
documento escrito no qual se declaram as liberdades e os direitos e
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se fixam os limites do poder político. Esse conceito de constituição é


também conhecido como conceito oriental de constituição.
22. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A origem do
constitucionalismo remonta à antiguidade clássica, especificamente
ao povo hebreu, do qual partiram as primeiras manifestações desse
movimento constitucional em busca de uma organização política
fundada na limitação do poder absoluto.
23. (CESPE/ANATEL/2006) O constitucionalismo pode ser
corretamente definido como um movimento que visa limitar o poder e
estabelecer um rol de direitos e garantias individuais, o que cria a
necessidade de se instituir uma carta, em regra escrita, que possa
juridicizar essa relação entre Estado e cidadão, de forma a se gerar
mais segurança jurídica.
24. (ESAF/AFRFB/2009) O conceito ideal de constituição, o qual
surgiu no movimento constitucional do século XIX, considera como
um de seus elementos materiais caracterizadores que a constituição
não deve ser escrita.
25. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A Constituição contém normas
fundamentais da ordenação estatal que servem para regular os
princípios básicos relativos ao território, à população, ao governo, à
finalidade do Estado e suas relações recíprocas.
26. (VUNESP/Serviços Notariais – TJMS/2009) Assinale a
alternativa que contém uma afirmativa correta a respeito do
constitucionalismo.
a) O constitucionalismo teve seu marco inicial com a promulgação,
em 1215, da Magna Carta inglesa.
b) O constitucionalismo surge formalmente, em 1948, com a edição
da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas.
c) A doutrina do Direito Constitucional é uníssona no entendimento de
que o constitucionalismo surgiu com a revolução norte-americana
resultando, em 1787, na Constituição dos Estados Unidos da América.
d) É possível identificar traços do constitucionalismo mesmo na
antiguidade clássica e na Idade Média.
e) O constitucionalismo brasileiro inspirou-se fortemente no modelo
constitucional do Estado da Inglaterra.

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GABARITO:

Corret
1 Errado 14 o
2 Correto 15 Errado
3 Correto 16 C
4 C 17 B
5 E 18 A
6 C 19 A
7 C 20 A
8 A 21 Errado
Corret
9 Correto 22 o
Corret
10 Correto 23 o
11 Correto 24 Errado
Corret
12 Errado 25 o
13 B 26 D

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