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Segundo a versão que se consagrou como verdadeira durante muito tempo, o Dia
Internacional da Mulher surgiu no seguinte contexto: uma fábrica têxtil na periferia
industrial de Nova Iorque, Estados Unidos, pega fogo. Centenas de mulheres morrem
queimadas, presas dentro da fábrica. Mais do que uma tragédia, um crime que chocou o
mundo.
História contestada
Mais recentemente, essa versão clássica acerca do Dia Internacional da Mulher foi
contestada. Segundo a socióloga Eva Alterman Blay, da Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, “o acidente relatado acima, de
1857, não aconteceu”.
Hoje, o local do incêndio corresponde a uma área da Universidade de Nova Iorque. Lá,
uma placa lembra a tragédia: “Neste lugar, em 25 de março de 1911, 146 trabalhadores
perderam suas vidas no incêndio da Triangle Shirtwaist Company. Deste martírio
resultaram novos conceitos de responsabilidade social e legislação do trabalho que
ajudaram a tornar nossas condições de trabalho as melhores do mundo”.
Apesar da influência desse acontecimento, Eva Blay defende que o processo para
instituir o Dia Internacional da Mulher já estava se desenvolvendo há algum tempo.
Segundo ela, essa data já era defendida por americanas e europeias ligadas ao
movimento socialista e foi concretizada a partir da iniciativa de Clara Zetkin em 1910,
comunista alemã que durante o II Congresso Internacional de Mulheres socialistas
propôs a data comemorativa.
Diante de todas essas versões, o que se sabe ao certo é que o dia foi oficialmente
instituído em 1975 pela ONU. Nesse momento da história, o movimento feminista já
havia eclodido em vários países e foi cada vez mais ganhando força.
Condições de trabalho
Durante o século XIX, em vários países da Europa e das Américas, o mundo das
fábricas era uma verdadeira selva. Não havia nenhum tipo de legislação que
disciplinasse a quantidade de horas trabalhadas diariamente e as condições de trabalho.
As pessoas trabalhavam 16, 17 e até 18 horas por dia, sete dias por semana, em
ambientes insalubres e mal organizados. Mulheres, crianças e velhos eram obrigados a
extensas jornadas, muitas vezes em atividades extenuantes.
Não havia descanso remunerado, férias, assistência médica, aposentadoria. Doentes ou
mulheres grávidas eram sumariamente dispensados quando não aguentavam mais o
ritmo.