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Operador de Mina

SUMÁRIO

1. ESCAVAÇÃO DE ROCHAS: CONCEITOS BÁSICOS E ETAPAS ............................................................................................. 4

2. PLANEJAMENTO DE MINA ............................................................................................................................................. 5

2.1 TERMOS BÁSICOS .............................................................................................................................................................. 5


2.2 PROSPECÇÃO MINERAL ....................................................................................................................................................... 6
2.3 PROSPECÇÃO E AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................... 7
2.4 BANCO DE DADOS DE INFORMAÇÕES GEOLÓGICAS.................................................................................................................... 7
2.5 MODELAMENTO GEOLÓGICO............................................................................................................................................... 8
2.6 SETORIZAÇÃO GEOTÉCNICA ................................................................................................................................................. 9
2.7 ALOJAMENTO ................................................................................................................................................................. 14
2.8 REVISÃO DE TERMOS TÉCNICOS .......................................................................................................................................... 15
2.9 SEQUENCIAMENTO .......................................................................................................................................................... 15

3. DIMENSIONAMENTO DE FROTA .................................................................................................................................. 21

3.1 SELEÇÃO DO EQUIPAMENTO .............................................................................................................................................. 21


3.2 MINÉRIO LIBERADO.......................................................................................................................................................... 21
3.3 ACOMPANHAMENTO DE LAVRA E AMOSTRAGEM EM FLUXO CONTÍNUO ...................................................................................... 22
3.4 BLENDAGEM DE MINÉRIO ................................................................................................................................................. 22
3.5 RECONCILIAÇÃO .............................................................................................................................................................. 22
3.6 DISPONIBILIDADE FÍSICA (DF) ............................................................................................................................................ 23
3.7 DISPONIBILIDADE FISICA. .................................................................................................................................................. 23
3.8 UTILIZAÇÃO .................................................................................................................................................................... 23

4. PRODUTIVIDADE ......................................................................................................................................................... 24

5. DESENVOLVIMENTO DE MINA ..................................................................................................................................... 24

5.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................. 24
5.1.1 Sequência de desenvolvimento ............................................................................................................................... 24
5.1.2 Desenvolvimento: proteção ambiental ................................................................................................................... 25
5.1.3 Desenvolvimento: implantação e custos ................................................................................................................ 25
5.2 SUPRESSÃO .................................................................................................................................................................... 25
5.2.1 OPERAÇÃO DO SKIDER ..................................................................................................................................... 27
5.2.2 EMPILHAMENTO DAS TORAS ............................................................................................................................ 27
5.2.3 LIMPEZA DE GALHADA COM TRATOR ............................................................................................................ 29
5.2.4 CARREGAMENTO DAS GALHADAS ................................................................................................................... 29
5.2.5 CARREGAMENTO DE TORAS NO CAMINHÃO MADEIREIRO ........................................................................ 30
5.2.6 Abertura de acessos com trator ............................................................................................................................. 31
5.2.7 ACERTO DE PISTA DE ROLAMENTO DE ESTRADAS E ACESSOS ................................................................. 32
5.2.8 Aspersão ................................................................................................................................................................. 36
5.2.9 Drenagem ............................................................................................................................................................... 36
5.3 SISTEMAS DE CONTROLE DE IMPACTOS SOBRE COLEÇÕES HÍDRICAS ........................................................................ 36
5.4 SISTEMAS DE CONTENÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS ............................................................................................................... 38
5.5 DRENAGEM DOS ACESSOS ................................................................................................................................................. 38
5.6 LENÇOIS FREÁTICOS. ........................................................................................................................................................ 38

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6. PERFURAÇÃO DA ROCHA ............................................................................................................................................. 39

6.1 OBJETIVO .................................................................................................................................................................... 39


6.2 PRINCIPAIS COMPONENTES DA PERFURAÇÃO - DINÂMICA DA ............................................................................. 40
6.2.1 PERFURAÇÃO ...................................................................................................................................................... 40
6.2.2 DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (AVANÇO) ....................................................................................................... 40
6.2.3 III – ROTAÇÃO POR PERCUSSÃO:.................................................................................................................... 41
6.2.4 ROTAÇÃO E CORTE............................................................................................................................................. 42
6.2.5 DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (LIMPEZA) ...................................................................................................... 42
6.3 APLICAÇÕES DA PERFURAÇÃO .................................................................................................................................... 43
6.3.1 PERFURAÇÃO POR PERCUSSÃO ...................................................................................................................... 43
6.3.2 ROTAÇÃO/TRITURAÇÃO ..................................................................................................................................... 43
6.3.3 MÉTODO DE FURO ABAIXO ........................................................................................................................... 44

7. EQUIPAMENTOS DE PERFURAÇÃO .............................................................................................................................. 52

7.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 52


7.2 OBJETIVOS .................................................................................................................................................................. 52
7.3 3. CLASSIFICAÇÃO....................................................................................................................................................... 52
7.3.1 PERFURATRIZES PERCUSSIVAS .................................................................................................................................... 52
7.3.2 SISTEMA DE PERCUSSÃO.............................................................................................................................................. 53
7.3.3 PROCESSO DE ROTAÇÃO .............................................................................................................................................. 56
7.3.4 DINÂMICA DO SISTEMA DE PERCUSSÃO ....................................................................................................................... 56
7.3.5 COMPONENTES ............................................................................................................................................................ 57
7.3.6 SISTEMA DE LIMPEZA .................................................................................................................................................. 57
7.4 PERFURATRIZES ROTATIVAS ....................................................................................................................................... 57
7.4.1 PERFURATRIZES PERCUSSIVO-ROTATIVAS ................................................................................................................... 58
7.4.2 PERFURATRIZES FURO-ABAIXO ................................................................................................................................... 58
7.4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS PERFURATRIZES FURO-ABAIXO .......................................................................... 58

8. AVANÇOS .................................................................................................................................................................... 59

8.2 AVANÇO PNEUMÁTICO ................................................................................................................................................ 60


8.3 AVANÇO DE CORRENTE ............................................................................................................................................... 60
8.4 AVANÇO DE PARAFUSO ............................................................................................................................................... 61

9. LOCOMOÇÃO DE PERFURATRIZES................................................................................................................................ 61

9.1 UTILIZAÇÃO DE PERFURATRIZES MANUAIS ......................................................................................................................... 62

10. TIPOS DE ASSOCIAÇÕES DE AVANÇO E LOCOMOÇÃO .............................................................................................. 63

10.1 BENCHER .................................................................................................................................................................... 63


10.2 6.2 WAGON-DRILL ...................................................................................................................................................... 63
10.3 6.3 PERFURATRIZES SOBRE TRATOR OU CRAWLER DRILL ........................................................................................... 64
10.3.1 Perfuratriz de furo-abaixo sobre trator ............................................................................................................. 64

11. LUBRIFICAÇÃO DAS PERFURATRIZES ....................................................................................................................... 65

11.1 LUBRIFICADOR DE LINHA ............................................................................................................................................ 65


11.2 7.2 CARACTERÍSTICAS DO LUBRIFICANTE ................................................................................................................... 66

12. MANUTENÇÃO DE PERFURATRIZES ......................................................................................................................... 66

12.1 VERIFICAÇÃO DA BUCHA DE ROTAÇÃO ....................................................................................................................... 66


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12.2 8.2 VERIFICAÇÃO DO PISTÃO ....................................................................................................................................... 67


12.3 8.3 VERIFICAÇÃO DA PORCA ....................................................................................................................................... 67

13. EXPLOTAÇÃO ........................................................................................................................................................... 68

14. DEPÓSITO DE ESTÉRIO ............................................................................................................................................. 92

15. PROCESSO DE CARREGAMENTO E TRANSPORTE ..................................................................................................... 97

16. CONTROLE DE DERRAMES E VAZAMENTOS DE PETRÓLEO E OUTROS ÓLEOS ........................................................ 107

16.1 O ÓLEO LUBRIFICANTE .............................................................................................................................................. 107


16.2 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA ............................................................................................................................... 107
16.3 TIPOS DE CONTENÇÕES ............................................................................................................................................. 108
16.3.1 BARREIRAS ........................................................................................................................................................... 108
16.3.2 SKIMERS ............................................................................................................................................................... 109
16.3.3 DISPERSANTES ...................................................................................................................................................... 109
16.3.4 ABSORVENTES E ADSORVENTES ........................................................................................................................... 110
16.3.5 COAGULANTES/FLOCULANTES ............................................................................................................................. 110

17 NORMAS BÁSICAS DE SEGURANÇA............................................................................................................................ 112

18 SAÚDE SEGURANÇA VALE ......................................................................................................................................... 117

19 MOVIMENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ...................................................................................................................... 129

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1. Escavação de Rochas: conceitos básicos e etapas

No universo da engenharia, a etapa de escavação de rochas está intimamente associada a mecanismos de


estudos iniciais envolvendo classificações atreladas às propriedades físicas e mecânicas das rochas. Essa
classificação, dentre outros aspectos, se baseia na aglomeração de minerais e suas proporções. Isso porque
a estrutura granular da rocha, textura e origem servem como alguns dos parâmetros para a classificação da
rocha à ser escavada - parâmetros esses que indicam a resistência e coesão da rocha. Outro fator de estudo
envolvendo rochas são as descontinuidades.
Vencidas as etapas de investigação da caracterização do maciço rochoso e identificada a classificação
geomecânica, inicia-se a etapa de planejamento. Nesse estágio, são apontados os equipamentos de
engenharia mais adequados para a execução da escavação e cálculos que preveem os custos (tantos m³ de
determinado material) bem como sequenciamento da escavação. A exatidão dos estudos (como
prospecção e sondagem) e definição da narrativa de escavação de rochas é uma medida fundamental que
evita atrasos e alteração nos custos de um projeto.
Um aspecto comparativo importante entre a escavação em solo e a escavação de rochas é que (guardadas
as devidas proporções) apesar de a rocha ser considerada mais competente que o solo e gerar
menor número de problemas com fundações ou estruturas, a escavação de rochas, via de regra, supera a
escavação em solo em termos de custos.
Uma das regras básicas antes de se iniciar os serviços de escavação de rochas (e escavação em solo), em
se tratando de áreas urbanas, é certificar-se da presença de redes de água, esgoto, gasodutos, cabos
elétricos e de telefone prevendo a integridade desses elementos. Além disso, deve ser providenciada a
proteção a estruturas como muros e edificações nas proximidades da escavação em observância à
legislação vigente.
Observados esses cuidados prévios, são realizados o desmatamento, destocamento e limpeza
(escarificação) que contempla a remoção de toda a camada de solo sobre a rocha e inclusive camada de
rocha decomposta que recobre o maciço rochoso alvo da operação.

As justificativas para execução de escavações de rochas vão das mais simples às mais complexas. Por
exemplo, uma das funções básicas da escavação mecânica de rochas é a remoção de blocos de rochas
aflorantes em taludes, quando estes indicam riscos para a segurança dos agentes envolvidos com a obra e
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para os próprios usuários finais de um empreendimento. Por outro lado, escavações podem ser realizadas
para fins de desobstrução de leitos de rios em decorrência de septos rochosos, como já mencionamos no
artigo Derrocagem subquática: aspectos econômico-sociais.

2. Planejamento de Mina

 Introdução

A agricultura e a mineração são as atividades básicas mais antigas da nossa civilização. A


mineração sempre foi de fundamental importância por gerar riquezas a partir de recursos limitados e não
renováveis.

A mineração tem sido praticada desde os tempos pré-históricos quando fragmentos de


rocha eram usados como ferramentas e utensílios.

2.1 Termos básicos


 Mineral é uma substância inorgânica que ocorre naturalmente na terra e que tem
um conjunto de propriedades físicas características, bem como uma composição, que pode ser
expressa por uma fórmula química.

 Rocha é uma associação natural de minerais. Pode ser monomineral, ou seja, ter
um único mineral.

 Jazida é um corpo geológico economicamente aproveitável. Pode conter estéril.

 Minério a parte da jazida que possui um mineral ou agregado mineral, e que pode
ser extraído com lucro. Uma parte da jazida só é minério se o seu aproveitamento resultar em
lucro.

 Termos básicos

 Mineral-minério é um mineral economicamente aproveitável do minério.

 Canga é o conjunto de minerais contidos no minério e que não têm valor


econômico.

 Estéril é a parte da jazida que não tem valor econômico, e por isso é deixado no
local ou retirado e estocado em local apropriado.

 Lavra é o ato, processo ou trabalho de extrair substâncias minerais ou fósseis do


seu ambiente natural e transportá-los para o ponto de processamento ou uso.

 Etapas da vida de uma mina


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 A prospecção consiste na procura do bem mineral.

 A avaliação é o estudo da ocorrência mineral.

 O desenvolvimento é a preparação para a extração.

 A explotação é a extração do minério.

 O fechamento de mina.

 Operações Unitárias

A extração e movimentação de qualquer tipo de minério ou estéril demandam operações


unitárias similares.

As operações unitárias de lavra são os passos básicos empregados para produzir minério a partir
de um depósito, juntamente com as operações auxiliares necessárias.

As operações unitárias básicas de lavra são: desmonte, carregamento e transporte.

 Impactos da Mineração

Os impactos negativos da mineração podem ser agrupados em três categorias:

1. Impactos ambientais e de uso do solo;

2. Riscos de acidentes e de saúde;

3. Impactos: econômico, político, social e psicológico.

Mudanças no ambiente, de caráter físico, químico e biológico também ocorrem. Eles


produzem geralmente os mais visíveis impactos. Como exemplo estão as perturbações na superfície,
subsidência, poluição da água e do ar, consumo de recursos não renováveis, agressão a algumas espécies
de seres vivos, e uso inadequado do solo. Riscos de acidente e de saúde têm como exemplos típicos as
explosões e a poeira. Finalmente há efeitos: econômicos, político, sociais e psicológicos que são indiretos
e difíceis de serem medidos e decorrem do impacto social criado principalmente no início e encerramento
da atividade.

2.2 Prospecção mineral


 As etapas do processo de avaliação de
recursos e reservas

 Prospecção de depósitos minerais

A prospecção de depósitos minerais é uma operação que exige grande conhecimento de


ciências

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da Terra e emprega diversificadas tecnologias e técnicas, como a geologia de campo, a geofísica,


a geoquímica e o geosensoriamento.

2.3 PROSPECÇÃO E AVALIAÇÃO


 Sondagem

O método mais comum é o que utiliza furos de sonda com broca de diamante (FSD) para
perfurar o subsolo e assim permitir ao geólogo conhecer, por exemplo, o tamanho dos depósitos
investigados.

Os furos são feitos com intervalos – o tamanho dos espaçamentos é, geralmente,


determinado pelo tipo de minério que se pretende investigar – e o conjunto deles forma a chamada malha
de sondagem. As brocas de diamante entram no subsolo, cortam as rochas e recolhem amostras (cilindros
do material) também conhecidas entre os especialistas como testemunhos de sondagem – a “identidade”
do minério.

A partir desse material, o geólogo separa o que é e o que não é formação mineralizada. O
que é formação mineralizada segue para o laboratório para que os testemunhos possam ser submetidos às
análises mineralógicas, química, física e mecânica/metalúrgica.

2.4 Banco de dados de informações geológicas


Com as informações obtidas a partir das análises do geólogo e do laboratório, será formado
um Banco de Dados de Informações Geológicas. Trabalhados a partir de diversas áreas do conhecimento,
como a matemática aplicada, a estatística e a geostatística, esses dados possibilitam a avaliação dos
recursos e a determinação das reservas.

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O Banco de Dados de Informações Geológicas é a base de todo o sistema de avaliação do


depósito mineral, pois contém informações cruciais: os teores de ferro, sílica, alumina, fósforo e
manganês (no caso de minério de ferro), a profundidade do minério, as diferentes litologias, as
recuperações granulométricas, a perda por calcinação e as propriedades metalúrgicas, bem como suas
posições dentro dos furos de sonda (perfil do furo). As informações serão tratadas em softwares
específicos que interpretam os dados para que o corpo geológico possa ser delineado
tridimensionalmente.

2.5 Modelamento Geológico


O resultado das informações tratadas em softwares vai formar o chamado Modelamento
Geológico, etapa que vai ainda identificar descontinuidades geológicas, fazer o cálculo dos volumes e das
massas do minério e também do estéril. O processo é refeito a cada um ou dois anos, em função das
informações frequentemente geradas numa mina.

 Determinação de densidade in situ

A “marca” do minério também é definida por outros fatores como, por exemplo, a
densidade, por meio da chamada determinação de densidade in situ, ou seja, no local.

 Modelo de blocos litológicos

Na extensa “linha de montagem” na qual o minério deixa de ser recurso e se torna reserva,
a qualificação das características físicas e químicas do material faz parte do modelo de blocos geológicos.
Em função do nível de informação existente, os recursos são classificados em três categorias: medido,
indicado e inferido. O recurso medido possui muito mais informações sobre as qualidades do minério do
que o indicado e, consequentemente, o indicado tem mais do que o inferido. O recurso medido pode se
converter em reserva provada e o indicado, em reserva provável. Já o inferido não se converte em
reservas, permanecendo como recurso até que novas pesquisas demonstrem a viabilidade econômica para
a transformação desse recurso em reserva.

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Tudo isso, claro, levando-se em consideração a utilização de tecnologia adequada e,


principalmente, a demanda do mercado.

 Otimização e operacionalização de cavas

Para o minério se transformar em reserva, é necessária a otimização e operacionalização de


cavas, ou seja, a determinação do local onde a cava deve ser aberta. A proposta é chegar a uma boa
relação custo-benefício.

 Modelo hidrogeológico e balanço hídrico

Outros itens importantes capazes de influenciar no custo final do produto são o modelo
hidrogeológico e o balanço hídrico: ambos relacionados com a água presente no maciço e com o trabalho
necessário para a sua retirada, um processo geralmente caro por causa, por exemplo, do bombeamento. A
água é um fator importante nas operações de lavra, sendo necessária a sua eliminação parcial para a
perfeita condução dessas operações. Quanto maior o volume de água presente no maciço rochoso
(formação ferrífera), maior será o número de poços necessário para o seu bombeamento e,
consequentemente, maiores serão os custos de lavra.

2.6 Setorização Geotécnica


Uma etapa importante é a caracterização geotécnica dos diferentes maciços rochosos que
constituem a área de lavra. Pela geotecnia são definidos os ângulos de estabilidade de taludes que serão
aplicados às paredes da cava. Um ângulo mal dimensionado pode ocasionar acidentes com perdas
materiais, humanas, podendo levar até a interdição das operações.

 Estudo de viabilidade

1. Introdução, resumo, definições;

2. Locação, clima, topografia, história, propriedades e condições de transporte;

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3. Aspectos ambientais: condições atuais, padrões, medidas de proteção, recuperação


de áreas, estudos especiais e autorizações;

4. Aspectos geológicos: origem, estrutura, mineralogia e petrografia;

5. Reservas minerais: procedimentos de avaliação, cálculo de tonelagem e teor


(exemplo: 3,31 milhões de toneladas com teor médio de 3,05 % Zn), extensão e teor dos
subprodutos;

6. Planejamento da lavra: desenvolvimento e explotação;

 Estudo de viabilidade

7. Beneficiamento: necessidades locais;

8. Instalações de superfície e subterrâneas: locação e plano de construção;

9. Operações auxiliares: energia, suprimento de água, estrada de acesso, deposição de


estéril e de rejeitos;

10. Quadro de pessoal;

11. Comercialização: oferta, demanda, preço, contratos de fornecimento e produtos


substitutos;

12. Custos: direto, indireto e total de desenvolvimento, explotação, Beneficiamento e


transporte;

13. Avaliação do depósito, classificação dos valores pelo tipo de reserva;

14. Projeção de lucro: determinação da margem de lucro, por faixas de teores e preços.

 Exemplos

1. Estime o lucro unitário na lavra e processamento de um minério de cobre a 0,6%


considerando o preço do cobre no concentrado = $ 3,63/ kg e o custo total unitário = $ 7,50/ t. A
recuperação global é de 92%. 1t = 1000 kg

2. Calcule o teor de corte para o depósito do exemplo n.º 1.

 Exercício.

1. Estime o lucro unitário na lavra e processamento de um minério de ouro a 0,057%


considerando o preço do ouro no concentrado = $ 1.220,00/ oz e o custo total unitário = $ 850,00/
t. A recuperação global é de 80%. 01oz = 28,34g

2. Calcule o teor de corte para o depósito do questão n.º 1.

 Consequências da atividade sem Licenciamento ambiental


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De acordo com o decreto 44.309/06, aquele que instalar, construir, testar, operar ou
ampliar atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou degradadora do meio-ambiente sem as licenças
de instalação de operação ou sem a autorização de funcionamento, estão passiveis as seguintes
penalidades:

 Multa simples;

 Multa simples com paralisação das atividades;

 Demolição da obra;

 Apreensão dos instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer


natureza utilizadas para infração;

 A especificação da Pena imposta dependerá da classificação da infração(grave ou


gravíssima) e também do porte e potencial poluidor do empreendimento

 Passo a passo

 Requerimento da licença ambiental;

 Autorização de Funcionamento;

 Declaração da Prefeitura de que o cometimento está de acordo;

 Declaração da Prefeitura de que empresa está de acordo com as normas municipais;

 Anotação de responsabilidade Técnica;

 Termo de responsabilidade Ambiental e/ou Social;

 Certidão negativa.

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Classes 1 e 2

Protocolo FCEI Emissão do FOBI

Apresentação da
Documentação
necessária

Requerimento da AAF

AAF concedida AAF Indeferida

Formalização de
novo Processo

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Classes 3 a 6
-LP
-LI
-LO
Protocolo FCEI

Emissão do FOBI

Apresentação da Análise téc


Documentação necessária orgão

Vistoria ambiental

Julgamento da LP/LI/LO

Licença concedida Licenç

Formaliz
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 Aspectos mais relevantes no Planejamento

 Geologia do Material a ser lavrado;

 Aspectos socioeconômicos da Localidade(AID);

 Geografia local;

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 Aspectos ambientais da localidade;

 Produtividade e estabilidade(segurança) da mina;

 Planejamento e viabilidade

 Pesquisa em longo prazo

 Seleções de Áreas alvo

Tarefa realizada em escritório e consiste na reunião de toda a informação existente sobre a


área.

Para seleção desta área deve considerara existência de áreas com ingresso impeditivo ou
condições de trabalho restritas como unidades de conservação, terras indígenas, ou fronteira.

Atualmente, para dar início às atividades de prospecção de depósitos, as companhias


mineradoras costumam partir de um levantamento feito pela CPRM (Companhia de Pesquisas de
Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia. A
instituição fornece mapas geológicos com informações sobre possíveis ocorrências minerais nos solos e
subsolos do país.

2.7 Alojamento
O alojamento deve ser composto de banheiros, escritórios, dormitórios, refeitórios,
almoxarifado, galpão de amostras e testemunhos, sala de televisão, posto de abastecimento, sistema de
controle de efluentes, sistema de captação de agua, laboratório físico, ambulatório.

Fatores na escolha de local do alojamento:

 Evitar área sensíveis( indígenas, reservas, áreas de conflitos, etc.)

 Utilizar área já degradada

 Evitar áreas a menos de 100 m de cursos d’água;

 Evitar áreas sujeitas a instabilidade e erosão com riscos de enxurradas, enchentes e


escorregamentos;

 Locais com facilidade de acessos em todo período do ano;

 Ser próximo do alvo de pesquisa;

 Utilizar material proveniente da supressão para montagem do alojamento

 Revisão de termos técnicos

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 Outorga do Alvará de pesquisa: instrumento legal emitido pelo DNPM para que
uma determinada área possa ser pesquisada geologicamente, por pessoa física ou jurídica, em um
dado período de tempo.

 Reserva mineral: porção de uma determinada área pesquisada que possui um


corpo de minério com teores e volumes calculados a partir de estudos geológicos, com variados
graus de incerteza.

 Depósito mineral: concentração de um ou mais minerais metálicos, ou não, que


pode ser de interesse econômico a depender de estudos geológicos e do preço internacional de
mercado do produto e dos custos associados à sua extração.

 Pedido de lavra: após a apresentação do “Relatório de Pesquisa” e, no caso de sua


aprovação pelo DNPM, se houver minério e interesse de quem requereu uma determinada área e
minério(s) para pesquisar, pode ser feito o “pedido de lavra” para início da explotação do bem
mineral de interesse.

 Sondagem: técnica de pesquisa geológica para investigação da sub-superfície que


usa equipamentos de perfuração recuperando testemunhos, ou cilindros de rocha, de grandes
profundidades.

2.8 Revisão de termos técnicos


 Projeto de pesquisa: projeto de planejamento, contendo diversas atividades de
pesquisa geológica, com vista à descoberta de corpo(s) de minério e de sua(s) geometria(s) e
quali-quantificação(ões).

 Prospecção de minérios: conjunto de técnicas geológicas, usadas


simultaneamente, com vistas à descoberta de depósitos e jazidas minerais.

 Relatório de pesquisa: relatório, assinado por geólogo ou engenheiro de minas


habilitado, que descreve as atividades de pesquisa geológica que foram realizadas numa
determinada área e seus resultados dentro de um tempo pré-determinado.

 Requerimento de pesquisa: instrumento legal a ser apresentado ao DNPM (órgão


regular da mineração no Brasil) para pesquisar minério(s) numa determinada região.

 Imagens de satélite: técnica similar aquela de levantamento geológico por


fotografias aéreas diferindo no fato de ser tirada por satélites na órbita terrestre e possibilita,
também, o mapeamento geológico-estrutural de todas as regiões do planeta, com diferentes graus
de precisão.

2.9 Sequenciamento
Até este ponto, porém, o minério que se encontra na jazida ainda não é considerado
reserva. É preciso fazer o sequenciamento de lavra – a demonstração da viabilidade econômica da
exploração do depósito mineral. Nessa etapa, são verificados os seguintes dados: ano, volume de minério
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e estéril e qualidade, tudo o que gera fluxo de caixa comparado aos investimentos em equipamentos
utilizados na operação da mina. Ou seja, a constatação de que a produção é viável do ponto de vista
econômico, se vale a pena ou não iniciar a lavra do depósito para extrair o minério.

 Auditoria de reservas

Em qualquer mina, há também a necessidade de realização da auditoria de reservas, uma


segunda opinião (de uma empresa externa) quanto às reservas declaradas pela companhia. As empresas de
auditoria endossam as declarações das companhias de mineração sobre suas reservas. Um dos motivos é
possibilitar, entre outros aspectos, a negociação das ações da empresa nas bolsas de valores
internacionais, dando credibilidade e transparência às informações sobre a saúde da empresa.

 Planejamento de lavra

O Planejamento de Lavra é o projeto de evolução da mina, uma espécie de roteiro do que


será realizado. Ele prevê os equipamentos, a quantidade de mão-de-obra e os custos inerentes à operação.
O planejamento original costuma sofrer constantes adaptações porque, à medida que a mina é lavrada,
novas informações se tornam disponíveis, havendo, sempre, necessidade de ajustes. Assim, antes de dar
início às atividades de lavra, é necessário projetar as transformações que a mina sofrerá no espaço e no
tempo. Os profissionais especializados em projetos elaboram, então, três tipos de planos para a operação
da mina: o de curto, o de médio e o de longo prazo.

 Plano de curto prazo

O Plano de Preparação da mina é considerado um dos planos de curto prazo. Ele programa
os trabalhos a serem realizados antes de começar a produção, de modo a prover condições para o início da
atividade. Este plano consiste, principalmente, em se projetar as estradas de ligação das frentes de lavra
ao britador primário, a área de disposição do estéril e as praças iniciais de operação das escavadeiras. A
limpeza mínima necessária para o início da produção também é prevista nessa etapa.

 Plano de curto prazo

O Plano do primeiro ano de produção é também um plano de curto prazo, sendo elaborado
com a finalidade de provar a viabilidade do programa de produção proposto. A idéia é prever as
necessidades para a consecução do plano e programar, com a antecedência necessária, os meios
indispensáveis ao cumprimento do projeto.

 Plano de médio prazo

Os planos de médio prazo correspondem do quinto ao décimo ano de produção e são


necessários para a visualização da evolução da lavra. Nestes planos, há a probabilidade – já
prevista – de uma pequena margem de erro. Eles evidenciam as mudanças que a mina sofrerá ao longo
de sua vida, permitindo o dimensionamento dos equipamentos e, consequentemente, os investimentos
e custos operacionais.

 Plano de longo prazo


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Operador de Mina

O Plano de longo prazo é o que avalia a mina até a sua exaustão. A proposta é sequenciar a
reserva com capacidade para ser lavrada, determinar o volume de estéril a ser removido e, ainda, avaliar a
quantidade de estéril a ser retirada, comparada com a quantidade de minério (Relação Estéril/Minério –
REM).

O planejamento vai definir também os limites da cava, impedindo, assim, a construção de


obras permanentes dentro destes limites. A idéia é prever também as vias de acesso necessárias.

 Planejar é definir os caminhos ou os meios para se atingir objetivos. Portanto, o


planejamento de lavra é feito com base em determinados objetivos, como por exemplo:

• produzir 4.000.000 t com teor de 2,5% no próximo ano

• exaurir uma parte conhecida da reserva nos próximos 20 anos.

 A principal atividade do projeto de desenvolvimento de uma mina a céu aberto é o


planejamento da cava, sobre o qual atuam 3 grupos de fatores interferentes:

 1. Fatores naturais e geológicos: condições geológicas, tipos de minérios, condições


hidrológicas, topografia e características metalúrgicas;

 2. Fatores econômicos: teor do minério, tonelagem de minério, relação


estéril/minério, teor de corte, custo operacional, investimento, lucro esperado, escala de produção
e condições de mercado;

 3. Fatores tecnológicos: equipamentos, ângulo de talude, altura da bancada, greide


(gradiente) das estradas, limites da propriedade e limites da cava.

Tudo o que se faz, inclusive na vida particular de cada um, visa atingir um determinado
objetivo, numa certa época. Portanto para planejar uma mina é necessário, antes de tudo, estabelecer o
objetivo.

Suponhamos uma jazida de amianto, com uma reserva de 50 x 106 t. Os objetivos de uma
empresa são definidos em função do mercado. Se o mercado consumisse 10.000 t/ano, a vida de uma
mina seria, sem considerar crescimento de demanda, igual a:

 50.000.000 / 10.000 = 5.000 anos.

Você gastaria dinheiro em pesquisa de detalhamento e desenvolvimento para lavrar essa


mina nos próximos 5.000 anos?

 E se o mercado consumisse 50.000.000 t/ano,

 50 x 106

 ----------- = 1 ano = vida da mina (não se justificaria grandes investimentos).

 50 x 106
17
Operador de Mina

Portanto, o objetivo de lavrar essa reserva deve visar um horizonte menor que 5.000 anos e
maior que 1 ano. Adota-se no máximo 20 a 30 anos, que é um período adequado para se ter retorno sobre
os investimentos.

 Considerando-se 30 anos e um mercado de 10.000 t/ano, a reserva que precisa ser


bem conhecida e para ela, feita os desenvolvimentos é de:

 10.000x 30 = 300.000 t, o que é bem menor que 50.000.000t

 Para uma vida útil de 30 anos, o que se faz é ter um conhecimento aproximado dela,
fazendo-se detalhamento de pesquisa para os primeiros 5 a 10 anos.

 Assim, as classes de reserva geológicas definidas em função das margens de erro de


estimação são:

 - reserva medida: conhecida em 3 dimensões

 - reserva indicada: conhecida em 2 dimensões

 - reserva inferida: conhecida em 1 dimensão

 A reserva total, que é a soma (medida + indicada + inferida), dá o horizonte de vida


útil, para o qual é usado um planejamento de longo prazo.

 O planejamento de longo prazo é impreciso, porque muitos fatos novos ocorrem


com o passar do tempo. Portanto, além do objetivo de exaustão da reserva, no longo prazo, há que
se determinarem os objetivos intermediários e conseqüentemente os planos de curto prazo.

 O planejamento de exaustão é o primeiro a ser feito, e deverá ser atualizado a cada


2 a 5 anos.

 Para isso, é necessário o projeto da configuração final da mina. Para se construir


uma casa, a primeira coisa a ser feita é o desenho de como a casa será depois de pronta, ou seja,
fixa-se o objetivo a ser atingido.

Em planejamento de mina, a primeira coisa a ser feita é o desenho de como a mina vai ficar
depois de exaurida a reserva. A apresentação deste trabalho chama-se:

 • Configuração final, para todas as minas;

 • Pit final ou Cava final para as minas a céu aberto;

A pesquisa e/ou interpretação geológica se fazem necessárias durante toda a vida da mina.

Elas têm maior ou menor intensidade dependendo da complexidade do depósito. Elas são
as bases dos diversos horizontes de planejamento.

18
Operador de Mina

 Os objetivos do planejamento de lavra, sob o ponto de vista de viabilidade


econômica, são:

 1. Lavrar o corpo de minério tal que o custo por kg de mineral útil seja mínimo, ou
seja, lavrar sempre o melhor minério em primeiro lugar, sem inviabilizar o uso dos minérios mais
pobres;

 2. Manter a viabilidade operacional: altura de bancada, acesso aos equipamentos;

 3. Manter grande número de frentes disponíveis para lavra, para se ter opções de
qualidade e de condições operacionais;

 4. Adiar ao máximo as remoções de estéril, para que parte importante dos gastos
seja adiada;

 5. Seguir uma seqüência lógica de atividades para que não haja antecipação de
gastos adiáveis;

 6. Maximizar a inclinação dos taludes, respeitadas as bermas e outras condições de


projetos;

 7. Examinar diversos resultados decorrentes de diversas alternativas de escala de


produção e de teor de corte;

 8. Finalmente, analisar bem o método, equipamento, esquemas de produção, antes


de prosseguir com o desenvolvimento.

 Longo Prazo

Uma lavra em flanco ou cava é feita em bancadas. Por razões que já foram vistas, a altura de cada
bancada é limitada. A pista horizontal que está entre o pé da bancada superior e a crista da inferior
chama-se berma. É na berma que se localizam as praças, que são áreas preparadas para as operações de
produção.

O passo inicial no projeto de uma mina a céu aberto é a execução do plano de exaustão ou pit
final. Para preparar o plano, locam-se os tipos de minério e as alternativas de limite de cava. O ângulo β
da face da bancada, com a horizontal, chama-se ângulo de talude da bancada. O ângulo geral α da cava é
formado entre a horizontal e uma linha imaginária que passa pelas cristas das bancadas. O ângulo α
depende do valor de β e da largura da berma.

 REM

 Durante toda a lavra, inclusive ao final da mina, a largura da berma B e os ângulos


e devem ser tais que garantam segurança aos trabalhadores e às máquinas. Para a cava final,
estuda – se alternativas de relações estéril/minério.

19
Operador de Mina

 À medida que se aprofunda a relação E / M aumenta até que a lavra fique


antieconômica.

 O valor máximo suportável para E / M é aquele em que o lucro é zero. Além deste
valor máximo, a lavra dá prejuízo.

 Planejamento de curto prazo

 Mesmo com um plano de longo prazo bem definido, é essencial desenvolver uma
série de planos de curto prazo. Estes planos definem os passos intermediários requeridos para se
atingir o pit final sob as corretas condições físicas, operacionais e legais. Estes planos
intermediários ou de curto prazo consideram o limite do pit, teor do minério, relação estéril:
minério, equipamentos necessários e projeção de lucro.

 Na preparação do plano de curto prazo, organiza-se um conjunto de seções ou


cortes, horizontais ou verticais conforme o caso, onde são assinaladas as regiões a serem lavradas
em cada período. Através de softwares adequados o computador pode fornecer os desenhos finais
e os resultados esperados.

20
Operador de Mina

3. Dimensionamento de frota
A tipologia do minério e do estéril limita os métodos e os equipamentos a serem utilizados.
O número de frentes de lavra e a altura dos bancos também influenciam, principalmente, a escolha dos
equipamentos de carga.

 Dimensionamento de frota

O dimensionamento da frota de uma mina é um dos mais importantes itens do


planejamento, por causa do forte impacto que a aquisição e a manutenção dos equipamentos têm nos
investimentos. Só para se ter uma idéia, um caminhão fora-de-estrada pode custar até US$ 3 milhões e
levar dois anos para ser construído e entregue no seu destino. A importância do carregamento e do
transporte na indústria mineral é fundamental. O crescimento da eficiência e da disponibilidade física dos
equipamentos permite elevar o desempenho da mina, reduzindo custos e aumentando a produção. A
seleção e o dimensionamento da frota estão intimamente ligados às características do minério.

3.1 Seleção do equipamento


A escolha ou seleção do equipamento de carregamento mais adequado baseia-se em quatro
grupos de fatores:

 - fatores de performance;

 - fatores de projeto (design);

 - fatores de assistência técnica e peças de reposição (support factors);

 - fatores de custo;

 Seleção do equipamento

1. Os fatores de performance ou desempenho estão relacionados diretamente com a


produtividade e incluem tempo de ciclo, potência disponível, alcance da lança, capacidade da caçamba,
velocidade de locomoção e confiabilidade.

2. Os fatores de projeto consideram a qualidade do equipamento, o grau de sofisticação da


relação homem-máquina, facilidade de reparos, nível de tecnologia e tipos de controle e de potência.

3. Os fatores de assistência técnica e peças de reposição dizem respeito à qualidade da empresa


fabricante/revendedora do equipamento no atendimento ao usuário.

4. Os fatores de custos são os mais quantitativos e por isso são traduzidos em $/ton.

3.2 Minério liberado


O minério liberado é o material que está pronto para produção. O plano de lavra precisa
prever que, a cada fim de ano, exista um determinado número de toneladas de minério liberado. É a
garantia de que a produção de uma mina terá como “cobrir” o trabalho de outra, caso haja um imprevisto.

21
Operador de Mina

Em caso de acidente, por exemplo, a empresa costuma avaliar se as outras minas são capazes de suprir a
necessidade anual de minério de toda a Companhia.

3.3 Acompanhamento de lavra e amostragem em fluxo contínuo


 A lavra é executada com base no planejamento. Como a amostragem e a estimação
dos teores de blocos apresentam erros, o teor obtido na lavra normalmente é diferente do teor
planejado. A amostragem dos grandes blocos desmontados não é representativa. Pode, então, ser
necessário, conforme o caso, gerar amostras para análise através de: canaletas na frente de lavra,
furos de sonda, pó gerado pela perfuratriz e minério cominuído pelo britador.

 A amostragem na pilha de minério britado também apresenta dificuldade devido a


variação de granulometria entre as bordas e a parte central da pilha. Muitos minérios apresentam
variação de teor em função da granulometria que por sua vez está frequentemente ligada a
diferentes tipos de rocha, que apresentam teores não necessariamente iguais. Por isso a
amostragem de controle deve ser realizada no fluxo contínuo entre a britagem e o destino.

 A segregação é a separação de porções de minério por efeito de densidade e/ou


granulometria.

 O minério britado apresenta segregação, ou seja, durante a movimentação, ele


apresenta diferentes características nos diversos pontos da seção do fluxo.

 Na segregação por densidade, há uma separação dos fragmentos por diferentes


densidades. Na segregação por granulometria, o mesmo ocorre por diferentes granulometrias. Há
uma estratificação das partículas.

3.4 Blendagem de Minério


 Consiste em misturar minérios de características físicas e/ou químicas diferentes
para se obter uma mistura homogênea com as características desejadas.

 Exemplos:

 1) Misturando-se 10 t de um minério de uma frente A com um teor ta=2%, com 10 t


de um minério B com um teor tb=3%, qual o teor médio obtido?

 2) Misturando-se 100 t de um minério de uma frente A com um teor ta=2%, com


10t de um minério B com um teor tb=3%, qual o teor médio obtido?

 3) Qual o teor médio e o peso total obtidos, misturando-se as frentes A, B e C?

3.5 Reconciliação
Como em mineração, reservas são geradas a partir de furos de sonda, há a necessidade de
se fazer a reconciliação, ou seja, uma comparação do que foi previsto no modelo de blocos de curto prazo
utilizado no planejamento de lavra, com o material efetivamente lavrado na mina.

22
Operador de Mina

Quando a produção varia, para maior ou menor, em relação ao previsto, há a necessidade


de se verificar em detalhe a fonte geradora deste erro, uma vez que está se perdendo a previsibilidade e
eventualmente alguma possibilidade de ganho.

No caso da produção ficar maior surge a possibilidade de melhora nos resultados operacionais
bem como da redução das necessidades de investimentos. No caso da produção ter sido menor, corre-se o
risco de não se alcançar as metas de produção do período. Gasta-se tempo na busca e viabilização dos
recursos necessários, que podem resultar no aumento dos custos operacionais orçados.

3.6 Disponibilidade Física (DF)


O profissional do volante só ganha dinheiro quando o carro está em movimento,
“rodando”, como eles mesmos dizem. De modo geral, há três situações em que a performance do táxi
pode ser afetada. Carro parado na oficina é a primeira delas. No caso dos equipamentos utilizados na
mina, a situação é a mesma. A Disponibilidade Física indica o tempo que o equipamento está
mecanicamente apto para o trabalho. Esse indicador mede a eficiência da manutenção: uma DF alta é
sinônimo de eficácia no trabalho das equipes que colocam os equipamentos para funcionar.

3.7 Disponibilidade Fisica.


A especificação das máquinas individuais para atender às operações unitárias é seguida de
um estudo do equilíbrio e interação entre elas. A condição ideal é que elas produzam um fluxo
ininterrupto de material desde a frente de lavra até o destino. Daí se conclui que todas as máquinas devem
ter capacidades compatíveis. Às vezes, equipamentos de diferentes capacidades são propositadamente
introduzidos, como, por exemplo, o desmonte é realizado em um turno enquanto o carregamento e o
transporte trabalham 3 turnos.

Considerando, por exemplo, em um mês: horas programadas = p e horas de manutenção =


m, então:

3.8 Utilização

Nosso táxi imaginário está agora parado no ponto. A causa, dessa vez, não é um problema
mecânico. O motivo é a falta de passageiro para transportar, algo que o profissional do volante não tem
como administrar. Os motivos adversos também afetam a utilização dos equipamentos dentro de uma
mina. Situações como o almoço do motorista, a fila no britador, o abastecimento e até mesmo a chuva,
que torna intransitáveis as praças de operação e as estradas de acesso. A utilização é um indicador-chave
de desempenho porque mostra o uso efetivo dos equipamentos, ou seja, o percentual das horas
disponíveis para a operação que foram realmente trabalhadas.

23
Operador de Mina

4. Produtividade

De volta ao táxi, é a vez de o motorista avaliar o quanto ele pode ganhar de acordo com os
percursos percorridos. Nesse ramo, quanto mais vezes o taxímetro for colocado para girar, mais dinheiro
entra. Ao contrário do que muita gente pensa, para o taxista não é bom negócio encarar um trânsito lento,
mesmo que o taxímetro esteja girando. É preferível concluir um percurso em poucos minutos. Uma
simples operação matemática explica o conceito: mais horas disponíveis resultam em mais passageiros
atendidos. Se em apenas uma hora o motorista consegue realizar dois percursos, temos uma boa
produtividade do veículo. Vamos, então, pensar que o motorista pegou um engarrafamento e fez apenas
uma corrida em seis horas. Já no dia seguinte, foram dez no mesmo período. A produtividade, certamente,
foi mais alta nesse dia de trabalho. Na mina não é diferente. Verifica-se o quanto um caminhão é capaz de
produzir num determinado número de horas. Nesse caso, a distância média de transporte (DMT), a carga
transportada e a velocidade média são fatores determinantes da produtividade.

5. Desenvolvimento de Mina

5.1 Introdução

Etapa de grande importância pois trata da preparação da mina para lavra em si. Nesta etapa
tratamos: supressão vegetal,abertura de acessos, drenagem, perfuração e etc.

5.1.1 Sequência de desenvolvimento


As etapas do desenvolvimento são geralmente as seguintes, tanto para lavra a céu aberto
quanto subterrânea:

1. Adotar o relatório do estudo de viabilidade como um documento de planejamento


sujeito a ajustes durante a execução do desenvolvimento;

2. Confirmação de todo o plano da mina inclusive do método de lavra;

3. Levantamento de recursos financeiros;

4. Aquisição de terras;

5. Atendimento das exigências do ponto de vista ambiental;

6. Construção dos acessos de superfície, transporte, comunicação e suprimento de


energia;

24
Operador de Mina

Sequência de desenvolvimento

7. Planejamento e construção das instalações de superfície incluindo serviços de apoio


e escritórios administrativos;

8. Instalação do beneficiamento e serviços auxiliares;

9. Seleção e aquisição dos equipamentos de lavra;

10. Construção das aberturas de acesso principais ao corpo do minério, incluindo


decapagem para mina a céu aberto e poços e galerias para a mina subterrânea;

11. Recrutamento e treinamento de pessoal.

5.1.2 Desenvolvimento: proteção ambiental


A proteção ambiental é uma atividade ligada à vida da mina em todas as etapas e ainda à
fase após exaustão de uma reserva, deixando a área preparada para voltar às atividades de origem ou para
ter outra atividade ambientalmente correta.

Considerando que entre todas as fases da mina, a que mais agride o meio ambiente é a
lavra, o desenvolvimento é feito de maneira a assegurar uma lavra ambientalmente aceita.

5.1.3 Desenvolvimento: implantação e custos


Na fase de construção, uma decisão é crítica e precede a todas as outras. Trata-se da
seleção do local das instalações. Três grupos de fatores requerem consideração:

Econômico: acessos externos, direitos sobre a superfície, condições de trabalho e moradia,


suprimento de energia, direitos sobre o uso da água, meios de transporte, restrições governamentais,
contratos de construção, royalties e impostos;

Terreno: disponibilidade de espaço, topografia, clima, drenagem e vulnerabilidade a desastres


naturais;

Ambiental: ar, água, solo e poluição pelos rejeitos, recuperação de áreas, subsidência, ruído,
consequências de detonação, benefícios e comunicação social.

5.2 Supressão

O meio ambiente e o planejamento de lavra determinam e liberam a área da mineração


necessária a ser desmatada para os serviços de frente de lavra. A primeira tarefa deve ser o
reconhecimento de todos os possíveis riscos oferecidos pela área e pelo serviço, pelos envolvidos na
atividade. A equipe de supressão entra na mata e faz um levantamento das condições: Perfil do terreno,
com as inclinações (aclives e declives), erosões, gargantas, vales, buracos (tronqueiras), valas, presença
de pedreiras e lajes. Tipo da vegetação arbustiva; tipos de árvores, densidade da vegetação, tamanho das
árvores. Formação da vegetação; Arvores ou galhos secos, galhos soltos, emaranhados de cipós.

25
Operador de Mina

Dificuldade de locomover na mata; mata fechada com bosqueamento denso de vegetação baixa. Presença
de animais peçonhentos e influência de chuvas nas atividades. Em caso de chuva deve ser revista a ART.
Logo após levantados os riscos são abertas as vias de acesso e as áreas para recebimento dos restos
vegetais.

O bosqueamento é iniciado com o trator de esteiras, equipado com protetor de


desmatamento, removendo a vegetação arbustiva com o diâmetro do tronco (DAP) abaixo de 40 cm.

Em conjunto, é removido o máximo da vegetação menor, abrindo clareiras entre os troncos


com diâmetro DAP acima de 40 cm, que são abatidos por cortes com motosserras.

Os troncos maiores que oferecerem interesse comercial são separados das galhadas. Todo o
resto vegetal do bosqueamento são empurrados com o trator para as áreas de recebimento.

Durante todo o bosqueamento devem ser observados os seguintes riscos:

Quedas de árvores ou galhos, pisos irregulares, vegetação com farpas, com espinhos,
emaranhados de cipós, cipós prendendo as copas das árvores ou dificultando as atividades de
bosqueamento, presença de animais peçonhentos, riscos de quedas, esmagamentos e tombamentos.

Deve haver uma área aberta para a movimentação livre do trator para trás, após o mesmo forçar a
árvore para a derrubada e poder movimentar imediatamente no início da queda da árvore e da
movimentação das raízes para cima.

Não é permitida a presença de pessoas na área de derrubada.

Em caso de chuvas ou neblinas as atividades de bosqueamento devem ser paralisadas


aguardando tempo firme e seco.

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Operador de Mina

5.2.1 OPERAÇÃO DO SKIDER


Antes de iniciar a operação do skider, fazer o check list de inspeção do mesmo. Após as
toras terem sido cortadas (traçadas), as mesmas são removidas do local do traçamento com o skider,
através de garras ou cabos de aço.

Antes de operar o skider, verificar as condições do local e do terreno (inclinação, atoleiros,


alagados, depressões ou pedras). Posicionar o skider o mais próximo da tora para o içamento e puxar as
toras usando as garras ou um cabo de aço de 1” de diâmetro. Se usar o cabo de aço, fazer um laço na tora
na posição que facilite o equilíbrio e a movimentação da mesma.

Manter uma distância mínima de 20 metros do cabo de aço sobre tensão. Em terrenos irregulares,
posicionar o skider, de tal forma que o içamento não comprometa a estabilidade do trator. Movimentar
cada tora no local do corte e transportá-la para um local plano e seguro onde as mesmas serão empilhadas
pela carregadeira.

5.2.2 EMPILHAMENTO DAS TORAS


Verificar o local onde as toras deverão ficar empilhadas. O local deve ser plano, limpo, seco e
permitir manobras seguras do skider e da carregadeira. Sinalizar o local de manobras da máquina. Após o
skider descarregar cada tora em um local da praça de empilhamento, carregar cada tora para as pilhas,
usando a carregadeira de garfos. Centrar a tora no garfo da carregadeira para não desestabilizar
lateralmente a carregadeira.

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Operador de Mina

Procurar formar cada pilha de tal forma que as toras maiores fiquem sempre em
baixo das toras menores, para evitar tombamento ou rolamento das toras empilhadas.

Encaixar cada tora no espaço vazio formado entre duas toras, para fazer uma pilha de formato
piramidal. Não forçar a carregadeira com excesso de peso no empilhamento para não danificar o sistema
hidráulico da máquina ou provocar riscos de tombamentos. Se necessário, manter as toras pesadas no
solo. Quando for movimentá-la, usar um equipamento auxiliar ou o skider para apoiar a movimentação da
mesma.

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Operador de Mina

5.2.3 LIMPEZA DE GALHADA COM TRATOR


Após o bosqueamento, o traçamento e a retirada das toras, retorna-se ao processo da supressão
com o trator de esteiras para fazer a limpeza das galhadas. As galhadas são empurradas para as praças de
recebimento previamente feitas.

A limpeza das galhadas é feita com o trator, empurrando-as com a lâmina a uma altura média de
20 cm do solo.

Observar os riscos do trajeto, até acondicionar a galhada na praça de recebimento


para o carregamento com a pá carregadeira.

5.2.4 CARREGAMENTO DAS GALHADAS


Com as galhadas depositadas na praça de recebimento, é feito o carregamento no
caminhão caçamba, usando a pá carregadeira. O local deve estar corretamente sinalizado, sem
trânsito de pessoas e deve ser plano, seco e com o solo firme para permitir manobras e uma operação
segura.

O caminhão caçamba deve posicionar-se no melhor ponto para facilitar a


operação de carregamento, que deve ser feito preferencialmente pelo lado esquerdo.

29
Operador de Mina

Durante a operação de carregamento não forçar a carregadeira ou colocar excesso de peso no


caminhão. Quando fizer a carga, a mesma deve ser sempre abaixo da borda superior da
caçamba, sem deixar ramos ou troncos excedendo para fora ou deixar o material mal
acondicionado, com risco de quedas ou deslocamento durante a movimentação do caminhão.

Somente é permitido a movimentação das máquinas de carregamento e caminhões,


com seus operadores e motoristas dentro da cabine. Não é permitido o trânsito de pessoas a pé pela
praça durante a operação de carregamento.

Após o caminhão carregado, transportar as galhadas para o depósito definitivo das mesmas. Este
local deve ser previamente definido e deve ser uma praça plana, firme e seca para permitir a
basculamento das galhadas com segurança.

Durante o transporte, deve ser evitado manobras bruscas, freiadas ou passar em locais
acidentados, que possam deslocar as galhadas ou troncos colocados dentro da caçamba.

A carga deve ser feita de tal forma que todo o material fique perfeitamente
acomodado dentro da caçamba, evitando máximo ultrapassar a altura, as laterais ou a traseira da
mesma.

Evitar colocar uma galhada pesada descentralizada ou solta dentro da caçamba. Isto poderá
provocar a desestabilidade do caminhão nas curvas ou nos balanços da estrada.

O transporte deve ser feito dentro da velocidade recomendada pela mina e o caminhão só
deve trafegar no trecho definido para o descarregamento das galhadas.

5.2.5 CARREGAMENTO DE TORAS NO CAMINHÃO MADEIREIRO


Após o empilhamento, as toras estão prontas para serem carregadas pelo caminhão madeireiro.
O local de carregamento deve ser em uma praça plana, de solo firme e seco.

A área deve ser sinalizada e durante o carregamento não é permitido o trânsito ou permanência
de pessoas na praça. Se for necessário sinalizador, o mesmo deve trabalhar fora da área de risco de
manobra ou do carregamento das toras e de comum acordo com o operador da carregadeira e o motorista
do caminhão.

Não deverá ser excedida a capacidade de carregamento da carregadeira ou a carga do


caminhão. Deve-se dar preferência em colocar as toras maiores no fundo da carroceria do caminhão.
Cada carregamento deve conter a quantidade ideal máxima de seis toras, dispostas em forma piramidal na
carroceria do caminhão.

Ao fazer a carga sobre o caminhão as toras devem ser bem acondicionadas e


organizadas na carroceria, para evitar deslocamentos durante o transporte. Após o carregamento,
travar com segurança e corretamente todas as toras carregadas no caminhão. Usar os dispositivos de

30
Operador de Mina

segurança do caminhão (anteparos, fueiros, cantoneiras, sarilhos e cabos de aço).

5.2.6 Abertura de acessos com trator


A abertura de estradas e acessos deve ser feita com base na marcação dos piquetes da topografia.

Iniciar a abertura do acesso preferencialmente pelo ponto mais alto, rampando a abertura com o
trator sempre posicionado em ângulo e de frente para o lado do aterro. Deslocar o máximo de material
para o lado do aterro sem deixar o canto da lâmina sair para fora do corte.

Para o primeiro corte, inclinar a lâmina para o lado do barranco. Remover a primeira
passada de material e ajuntar uma quantidade de material cortado. No final dos cortes, empurrar o
material solto para frente e no final do trajeto, girar levemente a direção para o lado, direcionando
um pouco a frente para o lado do aterro, formando leiras. Nas próximas passadas quando
ajuntar mais material na leira, descarregar o material no aterro, empurrando com a lâmina
levemente angulada. Manter sempre o sentido do trator voltado com a frente para o lado do aterro.

Ir fazendo a rampa de acordo com a marcação topográfica. Para empurrar e descarregar materiais
no aterro, fazer o mesmo procedimento usado para trabalhos em formação de frentes de materiais e
depósitos de estéril.

31
Operador de Mina

5.2.7 ACERTO DE PISTA DE ROLAMENTO DE ESTRADAS E ACESSOS


Após definido o trecho a ser reparado, avaliar:

As condições topográficas (trechos planos, rampas, curvas, acessos de bancos, bancadas,


praças, depósitos e leiras); As condições de trânsito (caminhões subindo e descendo carregados, vias
preferenciais ou acessos e frente de trabalho no trecho); As condições de conservação (umidade do solo,
erosões, borrachudos, lamaceiros e pedras); As condições do material do piso (material rochoso, material
granulado ou fino, materiais de colúvio ou filitos e solo areento); As condições das obras secundárias das
pistas (leiras, drenos, bueiros, valetamentos, sumps e canaletas); As condições do tempo (neblina, chuva,
poeira e visibilidade noturna); Comunicar a todos os operadores em trânsito, com o apoio do despacho, o
serviço previsto a ser feito na pista; Durante a manutenção de pista, seja por comunicação via rádio a
todos os operadores ou por sinalização, a preferência sobre a pista é da motoniveladora; Manter os faróis
e faroletes acesos durante todo tempo de operação; Se for trecho de alta intensidade de trânsito, solicitar
ao supervisor de turno para fazer sinalização do início e fim do trecho em manutenção; Fazer a
manutenção de estradas somente com tempo firme e preferencialmente seco; Evitar fazer manutenção
em pistas de tráfegos com cerrações fortes ou com chuvas intensas. Nestas condições a
visibilidade é bastante prejudicada e deve ser evitado este tipo de operação (visibilidade abaixo de 20
metros, presença de lamas, formação de enxurradas, materiais e lama carreados para a pista).

Durante chuvas fortes havendo necessidade de recuperar erosões na pista, remover


materiais carreados, corrigir erosões de enxurradas ou remover pedras da pista, a motoniveladora deve
trabalhar sempre com uma sinalização no início e no final do trecho e todos os operadores devem ser
avisados pelo despacho sobre as condições de risco do trecho. Manter os faróis, faroletes e pisca alerta
acesos e o alarme de marcha ré funcionando.
32
Operador de Mina

Durante chuvas ou neblinas muito intensas, onde a visibilidade oferece alto risco, o serviço de
manutenção de pista deve ser paralisado e necessário, sinalizar a paralisação do serviço no trecho
(formação de pequenas leiras do nivelamento).

Trabalhar sempre em uma pista, no mesmo sentido do trânsito e começar o


nivelamento do centro para a extremidade, deslocando para a direita da lâmina o excesso de
material retirado. Em nivelamento sempre movimentar material sobre a mesma pista, nivelando os altos e
baixos, sem remover o material do trecho, para evitar rebaixamento da pista.

Durante o nivelamento, procurar manter uma inclinação para as laterais, no máximo


em 2% de rodo, para permitir a drenagem das águas das chuvas para as canaletas laterais. Para o
acabamento das leiras, usar o deslocamento lateral da lâmina, de acordo com o ângulo de inclinação da
leira. Ao fazer o reparo das pistas, procurar rebaixar nas laterais com a ponta da lâmina inclinada, para
fazer os drenos das águas de chuva.

Nas curvas, fazer a inclinação de acordo com o raio, sempre mantendo uma média de 5% de
gradiente voltado para o centro da curva, para diminuir os esforços nos pneus laterais dos caminhões que
descem carregados.

Não fazer nivelamento rampa acima.

Nesta condição, combinar com todos os operadores do trecho que a pista do


sentido da mão de direção ficará ocupada temporariamente em manutenção, pela motoniveladora
operando rampa abaixo em contra mão.

Nas curvas apertadas e sem visibilidade, solicitar sinalização a 100 metros antes das
extremidades do trecho a ser trabalhado.

As operações de nivelamento devem ser evitadas em situações de muita poeira.


Neste caso solicitar a irrigação do caminhão pipa antes de iniciar os trabalhos.

Antes de iniciar a manutenção da pista, fazer uma análise das condições encontradas:

Blocos incrustados no solo: Não forçar e nem bater a lâmina contra pedras ou matacões presos
no solo. Se para descalçar a pedra for necessário cortes profundos, pedir apoio ao trator de rodas para
removê-las.

Solo encharcado ou lamacento: Aguardar o tempo firmar para secar o excesso de umidade da
pista. Somente trabalhar em solo lamacento, para remover o excesso de lama para as laterais e preparar o
piso para capeamento com material seco.

Nivelamento em solo pedregoso: Antes de iniciar a atividade, usar o escarificador para


remover as pedras maiores e solicitar viagens de materiais finos e secos para preenchimento do solo.

Solo compacto e com pedras: Antes de iniciar a laminagem de nivelamento, escarificar


a superfície para remover pedras ou compactação superficial.
33
Operador de Mina

Aguardar a liberação do despacho ou supervisor do turno para o serviço na praça


de carregamento. Antes de entrar na praça, solicitar a autorização dos operadores da escavadeira
e/ou carregadeira para adentrar na praça. Combinar a operação de acerto da praça com os operadores da
escaveira / carregadeira, para direcionar os caminhões para a área onde não estiver sendo feita a
manutenção do piso. A partir deste momento, a preferência de trânsito na praça passa a ser da
motoniveladora. Avaliar as condições da praça: Tipo do material do piso, condições de
conservação, existência de obras secundárias na praça, condições de trânsito e as condições do
tempo.

Combinar com os operadores dos caminhões o serviço a ser feito nas áreas de pré-manobras
(todos os operadores dos caminhões devem estar cientes da presença da motoniveladora trabalhando na
praça). Se a praça for de solo rochoso, solicitar o apoio do trator de rodas ou esteiras para remover os
blocos maiores. Espalhar o forramento, nivelando a praça e mantendo o caimento para os drenos das
águas de chuvas. Em solos de muita umidade e pouca compactação, solicitar o forramento com material
seco e firme para fazer o nivelamento da praça.

Havendo presença de blocos ou matacões, solicitar o apoio do trator de esteiras para removê-los
a um canto da praça. Para remoção de borrachudos, verificar com o operador da escavadeira /
carregadeira qual o melhor lugar para depositar o material retirado. Em caso de muita poeira, solicitar ao
pipa para fazer a irrigação da praça. Respeitar as normas de segurança e cerco dos horários, dias e locais
de detonação.

Procurar fazer a manutenção na praça de carregamento nos horários ou intervalos


que não houver movimento na praça (paradas para refeições, paradas operacionais da
mina que não impedem ou provoquem risco de operação da motoniveladora na praça
de carregamento, troca de turnos, entre outros).

Se for necessário rebocar algum equipamento (compressores, torres de iluminação,


etc) só usar o reboque instalado no chassi da parte traseira da motoniveladora. Usar cabos de
aço ou cambão em dimensões suficientes para o reboque.

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Operador de Mina

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Operador de Mina

5.2.8 Aspersão
É a atividade de irrigação sobre os acessos, com intuito de controlar a emissão de material
particulado, poeira, dentro das dependências do empreendimento. Essa atividade é realizada com uso de
caminhão pipa equipado com bombas de irrigação para projeção desta água sobre todos os acessos.

5.2.9 Drenagem
Toda mina é necessário montar um plano de drenagem prevendo coletar toda água pluvial da
mina, direcionando para barragem e/ou tratá-la para utilizar em outras etapas do processo produtivo:

Aspersão;

Processo industrial.

Sistemas de Drenagem

Toda água da mina deverá ser drenada de tal forma que permita o escoamento das águas
pluviais e surgentes, sendo direcionadas de maneira harmônica com o andamento dos serviços de
produção.

Os drenos devem ser implantados em todos os níveis da lavra, em declividades


compatíveis com as características do material, evitando os processos erosivos e, consequentemente,
diminuindo o carreamento de partículas sólidas. Esses drenos devem ser lançados, preferencialmente, nas
barragens de rejeito.

5.3 SISTEMAS DE CONTROLE DE IMPACTOS SOBRE COLEÇÕES HÍDRICAS

A descrição teórica de impactos é uma ferramenta para dar partida à resolução de problemas,
também são imprescindíveis à caracterização em campo, para minas em operação, o levantamento de
casos similares e as simulações em laboratório, para empreendimentos ainda não instalados.

O conhecimento do sítio sob o ponto de vista geológico (mineralógico, estrutura e


geotécnica) hidrológico, hidrogeológico, pedológico, assim como as interações químicas envolvidas, são
dados fundamentais para a caracterização qualitativa do efluente, que em conjunto com os levantamentos
quantitativos (água pluvial, água de processo, volume de sólidos carreados e vazão de efluente lançado)
irão estabelecer os sistemas de mitigação mais adequados.

Um único sistema de mitigação pode agir sobre vários impactos, assim como a recíproca é
usual. A partir desta premissa, serão descritos vários métodos clássicos de controle que podem ser
utilizados em único estágio ou em estágios múltiplos.

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Operador de Mina

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Operador de Mina

5.4 Sistemas de Contenção de Partículas Sólidas


Nas áreas lavradas, uma série de medidas deve ser tomada para minimizar os impactos
gerados pelos efluentes contendo partículas sólidas na mina e nas unidades de beneficiamento, tais como:
sistema de drenagem, pilhas de estéril, barragens de rejeito. É importante que, antes de iniciar os
trabalhos, se faça o zoneamento da área de maneira a não implantar tais obras onde se encontram corpos
mineralizados, nascentes d’água, pontos de recarga, ou outra ocorrência que deva ser preservada.

5.5 Drenagem dos Acessos


Todos os acessos principais devem ser contemplados com canaletas e acessos secundários com
no mínimo valetas. Esta água deve ser direcionada a um sump com intuito de juntar toda água da mina
para ser bombeada para barragem. As vezes, essa operação é muito cara devido a distancia da mina para
barragem, então se opta em montar um sistema de limpeza de água através de um filtro natural, ou apenas
por espessamento natural dos sólidos arrastados.

5.6 Lençois Freáticos.


Durante desenvolvimento da Mina é previsto que com avanço da lavra apareça corpos aquáticos,
já previstos pelo levantamento hidrogeológico, essa água deve bombeada pra barragem através de
aberturas de poços para rebaixamento do lençol freático. Lembrem-se minério não combina com aguá
dentro da mina.

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Operador de Mina

6. PERFURAÇÃO DA ROCHA

6.1 OBJETIVO
A perfuração das rochas dentro do campo dos desmontes é a primeira operação que se
realiza e tem como finalidade abrir uns furos, com a distribuição e geometria adequada dentro dos
maciços para alojar as cargas de explosivos e acessórios iniciadores.

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Operador de Mina

6.2 PRINCIPAIS COMPONENTES DA PERFURAÇÃO - DINÂMICA DA

6.2.1 PERFURAÇÃO

QUANDO SE TRABALHA COM PERFURATRIZES PERCUSSIVO-ROTATIVAS,


NORMALMENTE EXISTEM QUATRO SISTEMAS ENVOLVIDOS:

I - PERCUSSÃO: MECANISMO RESPONSÁVEL PELO FORNECIMENTO DE


ENERGIA (ONDA DE CHOQUE), QUE SE TRANSMITE AO PUNHO  HASTE  BIT 
ROCHA, FRAGMENTANDO-A.

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (PERCUSSÃO)

IMPORTANTE:

Uma alta energia de percussão aumenta a velocidade de penetração, porém os aspectos negativos
que poderão surgir na vida útil dos acessórios deverão ser analisados de tal forma a se obter uma operação
econômica e segura.

6.2.2 DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (AVANÇO)


II - AVANÇO:

MECANISMO RESPONSÁVEL PELO ESFORÇO SOBRE A COLUNA DE


SECCIONADOS OU BROCA INTEGRAL; MANTENDO A COROA SEMPRE EM CONTATO
COM A ROCHA DE MODO A SE APROVEITAR AO MÁXIMO A ENERGIA PERCUSSIVA.

A FORÇA DE AVANÇO É TRANSMITIDA MECANICAMENTE À PERFURATRIZ


POR MEIO DE CORRENTE OU PARAFUSO.
40
Operador de Mina

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (AVANÇO)

O gráfico ao lado mostra que à medida em que se aumenta a pressão de avanço ocorre um
incremento na velocidade de penetração, até um determinado ponto (ponto ótimo: função da rocha, do
peso da coluna de perfuração e outros parâmetros) além do qual a velocidade diminui.

RELAÇÃO ENTRE BIT / ENERGIA PARA UMA ÓTIMA QUEBRA DA ROCHA

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (AVANÇO)

IMPORTANTE:

BAIXA FORÇA DE AVANÇO OCASIONA

Baixa transmissão de energia;

Baixa taxa de penetração;

A energia de onda de choque não se transmite totalmente à rocha e reflete no aço sob a
forma de tração, causando fadiga/quebra prematura;

Desacoplamento/aquecimento das luvas de acoplamento;

Maior desgaste nas roscas, punho e bucha de rotação;

Ejetam pastilhas/botões.

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (AVANÇO)

ALTA FORÇA DE AVANÇO OCASIONA:

aumento do risco de trancamento do bit, especialmente em rochas brandas ou fraturadas;

menor estabilidade, com risco de desvio do furo;

reduzido índice de penetração, pois a rotação fica mais vagarosa.

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (ROTAÇÃO)

6.2.3 III – ROTAÇÃO POR PERCUSSÃO:

MECANISMO QUE FAZ A COROA GIRAR ENTRE IMPACTOS SUCESSIVOS,


COLOCANDO-A NUMA NOVA POSIÇÃO DE ROCHA AINDA NÃO FRAGMENTADA.

ROTAÇÃO E TRITURAÇÃO:

41
Operador de Mina

A FINALIDADE DA ROTAÇÃO E VIRAR O BIT DE FORMA QUE O MESMO


QUEBRE CONTINUAMENTE NOVOS PEDAÇOS DE ROCHA NO FUNDO DO FURO.

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (ROTAÇÃO)

6.2.4 ROTAÇÃO E CORTE

NESSE MÉTODO, OS CORTADORES QUEBRAM A ROCHA À MEDIDA QUE O BIT


É GIRADO E PRESSIONADO CONTRA O FUNDO DO FURO.

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (ROTAÇÃO)

IMPORTANTE:

BAIXA ROTAÇÃO OCASIONA:

BAIXA VELOCIDADE DE PENETRAÇÃO.

ALTA ROTAÇÃO OCASIONA:

PERDA DE ENERGIA;

DESGASTE LATERAL EXCESSIVO DA COROA.

Observação: Recomenda-se diminuir a velocidade de rotação à medida que se aumenta o


diâmetro da coroa, pois velocidades periféricas elevadas acentuam sobremodo o desgaste periférico.

6.2.5 DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (LIMPEZA)


III - LIMPEZA:

SISTEMA QUE TEM POR FINALIDADE APRESENTAR À COROA UMA NOVA


SUPERFÍCIE DE ROCHA LIMPA ATRAVÉS DA REMOÇÃO CONTÍNUA, DO INTERIOR DO
FURO, DA ROCHA FRAGMENTADA (CAVACOS).

NORMALMENTE, OS AGENTES DE LIMPEZA MAIS COMUNS SÃO:

- AR: Normalmente empregado em perfuração a céu aberto;

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (LIMPEZA)

- ÁGUA: Normalmente empregada em perfuração subterrânea ou em locais com


restrições ambientais;

- ESPUMA: Normalmente empregada com o ar em rochas muito fraturadas/decompostas,


facilitando a remoção dos fragmentos além de estabilizar as paredes do furo.

42
Operador de Mina

DINÂMICA DA PERFURAÇÃO (LIMPEZA)

IMPORTANTE:

Baixa pressão/volume do agente de limpeza ocasiona:

baixa taxa de penetração;

maior risco de prender os acessórios;

maior desgaste das coroas.

Observação: Quando utilizar limpeza a água, a pressão deve ser de 0,5 Kgf/cm2 a 1,0
2
kgf/cm inferior à pressão de ar, para evitar retorno e danos a perfuratriz.

6.3 APLICAÇÕES DA PERFURAÇÃO


Os tipos de trabalho, tanto em obras de superfície como subterrâneas, podem classificar-se
nos seguintes: perfuração de banco, perfuração de produção, perfuração de chaminés (raises),
perfuração de poços (shafts), perfuração de rochas com capeamento e reforço das rochas.

REFORÇO DA ROCHA

6.3.1 PERFURAÇÃO POR PERCUSSÃO


Também conhecido por perfuração por martelo, é o método mais comum de perfuração para a
maioria das rochas, os martelos podem acionados a ar comprimido ou hidráulicos. Tanto o martelo de
superfície como o de fundo (DTH - Down-The-Hole) são utilizados . Na trituração por impacto a rocha é
partida em fragmentos, por meio de uma grande força que é aplicada sobre um botão ou pastilha de
material duro.

6.3.2 ROTAÇÃO/TRITURAÇÃO
Foi inicialmente usada na perfuração de petróleo, porém, atualmente, é também usada em furos
para detonação, perfuração de chaminés verticais de ventilação e abertura de túneis. Esse método é
recomendado em rochas com resistência à compressão de até 5000 bar.
43
Operador de Mina

Quando perfuramos por este método, usando bits tricônicos, a energia é transmitida para o bit
por um tubo, que gira e pressiona o bit contra a rocha.

MARTELO FURO ABAIXO (DTH)

6.3.3 MÉTODO DE FURO ABAIXO

FORÇAS APLICADAS NOS MÉTODOS ROTATIVO, MARTELO DE SUPERFÍCIE E


MARTELO DE FUNDO DE FURO.

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Operador de Mina

COMPARAÇÃO DE VELOCIDADE ENTRE


PERFURATRIZ DE SUPERFÍCIE E DTH

ROTAÇÃO/CORTE

Este método é usado principalmente em rochas brandas com resistência à compressão de até
1500 bar.

A perfuração por rotação necessita de uma forte capacidade de empuxo no bit e um


mecanismo superior de rotação. A pressão aplicada e o torque rompem e moem a rocha. Neste método a
energia é transmitida ao cortador pelo tubo de perfuração, que gira e pressiona o mesmo sobre a rocha. A
área de corte da ferramenta exerce pressão sobre a rocha e as lascas são arrancadas.

ROTAÇÃO/CORTE (CONT.)

A relação entre a pressão necessária e a faixa de rotação, determinam a velocidade e a


eficiência da perfuração:

a) a rocha branda requer menor pressão e rotação mais rápida;

b) a rocha dura necessita de alta pressão e rotação mais lenta.

A velocidade de rotação é de 120 rev/min para um furo de 110 mm e 300 rev/min para
furos de 60 mm de diâmetro.

PAINEL DO JUMBO

SISTEMA PARA COLETA DE DADOS

PERFURAÇÃO PARA REFORÇO DA ROCHA

APLICAÇÃO DO RAISE BORING

CABEÇA E CORTADORES PARA


“RAISE BORING”
45
Operador de Mina

ESCAVAÇÃO DE POÇOS COM RAISER BORER

CARACTERÍSTICAS DOS FUROS

Os furos são geralmente caracterizados por quatro parâmetros: diâmetro, profundidade,


retilinidade e estabilidade.

DIÂMETRO DOS FUROS

O diâmetro do furo depende da finalidade do mesmo. Em furos para detonações, há vários


fatores que influem na escolha do diâmetro, por exemplo, o tamanho desejado dos fragmentos, após a
detonação; tipo de explosivo a ser utilizado, vibração admissível do terreno durante a detonação etc.

46
Operador de Mina

RELAÇÃO ENTRE O DIÂMETRO DO FURO, A FRAGMENTAÇÃO E O PORTE DO


EQUIPAMENTO DE CARREGAMENTO

RELAÇÃO DO DIÂMETO DO FURO COM A SEÇÃO DA GALERIA/TÚNEL


E O PORTE DO EQUIPAMENTO

PROFUNDIDADE DOS FUROS

A profundidade do furo determina a escolha do equipamento de perfuração.

No caso de maiores profundidades (50 a 70 m ou mais) usa-se perfuração de fundo de furo, ao


invés de martelo de superfície, já que o método de fundo de furo proporciona mais eficiência de
transmissão energética e remoção dos cavacos de rocha a essa profundidade.

RETILINIDADE DOS FUROS

A retilinidade de uma perfuração varia, dependendo do tipo e natureza da rocha, do diâmetro e


da profundidade do furo, do método e das condições do equipamento utilizado, da experiência do
operador.

Na perfuração horizontal ou inclinada, o peso da coluna de perfuração pode concorrer para o


desvio do furo. Ao perfurar furos profundos para detonação, o furo deve ser tão reto quanto possível para
que os explosivos, sejam distribuídos corretamente, para se obter o resultado desejado.

Um problema particular causado por um furo com desvio é a possibilidade de encontrar-se com
um outro já perfurado, causando a detonação de cargas por “simpatia”.

A probabilidade do equipamento se prender é grande e a detonação não pode ser executada


adequadamente.

Além do desvio do furo propriamente dito, o alinhamento pode ser afetado pelo desalinhamento
da lança e pelo cuidado durante o emboque do furo.

ESTABILIDADE DOS FUROS

Outra necessidade em perfuração é que o furo permaneça “aberto” enquanto estiver sendo
utilizado para carregamento de explosivos. Em certas condições, por exemplo, quando a perfuração é em
material “solto” ou rocha (que tendem a desmoronar e tapar o furo), trona-se essencial estabilizar-se o
furo com tubos ou mangueiras de revestimentos.

INCLINAÇÃO DOS FUROS

PERFURAÇÃO INCLINADA X VERTICAL

Principais vantagens da perfuração inclinada

melhor fragmentação;diminuição dos problemas de repé devido ao melhor aproveitamento das


ondas de choque na parte crítica do furo (linha de greide, pé da bancada);
47
Operador de Mina

 maior lançamento;
 permite maior malha;

VANTAGENS DA PERFURAÇÃO INCLINADA (cont.)

 permite redução da Razão de Carregamento que pode ser obtida pelo uso de explosivos de
menor densidade;

 maior estabilidade da face da bancada;

 menor ultra arranque.

PRINCIPAIS DESVANTAGENS DA PERFURAÇÃO INCLINADA

 menor produtividade da perfuratriz;


 maior desgaste de brocas, hastes e estabilizadores;
 maior custo de perfuração;
 maior comprimento de furo para uma determinada altura da bancada;
 maior risco de ultra-lançamentos dos fragmentos rochosos.

MALHAS DE PERFURAÇÃO

MALHA QUADRADA COM OS FUROS TANGENCIANDO AS ÁREAS DE


INFLUÊNCIA (S / B = 1)

MALHA QUADRADA COM SOBREPOSIÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DAS


LINHAS (S/B’ = 1,155)

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Operador de Mina

MALHA ESTAGIADA COM AS LINHAS TANGENCIANDO AS ÁREAS DE


INLFUÊNCIA (S / B = 1)

MALHA ESTAGIADA COM AS LINHAS TANGENCIANDO AS ÁRES DE


INFLUÊNCIA (S/B’ = 1,155)

MALHA ESTAGIADA (S’ / B’ = 1) COM O ESPAÇAMENTO REDUZIDO PARA


ATINGIR UMA COBERTURA TOTAL

MALHAS DE PERFURAÇÃO (cont.)

Malha Triângulo Equilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A: 1,15. São indicadas
para rochas compactas e duras. Possuem ótima distribuição da energia do explosivo na área de influencia
do furo, maximizando a fragmentação. O centro do triângulo equilátero, o ponto mais crítico para
fragmentação, recebe igual influência dos três furos circundantes.

MALHA ESTAGIADA (S’ / B’ = 1,15) COM O AFASTAMENTO REDUZIDO PARA


ATINGIR A COBERTURA TOTAL

Malhas alongadas: Conforme a relação E/A as malhas podem assumir várias configurações. As
malhas alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75. São indicadas para rochas
friáveis/macias aumentando o lançamento por possuir um menor afastamento.

49
Operador de Mina

CÁLCULO DOS COMPONENTES DA PERFURATRIZ

Rodízio das hastes

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Operador de Mina

51
Operador de Mina

7. EQUIPAMENTOS DE PERFURAÇÃO

7.1 Introdução

Um núcleo de rocha pode ser considerado como uma amostra obtida in situ por uma perfuratriz.

Figura 1 – Perfuratriz em ação

7.2 Objetivos
• Amostras geológicas
• Determinação das propriedades físicas
• Determinação das propriedades químicas
• Identificação mineralógica
• Escavação (explosivos)

7.3 3. Classificação

7.3.1 Perfuratrizes Percussivas


• São aquelas que reproduzem o trabalho manual de perfuração em rocha.

52
Operador de Mina

– Apesar da percussão, ela produz um giro da broca imediatamente após cada golpe.
– Seu acionamento é feito por ar comprimido. No entanto existem as acionadas a gasolina, diesel,
etc.

Figura 2 – Exemplo de perfuratriz percurssiva

7.3.2 Sistema de percussão


As perfuratrizes percussivas transmitem à broca a percussão e, no intervalo entre 2 percussões
sucessivas, há uma rotação de pequeno arco de círculo. Simultaneamente ocorre a introdução de ar ou água de
limpeza.

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Operador de Mina

Figura 3 – Partes de uma perfuratriz de percussão

• O sistema de percussão consta essencialmente de duas partes, ou seja, de um cilindro em cujo interior se
desloca o pistão. Este é em geral formado por uma peça única, com dois diâmetros, sendo a parte de
diâmetro maior o pistão propriamente dito e a de diâmetro menor o pescoço ou guia do pistão com a
face de impacto.

Figura 4 – Sistema de Percussão

• A alternância dos movimentos é conseguida por meio de uma válvula que dirige o fluxo de ar ora para
uma, ora para outra face do pistão. Esta válvula é movimentada pelo próprio ar comprimido.
• Antigamente usava-se a válvula de bola, mas a mesma mostrou-se ineficiente.

Figura 5 – Detalhe da Válvula Oscilante

Figura 6 – Tipo de broca para percussão

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Operador de Mina

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Operador de Mina

7.3.3 Processo de rotação


• Sistema de rotação
– A cada golpe do pistão contra a broca, corresponde uma rotação de um pequeno arco de círculo
de modo a proporcionar nova superfície de rocha para ser cortada pela extremidade inferior da
broca.

Figura 7 – Sistema de Rotação

7.3.4 Dinâmica do sistema de percussão


• A velocidade de penetração da broca é diretamente proporcional à quantidade de rocha efetivamente
demolida dentro do furo na unidade de tempo.
• A quantidade de rocha demolida é proporcional à energia de percussão transmitida à broca.
Velocidade de penetração

• B = k3 Pm Vi D2
Onde:

B = velocidade de penetração em cm/min;

k3 = constante;

Pm = pressão na cabeça do pistão em kg/cm² ;

Vi = velocidade de impacto do pistão em m/s ;

D² = diâmetro da cabeça do pistão em cm .

• Pela equação identifica-se os principais fatores que influenciam na velocidade de penetração:


– A pressão do ar comprimido, se aumentada, eleva a velocidade. Mas o impacto do pistão também
cresce.
– Uma velocidade muito elevada pode danificar o equipamento.

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Operador de Mina

• A velocidade de impacto também influi. No entanto deve-se verificar se o aço suporta as tensões.
• O diâmetro da cabeça do pistão influi ou seja: perfuratrizes mais rápidas tem dimensões (tamanho e peso
maiores).
• Obs: Em geral nº de percussões está entre 2000 a 3000 por minuto.

7.3.5 Componentes

Figura 8 – Componentes de uma perfuratriz percussiva

7.3.6 Sistema de limpeza


• Os residuos de rocha devem ser removidos do furo;
• O sistema adotado na maioria consiste na introdução, no furo, de um fluido (que pode ser o próprio ar
comprimido ou água) na extremidade da broca.
• O fluido é injetado através de um orifício central;
• Os resíduos são removidos pelo espaço existente entre a superfície externa da haste da broca e a
superfície do furo.

7.4 Perfuratrizes rotativas


• Transmitem à broca somente o movimento de rotação;
• A demolição é feita por rotação que trabalha a pressão constante;
• Destinam-se a furos de grandes profundidades como por exemplo:
– Prospecções; poços artesianos; poços petrolíferos.

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Operador de Mina

Figura 9 – Partes de uma perfuratriz rotativa

7.4.1 Perfuratrizes percussivo-rotativas

• Apresentam rotação contínua além das percussões sobre a broca.


• Utilizadas para diâmetros maiores que a percussiva (38 a 125 mm);
• A rotação da perfuratriz é reversível.

Figura 10 – Partes de uma perfuratriz percussivo-rotativa

7.4.2 Perfuratrizes furo-abaixo

• O esforço de percussão para a extremidade da broca é feito através de segmentos de aço unidos; Isso
leva a uma perda de energia;
• Solução: perfuratrizes de furo abaixo onde o mecanismo de percussão fica na extremidade da broca,
junto à coroa. Conhecido no Brasil como sistema DTH.

7.4.3 Vantagens e Desvantagens das Perfuratrizes furo-abaixo


• Vantagens
– Não ocorre dissipação de energia;
– Rendimento é maior para a mesma quantidade de ar comprimido;

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Operador de Mina

• Desvantagens
– A velocidade é menor;
– A ruptura ou travamento do colar pode significar perda total da perfuratriz;
– A vida util das pastilhas é menor;
– Não trabalha bem em rocha muito fraturada ou na presença de água;

Figura 11 – Funcionamento de uma perfuratriz furo-abaixo

8. AVANÇOS

• O esforço sobre a perfuratriz aliado à percussão e rotação é que faz progredir o furo;
• Pode ser aplicado fisicamente, pelo operador;
• Pode utilizar sistemas de pressão;
• Tipos de avanço
– Pneumático
– Corrente
– Parafuso

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Operador de Mina

8.2 Avanço pneumático


• Acionado por ar comprimido;
• Tem como vantagens:
– Economia de mão de obra;
– Pressão mais uniforme economizando brocas;
– Maior produtividade

Figura 12 – Componentes do processo de avanço pneumático

8.3 Avanço de corrente


• O esforço é exercico por uma corrente ligado à perfuratriz.
• Componentes
– Estrutura de suporte
– Placa deslizante
– Motor
– Corrente
– Roda dentada

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Operador de Mina

Figura 13 – Componentes do processo de avanço de corrente

• Largamente utilizado nos trabalhos de escavação a céu aberto.


• Avanço robusto e facilmente reparável;
• Pressão é constante de modo que quanto mais branda a rocha maior a velocidade de perfuração;

8.4 Avanço de parafuso


• Esforço exercido mecanicamente por um longo parafuso que substitui a corrente;
• Vantagens:
– Maior rapidez na perfuração;
– Perfuratriz menos vulnerável aos choques;
Desvantagens

Estrutura de suporte frágil;

Parafuso danificado requer substituição

9. LOCOMOÇÃO DE PERFURATRIZES

• Locomoção manual
– Perfuratrizes manuais
• Locomoção tracionada
– Utiliza-se estrutura de suporte (chassis);
• Locomoção própria
– Montagem da perfuratriz sobre unidade tratora;
61
Operador de Mina

Figura 14 - Perfuratriz: avanço e locomoção

9.1 Utilização de perfuratrizes manuais


– Exploração de pedreiras de pequeno porte;
– Cortes rodoviários de pequeno porte;
– Fundações com pequena produção;
– Desmonte de matacões;
– Perfurações;
– Acabamentos de cortes para drenagem;
– Perfurações esporádicas.

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Operador de Mina

10. TIPOS DE ASSOCIAÇÕES DE AVANÇO E LOCOMOÇÃO

10.1 Bencher
– É a associação e uma perfuratriz percussiva e um avanço pneumático. Adicionou-se um chassis e
duas rodas para deslocar-se facilmente.
– Apresenta a vantagem de reduzir a mão e obra uma vez que um operador pode trabalhar com
dois equipamentos.
– Deve-se ancorar o equipamento antes de sua utilização.

Figura 15 – Exemplo de uma perfuratriz do tipo Bencher

10.2 6.2 Wagon-drill


– Associação de uma perfuratriz com avanço de corrente e quatro rodas.
– Melhora a velocidade; permite o emprego de perfuratrizes pesadas (45 a 170 kg);
– Dotada de freios e estabilizadores para garantir sua imobilidade durante a operação;
– Trabalha com brocas de extensão permitindo atingir maiores profundidades.

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Operador de Mina

Figura 16 – Exemplo de uma perfuratriz do tipo Wagon-drill

10.3 6.3 Perfuratrizes sobre trator ou Crawler Drill


– Apresenta tração própria;
– Possibilita perfurações em diversos ângulos;
– Rapidez no deslocamente e preparo para novos furos;
– Trabalha com perfuratrizes cujo peso varia entre 170 e 270 kg.
– Pode trabalhar com perfuratrizes de furo abaixo.

Figura 17 – Exemplo de uma perfuratriz sobre trator

10.3.1 Perfuratriz de furo-abaixo sobre trator


• Mantém o avanço da perfuração uniforme;
• Não consome ar comprimido em excesso;
• As hastes tem vida útil longa por que transmitem apenas o movimento de rotação à perfuratriz;
• É mais silenciosa;
• Permite perfurações profundas
• Necessita de pressão >= 10,5 kg/cm²

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Operador de Mina

• Tem limitação no uso de diâmetros muito diferentes;


• Custos menores.

Figura 18 – Exemplo de uma perfuratriz do tipo furo-abaixo sobre trator

11. LUBRIFICAÇÃO DAS PERFURATRIZES

• O ar comprimido ao percorrer as partes móveis da perfuratriz é utilizado para definir o sistema de


lubrificação.
• Adicionando-se óleo ao ar comprimido, nos pontos de redução de velocidade o óleo adere às paredes
efetivando-se a lubrificação.

11.1 Lubrificador de linha

• Dispositivo no qual o óleo é adicionado ao ar comprimido. É um pequeno reservatório atravessado pelo ar


comprimido;

Figura 19 – Dispositivo de lubrificação internamente

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Operador de Mina

Figura 20 – Foto de um dispositivo de lubrificação

11.2 7.2 Características do lubrificante

• Resistência à água;
• Viscosidade correta;
• Uniformidade;
• Ponto de fulgor elevado;
• Não-tóxico;

12. MANUTENÇÃO DE PERFURATRIZES

12.1 Verificação da bucha de rotação

Figura 21 – Bucha gasta ou bucha nova

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Operador de Mina

12.2 8.2 Verificação do pistão

Figura 22 - Pistão com desgaste excessivo

Figura 23 - Pistão quebrado

12.3 8.3 Verificação da Porca

Figura 24 - Porca do mandril

67
Operador de Mina

13. EXPLOTAÇÃO

Métodos de lavra

A opção pelo método de lavra depende de fatores como o tipo de minério, a profundidade
da jazida, sua forma geométrica e a escala de produção pretendida. A lavra a céu aberto em bancadas –
vista do alto ganha um formato de um cone invertido – é o processo mais utilizado nas jazidas de grandes
dimensões, sendo o mais comum no Brasil. Há duas formas de se lavrar por bancadas: em encostas ou em
cavas. A primeira, como o próprio nome já diz, ocorre em jazidas localizadas em encostas e, à medida
que há o aprofundamento, a mina poderá passar a ser lavrada em cava, grande abertura abaixo da
superfície.

Embora um processo não seja condição para a execução do outro, essa é uma situação
muito frequente: começar em encostas e terminar em cava. Contudo, o inverso é praticamente impossível.
Brucutu é uma das minas da Vale que aplicam o método de lavras por bancadas em encostas e tem hoje
bancos com cerca de 10 metros de altura.

A lavra a céu aberto

Os métodos de lavra a céu aberto são classificados em dois grupos: mecânicos e


hidráulicos. No primeiro, são usados equipamentos mecânicos nas operações de lavra por bancadas e por
tiras. O processo mecânico é o mais frequente na explotação de minérios, como o ferro, o carvão, a
bauxita e o caulim. As pedreiras produtoras de brita e as de rochas ornamentais, como o mármore, o
granito e a ardósia, também utilizam métodos mecânicos. Já os métodos hidráulicos usam água ou
soluções nas operações de lavra.

Estão enquadradas nesta segunda metodologia as seguintes formas de lavra: por desmonte
hidráulico, dragagem, por furos de sonda e por lixiviação, técnica que aplica solventes químicos e até
mesmo bactérias em seu processo.

Cuidados ao projetar a mina

As estradas devem ter de 3 a 3,5 vezes a largura do veículo mais largo que transita no
local. Os acessos precisam estar bem conservados e adequados ao tamanho dos caminhões e ao volume de
tráfego, sem falar numa boa drenagem e nos caminhos livres de detritos. Recomendações também
aplicadas para as curvas – que devem ser largas (grande raio de curvatura) e permitir uma boa visibilidade
– e para as rampas, geralmente projetadas com uma inclinação máxima (10%) fornecida pelo fabricante
do caminhão, para minimizar o número de mudanças de marcha durante o percurso.

Pré-stripping

A operação de uma mina tem início somente após a realização do pré-stripping – a


exposição de uma parte do minério suficiente para iniciar as atividades de lavra. Por razões

68
Operador de Mina

exclusivamente econômicas, faz-se um corte no solo e retira-se a medida estritamente necessária para
começar o trabalho.

Definição do corpo mineral


Tendo em mãos a geometria do corpo de minério, definiu-se qual seria a geometria da
praça da cava e a partir de conhecimentos sobre a ferramenta Open Pit e conhecimentos teóricos chega-se
a definição do Pit Final. Deve-se definir qual será a largura e altura das bancadas, conforme os
equipamentos de produção qual será o limite de inclinação das rampas e pela geotecnia do material a
angulação dos taludes.

Após ter sido feito o estudo geomecânico do maciço na região, será de responsabilidade do
Planejamento de curto prazo o Open Pit, e do longo prazo a definição do Pit final.

Lavra em Flanco e em Cava (open pit mining)


Neste método, geralmente algum capeamento estéril é retirado e transportado para uma
área de deposição sob a qual não há minério para ser lavrado. Tanto a remoção do capeamento quanto do
minério são conduzidos em bancadas praticamente horizontais.

A provisão de múltiplas bancadas, com comprimentos adequados das frentes, ajuda a


garantir a produção ininterrupta. Após a remoção inicial de estéril, a decapagem e a lavra do minério são
coordenadas de modo a garantir a continuidade da operação.

Lavra em Flanco e em Cava-desenvolvimento


“Open pit mining” é um método de grande escala de produção responsável por 60% de toda a
produção de minas a céu aberto. Ele é um método que permite alto grau de mecanização, sendo de capital
intensivo, ou seja, depende de grandes investimentos e de pouca mão de obra.

O método normalmente envolve grandes distâncias de transporte.


Quando a lavra se dá abaixo do nível da superfície, dizemos que é uma lavra em cava. Quando a
lavra se dá em uma face lateral de um morro, dizemos que a lavra é em flanco ou meia encosta. Em
ambos os casos, o buraco formado é chamado de pit.

Lavra em Flanco e em Cava-desenvolvimento


Os principais passos do desenvolvimento são apresentados a seguir: Após a limpeza da
superfície as obras são locadas e construídas. Particularmente importante numa lavra em open pit é a
locação da área de disposição (também chamada de deposição) de estéril. O solo orgânico deve ser
depositado à parte para, futuramente, recompor a superfície do estéril depositado ou a área escavada pela
lavra. Os pontos de descarregamento, estocagem, processamento e transporte são locados próximos ao
limite do pit final e com facilidade de acesso externo. Os equipamentos são dimensionados e

69
Operador de Mina

providenciados. A decapagem é iniciada para liberar minério para a lavra. As remoções de estéril e de
minério são previstas nos planejamentos de curto e longo prazo.

Lavra em Flanco e em Cava-desenvolvimento


Devido ao alto grau de mecanização e mobilidade requerida, o layout e a manutenção de
estradas são particularmente importantes para proporcionar acesso às bancadas, ao depósito de estéril e
demais áreas importantes à operação.

A definição e a embocadura da primeira e das demais bancadas no estéril ou no minério


são operações críticas.

Lavra em Flanco e em Cava- remoção de esteril


A remoção se aplica tanto para o estéril que recobre o minério, quanto para o estéril
intercalado entre partes do minério. As propriedades físicas do estéril determinam o tipo de desmonte. As
operações e equipamentos normalmente utilizados são:

Perfuração: trado (rocha fraca) ou perfuratrizes (rocha dura);

Detonação: explosivos;

Escavação e/ ou carregamento: shovel, carregadeira frontal, scraper, dragline, escavadora


contínua;

O trator de esteira só faz escavação e transporte a curta distância;

Transporte: caminhão, transportador de correia e scraper.

Lavra em Flanco e em Cava- Lavra do Minério, Carvão ou Rocha


Na remoção de estéril ou de minério, os equipamentos e ciclos de operação são parecidos
ou iguais, dependendo dos tipos dos materiais. É muito conveniente quando minério e estéril têm as
mesmas características, para poder usar os mesmos equipamentos. As operações e equipamentos são as
mesmas do estéril, acrescentando-se:

Transporte: ferrovia;

Elevação com alto grau de inclinação: transportador de correia de alto ângulo e skip.

Lavra em Flanco e em Cava- Operações Auxiliares


As seguintes operações auxiliares são válidas tanto para estéril quanto para minério:

1. Segurança do trabalho e controle ambiental: ar, água, poeira e estabilidade do talude;

2. Controle do maciço: estabilidade dos taludes e erosão;

70
Operador de Mina

3. Suprimento de energia e distribuição;

4. Controle de água e inundação: bombeamento e drenagem;

5. Disposição de estéril: descarga e estocagem;

6. Suprimento de materiais: compra, armazenagem e distribuição;

7. Manutenção e reparos: oficinas;

8. Iluminação: móvel;

Lavra em Flanco e em Cava- Operações Auxiliares

9. Comunicações, despacho, rádio, telefone;

10. Construção de estradas e manutenção de estradas e praças;

11. Transporte de pessoal: caminhões e ônibus;

12. Recuperação de áreas degradadas: durante e após a lavra.

Lavra em Flanco e em Cava- Condições


As condições naturais espaciais e geológicas associadas ao pit ótimo são:

1. Resistência do minério: qualquer.

2. Resistência da encaixante: qualquer.

3. Forma do depósito: qualquer.

4. Mergulho do depósito: qualquer.

5. Tamanho do depósito: grande, espesso.

6. Teor do minério: pode ser muito baixo.

7. Uniformidade do minério: qualquer, por ser possível corrigir com blendagem e


homogeneização.

8. Profundidade: razoável, obedecidos os limites técnicos e econômicos.

Open pit mining - lavra por bancos

Vantagens

 Alta produtividade
 Baixo custo
 Alta taxa de produção
71
Operador de Mina

 A produção  rapidamente, o desenvolvimento pode ser programado para permitir um


start-up muito cedo
 Baixa necessidade de mão de obra
 Relativamente flexível: pode variar se a produção muda.
 Grandes equipamentos  alta produtividade
 Baixo custo de desmonte.
 Desenvolvimento e acesso simples
 Pouco ou nenhum suporte do banco é requerido
 Boa recuperação; (aproxima-se de 100%, excetos no limites da cava).
 Boas condições salutares e de segurança: não há os riscos da lavra subterrânea.

Desvantagens

 Limitado pela profundidade, pelos limites tecnológicos dos equipamentos


 São limitados pela relação estéril/minério
 Alto investimento : associado a grandes equipamentos
 O método requer grandes depósitos para atingir baixos custos, a menos que o teor do
minério seja alto.
 Problemas no tempo podem impedir operações, mas raramente inviabilizar.
 A estabilidade de taludes deve ser mantida: bom projeto e manutenção dos bancos, alem
de uma boa drenagem.
 Deve ser providenciado um local para deposição do estéril, provisão na área para pilha

Lavra por bloco


É um método destinado à lavra de blocos de granito, mármore e outras rochas para serem
serradas e polidas para revestimento. As bancadas, chamadas também de faces, são
aproximadamenteverticais.

Lavra por bloco. Desenvolvimento


As propriedades físicas definem a qualidade de um bloco. Isso inclui suas cores, aparência,
uniformidade e resistência, devendo ser livre de fraturas, trincas e descontinuidades.

As instalações destinadas a serrar os blocos podem estar tanto junto à pedreira ou próximas
ao mercado consumidor. O polimento e o acabamento das placas, geralmente, são feitos próximo ao
mercado consumidor.

O estéril pode tanto ser de material decomposto ou de rocha fraturada, e necessita de área
para deposição.

A abertura da primeira face é transversal ao depósito e considera as propriedades físicas. É


feita uma abertura central com aproximadamente 1m de largura, 3m de profundidade e 10m de
comprimento, gerando as faces livres para extração dos demais blocos.
72
Operador de Mina

Lavra por bloco. Desenvolvimento


Estéril

A remoção de estéril pode ser feita por desmonte mecânico, manual, hidráulico ou por
explosivos, e o transporte e a deposição pelos mesmos métodos usados para o método de cava e flanco.

Extração dos Blocos

Os cortes de rocha para produzir os blocos são normalmente feitos por:

Fio diamantado

Cabo de aço

Argamassa expansivaCunhas hidráulicas

Explosivos de baixa velocidade

73
Operador de Mina

Lavra por bloco.


O fio diamantado corta pela sua passagem pela rocha; o cabo de aço corta a rocha por
atritar areia contra a rocha; a argamassa expansiva consiste de dois componentes que, misturados e
colocados em furos, aumentam de volume deslocando o bloco; as cunhas, colocadas nos furos, deslocam
os blocos sob a ação da energia hidráulica; a pólvora negra, que é explosivo de baixa velocidade, desloca
o bloco sem fragmentá-lo. Para argamassa, cunha e explosivos é necessário fazer furos próximos uns dos
outros. Os blocos são içados por guincho e transportados em caminhões.

Operações Auxiliares

Em geral as operações auxiliares compreendem suprimento de energia, manutenção de


equipamento, drenagem, disposição de estéril, suprimento de material e retomada dos blocos.

Condições

1. Resistência do minério e da rocha: qualquer;

2. Forma do depósito: qualquer. A produção de placas de ardósia e quartzito para revestimento é


uma variação do método;

3. Mergulho: qualquer;

4. Tamanho: qualquer;

5. Teor do minério: qualquer, desde que apresente adequadas propriedades físicas;

6. Uniformidade do minério: muito importante, para garantir a qualidade ao longo do tempo;

7. Profundidade: limitada pela estabilidade, economicidade e guindastes.

Lavra por bloco

Vantagens

1. Baixo custo de investimento; mecanização limitada e não sofisticada;

2. Aceita pequenos depósitos e pequenas escalas de produção;

3. Fácil acesso de pessoal;

4. Faces estáveis, mesmo na vertical;

5. Permite alta seletividade com o descarte de blocos de baixa qualidade;

6. Boas condições de segurança do trabalho.

Desvantagens

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Operador de Mina

1. Profundidade limitada a, aproximadamente, 300 metros;

2. Baixa produtividade e é de mão-de-obra intensiva;

3. É o mais alto custo de lavra;

4. Pequena escala de produção;

5. Plano inflexível;

6. É de mão de obra intensiva;

7. Demanda prática profissional acurada;

8. É muito caro de ser operado por via subterrânea.

Open casting mining - lavra por tiras


O casting do material estéril  escavadeiras especializadas enquanto a lavra é realizada com
equipamentos convencionais de carregamento e transporte.

Diferenças no capeamento (solo ou rocha fraturada) e no minério (geralmente carvão detonado


ou não) requerem diferentes equipamentos para o manuseio.

Padrão altamente repetitivo da lavra  depósitos extensos e tabulares  planejamento não


precisa ser tão elaborado como no método open pit.

Limpeza do terreno, a planta é locada e construída

Reabilitação do método  localização e preservação das pilhas de solo vegetal.

Depósitos de minério, armazenamento e processamento - bem como facilidades de transporte


 localizados o mais central quanto possível

Após a seleção do equipamento, o desenvolvimento do pit se inicia.

O primeiro corte ou corte de estrada é o mais difícil

Transporte de estéril é inevitável e o avanço é pequeno.

Lavra por tiras

Remoção do estéril- decapeamento

A natureza mineralógica do capeamento ou estéril

Solo e rochas decompostas

75
Operador de Mina

Material é consolidado  serviço de detonação

Solos duros  quebrados por ripping

Lavra por tiras

Carvão ou minério macio  simplificada

Operação rápida de quebra  e no manuseio do material

Material é duro para quebrar ou relativamente espesso  perfuração e detonação

Se ele é moderadamente consolidado então ripping  pode ser suficiente

Se ele é suficientemente fraco pode ser escavado por equipamentos de carga

Lavra por tiras

Limpeza: equipamento como escova rotativas

Perfuração: trado pequeno  rocha fraca (ex. Carvão); pequenas perfuratrizes a ar comprimido
 rocha dura.

Explosivo: anfo

Escavação: carregadeira, escavadeira, monitores hidráulicos

Transporte: Caminhões correias transportadoras, correias hidráulicas, ferroviários limitados a


grandes minas – carvão (Alemanha e Austrália).

Reabilitação, estabilidade de taludes, construção de estradas, distribuição de energia, controle de


poeira e segurança

Condições
 Resistência do minério : qualquer
 Resistência da rocha: qualquer
 Forma do depósito  tabular, acamadado
 Mergulho do depósito: qualquer  horizontal ou de baixo
 Tamanho do depósito: grande extensão lateral, baixa a moderada espessura.
 Teor do minério: pode ser muito baixo
 Uniformidade do minério : uniforme
 Profundidade : rasa a intermediária (limites tecnológicos dos equipamentos, limites
econômicos da relação estéril minério).

Vantagens

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Operador de Mina

 Alta produtividade, baixa custos de mão de obra e deslocamento com transporte com a
operação de casting.
 O mais baixo custo
 Alta taxa de produção
 A produção  muito cedo
 Baixa necessidade de mão de obra
 Baixo custo de desmonte
 Desenvolvimento e acesso simples
 Suporte do banco raramente realizado
 Boas condições de saúde e segurança

Desvantagens

Limites econômicos do método e limites tecnológicos dos equipamentos  limites de


profundidade

Valores acima dos limites requerem uma grande necessidade de remanuseio do material.

A economicidade impõe limites na relação estéril/minério

Alto investimento : as escavadeiras são muito caras

Necessidade de grandes depósitos para obter o menor custo

Problemas no tempo podem impedir operações

Requer um seqüenciamento de operações (sincronismo), especialmente durante o decapeamento

A estabilidade de taludes deve ser mantida

Noções de Estabilidade de Talude

No desenvolvimento de uma mina, há muitas situações, onde a mecânica de solos pode ser
aplicada ao projeto de estruturas e às atividades de lavra:

1. Estabilidade de estruturas como edifícios e estradas;

2. Fundações, barragens;

3. Estabilidade das paredes das escavações e dos taludes dos depósitos de estéril, bem como dos

depósitos de rejeito na forma sólida ou de polpa;

4. Drenagem;

5. Compactação, enchimento;

77
Operador de Mina

Embora o solo propriamente dito seja encontrado só na superfície, outros materiais, em


qualquer profundidade, porém com as mesmas propriedades de solo são aqui chamados de solos.

Noções de Estabilidade de Talude

Assim, a rocha fraturada, a rocha decomposta e a polpa usada em enchimento de áreas mineradas
ou construção de aterros, são chamadas de solos.

Objetivos da Mecânica dos Solos (geotecnia)

Mecânica dos solos é o estudo das propriedades do solo e seu comportamento em relação ao
projeto, construção e performance dos trabalhos de engenharia. Ela é também aplicável aos materiais
produzidos pelo homem, tais como enchimentos, rejeitos, rocha decomposta.

A mecânica dos solos e a mecânica de rochas são importantes no estudo das obras de uma mina.

Noções de Estabilidade de Talude


Solo é um agregado natural (ou também artificial, para nossos estudos) de grãos de
minerais, mecanicamente aderentes. Tipicamente o solo é composto de 3 fases:

• Sólida: minerais

• Líquida: água

• Gasosa: ar

Dependendo de suas características, os taludes não se sustentam e desabam no todo ou em


parte. Este e outros movimentos de massas da crosta terrestre podem ser evitados por providências
baseadas em mecânica dos solos, tais como:

1. Correção da inclinação do talude.

2. Escoramento.

3. Drenagem.

4. Retenção com tela e parafusos.

O ângulo de repouso de uma bancada é o ângulo entre a face e a horizontal, acima do qual a
bancada perde a estabilidade. Portanto, o ângulo de um talude deve ser menor ou igual ao ângulo de
repouso para que se tenha estabilidade deste talude.

Empolamento e compactação

Empolamento E é o aumento de volume de um solo ou rocha decorrente da sua fragmentação.

78
Operador de Mina

É o aumento aparente de volume que a rocha apresenta depois de fragmentada ou, mais
amplamente, é o aumento aparente de volume em relação a um estado anterior de maior compactação.

Este aumento está ligado ao grau de fragmentação da rocha. Quanto mais fragmentada, maior o
empolamento, podendo chegar a mais de 100%.É uma propriedade importante para o dimensionamento
dos equipamentos de carregamento e transporte.

Análise da estabilidade de taludes.

Esta análise é feita pelos seguintes métodos:

1) Por experiências precedentes.

2) Por experiências precedentes modificadas.

3) Por cálculo de estabilidade.

Em geral os métodos 1) e 2) são mais econômicos que o método 3). O método 3) envolve e
requer pleno conhecimento dos detalhes geológicos significativos. A aplicação do método 3) é portanto
limitada a situações especiais onde o dispêndio de tempo e dinheiro pode ser justificado.

Outros fatores de instabilidade

As solicitações dinâmicas que podem conduzir a instabilidade de um talude são:

a) os sismos, ou terremotos, que são fenômenos oscilatórios de baixa frequência.

b) as vibrações oriundas de desmonte por explosivos nas vizinhanças do talude.

Plano de fogo e explosivo


Conceitos Básicos

Combustão : É uma reação química de oxidação e geralmente ocorre por conta do oxigênio do
ar. O fenômeno acontece em baixas velocidades e tem como exemplo mais conhecido a queima de um
pedaço de carvão.

Deflagração: Quando a velocidade da reação de decomposição da substância explosiva é maior


que a de combustão, chegando em alguns casos a casa de 1.000 m/s, ocorre a deflagração. Nesta reação
há a participação não só do oxigênio do ar, mas também daquele intrínseco a substância. Esta situação
ocorre quando da decomposição da pólvora, ou ainda de explosivos mais potentes quando submetidos a
condições desfavoráveis de iniciação ou confinamento.

Conceitos Básicos

Detonação: É uma reação de decomposição com a participação exclusiva do oxigênio intrínseco


a substância explosiva. Ocorre com velocidades que variam de 1.500 a 7.000 m/s e, em função da

79
Operador de Mina

quantidade de energia envolvida no processo, faz-se sempre acompanhada de uma onda de choque que,
com sua frente de elevada pressão dinâmica, confere a detonação um grande poder de ruptura.

Explosivos Industriais: São Substâncias ou misturas de substâncias que, quando excitadas por
algum agente externo, são capazes de decompor-se quimicamente gerando considerável volume de gases
a altas temperaturas. A conceituação moderna de explosivos industriais sugere ainda que na sua
fabricação sejam utilizados componentes que isoladamente não são substâncias explosivas.

Explosivos-Introdução

Os principais elementos químicos de um explosivo industrial são: Carbono (C), Hidrogênio


(H), Oxigênio (O) e Nitrogênio (N). Outros elementos secundários aparecem na composição com um
papel específico, seja para diminuir a temperatura de congelamento, para aumentar a temperatura de
explosão, ou a quantidade de energia liberada, etc., são exemplos o Sódio (Na), Potássio (K), Cloro (Cl),
Bário (Ba), Cálcio (Ca), Alumínio (Al).

Na sequência são apresentadas as fórmulas químicas das principais substâncias explosivas:

Nitroglicerina: C3 H5 N3 O9

Nitrocelulose: C12 H24 N6 O22

Trinitrotolueno: C7 H5 N3 O6

Nitropenta: C5 H8 N4 O12

Hexogênio: C3 H6 N6 O6

Nitrato de Amônio: NH4 NO3

Classificação dos explosivos- Aplicação

Primário: São aqueles que pelo fato de oferecerem uma maior facilidade a decomposição,
quando excitados por agentes externos. Tem o seu maior emprego como iniciadores de cargas maiores de
explosivos secundários. Como por exemplo, podem ser citados as espoletas, cordel detonante, nitropenta,
azida de chumbo, fulminato de mercúrio, etc..

Secundário: São os explosivos propriamente ditos. Denominados também como explosivos de


ruptura. Apresentam-se tão potentes quantos os primários, porém por serem mais estáveis necessitam de
uma maior quantidade de energia para iniciar o processo de detonação, energia esta geralmente fornecida
pela ação direta da detonação de um explosivo primário. Como exemplo, podem ser citados as lamas,
emulsões, ANFOS, etc..

Classificação dos explosivos- desempenho

Explosivos Iniciadores: São extremamente potentes e, por isso, adequados à detonação da massa
de explosivo. Produzem um efeito de sopro intenso ou uma onda de choque capaz de iniciar a detonação
80
Operador de Mina

da massa de explosivos. Não são, entretanto, suficientes para, por si só, executar o trabalho de demolição
da rocha. considerados “acessórios de detonação“, são também chamados explosivos primários.

Explosivos Deflagrantes ou Baixos Explosivos : São aqueles que se decompõem através de uma
reação de deflagração. A reação de detonação consiste numa queima rápida sem a produção de onda de
choque de grande intensidade. Dentre os baixos explosivos, o único que tem alguma importância é a
pólvora negra, usada para corte de rocha destinada à produção de paralalépipedos, placas de revestimento,
blocos de mármore etc.

Classificação dos explosivos- desempenho

Explosivos Detonantes ou Altos Explosivos : Decompõem-se pela reação de detonação e


apresentam grande capacidade de trabalho pelo que são também conhecidos como explosivos de ruptura.
Detonam a velocidade entre 2.500 a 7.500 m/s, acompanhados de quantidades enormes de gases a
pressões muito altas (da ordem de 100.000 atm.). A detonação da origem à formação de uma onda de
choque que percorre o maciço rochoso, causando fissuras na rocha. A onda de choque, aliada à alta
pressão dos gases formados na explosão, quebra a rocha empurrando-a em direção à face livre. São
empregados como explosivos secundários.

Classificação dos explosivos- Composição

Explosivos Simples: São aqueles formados por um único componente químico. Entre eles
nitroglicerina, nitroglicol, nitrocelulose, trotil e ciclonite.

Explosivos Mistos: Formados por substâncias que consomem e produzem oxigênio, mas que não
são explosivas quando isoladas. Pertencem a esta categoria os nitratos inorgânicos, cloratos e percloratos.
O mais importante é o nitrato de amônio que misturado com óleo diesel, é um explosivo de larga
utilização.

Explosivos Compostos: São resultantes da mistura de explosivos simples com substâncias que
são capazes de consumir e produzir oxigênio. A maior parte dos explosivos comerciais pertence a esta
categoria, porque apresentam a vantagem de, variando-se a as proporções ou tipo dos componentes, serem
obtidas determinadas qualidades desejáveis. Consegue-se dessa maneira, melhorar as propriedades do
explosivo simples adicionando-o uma substância produtora de oxigênio.

Tipo de Explosivos

Pólvora Negra: A pólvora negra explosiva é produzida em dois tipos. O tipo A contém nitrato de
potássio, enxofre e carvão vegetal. É utilizada na escavações a céu aberto quase que exclusivamente para
cortar pedras, na produção de paralelepípedos, lajotas para revestimento de pisos e paredes etc.
Praticamente não é usada para o desmonte intensivo de rocha. A pólvora negra do tipo B contém nitrato
de sódio, enxofre e carvão vegetal. É mais lenta que a do tipo A e também de menor força; utilizada na
detonação de argilas e folhelhos.

81
Operador de Mina

Dinamites: As dinamites são explosivos baseados em nitroglicerina (NG) de alta sensibilidade.


Elas podem ser formuladas com alta plasticidade, alta densidade e boa resistência à água, propriedades
que podem ser exigidas em condições de desmonte com presença de água. Quando detonadas em um
furo, as dinamites gelatinosas desenvolvem velocidades de detonação moderadamente altas. Estas
velocidades, combinadas com a densidade, força, fazem com que as gelatinas se tornem mais eficientes
em trabalhos com presença de água onde é necessária uma boa fragmentação de rochas resistentes. O
futuro paras as dinamites depende essencialmente da assimilação da segurança com o custo-benefício;
enquanto que as dinamites têm um maior potencial de risco, sua confiabilidade de performance e
rendimento de energia por unidade monetária são algumas vezes maiores que os das emulsões e dos
explosivos tipo lama (aquagéis).

Lamas Explosivas ou Aquagéis : Os explosivos do tipo aquagel ou lama explosiva (slurry) são
produzidos primariamente para as indústrias de construção, de pedreiras e de mineração subterrânea de
metais. Estes produtos contêm concentrações relativamente altas de ingredientes sensíveis que asseguram
uma detonação confiável em furos de mina de diâmetros pequenos. Comparados com as dinamites, eles
são mais difíceis de detonar através do atrito, impacto e/ou fogo. As lamas são baseadas em soluções
aquosas saturadas de nitrato de amônio – NA (freqüentemente com nitrato de sódio e/ou nitrato de cálcio)
em que combustíveis, sensibilizadores (e algumas vezes mais prills de NA) são dispersados. A fase
líquida é espessada com resinas e transformado em gel com agentes ligantes para manter os sólidos em
suspensão proporcionando um grau satisfatório de coesão e máxima resistência à água. Quando
completamente em estado de gel, as lamas (aquagéis) tem uma consistência emborrachada semelhante a
um mingau.

ANFO : Explosivo composto à base quase que exclusivamente de nitrato de amônio, produto
químico largamente utilizado como fertilizante agrícola ou como produto base na fabricação de
explosivos, sendo este tipo de nitrato conhecido como prill. A denominação ANFO vem do inglês
“ammonium nitrate + fuel oil“, já quase que originalmente formulado a partir da mistura de nitrato de
amônio com óleo diesel (5,6%). Possui uma densidade de carregamento na casa de 0,85 g/cm³.
Geralmente o ANFO torna-se insensível quando sua densidade alcança 1,2 g/cm³, ocorrendo o fenômeno
de Dead Pressing. O nitrato de amônio funciona como oxidante, enquanto que o óleo diesel é o redutor. O
elemento oxidante fornecido pelo nitrato de amônio é o oxigênio, o nitrogênio participa secundariamente
da reação formando o nitrogênio gasoso. A fórmula química do nitrato de amônio é o NH 4NO3, composto
de 60% de oxigênio em peso, 33% de nitrogênio e 7% de hidrogênio. Por ser um sal é facilmente
dissolvido em água, de modo que se não for recoberto por uma fina camada de materiais tais como, o
talco ou a zeolita, absorve rapidamente a umidade do ar, se dissolvendo e, dessa forma, não tendo
condições de detonar eficientemente.

O prill de nitrato de amônio, além de não poder ter contato com água, deve ser fabricado com
um teor de umidade inferior a 0,15%, pois quando prills de nitrato de são saturados com água, esses se
dissolvem, de modo que microporos e pequenos vazios que agem como centro reativos (hot-spots)
desaparecem, resultando em uma mistura insensível (dead pressing) para detonação.

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Operador de Mina

ANFO Aluminizado: O alumínio em pó pode ser adicionado ao ANFO visando aumentar o


rendimento da pressão de detonação As quantidades variam de 5 a 15%, aumentando o calor da reação, a
força e a sensibilidade da mistura. Mas pelas três razões abaixo listadas, das quais a primeira é a mais
importante, o incremento de energia por unidade monetário é baixo. O custo do pó de alumínio é
elevado, ou seja, é uma matéria-prima cara;

A faixa granulométrica da partículas de alumínio precisa ser adequada ao diâmetro do furo;

Mesmo onde existam condições ideais, o Al2O3 e os gases da detonação falham em permanecer
em equilíbrio térmico no momento em que a rocha é quebrada e deslocada. Como resultado, pelo menos
um terço da energia térmica envolvida na reação das partículas de Al2O3 não é transferida para os gases e,
portanto, é perdida.

Misturas ANFO/Poliestireno (ANFOPS) : Em operações na qual agentes detonantes do tipo


ANFO são usados, as vantagens de controle de ultraquebra (overbreak) podem ser obtidas pelas misturas
a granel de ANFO e diluentes no perímetro dos furos. As composições de ANFOPS possuem alto
potencial para esta operação, assim como para proporcionar detonação confiável em furos secos e de
diâmetros pequenos que podem ser obtidas por misturas que contém em média 75% (volume base) de
poliestireno (PS). Como esperado, tal agente detonante (blasting agents) exibe densidades e rendimentos
de energia por metro de comprimento de carga que caem para aproximadamente 25% daqueles
apresentados pelo ANFO normal. As baixas intensidades de choque e volumes de gás correspondentes
ajudam a diminuir o overbreak na rocha circundante.

O ANFO “pesado” consiste de uma mistura de nitrato de amônio (NA) granulado e poroso, óleo
e agente detonante emulsivo. Por causa do seu estado líquido viscoso dotado de fluidez, a emulsão é
capaz de substituir o ar nos interstícios entre as partículas de ANFO. A taxa de emulsão é tal que muitos
dos microvazios dentro dos componentes do ANFO são preenchidos com emulsão. A densidade do
ANFO “pesado” se situa entre os valores de 1,00 a 1,23 g/cm³. Se todo o ar dentro destes interstícios
fosse substituído, o agente detonante resultante tenderia a exibir uma sensibilidade inadequada (os
microvazios preenchidos e, exceto pelos grânulos de baixa densidade e alta porosidade, um número
insuficiente de centros de iniciação de carga).

Emulsões Explosivas : Explosivos em emulsão são do tipo “água-em-óleo” (water-in-oil type).


Eles consistem de microgotículas (microdroplets - fase dispersa) de solução oxidante, supersaturada
dentro de uma matriz de óleo (oil matrix - fase contínua). Para maximizar o rendimento energético
enquanto minimiza custos de produção e preço de venda, o oxidante dentro de microgotículas consiste
principalmente de nitrato de amônia. Por causa do número de gotículas por unidade de volume de
emulsão ser excessivamente grande, microgotículas adjacentes são forçadas uma contra a outra,
deformando suas formas esféricas originais. Consequentemente, a espessura média do óleo entre as
microgotículas é muito pequena. Cada um dos ingredientes de um explosivo em emulsão é um
ingrediente não-explosivo. Emulsões em cartuchos tem a consistência de uma massa compacta. Por serem
uma mistura muito íntima, estes produtos são visualmente homogêneos. As viscosidades satisfatórias de
emulsões são obtidas com o uso de resinas ligantes. Uma vez que as emulsões são do tipo “água-em-

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Operador de Mina

óleo”, eles oferecem excelente resistência a água. A água do furo “enxerga” apenas a matriz da emulsão
(ou seja, o óleo); e ela é protegida do contato e, portanto, dissolve as microgotículas pela película
(insolúvel) de óleo envolvente. A resistência à água da emulsão é maior quando comparada às lamas e
dinamites.

Tipos de acessórios
Espoleta Simples : Consiste numa cápsula de alumínio, fechada em uma extremidade,
preenchida com um explosivo da base (tetranitrato de penta-eritritol) e carga iniciadora de azida de
chumbo. São sempre iniciadas por estopim comum introduzido na outra extremidade da cápsula por
meio de alicate especial. As espoletas simples são muito usadas em detonações secundárias onde há
necessidade ou é possível haver uma seqüência de fogo, como nos fogachos, por exemplo. Não são
recomendadas para a detonação simultânea de várias cargas, porque dificilmente os estopins atingiram
todas as espoletas ao mesmo tempo. O bom funcionamento da espoleta depende muito da perfeição do
seu acoplamento com o estopim.

Estopim: O estopim tem o aspecto externo de um cordão. Consiste num núcleo de pólvora negra
de nitrato de potássio revestido com tecidos impermeabilizantes que protegem o núcleo de pólvora contra
a penetração de água e abrasão. O estopim apresenta a propriedade de queimar a uma velocidade
uniforme e conhecida. Com uma espoleta comum na extremidade poderá detonar um explosivo
(dinamites, emulsões e gelatinas). É utilizado para iniciar cargas explosivas a distâncias curtas ou cordel
detonante. A tabela 3, a seguir, apresenta as propriedades físicas básicas de um estopim.

Cordão Ignitor : Cordão fino e flexível que queima com chama firme. Possui revestimento, que
lhe confere resistência à água. É utilizado para ignição de qualquer número de linhas de estopim através
dos conectores, eliminando-se dessa forma, a necessidade de ascender cada estopim individualmente.
Recomenda-se um espaçamento entre os conectores de no mínimo 50 cm. O comprimento de cada linha
de estopim deve permitir à chama do cordão ficar cerca de 5 m à frente de cada linha de estopim que vai
detonar, a fim de não ser afetado, isto é para qual não haja interrupção. Trata-se de um cordão fino
revestido com polietileno flexível e incendiário, que queima com chama vigorosa. Possui em seu interior
um fio de aço galvanizado que possibilita a sua fixação ao conector, além de impedir seu rompimento
após a combustão, evitando a iniciação indesejável das linhas fora de seqüência.

Cordel Detonante : É uma das forma mais segura para a detonação de fogo a céu aberto ou em
atividades subterrâneas, porque não requer eletricidade. Por ser um explosivo, dispensa as espoletas.
Quando detona, age como escorva par as cargas explosivas, detonando-as também. O cordel detonante
consiste num núcleo de alto explosivo, o tetranitrato de penta-eritritol (PETN), revestido conforme o uso
a que se destina. O PETN detona com velocidade de cerca de 7.000 m/s, superior portanto à de muitas
dinamites e gelatinas. Os revestimentos encontrados no mercado são:

Múltiplo revestimento de fibras têxteis de PVC ;

Isolamento externo com camada de náilon.

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Tipos de acessórios

MS Connector : Acessório destinado a retardar, através de esperas de milisegundos, a


propagação da detonação do cordel. O referido retardo (MS connector) é provido de um corpo plástico
protetor que possibilita sua ligação ao circuito de fogo e de um espoleta dupla com retardos de tempo pré-
determinados.

Espoleta Elétrica de Retardo ou Instantânea : São detonadas por uma corrente elétrica sendo
necessária uma intensidade mínima para provocar a detonação. Permitem iniciar diversas cargas ao
mesmo tempo.

Espoleta Elétrica de Retardo é composta por um estojo de alumínio onde estão inseridos uma
ponte elétrica, o elemento de retardo e as cargas de iniciação. Conectada aos fios condutores, a ponte
elétrica inicia o elemento de retardo, conforme o tempo da espoleta, em seqüência a azida de chumbo e a
carga principal de PETN.

Linha Silenciosa (não elétricos) : Basicamente o sistema se baseia em um tubo plástico cuja a
superfície interna é impregnada com uma substância reativa que mantém a propagação da onda de choque
a uma velocidade de cerca de 2.000 m/s. Esta onda tem energia suficiente para iniciar um explosivo
primário ou uma espoleta de retardo. Uma vez que a reação está confinada no tubo, este não explode e
atua como mero condutor de energia. Este tubo é fabricado em plástico de alta qualidade com um
diâmetro externo de cerca de 3 mm. Na sua forma padrão ele é transparente e atende a maioria das
exigências dos desmontes de rochas. Para alguns casos, onde as condições são mais severas, existe um
tubo de alta qualidade (“Heavy Duty - HD“), o qual tem uma maior resistência ao desgaste e à tração.

Handidet : O acessório Handidet, constitui-se basicamente de duas espoletas de retardo, sendo


uma de superfície com espera menor (embutida em um conector e com carga constituída apenas de azida
de chumbo) e a outra de escorva, de espera maior. A razão entre os tempos de retardo dessas espoletas,
permite definir o escalonamento máximo (furo a furo) que pode ser adotado, ou seja o número de furos
máximo a ser sensibilizado antes que o primeiro detone. A razão máxima é definida para detonações furo
a furo. Por exemplo a razão entre as esperas 2500/50, permite a sensibilização de 50 furos antes que o
primeiro detone. Essa razão é definida para detonações furo a furo. No caso de se empregar o
escalonamento de dois furos por espera, obtêm-se a sensibilização de 100 furos antes que os dois
primeiros detonem.

Reforçadores (“booster”): São cargas explosivas de alta potência para reforçar a iniciação
de explosivos de baixa sensibilidade, como é no caso do ANFO, pastas detonantes e outros. Além de
serem utilizados para assegurar a continuidade da propagação da onda explosiva ao longo da carga
de coluna constituída por aqueles explosivos. Os reforçadores são constituídos de carga explosiva
acondicionada em um corpo plástico de formato tronco-cônico, dotado de um furo central ao longo
de toda altura. A iniciação é feita por meio de cordel detonante passando através do furo central, ou
por espoletas simples ou elétricas.

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Operador de Mina

Tem-se provado que a forma do reforçador pode contribuir para uma maior pressão de detonação
e melhoria da eficiência da iniciação, além de facilitar o carregamento.

Plano de Fogo
Introdução

Nome dado ao desmonte de cada Bancada

Contem todas as informações necessárias ao desmonte do maciço

Estudo Teóricos apoiados em experiências de campo – dados de difícil obtenção

Regras Práticas obtidas com a experiência de muitos desmontes de rocha

Regras práticas estabelece valores iniciais para o Plano de Fogo e com os resultados vão-se
ajustando os valores até chegar a um ótimo (no. pequeno de fatias é necessário)

Fabricantes de explosivo e equipamentos → equipes de assistência técnica

Conceitos Básicos

Modelo Físico da Detonação:Afastamento do furo carregado em relação à frente livre (V),


Espaçamento entre furos (E), tipo de explosivo compatível com a rocha (VOD e VP), diâmetro do
explosivo (d furo) – acoplamento, relação entre altura da bancada (H) e afastamento (V) – Rigidez,
comprimento da porção não carregada – tampão, comprimento da carga de coluna e fundo e uso adequado
de retardos.

Diâmetro das perfurações (φ , d)

Equipamento previsto p/ executar as perfurações – coerente com o equipamento disponível para


carregamento.

As dimensões dos blocos resultantes da detonação estão associados ao diâmetro do furo.

Em obras civis - φ varia de 51 a 100mm – mais usual 76 mm para bancadas entre 4 e 15m.

Em minerações - φ varia de 150 a 300mm

Ex. regra prática:

D furo (polegadas) = Volume da caçamba (jardas cúbicas)

Escavadeira de 3,06 m3 de capacidade de caçamba ( 4 cu.yd) o diâmetro máximo a ser adotado


nas perfurações será 4 polegadas (102 mm)

Afastamento
É a distância entre 2 linhas de furos sucessivos ou da face livre (1 linha de furo).
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Operador de Mina

Afastamento máximo – 1 até 10m (depende do diâmetro do furo)

Regras práticas em função do tipo de explosivo:

Emulsões: V = 1,45 x (Cfundo)1/2

Granulado: V = 1,36 x (Cfundo)1/2

Deve ser levado em conta o desvio de direção durante as perfurações (embocamento,


aprofundamento). O valor de V no pé pode ser maior ou menor que teórico (Vt)

Regra prática:

Vt = 45 x d furo (mm)

Afastamento prático (Vp)

Vp = Vt – 0,02 H (linha simples)

Vp = Vt – 0,05 H (linha múltipla)

- Para Afastamentos > 60 d furo a rocha somente é fissurada na região próxima ao furo.

- Para A entorno de 60 vezes a rocha é quebrada em grandes blocos até a face da bancada, porém
não existe o deslocamento da face.

- Para Afastamentos próximos de 40 vezes a rocha é quebrada e lançada com uma pilha de 2/3 da
altura da bancada.

- Para Afastamentos próximos de 20 vezes do diâmetro do furo a rocha é lançada muito a frente
a pilha é muiito baixa (< 1/3 H) e a possibilidade de ultralançamento é alta e o tamanho dos fragmentos
são menores.

- Tampão (comprimento) condiciona a formação de blocos maiores.

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Operador de Mina

Espaçamento
É à distância entre furos sucessivos da mesma linha.

Regra prática:

E = 1,0 a 1,3 Vp

Bancadas verticais – E = Vp (malha quadrada)

Bancadas inclinadas – E = 1,2 x Vp

Inclinação da fase ( α )

Bancadas inclinadas (10 a 25 graus) – menor dificuldade de perfuração.

Vantagens: reduz a sobreperfuração, menor consumo de explosivo e face mais segura.

Desvantagens – desvio de inclinação durante a perfuração (peso, gravidade...), marcação


(embocamento).

Altura da Bancada (H)

Evitar bancadas muito altas (> 20m) a não ser se forem executadas com DTH.

Depende:

Equipamento de perfuração disponível. Maior H maior deverá ser a potência do equipamento

Necessidade de reafiação das brocas. A prof. de perfuração deve ser um divisor exato do número
de metros que a coroa pode perfurar, sem necessitar reafiação

Comprimento da haste – é conveniente adotar a profundidade de perfuração correspondente a


número múltiplo inteiro do comprimento da haste.

Peculiaridades geológicas – maciço rochoso em função das suas características geológicas


podem determinar uma altura ótima para escavação. Ex. fratura horizontal que pode ocasionar o
travamento

-Acesso às bancadas – peculiaridades topográficas – acessos laterais...

Profundidade de Perfuração (H1)

É função da altura da bancada.

Recomenda-se adotar um sobreperfuração (além do plano da praça) para evitar o repé –


detonação insuficiente do pé da bancada (superfície irregular)

Bancada vertical – H1 = H + 0,3 Vt


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Operador de Mina

Inclinada 3 : 1 – H1 = 1,05 H + 0,2 Vt

2 : 1 – H1 = 1,12 H + 0,2 Vt

Fundo, Coluna e Tampão

Furo: é dividido em 3 segmentos Comprimentos:

Lf (m) = 1,3 Vt

Lc (m) = H1 – 2,3 Vt

Tampão (m) = Vt ou Vp

Quantidade de explosivo:

Carga de fundo (Cf)

Cf (g/cm3) = d furo2 (mm)

Carga de coluna (Cc)

Cc = 40 a 50 % Cf

Introdução de espaçadores, material inerte entre as cargas explosivas

Tampão:Parte superior do furo, não é carregada com explosivo. Utiliza-se areia seca, pó de
pedra, argila.

Consumo de explosivo (Razão de Carregamento)

Detonadas várias bancadas de uma determinada rocha, ficará caracterizado uma grandeza
denominada razão de carregamento, que traduz o consumo de explosivo.

Produção por metro de perfuração

M = V . E. H (volume detonado por furo)

p = (V . E. H ) / H1 (m3/m)

f = H1 / (V . E. H ) (m / m3) – perfuração específica

Ic = q . A + f . M

Ic = custo do plano de fogo

q = consumo de esplosivos por m3 de rocha no corte

A = custo do kg de explosivo

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f = metros de perfuração por m3 de rocha

M = custo de perfuração de certo diâmetro.

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Operador de Mina

Obtenção de superfícies regulares

Método de perfuração linear: Linha de perfuração de diâmetro e espaçamento pequeno


sobre a linha limite da escavação (ofsets). Os furos enfraquecem o maciço e não são cerregados. D furo =
2 a 3¨ espaçados de 10 a 20cm até bancadas com 9m.

Coluna de furos mais próximas a linha de perfuração apresentam menores E e V que as


demais e também com 50% de explosivos das demais linhas.

Detonação amortecida:

Consiste em perfurar ao longo de linha limite da escavação (perímetro) e detonar com uma
espera de atraso em relação à linha principal, ou após a retirada do material do núcleo da escavação. Os
furos são carregados com explosivo leve.

D furo = 2¨- 61/2¨;

V = 1,20 – 2,70m;

E = 0,90 – 2,10m.

Pré-seccionamento

Consiste em se fazerem furos de diâmetro geralmente entre 21/2¨a 4¨ (63,5 – 102mm), com
espaçamento relativamente pequeno na linha delimitante da escavação. Estas perfurações são carregadas
com explosivo e detonadas antes da escavação principal. Desta forma, detonam-se inicialmente as linhas
que constituirão o contorno da escavação. A detonação dos furos ocasionará ruptura do maciço rochoso
segundo o plano que contem os furos do método. Realizado o pré-seccionamento, executa-se
normalmente o desmonte do maciço.

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Operador de Mina

14. DEPÓSITO DE ESTÉRIO

Normas DNPM
O estéril, rejeitos e produtos devem ser definidos de acordo com a composição mineralógica da jazida,
as condições de mercado, a economicidade do empreendimento e sob a ótica das tecnologias
disponíveis de beneficiamento.

A disposição de estéril, rejeitos e produtos deve ser prevista no Plano de Lavra – PL.

A construção de depósitos de estéril, rejeitos e produtos deve ser precedida de estudos geotécnicos,
hidrológicos e hidrogeológicos.

Os depósitos de rejeitos devem ser construídos com dispositivos de drenagem interna de forma que
não permitam a saturação do maciço.

Generalidades
Em caso de colapso dessas estruturas, os fatores de segurança devem ser suficientes para que se possa
intervir e corrigir o problema.

O plano de controle específico para cada caso deve estar à disposição na mina para a fiscalização.

Os depósitos de estéril, rejeitos, produtos, barragens e áreas de armazenamento, assim como as bacias
de decantação devem ser planejados e implementados por profissional legalmente habilitado e atender
às normas em vigor.

Os depósitos de estéril, rejeitos ou produtos e as barragens devem ser mantidos sob supervisão de
profissional habilitado e dispor de monitoramento da percolação de água, da movimentação, da
estabilidade e do comprometimento do lençol freático.

Em situações de risco grave e iminente de ruptura de barragens e taludes as áreas de risco devem ser
evacuadas, isoladas e a evolução do processo monitorada e todo o pessoal potencialmente afetado
deve ser informado imediatamente.

Deve ser elaborado plano de contingência para fazer face a essa possibilidade.

Os acessos aos depósitos de estéril, rejeitos e produtos devem ser sinalizados e restritos ao pessoal
necessário aos trabalhos ali realizados.

A estocagem definitiva ou temporária de produtos tóxicos ou perigosos deve ser realizada com
segurança por pessoal qualificado e de acordo com a regulamentação vigente.

A estocagem definitiva ou temporária de estéril e materiais diversos provenientes da mineração deve


ser realizada com o máximo de segurança e o mínimo de impacto no ambiente.

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Operador de Mina

Não devem ser promovidas modificações dos locais e nas metodologias de estocagem sem prévia
comunicação, devidamente documentada, ao DNPM.

A disposição de estéril, rejeitos e produtos deve observar os seguintes critérios:

a) devem ser adotadas medidas para se evitar o arraste de sólidos para o interior de rios, lagos ou
outros cursos de água conforme normas vigentes;

b) a construção de depósitos próximos às áreas urbanas deve atender aos critérios estabelecidos pela
legislação vigente garantindo a mitigação dos impactos ambientais eventualmente causados;

c) dentro dos limites de segurança das pilhas não é permitido o estabelecimento de quaisquer
edificações, exceto edificações operacionais, enquanto as áreas não forem recuperadas, a menos que
as pilhas tenham estabilidade comprovada;

d) em áreas de deposição de rejeitos e estéril tóxicos ou perigosos, mesmo depois de recuperadas,


ficam proibidas edificações de qualquer natureza sem prévia e expressa autorização da autoridade
competente;

e) no caso de disposição de estéril ou rejeitos sobre drenagens, cursos d´água e nascentes, deve ser
realizado estudo técnico que avalie o impacto sobre os recursos hídricos, tanto em quantidade quanto
na qualidade da água;

f) quando localizada em áreas a montante de captação de água sua construção deve garantir a
preservação da citada captação;

g) deve estar dentro dos limites autorizados do empreendimento e h) devem ser tomadas medidas
técnicas e de segurança que permitam prever situações de risco.

No caso de disposição de estéril, rejeitos e produtos em terrenos inclinados devem ser adotadas
medidas de segurança para assegurar sua estabilidade.

Deve ser observado o ângulo de inclinação máximo em relação à horizontal para o plano de
deposição do material, levando em consideração as condições de estabilidade.

Durante o alteamento e construção dos sistemas de disposição deve ser feito o monitoramento da
estabilidade dos mesmos e dos impactos ao meio ambiente.

Devem ser controlados regularmente todos os depósitos e bacias de decantação bem como suas
instalações.

Deve ser feito o monitoramento constante dos sistemas de disposição de forma que permita prever o
nível de qualidade dos efluentes e as situações de riscos.

Depósitos de Substâncias Sólidas

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Operador de Mina

A construção de depósitos de estéril, rejeitos e produtos em pilhas deve ser precedida de projeto
técnico.

Deve constar no projeto técnico estudo que caracterize aspectos sobre:

a) alternativas para o local de disposição as quais contemplem a geologia, condições meteorológicas,


topografia, pedologia, lençol freático, implicações sociais e análise econômica;

b) a geotecnia e hidrogeologia;

c) caracterização do material a ser disposto nas pilhas;

d) parâmetros geométricos da pilha e metodologia de construção;

e) dimensionamentos das obras civis;

f) avaliação dos impactos ambientais e medidas mitigadoras;

g) monitoramento da pilha e dos efluentes percolados;

h) medidas para abandono da pilha e seu uso futuro;

i) reabilitação superficial da pilha e

j) cronograma físico e financeiro.

Na determinação da capacidade, das dimensões e do método construtivo dos depósitos devem ser
adotadas medidas para evitar ou minimizar:

a) erosão pela água;

b) erosão eólica;

c) deslizamento do material;

d) decomposição química e dissolução parcial do material depositado com liberação de substâncias


poluidoras e

e) incêndio ou queima.

O talude das pilhas deve ser projetado obedecendo as normas técnicas existentes.

Não é permitida a construção de bacias de decantação sobre pilhas sem autorização do DNPM.

Devem ser consideradas as seguintes regras básicas para conformação das pilhas:

a) desmatamento, preparo da fundação, retirando-se a terra vegetal;

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Operador de Mina

b) impermeabilização da base da pilha, onde couber;

c) implantação do sistema de drenagem na base e no interior da pilha visando a estabilidade do talude;

d) compactação da base da pilha, quando couber;

e) disposição do material em camadas;

f) obediência a uma geometria definida com base em análises de estabilidade;

g) efetuar drenagem das bermas e plataformas;

h) construir canais periféricos a fim de desviar a drenagem natural da água da pilha e

i) proteção superficial com vegetação dos taludes e bermas já construídos.

É necessária a implantação de sistema de drenagem para evitar inundações no caso de disposição em


vales.

A jusante do pé da pilha devem ser implantados dispositivos de retenção de assoreamento.

Depósitos de Rejeitos Líquidos

A construção de barramento para acumulação de rejeitos líquidos deve ser precedida de projeto
técnico.

Deve constar no projeto técnico estudo que caracterize aspectos sobre:

a) alternativas para o local da disposição do barramento as quais contemplem a bacia hidrográfica, a


geologia, topografia, pedologia, estudos hidrológicos, hidrogeológicos e sedimentológicos, suas
implicações sociais e análise econômica;

b) geotecnia, hidrologia e hidrogeologia;

c) impermeabilização da base, quando couber;

d) caracterização do material a ser retido no barramento e da sua construção;

e) descrição do barramento e dimensionamento das obras componentes do mesmo;

f) avaliação dos impactos ambientais e medidas mitigadoras;

g) monitoramento do barramento e efluentes;

h) medidas de abandono do barramento e uso futuro e

i) cronograma físico e financeiro.

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Operador de Mina

No tratamento dos efluentes líquidos incluindo as águas da mina, da usina e de drenagem, devem ser
esgotadas todas as possibilidades técnicas e econômicas de forma a maximizar a quantidade de água a
ser recirculada.

Quando a recirculação completa não for possível, os efluentes líquidos que estiverem fora dos limites
e padrões estabelecidos pela legislação vigente de proteção ao meio ambiente devem ser recolhidos e
tratados antes de serem lançados nos corpos receptores.

O tratamento dos efluentes líquidos deve ser executado através de processos adequadamente
projetados e em conformidade com a legislação vigente.

Os barramentos e bacias de decantação devem ser calculados e protegidos de modo que águas
superficiais não prejudiquem seu funcionamento

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15. Processo de Carregamento e Transporte

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16. Controle de Derrames e Vazamentos de Petróleo e outros Óleos

A principal função do óleo lubrificante é reduzir o desgaste das peças e possibilitar o funcionamento
pleno dos equipamentos. O óleo também ajuda na transmissão da força mecânica e na vedação do
conjunto. De maneira geral, portanto, trata-se de um componente sobre o qual se deve ter atenção
especial.

E é exatamente por sua importância que o vazamento de óleo é uma situação que traz vários problemas
para uma empresa, a começar pelo custo do próprio material desperdiçado. Há também os custos com
mão de obra, uma vez que alguém da equipe deve ficar responsável pelo reabastecimento da máquina
após o vazamento. Outro custo que deve ser considerado é o da aquisição do óleo, visto que envolve todo
um processo que começa pelo pedido e passa por recebimento, controle de qualidade, estoque e outras
etapas do processo de aquisição.

16.1 O óleo lubrificante


Os lubrificantes são substâncias que auxiliam na redução de atrito entre duas superfícies em movimento,
lubrificando e aumentando a vida útil dos componentes móveis dos motores. Esses produtos são
classificados de acordo com o tipo, podendo ser sólidos, pastosos, gasosos ou líquidos.

Os lubrificantes líquidos são compostos de óleo base, que pode ser mineral ou sintético. O lubrificante
mineral é produzido a partir de óleos básicos derivados do refino do petróleo bruto. Durante o processo,
as propriedades de lubrificação do petróleo são separadas de componentes indesejáveis para o
lubrificante, como as ceras. Os lubrificantes minerais se ajustam a motores convencionais, e sua
viscosidade se adapta às temperaturas do motor.

Por sua vez, o lubrificante sintético, produzido em um processo químico mais caro, possibilita melhor
desempenho se comparado ao óleo mineral. Esses óleos, que passam por um processo de reações
químicas, são mais resistentes ao calor e menos voláteis do que os lubrificantes minerais. O óleo sintético
flui com mais facilidade a temperaturas de partida, momento em que o desgaste é maior.

16.2 Equipamentos de segurança

As empresas que atuam no setor industrial sabem da importância de contar com equipamentos de
segurança para atendimento e resposta em casos de problemas. Neste sentido, é preciso fazer o uso
correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

São considerados EPIs todos os dispositivos ou produtos de uso individual dos quais o trabalhador faça
uso com a finalidade de proteção em relação a riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
durante a execução de suas tarefas. A norma que classifica e regulamenta o uso do EPI é a NR-06, da
Portaria nº 3.214/78 MTB. Segundo essa norma, a empresa é obrigada a fornecer aos seus funcionários,
de forma gratuita, o EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento.

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Operador de Mina

16.3 Tipos de Contenções

Estatísticas da ONU indicam que vazamentos e derrames de óleo armazenado são a principal fonte de
poluição na Europa. Produtos absorventes e de contenção de vazamentos e derramamentos de óleo e
outros líquidos perigosos para o meio ambiente são importante fonte de controle desta poluição.

Derramamentos de óleo acontecem em condições sempre diferentes em corpos de água ou em terra.

Podem acontecer no mar, num rio ou lago, na superfície do solo, à beira mar, etc. Equipamentos mais
comuns anti-derramamento de óleo: barreiras flutuantes, skimers, dispersantes, absorventes e adsorventes
de óleo e oscoagulantes.

16.3.1 Barreiras

As barreiras podem ser flutuantes ou físicas de superfície. As flutuantes são usadas na recolha de óleo
na superfície da água, para contenção, desvio ou absorção posterior. As barreiras cercam a mancha e
reduzem a sua propagação, protegem a entrada de portos ou de áreas biologicamente sensíveis ou para
desviar o petróleo para uma área onde ele possa ser recuperado.

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16.3.2 Skimers

Os Skimers removem o óleo sobrenadante com dispositivos mecânicos como bombas, sistemas de vácuo,
cilindros rotatórios, escovas, etc.

A eficiência destes equipamentos depende das condições meteorológicas pois em água movimentada
pode retirar água junto com o óleo. São normalmente usados em conjunto com barreiras flutuantes para
reaproveitamento do óleo.

16.3.3 Dispersantes

Os dispersantes são em geral detergentes ou surfactantes que ajudam na dissolução da mancha de


óleo em gotas menores. Removem o óleo da superfície da água fazendo-o entrar e na coluna de água,
aumentando a rapidez de degradação biológica.

Estes dispersantes, ao remover o óleo da superfície da água, protegem pássaros, mamíferos marinhos,
tartarugas e costas sensíveis. Dispersantes químicos não afundam o petróleo deixando-o em
suspensão na coluna de água. Os dispersantes devem ser evitados em águas rasas costeiras, manguezais,
pântanos, ou águas sobre os recifes de coral e das algas por sua eventual toxicidade.

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16.3.4 Absorventes e Adsorventes

Materiais absorventes e adsorventes de óleo de diversos tipos são usados para absorver manchas de
óleo em movimento. Depois de saturados tem que ser substituídos. Absorventesrecuperam o óleo para
dentro do material poroso e no caso de adsorventes o óleo adere à superfície. Exemplo de sorventes
naturais: turfa, serragem e sintéticos são as mantas, almofadas e colchões de polipropileno, espuma de
poliéster, poliestireno e poliuretano. São normalmente aplicados à mão e se recuperam com redes,
ancinhos, etc. – quando saturados de óleo.

16.3.5 Coagulantes/Floculantes

O floculante pode ser usado sobre manchas e derrames de petróleo, óleos vegetais ou para aderir a
superfícies como paredes, areias contaminadas, rochas e outras estruturas absorvendo a mancha de óleo
das superfícies através de suas propriedades tensoativas. A aplicação é feita diretamente através de
pulverização nas superfícies contaminadas e sua eficiência será ativada com o aumento da energia
cinética do movimento das ondas do mar.

Os absorventes floculantes em pó , logo após a absorção pelo óleo, carregam o óleo vegetal ou mineal
para o fundo do tanque, lago ou oceano. O processo pode demorar entre 30 a 40 minutos para absorver e
coagular todo o óleo.

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As moléculas do coagulante se juntam ao óleo reduzindo a tensão interfacial entre o óleo e a água,
absorvendo o óleo. No fundo do corpo hídrico se promove uma dissolução e digestão lenta deste óleo na
água sob ação de microrganismos sem causar maiores danos na superfície. Além de quebrar a massa de
óleo em gotículas de óleo e glóbulos, aumenta a área de superfície do óleo emulsionado aumentando a
oxidação biológica fazendo com que o óleo se degrade mais rapidamente do que o óleo que não tenha
sido disperso. Os óleos podem ter composição e propriedades variadas, mas, em geral, para óleos
minerais se recomenda o uso de coagulante OILFLOC M e para derrames de óleos
vegetais o OILFLOC V.

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17 NORMAS BÁSICAS DE SEGURANÇA

NR-22 - SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO

22.24 Ventilação em Atividades de Subsolo.

22.24.1 As atividades em subsolo devem dispor de sistema de ventilação mecânica que atenda aos seguintes requisitos:

a) suprimento de oxigênio;

b) renovação contínua do ar;

c) diluição eficaz de gases inflamáveis ou nocivos e de poeiras do ambiente de trabalho;

d) temperatura e umidade adequadas ao trabalho humano e e) ser


mantido e operado de forma regular e contínua.

22.24.1.1 Devem ser observados os níveis de ação para implantação de medidas preventivas, conforme disposto nesta

Norma.

22.24.2 Para cada mina deve ser elaborado e implantado um projeto de ventilação com fluxograma atualizado
periodicamente, contendo, no mínimo, os seguintes dados:

a) localização, vazão e pressão dos ventiladores principais;

b) direção e sentido do fluxo de ar e

c) localização e função de todas as portas, barricadas, cortinas, diques, tapumes e outros dispositivos de controle do fluxo de
ventilação.

22.24.2.1 O fluxograma de ventilação deverá estar disponível aos trabalhadores ou seus representantes e autoridades
competentes.

22.24.2.2 Um diagrama esquemático do fluxograma de ventilação, de cada nível, deve ser afixado em local visível do respectivo
nível.

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22.24.3 Todas as frentes de lavra devem ser ventiladas por ar fresco proveniente da corrente principal ou secundária.

22.24.4 É proibida a utilização de um mesmo poço ou plano inclinado para a saída e entrada de ar, exceto durante o trabalho de
desenvolvimento com exaustão ou adução tubuladas ou através de sistema que garanta a ausência de mistura entre os dois fluxos de
ar.

22.24.5 Em minas com emanações de grisu, a corrente de ar viciado deve ser dirigida ascendentemente.

22.24.5.1 A corrente de ar viciado só poderá ser dirigida descendentemente mediante justificativa técnica.

22.24.6 Nos locais onde pessoas estiverem transitando ou trabalhando, a concentração de oxigênio no ar não deve ser inferior a
dezenove por cento em volume.

22.24.7 A vazão de ar necessária em minas de carvão, para cada frente de trabalho, deve ser de, no mínimo, seis metros cúbicos por
minuto por pessoa.

22.24.7.1 A vazão de ar fresco em galerias de minas de carvão constituídas pelos últimos travessões arrombados deve ser de, no
mínimo, duzentos e cinqüenta metros cúbicos por minuto.

22.24.7.2 Em outras minas, a quantidade do ar fresco nas frentes de trabalho deve ser de, no mínimo, dois metros cúbicos por
minuto por pessoa.

22.24.7.3 No caso da utilização de veículos e equipamentos a óleo diesel, a vazão de ar fresco na frente de trabalho deve ser
aumentada em três e meio metros cúbicos por minuto para cada cavalo-vapor de potência instalada.

22.24.7.3.1 No caso de uso simultâneo de mais de um veículo ou equipamento a diesel, em frente de desenvolvimento, deverá ser
adotada a seguinte fórmula para o cálculo da vazão de ar fresco na frente de trabalho:

QT = 3,5 ( P1 + 0,75 x P2 + 0,5 x Pn ) [ m³/min]

Onde: QT = vazão total de ar fresco em metros cúbico por minuto

P1 = potência em cavalo-vapor do equipamento de maior potência em operaçãoP2 = potência em cavalo-vapor do


equipamento de segunda maior potência em operação

Pn = somatório da potência em cavalo-vapor dos demais equipamentos em operação

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22.24.7.3.2 No caso de desenvolvimento, sem uso de veículos ou equipamentos a óleo diesel, a vazão de ar fresco deverá se
dimensionada à razão de quinze metros cúbicos por minuto por metro quadrado da área da frente em desenvolvimento.

22.24.8 Em outras minas e demais atividades subterrâneas a vazão de ar fresco nas frentes de trabalho será dimensionada de
acordo com o disposto no Quadro II, prevalecendo a vazão que for maior.

22.24.9 O fluxo total de ar fresco na mina será, no mínimo, o somatório dos fluxos das áreas de desenvolvimento e dos fluxos das
demais áreas da mina, dimensionados conforme determinado nesta Norma.

22.24.10 A velocidade do ar no subsolo não deve ser inferior a zero vírgula dois metros por segundo nem superior à média de oito
metros por segundo onde haja circulação de pessoas.

22.24.10.1 Os casos especiais que demandem o aumento de limite superior da velocidade para até dez metros por segundo
deverão ser submetidos à instância regional do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

22.24.10.2 Em poços, furos de sonda, chaminés ou galerias, exclusivos para ventilação, a velocidade pode ser superior a dez metros
por segundo.

22.24.11 Sempre que a passagem por portas de ventilação acarretar riscos oriundos da diferença de pressão, deverão ser instaladas
duas portas em série, de modo a permitir que uma permaneça fechada enquanto a outra estiver aberta, durante o trânsito de pessoas
ou equipamentos.

22.24.11.1 A montagem e desmontagem das portas de ventilação somente será permitida com autorização do responsável
pela mina.

22.24.12 Na corrente principal, as estruturas utilizadas para a separação de ar fresco do ar viciado, nos cruzamentos, devem ser
construídas com alvenaria ou material resistente à combustão ou revestido com material anti-chama.

22.24.12.1 Os tapumes de ventilação devem ser conservados em boas condições de vedação de forma a proporcionar um fluxo
adequado de ar nas frentes de trabalho.

22.24.13 A instalação e as formas de operação do ventilador principal e do de emergência devem ser definidas e estabelecidas no
projeto de ventilação constante do plano de lavra.

22.24.14 O sistema de ventilação deve atender, no mínimo, aos seguintes requisitos:

a) possuir ventilador de emergência com capacidade que mantenha a direção do fluxo de ar, de acordo com as atividades
para este caso, previstas no projeto de ventilação;

b) as entradas aspirantes dos ventiladores devem ser protegidas;


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c) o ventilador principal e o de emergência devem ser instalados de modo que não permitam a recirculação do ar e

d) possuir sistema alternativo de alimentação de energia proveniente de fonte independente da alimentação principal para acionar
o sistema de emergência nas seguintes situações:

I. minas sujeitas a acúmulo de gases explosivos ou tóxicos e

II. minas em que a falta de ventilação coloque em risco a segurança das pessoas durante sua retirada.

22.24.14.1 Na falta de alimentação de energia e de fonte independente da alimentação principal, o responsável pela mina deverá
providenciar a retirada imediata das pessoas.

22.24.15 A estação onde estão localizados os ventiladores principais e de emergência deve estar equipada com instrumentos
para medição da pressão do ar.

22.24.16 O ventilador principal deve ser dotado de dispositivo de alarme que indique a sua paralisação.

22.24.17 Os motores dos ventiladores a serem instalados nas frentes com presença de gases explosivos devem ser a prova de
explosão.

22.24.18 Todas as galerias de desenvolvimento, após dez metros de avançamento, e obras subterrâneas sem comunicação ou em
fundo-de-saco devem ser ventiladas através de sistema de ventilação auxiliar e o ventiladorutilizado deverá ser instalado em
posição que impeça a recirculação de ar.

22.24.18.1 A chave de partida dos ventiladores deve estar na corrente de ar fresco.

22.24.19 Para cada instalação ou desinstalação de ventilação auxiliar deve ser elaborado um diagrama específico, aprovado
pelo responsável pela ventilação da mina.

22.24.20 A ventilação auxiliar não deve ser desligada enquanto houver pessoas trabalhando na frente de serviço, salvo em casos de
manutenção do próprio sistema e após a retirada do pessoal, permitida apenas a presença da equipe de manutenção, seguindo
procedimentos previstos para esta situação específica.

22.24.21 É vedada a ventilação utilizando-se somente ar comprimido, salvo em situações de emergência ou se o mesmo for tratado
para a retirada de impurezas.

22.24.21.1 O ar de descarga das perfuratrizes não é considerado ar de ventilação.

22.24.22 O pessoal envolvido na ventilação e todo o nível de supervisão da mina, que trabalhe em subsolo, deve receber treinamento
em princípios básicos de ventilação de mina.

22.24.23 Devem ser executadas, mensalmente, medições para avaliação da velocidade, vazão do ar, temperatura de bulbo seco e
bulbo úmido contemplando, no mínimo, os seguintes pontos:

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a) caminhos de entrada da ventilação;

b) frentes de lavra e de desenvolvimento e c)


ventilador principal.

22.24.23.1 O resultados das medições devem ser anotados em registros próprios.

22.24.24 No caso de minas grisutosas ou com ocorrência de gases tóxicos, explosivos ou inflamáveis o controle da sua
concentração deve ser feito a cada turno, nas frentes de trabalho em operação e nos pontos importantes da ventilação.

QUADRO II

Determinação da vazão de ar fresco conforme disposto no item 22.24.8

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18 SAÚDE SEGURANÇA VALE

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19 MOVIMENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

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