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CURSO DE DIREITO

Camila Ramalho Del Nery B8320C-6

ESTUDOS DISCIPLINARES:
O VOTO COMO FORMA DE PROTESTO E SUA IMPORTÂNCIA NA
DEMOCRACIA

Orientador: Prof. Nazil Canarin Junior

Araçatuba
2016
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CURSO DE DIREITO

Camila Ramalho Del Nery B8320C-6

ESTUDOS DISCIPLINARES:
O VOTO COMO FORMA DE PROTESTO E SUA IMPORTÂNCIA NA
DEMOCRACIA

Trabalho desenvolvido para disciplina de Estudos


Disciplinares, ministrada pelo Professor Nazil
Canarin Junior do curso de Direito da Universidade
Paulista Campus de Araçatuba, como forma para
a aprovação da disciplina.

Orientador: Prof. Nazil Canarin Junior.

Araçatuba
2016
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Poder para mudar


Art. 1º, paragrafo único da Constituição Federal de 1988 diz: “todo
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”. Mas qual é o real significado dessas
palavras? Será que a população brasileira tem noção do poder que tem em suas
mãos e o real significado dessas palavras?
Nos primeiros anos do curso de direito aprendemos um pouco sobre a
Constituição Federal, e nesse artigo, em especifico, aprendemos que o nosso país é
constituído pela “união indissolúvel dos Estados, Municípios e o Distrito Federal”,
dirigido por um Estado Democrático de Direito, com seus fundamentos elencados
nos incisos seguintes, e em seu paragrafo único, transcrito acima, nos diz que o
poder emana do povo através do direito de voto, exercido no momento da escolha
do candidato que irá governar o nosso país nos próximos quatro anos. Por tanto,
aprendemos a importância das eleições e que devemos escolher com consciência,
pois, nossas escolhas irão refletir no futuro do país. Mas e quanto às pessoas que
não tem acesso a este conhecimento, ou não querem aprender?
As eleições são um mecanismo importante para a democracia, pois,
permite a cada um escolher, de acordo com os seus princípios, quem seria a melhor
pessoa para governar o país, os estados e os municípios, é a liberdade de poder se
expressar através do voto. Mas, infelizmente, no Brasil essa não é uma completa
realidade, pois, muitos vão às urnas somente por obrigação, para cumprir seu dever
como cidadão, para não ter que pagar um encargo, e depois que passar as eleições,
justificar o porquê de não ter ido votar. Muitos levam as eleições como uma
brincadeira, elegendo pessoas que não tem capacidade nem para cuidar de si
mesmas, um exemplo recente que vemos foi à eleição para deputado federal do
humorista Tiririca, muitos ao votarem nele votaram inconscientemente achando que
ele jamais entraria, muitos votaram em protesto contra o atual sistema que permite
que pessoas sem escolaridade completa possa se tornar elegível, a meu ver isso é
inaceitável, pois, como uma pessoa que mal sabe ler vai ter a capacidade de
governar um país?Mas ai muitos pode citar o nosso ex-presidente Lula, que durante
um tempo teve um governo proveitoso, mas no meu ponto de vista ele conseguiu ter
uma boa administração, pois, o governo anterior do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, deixou a “casa” em ordem para que ele pudesse administrar. Em
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países como o Estados Unidos, para se tornar elegível para a presidência e para
muitos outros cargos públicos é necessário ter pelo menos formação acadêmica em
algum curso superior relacionado a gestão administrativa. Muito me admira que o
nosso legislativo, a maior parte das pessoas que estão lá dentro e são responsáveis
por criarem as leis que regem nosso país, não sabe nem como funciona o sistema
judiciário.
Não é de se espantar quando vemos a atual situação do nosso país, a
cada dia que passa o número de manifestações aumentam com a insatisfação do
governo, e com isso podemos ver o crescimento dos votos nulos, brancos e as
abstenções, as pessoas não se sentem segura com os candidatos, assim como
muitos preferem não votar em ninguém ou anular o voto como uma forma de
manifestação contra o nosso sistema de governo. Infelizmente, com os candidatos
que temos a nossa disposição, ao invés de gerar em nós segurança acaba por gerar
incertezas e medo, por que ao contrario do que o Tiririca dizia em sua campanha
eleitoral “pior do que está com certeza pode ficar”, todo dia temos uma mostra clara
disso.
O “pão e circo” brasileiro, atualmente, são as acusações que vemos
nos processos como o da lava jato, o processo de Impeachment, que tem parado o
Brasil para que as pessoas possam acompanhar tudo o que está acontecendo no
nosso governo. E é com enorme desgosto que digo que somos vistos lá fora como
um verdadeiro circo, cheio de palhaços, e esses palhaços não são os políticos e sim
o povo brasileiro, que ao invés de usar o poder que tem em suas mãos de forma
consciente, o de voto, usa-o para brincar, como uma obrigação, como um dever e
não como uma forma de mudar a realidade do país.
Como experiência própria, posso dizer que nas eleições municipais
desse ano, ao ir à urna, preferi anular meu voto a dar poder para os candidatos que
tinha a disposição, pois, não senti a segurança necessária para escolher um
candidato que poderia representar a cidade e fazer com que ela volte a crescer,
pois, melhor seria uma prefeitura sem prefeito do que uma prefeitura com uma
pessoa que governa para si mesmo e não em prol dos outros, mas é isto que temos
visto todos os dias, governos que governam para si mesmo, ao invés de pensar nas
pessoas, e o pior de tudo é que a maioria da população aplaude de pé. Parece que
essa realidade tem mudado aos poucos, as pessoas tem mostrado sua insatisfação
e tomado consciência de tudo que tem acontecido, mas até quando isso vai durar?
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Pois, mesmo assim muitos ainda veem as manifestações como uma forma de
brincar e se divertir. Mas a única forma disso tudo mudar é uma reforma completa do
nosso Executivo e Legislativo, e mais uma reforma importante a da educação,
enquanto as pessoas continuarem sem ter acesso a uma verdadeira educação
nossa realidade não vai mudar, estaremos levando as eleições como uma
brincadeira e uma obrigação a ser cumprida e não como o poder de mudar, pois o
poder literalmente vem das nossas mãos, melhor dizendo através do nosso voto.

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