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Durante a perfuração de um poço, ao atingir-se determinada profundidade, nota-se a

necessidade de estabilizar (revestir) a parede do poço para se prosseguir a perfuração.

Assim todo poço é feito em fases:


¾ Perfurar: Operação onde a broca destrói a formação construindo o poço. O
diâmetro da broca é o que determina o diâmetro da fase.
¾ Revestir: Os tubos de aço são descidos e depois cimentando em parte ou em toda
a extensão do anular entre os tubos e a formação perfurada.

Poços antigos, artesianos e para mineração de sal, eram revestido de alvenaria, já no


início da perfuração de poços de petróleo utilizou-se madeira, logo passando a utilizar
tubos de ferro fundido. Hoje utiliza-se exclusivamente tubos de aços especiais.

Basicamente há dois modos de se fabricar os tubos de revestimento:


¾ Com Costura
¾ Sem Costura

Com Costura, onde uma chapa de aço é abaulada e depois soldada, eletricamente sem
adição ou extração de material, longitudinalmente. Na industria do petróleo raramente é
utilizada.

Sem Costura: onde o tubo é produzido sem nenhum trabalho de soda, hoje em dia,
quase todos os tubos de revestimento são produzidos dessa maneira, onde um tarugo de
aço quente é penetrado por uma haste, a qual faz um furo no meio que será depois
alargada até atingir o diâmetro interno.

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Normalmente nesses tubos são aberto roscas e eles são conectados através de luvas.

As principais funções do revestimento são:


¾ Prevenir desmoronamento, Isto é estabilizar o poço
¾ Evitar contaminação de água potável pelo fluido de perfuração
¾ Permitir o retorno do fluido de perfuração à superfície
¾ Permitir o controle de pressões no poço caso necessário
¾ Permitir a utilização de diferentes tipos de fluidos de perfuração, já que o
contato da rocha com um tipo de fluido poderia inviabilizar outro tipo.
¾ Impedir a migração de fluidos de uma formação para a outra, essa função é feita
pelo cimento que se coloca entre o revestimento e a formação.
¾ Sustentar o ESCP (Equipamento de Segurança de Controle de Poço)
¾ Sustentar outros revestimentos utilizados
¾ Isolar a água da formação produtora
¾ Alojar os equipamentos de elevação artificial
¾ Confinar a produção

Para conseguir executar essas funções os revestimentos precisam ser:


¾ Ser estanque, evitando a passagem de fluido tanto de dentro do revestimento
para o anular como em sentido contrário. Em algumas conexões esse isolamento
é providenciado pela graxa utilizada nas roscas, a qual endurece fazendo a
vedação, e em outras há vedação metal-metal, sendo nessas necessário prover o
torque adequado para ativar essa vedação.
¾ Ter resistência compatível com todos os esforços que agirão sobre eles durante
toda a vida útil do poço.
¾ Ter dimensões compatíveis com as ferramentas que serão necessárias passar
pelo seu interior, bem conseguir ser descido no poço.

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¾ Facilidade de conexão, permitindo assim um menor tempo de uso da sonda
durnate sua descida.
¾ Ter o menor custo possível. Já que o revestimento responde por grande parcela
do custo de um poço de petróleo.

Pode-se dividir os revestimentos utilizados no poço conforme sua função:


¾ Condutor
¾ Superfície
¾ Intermediário
¾ Produção
¾ Liner
¾ Scab liner

O condutor é usado para estabilizar as formações superficiais que são muito frágeis,
assentado a pequena profundidade (10 a 50 metros) podem ser cravados, jateados ou
perfurados e cimentados. Os diâmetros mais comuns são: 30”, 20” e 13 3/8”

O revestimento de superfície serve para evitar a contaminação dos lençóis freáticos,


prevenir o desmoronamento de formações inconsolidadas. É neste revestimento que o
ESCP (Equipamento de Segurança de Controle de Poço) é colocado. Normalmente são
assentados entre 100 e 600 metros. Como é neste revestimento que todos os outros serão
ancorados é necessário que seja cimentado em toda sua extensão. Os diâmetros mais
utilizados são: 20”, 16”, 13 3/8”, 10 3/4” e 9 5/8”.

O revestimento de produção tem como finalidade permitir a produção do poço,


suportando os equipamentos necessários para tal fim, bem como permitindo o
isolamento dos intervalos produtores. Os diâmetros mais comuns são: 9 5/8”, 7” e 5
1/2”.

Os revestimentos intermediários são descido caso haja a necessidade de isolar e proteger


zonas de alta ou baixa pressão, zonas de perda de circulação, formações desmoronáveis,
formações portadoras de fluidos corrosivos ou contaminantes de lama, ou no caso de
haver a necessidade da troca o tipo de fluido. Sua faixa e assentamento é bastante ampla
de 1.000 a 4.000 metros e os diâmetros mais usuais são 13 3/8”, 9 5/8” e 7”.

Qualquer revestimento que não chegue até a cabeça do poço e seja ancorado no
revestimento anterior é conhecido como liner. Quando o liner é utilizado na função de
um revestimento intermediário ele é chamado de liner de perfuração, quando sua função
é de produção se tem o liner de produção. Caso por algum motivo o liner seja depois
levado até a superfície, essa seção é chamada de tie-back.

As principais vantagens do liner são seu menor custo e o menor peso na cabeça do poço,
já como desvantagens podemos citar a existência de um batente no poço, o uso de maior
volume de fluido, bem como a necessidade do revestimetno anterior ser mais resistente.

Scab liner é uma seção de revestimento que não chega até a superfície, normalmente
utilizado para reparar um dano em um revestimento existente. Quando essa seção inicia-
se num liner ela é chamada de scab tie-back.

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O revestimento deve ser dimensionado para resistir a todos os esforços que existiram
durante sua vida útil, é lógico que a magnitude dos esforços não são os mesmos em todo
o trecho do revestimento, assim dimensionar o revestimento para o local mais crítico e
utilizar esse revestimento em toda extensão da fase é excessivamente caro, assim o
revestimento de cada fase é dividido em secções. Quanto maior o número de secções
que se utiliza melhor fica a escolha do revestimento para o nível de esforço, mas quando
há um número excessivo de secções há uma maior dificuldade operacional para se
realizar a descida do mesmo no poço, pois cada secção deve ficar separa na sonda antes
da descida e tem de haver um maior cuidado para não se trocar a ordem da descida,
assim há um compromisso entre a melhor adequação da resistência aos esforços e a
facilidade de descida. Normalmente se utiliza um máximo de três secções.

A secção é especificada da seguinte maneira:


¾ Comprimento da Secção
¾ Diâmetro Nominal
¾ Peso Nominal
¾ Grau do Aço
¾ Tipo de Conexão
¾ Range de Comprimento

O comprimento da seção é o comprimento total dos tubos idênticos que compõem a


seção, considerados já enroscados com o torque correto aplicado, assim a soma dos
comprimentos dos tubos será maior que esse valor tendo em vista a superposição do
trecho das roscas. Opcionalmente pode ser informado o número de tubos.

Diâmetro nominal, usualmente expresso em polegadas, refere-se ao diâmetro externo do


tubo. Para tubos de mesmo diâmetro nominal tem-se espessura da parede diferente para
diferentes diâmetro interno. Os diâmetros mais usuais no Brasil são: 30”, 20”, 16”, 13
3/8”, 10 3/4”, 9 5/8”, 7” e 5 1/2”. Outros de menor utilização são: 26”, 18 3/4”, 15”, 11
3/4”, 8 5/8”, 7 5/8”, 6 5/8”, 5” e 4 1/2”.

Peso nominal, (nominal weight) normalmente expresso em lb/pé, é utilizado apenas


para identificação dos tubos, ele é calculado para um tudo de 20 pés com rosca e
conexão. Seu valor pode ser calculado pela seguinte fórmula:

ω n (lb/pé) = 10,69 × (D(pol ) − t ) × t (pol ) + 0,0722 × D 2

Onde:
D Diâmetro externo (OD)
t Espessura do revestimento

Opcionalmente pode-se especificar a espessura do revestimento. Por problemas de


fabricação o API limitou a 12,5% a tolerância na espessura da parede de tubos de
revestimento.

Além do peso nominal pode-se citar o peso do tubo (plain end weight) (ωpe), peso do
corpo do tubo, sem as roscas e as conexões, também em lb/pé. Seu valor pode ser
calculado por:

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ω pe (lb/pé) = 10,69 × (D(pol ) − t ) × t (pol ) ou ω pe (lb/pé ) = 3,4 × A(pol 2 )

onde A é a área do tubo.

e o peso enroscado (threaded and coupled weight), o qual é o peso médio do tubo com a
rosca nas duas extremidades e uma luva em uma delas. Esse peso depende da forma das
conexões.

1   N  
ω (lb/pé) = ×  ω pe ×  20 −  L + J   + peso luva − peso removido nas pontas 
20    2  

ω (lb/pé) = ω pe +
(peso reforço − peso removido nas pontas )
20

Grau do aço, para atender à grande variedade de situações existentes, com tubos de
diferentes resistências e limitações, o API padronizou os graus H-40, J-55, K-55, C-75,
N-80, L-80, C-90, C-95 T-95, P-110 e Q-125.

A letra não tem significado especial, mas o valor a seguir indica a tensão de escoamento
mínima do tubo em 1.000 psi.

Alguns tubos não API são: X-52, S-80, S-95, P-105, SOO-125, S-135, V-150, SOO-
155, etc, onde a letra e número não tem significado, já que o critério é do fabricante,
apesar de normalmente eles seguirem a tradição dos números serem a tensão de
escoamento mínima.

A seguir as principais características dos revestimentos API.

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Propriedades Mecânicas (psi)
Grupo Grau do Aço Tensão de Escoamento
Ruptura
Mínimo Máximo
H40 40.000 80.000 60.000
J-55 55.000 80.000 75.000
1
K-55 55.000 80.000 95.000
N-80 80.000 110.000 100.000
M-65 65.000 85.000 85.000
L-80 80.000 95.000 95.000
2 C-90 90.000 105.000 100.000
C-95 95.000 110.000 105.000
T-95 95.000 110.000 105.000
3 P-110 110.000 140.000 125.000
4 Q-125 125.000 150.000 135.000

Tratamento Temperatura
Grupo Grau Tipo Processoa o
Térmico F min.
H40 S ou EW Nenhum
J55 S ou EW Nenhumb
1 K55 S ou EW Nenhumb
c
N80 1 S ou EW
N80 Q S ou EW Q&T
d
M65 S ou EW
L80 1 S ou EW Q&T 1.050
L80 9Cr S Q&Te 1.100
L80 13Cr S Q&Te 1.100
2 C90 1 S Q&T 1.150
C90 2 S Q&T 1.150
C95 S ou EW Q&T 1.000
T95 1 S Q&T 1.200
T95 2 S Q&T 1.200
3 P110 S ou EW Q&T
Q125 1 S ou EW Q&T
Q125 2 S ou EW Q&T
4
Q125 3 S ou EW Q&T
Q125 4 S ou EW Q&T
a
S (Sem Costura) EW (Soldado Eletricamente)
b
Pode ser normalizado, normalizado e revenido (N&T), ou temperado (Q –
Quenched) e revenido (Q&T)
c
Pode ser normalizado (N- Normalized) ou normalizado e revenido (T -
Tempered)
d
A quantidade mínima de molibidenio pode ser reduzida até 0,15% quando a
espessura da parede for menor que 0,700”
e
Os 9Cr e 13Cr podem ser temperados no ar

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Composição (% em massa)
C Mn Mo Cr Ni Cu P S Si
Grupo Grau Tipo
Min Max Min Max Min Max Min Max Max Max Max Max Max
H40 0,030 0,030
J55 0,030 0,030
1 K55 0,030 0,030
N80 1 0,030 0,030
N80 Q 0,030 0,030
M65 0,030 0,030
L80 1 0,43a 1,90 0,25 0,35 0,030 0,030 0,45
L80 9Cr 0,15 0,30 0,60 0,90 1,10 8,00 10,0 0,50 0,25 0,020 0,010 1,00
L80 13Cr 0,15 0,22 0,25 1,00 12,0 14,0 0,50 0,25 0,020 0,010 1,00
2 C90 1 0,35 1,20 0,25b 0,85 1,50 0,99 0,020 0,010
C90 2 0,50 1,90 NL NL 0,99 0,030 0,010
c
C95 0,45 1,90 0,030 0,030 0,45
T95 1 0,35 1,20 0,25d 0,85 0,40 1,50 0,99 0,020 0,010
T95 2 0,50 1,90 0,99 0,030 0,010
e
3 P110 0,030 0,030
Q125 1 0,35 1,35 0,85 1,50 0,99 0,020 0,010
Q125 2 0,35 1,00 NL NL 0,99 0,020 0,020
4
Q125 3 0,50 1,90 NL NL 0,99 0,030 0,010
Q125 4 0,50 1,90 NL NL 0,99 0,030 0,020
a
A quantidade de carbono pode ser aumentada até 0,50% quando o aço tiver a têmpera em óleo
b
A quantidade mínima de molibidenio não tem mínimo quanto a espessura da parede for menor que 0,700”
c
A quantidade de carbono pode ser aumentada até 0,55% quando o aço tiver a têmpera em óleo
d
A quantidade mínima de molibidenio pode ser reduzida até 0,15% quando a espessura da parede for menor que 0,700”
e
Para P110 EW (Soldado) a quantidade máxima de fósforo e enxofre é de 0,010%
NL Sem Limite (No Limit)

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As conexões promovem a união, através do enroscamento, entre juntas subsequentes
que serão descidas no poço, elas devem ser projetadas para:
¾ Resistir à tração e compressão devido aos esforços de peso próprio e temperatura
¾ Resistir ao vazamento dos fluidos contidos no poço
¾ Resistir ao dobramento em poços direcionais.
¾ Possibilitar a passagem pelo interior dos revestimentos anteriores e do poço aberto

Existem basicamente 3 tipos de conexões utilizadas em revestimento


¾ Squnch Joint
¾ Com luva
¾ Integral

A squnch joint é utilizada exclusivamente em tubos de


grande diâmetro (30”) em perfuração marítima, onde
um anel de metal encaixa numa ranhura, a vedação é
feita por um anel de borracha.

Na conexão com luva, o tubo tem aberto em suas duas


extremidades uma rosca, e a luva é enroscada numa
delas para se poupar tempo durante a descida do Squnch joint
revestimento.

Já na conexão integral, uma rosca caixa (rosca pelo lado de dentro do revestimento) é
aberta numa extremidade do revestimento, e do outro lado é feita uma rosca pino (do lado
de fora do revestimento), assim os tubos podem ser conectados um ao outro.

O API padronizou 3 tipos de conexões.


¾ 8 fios (conexão com luva)
¾ Buttress (conexão com luva)
¾ Extreme line (conexão integral)

A conexão 8 fios, onde a rosca em perfil “V” é aberta no tubo sem reforço, a conexão pode
ter luvas curtas (STC - Short thread and coupled) ou luvas longas (LTC - Long thread and
coupled). A vedação dessa conexão é conseguida pelo endurecimento da graxa que fica
entre a rosca. Há dois problemas com essa conexão. O primeiro é que o esforço de tração
favorece o vazamento e o segundo é o “pullout”, o qual consiste no escorregamento entre as
roscas do revestimento e da luva, desfazendo então a conexão etre os tubos, causando
problemas sérios no poço. Essa conexão não é mais utilizada pela Petrobras.

As principais medidas dessa conexão são:

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Diâmetro Externo Comrpimento Mínimo (NL)
Luva
(W) Luva Curta Luva Longa
4 1/2” 5,000” 6 1/4” 7
5” 5,563” 6 1/2” 7 3/4”
5 1/2” 6,050” 6 3/4” 8
6 5/8” 7,390” 7 1/4” 8 3/4”
7 7,656” 7 1/4” 9
7 5/8” 8,500” 7 1/2” 9 1/4”
8 5/8” 9,625” 7 3/4” 10
9 5/8” 10,625” 7 3/4” 10 1/2”
10 3/4” 11,750” 8” -
11 3/4” 12,750” 8” -
13 3/8” 14,375” 8” -
16” 17,000” 9” -
18 5/8” 20,000” 9” -
20” 21,000” 9” 11 1/2”

Conexão 8 fios

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A conexão buttress tem rosca com perfil trapezoidal, que faz com que ela tenha uma maior
capacidade de transmitir cargas axiais que a 8 fios, a eficiência mínima é de 100%, ou seja
a conexão suporta pelo menos a mesma carga axial que o corpo do tubo. Essa conexão
existe com dois tipos de luvas, a luva regular (BC) e com luva especial (BTC) onde a luva
tem diâmetro reduzido “special clearance” (SC). Essa é única conexão API ainda em uso na
Petrobras. Assim como na conexão 8 fios a vedação se dá pela ação da graxa entre os filetes
da rosca.

Uma característica dessa conexão é a existência de um triângulo no corpo do revestimento


que marca a posição que a luva deve alcançar para se ter o torque adequado na conexão.

As principais medidas dessa conexão são:

Diâmetro Externo (W) Comprimento


Luva
Regular Reduzida Mínimo (NL)
4 1/2” 5,000” 4,875” 8 7/8”
5” 5,563” 5,375” 9 1/8”
5 1/2” 6,050” 5,875” 9 1/4”
6 5/8” 7,390” 7,000” 9 5/8”
7 7,656” 7,375” 10”
7 5/8” 8,500” 8,125” 10 3/8”
8 5/8” 9,625” 9,125” 10 5/8”
9 5/8” 10,625” 10,125” 10 5/8”
10 3/4” 11,750” 11,250” 10 5/8”
11 3/4” 12,750” - 10 5/8”
13 3/8” 14,375” - 10 5/8”
16” 17,000” - 10 5/8”
18 5/8” 20,000” - 10 5/8”
20” 21,000” - 10 5/8”

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Conexão Buttress

A conexão extreme line é integral; com perfil trapezoidal e a vedação é metal-metal.

Conexão Extreme line

Existem várias conexões não-API, são fabricadas segundo especificações particulares dos
fabricantes, alguns exemplos são: Vam-Top (Vallourec), Supreme-Lx (Hydrill),
normalmente essas conexões tem resistências superiores aos da API, possuem vedação
metal-metal, fornece maiores resistências, elevada resistência ao dobramento e requerem
controle de torque durante a conexão.

Quanto ao seu diâmetro externo, as conexões premium podem ser:


¾ Regular – O diâmetro externo é próximo da conexão equivalente Buttress
¾ Flush – O diâmetro externo é praticamente igual ao do corpo do tubo, sendo
indicadas para projetos de poços com espaço anular reduzido

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O API recomenda utilizar um código de cores nas luvas dos tubos para diferenciar os
revestimentos

Grau Cor da Luva


H-40 Nenhuma
J-55 Verde + faixa branca
K-55 Verde
N-80 (1) Vermelha
N-80 (Q) Vermelha + faixa verde
M-65 Vermelha + faixa marrom
L-80 (1) Vermelha + faixa marrom
L-80 (9Cr) Vermelha + 2 faixas amarelas
L-80 (13Cr) Vermenlha + faixa amarela
C90 (1) Púrpura
C-90 (2) Púrpura + faixa amarela
C-95 Marrom
T-95 (1) Prateado
T-95 (2) Prateado + faixa amarela
P-110 Branca
Q-125 (1) Laranja
Q-125 (2) Laranja + faixa amarela
Q-125 (3) Laranja + faixa verde
Q-125 (4) Laranja + faixa marrom
Luvas com diâmetro reduzidos devem sempre ter uma faixa preta

O API padronizou três ranges de fabricação de revestimento.

Comprimento Variação Máxima Comprimento Mínimo


Range
(m) (95% em m) (95% em m)
1 4,88 a 7,62 1,38 5,49
2 7,62 a 10,36 1,52 8,53
3 10,36 a 14,63 1,83 10,97

A Petrobras utiliza range 3, pois fará menos conexões durante a descido do revestimento,
economizando tempo de sonda..

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Um valor importante do revestimento é o Drift, o qual representa o maior diâmetro que é
garantido passar no revestimento novo. Caso haja a necessidade pode-se garantir um
determinado diâmetro de passagem ao se passar um gabarito do diâmetro desejado pelos
tubos de revestimento antes de sua descida, essa coluna é chamada de coluna drifitada. O
gabarito deve ser um cilindro com o diâmetro desejado e um comprimento que depende do
diâmetro do tubo. O calculo do drift e a comprimento do cilindro são fornecidos pela API
conforme tabela abaixo.

OD Drift Comprimento
Menor que 8 5/8” ID – 1/8 6”
9 5/8” a 13 3/8” ID – 5/32” 12”
Maior que 16” ID – 3/16” 12”

Exemplo:
Determine o drift para os revestimentos abaixo e compare com os valores do Petroguia.

a) 7” OD; 28 lb/pé C-90, 6,276” ID; Drift de 6,151”


6,276 – 1/8 = 6,151

b) 7” OD; 20 lb/pé J-55, 6,456” ID, Drift de6,331”


6,456 – 1/8 = 6,331

c) 10 3/4” OD; 51 lb/pé C-75, 9,850” ID, Drift de 9,694”


9,850 – 5/32 = 9,69375

d) 20” OD; 94 lb/pé K-55, 19,124” ID, Drift de 18,936”


19,124 – 3/16 = 18,9365

Quando o tubo é enroscado há uma perda do comprimento, já que há uma sobreposição


entre a luva e a rosca no revestimento. Essa perda é conhecida como makeup loss. Para
tubos com luvas essa perda é a metade do comprimento da luva (NL/2) menos a distância
do centro da luva até o início da rosca (J)

NL
Ll = −J
2

O API fornece a distância do centro da luva até o início da rosca, depois da conexão estar
sob o torque recomendado (J)

Para a conexão buttress é 0,5”, já para a 8 fios depende do diâmetro e do peso linear.

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Luva Peso Nominal (lb/pé) J
4 1/2” 9,50 1,125”
4 1/2” Outros 0,500”
5” 11,50 0,750”
5” Outros 0,500”
5 1/2” Todos 0,500”
6 5/8” Todos 0,500”
7” 17,00 1,250”
7” Outros 0,500”
7 5/8” Todos 0,500”
8 5/8” 24,00 0,875”
8 5/8” Outros 0,500”
9 5/8” Todos 0,500”
10 3/4” 32,75 0,500”
10 3/4” Outros 1,250”
11 3/4” Todos 0,500”
13 3/8” Todos 0,500”
16” Todos 0,500”
18 5/8” Todos 0,500”
20” Todos 0,500”

Exemplo:
Calcule a perda de comprimento, por cada conexão, ao se conectar os tubos de um
revestimento 9 5/8” N-80 47 lb/pé.
a) Usando luva 8 fios curta
b) Usando luva buttress regular

Para a luva buttress, caso se tivesse medido 1.000 metros de revestimentos estaleirados,
qual seria o comprimento no poço desprezando-se o aumento devido ao carregamento.
c) Tubos range 1
d) Tubos range 3

7,75
a) NL = 7 3/4” J = 0,500”, logo Ll = − 0,5 = 3,375"
2

10,625
b) NL = 10 5/8” J = 0,500”, logo Ll = − 0,5 = 4,8125"
2

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c) Comprimento médio do range 1 6,25 metros, logo há 160 tubos com 159 conexões logo
a perda total será de 765,1875”, aproximadamente 19,4 metros

d) Comprimento médio do range 3 12,5 metros, logo há 80 tubos com 79 conexões logo a
perda total será de 380,1875”, aproximadamente 9,7 metros

Os revestimentos são descidos um a um, o tubo é


sustentado na mesa rotativa por uma cunha hidráulica
(conhecida como spider), um novo tubo é erguido por
um elevador com ajuda do guincho e colocado no
tubo sustentado pela mesa. O torque é controlado por
um torquímetro, caso seja necessário. Depois de
efetuado a conexão o novo tubo é baixado, após a
cunha hidráilica ser aberta, até esse novo tubo chegar
na mesa rotativa, quando a cunha hidráulica é
novamente acionada, permitindo assim a colocação
de um novo tubo.

Conexão dos Tubos

Elevador
Spider

O diâmetro externo do revestimento descido depende


do diâmetro da fase perfurada (diâmetro da broca), já
o diâmetro interno depende do diâmetro da próxima
fase a ser perfurada.

A escolha do revestimento a ser utilizado deve levar


em conta:
Disponibilidade (mercado, estoque e sonda)
¾ Dos revestimentos
¾ Das brocas
¾ Ferramentas do direcionais
¾ Ferramentas de pescaria Uso do torquímentro
¾ Equipamentos da sonda
Esforços e resistência do tubos
Diâmetro do revestimento de produção
¾ Níveis de produção ou injeção
¾ Tipos de fluidos produzidos ou injetados
¾ Uso ou não de contenção de areia

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¾ Se o poço será estimulado
¾ Diâmetro da coluna de produção
¾ Acessórios utilziadas na coluna de produção
Housing de Alta
¾ 16 3/4” broca de 16”
¾ 18 3/4” broca de 17 1/2”
Necessidade de alargamento
¾ Underreamer
¾ Brocas bi-centricas ou excentricas
Número e extensões das fases
Custo

O gráfico a seguir permite saber a relação entre os diâmetros da fase e os posíveis


revestimetos a serem utilziados.

Fases possíveis

Em terra o revestimento de superfície é descido com o casing head conectado (enroscado


ou soldado) no último revestimento, assim o flange desse casing head, onde será conectado

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o BOP,é um limitante da máxima pressão no poço para a próxima fase. Os outros limitantes
seriam o BOP colocado em cima do casing head ou casing head spool, a resistência a
pressão interna do revestimento e a pressão que fratura a formação aberta durante essa fase.

Casing hanger

Casing head

A cabeça do poço é iniciada com a


descida do revestimento de
superfície na qual se coloca (soldado
ou enroscado) o casing head. Para
perfurar a próxima fase é colocada
sobre o flange do casing head o
BOP, a vedação entre os dois é feita
por um anel feito de material
deformável. O casing head
normalmente tem duas saidas laterais
(Flangeadas ou enroscadas) para
permitir o acesso.

Depois de perfurado a próxima fase


o revestimento é descido e Cabeça de poço
cimentado, o revestimento é então
tracionado e o casing hanger é
colocado em volta do revestimento.
Pelo efeito da tração as borrachas
do casing hanger são ativadas
promovendo uma vedação contra o
casing head, isolando assim o
anular entre os dois revestimentos.
A parte acima do casing head é
cortada e trabalhada. Caso esse já
seja o revestimento de produção,
então a cabeça de produção é
colocada sobre o casing head
Casing head spool

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durante a completação do poço. Caso haja mais uma fase é necessário prover o isolamento
do casing head e se criar o local para ancorar o próximo revestimento. A peça que faz isso é
o casing head spool, ele é colocado em cima do casing head e um outro anél deformável é
colocado entre os flanges fazendo a vedação entre o flange inferior e o superior. Borrachas
na parte inferior do casing head spool vão fazer a vedação na parte superior do último
revestimento descido. O casing head spool normalmente também tem saidas laterais para
acesso ao anular.

Essa construção em etapas permite o uso de cabeça de poço que resistam a maiores
pressões conforme o poço é aprofundado.

Cabeça de poço terrestre

Duas novas tecnologias que são utlizadas são:


¾ Revestimento expansíveis
¾ Perfuração através do revestimento

O uso de revestimento expansível visa principalmente chegar com diâmetros maiores no


revestimento de produção. O poço é perfurado com uso de underreamer ou brocas
bicentricas, permitindo assim a perfuração da fase com o diâmetro muito próximo ou até
superior ao diâmetro do revestimento anterior. O revestimento é então descido e depois

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sofre uma expansão inelástica aumentando de diãmetro,
assim a redução no diâmetro em cada fase é muito pequeno
ou despresível.

A perfuração com revestimento é utilizada onde as rochas


são muito suceptiveis ao colapso, ou onde há zonas de perda
de circulação. Para se perfurar com o revestimento se utliza
brocas retráteis ou perfuráveis.

No revestimento são colocados vários acessórios necessários


para que a cimentação seja adequada, dentre quais se tem a Broca perfurável
sapata, colar, centralizadores e arranhadores.

Cada seção do revestimento deve ser dimensionado em relação aos esforços durante toda
sua vida útil. Importante verificar se a geometria é adequada, isso é os revestimentos
passam por todos os locais necessários (mesa, BOP, revestimento anterior, etc) bem como
permite a passagem dos próximos equipamentos (broca, próximo revestimento), bem como
a existência em estoque dos revestimentos e os equipamentos necessários para sua
manipulação (chaves flutuantes, capacidada do gancho, etc).

Cada revestimento tem esforços diferentes durante a vida útil do poço, assim o
revestimento de superfície será dimensionado completamente diferente do revestimento de
produção. Apesar disso os esforços analisados são divididos em:

Esfoços de tração
Esforços a pressão interna
Esforços a pressão de colapso
Esforços combinados
Torção (basicamente apenas quando se utiliza a perfuração com revestimento)
Compressão (Flambagem)

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