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ANTIGO E PRIMITIVO RITO ORIENTAL

DE
MIZRAIM E MEMPHIS
A.’.P.’.R.’.O.’.M.’.M.’.

SOBERANO GRANDE SANTUÁRIO ADRIÁTICO


S.’.G.’.S.’.A.’.

CADERNO DE ESTUDOS

GRAU DE APRENDIZ DA ARTE

Respeitável Triângulo Nether – nº 01

CONFIDENCIAL

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ANTIGO E PRIMITIVO RITO ORIENTAL
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MIZRAIM E MEMPHIS
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Manual do Aprendiz da Arte

Introdução ao estudo da Ordem e da Doutrina


Maçônica.

Capítulo IV

A CABALA HEBRAICA
As antigas tradições orientais e herméticas encontram na Cabala e na
Alquimia duas novas encarnações ocidentais que não foram estranhas às
origens da moderna Maçonaria.

A Cabala (do Hebraico kabbalah, "tradição") representa a Tradição


Sagrada conhecida pelos Hebreus, e por sua vez deriva de antigas
tradições caldéias, egípcias e orientais em geral. Trata especialmente do
valor místico e mágico dos números e das letras do alfabeto relacionadas
com princípios numéricos e geométricos, que encerram em si outros tantos
significados metafísicos ou espirituais, dos quais aparece a íntima
concordância e a unidade fundamental das religiões.

A antigüidade do movimento cabalista e sua proximidade aos hebreus tem


sido negada por alguns críticos modernos, mas, geralmente, admite-se sua
existência após o cativeiro da Babilônia, tornando-se assim manifesta sua
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afirmação doutrinária dos magos caldeus. Especial importância possuem


na cabala as palavras sagradas e os Nomes Divinos, atribuindo-se aos
mesmos um poder que se faz operativo por meio de sua correta pronúncia
- doutrina comum a todas as antigas tradições, que também tem sido
desenvolvida de forma racional na Filosofia da Índia, onde o som ou o
Verbo é considerado como um espírito da Divindade (Shabdabralman).

ALQUIMIA E HERMETISMO

Como do Oriente asiático tem chegado as doutrinas cabalísticas, do Egito


e da tradição hermética (de Hermes Trismegisto ou Thoth, o fundador,
tradicional dos mistérios egípcios) faz-se originar a Alquimia (palavra
árabe que parece significar "a Substância"), daqueles que se auto
denominavam verdadeiros filósofos.

O significado comum e familiar do adjetivo hermético pode nos dar uma


idéia do sigilo por meio do qual os alquimistas costumavam ocultar a
verdadeira natureza de suas misteriosas pesquisas. Não devemos portanto
estranhar se a maioria das pessoas segue acreditando, ainda hoje, que os
principais objetivos dos alquimistas foram os de enriquecer-se por meio da
pedra filosofal, que deveria converter o chumbo em ouro puro, e alongar
notavelmente a duração de sua existência, livrando-se, ao mesmo tempo,
das enfermidades por intermédio de um elixir e de uma milagrosa
panacéia.

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Nessa mística lápis philosophorum, entretanto, nós os maçons não


podemos deixar de reconhecer uma particular encarnação, um estado de
pureza, refinamento e perfeição da mesma pedra em cujo trabalho
principalmente consiste nosso labor. Quando refletimos sobre o segredo
simbólico, no qual, à nossa semelhança, envolviam seus trabalhos para
ocultá-los aos profanos da Arte, não podemos ter a menor dúvida de que,
além dessas finalidades materiais, que justificavam para os curiosos suas
ocupações, os reais esforços de todos os verdadeiros alquimistas foram
dirigidos para objetivos essencialmente espirituais.
A pedra filosofal não pode ser pois, nada senão o conhecimento da
Verdade, que sempre exerce uma influência transmutadora e enobrecedora
sobre a mente que a contempla e se reforma à sua imagem e semelhança.
Unicamente por meio desse conhecimento, que é realização espiritual,
podem converter-se as imperfeições, as paixões e as qualidades mais
baixas e vis dos homens naquela perfeição ideal da qual o ouro é símbolo
mais adequado.
Com esta chave é relativamente fácil para nós entendermos a misteriosa
linguagem que os alquimistas utilizam em suas obras, e como a própria
personalidade do homem é o athanor, mantido ao calor constante de um
ardor duradouro, onde devem desenvolver-se todas as operações.
O parentesco entre o simbolismo alquímico e o maçônico aparece com
bastante clareza no desenho que reproduzimos na página 23, extraído de
uma ilustração da obra de Basilio Valentin sobre o modo de fazer o ouro
oculto dos filósofos, igualmente adotado por outros autores.

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A Grande Obra dos alquimistas, e aquela que procuramos em nossos


simbólicos trabalhos, apresentam, efetivamente, uma idêntica finalidade
comum a todas as escolas iniciáticas, seja no significado místico da
realização individual, como numa iluminada e bem dirigida ação social,
que tem por objetivo o aprimoramento do meio e a elevação, o bem e o
progresso efetivo da humanidade.

TEMPLÁRIOS E ROSA-CRUZES
As tradições herméticas orientais encontram no Ocidente, durante a Idade
Média e o princípio da Idade Moderna, outros tantos canais para sua
expressão nas muitas sociedades e ordens místicas e secretas, que se
manifestaram aqui e acolá, ainda que aparentemente com diversa
finalidade exterior, mas todas intimamente relacionadas com a Tradição
Iniciática e ligadas interiormente pela afinidade de seus meios de
manifestação e de uma identidade fundamental de orientação...
Entre estes movimentos, os dois mais conhecidos e que mais influenciaram
a Maçonaria, são a Ordem do Templo, que teve seu apogeu e seu período
de esplendor no século XIII, e a Fraternidade Rosa-Cruz que a influenciou
especialmente no século XVII.
A Ordem dos Cavaleiros do Templo nasceu das Cruzadas e do contato
estabelecido por ocasião destas, entre os cavaleiros vindos do Ocidente e
as místicas comunidades orientais depositárias de tradições esotéricas.

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Como Ordem, foi fundada em 1118 por dois cavaleiros franceses, Hugues
de Payens e Godefroid de St. Omer, com o fim de proteger os peregrinos
que iam a Jerusalém depois da Primeira Cruzada.
Os cavaleiros faziam os três votos evangélicos de pobreza, castidade e
obediência, como as demais ordens religiosas, e a Ordem compreendia em
si um corpo eclesiástico próprio, dependente direta e unicamente do Grão
Mestre da Ordem e do Papa. Assim, os místicos segredos dos quais a
Ordem se fez depositária, podiam ser guardados com toda a segurança.
O segredo dentro do qual eram desenvolvidos as cerimônias de recepção e
se comunicavam os mistérios aos que se reputavam dignos e maduros para
possuí-los, foi o pretexto das acusações de imoralidade e heresia que se
fizeram à Ordem, sendo em realidade motivadas pela ignorância, o ciúme
e a cobiça de sua imensa riqueza. Esta última foi principalmente a razão
que levou a Felipe o Belo, rei da França no ano de 1307, a prender sem
prévio aviso a todos os Templários, que foram torturados e julgados
sumariamente pelo Tribunal da Inquisição, como preciso objetivo de
acabar com a Ordem, cujo fim foi tragicamente selado em 1314 com a
bárbara morte infligida a seu Grão Mestre Jacques de Molay, que foi
queimado vivo diante da catedral de Notre Dame de Paris (quatro meses
depois da abolição da Ordem ter sido decretada por obra do pontífice.
Também o movimento filosófico conhecido com o nome de Fraternitas
Rosae-Crucis teve sua origem no contato do Ocidente com o Oriente, e
com as secretas tradições que aqui puderam conservar-se mais livre e
fielmente. Cristhian RosenKreutz, seu místico fundador, nasceu segundo a

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tradição da qual se fala na Fama Fraternitatis, em 1378, e ainda muito


jovem viajou para Chipre, Arábia e Egito, aonde lhe foram revelados
muitos importantes segredos que levou consigo para a Alemanha, aonde
fundou a Fraternidade, destinada a reformar a Europa. Depois de sua
morte foi sepultado secretamente numa tumba preparada expressamente
para ele, que devia permanecer desconhecida para os membros da mesma
Fraternidade, até que foi casualmente descoberta, lendo-se mesma a
inscrição: Post CXX anos patebo.
Esta estória, assim como os segredos e maravilhas que se encontram na
tumba, é evidentemente um simbolismo da Tradição Iniciática da
Sabedoria, personificada pelo mesmo Cristian Rosenkreutz, que vem do
Oriente para o Ocidente, e é conservada zelosamente em sua tumba
hermética, onde a buscam e encontram seus adeptos, os fiéis buscadores
da Verdade.
Quanto à influência destes dois movimentos sobre a Maçonaria, que é a
que neste momento mais nos interessa, é certo que não somente muitas
tradições templárias e rosa-cruzes encontram seu caminho em nossa
Ordem, senão que também esta se fez a intérprete e natural herdeira de
seus objetivos ideais e da Grande Obra que constitui o objeto de todas as
diferentes tendências. Hermetistas, templários, rosa-cruzes e filósofos,
sempre se confraternizaram com os maçons, e desta comunhão espiritual
nasceu a Maçonaria conforme hoje a conhecemos.

FIM DESTA LIÇÃO.

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