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QUEM MATOU O CARRO ELÉTRICO? (Who Killed the electric car?). Direção: Chris Paine.

E.U.A. 2006.

RESENHA CRÍTICA
Thiago Cabral de Souza1

O documentário tem início com um “funeral” para o carro elétrico, adotando como estrutura
narrativa o formato de investigação sobre o mistério do assassinato do carro. A narrativa do filme
começa de maneira surpreendente pelo fato que ainda no inicio do seculo XX já haviam carros eletricos
circulando pelas ruas da California, crescimento fomentado pela lei de incentivo da redução de poluentes
no estado.
A construção do filme faz uma crítica severa da visão de curto prazo da indústria automobilística
e desejo de lucros, fazendo antagonismo aos jovens locatários do pequeno eletro-carro chamado EV1.
O documentário traça um paralelo da luta com a história bíblica entre Davi e Golias, demonstrando a
diferença de poderes entre os personagens do filme.
A falta de interesse dos consumidores, as montadoras, as petroleiras e o governo são
apresentados como suspeitos pelo assassinato do carro elétrico juntamente com o desenvolvimento de
carros movidos a hidrogênio, e as baterias ainda pouco desenvolvidas para os veículos movidos à
eletricidade. Na investigação sobre eles, são discutidos a motivação de cada suspeito, apresentando por
fim a conclusão das investigações. Muito culpado pelo fracasso do carro elétrico cai sobre as empresas
de carros conservadoras que sabotaram as chances de seus próprios carros elétricos ao em vez de arriscar
perder dinheiro até que o mercado abraçasse as energias alternativas.
Acima de tudo, o filme é uma carta de amor prolongada para o EV1, uma elegante maravilha
elétrica da GM – General Motors que, segundo o relato do diretor, marca a maior inovação na tecnologia
humana desde a roda. A queda da ideia do veículo elétrico não aconteceu sem a indignação de algumas
parcelas da sociedade, as quais viam o reflexo de um futuro melhor nas superfícies brilhantes de carros,
o que aparentemente inspirou os entusiatas do carro a se recusaram a aceitar a passagem do carro mesmo
depois que a GM exigiu seu retorno.
A mensagem da obra fica clara pois percebe-se que o caminho para o sucesso da plataforma
automotiva elétrica é longo e árduo. Barreiras e obstáculos serão muitos e serão dificultados e
engrandecidos pela pensamento insustentável dos grandes conglomerados do petróleo e pela atuação
míope e atrasada de um governo que, ao invés de incentivar o que é certo, insiste em insistir no que é
mais lucrativo. A narrativa termina com uma visão otimista para o futuro dos carros eletricos, mostrando
que é só o começo da luta do pequeno Davi automotivo.

1
Aluno do 6º período do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Tocantins, Centro de Engenharias
Civil e Elétrica. t.cs@hotmail.com

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