Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
principal não pode observar completamente as ações dos agentes. Para resolver este
problema, a teoria do agente-principal tenta encontrar mecanismos que ajudem a reduzir
a assimetria de informação, como através de contratos de incentivos, monitoramento
dos agentes, prêmios e sanções, e através da sinalização por parte dos agentes.
Um exemplo de agente-principal é o caso das grandes companhias ”Too big to fail”,
que são tão grandes e possuem tanta importância no mercado, que os governos não
a deixariam falir, independente de suas ações, devido às consequências para economia
daquele paı́s, ou como no caso da crise de 2008, para a economia mundial. Nesses
casos, o problema do agente-principal vai decorrer do moral hazard, pois, sabendo que
os governos irão garanti-las, essas empresas não possuem incentivos para agir sempre
corretamente, pois sabem que mesmo que ocorram ações ilegais e arriscadas, não serão
punidas à altura. E foi o que ocorreu com as empresas AIG e JPMorgan Chase, que
receberam dezenas de bilhões de dólares do governo americano para não irem a falência
e reduzir as perdas da crise do subprime.
2
A demanda por carros no modelo de Wilson (1979, 1980) é dada por:
Se a qualidade média dos carros aumenta mais que proporcionalmente com o preço
sobre alguma amplitude, isto é, µ(P ) cresce mais do que P , então a condição tµ(P ) ≥ P
é mais provável de ser satisfeita à medida que o preço sobre esta amplitude aumenta.
Deste modo, nesta amplitude, a curva de demanda será positivamente inclinada.
3
modelo poderia ser aplicável além do exemplo dos carros usados.
Sim, o modelo de Wilson (1979, 1980) é uma bem fundamentada extensão do mo-
delo de Akerlof (1970), que possui importância não só teórica, mas que também pode
ser comprovada empiricamente. Este problema poderia ser aplicado ao mercado de
trabalho. Quando uma empresa busca por exemplo, um gerente de alta importância,
oferecerá salários altos de maneira que possa atrair candidatos de melhor qualidade.
Neste caso, assim como ocorre no exemplo dos carros usados, a empresa (ou compra-
dor do serviço) e os candidatos (vendedores do serviço) irão preferir conjuntamente um
equilı́brio de salários (preço) do que o preço de equilı́brio, pois a empresa terá mais
garantias da qualidade ou produtividade do serviço contratado e o candidato poderá
compensar as desvantagens de não encontrar uma empresa anteriormente que pagasse
o valor da qualidade dos seus serviços.
12. A teoria dos contratos sob informação assimétrica é uma teoria que
analisa as caracterı́sticas de contratos ótimos bem como o comportamento
e as informações das partes, o agente e o principal. O objetivo da teoria
dos contratos sob informação assimétrica é a de identificar as caracterı́sticas
da relação contratual, especialmente àquelas relevantes para a distribuição
da informação que pode ser relevante para analisar o formato dos contratos
que correspondem a cada situação em particular. Tendo em vista estas
considerações preliminares pergunta-se:
Utilizando o modelo de Rickets (1986) tal como exposto em Macho-
Standler & PerezCastrillo (2001), ilustre graficamente a forma de um con-
trato entre um agricultor [agente] um proprietário da terra [o principal]
num contexto no qual: (i) ambos são relativamente avessos ao risco; Os dois
participantes compartilham o risco, se ambos são relativamente avessos ao risco .
4
Figura 1: Macho-Stadler e Pérez-Castrillo (2001)
(ii) o principal [P] é neutro ao risco, mas o agente [A] é avesso ao risco;
5
Figura 2: Macho-Stadler e Pérez-Castrillo (2001)
textbf(ii) o principal [P] é avesso ao risco, mas o agente [A] é neutro ao risco;
6
b. Explique, como e porque os seguintes fatores são particularmente
importantes na determinação do pagamento com base no desempenho do
agente: (i) o valor do produto é sensı́vel ao esforço do agente; (ii) o nı́vel
de risco está muito além do controle do agente; (iii) o produto do agente
pode ser medido a um baixo custo; (iii) avalie, brevemente, as implicações
da introdução de sementes transgênicas nos contratos agrı́colas, na medida
em que tais sementes e culturas tornem-se mais resistentes a pragas e in-
tempéries.
Em uma relação de agente-principal com hidden action, o principal pode tentar
reduzir o problema motivando o agente a aumentar os seus esforços. Uma forma de fazer
isso é dando incentivos para aumentar o bom desempenho do candidato e recompensá-
lo como forma de manter alta sua produtividade. O pagamento por desempenho do
agente é particularmente importante quando o valor do produto é sensı́vel ao esforço do
agente. Neste caso, o pagamento pelo desempenho será recompensado pelo benefı́cio
dos altos esforços do agente a partir da melhor qualidade do produto.
Por outro lado, quanto ao nı́vel de risco, vai depender se o risco fora do controle
do agente é alto ou baixo. Quando o nı́vel de risco é baixo e o produto é determinado
principalmente pelo esforço do agente, é melhor para o principal pagar salários mais
altos em termos de compensação por incentivos. Entretanto, se o risco for elevado,
a compensação por incentivos ocorrerá a um custo muito elevado e a uma divisão
ineficiente dos riscos.
7
a qualidade de seus serviços e sua produtividade por meio de uma sinalização.
Segundo Spence (1973), a sinalização da parte informada - no caso do exemplo, o
trabalhador ocorre a um custo que depende de suas caracterı́sticas e quanto melhores
suas caracterı́sticas, maiores são os sinais. Essa sinalização portanto, ajudará a parte
não informada – nesse caso, as firmas, a escolher seus funcionários de acordo com
as caracterı́sticas sinalizadas pelos agentes. Embora educação e produtividade não
sejam sinônimos e a produtividade seja uma caracterı́stica difı́cil de mensurar, como
pontua Salanié (2005), alto nı́vel de educação e produtividade estão positivamente
correlacionadas, uma vez que ambos dependem de um fator comum, que é a disposição
para realizar certo trabalho. Deste modo, uma vez que a empresa não possui acesso
ao nı́vel de produtividade do candidato, esse pode sinalizar à firma a qualidade do seu
trabalho informando seu nı́vel educacional. Quanto maior qualificação do candidato, ou
seja, quanto mais anos de escolaridade possuir, melhor vai ser a sinalização. Entretanto,
os indivı́duos de baixa produtividade terão um custo maior de sinalização do que aqueles
de alta produtividade. Desta forma, os agentes mais produtivos estão mais propensos a
sinalizar, enquanto aqueles de baixa produtividade terão poucos incentivos para enviar
uma falsa sinalização.
8
para diferentes nı́veis de educação. Deste modo, o sinal que elas emitem é aquele que
permitirá o maior retorno lı́quido possı́vel dada a sua condição. Ou seja, o seu salário
será igual à sua produtividade.
Seguindo Salanié (2005, pg. 104) o Equilı́brio Agregador, os Agentes tipo θ1 e θ2
escolhem o mesmo diploma e∗. Deste modo, os empregadores não possuem uma razão
para alterar suas crenças e oferecem a ambos o salário µ0 θ1 + (1 − µ0 θ2 ). O diploma
em um equilı́brio agregador portanto, é limitado acima por ¯ē, tal que
Neste caso, portanto, os dois agentes enviam o mesmo sinal, sendo impossı́vel o empre-
gador distinguir a priori qual é o melhor candidato. Assim, o salário de equilı́brio θ∗
será muito baixo e será o mesmo para ambos os candidatos, a fim de que permita ao
empregador distinguir entre os indivı́duos dos dois grupos, de alta e baixa produtivi-
dade.
A diferença em termos de poder informativo entre os dois equilı́brios ocorre por
conta da sinalização. Enquanto no equilı́brio separador o sinal possui poder informativo
quanto à produtividade dos agentes dos grupos de alta e baixa produtividade, no caso
do equilı́brio agregador, a sinalização não terá nenhum poder de informação, visto que o
empregador não conseguirá distinguir entre os candidatos de alta e baixa produtividade.
Assim, no equilı́brio sinalizador, haverá uma redução da assimetria de informação, já
que o sinal terá valor informacional. Já no equilı́brio agregador, o sinal não terá poder
de informação e a assimetria vai ser equivalente à de antes da sinalização.
9
serão menores, portanto, o agente terá incentivos para sinalizar, garantindo um salário
maior e condizente com sua alta produtividade.
10
(iii). Um equilı́brio agregador onde o sinal requerido, em termos de
educação, seja muito elevado:
Diferentes equilı́brios, no sentido de sinalização ótima exigida pelo empregador, não
produzirão o mesmo nı́vel de bem-estar, pois uma sinalização requirida muito elevada
exigirá altos custos tanto aos agentes de baixa produtividade quanto àqueles de alta pro-
dutividade. não tornando ninguém melhor e impedindo da mesma forma, de diferenciar
os trabalhadores.
11
(iii). Suponha um caso no que exista um equilı́brio sinalizador, no qual
o nı́vel de educação seja y ∗∗ , mas exista um outro equilı́brio, no qual o nı́vel
de equilı́brio seja menor y ∗ . Há forças na economia que poderiam levar o
equilı́brio y ∗∗ para y ∗ ?
No caso de existir outro equilı́brio separador com uma sinalização mais elevada, no
caso y ∗∗ , o sinal também seria preciso, pois os agentes de alta produtividade continu-
ariam sinalizando (porém com um custo maior do que no equilı́brio y ∗ ) e os agentes
de baixa produtividade permaneceriam não sinalizando. Entretando os custos seriam
maiores não só para os candidatos de alta produtividade que seriam selecionados, mas
também para as empresas, uma vez que esses agentes exigiriam também salários mais
elevados para compensar os custos maiores de uma maior sinalização.
Se o equilı́brio y ∗ já é suficiente para discriminar os grupos de alta e baixa produ-
tividade, as forças do mercado irão agir de maneira a baixar o sinal de equilı́brio y ∗∗
para y ∗ , uma vez que os custos sociais da diferença entre os dois nı́veis de educação
seriam muito altos para os quais não haveriam benefı́cios de compensação, visto que
y ∗ distingue os trabalhadores tão bem quanto y ∗∗ . Desta forma, se os agentes de alta
produtividade se mostrarem tão produtivos em y ∗ quanto em y ∗∗ , as empresas cuja
sinalização estava no equilı́brio y ∗∗ teriam incentivos para baixar a sinalização para y ∗ ,
pois obteriam o mesmo retorno a um custo menor.
12
(iv). Compare os dois equilı́brios em termos de eficiência econômica.
Em termos de eficiência econômica, o equilı́brio separador será mais eficiente, uma
vez que reduzirá o problema de assimetria de informação entre o agente e o principal
e permitirá ao principal obter mais informações acerca os agentes e distinguı́-los em
grupos de alta e baixa produtividade e oferecer a remuneração condizente com a pro-
dutividade do agente. No caso do equilı́brio agregador, o mercado será mais ineficiente,
posto que haverá mais assimetria de informação e consequentes problemas de seleção
adversa, com nı́veis de educação exigidos pelo principal como sinalização muito bai-
xos e consequente contratação de mão-de-obra inadequada. Ou seja, o problema da
seleção adversa pode induzir o principal a contratar um agente de baixa produtividade
a uma remuneração acima do que aquilo que ele produz, levando à maior ineficiência
econômica.
No caso de dois equilı́brios sinalizadores, y ∗ e y ∗∗ , o equilı́brio y ∗ será mais eficiente
que y ∗∗ , já que conseguirá distiguir os dois grupos de agentes a custo econômico e social
menor, tanto para as firmas quanto para os candidatos.
13