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Coordenação Geral:
Roberto Nunes Umpierre
Marcelo Rodrigues Gonçalves
Organizadores:
Ana Cláudia Magnus Martins
Milena Rodrigues Agostinho Rech
Elise Botteselle de Oliveira
Rudi Roman
Autores:
Alexandre Wahl Hennigen
Ana Cláudia Magnus Martins
Dimitris Rucks Varvaki Rados
Elise Botteselle de Oliveira
Ellen Machado Arlindo
Gabriela Monteiro Grendene
Juliana Keller Brenner
Ligia Marroni Burigo
Milena Rodrigues Agostinho Rech
Natan Katz
Roberta Marobin
Rodolfo Souza da Silva
Rudi Roman
Designer:
Lorenzo Costa Kupstaitis
TELECONDUTAS Nº 24 – DIABETES E GESTAÇÃO
Sumário
Introdução Avaliação pré-concepcional em diabéticas
Fatores de risco para DMG Avaliação complementar
Classificação Momento e via de parto
Rastreamento Acompanhamento pós-parto
Tratamento DM gestacional Encaminhamento para serviço especializado
Tratamento DM na gestação Referências
Controle glicêmico Anexo 1 – Orientações nutricionais
Classificação
Diabetes Mellitus (DM) na gestação: DM com diagnóstico antes da gestação (tipo 1, 2 ou
outro tipo) ou durante o rastreamento do pré-natal que preenche critérios para DM fora da
gestação. É mais grave porque seus efeitos iniciam precocemente, desde a concepção, levando
a um risco aumentado de abortos, malformações congênitas graves e restrição do crescimento
fetal, principalmente nos casos não adequadamente controlados. Além das complicações fetais,
desfechos adversos maternos também são frequentes, especialmente na presença de
complicações prévias como retinopatia, nefropatia e hipertensão.
Diabetes gestacional (DMG): quadro hiperglicêmico cujo início ou detecção ocorre
durante a gravidez, sem preencher critérios para classificação como Diabetes Mellitus (DM). O
DMG aumenta o risco de desfechos adversos maternos na gestação, como pré-eclâmpsia,
hipertensão gestacional e aumento dos índices de cesariana. Além disso, os recém-nascidos de
mães com DMG tem mais complicações fetais e neonatais como prematuridade, macrossomia,
distocia de ombro, hipoglicemia e morte perinatal. Além disso, cerca de 50% das pacientes com
DMG terão diagnóstico de DM2 em 10 anos, e os seus bebês, terão risco aumentado para
obesidade e síndrome metabólica.
Baixo peso (< 18,5 kg/m2) 2,3 0,5 (0,44 – 0,58) 12,5 – 18,0
Normal (18,5 - 24,9 kg/m2) 1,6 0,4 (0,35 – 0,50) 11,5 – 16,0
Sobrepeso (25 - 29,9 kg/m2) 0,9 0,3 (0,23 – 0,33) 7,0 – 11,5
● Atividade Física: As atividades físicas poderão ser mantidas durante a gravidez, desde que
não existam contraindicações (Quadro 3). Gestantes sedentárias devem ser orientadas a
iniciar um programa de caminhadas regulares ou atividade física de baixo impacto por 20
minutos diariamente. Evitar exercícios de alto impacto, como saltos, pular corda,
corridas, esportes de contato, dando preferência para exercícios como natação,
hidroginástica, musculação, ciclismo e caminhadas. Exercícios leves de alongamento
também são recomendados durante a gestação, bem como treinamento do assoalho
pélvicos.
Quadro 3. Contraindicações à prática de exercícios durante a gestação:
Absolutas: Relativas:
Avaliação complementar
● Ecografia morfológica: pacientes com DMG ou DM na gestação tem recomendação de realizar
ecografia morfológica com 3 cortes para avaliação do coração fetal (quatro câmaras,
ventrículo esquerdo e aorta, ventrículo direito e artéria pulmonar) em torno de 20 semanas
gestacionais, considerando o potencial efeito teratogênico da hiperglicemia no concepto.
● Ecocardiografia fetal: pacientes com diabetes mellitus na gestação (pré-gestacional ou
diagnosticado no primeiro trimestre) apresentam indicação de realização de ecocardiografia fetal
entre 19 e 22 semanas de gestação. Essa recomendação é baseada nos efeitos teratogênicos e
maior risco de malformações fetais em gestantes com hiperglicemia no período periconcepcional
● Crescimento fetal: Independente do controle metabólico, uma ecografia obstétrica para
avaliação do peso estimado fetal é recomendada por volta das 36 semanas gestacionais.
Se o peso fetal estimado for ≥ 4.500 g, encaminhar para avaliação em emergência
obstétrica. Pacientes que fazem uso de terapia farmacológica ou aquelas que tem mau
controle glicêmico, podem começar a avaliação de crescimento no início do terceiro
trimestre (28, 32 ou 36 semanas), variando conforme a gravidade da doença e o protocolo
da instituição.
● Avaliação de Bem-estar fetal:
- Pacientes com DMG com bom controle glicêmico, sem tratamento farmacológico
ou comorbidades: Não é necessário avaliar vitalidade fetal até o final da gestação,
além das recomendações usuais para gestantes de baixo-risco.
- Pacientes que fazem uso de hipoglicemiantes orais, insulina ou aquelas que tem
um mau controle glicêmico: Iniciar avaliação de bem-estar fetal semanal no centro
obstétrico em torno de 32 semanas de gestação. Não há procedimento de avaliação
da vitalidade fetal específico para gestantes com diabetes, sendo a cardiotocografia
e o perfil biofísico fetal os mais utilizados.
Acompanhamento pós-parto
A maioria das mulheres com DMG estará normoglicêmica após o parto. Porém, o risco de
desenvolver diabetes tipo 2 ao longo da vida é de 50-70% em 15 a 25 anos e de apresentar DMG
na próxima gestação de 30-60%. É recomendado controle no puerpério com realização do TOTG
com 75 g de glicose cerca de 4-12 semanas após o parto, usando os critérios de diagnóstico para
diabetes fora da gestação (glicemia jejum ≥ 126 mg/dl e/ou glicemia ≥ 200 mg/dl 2 horas após a
sobrecarga de glicose – quadro 1). Naquelas mulheres com resultados do TOTG 75 g normal, o
rastreamento de diabetes deve ser feito a cada 3 anos, ou antes se a mulher estiver planejando
nova gestação. O estilo de vida saudável com controle da dieta, peso e atividade física deve sempre
ser aconselhado, pois reduz o risco de diabetes e de doenças cardiovasculares no futuro.
Todas as gestantes devem ser estimuladas amamentar. Aquelas com diabetes prévio à
gestação podem necessitar de ajustes na dieta, nas doses de insulina e dos hipoglicemiantes orais.
O uso de metformina, glibenclamida e insulina é seguro e compatível com a amamentação. Os
métodos contraceptivos são os mesmos recomendados às mulheres não diabéticas.
Uva-passa 5g 71 g 1,3 g
Castanha-do-Brasil 8g 15 g 14 g