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51 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
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pretéritos produzidos após a sua vigência (RE 140499).
Alternativa D: Com efeito, diante do advento de uma nova Constituição, as normas
constitucionais anteriores podem ser recepcionadas pela ordem jurídica contemporânea com
status infraconstitucional, através do fenômeno denominado desconstitucionalização, cuja inci-
dência, todavia, requer disposição constitucional expressa nesse sentido. Ressalte-se que, para
parcela da doutrina, somente as denominadas “leis constitucionais” na concepção de Carl Schi-
mitt, são passíveis de desconstitucionalização.
52 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Alternativa B: Constituição flexível é aquela que pode ser alterada conforme o pro-
cesso legislativo destinado à modificação das demais normas do ordenamento jurídico. A
Constituição legal é aquela cujas disposições estão esparsas ou fragmentadas em vários tex-
tos. Promulgada é aquela fruto do trabalho de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita
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pelo povo para em seu nome atuar. Por fim, prolixa é a Constituição que dispõe sobre assuntos
variados, não relacionados à decisão política fundamental. Portanto, somente as duas últimas
características citadas correspondem à classificação da Constituição Federal de 1988.
Alternativa E: Como dito, a Constituição Federal de 1988 não é flexível, porque pres-
supõe para a sua alteração um processo legislativo mais solene do que o procedimento de mo-
dificação das demais normas do ordenamento jurídico. É codificada, pois suas disposições são
materializadas em texto único e sistematizado. Porém, não é outorgada, porque é fruto do tra-
balho da Assembléia Nacional Constituinte, eleita pelo povo para em seu nome atuar e, não é
concisa, pois dispõe sobre assuntos variados, não relacionados à decisão política fundamental.
53 – QUESTÃO:
Nos termos do artigo 196 da Constituição Federal: “A saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação”. Considerando a classificação proposta por José Afonso
da Silva, trata-se de norma de eficácia:
a) plena.
b) contida.
c) limitada, declaratória de princípio institutivo ou orgânico.
d) limitada, declaratória de princípio programático.
c) relativa restringível.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
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Alternativa A: Em regra, todas as normas constitucionais apresentam eficácia, jurídi-
ca e social, ou apenas jurídica. Nesse sentido, Michel Temer esclarece que:
De acordo com a classificação proposta por José Afonso da Silva, as normas consti-
tucionais podem ter eficácia plena, contida ou limitada. São de eficácia plena as normas consti-
tucionais de aplicabilidade direta, imediata e integral, independentemente de regulamentação
infraconstitucional. Exemplo: direito de resposta (artigo 5º, inciso V da CF).
Alternativa B: As normas de eficácia contida, por sua vez, tem aplicabilidade direta,
imediata, mas eventualmente não integral, tendo em vista que a sua incidência pode ser restrin-
gida por lei infraconstitucional, bem como por outras normas previstas na própria Constituição.
A título de exemplo, a decretação do estado de defesa ou de sítio impõe limitações ao exercício
de diversos direitos fundamentais (artigo 136, § 1º e 137 da CF). Todavia, enquanto não materia-
lizado o fator de restrição, a norma tem eficácia plena.
Alternativa C: Ainda de acordo com a classificação proposta por José Afonso da Silva,
são de eficácia limitada, as normas constitucionais de aplicabilidade diferida que não detém
normatividade suficiente para a sua incidência imediata. Nesse contexto, são normas de eficácia
limitada declaratórias de princípios institutivos ou orgânicos aquelas que estabelecem esque-
mas gerais para a estruturação de instituições, órgãos ou entidades, a exemplo do artigo 18, §
2º da Constituição Federal.
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que reúnem todos os elementos imprescindíveis para a produção imediata de efeitos; c) normas
com eficácia relativa restringível, que corresponde às normas de eficácia contida na classifica-
ção de José Afonso da Silva e; d) normas com eficácia relativa complementável ou dependente
de complementação, equivalentes às normas de eficácia limitada para o mesmo autor.
54 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
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centrífugo resulta no fortalecimento do ente central.
Ainda, para Raul Machado Horta, o federalismo classifica-se como simétrico ou assi-
métrico, respectivamente, conforme a presença ou não de características dominantes comuns
ao modelo clássico de federação. O federalismo brasileiro, neste aspecto, também é assimétrico,
tendo em vista que os municípios são entes federativos, o que não se verifica na tipologia tradi-
cional do federalismo.
55 – QUESTÃO:
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dois mil e quinhentos hectares.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Destarte, compete privativamente ao Congresso Nacional nomear 2/3 (um terço) dos
Ministros do Tribunal de Contas da União, tal como disposto no artigo 49, inciso XII da Consti-
tuição.
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Portanto, o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéti-
cos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas, pressupõe autorização do
Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação
nos resultados da lavra (artigo 49, inciso XVI da CF).
Destarte, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares pressupõe aprovação prévia do Congresso Nacional, tal como disposto no
artigo 49, inciso XVII da Consituição, exceto para fins de reforma agrária, por força de disposição
constitucional expressa nesse sentido (artigo 188, § 1º da CF).
56 – QUESTÃO:
a) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito penal, processu-
al penal, civil e processual civil.
b) Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, ressalvadas as ex-
ceções constitucionais, somente produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se hou-
ver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
c) As medidas provisórias perderão eficácia se não forem convertidas em lei no prazo de ses-
senta dias, prorrogável uma vez por igual período, contado da edição da medida.
d) Se a medida provisória não for apreciada em até trinta dias, contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações
legislativas.
e) A matéria constante de medida provisória rejeitada ou que tenha perdido a eficácia por
decurso do prazo, somente poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa, mediante pro-
posta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
RESPOSTA: Alternativa B.
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COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A medida provisória é editada pelo Presidente da República, por ato
monocrático e unipessoal, em circunstâncias pontuais e contingentes caracterizadas pela re-
levância e urgência (artigo 62 da CF). Dentre as modificações introduzidas pela EC nº 32/2001,
destacam-se os limites materiais à edição de medidas provisórias, enunciados no artigo 62, § 1º
da Constituição Federal.
Alternativa D: Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma
das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
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demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando (artigo 62, § 6º da CF).
Importante destacar que Michel Temer, deputado federal à época, anunciou uma
nova interpretação a respeito do dispositivo constitucional em alusão, no sentido de que as
deliberações das Casas Legislativas não são sobrestadas em relação à matérias que não podem,
em tese, ser objeto de medida provisória, tais como proposta de emenda à constituição, projeto
de lei complementar, resoluções e decretos legislativos. Contra este entendimento foi impetra-
do mandado de segurança, pendente de julgamento no STF que, todavia, indeferiu a concessão
de liminar (MS 27.931).
Porém, diante da atual redação do artigo 62, § 10º da Constituição Federal, ao con-
trário do disposto em relação aos projetos de lei ordinária ou complementar, é expressamente
vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória rejeitada ou que tenha
perdido sua eficácia por decurso de prazo.
57 – QUESTÃO:
No âmbito do controle externo realizado pelo Poder Legislativo, assinale a opção correta
acerca do Tribunal de Contas.
a) O Tribunal de Contas exerce atividade jurisdicional, na medida em que a sua atuação re-
veste-se da definitividade própria dos atos praticados pelo Poder Judiciário.
b) Compete ao Tribunal de Contas apreciar e julgar as contas apresentadas anualmente pelo
Presidente da República e pelos demais administradores de bens e valores públicos.
c) O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, detém competência para declarar a
inconstitucionalidade de atos normativos do Poder Público, em caráter preventivo.
d) É obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa no âmbito de processo
instaurado perante o Tribunal de Contas, para fins de análise da legalidade do ato de conces-
são inicial de aposentadoria a servidor público federal.
e) Com fundamento na teoria dos poderes implícitos, o Tribunal de Contas pode conceder
medidas cautelares e promover a desconsideração da personalidade jurídica do ente moral
investigado, independentemente de autorização judicial.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
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Alternativa A: Além da atividade legiferante, a fiscalização e o controle externo da
Administração Pública também constituem função típica do Poder Legislativo, exercida com o
auxílio do Tribunal de Contas, cuja competência decorre diretamente da Constituição Federal.
Não se trata, pois, de órgão integrante do Poder Legislativo e, apesar da denomina-
ção, o Tribunal de Contas não exerce atividade jurisdicional, na medida em que a sua atuação
não se reveste da definitividade própria dos atos praticados pelo Poder Judiciário.
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aposentadoria, reforma e pensão.
58 – QUESTÃO:
a) A autoridade acusada tem direito à defesa prévia antes do recebimento da denúncia pelo
Presidente da Câmara dos Deputados, porém, durante a instrução probatória, a defesa se
manifesta após a acusação.
b) O recebimento da denúncia ocorre apenas após a decisão do Plenário do Senado Federal.
Assim, a Câmara dos Deputados não atua como um “tribunal de pronúncia”, mas apenas im-
plementa ou não uma condição de procedibilidade para que a acusação prossiga no Senado
que, por sua vez, não está vinculado à decisão da Câmara.
c) A decisão do Senado Federal acerca da instauração do processo de impeachment é profe-
rida por 2/3 dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
d) Aplicam-se, subsidiariamente, as hipóteses de impedimento previstas no CPP, eis que a
Lei 1079/50 não prevê as hipóteses em que os Deputados Federais estarão impedidos de
participar do processo de impeachment.
e) A eleição da comissão especial deve ser feita por indicação dos líderes e voto aberto do
Plenário, na forma do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, admitida a apresenta-
ção de candidaturas ou chapas avulsas.
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
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ções: consiste no processo instaurado para apurar a prática de crime de responsabilidade por
determinadas autoridades públicas, bem como corresponde à sanção aplicada ao agente pú-
blico condenado pela prática de infrações político-administrativas, qual seja, perda do cargo e
inabilitação para o exercício de função pública pelo prazo de 8 (oito) anos (ADPF 378).
Consoante o disposto no artigo 85 da Constituição Federal, são crimes de responsa-
bilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, es-
pecialmente, contra: a) a existência da União; b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; c) o
exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; d) a segurança interna do País; e) a probida-
de na administração; f ) a lei orçamentária e; g) o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Alternativa B: Como dito, a Lei 1079/50 disciplina o processo e julgamento dos crimes
de responsabilidade praticados pelo Presidente da República e outras autoridades, delineando
um procedimento bifásico composto por uma fase preambular, denominada juízo de admissibi-
lidade do processo, perante a Câmara dos Deputados, seguida da fase processual propriamente
dita com o julgamento pelo Senado Federal.
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mas apenas implementa ou não uma condição de procedibilidade para que a acusação prossi-
ga no Senado que, por sua vez, não está vinculado à decisão da Câmara.
Com efeito, se a decisão da Câmara admitindo a acusação fosse vinculante, o Senado
estaria obrigado a instaurar o processo e, a partir deste momento, o Presidente da República
seria afastado de suas funções. Todavia, consoante o entendimento do STF, compete ao Senado
decidir acerca da instauração do processo e, por conseguinte, o poder de afastar provisoriamen-
te a autoridade julgada (ADPF 378).
Alternativa D: Como dito, a Lei 1079/50 disciplina o processo e julgamento dos cri-
mes de responsabilidade praticados pelo Presidente da República e outras autoridades, de sor-
te que os Regimentos Internos das Casas Legislativas, bem como o Código de Processo Penal
tem aplicação subsidiária, desde que compatíveis com os preceitos legais e constitucionais per-
tinentes.
Para tanto, consoante o entendimento do STF, deve ser constituída uma comissão
especial por indicação dos líderes e voto aberto do Plenário, na forma do Regimento Interno da
Câmara dos Deputados, vedada, pois, a apresentação de candidaturas ou chapas avulsas (ADPF
378).
59 – QUESTÃO:
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Acerca do controle de constitucionalidade, assinale a opção correta de acordo com a juris-
prudência do STF.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distri-
to Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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Nesse contexto, de acordo com o entendimento exarado pelo STF, os conselhos de
fiscalização profissional não detêm legitimidade para o ajuizamento das ações destinadas ao
controle concentrando, por serem entidades autárquicas, detentoras, portanto, de personali-
dade jurídica de direito público, que não se enquadram no conceito de entidade de classe de
âmbito nacional constante artigo 103, inciso IX da Constituição Federal, ressalvada a Ordem dos
Advogados do Brasil, cujas prerrogativas derivam de previsão constitucional expressa (ADI 641).
Isso porque, a eficácia normativa da decisão, que resulta na retirada da norma incons-
titucional do ordenamento jurídico, opera efeitos retroativos. Todavia, a eficácia executiva ou
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instrumental, que corresponde ao denominado efeito vinculante, compreende somente atos
administrativos e decisões judiciais supervenientes à declaração de inconstitucionalidade (RE
730.462).
60 – QUESTÃO:
a) Emendas constitucionais.
b) Decretos e regulamentos autônomos.
c) Tratados internacionais.
d) Normas constitucionais originárias
e) Leis orçamentárias.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
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Alternativa B: Os decretos e regulamentos expedidos pelo poder Executivo no exer-
cício do poder regulamentar constituem atos normativos secundários que, portanto, não po-
dem ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade. Trata-se, no caso, de crise de
legalidade, caracterizada pela inobservância do dever jurídico de subordinação normativa à lei.
Todavia, diante do disposto no artigo 84, inciso VI da Constituição Federal, a doutrina
majoritária e o STF admitem a existência de decretos e regulamentos autônomos, atos norma-
tivos primários que retiram o seu fundamento de validade diretamente da Constituição e que,
por essa razão, podem ensejar a instauração do processo objetivo de controle abstrato de cons-
titucionalidade (ADI 2.950).
Por fim, os tratados internacionais de outra natureza, tem status de lei ordinária e,
quando incompatíveis com a Constituição, também podem ser objeto de controle concentrado
de constitucionalidade.
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trado de leis orçamentárias, independentemente do caráter geral ou específico, concreto ou
abstrato do seu objeto (ADI 4.048). Com efeito, é temerário excluir da jurisdição do STF, a análise
da constitucionalidade de atos normativos que dispõem acerca da destinação de recursos para
todas as esferas e que, portanto, repercutem diretamente na implementação de políticas pú-
blicas fundamentais.
61 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
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trativa e financeira da instituição e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros,
devendo, dentre outras atribuições, zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministé-
rio Público, podendo para tanto, expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência,
bem como recomendar providências (artigo 130-A, § 2º, inciso I da CF).
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membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; exercer funções executivas, de
inspeção e correição geral, bem como requisitar e designar membros e servidores da institui-
çaõ, delegando-lhes atribuições.
62 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa B: Consoante o disposto no artigo 34, inciso VII da Constituição, União in-
tervirá nos Estados ou no Distrito Federal para assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
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a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
Alternativa E: Tal como no âmbito federal, o decreto de intervenção deve ser sub-
metido ao Poder Legislativo local no prazo de 24 horas, para fins de controle político. Todavia,
excepcionalmente, a Constituição dispensa a aludida apreciação.
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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
PROF. TALLITA SAMPAIO
63 – QUESTÃO:
a) Nenhuma criança ou adolescente poderá viajar para fora da comarca onde reside, desa-
companhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.
b) A autorização para viajar não será exigida quando a criança estiver acompanhada de pes-
soa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
c) A autorização para viajar não será exigida quando a criança estiver acompanhada de as-
cendente ou colateral maior, até o terceiro grau, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou
responsável.
d) Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é indispensável ainda que a criança
ou adolescente esteja acompanhada de ambos os pais ou responsável.
e) nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em
companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se houver autorização
expressa dos pais com firma reconhecida.
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde resi-
de, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autoriza-
ção judicial.
Alternativa B: Esta é a alternativa correta, nos termos do art. 83, parág. 1, b, 2 do ECA.
Alternativa C: De fato, de acordo com o art. 83, parág. 1 do ECA, A autorização para
viajar não será exigida quando a criança estiver acompanhada de ascendente ou colateral maior,
até o terceiro grau, mas desde que comprovado documentalmente o parentesco (e não desde
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que expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável – esta exigência é feita quando a
criança viaja com uma pessoa maior). Portanto, se o acompanhante for parente, basta compro-
var documentalmente este parentesco. Mas, se for pessoa maior que não seja parente, é neces-
sário autorização expressa dos pais ou responsável.
64 – QUESTÃO:
a) Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais e pelos parents próxi-
mos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afeti-
vidade.
b) A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente ad-
missível na modalidade de tutela ou adoção.
c) O deferimento da tutela não pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do
poder familiar.
d) O adotante há de ser, pelo menos, dezoito anos mais velho do que o adotando.
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e) Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de
convivência, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.
RESPOSTA: ALTERNATIVA E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa C: De acordo com o art. 36, parág. Único do ECA, o deferimento da tutela
pressupõe SIM prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar.
Alternativa D: De acordo com o art. 42, parág. 3, do ECA, o adotante há de ser, pelo
menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. Dezoito anos é a idade mínima para ado-
tar (mas não de diferença entre adotante e adotando).
Alternativa E: Esta é a alternativa correta, nos termos do art. 46, parág. 3 do ECA. A
adoção será precedida de um estágio de convivência pelo prazo fixado pelo juiz. Especifica-
mente com relação à adoção internacional, este prazo não pode ser inferior a 30 dias, e deve ser
cumprido no território nacional.
65 – QUESTÃO:
a) expedir notificações.
b) representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as
normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilida-
de civil e penal do infrator, quando cabível.
c) requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessá-
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rio.
d) promover a execução de suas decisões.
e) promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e
treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescen-
tes.
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
É importante que o candidato saiba TUDO sobre o Conselho Tutelar. O art. 136 do
ECA traz as atribuições do Conselho Tutelar.
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nutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Re-
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais,
ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas
de maus-tratos em crianças e adolescentes.
66 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA C.
COMENTÁRIOS:
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Por esta razão, a alternativa está incorreta.
Alternativa B: O ECA traz, também no art. 112, como medida socioeducativa a inter-
nação em estabelecimento EDUCACIONAL, e não prisional, como disse a alternativa. Por esta
razão, ela está incorreta.
Alternativa C: Esta é a alternativa correta, vez que reproduz o teor da súmula 338 do
STJ. Vale ressaltar que, para fins de prescrição, o STJ não utiliza os prazos estabelecidos para os
crimes nas leis penais, e sim o tempo de cumprimento da medida socioeducativa previsto no
Estatuto. Por exemplo: em caso de imposição de medida de semi-liberdade e internação, como
o prazo máximo destas é de 3 anos, devem prescrever em 8 anos, nos termos do art. 109, IV do
CP. Entretanto, o prazo prescricional é reduzido pela metade quando se tratar de menor de 21
anos na data do fato, o prazo prescricional, neste caso, será de 4 anos.
Alternativa E: De acordo com o art. 114 do ECA, a imposição das medidas socioedu-
cativas pressupõe PROVAS SUFICIENTES DE AUTORIA E MATERIALIDADE; apenas a medida de
advertência é que pode ser aplicada havendo apenas indícios de autoria (e não prova).
67 – QUESTÃO:
a) Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não convertida em pena privativa de liber-
dade deve ser descontado do prazo de cumprimento da medida socioeducativa.
b) O mandado de busca e apreensão do adolescente terá vigência mínima de 6 (seis) meses.
c) A medida socioeducativa será declarada extinta pela aplicação de pena privativa de liber-
dade, a ser cumprida em regime fechado ou semiaberto, desde que em execução definitiva.
d) No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento de medida socioeducativa,
responder a processo-crime, a medida socioeducativa será declarada extinta.
e) A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida são fa-
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tores que, por si, justificam a não substituição da medida por outra menos grave.
RESPOSTA: ALTERNATIVA A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Esta é a alternativa correta, pois em conformidade com o art. 46, parág.
2 da Lei do Sinase.
Alternativa D: De acordo com o art. 46, parág. 1 desta lei, no caso de o maior de 18
(dezoito) anos, em cumprimento de medida socioeducativa, responder a processo-crime, cabe-
rá a autoridade judiciária DECIDIR sobre eventual extinção da execução. Isto quer dizer que ela
não necessariamente será declarada extinta, razão pela qual a alternativa está incorreta.
68 – QUESTÃO:
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RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
Para acertar esta questão, bastava o aluno ter conhecimento do parág. 1 do art. 3 da
Lei do SINASE, que, inclusive, é muito importante para prova:
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Alternativa C: é uma competência da União, prevista no art. 3 da Lei.
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DIREITO EMPRESARIAL
PROF. TALLITA SAMPAIO
69 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA E.
COMENTÁRIOS:
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tomador, beneficiário da promessa de pagamento.
Alternativa E: Título causal é aquele que somente pode ser emitido nas hipóteses
que a lei autoriza sua emissão. É o caso, por exemplo, da duplicata, que só pode ser emitida para
documentar a realização de uma compra e venda mercantil ou um contrato de prestação de
serviços.
70 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA E.
COMENTÁRIOS:
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Alternativa A: Na sociedade em conta de participação, existem dois tipos de sócios:
o ostensivo (que exerce a atividade constitutiva do objeto social) e o participante (que, como o
próprio nome já diz, participa apenas dos lucros).
Portanto, como a atividade constitutiva é exercida pelo sócio ostensivo, e não pelo
sócio participante, esta alternativa está incorreta.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por
escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros po-
dem prová-la de qualquer modo.
Alternativa D: Como visto, quem exerce a atividade que constitui o objeto social é
o sócio ostensivo. Isso quer dizer que é a falência dele que pode, porventura, acarretar a disso-
lução da sociedade (lembre da construtora e do dono do terreno: quem se obriga perante os
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terceiros que compraram as unidades imobiliárias é a construtora; então, se ela falir, a sociedade
se dissolve; mas, se o dono do terreno falir, haverão de ser resolvidas as obrigações existentes
apenas entre este e a construtora, uma vez que o dono do terreno não tem relação nenhuma
com os compradores do imóvel – para estes, pouco importa a falência do dono do terreno).
Alternativa E: Esta é a alternativa correta, nos termos do art. 993, parág único do CC.
71 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA D.
COMENTÁRIOS:
37
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis
penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados.
Perceba, portanto, que os créditos quirografários serão pagos antes das multas tribu-
tárias.
Alternativa C: Nos termos do art. 132 da Lei de falências, o prazo da ação revocatória
é de 3 anos, e não 2, como disse a alternativa.
72 – QUESTÃO:
I - Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça re-
gularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e não ter, há menos de 8 (oito) anos,
obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial para microempresas e
empresas de pequeno porte;
II - Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça re-
gularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e não ter, há menos de 5 (cinco) anos,
obtido concessão de recuperação judicial;
III - O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pa-
gamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de
trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial.
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b) Apenas os itens I e II estão corretos.
c) Apenas os itens II e III estão corretos.
d) Apenas os itens I e III estão corretos.
e) Todos os itens estão incorretos.
RESPOSTA: ALTERNATIVA C.
COMENTÁRIOS:
Sendo assim, como os itens II e III são os únicos corretos, a alternativa C deve ser as-
sinalada.
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS
E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
PROF. NÁDIA SAAB
73 – QUESTÃO:
a) Qualquer cidadão, titular de capacidade eleitoral ativa e passiva, tem legitimidade para
postular, mediante o ajuizamento de ação popular, a invalidação de ato lesivo à moralidade
administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio público, histórico e cultural.
b) No tocante ao pedido principal, a ação popular deve ser proposta em face de todas as au-
toridades que contribuíram para a formação do ato e os seus beneficiários diretos.
c) A pessoa jurídica interessada poderá, após contestar o pedido, atuar ao lado do autor, se
conveniente ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.
d) O Ministério Público, além de atuar como fiscal da ordem jurídica, pode, tal como qual-
quer cidadão, habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor.
e) A ação popular é processada conforme o rito ordinário, inclusive quanto ao prazo de defe-
sa, e a sentença de procedência é recorrível via apelação sem efeito suspensivo.
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô-
nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento
de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
40
declaratória negativa, de sorte que o pedido principal consiste na invalidação do ato contrário
ao interesse tutelado. Porém, quando necessário, seja para fins de reparação do dano, seja para
afastar o risco de lesão, poderá ser formulado pedido condenatório.
Alternativa C: Nos termos do artigo 6º, § 3º da LAP, a pessoa jurídica de direito públi-
co ou privado, cujo ato seja objeto de impugnação, pode, no curso da demanda: a) contestar o
pedido; b) abster-se de contestar o pedido, caso em que não incide a presunção de veracidade
dos fatos decorrente da revelia ou; c) atuar ao lado do autor, quando tal postura se afigure útil
ao interesse público.
Além disso, o Ministério Público exerce importante função de órgão ativador da pro-
va, para que a instrução probatória seja concluída com celeridade, bem como para que as requi-
sições de documentos sejam atendidas no prazo legal. Não obstante, o órgão ministerial atua
como sucessor do autor, em caso de desistência ou abandono infundado da causa (artigo 9º da
LAP), pode interpor recursos em face das decisões contrárias ao autor (artigo 19, § 2º da LAP) e
promover a execução, caso o autor não o faça no prazo de 60 (sessenta) dias (artigo 16 da LAP).
41
maticamente do exercício das funções citadas, independentemente de qualquer formalidade
específica para tanto.
Além disso, a sentença que concluir pela carência ou improcedência da ação popular
está sujeita à reexame necessário, por força de disposição legal expressa constante do artigo 19
da LAP. Por outro lado, a sentença de procedência é recorrível via apelação, com efeito suspensi-
vo. Trata-se, pois, de exceção à sistemática recursal instituída pela legislação processual comum,
tendo em vista a relevância do bem jurídico tutelado.
74 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Com efeito, compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança co-
42
letivo impetrado pela União em face de autoridade que detém foro por prerrogativa de função
perante o Tribunal de Justiça do Estado. Neste caso, prevalece a competência da Justiça Federal
que tem assento constitucional, através do respectivo TRF, por força do princípio da hierarquia.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por par-
tido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de
seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade
partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associa-
ção legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um)
ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte,
dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autoriza-
ção especial.
Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensa-
ção de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenien-
43
tes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos
e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento
de qualquer natureza.
Especialmente no tocante ao MS coletivo, a concessão de liminar pressupõe a oitiva
prévia do representante judicial da pessoa jurídica de direito público interessada, no prazo de
72 (setenta e duas) horas, por força de disposição legal expressa nesse sentido (artigo 22, § 2º
da LMS).
75 – QUESTÃO:
a) Sociedade de economia mista prestadora de serviços públicos não tem legitimidade para
celebrar Termo de Ajustamento de Conduta.
b) O tomador do compromisso pode dispor do direito material objeto do acordo.
c) Falta interesse processual para o ajuizamento de ação civil pública ao tomador e aos de-
mais legitimados, quando o compromisso é suficiente para a satisfação do direito tutelado.
d) A ausência de previsão de multa cominatória acarreta a nulidade do compromisso.
e) Quando celebrado por entidade da Administração direta, o Ministério Público não tem
legitimidade para promover a execução do compromisso.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS
44
na esfera extrajudicial, destinado à adequação da conduta do infrator às exigências legais, no
tocante à prevenção ou reparação de danos a direitos transindividuais.
A expressão “órgãos públicos” constante do aludido dispositivo legal deve ser inter-
pretada no sentido de entes públicos, de forma a abranger não somente os órgãos, que, a rigor,
não detém personalidade jurídica, mas também as instituições, a exemplo do Ministério Públi-
co, e as pessoas jurídicas de direito público. Nesse contexto, autarquias e fundações públicas
tem legitimidade para celebrar Termo de Ajustamento de Conduta.
45
Alternativa D: Conforme se infere da leitura do artigo 5º, § 6º da Lei 7347/85 citado
acima, o Termo de Ajustamento de Conduta deve estabelecer medidas coercitivas adequadas e
suficientes para desestimular o descumprimento das obrigações.
76 – QUESTÃO:
São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente previstos na Lei 6938/81, exceto:
a) Zoneamento ambiental.
b) Servidão ambiental.
c) Estudo de Impacto de Vizinhança.
d) Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental.
e) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Previsto no artigo 9º, inciso II da Lei 6938/81 e regulamentado pelo De-
creto 4297/02, o zoneamento ambiental estabelece medidas e padrões de proteção ambiental
destinados a assegurar a qualidade dos recursos hídricos e do solo, bem como a conservação da
biodiversidade, com vistas à garantia do desenvolvimento sustentável e da melhoria das condi-
ções de vida da população. Trata, pois, da gestão integrada de políticas territoriais, ambientais
e de desenvolvimento em um espaço determinado, que traduz a necessidade, cada vez mais
recorrente, de compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com as exigências de preser-
46
vação do meio ambiente.
77 – QUESTÃO:
47
te, deflagra a atuação subsidiária de outro órgão.
c) A renovação da licença ambiental deve ser solicitada pelo empreendedor com antecedên-
cia mínima de 180 (cento e oitenta) dias da expiração do seu prazo de validade, automatica-
mente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
d) A competência para promover o licenciamento ambiental é atribuída pela lei à um único
ente federativo, o que não impede a manifestação de órgãos ambientais de outras entida-
des, com caráter vinculante.
e) Compete à União promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades
desenvolvidos em Área de Proteção Ambiental instituída pelo Estado, mas localizada na pla-
taforma continental.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
O licenciamento ambiental compreende, pois, uma sucessão de atos que visam à ob-
tenção sequencial de três licenças, enumeradas no artigo 8º da Resolução 237/97 do CONAMA:
48
Portanto, a licença prévia apenas atesta a viabilidade ambiental do projeto e esta-
belece os requisitos básicos a serem observados nas próximas fases de sua implementação. A
licença de instalação, por sua vez, como o próprio nome sugere, autoriza a instalação do em-
preendimento de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual cons-
tituem motivo determinante.
49
os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e,
no máximo, 10 (dez) anos.
Isso porque, ao contrário das demais espécies de unidades de conservação, nas Áreas
de Proteção Ambiental o critério do ente instituidor não determina o licenciamento ambiental.
Portanto, ainda que instituída pelo Estado, compete à União promover o licenciamento am-
biental de empreendimentos e atividades desenvolvidos em Área de Proteção Ambiental loca-
lizada na plataforma continental (artigo 12 da LC 140/11.
78 – QUESTÃO:
a) A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos importa em alienação parcial das águas,
por prazo determinado, não superior a 35 (trinta e cinco) anos.
b) Independe de outorga o lançamento em corpo hídrico de esgotos e demais resíduos líqui-
dos ou gasosos tratados, com o fim de diluição, transporte ou disposição final.
c) A outorga pode ser objeto de suspensão, total ou parcial, em caráter definitivo ou por
prazo determinado, ante a necessidade premente de água em situações de calamidade ou
condições climáticas adversas.
50
d) A cobrança pelo uso de recursos hídricos consubstancia o princípio do poluidor pagador,
tendo em vista a necessidade de racionalizar a utilização da água.
e) Os Comitês de Bacias Hidrográficas são criados por autorização do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, para exercerem a função de secretaria executiva da respectiva Agência de
Água, que vincula a sua área de atuação.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Por outro lado, independem de outorga, nos termos do artigo 12, § 1º da Lei 9433/97:
51
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignifican-
tes;
III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
Nota-se, pois, da leitura do aludido dispositivo legal, que não há limitação temporal
estabelecida pelo legislador, de sorte que a outorga pode ser suspensa pelo prazo necessário à
resolução da situação de calamidade e à normalização das condições climáticas.
Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados
prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
52
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos
nos Planos de Recursos Hídricos;
II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo
dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerencia-
mento de Recursos Hídricos.
Ressalte-se que, nesta última hipótese, a aplicação é limitada a 7,5% do total arreca-
dado, evitando, assim, que os recursos sejam absorvidos pela máquina burocrática em detri-
mento dos Planos de Recursos Hídricos e seus componentes.
Os Comitês de Bacia Hidrográfica, por sua vez, são órgãos colegiados com atribuições
normativas, deliberativas e consultivas a serem exercidas na bacia hidrográfica de sua jurisdição
(artigo 1º, § 1º da Resolução 05/2000 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos).
79 – QUESTÃO:
53
correta.
a) O Ministério Público não tem legitimidade para atuar em defesa dos interesses dos adqui-
rentes, porquanto se trata de direito patrimonial disponível.
b) A inserção do imóvel rural em perímetro urbano autoriza o cancelamento do registro da
área de Reserva Legal, independentemente da aprovação do projeto de parcelamento do
solo.
c) O projeto de parcelamento do solo deve ser aprovado pela Prefeitura Municipal e, na se-
quência, registrado no ofício imobiliário competente no prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
sob pena de caducidade da aprovação.
d) São irretratáveis os compromissos de compra e venda celebrados com os potenciais ad-
quirentes dos lotes, vedada, contudo, a execução específica da obrigação.
e) A hipoteca constituída em relação ao imóvel objeto de parcelamento tem eficácia perante
os adquirentes, se posterior à celebração dos compromissos de compra e venda.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Por outro lado, no tocante aos direitos coletivos em sentido estrito e individuais ho-
mogêneos, a atuação do parquet está adstrita aos interesses indisponíveis ou afetos à coletivi-
dade. A relevância social pode ser objetiva (decorrente da própria natureza dos valores e bens
em questão, tal como a dignidade humana, a saúde, a educação, etc.) ou subjetiva (em razão da
qualidade especial dos titulares – um grupo de idosos ou de crianças por exemplo).
54
Alternativa C: Com efeito, de acordo com o disposto no artigo 12 da Lei 6766/79, o
projeto de parcelamento do solo deve ser aprovado pela Prefeitura Municipal e, na sequência,
registrado no ofício imobiliário competente no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena
de caducidade da aprovação. Contudo, na situação fática narrada, infere-se que o incorporador
celebrou inúmeros compromissos de compra e venda com potenciais adquirentes dos lotes
antes de aprovado o projeto, o que, por si só, caracteriza infração penal (artigos 37 e 52 da Lei
6766/79). Não obstante, constituiu hipoteca sobre o imóvel objeto do parcelamento.
Denota-se, pois, a partir da leitura do dispositivo legal em análise, que, diante da ne-
gativa do incorporador em celebrar o contrato definitivo, os compromissos de compra e venda
celebrados com os potenciais adquirentes dos lotes são passíveis de execução específica.
80 – QUESTÃO:
a) Perda de bens e valores, ressarcimento integral do dano, suspensão dos direitos políticos
de oito a dez anos, e multa civil correspondente ao triplo do acréscimo patrimonial ilícito.
b) Perda da função pública, ressarcimento integral do dano, e proibição de contratar com
55
o Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de dez
anos.
c) Ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
de cinco a oito anos, e multa civil correspondente ao dobro do valor do dano.
d) Perda de bens e valores, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios
pelo prazo de três anos.
e) Perda da função pública, ressarcimento integral do dano, e multa civil correspondente a
cem remunerações percebidas pelo agente público no exercício da função.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
56
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspen-
são dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até
3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará
em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimo-
nial obtido pelo agente.
A hipótese citada configura ato de improbidade que causa prejuízo ao erário, ao qual
são aplicáveis as sanções previstas no inciso II do dispositivo legal em alusão, entre as quais se
inclui a perda de bens e valores e o ressarcimento integral do dano. Por outro lado, a suspensão
dos direitos políticos de oito a dez anos, e a multa civil correspondente ao triplo do acréscimo
patrimonial ilícito, são sanções pertinentes à prática de ato ímprobo que importa em enriqueci-
mento ilícito do agente público.
Alternativa C: Com efeito, diante da prática de ato de improbidade que causa preju-
ízo ao erário, são aplicáveis, além do perdimento de bens e valores e da proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de cinco
anos, as penalidades de ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, e multa civil correspondente ao dobro do valor do
dano.
Alternativa D: Como dito, diante da prática de ato de improbidade que causa prejuí-
zo ao erário, é aplicável, dentre outras sanções, a penalidade de perda de bens e valores acresci-
dos ilicitamente ao patrimônio do agente, se concorrer esta circunstância. Porém, a suspensão
dos direitos políticos de três a cinco anos e a proibição de contratar com o Poder Público ou re-
ceber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de três anos constitui penalidade
aplicável pela prática de ato ímprobo que atenta contra os princípios da Administração.
57
81 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
58
co ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrati-
va responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste arti-
go recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano,
ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
59
ção supletiva e redistributiva em matéria educacional e tem interesse na universalização de um
padrão mínimo de qualidade do ensino (artigo 109, inciso IV da CF). Por outro lado, no âmbito
cível, compete à Justiça Federal processar e julgar atos de improbidade relacionados ao desvio
de verbas do FUNDEB somente quando houver complementação da União, o que justifica a
intervenção do ente federal no processo (artigo 109, inciso I da CF). Nos demais casos, portanto,
a competência será da Justiça Estadual. Este é o atual entendimento do STF, exarado no julga-
mento da Ação Civil Originária 1109.
82 – QUESTÃO:
Considere a seguinte situação hipotética: João Paulo foi eleito Prefeito do Município “X”,
nas eleições de 2012 e reeleito para o mesmo cargo no ano de 2016. No curso do primeiro
mandato, o Ministério Público instaurou inquérito civil para apurar supostas irregularidades
praticadas em concurso público realizado no ano de 2012 para a contratação de professores
municipais. Concluídas as diligências investigatórias neste ano, a ação de improbidade, con-
forme o entendimento do STJ:
a) Deve ser ajuizada no prazo de cinco anos, contados da prática do ato de improbidade.
b) Deve ser ajuizada no prazo de cinco anos, contados do término do primeiro mandato.
c) Deve ser ajuizada no prazo de cinco anos, contados do término do segundo mandato.
d) Está prescrita.
e) É imprescritível.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
60
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta
lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos ca-
sos de exercício de cargo efetivo ou emprego;
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da
prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único
do art. 1o desta Lei.
Note-se que, nos dois primeiros incisos do dispositivo legal em análise, a individuali-
zação do lapso prescricional está associada à natureza do vínculo mantido pelo agente público
com o sujeito passivo em potencial. Assim, tratando-se de vínculo temporário o prazo é conta-
do a partir da sua dissolução. Por outro lado, no caso de vínculo permanente, o legislador faz
remissão ao prazo previsto em leis específicas para faltas disciplinares puníveis com demissão a
bem do serviço público. Conclui-se, pois, que a data em que praticado o ato de improbidade é
irrelevante para fins de contagem da prescrição.
Alternativa D: Ante o exposto nas assertivas anteriores, denota-se que a ação de im-
probidade não está prescrita. Isso porque, no curso do primeiro mandato, o Ministério Público
instaurou inquérito civil para apurar supostas irregularidades praticadas em concurso público
realizado no ano de 2012 para a contratação de professores municipais. Tais diligências foram
concluídas neste ano, ou seja, após o final do primeiro mandato, mas no primeiro ano do segun-
do mandato, cujo término é considerado para fins de contagem do prazo prescricional.
61
creve se a ação de improbidade não for ajuizada no prazo previsto no citado artigo 23, indivi-
dualizado conforme a natureza do vínculo mantido pelo agente público com o sujeito passivo
em potencial. Contudo, por força do disposto no artigo 37, § 5º da Constituição, a pretensão
de ressarcimento ao erário é imprescritível. Portanto, somente a reparação de eventuais danos
causados ao erário em virtude do ato ímprobo narrado pode ser postulada a qualquer tempo
pela Administração.
83 – QUESTÃO:
a) O profissional freteiro, adquirente de caminhão zero quilômetro, que assevera conter de-
feito, poderá ser considerado consumidor, se caracterizada alguma espécie de vulnerabili-
dade frente ao fornecedor.
b) Para fins de responsabilidade por vício do produto ou serviço, equiparam-se aos consu-
midores todas as vítimas do evento, tal como o proprietário cuja residência é atingida por
aeronave que realizava serviço de transporte para um destinatário final.
c) O conceito jurídico de fornecedor não abrange os entes despersonalizados, de sorte que a
ausência de personalidade jurídica constitui óbice para a incidência da legislação consume-
rista e eventual responsabilização pelos danos causados aos consumidores.
d) A Companhia Paulista de Força e Luz, concessionária de energia elétrica do Estado, não
se enquadra no conceito legal de fornecedor previsto no Código de Defesa do Consumidor,
porquanto submetida ao regime jurídico de direito privado.
e) As relações contratuais estabelecidas entre as entidades de previdência complementar
fechadas e seus participantes ou associados caracterizam genuína relação de consumo e
atraem a incidência do Código de Defesa do Consumidor.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
62
O STJ também adotou o conceito finalista de consumidor, mas tem reconhecido a
necessidade de relativizá-lo para abranger a pessoa física ou jurídica que, embora não seja des-
tinatária fática e econômica do bem ou serviço, pode ser considerada consumidora em razão
de apresentar alguma espécie de vulnerabilidade frente ao fornecedor. Nesse sentido, vejamos
interessante precedente:
Portanto, a teoria finalista mitigada não deixa de perquirir acerca do uso profissional
do produto ou serviço; apenas, excepcionalmente, à vista da vulnerabilidade concreta do ad-
quirente, passa a considerá-lo consumidor, embora não seja destinatário econômico do bem.
Alternativa C: De acordo com o conceito extraído do artigo 3º, caput do CDC, forne-
63
cedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que exercem atividade profissional consistente no fornecimento de
produto ou serviço no mercado de consumo.
64
de escolha, caracterizando-se uma relação jurídica de natureza administrativo-tributária.
84 – QUESTÃO:
65
Correios, responde por furto ou roubo praticado no interior do seu estabelecimento, pois
trata-se de fortuito interno.
e) Tratando-se de cirurgia plástica estética e reparadora, o médico responde objetivamente
por eventuais danos causados ao paciente, pois, ao ser contratado, assume obrigação de
resultado.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Portanto, o consumidor dispõe do prazo de 5 (cinco anos) para ajuizar a ação de repa-
ração dos danos causados pelo produto ou serviço defeituoso, sob pena de extinção da preten-
são, por força da prescrição. Quanto ao termo inicial, o legislador adotou a teoria da actio nata,
de sorte que o início do prazo prescricional é contemporâneo ao conhecimento do dano e de
sua autoria.
66
rança a movimentação bancária dos seus clientes, motivo pelo qual respondem objetivamente
pelos danos decorrentes de serviço defeituoso, exceto se comprovada a culpa exclusiva do cor-
rentista (artigo 14 do CDC). Nesse sentido, confira-se o enunciado da súmula 479 do STJ:
Com efeito, a banalização do dano moral, em caso de mera cobrança indevida, sem
repercussão em direito da personalidade, aumentaria o custo da atividade econômica que, em
última análise, seria repassado para o próprio consumidor. Por outro lado, a indenização por
dano extrapatrimonial devidamente caracterizado, tem o efeito benéfico de estimular boas prá-
ticas pelas instituições financeiras (REsp 1550509).
67
estética, o médico assume obrigação de resultado e, apesar de subjetiva a responsabilidade, a
sua culpa é presumida (REsp 236708). Por outro lado, tratando-se de cirurgia plástica estética e
reparadora, a responsabilidade do médico deve ser analisada de forma fracionada, conforme a
finalidade da intervenção (REsp 1097955).
85 – QUESTÃO:
Considere a seguinte situação hipotética: João contratou plano coletivo de assistência à saú-
de, por intermédio de associação representativa da categoria profissional a que pertence,
em regime de coparticipação. Após sofrer um grave acidente automobilístico, foi submetido
à uma cirurgia de emergência e, nesse contexto, João foi informado acerca da limitação con-
tratual referente ao valor do tratamento e ao tempo de internação, bem como da negativa
da operadora em custear o serviço de home care, indicado pelo médico em substituição à
internação hospitalar. Nesse contexto, assinale a opção correta, de acordo com a jurispru-
dência do STJ.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
68
responsabilidade da seguradora em relação ao objeto nuclear da contratação, qual seja a prote-
ção da saúde do consumidor. Além disso, representam violação ao princípio da boa-fé objetiva,
tendo em vista a justa expectativa do segurado de que os procedimentos cobertos pelo plano
serão custeados integralmente pela operadora.
86 – QUESTÃO:
69
a) É nulo o casamento contraído por pessoa portadora de deficiência mental sem o necessá-
rio discernimento para a prática dos atos da vida civil.
b) A validade dos atos praticados por pessoa com deficiência está condicionada à adoção do
processo de tomada de decisão apoiada.
c) Nos programas habitacionais públicos ou subsidiados com recursos públicos, devem ser
reservadas, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais para moradia própria
de pessoa com deficiência.
d) O funcionário público que obstar o acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego públi-
co, em razão de sua deficiência, responde pelo delito de prevaricação tipificado no Código
Penal.
e) Das sentenças e decisões proferidas contra o autor de demanda destinada à proteção dos
direitos das pessoas portadoras de deficiência, somente poderá recorrer o Ministério Públi-
co, na qualidade de parte ou fiscal da ordem jurídica.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
70
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com re-
cursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsável goza de
prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o
seguinte:
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacio-
nais para pessoa com deficiência.
Por essa razão, das sentenças e decisões proferidas contra o autor de demanda desti-
nada à proteção dos direitos das pessoas com deficiência, poderá recorrer qualquer legitimado
ativo, inclusive o Ministério Público, na qualidade de parte ou fiscal da ordem jurídica (artigo 2º
da Lei 7853/89).
71
DIREITOS HUMANOS
PROF. TALLITA SAMPAIO
87 – QUESTÃO:
De acordo com a Lei dos Portadores de Transtornos Mentais (Lei 10.261), assinale a alterna-
tiva correta:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
72
Alternativa B: Alternativa correta, pois está em conformidade com o Art. 8, parág. 1
da Lei:
88 – QUESTÃO:
73
munitários associados à função habitacional, bem como a assistência técnica e jurídica para
a construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação em área urbana.
e) Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é
facultativo o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que este-
jam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, de-
vendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
Alternativa D: Nos termos do art. 35 da Lei 12288, o direito à moradia adequada in-
clui a infraestrutura urbana e dos equipamentos comunitários associados à função habitacional,
bem como a assistência técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização fundi-
ária da habitação em área urbana:
74
ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâmica urba-
na e promover melhorias no ambiente e na qualidade de vida.
Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos desta
Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas também a ga-
rantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comunitários asso-
ciados à função habitacional, bem como a assistência técnica e jurídica
para a construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação
em área urbana.
89 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
75
guintes casos
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organização das
Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento
e empréstimos;
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlíni-
ca, clínica geral e clínica especializada; e
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas,
para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer
ônus para a seguridade social; e
IV - demais casos previstos em legislação específica.
90 – QUESTÃO:
a) A Comissão, como órgão da CADH, pode receber tanto petições individuais quanto de-
núncias interestatais sobre violações aos DH.
b) A denúncia à Comissão pode ser formulada por qualquer pessoa ou entidade.
c) Para que uma petição seja admitida pela Comissão, é necessário que hajam sido interpos-
76
tos e esgotados os recursos da jurisdição interna.
d) Admite-se denúncia anônima.
e) Para que uma petição seja admitida pela Comissão, é necessário que a petição seja apre-
sentada no prazo máximo de 6 meses a partir da data da notificação definitiva interna sobre
a violação.
RESPOSTA: ALTERNATIVA D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A Comissão, como órgão da CADH, pode receber tanto petições indivi-
duais quanto denúncias interestatais sobre violações aos DH. Para que a Comissão possua rece-
ber petições individuais contra determinado Estado é necessário que ele não tenha ressalvado
essa possibilidade quando da ratificação da Convenção. Portanto, o processamento individual
sobre violações aos DH é facultativo, sendo obrigatórios apenas os resultantes de comunica-
ções interestatais.
Alternativa B: De fato, a denúncia pode ser formulada por qualquer pessoa ou enti-
dade, ou seja, não só a vitima da violação dos DH possui legitimidade para acionar a Comissão,
não sendo necessário sequer sua aquiescência da denúncia.
Alternativa E: Resposta correta. Este é mais um requisito para que a Comissão receba
à petição (NÃO ESQUEÇA DESSE PRAZO MÁXIMO DE 6 MESES).
77
DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF. NÁDIA SAAB
91 – QUESTÃO:
Acerca dos atributos e requisitos de validade do ato administrativo, assinale a opção correta.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
78
do vício.
Nesse contexto, são passíveis de convalidação os atos praticados por autoridade in-
competente ou mediante omissão de formalidades legais, vícios sanáveis, que determinam tão
somente a anulação do ato viciado.
92 – QUESTÃO:
a)As empresas públicas e sociedades de economia mista tem o dever de licitar para a con-
tratação de obras, serviços, compras e alienações, independentemente da atividade desen-
volvida.
b) A concorrência é obrigatória para aquisição ou alienação de bens imóveis decorrentes de
procedimento judicial ou dação em pagamento, cujo valor seja superior a R$ 1.500.000,00
(um milhão e quinhentos mil reais).
c) É proibido o uso do pregão, em todas as esferas federativas, para a contratação de obras
e serviços de engenharia, locações imobiliárias, alienações em geral e bens e serviços de
informática e automação.
d) As hipóteses de inexigibilidade de licitação representam rol taxativo e decorrem da invia-
bilidade lógica, fática e jurídica de competição, aferida no caso concreto.
e) A licitação de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propagan-
da deve, obrigatoriamente, observar o critério “menor preço”.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
79
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as funda-
ções públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista
e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Es-
tados, Distrito Federal e Municípios.
80
tro) horas da apresentação das propostas.
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a ins-
tituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual
ou superior ao valor da avaliação.
Além das modalidades citadas, a Lei 9472/97 prevê a utilização da consulta, exclu-
sivamente no âmbito da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, e a Lei 10520/2002
disciplina a utilização do pregão para aquisição de bens e serviços comuns.
81
alienações em geral e; d) bens e serviços de informática e automação.
82
93 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Consoante o disposto no artigo 15, § 7º, inciso I da Lei 8666/93, a licitação para aqui-
sição de bens pressupõe a individualização do objeto licitado, vedada a indicação de marca ou
modelo específico. Contudo, no âmbito do RDC, a entidade contratante poderá indicar marca
ou modelo, desde que formalmente justificado, nas seguintes hipóteses:
83
de solidariedade emitida pelo fabricante (artigo 7º da Lei 12462/11).
84
entidade da administração pública.
Alternativa E: De acordo com o disposto no artigo 109, inciso III da Lei 8666/93, a
aplicação da sanção de declaração de inidoneidade somente pode ser impugnada via pedido
de reconsideração, no prazo de 10 (dez) dias úteis, contados da intimação da decisão.
94 – QUESTÃO:
a) A duração dos contratos administrativos está adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, exceto o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informá-
tica, que poderão ser contratados pelo prazo de 60 (sessenta) meses, prorrogáveis por igual
período.
b) A entidade contratante pode exigir a prestação de garantia, não excedente à 10% (dez por
cento) do valor do contrato, mediante caução em dinheiro, seguro garantia ou fiança bancá-
ria, à escolha do contratado.
c) A ocupação de bens, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execu-
ção do contrato, necessários à sua continuidade, na hipótese de rescisão unilateral da aven-
ça, deve ser precedida de autorização expressa do Ministro de Estado competente.
d) É admitida a celebração de contrato verbal para compras ou alienações contratadas me-
diante pronto pagamento, correspondente ao valor máximo de 4 (quatro) mil reais.
e) Executado o contrato, o seu objeto será recebido provisoriamente pelo prazo de 60 (ses-
senta) dias, excluída, após o decurso deste período, a responsabilidade do contratado pela
solidez e segurança da obra ou serviço.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
85
“ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas fí-
sicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públi-
cos, segundo regime jurídico de direito público” (Direito Administrativo,
13ª edição, Atlas, p. 251).
86
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.
87
lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até
15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autorida-
de competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas par-
tes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a
adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no
art. 69 desta Lei;
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformida-
de do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do
material e conseqüente aceitação.
Contudo, o recebimento provisório, que não poderá ser superior a 90 (noventa) dias,
ou definitivo, não exclui a responsabilidade do contratado pela solidez e segurança da obra ou
do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites esta-
belecidos pela lei (artigo 73, §§ 2º e 3º da Lei 8666/93).
95 – QUESTÃO:
a) Considera-se concessão de serviço público a delegação de sua prestação pelo poder con-
cedente, a título precário, mediante licitação na modalidade concorrência, à pessoa física ou
jurídica que demonstre capacidade para o seu desempenho, por sua conta e risco.
b) São insuscetíveis de concessão os serviços públicos não privativos do Estado e os serviços
de natureza uti singuli.
c) Não caracteriza descontinuidade do serviço público a sua interrupção em situação de
emergência ou, mediante prévio aviso, por inadimplemento do usuário, salvo se o próprio
Estado ostentar a condição de devedor.
d) A concessionária pode promover desapropriações e instituir servidões de bens necessá-
rios à execução do serviço, caso em que responderá pelas indenizações cabíveis.
e) Denomina-se caducidade a extinção da concessão antes do advento do termo contratual,
mediante lei específica e após o prévio pagamento da indenização relativa aos investimen-
tos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
88
consiste na delegação de sua prestação pelo poder concedente, mediante licitação na moda-
lidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para o seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (artigo 2º, inciso II da
Lei 8987/95).
Não se confunde, todavia, com o contrato de permissão de serviço público, este sim
espécie de delegação a título precário, mediante licitação em qualquer modalidade, à pessoa
física ou jurídica (artigo 2º, inciso IV da Lei 8987/95).
Alternativa C: Por ser característica inerente ao regime jurídico dos serviços públicos,
o dever de continuidade compreende, outrossim, as formas indiretas de prestação, por meio de
concessionários e permissionários.
89
inadimplência da concessionária, devidamente apurada em processo administrativo, indepen-
dentemente de indenização prévia (artigo 38 da Lei 8987/95).
Ainda, a concessão pode ser extinta por advento do termo contratual, rescisão judi-
cial no caso de descumprimento do contrato pelo poder concedente, anulação quando eivada
de vício de legalidade e falência ou extinção da concessionária.
96 – QUESTÃO:
Considere a seguinte situação hipotética: Marcos, servidor público federal, regularmente in-
vestido na função pública de motorista do Ministério da Saúde, ao dirigir, alcoolizado, carro
oficial em serviço, atropelou uma pessoa que atravessava, com prudência, a faixa de pedes-
tres de um bairro residencial. Neste caso, tendo em vista as disposições constitucionais e
legais aplicáveis à espécie, assinale a opção correta.
a) O Ministério da Saúde pode ser acionado judicialmente para responder pelos danos que
Marcos, no exercício da função, causou à vítima.
b) A responsabilidade do Estado decorre do fato de Marcos ter praticado um ato ilícito, eis
que estava dirigindo embriagado.
c) Em virtude da teoria do risco administrativo, o Estado responde objetivamente pelos da-
nos que Marcos causou à vítima, vedada a alegação de causas excludentes da responsabili-
dade.
d) Caso Marcos estivesse transportando material radioativo, devidamente acondicionado, o
dano ambiental seria indenizável por força da aplicação da teoria do risco integral.
e) Marcos deve ser acionado diretamente pela vítima, pois a responsabilidade do Estado, no
caso, demanda a comprovação de que estava dirigindo embriagado.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Como é cediço, os órgãos públicos não podem ser acionados judicialmente para res-
ponder pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, sob pena de ex-
tinção do processo sem resolução do mérito por ilegitimidade de parte. Portanto, a demanda
deve ser direcionada à pessoa jurídica à qual pertence o órgão. No caso, se o dano foi causado
por funcionário do Ministério da Saúde, a ação deve ser ajuizada em face da União, pessoa jurí-
dica à qual pertence o órgão despersonalizado.
90
Alternativa B: A configuração da responsabilidade estatal prescinde da ilicitude do
ato lesivo, de sorte que o dever de indenizar decorre da ação ou omissão do agente público
causador do dano. De fato, na situação fática narrada, Marcos praticou um ato ilícito, pois es-
tava dirigindo embriagado, veículo oficial em serviço, caso em que a responsabilidade estatal
decorre do princípio da legalidade, violado pela conduta praticada em desconformidade com
a legislação.
Alternativa D: Desde a edição da Lei 6938/81, a responsabilidade civil por danos am-
bientais é objetiva, na modalidade risco integral, de sorte que o dever de indenizar independe
da comprovação de culpa do causador do dano que sequer pode invocar, em seu favor, causas
excludentes da responsabilidade (artigo 14, § 1º da Lei 6938/81).
Com efeito, na situação hipotética narrada, caso Marcos estivesse transportando ma-
terial radioativo, o dano ambiental seria indenizável por força da aplicação da teoria do risco
integral, ainda que devidamente acondicionado, eis que, como dito, o dever de indenizar inde-
pende da comprovação de culpa do causador do dano, vedada, outrossim, a alegação de causas
excludentes da responsabilidade.
91
dade objetiva do Estado.
Dessa forma, na situação hipotética narrada, se o dano foi causado por funcionário
do Ministério da Saúde, a ação indenizatória deve ser ajuizada em face da União, pessoa jurí-
dica à qual pertence o órgão despersonalizado, cuja responsabilidade, de natureza objetiva,
independe da comprovação de que Marcos estava dirigindo embriagado. Tal fato será objeto
de apuração somente nos autos de eventual ação regressiva, fundada na responsabilidade sub-
jetiva do agente público causador do dano.
97 – QUESTÃO:
No tocante ao regime jurídico aplicável aos agentes públicos, assinale a opção correta de
acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores.
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
92
alidade. Além disso, é necessário manter o paralelismo entre a forma de admissão, mediante
concurso público, e a dispensa do empregado (RE 589998).
Com efeito, cargo técnico é aquele para cujo exercício pressupõe conhecimentos es-
pecíficos de determinada área do saber e habilitação legal, não necessariamente de nível su-
perior. Logo, não podem ser considerados cargos técnicos aqueles que impliquem a prática de
atividades meramente burocráticas, de caráter repetitivo, que não demandam formação espe-
cífica. Portanto, tradutor e intérprete de LIBRAS é cargo técnico para fins de enquadramento na
exceção constitucional e pode ser cumulado com o exercício do magistério, desde que a carga
horária semanal não seja superior a 60 (sessenta) horas, por força do princípio da eficiência
(REsp 1569547).
93
Alternativa D: De acordo com o entendimento do STJ, o recebimento indevido de
valores por força de decisão administrativa não acarreta o dever de restituição, se caracterizada
a boa-fé do servidor, com fundamento no princípio da legítima confiança, pois vedada a aplica-
ção retroativa de nova interpretação (REsp 1.244.182).
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que preju-
diquem a saúde ou a integridade física.
Interpretando aludido dispositivo legal, decidiu o STF que, tratando-se de risco con-
tingente ou eventual (atividades eventualmente perigosas), o direito à aposentadoria especial
demanda a edição de norma infraconstitucional, cuja ausência não caracteriza omissão do le-
gislador, pois a Constituição não a exige. Por outro lado, na hipótese de risco inerente à natureza
do serviço prestado (atividades essencialmente perigosas), a ausência de norma regulamen-
tadora caracteriza omissão inconstitucional, pois, neste caso, não há discricionariedade, mas
dever de legislar.
98 – QUESTÃO:
94
c) A desapropriação por utilidade pública pressupõe, necessariamente, o pedido de imissão
provisória na posse, tendo em vista a urgência da situação concreta.
d) A expedição do decreto expropriatório deflagra o prazo bienal de caducidade na hipótese
de desapropriação por interesse social.
e) A sentença que fixar o valor da indenização é recorrível via apelação, com efeito suspensi-
vo, quando interposta pelo expropriado.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
95
é obrigatório. Igualmente, nas desapropriações por interesse social, destinadas a promover a
justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem-estar comum, o pedido de
imissão provisória na posse é dispensável.
O polo ativo da demanda será ocupado pelo ente público expropriante, ao passo que
no polo passivo figurará o proprietário expropriado. Além disso, é obrigatória a intervenção do
Ministério Público na qualidade de fiscal da ordem jurídica. Na sentença, com fundamento em
laudos periciais, o juiz fixa o valor da indenização, recorrível via apelação, recebida com duplo
efeito apenas quando interposta pelo expropriante (artigo 28 do Decreto-Lei 3365/41).
99 – QUESTÃO:
As terras devolutas, assim denominadas aquelas que foram devolvidas à Coroa Portuguesa
após a extinção do regime de capitanias hereditárias e incorporadas ao domínio nacional
com a independência do Brasil, são bens públicos:
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
96
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e
praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a servi-
ço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou
municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas
de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma
dessas entidades.
100 – QUESTÃO:
97
contra a Administração Pública, assinale a opção correta.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
98
As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do
respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveis
pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsa-
bilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do
dano causado.
99
ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou
empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições finan-
ceiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo
de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os proces-
sos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei no 8.429, de 2
de junho de 1992; e
II - atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, ou
outras normas de licitações e contratos da administração pública, inclu-
sive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC
instituído pela Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011.
Portanto, a aplicação das sanções previstas na Lei 12846/13 não exclui a possibilidade
de incidência das penalidades decorrentes da prática de atos de improbidade administrativa.
100