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Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais

Geraldo Cechella Isaia (Organizador/Editor)


© 2010 IBRACON. Todos direitos reservados.

Capítulo 3

Normalização na Construção Civil


Les/ie Maria Finger Roman
Gesthab - Assessoria e Avaliação da Qualidade

Margaret Souza Schmidt Jobim


Universidade Federal de Santa Maria

Humberto Ramos Roman


Universidade Federal de Santa Catarina

Inês Laranjeira da Silva Battagin


Associação Brasileira de Normas Técnicas

3.1 Introdução

Há algumas décadas atrás, a produção era artesanal e não existiam padrões.


Produtos e serviços eram desenvolvidos sem os atuais controles e não havia
garantia de que a cada produção seiiam obtidos itens com características iguais
àquelas obtidas anteriormente.
Essa situação começou a ser modificada no início da revolução industrial,
quando as empresas passaram a organizar seus processos produtivos de forma
a manter as características de sua produção. Essa padronização, no entanto,
visava mais uma redução no custo da produção do que a diminuição da
variabilidade dos produtos.
Com a padronização dos processos, houve uma conseqüente minoração da
variabilidade dos produtos dentro de uma mesma empresa, porém continuaram a
existir grandes disparidades entre os produtos de diferentes indústrias, apesar de
servirem ao mesmo propósito. Esse fato acarretava dificuldades para os usuários,
tanto pelas diferenças de aplicação de produtos fabricados por diferentes
empresas, quanto pela dificuldade de encontrar peças adequadas de reposição.
O estabelecimento das piincipais características e propriedades de um
determinado produto em um documento, acessível a todas as partes
envolvidas, foi O primeiro passo para se chegar aos processos de normalização
técnica de que hoje se dispõe.
LM. Roman. M. S. Jobim, H. R. Roma11, /. L. S. Battagi11
76

, . . am ortanto, de uma necessidade da sociedact


As Normas Tecmcas surg~r d
para servir a essa mesma socie ª
cif '
como ferramenta de avaliação de produt e,
os
• proteger .z
estabeleci!
e serviços. r ão e de avaliação da qualidade são o tema dest d) Economu
Os processos ~e norma iztaçdos os conceitos e a sistemática utilizada noe • regular de
capítulo Nele sao apresen ª "d d ·1· d s • proporcior
· 1. -
processos de norma 1zaçao e avaliação da conforIDI
. . a e uh
d 1za os no Brasu· , fornecedo
mais especificamente na construção civil, comparan o-os a padrões serviços.
internacionais. e) Eliminaç
• evitar a e
3 2 Conceitos, objetivos e benefícios da normalização em difere
f) Certifica
A definição para o termo "norm~liz~ção ", dada p~las_ entidades • servir de
internacionais ISO - International Organzzatwn for Standardzzatw n e IEC- produtos
International Electrotechnical Commission, é a seguinte: atividade que Pode-se co
estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições quantificados
destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau medidos, dev
ótimo de ordem, em um dado contexto. (ABNT ISO/IEC Guia 2) . a) Beneficia
De forma genérica, a normalização pode ser vista como uma maneira de • utilização
organizar as atividades por meio da criação e utilização de regras ou normas, obra);
visando sempre o desenvolvimento econômico e social. Dentro deste enfoque, • uniformiz
a normalização é o processo de padronização destinado a estabelecer e aplicar • facilitação
regras, de forma a ordenar uma atividade específica para o benefício de todos • possibilid
os interessados levando em consideração condições funcionais e exigências de • melhora d
segurança. Na prática, a normalização está presente na fabricação dos b) Beneficio
produtos , na transferência de tecnologia e na melhoria da qualidade de vida por • redução d
meio de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio • padroniza
ambiente.
• redução da
A normalização técnica tem como objetivo contribuir nos seguintes • fornecime
aspectos:
a) Qualidade • aumento d
• melhoria
• defi_?~ padrões que levam em conta as necessidades e os requisitos dos • controle d ;
usuanos;
st O ABNT
• si emat~z~~ e ordenar as atividades produtivas, aumentando a Regulamentos
reprodutib1hdade, ou seja, diminuindo a variabilidade Norma Téc1
b) Produtividade ·
organismo rec
• padro~izar produtos, processos e procedimento s evidenciando ª diretrizes ou e
neces~1dade da redução de custos. , de um grau óti
;)r~uz1rla ~ariedade de procedime~tos e tipos de produtos · sejam baseada
.1.ecno ogia
experiência ac
• consolidar, difundir e e t b 1 " . tre Regulamen
produtores co . s ª e ecer parametros consensuais en ,
disposição 'da s~~r~~~~es e especialistas, colocando os resultados a adotado por u
•a ' ReguJamen
ssegurar a proteção ao cons ·d · ·tarn seja diretamen
a possibilidade de a:fi . urru or, mtroduzindo requisitos que pernu 00 rma, de um
enr ª qualidade dos produtos e serviços;

)
Normalização na construção civil 77

• proteger a vida humana, a saúde e o meio ambiente por meio do


estabeleci!11ento de limites para parâmetros específicos.
d) Econonua
• regular de forma equilibrada as relações de compra e venda;
• proporcionar meios eficientes para a troca de informações entre clientes e
fornecedores, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de
serviços.
e) Eliminação de barreiras técnicas e comerciais
• evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços
em diferentes países, facilitando, assim, o intercâmbio comercial.
f) Certificação e avaliação da conformidade
• servir de base a processos de avaliação da conformidade e certificação de
produtos e serviços.
Pode-se concluir que a normalização produz benefícios que podem ser
quantificados e outros não menos importantes que, embora não possam ser
medidos, devem ser considerados. Dentre esses aspectos pode-se citar:
a) Benefícios qualitativos
• utilização adequada dos recursos (equipamentos, materiais e mão-de-
obra);
• uniformização da produção;
• facilitação do treinamento da mão-de-obra, melhorando seu nível técnico;
• possibilidade de registro do conhecimento tecnológico;
• melhora do processo de contratação e venda de tecnologia.
b) Benefícios quantitativos
• redução do consumo de materiais e do desperdício;
• padronização de equipamentos e componentes;
• redução da variedade de produtos;
• fornecimento de procedimentos para cálculos e projetos;
• aumento de produtividade;
• melhoria da qualidade;
• controle de processos.
O ABNT ISO/IEC Guia 2, define também o que são Normas e
Regulamentos Técnicos:
Norma Técnica: Documento, estabelecido por consenso e aprovado por um
organismo reconhecido, que fornece, para um uso comum e repetitivo, regras,
diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção
de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Convém que as normas
sejam baseadas em resultados consolidados pela ciência, pela tecnologia e pela
experiência acumulada, visando à obtenção de benefícios para a comunidade.
Regulamento: Documento que contém regras de caráter obrigatório e que é
adotado por uma autoridade. . . ,. .
Regulamento Técnico: Regulamento que estabelece reqms1tos tecrucos,
seja diretamente , seja pela referência ou incorporação do conteúdo de uma
norma, de uma especificação técnica ou de um código de prática.
1 I L s Battagin
Jobim, H. R. Roman, · · ·
78 LM.Roman. M · S·

t , ni·co aplicável à construção civil, pode


Como exemplo e re d g ulamento ec . , . d T b 1h
º l8 do Min1steno o ra a o NR18) q ( -se
R lamentadora n · - d . , Ue
citar a Norma egu ·amento e a orgamzaçao os canterros d
d . · s para o p 1aneJ . 1 - d e
estabelece uetnze - b,1etivando a imp ementaçao e medidas d
· d , tn' da construçao, o J • e
obras na m us a . de segurança nos processos, nas condições
controle e sistemas preventivos e
no meio ambiente de traTb~lh?· se,iam documentos cuja observância não ,
b N0 rmas ecmcas J , • e
~m ?r~ as . são citadas em instrumentos do Poder Publico Oei
obngatona, mm~as v~e~lamento técnico etc.) ou em contra~os e sã~
d.ecreto,. portana,drtgd em questões judiciais por conta do Inciso VIII do
sistematicamente 0 as ª ª
Art 39 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n .
· 0 8 078 d 11 d
, e e setembro
i
de 990 e regulamentada pelo Decreto 861, de 9/7/1993), que estabelece 0
seguinte:
Seção IV - Das Práticas Abusivas
Artigo 39 _ É vedado ao fornecedor de produtos e serviços
Inciso VIII - Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais 33.2 No
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - ou outra Conform~
Entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, estender d~
Normalização e Qualidade Industrial CONMETRO. intemacion~
Na mesma linha, para licitações públicas, visando a compra de produtos ou da seguinte 1

a contratação de serviços, aplica-se a Lei no 8666 (de 21 de junho de 1993), a) Norm/J


que estabelece a observância das Normas ABNT. padronizaç~
b) Norm},
3.3 IIlerarquia na normalização associação
parâmetros
33.1 Níveis c)Norma
normalizaçi
A demanda por regras que viabilizem tecnicamente o comércio de bens e representam
serviço~ en:re países estabeleceu a necessidade de criação do atual sistema de consumidor1
normal~zaçao que tem .c?mo base a hierarquia mostrada na Figura 1. elaboradas ~
M~i.s do q~e d~firur a abrangência das normas em relação às áreas de Normas·
g~ografica~, ~ p1rânude apresentada na Figura 1 mostra a inter-relação entre os número e ai
diversos mveis de no 1· - · · Para maiore
rma izaçao existentes, focando as normas internacionais
como documentos de ma· · - d) Norm
· t · ior aceitaçao, por representarem o consenso
m emac1ona1 sobre o tema objeto de normalização. ~orrnalizaçã
Interesses ql
São normas
• Normas
MERCC
represer
Brasil (1
Normas

)
Normalização na construção civil 79

onde:
ISO - Intemational Organizarion for Standardization
IEC - Intemational Electrotechnical Commission
ITU - Intemational Electrotechnical Commission
AMN -Associação Mercosul de Normalização
COPANr - Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas
CEN - European Committee for Standardization
REGIONAL ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas
{Afv'f.1 COPANTCEN) DIN - Deutsches lnstitut fllr Normung
NACIONAL BSI - British Standards lnstitution
{ABNT DIN BSI AFNOR) AFNOR - Association Française de Normalisation
ASME - American Society OfMechanical Engineers
ASSOCIAÇÃO ASTM - American Society for Tesring and Materiais
{ASME ASTM AWS) AWS -American Welding Society
ENFRESA PETROBRÁS - Petróleo Brasileiro S. A.
(PETROBRAS SABESP ELETROBRÁS) SABESP-CanpriúadeSélrarnermBísa>oofsid>deSik>Pailo
r-..-- --------~;.;;;..;.;.,;.;;; ,;;;;;,;;,;;;;:......Jlliil llr, ELETROBRAS - F.letn:bás-CenlraisE lélricas~SA

s e se Figura 1 - Hierarquia na normalização técnica


er .!'rodu
rgaos o
332 Normas nacionais, regionais e internacionais
stirem,
~ - ou Conforme citado no item anterior, os limites da normalização podem se
Metro! estender desde a esfera individual de uma empresa até atingir escalas
ONME internacionais. Dessa forma, a pirâmide mostrada na Figura 1 pode ser reescrita
da seguinte maneira:
a) Normas Empresariais - são as normas elaboradas e aprovadas visando à
padronização de serviços em uma empresa ou em um grupo de empresas.
b) Normas de Associação - são as normas elaboradas e publicadas por uma
associação representante de um determinado setor, a fim de estabelecer
parâmetros a serem seguidos por todas as empresas a ela associadas.
e) Normas Nacionais - são as normas editadas por um organismo nacional de
normalização, reconhecido como autoridade para torná-las públicas, e
representam o consenso entre interesses do governo, das indústrias, dos
consumidores e da comunidade científica do país. No Brasil, as normas são
elaboradas segundo procedimentos definidos pela ABNT (Associação Brasileira
de Normas Técnicas) e são identificadas pela sigla ABNT NBR seguida de seu
número e ano de publicação, sendo reconhecidas em todo o território nacional.
Para maiores informações acessar o site daABNT (www.abnt.org.br).
d) Normas Regionais - são estabelecidas por um organismo regional de
normalização, para aplicação em um conjunto de países. Elas representam os
interesses que beneficiam várias nações independentes de um mesmo continente.
São normas regionais:
• Normas do MERCOSUL - desenvolvidas pela AMN (Associação
MERCOSUL de Normalização), com a participação dos países membros
representados por seus respectivos organis~os nacionais de n?rmalização:
Brasil (ABNT), Argentina (IRAM), Paraguai (INTN) e Uruguai (UNIT). As
Normas Jv1ERC0SUL são elaboradas através dos CSM (Comitês Setoriais
Jobim H. R. Roman, / . L. S. Battagin
LM. Roman. M · S· '
80
das entre os países membros, recebem nos diver
MERCOSUL) e, uma v~z aprodva norma e ano de publicação. Podem s ª atuabnen~
. NM 'da do numero a . . NT er
sigla , segui as brasileiras (AB NBR NM) aíses lati
automaticamente adotadas ~om~;~grrmantes do MERCOSUL. Para maio!u P
Aférn
como normas de outros proses s e estratégi,
informações ~ardwww.":d~gp~ ;~ Comissão Pan-Americana de Norma, estabelece
• Norm_as COR - esenvo Brasil (representado pela ABNT) entre os 28 composto
Técrucas
,, ' que conta
al com o . al ,,
t a compõem como membros ativos, em e paísesd 8 Conformit
proses que atu men e avaliação
membros aderentes (www.copant.org); ,, . .
e) Normas Internacionais - são normas tecmcas estabele~1das por um (COPOL
organismo internacional de normalização' resultantes d~ cooperaçao e de acordos conunitte
entre grande número de nações independe~tes~ com mt.e resses co1:1u~s. Essas relacionad
normas são reconhecidas pela OMC (Or~amzaç~o Mund~al do ~omerc~o) c?mo Publica
a base para o comércio internacional. Existem tres orgamsmos mtemac1onais de normas d~
normalização em campos específicos: considera
. . . .
• ISO - International Organization for Standardizat10n - atua na maiona dos Aapro
setores, inclusive construção civil;
• IEC - Intemational Electrotechnical Commission - área elétrica e eletrônica;
• ITU -Intemational Telecommunication Union- telecomunicações. contrário
No caso de adoção de normas internacionais (ISO ou IEC) ou regionais intemacior.
(MERCOSUL ou COPANT) como normas brasileiras, a designação da norma inclui endereços
a sigla do organismo de origem (exemplo: ABNT NBR ISO, ABNT NBR NM). países que
As no
333 Normas ISO mecânica,
sendo est~
3 .3 .3 .1 Histórico As bas .
Fundada em. 1947, a ISO - International Organization for Standardization introduzid
recebeu propositadamente e~sa sigla, que é o prefixo grego para igualdade, por ter Porém, ape
como funçao o desenvolv1mento de trabalhos de normalização técnica que 2008 essa
representem o consenso entre seus membros. aplicabilid~
~ se?e dadISO é em Genebra, na Suíça e atualmente fazem parte da entidade As prirn
16 p~ses C en~e ~s quase 200 que existem no mundo), representados por seus mundo são
or~~~::c{~ ~ais d~ no?11alizaç~o, entre os quais o Brasil. ser empre
popularida1
Técnicos (TC) ~t~1ona1s IS(? sao desenvolvidas em mais de 200 Comitês
idiomas (in
definidos e são se a os em diferentes Países. Os TCs atuam em âmbitos
.mteressados compostos
no trabalh d pelos
. memb · ·
ros part1c1pantes' e observa or d esi 3 .3.3.2 Sér
A . . _ 0 e normalização
p~1c1paçao brasileira nos i . . . . O conjm
normalização é realizad ?ros nacional, regional ou internacional de e auxiliar r
Organismos de Normalit ~orS mei? dos Comitês Brasileiros (CB) ou peJos 9000, já ac
4 ONSs), que atuam em :~~t etonal ~ONS) da ABNT (hoje existem 56 CBse fonnacta pe
Na ISO, a ABNT t" 1 os específicos.
es a presente em 433 e · "' ,, . · rC), a) ISO
1Membro .. Offiltes Tecmcos Internacionais ( vocabufary
Participante é um ,
trabalhos e é 0 bngado
· a cumpais,· representado por seu organism0 · ·vafll" · estabelece '
todos os docum . par com as exigênc· nacional de normalização que tem parte atl ..
entos emitidos 1 ias estabelecid 1
tema e outras)
2M ·
pe a secretaria do TC
• Participar de · -
' -
. . as pe a ISO (entre essas exigências estao: "º
tal"''"
1 ~1
·aJistll-
embro observador é u , reuruoes sendo representado por especi,
os trabalhos m pais, representad
'sem, no entanto deles . . o por seu organismo . . aohl
' Participar ativamente. nacmnal de normalização, que descJa acolllP
Normalização na construção civil 81

nos diversos ~bi tos de ~tuação. Com essa participação, o Brasil ocupa
atualmente o 24 lugar em numero de representação nos TCs à frente de todos os
países latino-americanos. '
AléfI: ~ sso, o Brasil,~representado pela ABNT, participa dos órgãos decisórios
e estrateg1cos d~ IS~ ; e me~ bro do Technical Management Board (TMB), que
estabelece as drretnz~s e one nta os trabalhos internacionais de normalização,
compost~ por 14 paises membros da entidade; participa do Committee on
Conformity Assessment (CASCO), que trata das diretrizes para as questões da
avaliação da conformidade; é membro do Committee on Consumer Policy
(COPOL CO) , que cuida dos direitos dos consumidores e toma parte também no
Committee on Developing Countries Matters (DEVCO), que trata das questões
relaciona das aos países em desenvolvimento.
Publicadas com a designação de "Normas Internacionais" e a sigla ISO , as
normas da entidade representam um consenso internacional na tecnologia
considerada.
A aprovação de uma norm a internacional demanda mais de dois anos e requer
uma maioria favorável de dois terços de votos dos membros participantes do
Comitê Técnico (TC) e não mais que um quarto do número total de votos seja
contrário à sua aprovação. Informações a respeito da ISO e de normas
internacionais pod em ser encontradas no site wwwiso.org, bem com o os
endereços eletrônicos dos organismos nacionais de normalização de todos os
países que faze m parte da entidade.
As normas ISO atingem vários setores produtivos, como, por exemplo:
mecânica, agricultura, quúnica, construção civil, meio ambiente e qualidade;
sendo estas últimas as mais difundidas em todo o mundo.
As bases das primeiras normas ISO voltadas para a qualidade fora m
dardiza introduzidas em 1974, na Inglaterra, pela BSI (British Standard Institution).
Porém , apenas fora m adaptadas e editadas pela ISO em 1987. Em 1994, 200 0, e
ade ,po
2008 essas normas passaram por revisões, buscando a melhoria de sua
écnica aplicabilidade e a melhor compreensão dos seus requisitos.
As primeiras normas ISO voltadas para a qualidade e mais conhecidas no
mundo são as da série ISO 9000. Essas Normas têm caráter voluntário e pod em
ser emp rega das em qua lque r tipo de empresa. Tal é sua importância e
popularidade que estão disponíveis no site da ISO para aquisição em cinco
idiomas (inglês, francês, espanhol, russo e árabe).

3 .3 .3 .2 Séri es de norm as ISO


O conjunto de normas destinado a forn~c.er i~or maç ões, esta~e~ecer r~q~isitos
e auxiliar na implementação desses req~s1tos _e chamado d~ sene . A sene IS~
9000 , já adotada no Brasil e cuja versao nac10nal traz a sigla ABN T NBR e
formada pelas seguintes normas:
a) ISO 9000:2005 Quality management systems - Fundamentais and
vocabulary _ descreve os fundament~s de um sistemas de gestão da qualidade e
estabelece a terminologia para esses sistemas;
L s Battagin
S Jobim H. R. Roma11, !. · ·
82 LM. Roma11. M · · '

ent systems - Requirements - especifi


b) ISO 9001 :2008 Quality ma,~g1:qualid ade. Esta norma pode ser usada eca empresa _ne1
Sl.stema de gestao . d tr •
ili. lll estabelecido
requisitos para um d empresa necess1t~ emon~ ar_que ut za um
uma situação contratual, quan ~ ª1 gundo padrões mternac1onais de aceitaça~ b) ISO J.
· · ai e gerencia se o. conceitos e s
sistema orgaruzacwn . nh 'da da série·
1 01
A ISO 90 e a no
, rma mrus co ec1 ' if .
. fi r the sustained success o an orgamzation _A
e) ISO
c) ISO 9004:2009 Managm; ~ fornece diretrizes que consideram tanto conununica
quality management _:P~roac . as de estão da qualidade. a diretrizes so
eficácia, como a efic1encia de s1stem. .g , . básicos. com a com
A série ISO 9000 está focada em mto prmcipios · · , abordagens
• Foco no cliente: as organizações dependem d~ seus clientes. Po~to, e condições e
recomendável que atendam às necessida?es atuais e futuras , seus reqms1tos e as organizaç
procurem exceder as expectativas dos clientes. , . atividades, n
• Liderança: os líderes estabelecem a unidade de proposit? e O rumo da
organização. Convém que eles criem e mantenham um am~1~nte ext~mo no 3.3.3.3 Outr
qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propos1to de atmgir os Além da
objetivos da organização. . _ _ importância ·
• Abordagem factual para tomada de decisão: dec1soes eficazes sao baseadas além de pro
na análise de dados e informações. destaque pan
• Envolvimento das pessoas: pessoas de todos os níveis são a essência da •ISO 170
organização, e seu total envolvimento possibilita que suas habilidades sejam calibrati ,
usadas para o benefício da organização. qualidad
• Abordagem de processo: um resultado desejável é alcançado eficientemente Norma a
quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados como um • ISO 260
processo. não esta
• Abordagem sistêmica para a gestão: identificar, entender e gerenciar busca es
processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia e dos am_Pi
eficiência da organização no sentido de esta atingir os seus objetivos. conceito
• Melhoria contínua: convém que a melhoria contínua do desempenho global desenvol
da organização seja seu objetivo permanente. com o S]
• Beneficios mútu_os ~as relações com os fornecedores: uma organização e seus
fornecedores sao mterdependentes e uma relação de benefícios mútuos
aumenta a capacidade de ambos em agregar valor. standard
A Norma ISO ~~o trata diretamente da qualidade dos produtos assegurando, de norm
entret,anto, a ~s_tabilidade e a repetitividade do processo produtivo. ' foram av
Al~m da sene ISO 9000, existem outras, valendo ressaltar a série ISO 14000, entre elas
qBue ~l ~oltada para ª gestão ambiental e também foi publicada como Norma Procedi
rasi erra, recebendo a sigla ABNT NBR.
reconheci
pa;~sa :~;:; é_de g~an~~ importância no momento em que a humanida~e avançado
dos rep açoe~ climaticas acentuadas e pela necessidade de preservaçao conscien
cursos naturais A sé · ISO 140 , s
valendo salientar: · ne 00 e f armada por diversos documento ' Efetivam
a) ISO 14001 :2004 En · . ts destacou
with guidance for vzron~~ntal management systems - Requireme': • iso 219
ambiental Essa N use - especifica requisitos para um sistema de gestao declaratio
· orma pode ser usada em uma situação contratual, quando 8 declaraçã
Normalização na construção civil 83
- es
empresa .necessita demon~tra~ que ut!liza um sis tem a de ge stã o am bie nta l
estabe lecido segundo padroe~ mternac1onais de aceitação.
b) ISO 14050:200? _ Envzronmental management - Vocabulary - co nté m
conceitos e suas defimçoes empregados na série de Normas ISO 14000.
e) ISO 14063:2006 Environmental management - En vir on me nta l
comrr:iunication - ~u~d~lines ª?d exa1:1ples - fornece a um a organização as
diretnzes sobre pnnc1p1os gerais, política, estratégia e atividades relacionadas
com a comunicação ambiental, tanto interna quanto externa. Es ta No rm a us a
abordagens comprovadas e reconhecidas par a a comunicação, adaptadas às
condições específicas existentes na comunicação ambiental. Ela se apl ica a tod as
as organizações que, independentemente de seu porte, tipo, localização, est rut ura ,
atividades , produtos e serviços, tenham ou não um sistema de ges tão am bie nta l.

3.3.3.3 Outras No rm as ISO de interesse


Além das citadas, muitas outras Normas Internacionais são de gra nd e
importância e têm estabelecido condições favoráveis de intercâmbio en tre pa íse s,
além de promover o desenvolvimento sustentável. Ne sse cenário me rec em ain da
destaque par a a construção civil as seguintes:
• ISO 17025:2005 General requirements for the competence of testing an d
calibration laboratories - especifica requisitos pa ra sistemas de ge stã o da
qualidade em laboratórios de ensaio e calibração, incluindo am ost rag em .
Norma adotada no Brasil, incluindo a sigla AB NT NB R.
• ISO 26000 :2010 Social responsibility - documento de uso vo lun tár io, qu e
não estabelece requisitos e não se aplica a processos de cer tifi caç ão, ma s
busca estabelecer a responsabilidade social como um a prá tic a co mu m de ntr o
dos amplos conceitos de liberdade e respeito mútuo. É um gu ia co m
conceitos, definições e métodos de avaliação. A participação bra sil eir a no
desenvolvimento desta Norma, atuando como Secretaria Té cn ica jun tam en te
com o SIS (Instituto Sueco de N01malização) foi muito elo gia da no me io
internacional. Encontra-se em processo de publicação no Br asi l.
• ISO 19338:2007 Performance and assessment requirements for design
standards on structural concrete - estabelece os requisitos pa ra a av ali açã o
de normas de projeto de estruturas de concreto. At é o mo me nto de z No rm as
foram avaliadas e aprovadas como documentos de ref erê nci a int ern aci on al,
entre elas a brasileira AB NT NB R 6118 (Projeto de estruturas de co nc ret o -
Procedimento). O registro da AB NT NB R 61 18 co mo do cu me nto
reconhecido internacionalmente pela ISO coloca o Brasil ent re os pa íse s ma is
avançados do mundo nesse âmbito de atua9ão, estabe~e~en~o a pre.sença
consciente téc nic a e consistente do Pa is no ce na no mt ern ac1 on al.
Efetivame~te é mais um marco da engenharia brasileira, qu e sem pre se
'
destacou po r sua competência. . . . . .
• ISO 21930:2007 Sustainability zn butldzng constructwn - En vrr on me nta l
'equire declaration of building products - esta?elece ?s princípi:>s e req~i~i~os pa ra a
a de g declaração ambiental de produtos destmados a construçao de ed1f1c1os.
al, qu
1 L
Jobim H. R. Roman, · ·
s. Battagin
M S
LM. Roman. · · '
84
dia internacional da normalização. Por su aprovação
Em 14 de outubro é con:iemorado ºtrução civil e, mais especificamente a 2 i]ustra ess
. b gência a cons . d 2008 ' os
importância e a ran

pelas três entidades mte~acmn/~


d:
' fi0 d mensaaem comemorativa e

sd2008/wsd2008_message.htm).
'enviad
edifícios inteligente~, foram.º ~~ normalização (ISO, IEC e ITU).Vale à Pen:
conhecê-la (http://www.1so.org iso1w

3.4 Normas Brasileiras


3.4.1 Processo de elaboração e aprovação ÉjU
As Normas brasileiras são elaboradas seg~d? proce~imentos. definidos pela
· - Brasilerr
· a de Normas Tecmcas, entidade pnvada, sem fins
ABNT - Associaçao . b il · , ·
lucrativos, de utilidade pública e reconhecida pelo _gove~o ras erro como uruco ACE
Foro Nacional de Normalização pela Resoluçao n .7 do CO~TRO -
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industn~.
As normas brasileiras são identificadas pela sigla ABNT NBR seguida de seu
número e ano de publicação.
A ABNT desenvolve seu trabalho de normalização de forma
descentralizada, através dos Comitês Brasileiros (CB) e dos Organismos de J
Normalização Setorial (ONS), que são órgãos de coordenação, planejamento e
execução das atividades de normalização técnica, geralmente relacionadas a
um setor específico.
As células de desenvolvimento das Normas Brasileiras são as Comissões de
Estudo (CE), compostas por representantes da sociedade que têm interesse no
tema objeto de normalização. Um Comitê Brasileiro ou um Organismo de
Normalização Setorial pode contar com diversas Comissões de Estudo para o
desenvolvimento de trabalhos específicos. Para participar das CEs não é preciso
ser associado da ABNT, mas apenas ter interesse no tema e poder contribuir As Comi
tecnicamente para o desenvolvimento dos trabalhos. produtores,
A elaboraç~o de normas nacionais inicia-se com a identificação da necessidade consumidon
de desenvolvnnento de um tema específico, por manifestação da sociedade ou dos projetos
pela programação de trabal_ho estabelecida para o Comitê, que cria uma Comiss~o (www.abnt.c
~e Estudo (CE), ou reativa uma CE já existente, convidando os possíveis
interessados em tomarem p~e dos trabalhos. Como atividade principal, esse 3 -4.2 Estrat
grupo de representantes da sociedade analisa e debate as propostas do projeto d~
norma, .buscando o consenso. Uma vez que este tenha sido obtido, 0 projeto e Acompan
sti?1:f1etido ª~ proce~so de Consulta Nacional, por via eletrônica, pelo prazo ela,borou e pi
60
rmrumo . dias .co~dos, para novos textos ou 30 dias corridos para adoção de jª1~es que j,
non:nas mterna~10nrus ou regionais. A Consulta Nacional é aberta a todos que apao e Rein
querram encaminhar voto aos projeto d ,...., t das Iniciativa
durante a Cons lt N · _ s e n,orma . .LOdas as sugestões apresen a
1 aprovação de
obtendo o cons~n:O ;c1~;at s~o levadas a CE para análise e aprovação. Ern s~
O
Norma B il · c' P ~e e aprovado e encaminhado para publicação corn de abril de 2
ras erra. aso contrário O · d alh do e atuar na ,
novamente ser submetido à C , pr~Jeto eve voltar a ser trab a , ia ·1111 areé:l
onsu1ta Nacional, até que se obtenha a necessáf P1ernentac
Normalização na construção civil 85

aprovação e este passe à condição de Norma . .


2 ilustra esse processo. Brasilerra (ABNT NBR). A Figura

e A socieda~e~rasileira manifesta a necessidade de uma No

e Comitê Brasileiro (CB)


- ou
orgamsmo
· de Normalização Setorial (ONS)
··-·---- .

Í Ê justificada a não aceítação s "'1. . _ 1 É criada uma Comissã o de i


L da solicitação .....,.
0
,ena/~ Estudo (CE) com participa ção
----i voluntária da sociedad e

A CE elabora um Projeto de Norma, com base no consenso de seus participa ntes 1

O Proj!to de N~rma é submetid o à Consulta Nacional

1 Não aceitas pela CE


~ icativas técnicas Aceitas pela CE

Consenso .- - - - - - - ~L _..,:N,:o:rm~aaprov_a_d_a_ __.

A Norma Brasileira é publicada pela ABNT

Figura 2 - Processo de elaboração de Normas Brasileiras

As Comissões de Estudo são formadas por representantes voluntários de


produtores, entidades de classe, consumidores, órgãos de defesa dos
consumidores, governo, entidades técnicas e científicas, entre outros. Os textos
dos projetos de normas são disponibilizados para consulta no site da ABNT
(www.abnt.org.br).

3.42 Estratégia brasileira de normalização 2009- 2014

Acompanhando as tendências internacionais de normalização da ISO, o Brasil


elaborou e publicou sua estratégia de normalização para os próximos anos (outros
Países que já o fizeram são: Alemanha, Canadá, China, França, Estados Unidos ,
Japão e Reino Unido) .
Iniciativa inédita do Comitê Brasileiro de Normalização - CBN, que obteve a
aprovação do CONMETRO e sua regulamentação pela Resolução nº. 04, de 30
de abril de 2009 0 documento trata da visão de futuro com que o País pretende
~tuar na área no;mativa e quais as diretrize~ a s~rem se~uid~s, além daquelas já
implementadas em comunhão com os preceitos mtemac1onru.s.
'obim H. R. Roman, ! . L. S. Battagin
86 LM. Roma11. M· S· J, •

, xtenso e abrangente, podendo ser conhecido n http://abnt .iso


,
o conteúdo do documento e eb t g br) Vale salientar que o documento trai~
·t da ABNT (www.a n .or . . . '<I
~omissões de
mtegra no s1 e ... d d sustentabilidad e, comprormsso corn
de temas como compet1t1vd1 a e~ervir como meio de aproximação entre o .5.3 Respons
consumidor entre outros, e eve , . a 3
regulament~ção técnica e a normalização voluntana.
As normas t
3.5 Normalização brasileira na construção civil determinado te
e aceitas por es~
35.1 Comitês Brasileiros que tratam da construção civil No caso das
objetivo o ape
Dentre os 61 Comitês Brasileiros de Normalização da ABNT, atuam em temas economia em s
ligados à construção civil especialmente os a seguir rel.ac~onados , que respondem As normas c
pelo gerenciamento e pela administração das Colll!ssoes de Estudo,_ que se à disposição d
reúnem periodicamente a fim de que os seus textos seJam levados para discussão certificar produ
em nível nacional: no mercado.
• ABNT/CB-02 Construção Civil Desde a regu
• ABNT/CB-03 Eletricidade é obrigatório (é
• ABNT/CB-18 Cimento, Concreto e Agregados "conforme a bo
• ABNT/CB-22 Impermeabilização É important .
• ABNT/CB-24 Segurança contra incêndio se atingir um
• ABNT/CB-25 Qualidade consideradas i~
• ABNT/CB-28 Siderurgia uma populaçã~
• ABNT/CB-31 Madeiras problemas ec~
• ABNT/CB-32 Equipamentos de Proteção Individual desempenho t9
• ABNT/CB-35 Alumínio observado em ~
• ABNT/CB-37 Vidros Planos construções b~
• ABNT/CB-38 Gestão Ambiental momento; ques
• ABNT/CB-40 Acessibilidade ABNT NBR J
• ABNT/CB-53 Metrologia Desempenho) .
• ABNT/CB-55 Refri.gera~ão, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento A partir do C<
ABNT/ONS-58 Ensaios nao destrutivos de 1990) as nor
ABNT/CB-90
Qu.alific~ção de Mão de Obra para o Processo Construtivo de caracteriza uma
Ed1ficaçoes já comentado er
Cada um desses Comitês Br ·i ·
respectivos âmbitos de atu _ asi ;rros responde pela normalização em seus J_á no campo
Setorial, que faz parte do ;çao e esenvolve seu Programa de Normalização regime obrigató1
disponível para download ro~adma A~ual de Normalização da ABNT (PAf'D, contratos de ot
no site a entidade. Federal, de exe
posteriormente l
3.52 Diretrizes para a elaboração de 11\1 B. . 1993 , que estab(
Y 0 rmas raszlezras
A ISO/IEC Diretiva 2 foi ado d
apresentação das Normas Br ~ .ª como docu?1ento de base para a redaç~o e
ABNT, Parte 2:2007 Regras asllerras, tendo sido publicada como Direuvas
tru
ABNT e está disponívetara ª eS tura e redação de Documentos Técni~ 05
para consulta dos interessados no Iivehok
Normaliwção na construção civil 87

(http://abnt.iso.org/livelink/livelink), espaço eletrônico de trabalho das


so co Comissões de Estudo.
ção en
3 .53 Responsabilidade pro fiss ion al do engenheiro em relação às normas

As ~ormas técnic~s refletem o consenso de uma sociedade com relação a um


deter~a do tema e mcluem prescrições científicas e boas práticas consolidadas
e aceitas por essa mesma sociedade.
~~ caso das ~onstruções, por exemplo, as prescrições normativas têm por
obJetivo o aperleiçoamento estrutural, funcional e estético sem desconsiderar a
.
econorma em sua execuçao. - '
As normas constituem o registro de um conjunto de conhecimentos, colocados
à disposição da sociedade e são imprescindíveis para controlar a qualidade e
certificar produtos ou serviços, servindo a uma função orientadora e purificadora
no mercado.
Desde a regulamentação da profissão de engenharia, o atendimento às normas
é obrigatório (é obrigação dos profissionais "atuar dentro da melhor técnica" ou
"co,nforme a boa técnica", conforme reza o código de ética dos engenheiros).
E importante salientar que as normas estabelecem parâmetros mínimos para
se atingir um determinado resultado, podendo, em algumas situações, ser
consideradas insuficientes por refletir o atual estágio de desenvolvimento de
uma população e os riscos que essa mesma população escolhe correr por
problemas eco nôm ico s, cul tur ais ou outros. As sim , por exe mp lo, o
desempenho térmico das construções brasileiras é muito aquém daquele
observado em países como a França ou o Canadá, pois, por razões culturais, as
construções brasileiras não foram desenvolvidas com esse foco até o
momento; questão que deve passar a merecer maior atenção com o uso da
ABNT NB R 15575 (Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos -
Desempenho).
A partir do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8 .078, de 11 de setembro
de 1990) as normas passaram a ter um status para-legal, cuja não inobservância
caracteriza uma "prática abusiva" do fornecedor de produto ou serviço, conforme
já comentado em 3.2.
Já no campo do serviço público, a Lei nº 4.150, de 21/11/1962, institui o
regime obrigatório de observância às normas técnicas elaboradas pela ABNT nos
contratos de obras e compras do serviço público concedidos pelo Governo
Federal de execução direta ou concedida. Essa obrigatoriedade foi reforçada
posteri;rmente pela Lei das Licitações Públicas, nº. 8.666, de 21 de junho de
1993, que estabelece:
Seção II - Artigo 6° - Inciso X - Projeto Executivo
o conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra deve estar de acordo com as
normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas
Técnicas -AB NT .
. H R Roman, /. L. S. Battagin
LM. Roman. M. S. Jobim, . .
88
. º 41 50 a adoção das normas da ABNT no 13rasileiro p
Porém antes mesm o da Lei n . ' D
U .,., ·a' era previsto no ecreto- 1 n 7.103 deLe. º s
' , . · · da ruao J · · · ' coI1lPanhad
serviços public?s, civis -DASP (Departamento Administrativo do Serviço ª :No caIIlP
30/11/1944, a JUlZO do ex ualldade, é.
Público). . tadas as principais condições estabelecidas pelo qnou
...-nas
..... cont1
A seguir estão listadas Cecomen·dor e pelo Código Civil Brasileiro para a
Código de Defesa do onsuffil
3.6 Processo
Construção Ci~il: b rvância das prescrições técnicas constituem urn
) o conhecimento e a o se 1·d d
ª , . t·
dever et1co-pro 1ssiona1
. para todos aqueles que 1 am com pro utos ou 3 .6.1 Definifi
sa natureza. Por sua vez, as normas prescrevem
executam tra baIhos des ,., .d d t·f· d
. ·d dos técnicas que sao vali a as e cer 1 1ca as por um A avaliaç
procedimentos, cm a , ' . . d ·
, - petente e constituem reqms1tos para um pro uto ou serviço de boa processo, se
orgao com ~ · , b · -
.d d Como em qualquer contrato de 1orneclffiento , e o n gaçao do requisitos po
qual1 a e. . d 1·d d parâmetro pr
fabricante ou construtor fornecer um produto ou serviço e qua 1 a e; se esses
requisitos mínimos são estabelecidos por uma norma, entende-se que essa contratos que
norma passa a ser obrigatória; , . na presença d
b) em se tratando de relação de consumo, o art. 39 do Cod1go de Proteção e Resumid '
Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que é vedado ao fornecedor de • estabelec
produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, colocar no mercado de processo
consumo qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas • assegurar
pelos órgãos oficiais competentes ou, na ausência destas, pelas normas da com as n
ABNT
'
d) em se tratando de relação de consumo lista-se a seguir alguns direitos dos
consumidores, que podem ser atendidos pela aplicação das normas técnicas:
• a proteção contra riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos
=~:%1
•apontara
atenda às
ou serviços (CDC, art. 6º, I); • indicar ~
• a proteção contra riscos à saúde e segurança (CDC, art. 8º; 12, § 1º; 14, § 1º); aceitação
• o recebimento de produtos de qualidade, próprios e adequados para o competiti
consumo (CDC, art. 18; 20); Deveficar1
• a efe.tiv.a prevenção de danos patrimoniais (CDC, art. 6º, VI e VII); a qualidade é
• os d~e1t~s d~corrt;~tes de tratados ou convenções internacionais de que o processo de a"
Brasil seJa. signatáno (OMC, por exemplo) e de regulamentos expedidos amostragem ,
pelas autondades administrativas competentes (CDC art 7º)· (ABNT, 1985
d e)Cem se tratando de relação de consumo, a Política Na;ion~l das Relações 5430 (ABNT
firneie~s;:sºdedemve. atenfid~r o princípio de "incentivo à criação pelos possível o lot;
e1os e 1cientes de cont 1 d 1· dos O processo
produtos e serviços" (CDC 4º) A roe_ a q~a idade e segurança
de qualidade e segurança. ' · s normas sao meios eficientes de controle • selecionai
• coletar an
Algumas normas dizem res e.1t0 .
evolução/alteração ao lo Pd ª procedimentos técnicos que podem sofrer • realizar in
criatividade humana de:go ~ tempo. Qu~ndo o avanço tecnológico eª • realizar a1
f
daquelas recomendadas p nvo vem procedimento s e técnicas diferentes
satisfatórios é o mome et as normas expedidas e também atingem resultados
• avaliar e,.
1· Existem dif
- ' n o para a · - da tstadas a seg1
questao. Para dar início a rev1sao da norma técnica que trata ,
esse processo' deve ser encaminhado ao cornite a) Inspeção
~
lote d
CStabeJ ~ Proctuçã
ec1das an
Normalização na construção civil 89

Brasileiro pertinente, ou à da ABNT, uma solicitação nesse sentido,


acompanhada da respectiva justificativa técnica.
No campo jurídico, o respeito às normas, como fator de atendimento à
qualidade, é_ uma presunção juris tantum (admite prova em contrário). Mas as
normas contmuam valendo como padrões mínimos de referência.

3.6 Processo de avaliação da conformidade de materiais

3.6.1 Definições e tipos de avaliação de conformidade

erviço A avaliação da conformidade consiste em verificar se um determinado


obrigaç processo, serviço ou produto está de acordo com requisitos especificados. Os
dade;s requisitos podem ser uma norma ou regulamento técnico ou qualquer outro
parâmetro preestabelecido pela empresa ou pelo consumidor. Existem alguns
contratos que estabelecem inclusive a necessidade de avaliação final do produto
na presença do cliente contratante.
Resumidamente, os objetivos da avaliação da conformidade são:
• estabelecer com o consumidor uma relação de confiança de que o produto,
processo ou serviço está em conformidade com os requisitos selecionados;
• assegurar ao consumidor que o produto, processo ou serviço está de acordo
com as normas ou regulamentos previamente estabelecidos que envolvam,
principalmente, a saúde e a segurança do consumidor e a proteção do meio
ambiente;
• apontar ao empresário as características que seu produto deve ter para que
atenda às referidas normas ou regulamentos;
• indicar ao empresário as necessidades de melhorias para aumentar a
aceitação do produto no mercado, tornando-o, conseqüentemente, mais
competitivo.
Deve ficar muito claro que a avaliação da conformidade não garante totalmente
a qualidade de toda a produção. Os custos diretos e indiretos envolvidos no
processo de avaliação justificam o uso de critérios de amostragem. Entretanto, a
amostragem deve seguir critérios rígidos, definidos nas normas NBR 5426
(ABNT, 1985), NBR 5427 (ABNT, 1985), NBR 5429 (ABNT, 1985) e NBR
5430 (ABNT, 1985), para que possa representar com o maior grau de confiança
possível o lote3 de onde foi retirada.
O processo de avaliação da qualidade envolve, entre outras ações:
• selecionar normas ou regulamentos;
• coletar amostras e realizar ensaios;
• realizar inspeções;
• realizar auditorias no Sistema de Gestão da Qualidade da empresa;
• avaliar e acompanhar o produto no mercado.
Existem diferentes formas de avaliar a qualidade de um produto, as quais estão
listadas a seguir.
rem res a) Inspeção: processo de medir, ensaiar ou examinar um produto ou serviço:
.' que
do ao 3 Lote de produção é a quantidade de produto obtida em um ciclo de produção, nas condições operacionais
estabelecidas para a unidade produtora.
LM. Roma11. M. S. Jobim, H. R. Roman, !. L. S. Battagin
90

. . usada uando a confo rmida de não é medi da, mas ªPen g ada ou est
• por atnbuto. 1q análise da prese nça de manc has ou de trincas)· as prorro
rotulada (por exem p o, a ali d " " 1 ' declarada;
• or variável: usada onde a característica a~ ,.. a ~ e mens urave 'com o, Por b) Marca de c
P ali - das dimensões da res1stenc1a, entre outras; roduto com a N
exemp1o, a av açao , ..d d d nv 1 .d
b) Auditoria: usada para avaliar se as at1v1 a es ~se o v1 a~ na empresa p o atest a que s
estão de acordo com o que foi plane jado, se o plane Jam: nto foi. e~cazrnente coill ·
Selo de Conf onru
implementado e se os objet iv?s traçado~ 1:ela empr esa po~e rao ser a~mg1dos. Essa e roaterial pro°:1
form a de avali ação perm ite a rev1sao ~o~ proce d1~e ntos . mternos e o sisteroas da quali
estabelecimento de ações corretivas para corr1grr e _aperfeiç?ar o s1st~ma. e) Banco~~ da
Associados à auditoria exist em os papéi s de auditor, audit ado e chente. Corno coill os reqm sitos •
definido na NBR ISO 19011 (ABN T, 2003 ), audit or é a pes~o a ~om qualificações dos produ tos e
para realizar a auditoria da quali dade. Audi tado é a org!mz~ç_ao a ser auditada, (Prog rama s Seton
enquanto que cliente é a pesso a ou organ izaçã o que esta solicitando a auditoria. Produ tivida de do
De acordo com quem desem penh a esses papéi s, as auditorias podem ser
classificadas em três níveis: 3.6.3 Certificaçã
Auditoria de Primeira Parte: tamb ém conh ecida como Auditoria Interna. É
conduzida pela organ izaçã o nos seus própr ios sistem as. O propó sito é garantir à 3.6.3.1 Gene ralid
administração que os sistem as de gestã o da quali dade estão promovendo a A certif icaçã o
consecução dos objetivos da quali dade. O docu ment o, rótulo ou outro meio enten dida como a
equivalente por meio do qual o forne cedor atesta que um produ to, serviço, está confo rme os
processo ou sistem a está em confo rmida de com os requi sitos especificados é some nte é viáve l
denominado Declaração do fornecedor. aplic áveis , além
Auditoria de Segunda Parte: é a Audi toria de Forn ecedo r, conduzida por Certi ficaç ão de P
uma organização em outra organ izaçã o ou empr esa, com a qual a organização a) Certificação
auditora tem, ou prete nde ter, um contr ato de comp ra de bens ou serviços. O que uma organ iz
propósito é asseg urar à organ izaçã o comp rador a que o forne cedor pode confo rmid ade co
sustentar a entre ga de produ tos ou servi ços. A decla ração forne cida de que o sistem a acred itad
produto, servi ço ou proce sso adqu irido está em confo rmid ade com os b) Certificação
requisitos norm ativo s ou estab eleci dos no contr ato é conh ecida como que um profi ssio
Declaração do comprador. uma deter mina da
Au~itoria de Terceira Parte: é cond uzida por uma agên cia independente, Para a maio ri
acre~1tada pelo INMETRO (Instituto Naci onal de Metr ologi a, Normalização~e empr esas a busc
Qualida?e Industrial). O propó sito da audit oria é garan tir que o Siste ma de Gestao INMETRo consi
da Qualidade está de acord o com uma norm a nacio nal ou intern acional, como ª em risco a vida h
~RI SO 900l( ABN T, 2009 ). A decla ração feita pela organ izaçã o independente O Quad ro 1
e chamada de Certificação. Com pulsó ria e Vo
A certif icaçã o
3 ·62 Formas de declaração
da conformulaàe Conf ormi dade do
dofN MET RO.Q
A . declaração d a e ·d . · das Selo do INM ETR
COil!O fffil ade pode ser realiz ada por uma ou mais
segumtes formas:
a) Documento ºtidO d esso
ou serviço li emt - ~cum ento onde está expli citad o o produ to, pro~d de
do doe ava ado, ª norm a a qual atend e a data de emis são e a data de valt ª r
umento (norm almen te três anos ).' A valid ade do docu ment o pode se
Normalização na construção civil 91
ida, mas
u de trine prorrogada ou este cancelado, caso o produto deixe de estar conforme à norma
urável, co declarada;
utras; b) Marca de conformidade - é o símbolo que atesta a conformidade de um
vidas na e produto com a Norma Brasileira ou especificações solidamente definidas, bem
foi efic como atesta que sua fabricação está sob um controle contínuo do fabricante. O
er atingido Selo de Conformidade pode ser usado no produto, na embalagem, em divulgação
os interno e material promocional, devendo estar relacionado apenas aos produtos e
o sistema. sistemas da qualidade avaliados;
o e cliente. c) Banco de dados informatizados - divulgação dos produtos em conformidade
com qualifi com os requisitos avaliados em banco de dados, como, por exemplo, a divulgação
ao a ser au dos produtos em conformidade com os requisitos dos PSQs do PBQP-H
tando a au (Programas Setoriais da Qualidade do Programa Brasileiro da Qualidade e
orias pode Produtividade do Habitat).

3.63 Certificação de materiais da construção civil


ditoria Inte
pósito é g 3 .6 .3 .1 Generalidades
io promov A certificação de materiais é denominada de Certificação de Produto e pode ser
lo ou outro entendida como a garantia dada por um organismo independente de que o produto
produto, se está conforme os requisitos técnicos estabelecidos. A certificação de produto
s especific somente é viável quando existem normas técnicas de especificação e de ensaios
aplicáveis, além de laboratórios qualificados para a sua realização. Além da
Certificação de Produto, existem ainda mais dois tipos de certificação:
a) Certificação de Sistema - garantia dada por um organismo independente de
ns ou servi que uma organização implementou um sistema de gestão e o mantém em
fornecedor conformidade com requisitos normativos (qualquer tipo de empresa pode ter seu
1rnecida de sistema acreditado) ;
b) Certificação de Pessoal - garantia dada por um organismo independente de
hnidade e que um profissional tem competência, habilidade e conhecimento para executar
conh ecida uma determinada função.
Para a maioria dos produtos a certificação é voluntária, porém, muitas
eia indepe empresas a buscam por exigência de mercado ou por decisão estratégica. O
, Normaliz INMETRO considera compulsória a certificação dos produtos cuja falha coloque
istema de em risco a vida humana (por exemplo, os extintores de incêndio).
rnacional, e O Quadro 1 most ra produtos da construção civil com Certificação
1

ção indepe Compulsória e Voluntária. / . .


A certificação voluntária de produtos da direito ao uso da Marca de
Conformidade do organismo certificador acreditado, acompanhada do logotipo
do INMETRO. Quando uma marca de co~formidade nã~ ~or ~co?1panh~da pelo
Selo do INMETRO , significa que o orgamsmo que a effiltm nao e acreditado.
Jobim H. R. Roma11 I L s
, · · · Battagin
92 LM. Roman. M · S· •

- civil com certificação compulsória e voluntária.


Quadro 1 _ Produtos da construçao
F bricante. Ex
Ce rtif ica ção voluntária
Certificação compulsória :a is utiliza~o
Barras e fios de aço para concreto arm ado ou pre ten did o Arg am ass a Co lante --- ois pr op or em ~
Blo co cer âm ico para alvenaria
Disjuntores Blo co de con cre to par a estrutura e alven .
~e urna pr od uç
e1m. ento Portland ana t) Modelo 6
Fios e cab os elétricos
Pla cas cer âm icas par a revestimento fabricar um pr
Interruptores para instalação elé tric a Pis o inte r-tr ava do de concreto conformidade
Extintores de inc ênd io Por ta cor ta-f ogo e saí das de emergência NB RI S0 90 01
Tel ha cer âm ica g) Modelo 7
Vidro tem per ado par a a construção
de um lot e d
especificação.
h) M od elo 8
3.6.3.2 Vantagens da certificação de produtos
verificar a co nt
As principais vantagens da certificação de produtos são:
• demonstrar a existência de regras de mercado que de ve m se r seguidas por
3.6.3.4 Or ga ni
todos os fornecedores, sem exceção, propiciando a concorrência justa;
Pa ra rea liz ar
• declarar externamente de forma independente a qualidade do s produtos e
pe lo IN M ET R
serviços perante os diversos mercados; A co nc es sã o
• minimizar os erros de produção e a oferta de produtos padronizados que
estabelecidos e
atendam às necessidades do consumidor, trazendo como conseqüência Certificação.
aumento da produtividade e da competitividade; A Ac red ita ça
• garantir a aceitação internacional dos produtos se m a necessidade de po r pr od uto ou
repetições das avaliações realizadas; se r utilizados r
•a um en tar a confiança do consumidor no produto adquirido; adotadas no rm
• auxiliar na identificação de produtos que atendam a normas específicas, conceito de nív.
possibilitando a tomada de decisões acertadas e diminuindo o risco da tomada Ex ist em ce r
de decisões com base em avaliações incorretas; atuando no Br a
• o controle do governo dos produtos no mercado e simplificar as compras para a co ns tru ç ~
públicas.
A Ac red ita çã
po r tipo de a
3.6.3.3 Modelos de certificação de pr od uto s técnicas os pe ~
As modalidades de certificação de produtos ma is utilizadas são: Ex ist em ap e
a) Modelo 1 (Ensaio de Tipo) - é o mais simples dos modelos de certificação. em tod as as áre
Neste ~odeio, um produto é ensaiado um a ún ica ve z pa ra verificar se urna Of fiR AC O
det~mnnada característica está conforme co m o estabelecido pelas normas. O <NQCP), co nq
certificado refere-se exclusivamente à amostra ensaiada· Certificador de
b) Modelo 2 - neste modelo, após ensaio de tipo sã o 'retiradas periodicamente Concreto. o c
amostras do mercad . _ ' .
c) M d . o, pa ra ve rif ica r se a pr od uç ao co ntm ua conforme; especificações
. . O 10 3
rod t e_ ~ igual ao modelo anterior co m a diferença de qu e as amostras dos
P u os sao retiradas na , . ~, .
L'od l
• es tan do ap to
auxiliar, lab or at
d) mi e o 4 - comb' - pr op na 1a bn ca e não no mercado-
ensaios tant , ~naçao dos modelos anteriores, retirando amostras Para
' A lis ta do s
Acreditação po
:r
e) Model~ ~o ~ometc10 quanto na própria fábrica;
realizadas au di to ri: s modelo,. al~m do s ensaios previstos no M odel.o ~ 5d
P ª ª avaliaçao e aprovação do Si ste ma da Qualida e
ão
0
3·6 .3.5 Re de d
De ac or do
t, .
ana. Normalização na construção civil 93

fabricante. Exemplo: a certificação dos produtos cerâmicos. Este é o modelo


mais utilizado no SB AC (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade),
pois proporciona um sistema confiável e completo de avaliação da conformidade
de uma produção em série e em grande escala;
t) Modelo 6 - modelo onde é avaliada a capacidade de um a indústria para
fabricar um produto conforme um a especificação determinada, não avaliando a
conformidade do produto final. A Certificação de Sistema com base na norma
NBR ISO 9001 (ABNT, 2009) segue o Modelo 6;
g) Modelo 7 (Ensaio de Lo te) - neste modelo são ensaiadas amostras retiradas
de um lote do produto, avaliando-se a sua conformidade com um a dad a
especificação. Exemplo: lotes de produto para importação ou exportação;
h) Modelo 8 (Ensaio 100 %) - neste modelo, todo o lote deve ser ensaiado para
verificar a conformidade de todos os itens com um a dad a especificação.

3.6.3.4 Org ani smo s de certificação acreditados


Para realizar processos de certificação, um a organização deve ser acreditada
pelo INMETRO.
A concessão da Acreditação é dada a organizações que satisfaçam requisitos
estabelecidos em normas internacionais e documentos do Sistema Brasileiro de
Certificação.
A Acreditação de Organismos de Certificação de Produtos (OCP) é con ced ida
por produto ou família de produtos. Para fins de certificação compulsória, dev em
ser utilizados regulamentos técnicos e para a certificação voluntária dev em ser
adotadas normas brasileiras, internacionais, regionais ou estrangeiras, dentro do
conceito de níveis de normalização.
Existem cerca de cinqüenta e cinco Organismos de Certificação de Produtos
atuando no Brasil, porém, nem todos eles atuam com a certificação de produtos
para a construção civil.
A Acreditação de Organismos de Certificação de Pessoas (OPC) é concedida
por tipo de atuação e são poucas as áreas que já estabeleceram em normas
técnicas os perfis profissionais que viabilizem os processos de certificação.
Existem apenas nove Organismos de Certificação de Pessoas atuando no Brasil
em todas as áreas profissionais.
O IBR AC ON , através de seu Núcleo de Qualificação e Certificação de Pessoal
(NQCP), conquistou em 2009 a Acreditação INMETRO como Organismo
Certificador de Pessoas, certificando profissionais em Controle de Qualidade do
Concreto. O certificado atesta que o profissional possui conhecimento das
especificações e procedimentos de ensaio citados na NB R 15146 (ABNT, 2004)
, estando apto a realizar atividades em controle tecnológico do concreto, com o
auxiliar, laboratorista, inspetor e tecnologista.
A lista dos organismos de certificação e informações sobre o processo de
Acreditação podem ser encontradas no site do INM ET RO , www.inmetro.gov.br.
3 .6 .3 .5 Red e de laboratórios
De acordo com as regras definidas pelo INM ET RO para avaliação da
94 LM. Roman. M. S. Jobim, H. R. Roman, l. L. S. Battagin

e ·d
coniorrm a e d de produtos , devem ser utilizados
. b laboratórios
., · acreditado
. s no
INMETRO para essa tarefa. Caso não eXJstam_ 1a oratonos a~red1tados, a Ocp
pode utilizar outros l_aboratórios desde que auditados pela certificadora segundo
os critérios estabelecidos pelo INMETRO.

3.6.3.6 Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat-


PBQP-H , _ .
o objetivo principal do programa é o comba~e .ª nao-conforrmdade intencional
às normas técnicas na fabricação de matenais e ª?s componentes para a
construção civil. Para cada segmento de produtos eXIste um PSQ (Programa
Setorial da Qualidade) específico, definido por entidades setoriais nacionais
representantes de cada setor. A tendência desses programas é seguir o Modelo 4
de Certificação, ou seja, as amostras de produto são retiradas da fábrica e do
mercado para as empresas que aderiram ao programa. Produtos de empresas que
não aderiram ao programa podem ser analisados a partir de amostragens
realizadas no mercado.
Dentro do programa, são tomadas ações específicas para a criação de normas
técnicas, proporcionando a avaliação da conformidade dos produtos frente a
critérios confiáveis e com abrangência nacional.

3.6.3.7 Processo de Certificação


Antes de escolher a certificadora, o fabricante deve analisar a conformidade do
produto para o qual a certificação é desejada com base nas normas técnicas
vigentes. Convém verificar quais são os modelos de certificação adotados pelos Referências
organismos acreditados para a certificação do produto e analisar a adequação da
empresa ao modelo de certificação. Em linhas gerais, o processo de certificação ASSOCIAÇÃO BRA
segue os passos ilustrados na Figura 3. Vocabulário geral
--NBRISO
--NBRISO
--NBRISO
de Janeiro, 2010.
--NBRISOI
-·NBRISOI
Janeiro, 2004.
----..NBRISOI
--·NBRISOI
--·NBR1so1
- - · NBR ISO/IE
--·NBR 5426:
- - · NBR 5427:
• tributos. Rio de J
- - · NBR 5429:
- - . NBR 5430:
1
&neiro, 198s.
--..:... NBR 15146:
~-NBR ISO/IE
8M:IL· Lei nº 4. 150
O... Lei nº 8.078
Normalização na construção civil 95

e A sociedade brasileira manifesta a necess·d d d


1 a e e uma Norma

Comitê Brasileiro (CB) ou Organismo de Normalização Setorial (ONS)

Éjustificada a não aceitação É criada uma Comissão de


da solicitação Estudo (CE) com participação
voluntária da sociedade

A CE elabora um Projeto de Norma, com base no consenso de seus participantes

· O Projeto de Norma é submetido à Consulta Nacional 1

Não aceitas pela CE


Justificativas técnicas
/ Sugestões Aceitas pela CE

Consenso
/
>·--------.. . Norma aprovada
L __;:,:::.:.::::.::!::.::::..__J

A Norma Brasileira é publicada pela ABNT

Figura 3 - Fluxo do processo de certificação

Referências Bibliográficas
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Vocabulário geral. 2ª. Ed. Rio de Janeiro, 2006.
_ _. NBR ISO 9005: Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2005.
- - · NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro, 2009.
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de Janeiro, 2010.
- · NBR ISO 14001: Sistemas da gestão ambiental: Requisitos com orientação para uso. 2a ed. Rio de Janeiro, 2004.
- · NBR ISO 14004: Sistemas de gestão ambiental: Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de
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- · NBR ISO 14063: Gestão ambiental - Comunicação ambiental · Diretrizes e exemplos. Rio de Janeiro, 2009.
- · NBR ISO 19011: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro, 2003.
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- · NBR 5426: Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributo. Rio de Janeiro,1985.
- · NBR 5427: Guia para utilização da norma NBR 5426: Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por
atributos. Rio de Janeiro, 1985.
_ . NBR 5429: Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por variáveis. Rio de Janeiro, 1985.
- · NBR 5430: Guia de utilização da NBR 5429: Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por variáveis. Rio de
Janeiro, 1985.
- · NBR 15146: Controle tecnológico do concreto - Qualificação de pessoal - Requisitos. Rio de Janeiro, 2004.
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