211 Introdução
Egito. Por volta do ano 100 a.C., os romanos contn b~ ?1utu para o
de envolvimento das indústrias do vidro, inician doª ~uça .._e ?''-'-TO ?"r. pro
~en~o de moldes. O uso do vidro como proteção de Janelas daill e. =sec o.: m
I\ da era cristã .
Foi
p. . no séc 1 · VI C
, na a tedral de Santa Sofia em Consta.m m pla. que o
uo . . _ -000
ntne1ro vidro Cl lorido foi aplicado na arquitetura. ~se
500 e 600 d.C.. 1 scoberto um novo método de f(11Jn(7~"ao
~n :rure
do :
1
an
,11oro - ano per
E. Paulo Sichieri, R. Caram e J. C. Piu,utti dos Santos
658
sopro de uma esfera e sua sucessi va amplia ção por rotaçfü . 110. Alguns
historiadores defendem a idéia de que as Cruzad as foram respc 1
s p~la vinda
da arte do vidro do Oriente para Veneza , onde se es~bel eceu dt.i :an ..: o_seculo XI.
o ano de 1200 é marcado por um grande desenvolvunent~ ~a tecnologia do vidro
com a invenção do processo de fabricação por sopro de cilindro s.
Os primeiros vidros de cristal, realme nte incolor es e transpa rentes, bem como
o espelho, surgiram em Veneza, entre o século XIII e XVI.
No século XVII, começaram-se a fabricar os vidros esco~d os, que consistiam
na produção de grandes placas de vidro sobre mesas, estendi dos com um grande
rolo. Esse processo passou por etapas evolutivas ao longo do século XVID,
período em que houve o surgimento do vidro plano transpa rente e a_janela tomou-
se protagonista na composição da fachada , ocorren do sua autono rma. A produção
em série começou em 1827, em Boston , EUA, com o empreg o de máquinas na
fabricação do vidro. Com as inovações tecnológico-construtivas e o emprego em
larga escala do ferro e do vidro no século XIX, houve um aumen to dos vãos e das
aberturas, provocando uma ruptura nos ritmos de fachad a de alvenaria. Em 1917,
foi inventado o processo contínuo de lamina ção de vidros de janelas,
simultaneamente, por Emil Fourcault, na Bélgica, e lrwing W. Golbern , nos
Estados Unidos. Em 1952, foi inventado o processo floatl de fabricação de vidro,
que é utilizado até hoje, o que garantiu uma qualidade muito grande do vidro.
No século XX, com o desenvolvimento do aço e do concreto, o vidro passou a
ser mais difundido, e as janelas envidraçadas começa ram a predominar nas
fachadas dos edifícios, tomando-se seus elementos integrantes. O grande uso do
vidro advém de suas características bastante interessantes para a construção civil,
como d~bilid ade, transparência, dureza, impermeabilidade, a possibilidade de
ser produzido com recursos abundantes na natureza, e ser 100% reciclável. Além
~sso~ a...in~ústria d_o vi&:o colo~ou-se a serviço do projetista, tentando responder
~ exigenc1as a~ais. E:XIste hoJe, no mercado, uma variedade muito grande de
vidros que aceitam diversos tratamentos, aplicados sobre diferentes tipos e
espes s~, resultando_ em elementos de características muito variadas, que
podem ainda ser combmados em produtos laminados ou em caixilhos múltiplos.
Faixa de
A
transformação
Liquido
vítrea Líguido
Estável
Super
f esfriado
Processo
de
+ cristalização
Vidro
Cristais
iF 1
Esfriamento lento l t
1
' 1
------ . c
: Cristais
temperatu~
D de transição temperatura
: vítrea ) de fusão
: '
Tf TEMPERATURA-.
.
Ftgura .
1 - Diagrama tenpi ratura versus vo1ume representando processos de solidificação e formação de vidros
De cada cem parte s dessa mistu ra vitrif icáve l, obtêm -se 83 parte ~ ~e
vidro e 17 parte s de perd a por volat ilizaç ão , resta ndo a comp os1ç ao
básica:
- r·nal
Quadro 2 - ( , ompos1· çao 1
do vidro float incolor (Fonte : CEBR ACE, sd.).
0,7% 14% 4% 9%
2% 0,3%
1
-- -- --Ca-
3 Vi .
er •tem 21 .6 deste
e P ·-- ,,,· dc
H Sa11w.
,·
E. Paulo Slt·-111e11.
· .· R• Caram e J . · ,..,...u •
662
21.3 Estrutura
. , . d
., unidade ba 1ca a rede de sílica é O tetraedro silíc io-oxigênio (Figura 2).
~ 6
1
-O- SI- O-
I
?
(b)
(a)
Figura 2 _ L"nidade básica da rede de flica. (a) Repn: t.!nl nçiío tri-dimcnsio1111l; (h) Rcprcscntuc;,tu
bi-dimt.!nsionnl.
a)
b)
Recozido -Liso
1Plano -Polido
-Impresso
Temperado Plano de -Impresso anti-
segurança· renexo
Transparente Caixilhos
-Serigrafado Incolor
Curvo -Fosco
Laminado Translúcido Autoportantes
1 -Metalizado ou Colorido ou
1------, Endurecido·· Renetivo absorvente
Opaco Mista
-Vidro de baixa
1Aramado Perfilado ' emissividade ou
l
LowE
Duplo ou Ondulado -Gravado
1 Insulado
-Esmaltado
*Vidro plano cujo pnx-e. samento de (nhm.·a~·ãn ~du1 ~> risco ?C ferimentos en:i caso ~e quebra. Deve
atender aos requisito~ de nonnn e pcut1ca de cla-.s1ficaçao dos vidros quanto ao risco de impacto humano
acidental. _
**Vidro ubmetido n um trnrnmcnto ténnico visando tomar sua resistência ao impacto e às \'ari_a~~--
ténnicas aproximadameme duns \'C/C!i maiores que a do vidro comum. Por ter padn'io de quebro ·1mt13f
ao vidro comum. não pode ser unsidcrado vidro de segurança.
21 6 4
· · Vidro laminado
O vidro Iam·mado e, de segwanç. ..,., , c·c>mJmsln · dt· d1111s 011 11iai " lc1111iuai., dL· vidros
1· · ·
Coladas pela · _ d t { c.Jtl'llm f i1 11 n·s dl· polir,11 ho11Hlo ou po 1v1111I
b . mtcrc·11açao C um a C ' ·
Uttral (PVB) 'urn · ateria
. 1 res1.s·t,CIlt''... coni .·tdl·n·m·111 .io , 1d1n l' 1>011 l'last1ndadc.
~ e -
6Vi •. o apítulo 6 a ,. ncxhcu cio~ ch:rm: ,1111, 1111111111 li'
er llern 21 .10 4
. 'pn ·1 ., ótícw,. nc,1c capílulo
• 1, 11,,, r/ri, S,mro.,
l Paulo S1ch1tn. R C'ru,1111 ,• .I. e • '
666
destinam. É 111Uil0 grall e.;~ gat1lll dL: .1r)l ~ ~ ~t:OIOl'eS, CO)OrÍdOS e refletiVOS e
d 01 1
Proictistas. Podem ser uttl11mlos os v1t ws li r· d PVB con~onne '
J t · .
ainda. diforcntcs cores L' .l'Om 111w,·ol's .t l l : ,.do dme n e·unto7. ,
1, ·rn'l'S 1 se 1
SP UT TE RIN G
(a)
r, ., ,
Vid ro n oo oqu ocl do
_ d 'd r"íl
de roduçao o v1 ro " etivo (a) a vácuo e (b) pirolítico
Figuro
Esquema p" A "''QVIST 1991 e CA RA M, 1998).
(Fo ntes: GlV'U • •
e
.ch,· ri R Caram e J. C. . · dos Santos
P1zzuttt
668 /~. Pauln Sl ' ·
.
ett
fi tu do na própria linha de produção do float
o tratamento pir~lític3, por~% O ªde vidro durante longo período. Não
- p de tipos de produtos finais, pois ocorre
é
é ideal para a fabnca\ 'ªº de .
conveniente haver mmtas vardiaçoes a linha de produç ão. Já os processos de 111
das com a mu ança n l .
perdas acentua d 1. h d produção, como o process o por pu venzação
deposição efetuados !ora ª. mfl ª ,,e .s e possíveis de serem utilizad os para a
catódica a vácuo, sao mais d exiveai pequena quantid ade de determinado vidro
d - m períodos curtos e um · · '
pro uçao e . d' 'ficadas por parte dos proJetlstas.
possibil~tando esco~has m.aislí/vers}oram desenvolvidos devido às dificuldades
Os vidros refletivos. p~ro icos - à melhoria do conforto térmico em
a resentadas pelos proJet1stas, com re1açao . fri B
p
países do hem1s . . ente o. uscavam-se,
· norte com clima. predom. mantem
· fi"eno
segundo Arnaud (1997), ating~ os se~m~e s obJe?vos. . .
• alta transmissão da luz vis1vel, pnmerra funçao da Janela, .
• reflexão do infravermelho (IV) longos (7000 a l 0000 nm9), para evitarem-se
perdas do calor interno; ..
• transmissão do infravermelho (IV) próximo 10 (780 a 1500 nm), para ~ermitJr-
se O aquecim ento pela radiaçã o solar no invern o, com nsco de
superaquecimento no verão;
• neutralidade de cor na transmissão e reflexão;
• resistência mecânica e química da camada refletiva;
• possibilidade de tratamentos térmicos posteriores, como a têmpera. .
Observa-se que, no caso de climas frios, a colocaç ão da camada refletiva
voltada para o interior diminui as perdas através da radiaçã o no infraverm~lho
longo, devido a sua baixa emissividade. Esse item é o princip al responsaveJ
pelo desenvolvimento desse tipo de vidro em países de clima com períodos
frios mais longos e mais intensos durante o ano.
Para o clima quente, esse item não tem uma importâ ncia tão acentuada. Por
outro lado, a obtenção de vidros com boa transm issão da radiaçã o solar
incidente no infravermelho próxim o está em desaco rdo com esse tipo de
clima, pois o risco de superaquecimento no interior do edifício é muito maior.
Portanto, ~idros q~e apresentam bom desemp enho nos países onde foram
desenvolvidos, mmtas vezes, não são conven ientem ente usados em outros
~ com outros climas, nos quais as exigênc ias a serem cumpridas são
~ - Segundo o fabrica_nte, o process o pirolíti co assegu ra ainda grande
~da de d O a ~ de óxtdo, sendo possíve l sua utilizaç ão com a cama~a
para .e~tenor. No entanto , os dois tipos de vidros refletivos sao
te utj)Jzados na confecç ão de vidros lamina dos com a camada
1JO interior do vidro '
· os a vácuo, de ·aco~o com Arnaud (1997) , têm um:
19ngo PfÓXJma de 95% devido a essa camad
o aquecim ento do ambien te construído,
~~IJOIM fe à radiaçlo 16mica (calor) nonn at,nente
Esse efeito é !deaI para países de clima frio, pois o óxido depositado na f11c!é!
interna do" vidro impede a saída de calor. Também, dados obtidos em
espectrofotoi_netro por Santo (2002~ mostraram que a maioria dos tipos de
vidros reflet1vos. é, na verdade, .~u_ito absorvente, podendo provocar uma
sobrecarga ténruca extra nos edific1os pela re-emissão do calor absorvido
para o interior, além do desconforto devido à temperatura radiante elevada
próximo a esses :le~entos. Esses dois_ efeito~ combinados, alta reflexão do
IV longo e re-enussao do calor absorvido, exigem do projetista um cuidado
especial e o _conh~cimento _das car~cterísticas. espectrofotométricas para a
correta espec~ficaçao ~esse tipo de vidro em chmas brasileiros, uma vez que
pode proporcionar maior consumo de energia dos edifícios com o uso do ar
refrigerado e com o uso de iluminação artificial.
Em princípio, o tratamento refletivo pode ser efetuado sobre qualquer cor
e espessura de vidro float; no entanto, as espessuras padrões de venda no
Brasil, apresentadas no catálogo do fabricante, são de 3, 4, 5, 6, 8 e 10 mm
para os metalizados a vácuo e de 4, 6, 8 e 10 mm para os pirolíticos.
O Yidro duplo é compo to por duas ou mais lâminas de vidros, ~eparadas por
gás inerte {podendo er de de ar desidratado até gases nobrc!-i argônio , críptónío
ou xenônio). A pre ença de um ou mais espaçadores pr6ximot, a<.; borda'; impedem
a entrada de umidade e a aída do gás (Figura 6). As bordab do vidro são, então.
hermeticamente fechadas com materiais que suportam altas e baixas temperaturas
e re i tem à radiação ultra\'ioleta.
Conve cção
Radia ção
Condu ção
21.6.11.1 Superwindows
Há opções surgindo no mercado que resultam em grande resistência
térmica, por meio da combinação de múltiplas camadas de películas low-e:
inserção nos panos de vidros de gases com baixas condutâncias: barreira
poliméricas entre os panos com a finalidade de reduzir a c~nvecção ,do gás
mserido e, conseqüentem ente, a troca de calor entre os v1~ros:_ alem dos
próprios caixilhos mais estanques e isolantes. A combrn_açao ~es ·a
variáveis, total ou parcialmente, leva ao que se ~enomma hoJe de
superjanelas ou na literatura internacional, de superwmdow (ASHRAE.
1993). ' , . .
Análises sobre as superjanelas realizadas no Laboratono Na:~on~l
Lawrence Berke1ey, C a1110m .J; ,
1·a , mostraram que , para melhorar
, . - · a efic1encia
· t
energét 1·ca das Jane
· 1as para e i·mas
1 fn"os , seria necessano e 11mmar
. o ar m erno
de envidraçamentos múltiplos e preenchê-lo~ " co~ ?ªs~s mertes. ~1omo
argônio kn· t" . . t eduzem a transm1tancia term1ca total (U) do.
, p on10 poises es r d 4 AI , d"
envictr ' observado no Qua ro . em isso. se
os vict:çan_ientos. conforme pode se~icadas películas de baixa emi sividade,
a efici"os ~1vessc~ e m suas faces .ªP significativamente. considerando que a
re . . . encia do 1stema melhorana .
sistencia térrr ca Jo sistema aumentana.
~ er item 21.11¼..
p-ítulo.
/' . l'r111/o \'/, /11,•1,, I< ( ·,11m11 ,• .I ( , l'i;:. uni do.\ Santo.\
672
. ,. ( IJ rn vidraças com caixilhos múltiplos
C)1111dr11 4 'f 11111111111fflll<.:lll l l' llllf l ' U f olllf ) pa ·
U (W/m2°C)
Tipo do Envldroçamonto
2,72
Vidro duplo. 17,/mrn, ur
0,20· . 2,21
Vldto duplo 1?,/mrn, or, o
b"~
vanfunção da oscilação da temperatura interna d~m ..
e; escala industrial para uso em edificações Os
e as propriedades óticas tornando-se esc~os qu d O
:.:sn:·~~
da ~ci~cia ~lar e
S3? fabricados
OIDlcos mudam
su · d an o expostos à radiação
ultraviole~ .e aios compn~edntols e onda mais curtos do visível, mas revertem à
Su a cor ongma na ausenc1a a uz. A transmissão ótica pod · d m 90°"
d ependendo d · - d 'd e vanar
a compos1çao o v1 ro. Os materia;... termoc " · e 5 -,o a ,o,
d
. . ~ rOIDICOS, quan o
submettdos ª ~ma t~mperatura !Ilaior que a do ambiente, tomam-se opacos
através de reaç~s qun~ruca~ te~camente induzidas ou por mudanças de fases.
Esse processo e reverst vel a medida que a temperatura abaixa. Na ocorrência de
alterações de fases, o material muda sua distribuição atômica podendo causar
espalhamento ou absorções múltiplas de luz. '
/j í-·~j - ///
... ~,,.. "1
~ ~ ~j
... ~ 4, ~
Í ) u 1.Vl
...___, :-@ _J
. l lar em cristais líquidos (Fonte: CARAM, 1998).
lnlluêncin elétrica no alinhamento mo ecu
Quadro 5 - Espessuras nominais das chapas referentes ao tipo de vidro, segundo \ 70h, 1992 .
. d - d' - d . 0 S Vidros
1amma os sao compostos com as 1mensoes apresenta as neste 41....dm.
Figura 10-
21.8 Cálculos de espessura dos vidros
o
1 2 J 4 s 6 elb
Figura 10 - Diagrama para cálculo preliminar da espessura de uma chapa de vidro segundo n
pressão do vento.
Segundo as NBR 7199 (ABNT, 1989), NBR 10820 (ABNT, 1989). NBR
10821 (ABNT, 2001), NBR 10830 (ABNT. 1989), NBR 10831 (ABNT. 1989)
e NBR NM 293 (ABNT , 2004), os vidros devem ser aplicados e mantidos de
forma que, por ocasião da colocação ou após. não sofram danos ou tensõe
capazes de alterá-los ou quebrá-los, independentemente da causa.
Os caixilhos onde os vidros serão colocados deverão permanecer planos e
resistir às ações combin adas dos agentes exteriores, do movimento dos
edifícios e do peso do envidraçamento. Os itens a, b, e, d abaixo indicam os
cuidados mínimos necessários para a colocação dos vidros em caixilho .
a) Rebaixos: os caixilhos devem ter seus rebaixos com a eguinte
dimensões mínimas:
• altura: 10 mm a 15 mm;
• base (colocação com massa): 15 mm;
(com baguete ou cordão): 10 a 15 mm
• as folgas são da ordem de 3 mm a 4.5 mm;
• as esquadrias deverão ser previamente pintadas com tintas adequadas.
b) Calços: recome nda-se a utilização de calços de neoprene, bo1Tacha
?aturai ou , faculta tivamen te, outro plástico rígido, cedro ou madeira
1
rnunizada. Não devem ser usados calços de madeira comum . por
apodrecerem ne d bumbo for formarem pólos elétricos. Devem er
sufi1c1entem
· ' m
ente , o- ·d e c ' · · ' e1 pe1o
a que não se deformem de manerra apreciav
Pes0 d . n 0 1 os, par
o vidro·
e) Colocação de s calços: os calços têm por finalidade a melhor distribuição
678 E. Paulo Sichieri, R. Caram e J. C. Piu.utti dos Santos
15
UVC -----1fi---l UVB I
280
t J::~.
320 D_ 1_ ,,..,
........ 380
. ·
componentes rntenore s da descoloração provocada1· por
- dessa radiação .
' , , 0s
· · d e os vidros que recebe m a ap icaçao e peliculas Par
vidros 1amrna os ' , · . · mpedem - a
proteção solar apresentam essa caractcnst1ca . J as açoes do
21.10.2.2 Visível ..
Visível está associada à intensidade de lul natural transm1t1da, influindo
diretamente no grau de iluminação de um ambiente. A reg ião chamada
visível do espectro solar é aquela para a qual o olho humano é sensível,
resultando numa sensação de visão e de cores. A luz é, portanto, 0
instrumento através do qual se estabelece a visão, provavelmen te o mais
importante meio de comunicação do homem com seu entorno. Do ponto de
vista do conforto ambiental. é de. cjável nos ambientes a penetração dessa
radiação, não só para o bom aproveitamen to da iluminação natural, como
para suprir as necessidades humana. de contato visual com o exterior. Do
ponto de vista do consumo de energia. seu aproveitamen to limita o uso de
iluminação artificial. proporcionan do economia de energia.
21.10.2.3 Infravermelh o
Interfere diretamente nas condições internas de conforto ambiental,
através do ganho de calor, pois representa praticamente metade do espectro
solar.
O infravermelho somente se transforma em calor e, do ponto de vista do
co~forto ambiental e do consumo de energia com ar-condiciona do, deve ser
evitada a entrada dessa radiação no interior das edificações em climas
quentes.
Os ~esultados obtidos do ensaio em espectrofotôm etro para os diferentes
compnmentos de ond~ dentro de um intervalo espectral desejado resultam
em ~ gráfico, da vanação das propriedades óticas do vidro em função do
,oom.prunento de. onda da radiação, o qual expressa o comportamento
trofotométric? do _vidro. Este gráfico tem grande importância no
de especific~çao de fechamentos transparentes , pois expressa ª
do ~atenal em ter uma atuação seletiva em relação aos
ento de onda que compõem o feixe de luz incidente.
,.r,,e,,<.· . -..eciada à composição química do material, à sua
100
80
60
"-- " --· ~
\ Vidro
\ Normal
40 Ideal
20
o
ULTRAV, VI SIV&L INFRA VERMELHO
Figura 12 - Curva de transmissão esperada para um vidro ideal, em regiões com clima quente, como
redutor da radiação solar (Fonte: CARAM, 1998).
fl - f - 0 absorção e transmissão
21.1 0 .2.4 Re exao, re raQa : . .d b um material transparente ou
Entretanto quando a rad1açao inci e so. re .
translúcido , ~correm basicamente os ~egurntes processos.
fl - · t rfaces entre os mews; · d
•• refração
re exao nas m e .
nas mesmas mterfaces, . devido à diferença de velocidade e
d. - os dois me10s·
propagaçãC' dara iaçao n 1 d radiação pelo material, reduzindo sua
• absorção ae uma parce a ª. . _ al·
. . d d a distr1bmçao espectr , ,,
mtens1dade e rnu an SU °
• transmissão rl· parcela restante par O a meio além do material, apos
reflexões e b rções internas.
A Figura 13 i.u )tr esses processos.
E. Paulo Sichh•ri. R Carnm e' J (' Pi • 111/1 dm San(().\
684
Figura 13 _ Propriedadi..-s óticas da luz quando incidindo sobre um material transparente (Fonte: FANDERLIK, 1983, p. ).
61
21 .102.4.1 Refração .
A velocidade com que a onda eletromagnética se propaga em um matenal transparente
é menor que a sua velocidade no vácuo, uma vez que ela depende da ~oncentração de
átomos ' íoJt'i e moléculas do material. O índice de refração a uma determinada freqüência
. .
é. então. dado pela Equação 1, onde "Ili é o índice de refração do me10 1 , e a velocidade
da radiação no vácuo, e v a velocidade no material considerado:
n, = c/v (Equação 1)
e transmissão
• nte à superfície de detenninado eleme~t;
intensidades das parcelas refletida \';.
· tem.os que a soma dessas
I -.J, +/ª + I,
adotarmos os percentuais em relação i. luz dei
5
n:iãncia'~ dada por R =HJ0.1,11, a absortAncia como::_ :,a-
a
!
~;ansmitânc1~ =.100.It/l, e podemos escrever que R+A+T=IOO. JJI eª
A transm1tancta pode se dar de forma direta difusa
arente es t ,
a associa. do ao .
matenaI que tem a
00 • 0
nrnnráAll.....1.- de tra
termo
tran Sp . , '-" . r-"yu----,
·ti·
~DSDJLr a
radiação v1s1vel de 1orma d1re~a, enquanto os translúcidos a transmitem de
forma difusa, e os opaco~ 1mp~dem totalmente a sua transmissão. A
magnitude .dª. p~rc~la refl~t1da vai depender da qualidade da interface, do
ângulo de .mclde~cia, da ?•ferença entre o~ índices de refração do meio do
qual a radiaçao e proveniente e do matenal sobre o qual ela incide, e do
comprimento de onda.
o coeficiente de reflexão ou refletividade de uma superfície (p), para
ângulo de incidência até aproximadamente 20º, pode ser obtido pela fórmula
de Fresnell (Equação 4) onde: p é a refletividade da superfície do material,
'll, o índice de refração do meio 1 e "'lz o índice de refração do meio 2:
p = (ni -n
2
) ' (Equação 4)
n1 +n2
Esse coeficiente pode ser calculado para outros ângulos de incidência (0 1) .
segundo a teoria de Maxwell , pela Equação 5:
para outro
dança de
- ..!_ sen 2(81 -82)
2
[1 cos2 (01 + 02)]
2
(Equação 5)
P-2 .sen (01+0 2} + cos (81 - 02 )
valor dessa
Após ter uma parcela refletida na primeira interface. o feixe, passa_a ter uma
sendo 01 e atenuação ao longo da espessura, devi?º à absorção. que e~ta relacionada ao
de refração coeficiente de a bsorção característico de cada ~atenal_ e para cada
1
a Figura ·3 comprimento de onda. A transmissi vidade (T J esta_ relacionada e~se !
coeficiente pela lei de Beer ou de Bouguer (Equaçao 6). onde I e_ a
transmissividade, a a absortividade, a o coeficie~t~ d~ absorção do ?1atenal
(m ), L a espessura da chapa (m), e L/cos0 2 a d1stanc1a real percornda pelo
1
raio.
, rela~
a esta.
d ' ·w1nte tel1l
- aL / cos 0
rração,
constt
o átoJ110 ou
fon
A 1.
't'
· -
=e 2 e
r
<1 - p .-r:
R = p . 1+ l - p 2:r 2
2
]
A = .(1-
. ;. __ p_Xl_- _-r:)
1- p.-r:
~ 80 -f==~~==i==-=::~::;;:..:::
E
T 60
A -R
- T!5mm
G -A
E 40
-R
M
20
_,.remm
-
'.%)
o
o 20 40 60 80 100
ÂNGULO DA INCIDÊNCIA
Figurn 14 Variação das características óticas do vidro plano comum incolor com o ângulo de incidêm.1.li
(Fonte: SANTOS, 2002, p. 162).
e
688 E. Paulo Sichieri, R. Caram e J . C. Piu.utti dos Santos
RADIAÇÃO
DIRETA
10 7D RADIAÇÃO DIRETA
TRANSMITIDA
OANHOOE
CALOR
SOLAR
OANHOOI
CALOR
- to -
11
GANHO DI CALOR
(lo.,,,
POR CONDUÇÃO
u
TOTAL
''" 11\l
.
nb
·idl'nt L
•
1'·ltll11<,;i'io , so
1
b rc' ,,
'
s01v1
•
a
~upcrfície d o
' t , on,k l é a parce1a tran
vi'dro sob
smitida
detcrminndo
. '·
e n seg111ul
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1
Os oanhos de calor através dos materiais transparentes constitu ~1!1 <-ic_numa das
arcel~ mais significativas no cálculo dos ganhos de calo~ das cdtf ,caçoes? sendo
~e 2Tande importância sua determinação para os procedimentos de ~nálisc das
,ª
condições de conforto térmico de ambientes. Es~e cáJcul? c~volvc intensidade
da radiação solar incidente. o ângulo de incidência ~a rad1açao e~> J.. ator de Calor
Solar (FS) do vidro para o ângulo de incidência no rnsta~te ~o. nsi?cra
. do.
Embora o valor de FS seja variável com o ângulo de inc1dcnc1a, os catálogos
dos fabricantes fornecem apenas valore para a incidência normal , com condições
climáticas, posição do sol e valore de l1e e h padronizados e temperaturas
1
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