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. . . de Construção Civil e Princípios de Ci!

ncias e En •
r,.fure~=~echella lsaia (Organizador/Editor) &enbaria de Materiais
(i,:f11JU d" •
IBRACON. Todos 1re1tos reserv
ados
O .
!~ ,201

capítulo 49

Fibras Vegetais com o Material de


cons truç ão
Vafta11 Agopya11
~cola Politécnica da Universidade de São Paulo

Hofmer 5a,,asta110 Jr.


Faculdade de Zootecnia e Engenhari a de Alimentos de Pirassunung. USP

49 J Introdução

49.1.1 Visão geral

O uso de Materiais de Construção Civil reforçados com fibras está se


ampliando rapidamente, em razão do bom comportamento mecânico que esses
materiais possuem. Segundo Heinricks et al. (2000), a produção anual estimada é
de 1,3 bilhões de metros quadrados e 28 milhões de toneladas, em especial nos
países desenvolvidos. No caso de países em desenvolvimento, onde a escassez de
habitações e de edifícios para fins públicos, comerciais e industriais é bem maior,
a aplicação desses materiais na construção poderá contribuir para acelerar a
produção de edificações com desempenho adequado. Com essa finalidade, as
fibras vegetais são apresentadas como uma opção para reduzir o custo da
produção dos compósítos, procurando, assim, solucionar os problemas advindos
do uso destas fibras, notadamente a baixa durabilidade em meios alcalinos.
Apesar de o uso dos materiais fibrosos remontar à Antiguidade, seu emprego
na Construção Civil só se deu de forma mais generalizada, com a introdução do
cimento-amianto no mercad o, no começo do século XX, sem o devido
conhecimento do seu comportamento. Pode-se afirmar que esse tipo de material
foi de fato estudad o na Engenh aria Civil apenas a partir de 1960, nos países
desenvolvidos. Nessa época, além das fibras de amianto , também foram
estudadas matri/.c s de cimento com fibras artificiais como as de aço, de vidro
(inclusive as resisten tes a álcalis) e as de plástic o, princip alment e de
polipropileno . Os pri meiros produto s com essas fibras artifici ais foram
~.e lll!:~ fibi â& acu na .
em matnt.eS de cin'lento,. alglllllas ~ .
íel!Mêl.íffidurâbilidade bla s com pre ço muito elevado, como alta
~o ni tr ila de acrilatos e de "ke vla r'' (poliamida). as de
stm,m·de baixo usto as fibras vegetais também mereceram a atenção d
rsacllores, mesmo apresentando características e propriedades, em princí 1~s
. d* ad à Con truçio Civil. Os primeiros resultados experimef ?•18
.ten foram publicados por volta de 1980 e todos eles de mo ns ~
bilidade d reforçarem matrizes frágeis com essas fibras .. Ap on ~
b'etanto, o probl ma da falta de durabilidade das fibras em me10s alcalin '
~ o o da matrize cimentícias. Os resultados das poucas tentativas de aplica~~
prá tica , em tud o det alh ado s do com por tam ent o ao lon go do tem po, forarn
fru trante .
. Qua nd< ;> e lev a em con ta a gra nde var ied ade e a abu ndâ nci a de fibras veg etai
dis pon íve is. nos pai e em des env olv ime nto , inc lusi ve res ídu os de ind ústr ia:
com o a t~ td e a de cordas. que têm comprimento adequado para os materiais d~
c~n~truçao. tem-~e o desafio de viabilizar o emprego dessas fibras ,n~ Construção
Civd. Para que isto oco rra . a durabilidade das fibras nos compos1tos deve ser
aum ent ada .
A ~a ior par te dos est udo s de dur abi lida de dos ma teri ais refo rça dos com fibr as
veg eta is, em and am ent o. busca compreender os mecanismos de degradação das
fib ras e des en\ 'Ol \'er técnicas de proteção, por meio de impregnação ou de
rev est ime nto com di\' ers as substâncias. A impregnação pro cur a mineralizar a
fib ra, tor nan do- a n:-s iste nte à açã o dos álc alis , ou ser vin do de ele me nto satu rad or
dos por os. imp edi ndo a pen etra ção da sol uçã o alc alin a. Já o rev est ime nto é uma
bar rei ra físi ca. A efi cic nci a des sas técnicas de pro teç ão das fibras que serão
sub me tid as aos pro ces sos me c~l nicos con ven cio nai s de mis tur a e ade nsa me nto ,
par a pro du~ ·iio dos ú,m pôs ito s. é duv ido sa. De fato , ain da não foi pub lica do
nen hum res ult ado sar isfa rór io a res pei to des ses est udo s.
Outra téc nic a dc pnJll'\'~ll) J a de imp edi r a ent rad a de águ a no componente
pro duz ido com l'SS l' 1..', .'mp ósito. ou por obs tru ção dos seu s cap ilar es ou por
ímp erm cab iliz a~· fü) da sua sup erf ície ext ern a. Ess es pro ces sos são one ros os, que
não se jus tifi cam .jü l)U l' (.) em pre go das fib ras veg eta is dev e-s e ao seu bai xo custo.
Um a abo rda ger n dik rcn tl' par a o est udo da dur abi lid ade de com pós ito s com
fib ras veg eta is l; a n.· du( ~in da a~r css ivi dad c do me io ao inv és de pro teg er as
pró pri as fibras. .
nto-am1
49.12 Os 11u1teriais n:f'orçados co111 fibras 'le emp
bra .1:
Resun 1in do o nm 1p{ lrtu ncn to dos 1na tcriais fib ros os, dev e-se frisar que ão
materiais po lifo siro s. dis tin gu ind o se dua s fas es bás icas, as fibras e a ma triz en_: que
as fibras estüo em beb ida s . .- \ run ,·üo princi pal das libr as é a de ser ref orç o me cam co • I e pe
da própri a 11w tri1 . N{ lt'lllaln ll'tllc. o seu ,ol un1 ,cn1 relaçã o ao vol 1me da ma ~nz ,e a~
bem n1c11or, 111 cs11 Hl p:11 ~1 fihr ~ts con 1 resisle nci a m ~câ nica in ao da ma tnz . m,
N caso particular da Indústria da Constru ã e· . . .
~ adas são as frágeis, notadamente asta/ 0 ivil, as matrtzes mais
efJ'IP grantes minerais como o cimento rtlp ' argamassas e concretos de
8g1ome po ande, em menor escala, a cal e o
gesso. d. - d fib .
C m a a 1çao e 1 ras nas matrizes, é possível Ih .
? ·
mecarucas, .
como a resistência à traçã0 à fl _ me ~rar as suas propnedades
. , exao e ao impacto Sem dúvida o
·or benefício obtido por reforçar uma matriz frág"l fib · é ai '
mat rt mento após a fissuração O 6 . I com. 1 1:38 terar o seu
comPº ª , 0 .,. · comp sito, ao mves de romper-se
subitamente ª~º~ mi~m ~a fissuração da matriz, pode apresentar uma
st t
deforrna~ão pia rca c~mS deraveI, tomando-se o um material adequado para a
constroçao. Para que isso ocorra, as fibras devem ser adicionadas em volume
comprimento_ e fo~at<? ad~quados, vari~veis estas objeto de modelos teórico~
que não serao aqm discutidos, mas disponíveis na bibliografia básica (por
exemplo: BENTUR e MINDESS, 1990).
Norm~ en~e,? volume d~ fib~as, com exceção às de amianto, adicionado às
matrizes frageis, e em valor mfenor ª. ~%. Mas. para a obtenção de melhores
prop~~da?es, ha estudos buscando ad1c10nar até ~2% em volume, para alterar
sigmficauvamente o compor tamento da matnz antes da sua fissuraç ão
(MOBASHER, STANG e ~HAH~ 199_?). No entanto, essa abordagem, apesar dos
seus bons resultados expenmentrus, nao se mostrou economicamente viável.

49.13 Desenvolvimento dos materiais fibrosos

O emprego de materiais reforçados com fibras na Construção Civil não é


novidade, já que se tem registro do seu uso nos primórdios da civilização, com
emprego no Antigo Egito e em Roma, onde os adobes e tijolos eram reforçados
com raízes. Têm-se informa ções do uso de amianto de até 2500 a.C. na região que
hoje é a Finlândia (SWAMY, 1975). Após o Renasci mento, têm-se notícias de
reforço de placas de gesso com sisal ou crina de cavalo. Porém, foi apenas no
século passado que se realizar am as primeiras tentativas de produçã o raciona l
desses compósitos, inicialm ente por mistura de pastas diluídas de cimento com
fibras naturais , como as vegetai s e as fibras de amianto.
O cimento -amiant o foi de fato o primeir o material de Constru ção Civil
reforçado com fibras , produzi do em escala industrial. Ele ocupa, até hoje, um
lugar de destaqu e entre os materia is de constru ção, apesar dos riscos de saúde que
a exposição ao amianto pode trazer ao Homem . O primeir o método de produçã o
de cimento-amianto, patente ado no início do século XX por Ludwig Hatsch eck,
é até hoje empreg ado na indústr ia, com muito sucesso , mesmo com alguma s
outras fibras. Tal método empreg a process os produti vos similare s aos da indústr ia
papeleira, como drenagem a vácuo de finas camada s de fibro-ci mento, que vão
sendo progres sivamente sobrepo stas e prensad as em um cilindro de aço, até se
atingir a espessu ra fi nal requeri da para a manta (usualm ente entre 4 e 6 mm).
Apresen ta a van agem de produz ir placas de grandes dimens ões (superi ores a 1
2
m ); porém , su~ a •ic~ção só se viabiliz a em produç ão industr ial de grande porte.
~ ~ s e e m e a t u d anr~
.... . . . . . .... . . . . . os C O J

o u m m ar eo in ic ia l d o s es tu do s
de Krenchel (1 9 6 4 ) co m i ~
d á u m a co nt ri bu
. fibrosos n a Construção C
al para a teoria d o s co m p ó
iv
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ze s fr ág ei s, m as
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tam:O
u rn
d o s d e u m tr ab al h o ex p er im en ta l co m fi b ra s d e v id ro
m~ m ta re s~ ta
e M aj u m d ar e R y d er ( 19 69 ) rn.
Des ta ca m -s e ai n d a, o tt ab al h o p io n ei ro s d
d e v id ro à b as e d e zi ic ô n io , re si st en te s ao s álca lis q~ e
~ v o lv e r a m as fi b ra s 0
a se r p ro d u zi d as co m er ci al m en te a p ar ti r de 19 74 p
q u e co m eç ar am
c u n n to e
, ~ u tr as li n h as d e p es q u is a p ar ti ra m p ar a p ro d u to s r: fo rç ad o s co m fi b :
o u tr o J~do s fi b n la d as , o u se ja , co m
ro pi leno , d em o n st ta n d o a v an ta g em da s fi b ra
de _poJ1p 1 9 8 9 ). A o m es m o te m po
tr.ias a o lo n g o d o se u co m p ri m en to (H A N N A N T .
co n cr et o s re fo rç ad o s c o m fi b ra s m et ál ic as , es tudo ~
ta v am -s e d es en v o lv en d o
tr o d u çã o d e fi b ra s c o m fo rm at o s es p ec ia is , Para
~ u e av an ça ra m c o m a in
d a fi b ra n a m at ri z (M A N G A T , M O L L O Y e
in c re m e n to d a an co ra g em
G U R U S A M Y . 1989).

4 9 .2 O u so d e fibra s v eg et a is n a C o n st ru çã o C iv il

49.2.J Estudos iniciais


te v e re p er cu ss ão in te rn ac io n al , so b re o u so d e fi br as
A p ri m e ir a n o tí ci a. q u e
en tí ci as fo i u m a p e q u e n a n o ta n o B R S N ew s
v e g e ta is e m m at ri ze s ci m
S T A T IO N . 1 9 7 0 ). q u e d es ac o n se lh av a o em p re g o de
(B U IL D IN G R E S E A R C H
is al . e m m at ri ze ci m en tí ci as . A n te s d is so , te m -s e
fi b ra s v e g e ta is . n o c a so a s d e
tu d o s co n d u zi d o n a Ín d ia . c o m fi b ra s d e co co , se m
o re g is tr o d e a p e n a s a lg u n s es
re su lt a d o s conclusivos. en as de
to ta lm e n te d e ~-e n c o ra ja d o r e d e se st im u la n te , d ez
A p e sa r d e ss e fa to
e n te d e p aí se ~ en 1 d e e n v o lv im e n to , la n ça ra m -s e no
g ru p o s de p e sq u is a . n o ta d a m
fi b ra s Y eg et ai , . a b u n d a n te s n o s se u s p aí se s e be m
e st u d o d e fi b ro c im e n to s c o m
is d o q u e fi b ra - ar ti fi ci ai . A s p o ss ib il id ad es de
m a is e c o n ô n 1 ic a s e d is p o n ív e ~L '
e ta is e m m a tr iz e s c in 1e n tí c ia fo ra m a p re se n ta d as po r
u ti li z a ç ã o d e fi b ra s v e g
l\ li ri h ag al ia O 9 7 9 ) e A z iz . P a ra m as iv a m e L ee .
d iv e rs o s a u to re s. c o m o L e\ \'Í S e
a d is p o n ib il id a d e d a s fi b ra s . a s su as p ro p ri ed ad e
( 198 l ). T o d o s e le s. a n a li sa n d o
m e n to n o c o m p o , it o . n a s p ri m e ir as id ad e ,
m e c â n ic a s e o se u c o m p o rt a
iá v e l o e1 n p re g o dc ~ ~ ~ b fi b ra n a C o n st ru ç ã o C iv il . P o ré m .
c o n c lu ír a rn s e r v
a nC L 'l'~ "i tl.lc te lic e st u d o ~ m ai < ; c o m p le to s, em ,
foratn u m 1 n i, n es cn 1 a le rt a r p a ra
m o s p ro b le n 1.1 d e d u ra b il id a d e d a s fi b ra s e m m ei o
n o e n ta n to . c n fa ti n u -c
a lc a li n o s. o a
p o r se r u m n 1 ak ·r ia l d e e n st ru ã já 'O n h ec id o e m p a ís e s c o m
O b a rn b u .
Japão. a Coréia e em algumas re ·-
Chi~ªioº seguinte). foi bastante estudadogJ:s da antiga União Soviética (ver
,apitu m O problema de obtença-0 d mo reforço; porém. deparou-se
rripre co · 1 e suas fibras.
se dadas foram as de sisa • coco. bagaço de cana J·uta Outras
d . fibras muito
cstlJ • • ma eira e outras p1antas
africanas. . 1d .
' Um emprego co.~erCI~ e ~u~esso, inclusive no Brasil é o resultante dos
dos de matena1s c1mentic1os reforçados • d ·á
estu · d · , . com po1pa e ce1u1ose, J
comercializados a P~Ir o m1c10 ~ década de 1980 (COUTTS, 1992), pois
permite o emprego das plantas de cimento-amianto com pequenas adaptações.
492 .2 Estudos no Brasil

Na Po~tifícía Universidade C~tóli~a d? Rio de Janeiro (PUC-Rio). desde


J979, vános programas de ~sqmsa tem sido desenvolvidos, utilizando bambu
(GHAVAMl: 1995), compositos com fibras de bambu, de coco, de sisai, de
piaçava, de JUta, de baga~~ de cana, misturas com terra crua, solo-fibra, dentre
outros. O estudo da ~urabihdade desses compósitos com fibras naturais tem sido
enfatizado por ToJêdo et ai. (2000 e 2003). Por meio de investigações
sistemáticas, te11!-~e buscado a compr~ensão dos mecanismos desencadeadores
de reações deletenas entre fibra e matnz e da influência dos fatores inerentes ao
meio externo. O p~ncipal objetivo tem sido a proposição de métodos
apropriados de melh?na d? desempenho desses materiais ao longo do tempo. No
Instituto Alberto Lmz Cmmbra de Pós-Graduação da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), os estudos se intensificaram com fibras de sisal
curtas e contínuas, na tentativa de ~e otimizar a transferência de tensões entre as
fases do compósito (LIMA e TOLEDO FILHO, 2006).
Na década de I 980 e um pouco na década de 1990, o Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento (CEPED), localizado em Camaçari, na Bahia, estudou e
desenvolveu compósitos com fibras vegetais, através do grupo de pesquisadores do
Programa de Tecnologias da Habitação (THABA). Esse trabalho, de nível
internacional, pode ser considerado como um dos mais amplos e consistentes no seu
âmbito, merecendo destaque em qualquer revisão bibliográfica. Os produtos, como a
vigot:a de ]00 mm de comprimento e seção quadrada de 50 mm de lado
(GUIMARAES, 1987), e o de maior repercussão, a telha tipo canal, com comprimento
de 1,80 m, largura aproximada de 41 cm e espessura de 1,5 cm (CENTRO DE
PESQUISAS E DESENVOLV IMENTO, 1985), demonstraram viabilidade.
Os estudos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo,
resultaram no desenvolvime nto de painéis verticais vazados empregando
compósito de argamassa de cimento de escória de alto-forno reforçada com
fibras de coco (AGOPYAN e JOHN, 1992). Com esses painéis, foi produzido
um protótipo num conjunto habitacional no Município de São Paulo, que teve
~m uso comunitário por cerca de dez anos, com desempenho satisfat~rio,
mclusive sob o ponto de vista de durabilidade. Os componentes desenvolvido s
no país serão detaJhados no item 5 deste capítulo.
d ambiente.
4J8F um grande n ú m e ro d e c é lu la s
ttd e .s u b s tâ n c ia s in te rc e lu la r e s am o rf a s . 0
i t l ~ll~ m a e '.i. 8 r il a s , a s
im a s é a c e lu lo se , q u e fo r m a a s ~ c r o f ib
eipãlll das f a m a t n z c o m p o s ta
sua vez , s e r v e m d e r e f o r ç o a u m
h e m ic e lu lo s e . A s m ic r o f ib r il a s s ã o '
e n t e , p o r lignina e s e e q u e '
d e c a d e ia s d e m o lé c u la s d e c e lu lo
e n t e , arranjos v e g e ta l c o n s is te d e n u m e ro sa ~
eradas, formam a s f ib r il a s . A f ib r a
r il a s e m a r r a n jo s e s tr u tu r a is d e f in id o s .
â e s , formadas d e f ib s e , c o m m a io r
e lu lo s e ( e ta m b é m d a h e m ic e lu lo
A decomposição da c o is m e c a n is m o s : p o r d e sfo lh a m e n to
tensidade) ocorre apar e n te m e n te p o r d
a m e n to o c o r r e n a s e x tr e m id a d e s d a s
(p e e li n g ) e p o r h id r ó li s e . O d e s f o lh o s
m c o m o ío n O H - f o r m a n d o á c id
ca d e i a s p o l i m é r i c a s , q u e r e a g e a ~
r c o n ti n u a m e n te . A h id r ó li s e p ro v o c
separ a n d o - s e d a c a d e ia m o le c u la o e
u in d o , a s s im , o g r a u d e p o li m e r iz a ç ã
cisão d a c a d e ia m o le c u la r , d im in H -.
d e s d is p o n ív e is p a r a r e a g ir c o m o O
aume n t a n d o o n ú m e r o d e e x tr e m id a
p e la te m p e r a tu r a , p o r é m p a r a v a lo re s
O s do is m e c a n is m o s s ã o a c e le r a d o s
o n s ti tu íd a p o r s u b s tâ n c ia s fa c il m e n te
super i o r e s a 7 5 º C . A li g n in a é c
a lc a li n o , o c o r r e n d o a s u a li x iv ia ç ã o .
destruídas n o m e i o a li n o d e v e -s e ,
a ç ã o d a s f ib r a s v e g e ta is e m m e io a lc
Dessa f o r m a , a d e g r a d ic e lu lo s e ,
iç ã o q u ím ic a d a li g n in a e d a h e m
principalm e n t e , à d e c o m p o s o
ib r o s a s e , e m c o n s e q ü ê n c i a , d e s tr u in d
o a l i g a ç ã o e n t r e a s c é lu la s f
rompend d a s f ib r a s . E m r e s u m o , a fib ra
e s t r u t u r a l d a s f ib r il a s n a s p a r e d e s
o arranj o a p a c i d a d e d e re fo rç o .
p a r t e s m e n o r e s , p e r d e n d o a s u a c
decomp õ e - s e e m s u n to .
9 ) a p r e s e n t a m u m a r e v i s ã o d e s t e a s
Ol i v e i r a e A g o p y a n ( 1 9 8

49.3.2 Soluções p a r a o p r o b l e m a

c o m p ó s i t o s , G r a r n ( 1983 e 1988) sugere


Para aumentar a durabilida d e d o s
ações nas f i b r a s o u n a m a t r i z :
m v e z d e f i l a m e n t o s~
a) empregar feixes e
. regnar as fibras com agentes bl _
t,)101P . ão como silicatos e s lf oqueadores das reaçoes de
Jecompo siç t.álicos· u atos de sódio ou magnés io. ou
ostos me '
contJ? egnar as fibras com agentes l . . ,
e) ,mpr
. e asfaltos, . repe entes a agua, como resinas •
óleos 1. ar simultaneamente os agent bl
d)ap. ,e rmeab1ltzar a matriz por es oquead
. . . . ores e os repelen tes·

e) ,mpe I r ·d d d ' agentes mternos ou externos;
f) reduzir ~ ª ca mi ª e ª. matriz, para que a água dos poros tenha
9
01 pH infenor ª • por ~eu? de carbonatação acelerada adição de
u , . O u pozolanas subst1tu1ção do · ' .
escoria • ' , . cimento comum pelo alummoso
ou adição de micros sihca (que também reduz a permeabilidade da
matriz); .
cr) impregnar a fibra e atuar na matriz.
Ãs propostas de . Gram são muito coerentes com os estudos de
decomposição das fibras. No entant? , algumas das soluções esbarra m
00 problem a de cu st os, tornand o mais econômica a utilizaç ão de fibras
plástica s. .
Vários pesqui sadore s basead os nos trabalh os do Gram verific aram o
comportamento das fibras e seus compó sitos ao longo do tempo.
Geralmente , os estudo s for~m desenv olvidos procur ando atuar nas
fibra s, pr~tege ndo-a~ do m~10 alcalin o. No país, Guima rães (1990)
estudou a 1mpreg naçao das fibras por agentes resiste ntes a álcalis , que
tenham afinida de com as fibras vegeta is, de custos baixos e
disponíveis no me~cad o .. Foram testado s os agente s poli (álcoo l
vinílico ) (PVA) d1ssolv 1do em água e poliac rilonit rila (PAN)
di ssolvid o em dimeti lforma mida (DMF) . São estudo s ainda em
andamento , pois as impreg nações nem sempre garant em o aumen to da
durabili dade e podem até prejud icar a resistê ncia mecân ica inicial das
fibras.
Os estudo s de durabi lidade são demor ados e devem ser desenv olvido s
com cautela , pois não se têm todas as variáve is bem contro ladas. A
melhoria da durabi lidade das fibras em meio alcalin o pode ser obtida
até por simple s lavage m (OLIV EIRA e AGOP YAN , 1989), remov endo
os ól eos que podem reagir com o hidróx ido de cálcio (libera do na
hidratação do cimen to) e fragili zar as fibras. No entant o, não se têm
resultados promis sores , de fato, a longo prazo ( vários anos). O tipo de
compon ente produz ido , també m, influi na durabi lidade - geralm ente
sunto. painéi s vertica is têm c ompor tamen to melho r que os de cobert ura.
A aborda gem de se reduzi r a alcalin idade da matriz , empre gando
aglome rantes com g rande volum e de adiçõe s , foi a empre gada pela
equipe do IPT. Os painéi s vazado s para vedaçã o vertica l , utiliza ndo
escória de alto forno a tivada com cal e gipsita e reforç ada com fibras de
coco, que serão de talhad os em seguid a , aprese ntaram durabi lidade
adequ ada para , su,1 fi nalida de.
' co m ~X ce çã o da re gi ão Su l, es tá si tu ad o no s tró pico s
ad as ao lo ng o do an o e é re co be ~ ~ n ta
'Wgetãçioll'âtiuas relativamente elev
~
mecânicas i e ~ e produzir fib
pr od ut or a d químicas da s fibras vege
de sf
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A s fib ra s ~e nc io na da s ne st e ca pí tu lo sã o de ve ge ta i;u e
co !~ le ~ co ~i d~ : ra zã o, as pr op rie d: tn
a e pr o_ uç ao , se nd o muita s ve ze s na tiv as . Po r es sa
~res~ntadas sa o de valores médio s, co m gr an de s co ef ic ie nt es de Va ria _es
al ia çã o da du ra bi lid ad e A s fib ra s em · Ça o,
pn nc ip al m en te as referentes à av · si sã o
h et er og ên ea s , e m es m o as qu e sã o obtidas de um a m es m a colheita e de
in ;~ m a plantação_ ap re se nt am va lo re s al to s de co ef ic ie nt es de va ria çã o p:a _r na
eq üe nt em en te , re fle te -s e no s pr od ut os feºitas
m a s da s pr op ne da de s. Is so , cons os
co m e1as .

49. 4. 2 Se le çã o do,s fi br as

ge tais di sp on ív ei s no pa ís , é po ss ív el se le ci on ar
D o grande n~mero de fib~as ve na
eq ua da s pa ra o se u em pr eg o
aquelas ~ue t~T?- as propnedades m ai s ad
to
ed ad es sã o as re la ci on ad as ao co m po rta m en
C on ~ ~ ça o <:;1v1I. As propri
?1ecan1co {:e~1stên~i_a à tração, módul~ de el astic id ad e e al ?n ga m ~n to na ru pt ur a) ,
es pe ci fi ca e ab so rç ão de ag ua ), as re la çõ es en tre
as c~acte1:,st1cas fts1cas (massa
o tr an sv er sa l) , à ad eq ua çã o ao cl im a pa ra
as ~~mensoes (comprimento e seçã
ad e em am bi en te na tu ra l. In fe liz m en te , es se s
fac1hdade de produção e à durabilid
or ia da s fib ra s na ci on ai s; ai nd a m ai s, os
da do s nã o estão disponíveis para a mai
e às pr op ri ed ad es re le va nt es à in dú str ia
da do s existentes, geralmente, referem-s
Si lv a e W ol f (1 98 7) ap re se nt am um a se le çã o de
têxtil. M es m o assim, Fernandes,
po te nc ia lm en te út ei s pa ra a co ns tiu çã o.
19 tipos de fibras, consideradas
ia , in cl us iv e na re fe rê nc ia ac im a ci ta da .
A s fibras m en ci on ad as na bibliograf
, nã o sã o vi áv ei s de se re n1 em pr eg ad a na
ap es ar de te re m de se m pe nh o adequado
um as tê m o cu st o n1 ui to el e ad o. pe lo
C on st ru çã o C iv il po r diversos fatores. Alg
ns iv o na in dú st ri a tê xt il , co m o as fi br as de al go dã o, li nh o e ra m i. O ut ra s
us o in te
en a, co m o as fi br as de ab ac á. câ nh am o
tê m um a pr od uç ão na ci on al ai nd a pe qu
ap re se nt am di fi cu ld ad e de er e1 n ex tra íd a .
br as il ei ro (k en af ) e fórmio. O ut ra s
ga ço de ca na . L og ic a1 ne nt e, se es a fib ra
co m o as d e ba na ne ir a, bu ch a e ba
m ui to gr an de , po de -s e in ce nt iv ar a ~ua
de m on st ra re m va nt ag em té cn ic a
pr od uç ão , m as de sc on he ce -s e qu al qu er te nt at iv a de se u en 1p re go . no pa ís e no
os ex ce pc io na is . .
ex te ri or , qu e te nh a ap re se nt ad o result ad
de de sa gr eg a~ ão do pa pe l- m 1p re n~ a
C o m is so , tê m -s e se is fi br as e o pr od ut o st 0
st ru çã o ~ iv il . A s su as pr o pr ie da de s : .~
co m o po te nc ia is pr od ut os p ara a C on
co co , s1 sa l e de pa p l d ,a gr eg ad o se rn o
re su m id as n o Q ua dr o 1, e as fi br as d e
.. detalhadamente apresentadas em se .d .
1
11 ais tudos nacionais. gui a, pois foram as mais empregadas
nos es
Quadro 1 - Fibras vegetais nacionais com .
.._. uso l>Otenc1al na Construção Civil•.
Nome p.,_ da ~ AI
Hoffl•
1A1IQal' botinlco exlnçlo Mpecfftca mbima °"Sla'nento Reeiallncla ll6dulode
(kg/rn3) <%) na naptura l traçAo elasticidade
Bsmbusa Caule <%) (MPa)
esmt>u vulgarls S . 1158 (GPa)
145
PlrHJS 3.2 73a 505
ceiu1ose 5,1 a24,6
elliottli Caule 1200a
(papel- 1500 400
imprensa) (princ.) Nd 300a 500 1Da40
Cccos
eoco nucifera L
Fruto 11n 93,8
Con:horus 23,9a 51,4 95 a 118 2,8
Juta capsulanis Caule Nd
L 214 3,7 a B,5 230 nd
Urena
Malva Caule 1409
lobats L 182,2 5,2 160 17,4
Attales
p;açava Folha 1054 34,4a
funifera M.
108 8 143 5.8
Agsve
Sisai sisa/ana Folha 1370 110,0
P. 4,9 a 5.4 347 a 378 15.2

* Com base em compilações feitas por Agopyan e Savastano Jr. (1998) e Tolêdo Filho (1997).

Nesse quadro, é mencionada a parte do vegetal de onde as fibras são extraídas,


por ser u°:1 indicador d~s propriedades básicas das fibras, a saber: as fibras do caule
são as mais longas, estão normalmente em feixes e são flexíveis; as das folhas são
mais rígid~ e grossas; p~r fim,~ dos frutos e sementes são as mais curtas, porém
as mais resistentes ao me10 alcalino. As propriedades mecânicas e as características
físicas têm elevado coeficiente de variação. Para fins de comparação, vale
mencionar que as fibras de amianto crisotila, que são as que se pretende substituir,
têm massa específica de 2200 a 2600 kg/m3, alongamento na ruptura de 2%,
resistência à tração de 560 a 750 MPa e módulo de elasticidade de 164 GPa. No
entanto, as fibras vegetais têm essas propriedades comparáveis com as fibras
sintéticas. Por exemplo, as de polipropileno (filamento comum) têm massa
específica de 913 kg/m3, alongamento na ruptura de 22,3% a 26,0%, resistência à
tração de 250 l\.1Pa e módulo de elasticidade de 2 GPa.
49.43 Fibras estudadas

49.4.3.1 Fibras de coco


O coqueiro é uma palmeira alta, de caule cilíndrico, que necessita de muito sol e
de solo rico em cálcio e fósforo. Por isso, é muito adequada para ser cultivada na
orla marítima. Ele é cultivado comercialmente no Brasil, notadamente nos estados
da Bahia, Pernambuco e Sergipe. Os principais produtos que se obtêm do c~queiro
vêm dos frutos, cuja casca é considerada um resíduo. As fibras de co~o, ~bt:l~as da
casca, principalmentL do mesocarpo, são subprodutos da mdustna de
beneficiamento du ·oqueiro.
Figura 1 - Fibra de coco.

49.4.3.2 Fibras de sisal


~- planta de sisal _mais comum no Brasil é a Agave sisa\ana Perrine, pe\a
fac1hdade de obtençao de fibras de suas folhas, apesar de estas não serem as
melhores fibras conseguidas das agaves, como as do hcncquém, por exemplo. A
agaves são muito comuns na América Central, sendo originúrias do México. A
produção anual de fibras de sisai não cresce no Brasi\ dcs<lc \ 975~ pior, a
produção anual de 250 mil tonelada~ de rins da década de \ 980 reduziu-. e à
metade em fins da década passada e permanece l'~t:.,vd até o ano 2006. O Bra i\
é o maior produtor mundial seguido pela Ta111ftnia L' pl'lo Quênia com produção
média entre 20 e 40 mil tonelada~ cm cada país nos u\timos anos (FOOD A D
AGRICULTURE ORGANIZATION, 2007) . /\ prodll<,;üo bra~i\eira e\tá
concentrada nos estados da Bahia, Paraíha e R10 lirand · do Norte.
Os resíduos mais abundantes acontecem no d sribram ntc. cada tonelada de
fibra verde (antes da secagem, que redu7 a sun mass,1 a m n s da metade) a er
Fibras l.Tgt'tal.r como Matma1 • COIUlnlfllo

. merciaJizad~ dá origem a 3 toneladas de bucha, assim chamada a fibra de


,o r compnmento. que se concentra na base da ~ Ih de
eno Jé d ·tO d' 10 a. O processo
J11 sfibrame!1to, ª m e ~m ru •me~tar, é perigoso para os trabalhadores. Por
de Insututo de Pesqmsas Tecnológ1cas ffiYM. de s- p . d
isso, o d te procurou desen 1 '.L& .. J, ao au1o, com o apoio o
J3anco do Nov _es .: vo ver um equipamento com novo conceito.
as de operaçao simpJe~ e barata, Para aprimorar o desfibramento e reduzir os
~ cos do operador. Infeh~mente O desenvolvimento foi descontinuado em 2008.
; / 5 processos de beneficiamento e de produção de fios e cordas mais resíduos
sã~ gerados, todos com gr~nde potencial deus<:> na construção. '
Dentre as_ fi~ras. vegetai! ~studadas, as de sisai são consideradas como as de
melhor. ~es1sten<:_ia m.ecamca, com ex.ceção das de bambu. As fibras
e
com rc1alizad ,. as sao
. dmmto longas,
A com mais de 80 cm de comprimento • algumas
1 .
atingindo at; mais e m. s suas fibnlas são,. também, relativamente ~ongas,
firmando ceJulas de l ,3 mm a 5 mm de compnmento e diâmetro de ate 0,030
ºm. Por isso, são empregadas, também, na indústria de celulose e papel. Além
Xsso, o teor de celulose, dentre ~s fibras. vegetais citadas no Quadro 1, é o mais
Jevado: seu valor de 65 ,8% e supenor até mesmo ao da juta. Segundo a
ireratura, como em Gram (1983), o teor de hemicelulose é de 12,0%, o da lignina
de 9!)%, pectina de 0,8% e o de gordura e cera de 0,3%.
Apesar do teor aJ~o de ceI1;1lose e baixo de lignina, as fibras de sisal têm bai_xa
resistência ao me10 a]calmo , constatada por diversos autores e muito
detalhadamente apresentada por Gram (1988). Isso também foi verificado com as
fibras nacionais (AGOPYAN, CINCO ITO e DEROLLE, 1989). As fibras não só
perdem, consideravelmente, a sua resistência mecânica, mas também têm a sua
dutilidade reduzida, quando estão no meio alcalino. No entanto, a diminuição de
suas propriedades não ocorre imediatamente, permitindo, assim, uma eventua l
sustação da degradação com as fibras ainda tendo resistência adequad a, caso, após
a cura o compós ito possa ser mantido seco ou sofrer carbona tação acelerad a. As
fibras 'têm uma superfíc ie externa bem aberta (AGOP YAN, CINCO TTO e
DEROLLE, 1989), onde se pode percebe r a sua estrutura tubular (Figura 2).

Figura 2 - A estrutura tubular das fibras de sisal.


-t!l'ai, ~ m ai s co lã
pé is de im pr es sã o; de nt re e le s ,~ l\ te
~1lfB.íduos- são os pa a é a d o ~ ~
., ..-.""''o,. D la lS ad eq ua do . A m ad ei ra ge ra lm en te em p1 eg ad
tu s ci tr io do ra ou Eu ca /,y pt ys gr an di s. Pi ,u ,,
flit'ei1alnbém a do Eucalyp de se r
sa é a de nã o te r co la , da í a ra z. ão
'~Jti!A.i ' i 1 i d ~ do pa pe l- im pr en 0
1
de sa gr eg ad o na ág ua . A de sa gr eg aç ão é um pr oc es so s ~
mm s fi lc ilm en te
rado r de ta ro ~ c s
(A G O P Y A N e D E R O L L E , 19 87 ), po r m ei o de um m is tu al
e
em pr es en ça de grande quantidade de ág ua .
lo se se re m co ns id er adas durá ve is, s
Apesar de as fibras de celu in direta m en
0
te pe u
comportamento em meio alcalino fo i de te rm in ad o, • or
co m - da rga de ruptura do papel preparado em laboratório com as fibras
. P ~ ç a o ca
alca lina. índi ce de ~ração do Pape\
ta is 9w us e as su b~ et id as à ação de solução O
dias foi 70,3
refeito ~o~ fibras rmersas em meio alca lino (pH 12 ) po r 18 2 de
N m /g , sm nl ar ao valor orig inal do pape l que é de 66 ,1 N m /g.

49 .4 .3 .4 F ib ra s d e ba m bu
no B ra si l. A s fibr as da es ~é ci e Ba m bu sa
O b ~ ~ u é uma_ planta comum be m a Ba m bu sa
vu lg a n s sa o as mais conhecidas, apes ar de se em pr eg ar ta m
o po r fe ix es lo ng it ud in ai s de fi br as fo rte m en te
g_ ua da · O se u co lm o é co ns ti tu íd
ba m bu , em m as sa , e
li ~ ad as p o r li gn in a. A s fi br as re pr es en ta m de 60 % a 70 % do
n a pa rt e ex te rn a do co lm o. A s pr op ri ed ad es m ec ân ic as de ss as
sa o co nc en tr ad as
ve ri fi ca da s no Q ua dr o 1. D ev e- se al er tar
fibras sã o ex ce le nt es , co m o po de m ser re du zi do s
ci es q u e nã o se ja m B am bu sa po de m te r es se s va lo re s
que es pé
o r an ál is e m ic ro sc óp ic a, fo i ob se rv ad o qu e o co m po rt am en to do
se ns iv el m en te . P
A M I e V E L O S O , 19 85 ). A s fi br ila s, qu e
b am b u em m ei o alcalino é b o m (GHAV ria
, sã o re la ti va m en te lo ng as , d e 2, 5 a 3, 5 m m ~ po r is so , a in dú st
fo rm am as fi br as
d e papel e ce lu lo se ta m b ém co ns om e ba m bu .
o da s fi br as , o se u us o co m o re fo rç o de
C o m o é m u it o difícil a se pa ra çã
di ss em in ou . P o r es sa ra zã o, o b am b u é em pr eg ad o na
ar g am as sa s n ão se
o co lm o n a ín te gr a, co m o é ap rese nt ad o
C o n st ru çã o C iv il n a fo rm a d e va re ta o u
r q u e nã o se te m n o B ra si l u m a gr an de
n o ca p ít u lo se g u in te . D ev e- se re ss al ta
ef ic ia m en to d o b am b u . P el as su as ex ce le nt es pr op ri ed ad es
ex p er iê n ci a d e b en
d u ra b il id ad e, es sa s fi br as tê m q u e se r m el h o r es tu da da s, e
m ec ân ic as e p el a su a
p ro ce ss o s ef ic ie n te s d e d es fi b ra m en to d es en vo lv id os .

49.5 Componentes

49.5.1 Noções co1nple1nentares

o do prod u to final é m ais com p lexo do que o de en v o lv im en to do


O es tu d
ara a avaliaçã o d a du rabilid ade., além do com p ortam en to da ~ fibra'-1 em
mater ia l. P
~..__...,,..,,_,,_~
.0 alcalino, deve-se observar a comPéltibili
fll!:Oz. As fibras vegetais_ apresen~ Variações~ ~ica .dessas fibras com a
fll danças no teo! de unudade, maiores que dimens1~1UUS. em deconência de
fllU repetidos ciclos de molhagem as das matrizes cimentícias Assim
osrogressivamente, d. estroem a ligação fibra-
e secagem . · ·
IDtroduzem tensões e, •
P pósito e contnbuem para a redução matriz, reduzem a dutilidade do
c~ASTANOJR .,2003).Ainter facefibra da sua vi~ útil (AGOPYAN e
5 n-ansição é bem espessa ( 1O a 1oo f..Un) vegetal
e matriz é bem porosa e a zona
d;AVASTAN(? JR. e ~GOPYAN, 1999). comparada com as de fibras sintéticas
( A figura 3 Ilustra a unagem de elétrons
d cimento Portland comum com relação ~~~palhad<?S 1 de compósito à base
.;de. A fibra de malva. de baixa densidad cimento 1g~al a 0,38 e 7 dias de
:egião mais escura. Há nítido aumento da ;;~~:ce na mie~~ª como uma
as fissuras tendem a atravessar a zona de tran . _de. n~ proximidades da fibra,
~ dicação 2 da mesma figura destaca siçao (i~dtcação 3 da Figura 3). A
:Spessura aproximada de 40 µm , atrave~:d:ac~ ocnstal de portl~dita,_ com
· 3 resjstência. A espessura da 20 d . ~ fissura, o que evidencia sua
bruX na e trans1çao chegou a atingir 100 µm .
34S x 15 kV WD: 25 mm
100µ/TI
- ---fllll~lll=-i

Figura 3 - Microscopia eletrônica de varredura, imagem por elétrons retroespalhados. Compósito com fibras de
malva. l : fibra descolada da matriz; 2: macrocristaJ de hidróxido de cálcio e 3: microfissuras.

Percebe-se, no caso das fibras vegetais, que a elevada porosidade favorece a


formação de grandes cristais de portlandita, que não se formam na superfície da
fibra, mas, sim, no interior da zona de transição. Os descolamentos das fibras são
visíveis e decorrem de sua variação dimensional, ao perder a água absorvida
durante a produção do compósito. Esses descolamentos, de grande incidência nos
compósitos com fibras vegetais, constituem fator adicional para prejudicar a
aderência entre as fases .
Em decorrência do alto teor de absorção de água das fibras vegetais, do seu
intumescimento e da sua tendência de se aglomerar (formar "buchas"), a
produção de componentes não é elementar e necessita do desenvolvimento de
tecnologias próprias. A etapa de desenvolvimento da metodologia de P;~dução de
componentes é essencial para a viabilidade do emprego desses compos1tos.
1
Ver capítulo 14 - Técru.. i, Experimentais para Estudo dos Materiais
~.,_,·~ ~})ata
1ve"gebds no pafa e no exterior.
a consolidaçãã!l:
selo~

Ü~ dê maior repercussão foi a telha tipo canal, denominada "telhão••


P~ento de 1,80 m, largura aproximada d~ 41 cm e espes~ura de l .Se •
• etodologia é apresentada em uma cartilha destinada aos usuários finais, '\'·
sistema de autoconstrução (CEPED, 1985). Nas telhas tipo canal, a matriz é ~tnº
argamassa de cimento e areia com traço 1:3 em volume; as fibras são de cocoª
picadas, para se obter o comprimento médio de 4 cm; o fator água-cimento é de
0,7, e o volume de fibras é de 2%. Caso o comprimento das telhas s~ja menor,~
volume de fibras pode ser reduzido. Para telhas de 1 m de compnmento, Por
exemplo, 1 % de fibras é suficiente.
Inicialmente, uma placa plana é moldada sobre uma folha de plástico, fixada
num esquadro de madeira. Essa placa é feita de duas camadas de argamassa, e as
fibras são colocadas manualmente entre elas; a superfície superior recebe
acabamento com pó de cimento e colher de pedreiro ("•queimado"), porque será a
face externa da telha. Após a modelagem da placa, o esq~adro, de madeira é
removido, e a placa, que fica suspensa sobre a folha plástica, e colocada em
cavaletes, adquirindo o seu formato de canal (Figura 4).

. ,.
uPantelS

néis vaza
1t\GOP
sa de cimento Portlan<l n.:fon;ada com libras de coco (CEPED, 1985). lada de ,
d
Figura 4 - Moldagem das telhas e argamas.
~rante e
\-.\5,re
,, . ples possível de ser executado por trabalhadores sem
.t ,\ume d1
E um proce~so m~1 o sim ~i arnentos especiais. Por isso, ,·~se produto teve m\füy
nenh~m~ qualificaçao e i5emJ~ti~a com ;ran~fcrência pontual l \ tecnologia. Os o\um1
a ace1taçao na zona rura nor e. ' ô . ttib ti, . > tb1 às entre as dua.
problemas conhecidos foram decorrent ' dar
Fibra., Vésetat.r como Materlalde Con&tnlfilo

adas e do emprego de volumes menores .


~~s O CEPED passou a recomendar a adi ':!_Ue O estipulado. Para minorar esses
fl~dagem. . çao das fibras na argamassa, antes da
.rTl Um passem coberto com o telhão roei .
, da de J980 continua em uso até ~ uzido nas pesquisas do CEPED na
~ec~ado na Figura 5. Apesar da superfíciemomento (agost~ de 2010) conforme
i1us tado de conservação das telhas é excefX tema enegrecida pelas intempéries,
? ::gras, sem deformações excessivas ~~te, uma v~z que elas permanecem
Jl1 ...Ç.,cie inferior. ' m aparecimento
supe1t1 ..
de fissuras na

Figura 5 - Passeio coberto com o telhão construído na década de 1980 na antiga sede do Ceped, em Camaçari , BA
(fotografia: Holmer Savastano Jr., ago. 2006).

49.5.3 Painéis de paredes

Painéis vazados para paredes estruturais foram desenvolvidos pelo IPT de São
Paulo (AGOPYAN e JOHN, 1992). O aglomerante empregado é a escória
granulada de alto-forno ativada com 10% de gesso e 2% de cal, com fator água-
aglomerante de 0,509. A matriz é uma argamassa de areia natural (silicosa) no
traço 1:1,5, reforçada com fibras de coco, com comprimento de 3 + 1 cm, no teor
em volume de 2%. O compósito no estado fresco tem o índice de consistência de
250 mm (flow-table), 6,5% de ar incorporado e massa específica de 2025 kg/m3 •
Esse volume de fib as não alterou significativamente a resistência mecânica
estática da mat1 7 ·nrém a resistência ao impacto dobrou.

65 65 ~ 65 ~
• 19 2 6 •
-
~3~7~2!= - - - - - - - - - - · -
Figura 6 - Seção dos painéis reforçados com fibras de coco.

2
Um protótipo de habitação popular com cerca de 20 m (embrião) foi
construído com esses painéis. num conjunto habitacional no Município de São
Paulo (Vila Nova Cachoeirinha - Figura 7). Os painéis não têm nenhuma proteção
a mais, além de uma pintura à base de emulsão de PVA ("látex"). A cobertura é a
convencional de fibrocimento, com estrutura de madeira. O forro é de gesso
reforçado com papel desintegrado no traço 1:O ,06: 1,2 (gesso:fibra:água, em
massa), e o oitão é de cimento portland comum com papel desintegrado no traço
1:0,06:1,096 (cimento:fibr a:água, em massa) (ver item 49.4.3.3). Desde 1989, o
protótipo é utilizado pela comunidade do conjunto habitacional, e o seu
desempenho é verificado por 10 anos (JOHN et al. , 2005).

2
Figura 7 - Vista do protótipo constn11dn l'Olll painéis reforçados com coco (AGOPYAN e JOHN. \l)l} ),
Fibras ~gerais como MO/mal tk C""8lnlfÕO 1615

por fim. foi feita uma análise. ~~ custo desse protótipo. Imaginando uma
d
x: uena empresa. que pm uz pameis para um embrião residencial por dia, o
d
f·t~to do metro quadm o de p~ede .fica em cerca de R$ 13,80, em valores atuais
~;1;o~to de 20 l O)~ portanto, mfenor aos dos outros painéis disponíveis no
tlll't\.·ado .

.J95.4 Telhas

Na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP (FZEA), em


piras ununga. 0 Grupo de. Construções e Ambiência, juntamente com o
Departamento de Engenhana de ~onstrução Civil da Escola Politécnica da
Ll P. desenvolv.eram telhas com fibras vegetais, empregando o equipamento
da Parry As ociates para a moldagem, a compactação e o adensamento. As
telhas têm o formato de telha romana, com as dimensões de 487 x 263 x 6
mm. con ·umindo 12,5 telhas por metro quadrado de cobertura.
Para e se componentes, o aglomerante é similar ao dos painéis; porém,
foi. também, empregado aglomerante com um teor maior de cal (4%). As
fibra ão de coco (2% em volume), de celulose de eucalipto (2%) e de uma
rni tura de celulose de eucalipto (1 %) e fibra de sisai (1 %). Nos ensaios
mecânicos, realizados na flexão com três apoios, conforme a Figura 8, a carga
máxima e a energia específica variaram, respectivamente, de 447 N e 494
J m~(para os compósitos com a mistura de celulose e fibra) até 587 N e 565
J 111: (para os corpos-de-pro va só com celulose). Maiores detalhes dos
re ultados dos ensaios físicos, mecânicos e de durabilidade encontram-se em
Agopyan et al. (2005), mas os produtos atendem os requisitos mínimos. No
entanto. em ensaios de envelhecimen to natural, após 60 meses, nas condições
climática de Pirassununga - SP, as telhas apresentaram redução de
re i tência mecânica considerável, de 65% a 80%, o que exige cuidados
e peciai na sua aplicação.

ura 8 _ Ensaio de flexão com três apoios das telhas


JO~
íitfiifllê1?~ ta r a m
~ ~
.. t

v.i~veis , à dU i'a lfi lid ad e. pr op ri ed ~


ad e
ão .P or is so , a ut ili za ça o de co m po ne nt es as
• 1.:vam ~ co ns id er aç le va nt am en to ~~ ll\
êl.imátic as wnidas, tem que ser cu id ad os a. N um an
de fi br as ve ge ta is es ta va m em es tu do no r
P Y A N~19~8), mais de 20 tipos m er ~ ~
ultad~s obtidos acabaram se conc en tr an do na ap lic aç ão de um nú
sa i, ba m bu - e pr at ic am en te só es se s. co m o :
en or de tipos de fibras: coco, si ~ . 20 05 ).
~ e co m pr ov ar de I7vantamento s de ou tr os au to re s (S ~ S A G
pr om is so re s. Já e po ss 1v el a pr od uç ão de
_Os. resuJta~os aqui apresentados são
paméis, relativamente grandes, co
ap re se n! M do qu as e a metade do custo
m m
di
at er
re to
ia is
da
co
re
al
m
fo
ve
pu

na
ad

ta
ri
do
os
a tr
s
co
ad
os
m
ic
fi
io
ga
br
na
nh
as
l. E
os
ve
ss e
ge

co
ta

m
·
0
cu~:,
p o ~ e ~ nd a_ se r m ai s re du zi do se fo re m
co ns tr uç ão e co m a re du çã o do s cu st os in di re to s. de co rr en te dª
ra ci on aJ 1z aç ao d a
a li m pe za . A s te lh as , ap es ar de es ta re ~
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