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Pedologia e Edafologia
Recife-PE
2011
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Sumário 5
Palavra do professor-autor 7
Prezado(a) estudante,
A ciência do solo abrange várias áreas, como: gênese, química, física, ferti-
lidade, manejo e conservação, classificação, biologia, entre outras, se cons-
tituindo em conhecimento primordial na utilização racional e sustentável
desse recurso natural.
Boa leitura!
Os autores
Os autores
Objetivos
Assuntos
–– Aspectos históricos;
–– Conceitos de solo;
–– Relação solo paisagem.
Introdução
A paisagem como resultado do que se observa no dia a dia abrange um
sistema complexo de organização entre seus elementos. Nesse caso, o solo
é um dos elementos naturais que precisa ser considerado para um bom pla-
nejamento de uso dos recursos naturais disponíveis em uma determinada
região.
Fonte: LEPSCH, 2002. Porém, com a constatação da existência de solos diferentes desenvolvidos a
partir de uma mesma rocha de origem, a concepção sobre o conceito de solo
passou a ter uma conotação mais genética; ou seja, é identificado como um
material que evolui no tempo, sob a ação dos fatores naturais ativos na su-
perfície terrestre. Desse modo, em 1877, o naturalista russo Vasilli V. Dokou-
chaiev lançou as bases da Pedologia, após um estudo realizado na Ucrânia
e na Rússia. Nesse estudo, foi detectada a existência de diferentes tipos de
solos e sua estreita ligação com as condições climáticas locais. Além disso,
foi observado que os solos eram formados por seções horizontais diferentes,
que denominou de horizontes. Dokouchaiev reconheceu o solo como um
corpo dinâmico e naturalmente organizado que pode ser estudado por si só,
tal com as rochas, as plantas e os animais (LEPSCH, 2002).
Já para um geólogo, o solo pode ser entendido como uma parte de uma
sequência de eventos geológicos contidos no “ciclo geológico”.
b) ondulado (8 a 20%);
Os relevos mais planos estão associados com os solos mais profundos. Nes-
tes solos, as atividades humanas são melhor desenvolvidas, devido às facili-
dades de acesso e potencialidades locais.
Atividades
1) Descreva com suas palavras qual a importância da Ciência do Solo
para a Geografia
Pedologia é a ciência do solo que aborda sua morfologia (cor, textura, estru-
tura, consistência, etc) e é básica para se estabelecer um sistema de classifi-
cação. E a Edafologia é a ciência que estuda a relação do desenvolvimento
das plantas nos diferentes solos. Contudo, o termo Edafologia é algumas
vezes usado como sinônimo de Pedologia Aplicada ao estudo do solo, que é
visto como o meio onde se cultivam as plantas.
Os solos rasos estão associados aos relevos mais declivosos (ondulados, for-
temente ondulados e montanhosos). Devido ao fato de que nessas condi-
ções existe um maior risco de ocorrência de erosão e desmoronamentos,
essas áreas devem ser utilizadas de forma muito restritiva. Ou seja, deve-se
manter a cobertura vegetal e utilizar métodos de manejo de solo conside-
rando suas limitações.
Referências
LEPSCH, I. G. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.
MENDONÇA, F. A. Geografia e meio ambiente. 6. ed., São Paulo: Contexto, 2002.
OLIVEIRA, J. B. Pedologia aplicada. 2.ed., Piracicaba: FEALQ, 2005.
PRADO, H. Pedologia Fácil. Disponível em: <http://www.pedologiafacil.com.br/glossario.
php> Acesso em 01/03/2011.
SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C.; ANJOS, L.H.C. Manual de descrição
e coleta de solo no campo. 5. ed. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2005.
100p.
SILVA, C. S.; FALCÃO, C. L. C. & FALCÃO SOBRINHO, J. O ensino do solo no livro didático
de Geografia. Revista Homem, Espaço e Tempo. Número 1, Ano II, Março de 2008, Centro
de Ciências Humanas da Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. ISSN 1982-3800.
Material de origem
A diferente constituição mineralógica do material de origem, sob as mesmas
condições climáticas, dará origem a distintos tipos de solo. O material de ori-
gem será o estágio inicial do sistema solo e sua decomposição e/ou alteração
será causada pela ação combinada dos diversos fatores.
Saiba mais
Clima
O clima pode ser considerado o fator mais importante na determinação das Solos autóctones,
propriedades da maioria dos solos. Pela localização geográfica do nosso país, sedimentares ou residuais
são aqueles desenvolvidos
a temperatura e a precipitação pluvial são os elementos que se destacam diretamente do material
pela ação direta na formação e constituição dos solos. O fornecimento da subjacente, na sua forma
original.
água, que está presente na maior parte dos fenômenos físicos, químicos
Solos alóctones ou
e bioquímicos que se processam no solo ocorre por meio da precipitação transportados são aqueles
pluvial enquanto a temperatura tem influência marcante na velocidade e in- desenvolvidos sobre
sedimentos não diretamente
tensidade com que aqueles fenômenos atuam. É a temperatura e a umidade relacionados ao material
que regulam a velocidade, a intensidade, o tipo de intemperismo das rochas, subjacente.
Solos policíclicos são aqueles
a distribuição e o deslocamento de materiais ao longo do perfil (RESENDE et desenvolvidos sobre materiais
de pedogênese anterior.
al, 1995).
(PINTO, 2001).
Quanto mais quente e úmido for o clima, mais rápida e intensa será a de-
composição das rochas, pois o aumento da temperatura e da umidade ace-
Organismos
Em relação aos organismos, estes envolvem a fauna, flora, além de micror-
ganismos, como bactérias e fungos (micro fauna), sendo muito importantes
no processo de formação e evolução dos solos nos diversos ambientes da
Terra. De modo geral, os organismos atuam na pedogênese por meio da
biociclagem, adição de matéria orgânica, proteção do solo, agregação do
solo e bioturbação (SOLOS/UFV, 2011).
Tempo
O tempo como fator de formação de solos se refere ao período em que os
fatores ativos (clima e organismos) atuaram sobre o material de origem, con-
dicionados pelo relevo (ZIMBACK, 2003).
As idades absolutas dos solos são pouco conhecidas. Estima-se que, para
formar 1 cm de solo na frente de intemperização (horizonte C), são necessá-
rios de 200 a 700 anos. Existe uma grande diferença entre a idade média dos
• Adição:
A adição diz respeito a tudo o que entra no corpo do solo, vindo de fora dele
(aporte de material do exterior), seja através da adição de compostos orgâni-
cos, seja pela adição de componentes minerais, trazidos pela erosão ou pela
água do lençol freático. Exemplo: areia ou cinzas vulcânicas trazidas de outro
local e depositados sobre o perfil, materiais depositados tanto por enchentes
como por movimentos de massa nas encostas (MUGGLER et al., 2005).
• Remoção:
A remoção (ou perda) diz respeito a tudo o que sai do corpo do solo, seja
pela erosão ou pelas queimadas (pela superfície), seja pela lixiviação (em pro-
fundidade). Exemplo: perdas por erosão hídrica ou eólica, liviação de solutos
pelo lençol freático, perdas laterais de soluções com íons reduzidos (Fe, Mn),
etc (ZIMBACK, 2003).
• Translocação:
Atividades
Defina perfil do solo, diferenciando horizontes e camadas.
Resumo
A formação do solo é um processo contínuo que envolve a desagregação e
decomposição das rochas. O intemperismo (físico e químico) é a ação direta
do calor do Sol e da água da chuva, bem como outros fatores, que modi-
ficam aspectos físicos e a composição química dos minerais que formam
as rochas quando expostas à atmosfera. A combinação entre os fatores de
formação (material de origem, relevo e tempo, considerados passivos, bem
como clima e organismos, considerados ativos) e os processos pedogené-
ticos (adições, perdas, transformações e translocações) resulta na variação
dos tipos de solos existentes, devendo ser entendidos como produtos de um
complexo ou sequência de eventos (incluindo complicadas reações e simples
rearranjamentos de material) que intimamente afetam o solo.
Referências
AZEVEDO, A. C. de; DALMOLIN, R. S. D. Processos de formação de solos. Santa Maria:
UFSM, 2006 4p. (Apostila)
FERREIRA, M. M. Caracterização Física do Solo. In: van Lier, Q. J. Física do Solo.
Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2010. 298p.
MUGGLER, C. C. et al. Conteúdos básicos de geologia e pedologia. Viçosa: UFV, 2005. 95
p.
OLIVEIRA, J. B. Pedologia aplicada. 2.ed. Piracicaba: FEALQ, 2005.
SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C.; ANJOS, L.H.C. Manual de descrição
e coleta de solo no campo. 5. ed. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2005.
100p.
PINTO, L. F. E. Pedologia: fatores de formação do solo. Porto Alegre: UFPel, 2003. 23p.
(Apostila)
PRADO, H. do. A pedologia simplificada. Campinas: Potafos, 1995. 16p.
PRESS, F, SIEVER R.,GROTZINGER, J. e JORDAN, T. H., 2006. Para Entender a Terra. Tradução
Rualdo Menegat. 4 ed. Porto Alegre: Bookman, 656 p.: il.
RESENDE, M., CURI, N., REZENDE, S. B., CORRÊA, G. F. Pedologia: base para distinção de
Objetivo
Assuntos
Propriedades físicas do solo:
–– Composição do solo;
–– Textura;
–– Estrutura;
–– Relações de massa e volume.
Propriedades químicas do solo:
Introdução
O solo funciona como suporte físico e reservatório de água para a vegetação
além de fornecer os principais nutrientes necessários para o desenvolvimen-
to das plantas. É constituído de um sistema composto de três fases: sólida,
líquida e gasosa. A fase sólida é formada por matéria inorgânica e matéria
orgânica, esses dois componentes formam a matriz do solo. A fase líquida
é constituída da solução do solo e compõe-se de água e sais em dissolução.
A fase gasosa é constituída do ar do solo que tem composição diferente do
ar atmosférico, devido à respiração das raízes e dos microrganismos (Kiehl,
1979; Andrade et al.,2008).
• Solos de textura média (solos médios): são solos que apresentam certo
equilíbrio entre os teores de argila, silte e areia, normalmente apresen-
tam boa drenagem e índice médio de suscetibilidade à erosão.
• Solos de textura argilosa (solos pesados): são solos com teores de argila
superiores a 35%, possuem baixa permeabilidade, alta capacidade de
retenção de água, são suscetíveis à compactação.
(1)
Em que:
Planície aluvial é formada Dp = densidade das partículas do solo seco, g.cm-3 ou Mg.m-3;
quando os vales atingem a
maturidade (forma de “U”). Mss = massa da fração sólida do solo seco, kg ou Mg;
O material transportado pelos Vs = volume da fração sólida do solo, cm3 ou m3.
rios (alúvio) é depositado
durante as enchentes: se a
área fonte são solos férteis,
os solos da planície aluvial
A densidade de partículas depende da composição mineralógica do solo e
também o serão; se a diferença varia pouco nos solos minerais. Para fins práticos, atribui-se a densidade de
de nível da planície em relação
ao rio for pequena, os solos partículas o valor de 2,65 g cm-3.
serão mal drenados e sujeitos a
reações de redução.
Teor de água do solo com base em peso, Umidade em base massa- U (g.g-1
ou %)
(6)
Em que:
(Ronquim, 2010). A soma de bases trocáveis (SB) de um solo representa a soma dos teores de
cátions permutáveis, exceto H+ e Al³+.
Se a maior parte da CTC do solo está ocupada por cátions essenciais como
Ca2+, Mg2+ e K+, pode-se dizer que esse é um solo bom para a nutrição das
plantas. Por outro lado, se grande parte da CTC está ocupada por cátions
potencialmente tóxicos como H+ e Al3+ este será um solo pobre. Um valor
baixo de CTC indica que o solo tem pequena capacidade para reter cátions
em forma trocável.
Denomina-se saturação por bases (V%) a soma das bases trocáveis expressa
em porcentagem de capacidade de troca de cátions:
Se o V corresponder, por exemplo, a 65%, isto indica que há 65% das car-
gas disponíveis do complexo coloidal ocupadas por Ca2+, Mg2+, K+, Na+ e
somente 35% por Al3+ e H+ e outros elementos de troca como, por exemplo,
o Mn2+.
Acidez do solo
A acidificação do solo se inicia, ou se acentua devido à remoção de bases
da superfície dos coloides do solo. Os solos podem ser naturalmente ácidos
devido à própria pobreza em bases do material de origem, ou a processos
de formação que favorecem a remoção de elementos básicos como K, Ca,
Mg, Na.
Acidez ativa
Denomina-se acidez ativa a parte do hidrogênio que está dissociada, ou seja,
presente na solução do solo, na forma de H+ e é expressa em valores de pH.
Os íons de hidrogênio estão atuando diretamente no local onde as plantas
obtêm água e nutrientes. A concentração de íons hidrogênio na solução do
solo é extremamente pequena em relação à quantidade de íons adsorvidos.
Porém, mesmo em baixa concentração, afeta diretamente o crescimento das
plantas por afetar a disponibilidade de nutrientes e elementos tóxicos.
Acidez potencial
A acidez do solo não é composta somente pelos hidrogênios presentes na
fase líquida do solo, pois parte deles está adsorvido às cargas elétricas dos
coloides da fase sólida, mas também pela concentração do íon Al3+. A acidez
potencial é composta pelos íons H+ e Al3+ adsorvido aos coloides. A acidez
potencial, por sua vez, é dividida em acidez trocável e não trocável.
Acidez trocável
A acidez trocável é a parte da acidez potencial em que os íons acidificantes
(H+ + Al3+) estão adsorvidos fracamente aos coloides (através de forças ele-
trostáticas). Como o teor de H+ geralmente representa menos que 5% da
acidez trocável, admite-se como esta sendo composta apenas pelo alumínio
trocável. A acidez trocável é muito variável, mas, em termos gerais, pode
representar até 50% da acidez do solo.
Matéria orgânica
O termo Matéria Orgânica do Solo (MOS) é geralmente usado para representar
os constituintes orgânicos do solo, incluindo organismos vivos (macro e micro-
fauna, por exemplo, minhocas, formigas, fungos e etc.) e resíduos de plantas e
animais, em vários estágios de decomposição química, física e microbiológica; ou
seja, a matéria orgânica do solo é toda substância morta no solo, que se origina
de plantas, microorganismos e excreções de animais (Roscoe et al., 2006; Prima-
vesi, 2002).
Resumo
As principais propriedades físicas do solo são: textura, estrutura, porosidade
e umidade do solo. A textura do solo não varia com o tempo nem com as
interferências antrópicas, já a estrutura é muito influenciada pela ação do
homem e do tempo. A compactação do solo provoca grande variação na
densidade e também interfere na porosidade o que consequentemente re-
duz o teor de água e a aeração do solo.
Atividades
Questão 1: Coletaram-se amostras de solo em diferentes épocas, a primeira
coleta no ano de 2000 e a segunda coleta no ano de 2010. O volume total
da amostra, nas duas coletas, é 150 cm3, a massa seca da amostra no ano de
2000 é 206 g e no ano de 2011 é de 226g. Determinar a densidade do solo
e a porosidade nos diferentes anos. Quais conclusões podem obter a partir
dos resultados? Considerar a densidade de partículas o valor de 2,65 g.cm3.
Ds1=206/150=1,37 g.cm3
Ds2=226/150=1,50 g.cm3
Porosidade
P2=1-(1,50/2,65)=0,4339 ou 43,39%
Referências
ANDRADE, C. L. T.; BORGES JÚNIOR, J. C. F, COUTO, L. Características físico-hídricas e
dinâmicas de água no solo. In: Uso e manejo de irrigação/ Editores técnicos, Albuquerque,
P. E. P.; DURÃES, F. O. M.- Brasilia, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2008, 528 p.
BAYER, C. Manejando os solos agrícolas para alta qualidade em ambientes tropicais e
subtropicais. FERTBIO, 26, 2004, Lages. Anais... Lages: UDESC e Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo, 2004. CD-ROM.
CATANI, R. A.; GALLO, J. R. Avaliação da Exigência em Calcário dos Solos do Estado de São
Paulo, Mediante Correlação entre o pH e a Porcentagem da Saturação de Bases. Revista
de Agricultura, Piracicaba, SP. v: 30, p.49-60, 1955.
FERREIRA, M. M. Caracterização Física do Solo. In: van Lier, Q. J. Física do
Solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2010. 298p.
KIEHL, E. J. Manual de Edafologia-Relações solo-planta. Editora Ceres, São Paulo-SP, 1979,
262 p.
KLEIN, V. A. Física do solo – Passo Fundo: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2008. 212p.
Objetivos
Assuntos
–– Características Morfológicas;
–– Horizontes e Camadas;
–– Horizontes Diagnósticos;
–– Atributos Diagnósticos;
–– Níveis Categóricos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
Introdução
O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) é um projeto que
envolve a participação de instituições de pesquisa e ensino do Brasil com
grande contribuição de pesquisadores ligados à área de pedologia, sendo
coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). O sistema atual, lançado em 2006, é
fruto de algumas aproximações sucessivas e deriva da classificação america-
na com adaptações inerentes às condições tropicais.
Grande número de classes de solos veio a ser incluída para apropriar clas-
sificação de tipos de solos expressamente distintos, os quais foram sendo
É importante destacar que o SiBCS foi concebido para abranger todos os so-
los do território Nacional. É considerado um sistema aberto porque, à medi-
da que novas classes são reconhecidas, vão sendo incorporadas ao sistema.
De acordo com Jacomine (2005), trata-se de classificação morfogenética,
em especial nos níveis hierárquicos superiores, e é essencialmente baseada
na morfologia, que expressa os resultados principais da gênese dos solos.
Nesse sentido, o SiBCS é considerado hierárquico, multicategórico e aberto.
Horizontes e Camadas
O perfil do solo (Figura 1) é a unidade básica de estudo dentro do Sistema
de Classificação, no qual são verificadas a variabilidade de atributos, pro-
priedades e características dos horizontes e camadas do solo. Por questões
práticas, a profundidade de estudo desses perfis foi arbitrada em 200 cm,
com algumas poucas exceções.
Símbolos Critérios
Características morfológicas
Sufixos Critérios
Cor
A cor do solo reflete principalmente sua quantidade de matéria orgânica, óxi-
dos de ferro e condições de drenagem interna. Por exemplo, um solo com
elevado teor de matéria orgânica se apresenta escuro e isso pode indicar fertili-
dade ou condições adversas à decomposição da mesma. Solos com tonalidade
avermelhada estão associados à presença de óxidos de ferro. Solos cinzas, em
geral, estão associados à deficiência de drenagem.
O matiz possui a seguinte notação: 10R; 2,5YR; 5YR; 7,5YR; 10YR; 2,5Y e
5Y, com os algarismos arábicos indicando a participação da cor amarela em
detrimento da vermelha. Ex: matiz 7,5YR significa uma combinação de cores
formada por 62,5 % de amarelo (Y) e 37,5% de vermelho (R) (PRADO, 2001).
Textura
A textura é considerada uma das características mais estáveis do solo e de gran-
de importância na descrição, identificação, classificação e manejo do mesmo.
Essa característica será apenas citada, pois já foi abordada no capítulo 3.
Estrutura
A estrutura influencia várias outras condições do solo, como aeração, disponi-
bilidade de água e nutrientes, atividade microbiana, penetração de raízes, etc.
Consistência
A consistência do solo está ligada a sua capacidade de resistência à ruptu-
ra, facilidade de esboroamento, plasticidade e aderência. Está relacionada a
outros fatores do solo, como textura, estrutura, agentes cimentantes, etc.
Pode ser verificada no solo seco, onde se observa características de dureza
ou tenacidade; no solo úmido, onde se observa características de friabilida-
de; e no solo molhado, onde se observa características de pagajosidade e
plasticidade.
Atributos Diagnósticos
São características ou propriedades dos solos, utilizadas para separação de
classes em vários níveis categóricos do Sistema de Classificação ou na defi-
Material Orgânico
É aquele constituído por materiais orgânicos, originários de resíduos vegetais
em diferentes estágios de decomposição, fragmentos de carvão finamente
divididos, substâncias húmicas, biomassa meso e microbiana, e outros com-
postos orgânicos naturalmente presentes no solo, os quais podem estar as-
sociados a material mineral em proporções variáveis. O material do solo será
considerado como orgânico quando o teor de carbono for igual ou maior
que 80 g kg-1, avaliado na fração terra fina seca ao ar.
Material Mineral
O material do solo é considerado material mineral quando não satisfizer o
requisito exigido para material orgânico.
PERFIL – 1
DATA – 09/10/2008
CLASSIFICAÇÃO – ESPODOSSOLO FERRIHUMILÚVICO Hiperespesso espessarênico, fase cerra-
do, relevo plano. Unidade de mapeamento ES.
LOCALIZAÇÃO – Usina Salgado, Ipojuca, Pernambuco. Coordenadas UTM 25M 276845 m E e
9064079 m N.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Trincheira situada em
várzea do baixo curso do rio Ipojuca, com declividade de 0 a 2,5%, sob cultura de cana-de-açúcar.
ALTITUDE – 15 m
LITOLOGIA E CRONOLOGIA - Holoceno. Sedimentos fluvio-marinhos da baixada litorânea.
MATERIAL ORIGINÁRIO – Sedimentos arenosos.
PEDREGOSIDADE – Ausente.
ROCHOSIDADE – Não rochoso.
RELEVO LOCAL – Plano.
RELEVO REGIONAL – Plano.
EROSÃO – Não aparente.
DRENAGEM – Moderadamente a imperfeitamente drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta perenifólia de restinga.
USO ATUAL – Cultura de cana-de-açúcar.
DESCRITO E COLETADO POR – RIBEIRO, M. R. e LIMA, J.F.W. F.
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
RAÍZES: Muitas no Ap; comuns no A e AE, poucas no E1; poucas em E2 e ausentes no Bh e Bsm.
Caráter Alumínico
Refere-se à condição em que o solo se encontra em estado dessaturado e é
caracterizado por teor de Alumínio extraível ≥ 4 cmolc kg-1 de solo associado à
atividade de argila < 20 cmolc kg-1 de argila, além de apresentar saturação por
alumínio ( 100 x Al3+/S + Al3+) ≥ 50% e/ou saturação por bases (V%= 100 x S/T)
< 50%.
Caráter Alítico
Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado e apresenta alumí-
nio extraível ≥ 4 cmolc kg-1 de solo associado à atividade de argila ≥ 20 cmolc
kg-1 de argila e saturação por alumínio ( 100 x Al3+/S + Al3+) ≥ 50% e saturação
por bases (V%= 100 x S/T) < 50%.
Caráter Sódico
O caráter sódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem
saturação por sódio (100 x Na+/T) ≥ 15%, em alguma parte da seção de controle
que defina a classe.
Caráter Solódico
O caráter solódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresen-
tem saturação por sódio (100 x Na+/T) variando de 6% a < 15%, em alguma
parte da seção de controle que defina a classe.
Caráter Sálico
Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfa-
to de cálcio (gesso), em quantidade tóxica à maioria das culturas, indicada por
condutividade elétrica no extrato de saturação ≥ 7,0 dS m-1 (a 25 °C), em alguma
época do ano.
Caráter Carbonático
Propriedade referente à presença de 150 g kg-1 de solo ou mais de CaCO3 equi-
valente sob qualquer forma de segregação, inclusive concreções, desde que não
satisfaça os requisitos estabelecidos para horizonte cálcico.
Plintita
É uma formação constituída da mistura de argila, pobre em carbono orgâni-
co e rica em ferro, ou ferro e alumínio, com grãos de quartzo e outros mine-
rais (Figura 7). Ocorre comumente sob a forma de mosqueados vermelhos,
vermelho-amarelados e vermelho-escuros.
Contato lítico
Refere-se à presença de material mineral extremamente resistente subjacente ao
solo, em que a escavação com pá reta é impraticável ou muito difícil e impede o
livre crescimento do sistema radicular e movimento da água. Tais materiais são
representados pela rocha sã e por rochas muito fracamente alteradas (R), de
qualquer natureza (ígneas, metamórficas ou sedimentares), ou por rochas fraca
e moderadamente alteradas.
cmolc.kg-1 % g.kg-1
1 1,92 0,81 0,13 0,07 2,93 1,21 0,0 4,14 71 0 40
2 0,30 0,30 0,01 0,03 0,64 2,02 0,51 3,17 20 44,35 64
3 0,51 0,10 0,06 0,06 0,73 1,90 4,50 7,13 10 86 400
Horizonte A Antrópico
É um horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo pelo ho-
mem, como lugar de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com
adições de material orgânico em mistura ou não com material mineral, ocor-
rendo às vezes, fragmentos de cerâmicas e restos de ossos e conchas. O
horizonte A antrópico assemelha-se aos horizontes A chernozêmico ou A
húmico, já que a saturação por bases é variável, e, geralmente, difere destes
por apresentar teor de P2O5 solúvel em ácido cítrico mais elevado que na
parte inferior do solum, ou pela presença de artefatos líticos e/ou cerâmica.
Horizonte A Chernozêmico
É um horizonte mineral superficial, relativamente espesso, escuro, com alta
saturação por bases, que mesmo após revolvimento superficial atenda a de-
terminadas características, incluindo:
Horizonte A Fraco
É um horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido, seja pelo reduzi-
do teor de coloides minerais ou orgânicos ou por condições externas de clima
e vegetação, como as que ocorrem na zona semi-árida com vegetação de
caatinga hiperxerófila.
a) Cor do material de solo com valor > 4, quando úmido, e > 6, quando seco;
Horizonte A Húmico
É um horizonte mineral superficial, com valor e croma igual ou inferior a 4
para solo úmido, saturação por bases (V%) inferior a 65% e que apresenta
espessura e conteúdo de carbono orgânico dentro de limites específicos, con-
forme critérios a seguir:
Horizonte A Moderado
São incluídos nesta categoria horizontes superficiais que não se enquadram no
conjunto das definições dos demais horizontes diagnósticos superficiais. Em
geral, o horizonte A moderado difere dos horizontes A chernozêmico, proe-
minente e húmico pela espessura e/ou cor e do horizonte A fraco pelo teor de
carbono orgânico e estrutura, não apresentando ainda os requisitos para carac-
terizar o horizonte hístico ou A antrópico.
Horizonte A Proeminente
As características deste horizonte são comparáveis com aquelas do A chernozê-
mico, no que se refere à cor, teor de carbono orgânico, consistência, estrutura
e espessura, diferindo essencialmente, por apresentar saturação por bases (V%)
inferior a 65%.
Horizonte B espódico
Horizonte mineral subsuperficial, com espessura mínima de 2,5 cm, formado
por acumulação iluvial de matéria orgânica e complexos organometálicos de
alumínio, com presença ou não de ferro iluvial (Figura 8). Ocorre, normalmente,
sob qualquer tipo de horizonte A ou sob um horizonte E (álbico ou não) que
pode ser precedido de horizonte A ou hístico.
Horizonte B latossólico
É um horizonte mineral subsuperficial, cujos constituintes evidenciam avan-
çado estágio de intemperização, explícito pela alteração completa dos mi-
nerais primários menos resistentes ao intemperismo e/ou minerais de argila
2:1, seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e concentração
residual de sesquióxidos, argila do tipo 1:1 e minerais primários resistentes
ao intemperismo (Figura 7). Em geral, é constituído por quantidades variá-
veis de óxidos de ferro e de alumínio, minerais de argila 1:1, quartzo e outros
minerais mais resistentes ao intemperismo, podendo haver a predominância
de quaisquer desses materiais.
Horizonte B textural
É um horizonte mineral subsuperficial com textura franco-arenosa ou mais
fina, onde houve incremento de argila, orientada ou não, desde que não
exclusivamente por descontinuidade, resultante de acumulação ou concen-
tração absoluta ou relativa decorrente de processos de iluviação e/ou forma-
ção in situ e/ou herdada do material de origem e/ou infiltração de argila ou
argila mais silte, com ou sem matéria orgânica e/ou destruição de argila no
horizonte A e/ou perda de argila no horizonte A por erosão diferencial. O
conteúdo de argila do horizonte B textural é maior que o do horizonte A e
pode ou não ser maior que o do horizonte C. Esse horizonte pode ser encon-
trado à superfície, se o solo foi parcialmente truncado por erosão.
Ordens
São separadas pela presença ou ausência de determinados atributos, hori-
zontes diagnósticos ou propriedades que são passíveis de serem identifica-
das no campo mostrando diferenças no tipo e grau de desenvolvimento dos
processos de formação do solo. O atual SiBCS apresenta treze (13) ordens
(classes de solos).
Subordens
São separadas por propriedades ou características diferenciais que:
Caráter Sálico: Refere-se à presença de sais mais solúveis em água fria que
o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade tóxica à maioria das culturas,
indicada por condutividade elétrica no extrato de saturação ≥ 7,0 dS m-1
(EMBRAPA, 2006).
Caráter Flúvico: Usado para solos formados sob forte influência de sedi-
mentos de natureza aluvionar e que apresentam distribuição irregular do
conteúdo de carbono orgânico em profundidade, não relacionada a proces-
sos pedogenéticos; e/ou camadas estratificadas em 25% ou mais do volume
do solo (EMBRAPA, 2006).
Grandes Grupos
As classes são separadas pelo tipo arranjamento dos horizontes, atividade
da fração argila, condição de saturação do complexo sortivo (Saturação por
bases – V%, por alumínio- m%, sódio – PST), presença de sais solúveis, pre-
sença de horizontes ou propriedades que restringem o desenvolvimento das
raízes e afetam o livre movimento de água no solo (EMBRAPA, 2006)
“Cambiare”, mudar. Em
CAMBISSOLO CAMBI evolução. B incipiente.
“Argilla”. Acumulação de
ARGISSOLO ARGI argila. B textural, com baixa
saturação por bases. Tb ou Ta.
Orgânico. Horizonte H ou
ORGANOSSOLO ORGANO hístico.
ARGISSOLOS CHERNOSSOLOS
LATOSSOLOS Alítico
NITOSSOLOS
Atividades
Observando os dados abaixo de dois solos onde constam alguns parâmetros
analíticos utilizados na interpretação pedológica, calcule a CTC, a soma de
bases (S), a saturação de bases (V) e a saturação com alumínio (m) e informe
as características dos mesmos.
Cálculos:
SB = 0,20+0,10+,0,03+0,07=0,40 cmolc.kg-1
CTC(pH 7,0)= SB +1,05+4,20= 5,65 cmolc.kg-1
V = (SB/CTC) x 100 = 7%
m = (Al3+/SB+ Al3+) x 100 = 91%
atividade de argila (solo 1) = (CTC x 1000)/ argila (g.kg-1) = 15,9 cmolc.kg-1
atividade de argila (solo 2) = (CTC x 1000)/ argila (g.kg-1) = 55,4 cmolc.kg-1
Referências
CARVALHO, V.S. Caracterização e classificação de Espodossolos nos estados de
Pernambuco e Paraíba. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife. Tese
(Doutorado). 2011.119p.
CURI, N.; LARACH, J. O. I.; KAMPF, N.; MONIZ, A. C.; FONTES, L. E. F. Vocabulário de Ciência
do Solo. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1993. 90 p.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Serviço Nacional de
Levantamento e Conservação de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Definição e notação de
horizontes e camadas do solo. 2.ed. rev. atual. Rio de Janeiro, 1988. 54p. (EMBRAPA-
SNLCS. Documentos, 3).1988.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro Nacional de
Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, DF: Embrapa
Produção da Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999, 412 p.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Sistema brasileiro de
classificação de solos. 2. ed. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 2006.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Manual Técnico de
Pedologia. 2. ed. Rio de Janeiro, 2007. 323p.
JACOMINE, P. K. T. Origem e evolução dos conceitos e definições de atributos, horizontes
diagnósticos e das classes de solos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (CiBCS).
In: Vidal-Torrado, P.; Alleoni, L. R. F.; Cooper, M.; Silva, A. P.; Cardoso, E. J. Tópicos em
Ciência do Solo. Volume 4, Viçosa, MG. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2005. 470
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PRADO, H. Solos do Brasil: Gênese, morfologia, classificação, levantamento. 2ed.
Piracicaba: 2001. 220p.
SANTOS, R. D.; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G. KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. Manual de descrição
e coleta de solo no campo. 5. Ed. Viçosa: UFV. 2005, 92 p.
Objetivos
Assuntos
–– Manejo e conservação dos solos;
–– Capacidade de uso do solo;
–– Planejamento Conservacionista.
Introdução
O solo é um dos mais importantes recursos naturais do nosso planeta e deve
ser utilizado como patrimônio da coletividade, uma vez que é essencial ao
homem, seja para produção de alimentos ou como base para construção
de moradias. Contudo, o solo é um recurso natural exaurível renovável e,
como tal, deve ser melhorado, isto é, deve ser utilizado de forma racional, de
maneira que seja mantida indefinidamente a sua produtividade. Para tanto,
deve ser conservado de forma adequada para garantir o seu uso às gerações
futuras.
Mas, existe uma relação direta entre manejo e conservação do solo. Com o
manejo adequado do solo também está sendo feita a conservação, isso por-
que com o manejo é possível aumentar a capacidade produtiva, conservando
não só a fertilidade natural, como também os fertilizantes empregados pelo
homem e uma quantidade adequada de água pluvial, elementos esses que,
em conjunto, se não forem bem cuidados serão irremediavelmente perdidos.
–– No Grupo A
Classe I : Sem práticas especiais;
–– No Grupo B
Classe V: Sem restrições ou práticas especiais;
–– No Grupo C
Classe VIII: Terra extremamente acidentada, arenosa, úmida ou árida.
c: limitações climáticas.
Planejamento Conservacionista
A solução dos problemas decorrentes da erosão não depende da ação iso-
lada de um agricultor apenas, até porque a erosão produz efeitos negativos
para as áreas rurais e para as comunidades urbanas. Dessa forma, um plano
de uso, manejo e conservação do solo deve contar com o envolvimento
efetivo do produtor, do técnico, dos dirigentes e da comunidade em geral.
Resumo
O solo é um dos mais importantes recursos naturais da terra, uma vez que
é essencial ao homem, seja para produção de alimentos ou como base para
construção de moradias. Mas, é um recurso natural exaurível renovável e
por isso deve ser conservado de forma adequada para garantir o seu uso às
gerações futuras. Desse modo, a ciência da conservação do solo propõe um
conjunto de medidas a fim de garantir a manutenção ou recuperação das
condições físicas, químicas e biológicas do solo, estabelecendo critérios para
o uso e manejo das terras, de forma a não comprometer sua capacidade
produtiva. Nesse sentido, foi desenvolvido um Sistema de Capacidade
de Uso do Solo que estabelece classes homogêneas de terras baseadas no
grau de limitação e subclasses, com base na natureza da limitação do uso.
Esse Sistema, por sua vez, está estruturado em hierarquias e possui 3 grupos,
8 classe, 4 subclasses e 6 unidades de capacidade de uso. Porém, um fator
adverso para a capacidade de uso do solo é a erosão que ocasiona proble-
mas de natureza física, química, biológica, econômica e social.
Atividades
Você acha que é possível manejar e conservar o solo ao mesmo tem-
po? Explique.
Sim, porque existe uma relação direta entre manejo e conservação do solo.
Com o manejo adequado do solo, pode-se aumentar a sua capacidade produ-
tiva por conservar a fertilidade e a umidade, além de se evitar o uso excessivo
de insumos agrícolas e a ocorrência de erosão.
Para usar adequadamente o solo com fins diversos sem que o mesmo seja
degradado. A determinação da capacidade define um melhor planejamento
de uso do solo considerando os aspectos ambientais e sócio-econômicos de
cada propriedade e região.
Referências
FERNANDES, A.; LIMA, H. V. Manejo e conservação do solo e da água e levantamento e
conservação do solo: Módulo introdução ao estudo da conservação do solo. Belém:
Universidade Federal Rural da Amazônia / Instituto de Ciências Agrárias, 2009.
LEPSCH, I. F.; JR BELLINAZZI, R.; ESPINDOLA, C.R. Manual para levantamento utilitário do
meio físico e classificação de terras no sistema de capacidade de uso.
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 4a aprox. Campinas, 1991. 175p.