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iii
iv
Primeira Parte
O material contido nesta primeira parte tem como objetivo principal cobrir
o conteúdo de um curso de Licenciatura em Matemática e/ou áreas afins.
No capítulo 1 apresentaremos a linguagem, definições e conceitos de grupo.
Além disso, serão vistos os conceitos de subgrupos, subgrupos gerados, grupos
cíclicos, grupos diedrais e grupos alternados, com ênfase em grupos de ordem
finita que serão necessários para cursos subsequentes.
No capítulo 2 apresentaremos um tipo especial de funções, as quais são
chamadas de “homomorfismo de grupos” e que é um dos objetos fundamentais
da álgebra abstrata. Além disso, serão vistos os conceitos de classes laterais,
subgrupos normais e grupos quocientes.
No capítulo 3 apresentaremos a linguagem e definições abstratas de aneis,
subaneis, subaneis gerados, domínios de integridade, aneis com divisão e cor-
pos.
No capítulo 4 apresentaremos os conceitos de homomorfismo de aneis e
teoremas de isomorfismos, ideais em um anel, o qual é análogo ao conceito de
subgupos normais em um grupo, e aneis quocientes. Além disso, apresentare-
mos os conceitos e propriedades de ideais primos. ideais maximais e anel de
frações.
Segunda Parte
Nesta segunda parte completaremos o conteúdo para o curso de Bachare-
lado em Matemática e/ou Mestrado em Matemática e áreas afins.
No capítulo 5 apresentaremos o conceito de produto direto e semidireto de
grupos. Além disso, apresentaremos uma técnica para desenvolver teoremas
de estruturas para grupos (não abelianos) finito, os teoremas de representação
de grupos que serão útil na classificação de grupos não abelianos finitos. Além
disso, apresentaremos uma recíproca parcial do Teorema de Lagrange, os Teo-
remas de Sylow.
v
Terceira Parte
Nesta terceira parte faremos um estudo sistemático, segundo Dedekind e
Artin, da Teoria de Corpos e de Galois.
No capítulo 9 apresentaremos os conceitos básicos da Teoria de Corpos
tais como: Extensão de corpos, grau de uma extensão, elementos algébricos e
trancendentes, bem como, extensão algébricas e os principais resultados.
No capítulo 10 apresentaremos os conceitos de corpos de decomposições,
corpos algebricamente fechados, fecho algébrico, elementos sepaáveis, estensões
separáveis e o teorema do elemento primitivo.
No capítulo 11 apresentaremos o que é chama-se atualmente de Teoria de
Galois, que originalmente foi chamada de teoria de equações, a interrelação
entre a Extensões de Corpos e certos grupos associados a.ela, chamados de
grupos de Galois. Além disso, o teorema fundamental da Teoria de Galois.
Finalmente, no capítulo 12 apresentaremos as aplicações da Teoria de Ga-
lois para resolver os mais famosos problemas da antiguidade. Além disso,
construiremos os corpos finitos e extensões ciclotômicas.
Agradecemos aos colegas e alunos que direta ou indiretamente contribuíram
para a realização deste trabalho.
Prefácio ix
1 Grupos 1
1.1 Operações Binárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3 Subgrupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.4 Grupos Cíclicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
1.5 Grupos Diedrais e Alternados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3 Aneis 157
3.1 Aneis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
3.2 Subaneis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
vii
viii SUMÁRIO
12 Aplicações 639
Bibliografia 647
Índice 647
x SUMÁRIO
Parte I
xi
Capítulo 1
Grupos
∗ : G × G −→ G.
Note que a palavra binária significa duas variáveis. Notação: ∗(a, b) = a∗b, ab,
a×b ou a+b, e assim por diante, chama-se de produto ou de soma, dependendo
da notação escolhida.
(a, b) = (c, d) ⇒ a = c e b = d ⇒ a ∗ b = c ∗ d.
1
2 CAPÍTULO 1. GRUPOS
1. comutativa se
a ∗ b = b ∗ a, ∀ a, b ∈ G.
2. anticomutativa se
a ∗ b = b ∗ a ⇒ a = b, ∀ a, b ∈ G.
3. associativa se
a ∗ (b ∗ c) = (a ∗ b) ∗ c, ∀ a, b, c ∈ G.
a ∗ u = u ∗ a = a, ∀ a ∈ G.
a ∗op b = b ∗ a, ∀ a, b ∈ G.
a ∗ (b ◦ c) = (a ∗ b) ◦ (a ∗ c), ∀ a, b, c ∈ G.
(a ◦ b) ∗ c = (a ∗ c) ◦ (b ∗ c), ∀ a, b, c ∈ G.
1.1. OPERAÇÕES BINÁRIAS 3
3 − 5 = −2 6= 2 = 5 − 3 e 3 − (5 − 7) = 5 6= −9 = (3 − 5) − 7.
Exemplo 1.5 A subtração usual “−” não é uma operação binária sobre Z+ ,
Q+ e R+ , com Z+ = {n ∈ Z : n ≥ 0}. Por exemplo, 3 − 5 = −2 ∈/ Z+ , ou
seja, esta operação não está bem definida sobre Z+ .
a ∗ (b ∗ c) e (a ∗ b) ∗ c.
Y
4
ai = ((a1 ∗ a2 ) ∗ a3 ) ∗ a4 .
i=1
Y
k Y
n−k
f1 (a1 , . . . , ak ) = ai e f2 (ak+1 , . . . , an ) = ak+j .
i=1 j=1
1.1. OPERAÇÕES BINÁRIAS 5
Logo, Ã k ! Ãn−k !
Y Y
f (a1 , . . . , an ) = ai ∗ ak+j
i=1 j=1
EXERCÍCIOS
(a) a ∗ b = a2 b.
(b) a ∗ b = min{a, b}.
1.1. OPERAÇÕES BINÁRIAS 7
(c) a ∗ b = ab + ba .
(d) a ∗ b = 1.
(e) a ∗ b = a + b2 .
a ∗ (b ∗ c) = (a ∗ c) ∗ b, ∀ a, b, c ∈ G.
8 CAPÍTULO 1. GRUPOS
a◦b=a∗x∗b
1.2 Grupos
Note que o conjunto de todos os números inteiros
Z = {. . . , −2, −1, 0, 1, 2, . . .}
a. k + (m + n) = (k + m) + n, para todos k, m, n ∈ Z.
1. Associatividade,
a ∗ (b ∗ c) = (a ∗ b) ∗ c, ∀ a, b, c ∈ G.
1.2. GRUPOS 9
a ∗ e = e ∗ a = a, ∀ a ∈ G.
a ∗ b = b ∗ a = e.
f = f ∗ e e f ∗ e = e ⇒ f = f ∗ e = e.
b = b ∗ e = b ∗ (a ∗ c) = (b ∗ a) ∗ c = e ∗ c = c.
4. Se em um grupo G o axioma
a ∗ b = b ∗ a, ∀ a, b ∈ G,
G = C∗ = {a + bi : a, b ∈ R, onde a ∈ R∗ ou b ∈ R∗ e i2 = −1}
Portanto,
A−1 ∈ G e AA−1 = A−1 A = In ,
ou seja, G é um grupo.
Finalmente, se " # " #
1 0 1 1
A= e B= ,
1 1 0 1
então A, B ∈ G. Mas
" # " #
1 1 2 1
AB = 6= = BA,
1 2 1 1
G = Zn = {0, 1, 2, . . . , n − 1} ⊆ Z
12 CAPÍTULO 1. GRUPOS
a + b = qn + r, com 0 ≤ r < n.
Logo,
a ⊕ b = r ∈ G,
a + (b + c) = (a + b) + c = a + b + c.
a + b + c = qn + r, com 0 ≤ r < n.
b + c = q1 n + r1 , com 0 ≤ r1 < n,
isto é, a ⊕ r1 = r2 . Como
a + b + c = a + q1 n + r1
= a + r1 + q1 n
= q2 n + r2 + q1 n
= (q1 + q2 )n + r2
a ⊕ (b ⊕ c) = a ⊕ r1 = r2 = r = a ⊕ b ⊕ c.
(a ⊕ b) ⊕ c = r = a ⊕ b ⊕ c.
Logo,
a ⊕ (b ⊕ c) = (a ⊕ b) ⊕ c, ∀ a, b, c ∈ G.
É fácil verificar que 0 = n é o elemento identidade de G e −a = n − a é o
elemento inverso de a. Assim, G = Zn é um grupo de ordem n.
Finalmente, dados a, b ∈ G, obtemos
a ⊕ b = a + b = b + a = b ⊕ a.
x ⊕ y = (x + Z) ⊕ (y + Z) = (x + y) + Z = x + y,
(x, y) = (z, w) ⇒ x = z e y = w
⇒ x+Z=z+Z e y+Z=w+Z
⇒ z − x ∈ Z e w − y ∈ Z.
Logo,
(z − x) + (w − y) ∈ Z ⇒ (z + w) − (x + y) ∈ Z,
ou seja,
x ⊕ y = x + y = (x + y) + Z
= (z + w) + Z = z + w
= z ⊕ w.
x ⊕ (y ⊕ z) = x ⊕ (y + z) = x + (y + z)
= (x + y) + z = (x + y) ⊕ z
= (x ⊕ y) ⊕ z.
x ⊕ 0 = 0 ⊕ x = x, ∀ x ∈ G.
x ⊕ (−x) = x − x = 0 = −x + x = −x ⊕ x.
x ⊕ y = x + y = y + x = y ⊕ x,
pois se
1 1
r=s⇔ − ∈ Z,
q p
então existe n ∈ Z tal que
1 1
− = n ⇔ p − q = npq ⇔ p = (np + 1)q,
q p
isto é, σ ◦ τ é sobrejetora.
Dados x,y ∈ S, se
x = σ −1 (y) ⇔ y = σ(x).
16 CAPÍTULO 1. GRUPOS
(τ i σ)(n + 1) = τ i (n + 1) = i e (τ j φ)(n + 1) = τ j (n + 1) = j.
Assim, i = j e
σ = Iσ = (τ −1 −1 −1 −1
i τ i )σ = τ i (τ i σ) = τ i (τ i φ) = (τ i τ i )φ = Iφ = φ.
Se φ = τ i σ, então
n + 1 = φ(n + 1) = (τ i σ)(n + 1) = τ i (n + 1) = i,
Portanto,
à ! à ! à !
x σ(x) x
=τ ◦σ = ◦ ,
(τ ◦ σ)(x) (τ ◦ σ)(x) σ(x)
então
à ! à !
1 2 3 1 2 3
τ ◦σ = ◦
2 1 3 2 3 1
à ! à !
2 3 1 1 2 3
= ◦
1 3 2 2 3 1
à !
1 2 3
=
1 3 2
1.2. GRUPOS 19
e
à ! à !
1 2 3 1 2 3
σ◦τ = ◦
2 3 1 2 1 3
à ! à !
2 1 3 1 2 3
= ◦
3 2 1 2 1 3
à !
1 2 3
= .
3 2 1
Observe que σ ◦ τ 6= τ ◦ σ.
Finalmente, Ã ! Ã !
2 3 1 1 2 3
σ −1 = =
1 2 3 3 1 2
e à ! à !
2 1 3 1 2 3
τ −1 = = = τ.
1 2 3 2 1 3
G × H = {(a, b) : a ∈ G e b ∈ H}
3. Se ca = cb ou ad = bd, então a = b.
a∗x=b e y∗a=b
a∗b=c
ab = ac e ba = ca ⇒ b = c, ∀ a, b, c ∈ G.
ab = ac ⇒ b = c
ba = ca ⇒ b = c,
Exemplo 1.23 Seja G um conjunto munido de uma operação binária tal que
G possui elemento inverso e
∗ a b c
a a c b
b c b a
c b a c
G = 2N = {2n : n ∈ N} = {2, 4, 6, . . .}
Exemplo 1.26 Seja G um conjunto qualquer munido com uma operação binária
a ∗ b = a, para todos a, b ∈ G. Mostre que G é um semigrupo.
1.2. GRUPOS 23
(a ∗ b) ∗ c = a ∗ b = a ∗ (b ∗ c).
S S = {f : S → S : f é uma função}
a3 = aaa = a e a4 = a3 a = a2 .
Logo,
a = aa2 a = a4 = a2 ,
Assim,
ac = (aba)(cbc) = a(b(ac)b)c = abc.
Logo,
x = x2 = xcx = ycx = ycy = y 2 = y,
1.2. GRUPOS 25
isto é, ϕ é sobrejetora.
an (a−1 )n = e e an a−n = e.
Prova. Provaremos apenas o item (1). Para isto, vamos dividir a prova em
vários casos:
1.o Caso. Se m > 0 e n > 0 (m + n > 0), neste caso, vamos fixar m e usar
indução sobre n. Seja
S = {n ∈ N : am an = am+n }.
Logo, n + 1 ∈ S. Portanto, S = N.
2.o Caso. Se m < 0 e n < 0 (m + n < 0), então −m > 0 e −n > 0. Logo,
Logo,
am an = (am+n a−n )an = am+n (a−n an ) = am+n e = am+n .
Logo,
am an = a−n an = e = am+n .
1.2. GRUPOS 27
Logo,
am an = am (a−1 )m am+n = (am a−m )am+n = eam+n = am+n .
Portanto, am an = am+n , para todos m, n ∈ Z. ¥
Exemplo 1.30 Seja G um grupo tal que (ab)2 = (ba)2 , para todos a, b ∈ G.
Mostre que se G possui a seguinte propriedade: x ∈ G e x2 = e implicar que
x = e, então G é grupo abeliano.
Então G é um grupo.
Assim,
e = b−1 b = b−1 b2 = b−1 (bb) = (b−1 b)b = eb = b,
isto é, aa−1 = e.
Finalmente, devemos provar que o elemento identidade à esquerda e é tam-
bém um elemento identidade à direita, isto é, ae = a, para todo a ∈ G. Dado
a ∈ G, obtemos
¡ ¢ ¡ ¢
ae = a a−1 a = aa−1 a = ea = a.
Portanto, G é um grupo. ¥
xa = a, isto é ea = a.
eb = e(ac) = (ea)c = ac = b,
2. G é um grupo;
eb = e(ax) = (ea)x = ax = b, ∀ b ∈ G.
a ¯ b = ab,
ab = qn + r, com 0 ≤ r < n.
a ¯ b = r ∈ G,
a ¯ (b ¯ c) = (a ¯ b) ¯ c, ∀ a, b, c ∈ G.
x − y = n ⇒ x = y.
1.2. GRUPOS 31
∗ a1 a2 ··· an
a1 a21 a1 a2 ··· a1 an
a2 a2 a1 a22 ··· a2 an
.. .. .. ..
. . . ··· .
an an a1 an a2 ··· a2n
Usualmente, fazemos a1 = e, o elemento identidade do grupo G. Note que
2
existem n(n ) operações possíveis para preencher a tabela.
aj = eaj = (a−1 −1 −1 −1
i ai )aj = ai (ai aj ) = ai (ai ak ) = (ai ai )ak = eak = ak .
∗ e a b
e e a b
a a b e
b b e a
que é o resultado desejado. ¥
EXERCÍCIOS
ab = ac ⇒ b = c, ∀ b, c ∈ G.
ab = ac ⇒ b = c e ba = ca ⇒ b = c, ∀ a, b, c ∈ G.
a ∼ x e b ∼ y ⇒ ab ∼ xy, ∀ a, b, x, y ∈ G.
ak · · · an a1 · · · ak−1 = e, k = 1, . . . , n.
29. Seja G um semigrupo. Mostre que G é um grupo se, e somente se, toda
equação sobre G do tipo axb = c possui uma única solução em G.
G = S3 = {I, τ 1 , τ 2 , τ 3 , σ 1 , σ 2 }
35. Seja
H = {σ a,b ∈ G : a ∈ Q∗ , b ∈ R}.
C = {a ∈ G : ab = ac e ba = ca ⇒ b = c, ∀ b, c ∈ G}
G• = {a ∈ G : ab = ba = e, para algum b ∈ G}
é um grupo contido em C.
(c) Para cada um dos monoides G = M2 (Z) e G = M2 (R+ ), determine
G• .
41. Seja G um grupo finito. Mostre que para cada a ∈ G existe um inteiro
positivo n = n(a) tal que an = e. Conclua que existe m ∈ N tal que
am = e, para todo a ∈ G.
40 CAPÍTULO 1. GRUPOS
1.3 Subgrupos
Sejam (G, ∗) um grupo e H um subconjunto não vazio de G. Dizemos que
H é estável ou fechado sob a operação ∗ se a ∗ b ∈ H, para todos a, b ∈ H.
Neste caso, dizemos ∗ induz uma operação binária sobre H.
Sejam G um grupo e H um subconjunto não vazio de G. Dizemos que H
é um subgrupo de G, em símbolos H ≤ G, quando H munido com a operação
binária induzida por G for um grupo.
eG = f −1 f = f −1 f 2 = (f −1 f )f = eG f = f.
H = nZ = {na : a ∈ Z}
= {. . . , −2n, −n, 0, n, 2n, . . .}
h + k = na + nb = n(a + b) ∈ H,
pois a + b ∈ Z.
Finalmente, se h ∈ H, então existe a ∈ Z tal que h = na. Logo, −h =
n(−a) ∈ H, pois −a ∈ Z. Portanto, H é um subgrupo de G. ¥
S a = aSa−1 = {asa−1 : s ∈ S}
CG (S) = {a ∈ G : asa−1 = s, ∀ s ∈ S}
= {a ∈ G : as = sa, ∀ s ∈ S}
Assim, ab ∈ CG (S).
Finalmente, se a ∈ CG (S), então as = sa, para todo s ∈ S. Logo,
NG (S) = {a ∈ G : S a = S} = {a ∈ G : aSa−1 = S}
Z(G) = {a ∈ G : ab = ba, ∀ b ∈ G}
Proposição 1.50 Sejam G um grupo e {Hi }i∈I uma família indexada de sub-
grupos de G. Então \
K= Hi
i∈I
G = ha1 , a2 , . . . , an i ,
Prova. Seja
L = {a1 a2 · · · am : m ∈ N, ai ∈ S ou a−1
i ∈ S}
x = a1 a2 · · · am e y = b1 b2 · · · bn ,
onde ai ∈ S ou a−1 −1
i ∈ S e bj ∈ S ou bj ∈ S. Logo,
xy −1 = a1 a2 · · · am b−1 −1 −1
n bn−1 · · · b1 ,
onde ai ∈ S ou a−1 −1
i ∈ S e bj ∈ S ou bj ∈ S. Assim, xy
−1
∈ L. Portanto, L é
um subgrupo de G.
Finalmente, seja K qualquer subgrupo de G tal que S ⊆ K. Então
a1 a2 · · · an ∈ K, onde n ∈ N, ai ∈ S ou a−1
i ∈ S.
Observação 1.53 A Proposição 1.51 pode ser usada como um guia para de-
terminar todos os subgrupos de um grupo finito.
1.3. SUBGRUPOS 47
à ! ! à à !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
I = , σ= , σ2 = ,
1 2 3 2 3 1 3 1 2
à ! à ! à !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
τ = , στ = , σ2τ =
1 3 2 2 1 3 3 2 1
e sua tabela de multiplicação (optativa)
◦ I σ σ2 τ στ σ2τ
I I σ σ2 τ στ σ2τ
σ σ σ2 I στ σ2τ τ
σ2 σ2 I σ σ2τ τ στ
τ τ σ2τ στ I σ2 σ
στ στ τ σ2τ σ I σ2
σ2τ σ2τ στ τ σ2 σ I
Primeiro determinaremos todos os subgrupos de S3 contendo τ . O menor
subgrupo de S3 contendo τ é
hτ i = {I, τ }, pois τ 2 = I.
Vamos escolher ϕ ∈ S3 e determinar hτ , ϕi. Se ϕ = στ , então hτ , στ i contém
I, τ , στ , (στ ) ◦ τ = σ, σ ◦ (στ ) = σ 2 τ e (σ 2 τ ) ◦ τ = σ 2 .
Portanto, hτ , στ i = S3 . De modo inteiramente análogo, trabalha com ϕ = σ 2 τ ,
ϕ = σ e ϕ = σ 2 . Assim, os únicos subgrupos de S3 contendo τ são hτ i e S3 .
Continuando dessa maneira, obtemos todos os subgrupos de S3 . ¥
Exemplo 1.55 Seja p um número primo fixado. Determine todos os subgru-
pos do grupo
½ ¾
∞ a
Z(p ) = + Z : a ∈ Z e n ∈ Z+
pn
½ ¾
a n
= + Z : a ∈ Z , 0 ≤ a < p e n ∈ Z+ .
pn
48 CAPÍTULO 1. GRUPOS
A1 ⊆ A2 ⊆ · · · ⊆ An ⊆ · · ·
Como F possui um número finito de elementos temos que essa cadeia para,
digamos em Ak . Portanto, Ak é um elemento maximal de F. ¥
Exemplo 1.60 Seja G um grupo finitamente gerado não trivial. Mostre que
G possui um subgrupo maximal.
50 CAPÍTULO 1. GRUPOS
H ¹ K ⇔ H ⊆ K.
C = {Hi : i ∈ I}
EXERCÍCIOS
3. Sejam G um grupo.
H n = {a ∈ G : an = e} e Hn = {an : a ∈ G}.
H ∨ K = {ab : a ∈ H e b ∈ K}.
seja um subgrupo de G.
hG − Hi = G.
com i2 = −1.
H = {a ∈ G : a = a−1 }.
de todos os elementos (ai )i∈I ∈ G tais que ai = eGi , para todos exceto
um número finito de i ∈ I, é um subgrupo de G, chamado a soma direta
externa dos Gi .
é um subgrupo de G.
Z × Z = hSi.
A 4 B = (A − B) ∪ (B − A) = A ∪ B − (A ∩ B), ∀ A, B ∈ G,
é um grupo abeliano.
40. Seja G um grupo não abeliano qualquer. Mostre que G contém um sub-
grupo abeliano maximal. Mostre, com um exemplo, que essa conclusão
pode ser falsa se G é um grupo abeliano.
1.4. GRUPOS CÍCLICOS 57
Observação 1.61 Qualquer grupo cíclico possui pelo menos dois geradores, a
saber, a e a−1 , pois
a−n = (a−1 )n , ∀ n ∈ Z.
Exemplo 1.62 Mostre que o grupo aditivo dos números inteiros Z é cíclico.
h1i = {n · 1 : n ∈ Z} ⊆ Z.
n > 0 ou n = 0 ou n < 0.
Se n > 0, então
n = 1 + 1 + · · · + 1 = n · 1 ⇒ n ∈ h1i .
n-parcelas
58 CAPÍTULO 1. GRUPOS
Se n = 0, então
n = 0 = 0 · 1 ∈ h1i .
Se n < 0, então m = −n > 0. Logo,
m = −n ∈ h1i ⇒ n ∈ h1i .
Portanto,
Z ⊆ h1i = h−1i ,
isto é, Z é um grupo cíclico. ¥
Exemplo 1.63 Mostre que o grupo aditivo dos números racionais Q não é
cíclico.
Prova. Como
Logo,
S = {n ∈ N : an = e} 6= ∅.
Por outro lado, dado b ∈ hai, existe m ∈ Z tal que b = am . Assim, pelo
Algoritmo da Divisão, existem únicos q, r ∈ Z tais que
m = qk + r, com 0 ≤ r < k.
Logo,
¡ ¢q
b = am = aqk+r = ak ar = eq ar = ar ∈ {e, a, . . . , ak−1 }.
Portanto,
hai ⊆ {e, a, . . . , ak−1 },
S = {n ∈ N : an ∈ H} 6= ∅.
m = qk + r, com 0 ≤ r < k.
Se r > 0, então
¡ ¢−q ¡ ¢−q
ar = am−qk = am a−qk = am ak = b ak ∈ H,
K = ha0 i e L = hb1 i .
x0 = (a0 , b0 ) ∈ H.
isto é, H = hx0 , x1 i. ¥
em que m = dk.
62 CAPÍTULO 1. GRUPOS
®
Prova. Vamos provar apenas os itens (2) e (3): (2) Suponhamos que G = ak .
Como a ∈ G temos que existe r ∈ Z tal que a = (ak )r = akr . Logo,
kr + (−s)m = 1,
isto é, mdc(m, k) = 1.
Reciprocamente, suponhamos que mdc(m, k) = 1. Então existem r, s ∈ Z
tais que
kr + sm = 1.
Logo,
®
a = a1 = akr+sm = akr asm = (ak )r (am )s = (ak )r ∈ ak .
® ®
Portanto, G ⊆ ak , ou seja, G = ak .
®
(3) (Existência) Se m = kd, então H = ak possui ordem d. De fato, seja
l = |H|. Então
¡ ¢l
e = ak = akl ⇒ m | kl ⇒ kd | kl ⇒ d | l ⇒ d ≤ l.
Portanto, l = d.
(Unicidade) Seja K um subgrupo qualquer de G de ordem d. Então, pelo
Teorema 1.67, K = han i, para algum n ∈ Z. Logo,
e = (an )d = and ⇒ m | nd ⇒ kd | nd ⇒ k | n.
cl = (ab)l = al bl = e ⇒ al = b−l .
Logo,
aln = (al )n = (b−l )n = (bn )−l = e−l = e ⇒ m | nl.
em que ( (
mi , se mi ≤ ni 0, se mi ≤ ni
di = e ei =
0, se mi > ni ni , se mi > ni .
Então d divide m e e divide n. Logo, ad e be possuem ordens md e ne , respec-
tivamente (prove isto!). Como (mi − di = 0 ou ni − ei = 0) e ( md e ne ) não
possuem fatores primos comum temos que
³m n´
mdc , = 1.
d e
Assim, pelo primeiro caso, c = ad be possui ordem
mn mn
= = k = mmc(m, n),
d e de
pois
max{mi , ni } = (mi + ni ) − (di + ei ).
Portanto, em qualquer caso, G contém um elemento de ordem
k = mmc(m, n).
bN = bkr = (bk )r = er = e.
EXERCÍCIOS
7. Seja G um grupo cíclico. Mostre que G não pode ser escrito como uma
união de subgrupos próprios de G.
14. Seja m, n ∈ Z∗ .
H = {b ∈ G : mdc(|b| , n) = 1}
é um subgrupo abeliano de G.
21. Sejam G = Z2 × Z e a = (0, 1), b = (1, −1) ∈ G. Determine |a|, |b| e |ab|.
(a) G = Z2 × Z2 .
(b) G = Z2 × Z.
(c) G = Z × Z.
35. Sejam G um grupo e {Hi }i∈N uma família de subgrupos de G tais que
Hn ⊂ Hn+1 , para todo n ∈ N. Mostre que
[
H= Hn
n∈N
36. Mostre que o grupo aditivo dos números racionais Q possui subgrupos
não cíclicos.
38. Mostre que cada subgrupo finitamente gerado do grupo aditivo dos núme-
ros racionais Q é um grupo cíclico.
U = {z ∈ C∗ : z n = 1, para algum n ∈ Z+ }.
Mostre que
[
U= Un .
n∈Z+
e
k
Ck = {z ∈ Z : z p = 1}, ∀ k ∈ Z+ .
C0 = {1} ⊆ C1 ⊆ C2 ⊆ · · · ⊆ Cn ⊆ · · ·
(b) Mostre que todo elemento de Z(p∞ ) possui ordem finita pk , para
algum k ∈ Z+ .
(c) Mostre que se pelo menos um elemento de H possui ordem pm e
nenhum elemento de H possui ordem maior do que pm , então H é
igual ao subgrupo cíclico gerado pela classe de equivalência
1
+ Z.
pm
(d) Mostre que se não existir cota superior nas ordens dos elementos de
H, então H = Z(p∞ ).
(e) Mostre que os únicos subgrupos próprios de Z(p∞ ) são os subgrupos
cíclicos finito ¿ À
1
Cn = + Z , ∀ n ∈ N.
pn
Conclua que
[
C0 = {0} ⊆ C1 ⊆ C2 ⊆ · · · ⊆ Cn ⊆ · · · e Z(p∞ ) = Cn .
n∈Z+
42. Mostre que o grupo aditivo dos números racionais Q é a união de uma
sequência crescente de grupos cíclicos infinto.
(b) Mostre que nenhum grupo abeliano não trivial finito é um grupo
divisível.
(c) Mostre que Z(p∞ ) é um grupo divisível.
44. Seja G um grupo abeliano. Mostre que G é um grupo divisível tal que
todo elemento de G∗ tenha ordem infinita (livre de torção) se, e somente
se, G é um espaço vetorial sobre Q.
46. Mostre que o grupo aditivo dos números racionais Q não possui subgru-
pos próprios divisíveis.
σ ◦ τ ∈ P (Rn )
1.5. GRUPOS DIEDRAIS E ALTERNADOS 73
ou seja, σ ◦ τ ∈ Isom(Rn ).
Finalmente, se σ ∈ Isom(Rn ), então σ −1 ∈ P (Rn ). Assim,
° −1 ° ° °
°σ (A) − σ −1 (B)° = °σ(σ −1 (A)) − σ(σ−1 (B))°
= kA − Bk , ∀ A, B ∈ Rn ,
2. Mostre que
Logo,
σ −1 τ (c) − a = ±(c − a).
Suponhamos, por absurdo, que σ −1 τ (c) 6= c. Se σ −1 τ (c) − a = c − a, então
σ −1 τ (c) = c, o que é uma contradição. Assim, σ −1 τ (c) − a = −c + a, isto é,
σ −1 τ (c) = −c+2a. De modo inteiramente análogo, obtemos σ −1 τ (c) = −c+2b.
74 CAPÍTULO 1. GRUPOS
4. Mostre que cada elemento de G pode ser escrito de modo único como a
composição de uma reflexão, uma rotação e uma translação.
1.5. GRUPOS DIEDRAIS E ALTERNADOS 75
kA − P k = kA − σ(P )k e kB − P k = kB − σ(P )k .
Como
kA0 − B 0 k = kA − Bk = kt(A) − t(B)k = kA0 − t(B)k
Sendo
(t−A ◦ σ)(O) = O.
Como σ(S) = S temos que S também está inscrito no círculo de centro σ(0) e
raio r. Portanto, pelo Lema 1.77, σ(O) = O. ¥
Dn = Γ(S).
2π(j − 1)
n
radiamos, de modo que
σ j (A1 ) = Aj , j = 1, . . . , n.
1.5. GRUPOS DIEDRAIS E ALTERNADOS 79
4π
Figura 1.2: Rotação de 5
.
De fato, como
Aj = σ j (A1 ) = σ k (A1 ) = Ak
e τ corresponde a permutação
à !
1 2 3 ··· k ··· n − 1 n
α= ∈ Sn
1 n n − 1 ··· n + 2 − k ··· 3 2
1.5. GRUPOS DIEDRAIS E ALTERNADOS 81
se n é um número par.
D4 = {I, σ, σ 2 , σ 3 , τ , στ , σ 2 τ , σ 3 τ }
e τ , σ, σ 3 ∈
/ Z(D4 ). Note que
τ σ 2 = (τ σ)σ = (σ3 τ )σ = σ 3 (τ σ) = σ 3 (σ 3 τ ) = σ 6 τ = σ2 τ ,
P = P (x1 , . . . , xn ) ∈ Z[x1 , . . . , xn ]
o polinômio
Y Y
n−1 Y
n
P = (xi − xj ) = (xi − xj ),
1≤i<j≤n i=1 j=i+1
82 CAPÍTULO 1. GRUPOS
isto é, o produto de todos os fatores (xi − xj ), com i < j. Por exemplo, quando
n = 3,
P = (x1 − x2 ) (x1 − x3 ) (x2 − x3 ).
Por exemplo, se à !
1 2 3
σ= ∈ S3 ,
2 3 1
então
¡ ¢
P σ = (xσ(1) − xσ(2) ) xσ(1) − xσ(3) (xσ(2) − xσ(3) )
= (x2 − x3 ) (x2 − x1 ) (x3 − x1 ) = P.
Como P contém um fator (xi − xj ), para todos i, j ∈ {1, . . . , n}, com i < j,
temos que P σ contém um fator
para todos i, j ∈ {1, . . . , n}, com i < j. Sendo σ bijetora existem únicos k,
l ∈ {1, . . . , n}, com k 6= l, tais que σ(k) = i e σ(l) = j. Se k < l, então o fator
(xσ(k) − xσ(l) ) = (xi − xj ) aparece em P σ . Se k > l, então o fator
P σ = (−1)N P,
então N = 2, pois fixado 2 temos uma inversão (21); fixado 3 temos uma in-
versão (31). Uma maneira alternativa para determinar o número de inversões
da permutação σ é ilustrada no esquema da Figura 1.4. Neste caso, o número
de cruzamentos corresponde ao número de inversões de σ.
Então P τ = −P .
É fácil verificar que estes fatores permanecem inalterados quando lhe aplicamos
τ , por exemplo,
Portanto, P τ = −P . ¥
Observação 1.84 Uma maneira alternativa para provar o Lema 1.83 é: con-
sideremos o esquema da Figura 1.5.
Assim, σ é par se, e somente se, P σ = P se, e somente se, P = (−1)N P se,
somente se, N é um número par, isto é, σ é par se, e somente se, o número
1.5. GRUPOS DIEDRAIS E ALTERNADOS 85
sgn(σ) = (−1)N .
Exemplo 1.85 Se
à ! à !
1 2 3 1 2 3
σ= ,τ = ∈ S3 ,
2 3 1 1 3 2
(τ σ)(n) = τ (k) = n.
τ σ = τ 1 · · · τ m,
de modo que
σ = τ −1 τ 1 · · · τ m = τ τ 1 · · · τ m ,
que é o resultado desejado. ¥
Prova. Note que (στ )(i) = σ(τ (i)), para todo i = 1, . . . , n. Suponhamos que
P τ = (−1)N1 P . Então P στ possui exatamente N1 fatores da forma
(xσ(j) − xσ(i) ),
Logo,
Y
P στ = (−1)N1 (xσ(p) − xσ(q) )
1≤p<q≤n
= (−1)N1 (−1)N2 P
¡ ¢
= (−1)N2 (−1)N1 P = (P τ )σ .
isto é, σ −1 é par. ¥
Seja
An = {σ ∈ Sn : P σ = P }.
1.5. GRUPOS DIEDRAIS E ALTERNADOS 87
EXERCÍCIOS
Dn σj τj
σi σ i+j τ i+j
τi τ i−j σ i−j
Dn = hσ, τ i = {σ i τ j : i = 0, 1, . . . , n − 1 e j = 0, 1}.
H = {σ ∈ Dn : σ 2 = I}
não é um subgrupo de Dn .
Qn
12. Mostre que n i=1 (σ(i) − i) é um número par, para todo σ ∈ Sn .
14. Sejam n ∈ N e
Mostre que
[
S∞ = Gn .
n∈N
σ(Z) = Z, ∀ σ ∈ G,
91
92 CAPÍTULO 2. TEOREMAS DE ESTRUTURAS PARA GRUPOS
b ∈ a ⇔ b ≡ a (mod H)
⇔ a−1 b ∈ H ⇔ ∃ h ∈ H tal que b = ah
⇔ b ∈ aH.
Portanto, a = aH.
(3) Basta provar que a função ϕ : H → aH definida por ϕ(h) = ah é
bijetora. ¥
O conjunto
Note, pelo item (4) da Proposição 2.3, que o índice não depende da classe
lateral.
Sejam G um grupo e H um subgrupo de G. Uma família indexada de
elementos de G,
α = {ai }i∈I = {ai : i ∈ I} ⊆ G,
é um conjunto minimal de representantes de classes laterais à esquerda (ou
uma transversal à esquerda) de H em G se o conjunto α contém exatamente
um elemento de cada classe lateral à esquerda ai H, para todo i ∈ I, ou,
equivalentemente, para cada elemento a de G, existe um único i0 ∈ I tal que
a = ai0 h, para algum h ∈ H, ou ainda, a restrição da função
G
π:G→
H
definida por π(a) = aH, ao conjunto α é bijetora. Portanto,
|I| = |α| = [G : H]
e
[
•
H= bj K, onde β = {bj }j∈J ⊆ H.
j∈J
Portanto, Ã !
[ [ [ [
G= ai H = ai bj K = ai bj K.
i∈I i∈I j∈J (i,j)∈I×J
2.1. CLASSES LATERAIS 95
ai H = ai bj H = ar bs kH = ar H.
aba−1 b−1 ∈ H.
Portanto,
aba−1 b−1 ∈ H ∩ K = {e},
isto é, ab = ba, o que é uma contradição. ¥
|H| |H| [ n
n = [H : L] = = e H= ai L,
|L| |H ∩ K| i=1
g(G) = {a ∈ G : hai = G}
Prova. Seja G um grupo cíclico finito de ordem n. Então para cada divisor d
de n temos, pelo item (3) da Proposição 1.70, que existe um único subgrupo
Hd de ordem d. Logo,
|g(Hd )| = φ(d).
[
•
G= g(Hd ).
d|n
Portanto,
X
n = |G| = φ(d),
d|n
Note que se p e q são números primos distintos, então, pela Proposição 2.8,
obtemos
Logo, X X
λ(d) = φ(d).
d|n d|n
Assim, λ(d) = φ(d), para cada divisor d de n, pois se λ(d) < φ(d), então
X X
λ(d) < φ(d),
d|n d|n
λ(n) = φ(n) ≥ 1,
mdc(a, n) = 1.
Então
aφ(n) ≡ 1 (mod n).
mdc(a, n) = 1
Observação 2.11 O Teorema de Euler pode ser usado para determinar o in-
verso módulo n de cada elemento a ∈ Z•n , pois
|a| = mn e mdc(m, n) = 1.
bc = xy ⇔ x−1 b = yc−1 .
Logo,
ax = (xy)x = x(yx) = xa, ay = (yx)y = y(xy) = ya,
ab = ba e ac = ca. É fácil verificar que
Assim,
φ(mn) = φ(m)φ(n).
Prova. Como Zmn = hai temos, pela Proposição 2.13, que existem únicos
b, c ∈ Zmn tais que
Logo, a função σ : Zmn → Zm ×Zn definida por σ(a) = (b, c) é bijetora. Assim,
é fácil verificar que a restrição de σ a Z•mn ,
é bijetora. Portanto,
EXERCÍCIOS
14. Seja G um grupo finito de ordem n > 2. Mostre que G não possui
subgrupo H, com |H| = n − 1.
15. Seja G um grupo finito com a seguinte propriedade: Para quaisquer dois
subgrupos H e K de G têm-se H ⊆ K ou K ⊆ H. Mostre que G é um
grupo cíclico cuja ordem é uma potência de algum número primo.
18. Mostre que se n ∈ N e n = pr11 pr22 · · · prkk é sua fatoração em fatores primos
distintos com ri > 0, então
Yk µ ¶
1
φ(n) = n 1− = pr11 −1 · · · prkk −1 (p1 − 1) · · · (pk − 1).
i=1
pi
então H ∩ K 6= {e}.
22. Seja G um grupo de ordem pq, com p, q números primos e p < q. Mostre
que G contém no máximo um subgrupo de ordem q.
[H : (H ∩ K)] ≤ [G : K].
[H : (H ∩ K)] = [G : K] ⇔ G = HK.
[K : (H ∩ K)] ≤ [H ∨ K : H)].
2.2 Homomorfismos
Sejam G e H grupos. Uma função σ : G → H é um homomorfismo de
grupos se
σ(ab) = σ(a)σ(b), ∀ a, b ∈ G.
Intuitivamente, um homomorfismo de grupos σ de G em H é uma função que
preserva as operações dos grupos. O conjunto de todos os homomorfismos de
G em H será denotado por
Note que o conjunto Hom (G, H) é sempre não vazio, pois ele contém o homo-
morfismo σ : G −→ H definido por σ(a) = e, para todo a ∈ G, chamado de
homomorfismo nulo.
Seja σ : G −→ H um homomorfismo de grupos. Dizemos que σ é um
monomorfismo (uma imersão) se σ é injetora e que σ é um epimorfismo (uma
submersão) se σ é sobrejetora. Dizemos que σ é um isomorfismo (é casado) se
σ é bijetora. Quando existir um isomorfismo entre G e H, dizemos que G e H
são isomorfos e será denotado por G ' H. Intuitivamente, um isomorfismo σ
de G sobre H é uma regra que consiste em renomear os elementos de G, isto
é, o nome do elemento sendo σ(a) ao invés de a ∈ G.
Um endomorfismo de um grupo G é um homomorfismo de grupos
σ : G −→ G.
Prova. Vamos provar apenas o item (2). É claro que I ∈ Aut (G). Sejam
σ, τ ∈ Aut (G). Então σ ◦ τ ∈ P (G) e
σ −1 (cd) = σ −1 (σ(ab))
= ab
= σ −1 (c)σ −1 (d).
é um grupo abeliano.
Agora, a função f : Hom (Z, G) → G definida por f (σ) = σ(1) é um
isomorfismo, pois dados σ, τ ∈ Hom (Z, G), obtemos
4. Mostre que σn ∈ Aut (Z) se, e somente se, n ∈ {−1, 1}. Conclua que
Aut (Z) é isomorfo a Z2 .
Solução. Note que os itens (1), (2) e (3) são consequências do Exemplo 2.18,
com G = Z. Para provar o item (4). Suponhamos que σn ∈ Aut (Z). Então
é fácil verificar que Z = hσn (1)i = hni. Portanto, n ∈ {−1, 1}. A recíproca é
clara.
Finalmente, a função ϕ : {−1, 1} → Aut (Z) definida por ϕ(n) = σ n tem
as propriedades desejadas. ¥
2. Mostre que se
Inn (G) = {κa ∈ Aut (G) : a ∈ G},
então Inn (G) é um subgrupo de Aut (G).
Solução. Vamos provar apenas os itens (1) e (3): (1) Dados x, y ∈ G, obtemos
Portanto, κa é um epimorfismo.
(3) Como
temos que σ◦κa ◦σ −1 = κσ(a) ∈ Inn (G), para todo σ ∈ Aut (G), pois σ(a) ∈ G,
para todo a ∈ G. ¥
O núcleo de σ é o conjunto
1. Im σ é um subgrupo de H.
Prova. Vamos provar apenas o item (2). É claro que eG ∈ ker σ. Dados
a, b ∈ ker σ, obtemos
σ(y) = σ(axa−1 )
= σ(a)σ(x)σ(a)−1
= σ(a)eH σ(a)−1
= σ(a)σ(a)−1 = eH .
ω k = ω qn+r = (ωn )q ω r = 1q ω r = ω r ,
C0 = {0} ⊆ C1 ⊆ C2 ⊆ · · · ⊆ Cn ⊆ · · ·
Solução. Vamos provar primeiro que: podemos escolher elementos an tais que
Cn = han i e pan+1 = an , para cada n ∈ Z+ . Suponhamos, como hipótese de
indução, que escolhemos a0 , a1 , . . . , an tais que pai+1 = ai , i = 0, . . . , n − 1 e
2.2. HOMOMORFISMOS 113
Assim, pelo item (3) da Proposição 1.70, H = Cn . Logo, pelo item (2) da
Proposição 1.70, an = r(pa), para algum r ∈ Z, com mdc(p, r) = 1. Como
|an | = pn temos que Cn+1 = hrai. Pondo an+1 = ra, obtemos pan+1 = an .
Portanto, é possível escolher elementos a0 , a1 , . . . , an , . . . tais que Cn = han i e
pan+1 = an , para cada n ∈ Z+ . Seja σ : G → Z(p∞ ) a função definida por
x
σ(xan ) = + Z, ∀ x ∈ Z.
pn
Então σ está bem definida, pois dados xam , yan ∈ G, com m ≤ n, obtemos
pn−m an = am . Logo,
y xpn−m + kpn x
+ Z = + Z = + Z ⇒ σ(xam ) = σ(yan ).
pn pn pm
Finalmente,
a ∈ ker σ ⇔ σ(a) = Z
⇔ ∃ x ∈ Z e n ∈ Z+ , tais que σ(xan ) = Z
x
⇔ n + Z = Z.
p
Portanto, G é um grupo. ¥
G = {x1 , x2 , . . . , xn },
então à ! à !
x1 x2 · · · xn x
La = = , ∀ a ∈ G.
ax1 ax2 · · · axn La (x)
É importante observar que se a = xi , então
xi x1 , xi x2 , . . . , x2i , . . . , xi xn
La (e) = ae = a ⇔ La (1) = 2
La (a) = aa = a2 ⇔ La (2) = 3
La (a2 ) = aa2 = a3 ⇔ La (3) = 4
La (a3 ) = aa3 = e ⇔ La (4) = 1.
Logo,
à ! à !
e a a2 a3 1 2 3 4
La = = .
La (e) La (a) La (a2 ) La (a3 ) 2 3 4 1
116 CAPÍTULO 2. TEOREMAS DE ESTRUTURAS PARA GRUPOS
Gl = {Lx : x ∈ G}
de P (G) ' S4 .
La (e) = ae = a ⇔ La (1) = 2
La (a) = aa = e ⇔ La (2) = 1
La (b) = ab = c ⇔ La (3) = 4
La (c) = ac = b ⇔ La (4) = 3.
Logo,
à ! à !
e a b c 1 2 3 4
La = = .
La (e) La (a) La (b) La (c) 2 1 4 3
Prova. Vamos provar apenas os itens (4) e (8): (4) Suponhamos que σk ∈
Aut (G). Então
¯ ¯
n = |a| = |σ k (a)| = ¯ak ¯ .
Assim,
b = b1 = brn+sk = (bk )s , ∀ b ∈ G.
Logo,
b ∈ ker σ k ⇒ σ k (b) = e ⇒ bk = e ⇒ b = (bk )s = es = e,
118 CAPÍTULO 2. TEOREMAS DE ESTRUTURAS PARA GRUPOS
Logo, (σ ◦ τ )H = σ H ◦ σ H e
x ∗ y = σ −1 (σ(x)σ(y)).
Então:
x ∗ (y ∗ z) = σ −1 (σ(x)σ(y ∗ z))
= σ −1 (σ(x)σ[σ −1 (σ(y)σ(z))])
= σ −1 (σ(x)[σ(y)σ(z)])
= σ −1 ([(σ(x)σ(y))]σ(z))
= σ−1 (σ[σ−1 (σ(x)σ(y))]σ(z))
= σ−1 (σ(x ∗ y)σ(z))
= (x ∗ y) ∗ z.
2.2. HOMOMORFISMOS 119
Logo,
x ∗ (y ∗ z) = (x ∗ y) ∗ z,
Assim,
x ∗ y = y ∗ x = σ −1 (eG ).
Neste caso,
Prova. Existe um conjunto infinito T tal que |T | > |G|, pois se G for finito,
tome T = Z e se G for infinito, tome T = 2G . Como |S| = |ϕ(S)| ≤ |G| temos
que |G − ϕ(S)| < |T − S|, pois
• •
G = ϕ(S) ∪ (G − ϕ(S)) e T = S ∪ (T − S).
EXERCÍCIOS
σ −1 (L ∩ M) = σ −1 (L) ∩ σ −1 (M)
e
σ −1 (L) ∨ σ −1 (M) ⊆ σ −1 (L ∨ M).
Mostre, com um exemplo, que o item (c) é falso se σ não for um isomor-
fismo.
10. Sejam G e H grupos isomorfos. Mostre que Aut (G) e Aut (H) são grupos
isomorfos.
(a) Mostre que |a| é infinita ou se |a| é finita, então |σ(a)| divide |a|.
(b) Mostre que se σ é um epimorfismo, H é um grupo finito e
mdc(|a| , |H|) = 1, então a ∈ ker σ.
23. Sejam G = hai, H um grupo e b ∈ H fixado. Mostre que |b| divide |a|
se, e somente se, existe um único homomorfismo de grupos σ : G → H
tal que σ(a) = b e σ(ak ) = bk , para todo k ∈ Z.
25. Sejam G, H grupos e σ ∈ Hom (G, H). Mostre que se x0 é uma solução
particular da equação σ(x) = b, então x = ax0 é a solução geral da
equação, para algum a ∈ ker σ.
2.2. HOMOMORFISMOS 125
28. Seja G um grupo infinito. Mostre que G é um grupo cíclico se, e somente
se, G é isomorfo a cada um de seus subgrupos próprios.
29. Defina uma operação binária sobre S = R∗+ = (0, ∞), de modo que S
seja isomorfo ao grupo aditivo dos números reais R.
30. Defina uma operação binária sobre S = {x ∈ R : −1 < x < 1}, de modo
que S seja isomorfo ao grupo aditivo dos números reais R.
31. Defina uma operação binária sobre S = {x ∈ R : −1 < x < 1}, de modo
que S seja isomorfo ao grupo multiplicativo dos números reais R∗ .
34. Seja
C0 = {0} ⊆ C1 ⊆ C2 ⊆ · · · ⊆ Cn ⊆ · · ·
uma cadeia de grupos cíclicos tais que
Cn = han i e (n + 1)an+1 = an , ∀ n ∈ N.
Mostre que se [
G= Cn ,
n∈Z+
N = I · N, σN = {σ, στ } e σ 2 N = {σ 2 , σ 2 τ },
com
à ! à ! à !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
σ = , σ2 = , στ = e
2 3 1 3 1 2 2 1 3
à !
1 2 3
σ2τ = .
3 2 1
Note que
N(σN ) = {σ, σ 2 , τ σ, τ σ 2 }
tem quatro elementos ao invés de dois. Logo, pelo item (3) da Proposição 2.1,
N(σN) não é uma classe lateral de N em G. Em particular,
G
= {N, σN, σ 2 N}
N
não é grupo.
Sejam G um grupo e N um subgrupo de G. Dizemos que N é um subgrupo
normal (ou subgrupo invariante) em G, em símbolos N E G, se
aha−1 ∈ N, ∀ a ∈ G e h ∈ N,
ou, equivalentemente,
κa (N) ⊆ N, ∀ κa ∈ Inn(G).
2.3. GRUPOS QUOCIENTES 127
Note que qualquer grupo G contém pelo menos dois subgrupos normais, a
saber, N = {e} e N = G, pois
aea−1 = e ∈ N, ∀ a ∈ G,
e
ana−1 ∈ N, ∀ a ∈ G e n ∈ N.
então " #
−1 1 0
ABA = ∈
/ T.
1 1
Portanto, T não é um subgrupo normal em G.
Finalmente, se " #
2 0
A=
0 1
então " # " #
1 n 1 2n
A A−1 = ∈ N.
0 1 0 1
Portanto, ANA−1 ⊂ N. ¥
Prova. Vamos provar apenas os item (1) e (7): (1) Seja x ∈ aN. Então existe
h ∈ N tal que x = ah. Logo,
x = ah = (aha−1 )a ∈ Na,
aha−1 = maa−1 = me = m ∈ N.
x = k1 h1 · · · kt ht ,
a = {b ∈ Z : b ≡ a (mod n)}
= {a + nk : k ∈ Z}
= a + nZ.
S = {[a, b] : a, b ∈ G},
h = h1 · · · hn ,
pois
Logo, G0 ⊆ N.
Reciprocamente, dado h ∈ N e a ∈ G, obtemos
Portanto, G
N
é grupo abeliano. ¥
ker π = {a ∈ G : π(a) = eN = N}
= {a ∈ G : aN = N}
= {a ∈ G : a ∈ N}
= N.
Portanto, N = ker π. ¥
EXERCÍCIOS
15. Mostre que o grupo aditivo dos números racionais Q não possui subgru-
pos próprios de índice finito.
136 CAPÍTULO 2. TEOREMAS DE ESTRUTURAS PARA GRUPOS
17. Mostre que GL2 (R) não é um subgrupo normal em GL2 (C).
K ≤ N ou G = NK e [K : N ∩ K] = p, não ambos.
27. Seja G um grupo finito tal que (ab)3 = a3 b3 , para todos a, b ∈ G e 3 não
divide a ordem de G.
N = Gn = {an : a ∈ G}
G
(b) Mostre que se N não é um grupo cíclico, então existem subgrupos
próprios normais H, K e L em G tais que
G = H ∪ K ∪ L.
32. Sejam n ≥ 3 e
Dn = hσ, τ i = {σ i τ j : i = 0, 1, . . . , n − 1 e j = 0, 1}.
33. Mostre que o grupo aditivo dos números racionais Q não possui subgru-
pos característicos não próprios.
é um subgrupo característico em G.
2.4. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 139
Z(p∞ )
36. Seja H um subgrupo de Z(p∞ ), onde H 6= Z(p∞ ). Mostre que H
é
isomorfo a Z(p∞ ).
R
37. Mostre que os grupos T = {z ∈ C∗ : |z| = 1} e Z
são isomorfos.
e
ψ(aNbN) = ψ(abN) = ϕ(ab) = ϕ(a)ϕ(b) = ψ(aN)ψ(bN).
(Unicidade) Seja
G
ψ0 : →H
N
outro homomorfismo de grupo tal que ψ0 ◦ π = ϕ. Então
G
ψ0 (aN) = ϕ(a) = ψ(aN), ∀ aN ∈ .
N
Portanto, ψ0 = ψ.
Finalmente, para provar o item (1), vamos primeiro construir os diagramas:
¡G ¢
Figura 2.2: Unicidade do par N
, π .
G
No primeiro diagrama fizemos H = K e no segundo diagrama fizemos H = N
.
Logo,
ψ1 ◦ π = π 1 e ψ2 ◦ π 1 = π.
Assim,
π 1 = ψ1 ◦ π = ψ1 ◦ (ψ2 ◦ π 1 ) = (ψ1 ◦ ψ2 ) ◦ π 1 .
ψ1 ◦ ψ2 = IK .
Solução. Seja G = hai um grupo cíclico. Então, pelo Exemplo 2.18, existe um
único epimorfismo ϕ : Z → G tal que ϕ(1) = a. Logo, pelo Primeiro Teorema
de Isomorfismo,
Z
' G.
ker ϕ
Como ker ϕ = {0} ou ker ϕ = nZ, para algum n ∈ N, temos que G ' Z ou
G ' Zn , para algum n ∈ N. ¥
Solução. (1) Pelo item (3) da Proposição 1.70, H = hat i = hbi, com t = pn−k .
Assim, pelo item (4) da Proposição 2.31,
Aut(G)
' Aut(H).
ker ψ
Como
K = ϕ(aN) ⇔ K = aK ⇔ a ∈ K
temos que
K
ker ϕ = {aN : a ∈ K} = .
N
2.4. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 145
mZ + nZ = dZ, mZ ∩ nZ = kZ
mZ ∩ nZ ⊆ kZ.
Por outro lado, se x ∈ kZ, então existe w ∈ Z tal que x = wk. Como
k = mmc(m, n) temos que existem s, t ∈ Z tais que k = sm e k = tn. Logo,
x = (ws)m e x = (wt)n, isto é, x ∈ mZ ∩ nZ. Portanto,
kZ ⊆ mZ ∩ nZ.
dZ Z
Consequentemente, H = nZ é um subgrupo de G = nZ
. Assim, pelo Terceiro
Teorema de Isomorfismo,
Z
G nZ Z
= dZ ' .
H nZ
dZ
Portanto, [G : H] = d e, pelo Teorema de Lagrange, |H| = nd . Logo, concluímos
que
Z n ³n ´ o
H ' n e H = 0, d, 2d, . . . , − 1 d = dG E G.
d
Z d
Mas, pelo Segundo Teorema de Isomorfismo,
mZ + nZ mZ mZ
H= ' = .
nZ mZ ∩ nZ kZ
146 CAPÍTULO 2. TEOREMAS DE ESTRUTURAS PARA GRUPOS
Portanto,
Z Z
n ' k
d
Z m
Z
e dk = mn.. ¥
Potanto, ψ ◦ ψ0 = IF 0 e ψ é bijetora. ¥
2.4. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 147
K = {a ∈ G : aN ∈ L} e L = {aN : a ∈ K}
G
são subgrupos de G e , respectivamente. ¥
N
Exemplo 2.59 Determine todos os subgrupos do grupo
Z
Z12 = .
12Z
Mais geralmente, mostre que para cada divisor m de n existe um único subgrupo
em Zn .
|Aut(G)| ≥ 12.
|Aut(G)| ≥ 8.
150 CAPÍTULO 2. TEOREMAS DE ESTRUTURAS PARA GRUPOS
Solução. Como Z2 ×Z2 = hx, yi, com x = (1, 0), y = (0, 1) e 2x = 2y = (0, 0),
temos que
G = {T, aT, bT, abT },
D4 = hσ, τ i , σ 4 = I = τ 2 e στ = τ σ −1 .
e
ϕ(b) = b ou ϕ(b) = a2 b.
σ 41 = I = τ 21 , σ 1 τ 1 = τ 1 σ −1
1 e Aut(G) = hσ1 , τ 1 i .
2.4. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 151
EXERCÍCIOS
π i ◦ λi = IGi , π i ◦ λj = 0, quando i 6= j, e π 1 ◦ λ1 + π2 ◦ λ2 = I.
ϕ(Z(G)) 6= Z(G).
30. Seja G um grupo abeliano finito gerado por dois elementos. Mostre que
Aut(G) é não abeliano.
31. Seja G um grupo abeliano finito, com |G| > 2. Mostre que |Aut(G)| é
par.
2.4. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 155
32. Seja G um grupo não abeliano. Mostre que Aut(G) é um grupo não
cíclico.
(a) Para um σ ∈ Aut(G) fixado tal que a−1 σ(a) ∈ Z(G), para todo
a ∈ G, mostre que a função φσ : G → Z(G) definida por φσ (a) =
a−1 σ(a) é um homomorfismo de grupos. Um automorfismo σ com
esta propriedade chama-se automorfismo central de G. Neste caso,
35. Seja G um grupo não abeliano simples. Mostre que Aut(G) = Inn(G).
e
H = {(x, y) : xy = 1}.
N = {A ∈ G : A ∼ I}
Aneis
3.1 Aneis
Um anel é um conjunto A munido com duas operações binárias
+ : A × A −→ A · : A × A −→ A
e
(a, b) 7−→ a + b (a, b) 7−→ a · b
chamadas adição e multiplicação tais que os seguintes axiomas são satisfeitos:
1. (A, +) é um grupo abeliano aditivo.
2. (A, ·) é um semigrupo.
3. Leis distributivas:
a · (b + c) = a · b + a · c e (a + b) · c = a · c + b · c, ∀ a, b, c ∈ A.
157
158 CAPÍTULO 3. ANEIS
1 · a = a · 1 = a, ∀ a ∈ A,
a = 1 · a = 0 · a = 0, ∀ a ∈ A,
a · b = b · a, ∀ a, b ∈ A,
Exemplo 3.1 Seja A um grupo abeliano aditivo qualquer. Mostre que A mu-
nido com a operação binária
a · b = 0, ∀ a, b ∈ A,
e
√
z · w = (a1 a2 + b1 b2 d) + (a1 b2 + a2 b1 ) d,
√ √
onde z = a1 + b1 d, w = a2 + b2 d ∈ A, é um anel comutativo com identidade
(prove isto!). Além disso,
√ √
a1 + b1 d = a2 + b2 d ⇔ a1 = a2 e b1 = b2 ,
pois
(a1 − a2 )2 = (b2 − b1 )2 d ⇔ a1 − a2 = 0 e b2 − b1 = 0.
Solução. Dados f, g, h ∈ A.
(1) Como a adição é associativa em R temos que
Logo, f + (g + h) = (f + g) + h.
(2) Seja “0” a função nula, isto é, 0(x) = 0, para todo x ∈ [0, 1]. Então
Assim, 0+ f = f + 0 = f .
(3) Seja −f definida por (−f )(x) = −f (x), para todo x ∈ [0, 1]. Então
Assim, f + g = g + f .
(5) Como a multiplicação é associativa em R temos que
Logo, f · (g · h) = (f · g) · h.
3.1. ANEIS 161
(f · g)(x) = f (x)g(x)
= g(x)f (x)
= (g · f )(x), ∀ x ∈ [0, 1].
A = Zn = {0, 1, 2, ..., n − 1} ⊆ Z
a ⊕ b = a + b e a ¯ b = ab,
supp(f ) = {x ∈ G : ax = f (x) 6= 0} ⊆ G.
Seja ( )
X
A[G] = f= ax x : ax ∈ A e |supp(f )| < ∞
x∈G
o conjunto das somas formais (finitas) sobre A tais que supp(f ) seja finito.
Dados
X X
f= ax x, g = by y ∈ A[G],
x∈G y∈G
dizemos que
f = g ⇔ ax = bx , ∀ x ∈ G.
Exemplo 3.8 Mostre que o conjunto A[G] munido com as operações binárias
X X
f +g = (ax + bx ) x e f ∗ g = cz z,
x∈G z∈G
com
X
cz = ax by
xy=z
X X
= ax bx−1 z = azy−1 by ,
x∈G y∈G
ax x + 0y = ax x ou ax x + ay x = (ax + ay )x.
e
à !
X X X
((f ∗ g) ∗ h)n = (fg)m hk = fi gj hk
k+m=n k+m=n i+j=m
X
= (fi gj )hk
i+j+k=n
(f + g) ∗ h = f ∗ h + g ∗ h e f ∗ (g + h) = f ∗ g + f ∗ h.
em que (
a, se x = e
ax =
0, se x 6= e,
é um monomorfismo de aneis. Neste caso, λ(A) ⊆ Z(A[G]) (“centro” de A[G]),
pois
à ! à !
X X
λ(a) ∗ g = ax x ∗ bx y
x∈G y∈G
à !
X X
= ax by z
z∈G xy=z
à !
X X
= by ax z
z∈G xy=z
= g ∗ λ(a),
¯ : A × A[G] → A[G],
definida por
X
a ¯ f = λ(a) ∗ f = f ∗ λ(a) = (aax )x,
x∈G
Portanto, o anel A[G] munido com esta composição externa chama-se uma
álgebra sobre A, em que as operações ∗ e ¯ estão relacionadas pela propriedade
(5). Logo, identificando A com sua imagem λ(A) em A[G], ou seja, a ↔ ae,
obtemos ax = xa em A[G], para todo a ∈ A e x ∈ G, pois pela propriedade
(5), com f = x e g = e,
Além disso, A[G] é um anel comutativo se, e somente se, G for um grupo
comutativo.
Note, também, que a função λ1 : G → A[G] definida por
X
λ1 (x) = ay y,
y∈G
em que (
1, se y = x
ay =
0, se y 6= x,
é um monomorfismo de grupos. Assim, podemos identificar G com sua imagem
λ1 (G) em A[G], isto é, x ↔ 1x. Neste caso, o elemento identidade e de G é o
elemento identidade 1A[G] de A[G].
A partir dessas identificações podemos concluir que cada elemento de A[G]
pode ser escrito de modo único sob a forma
f = a0 + a1 x1 + · · · + an xn ,
com os xi distintos.
5. Se a1 , . . . , am , b1 , . . . , bn ∈ A, então
X
m X
n
(a1 + · · · + am )(b1 + · · · + bn ) = ai bj .
i=1 j=1
Prova. Vamos provar apenas os itens (1), (2) e (5): (1) Como (A, +) é um
grupo temos que existe 0 ∈ A tal que
a + 0 = 0 + a = a, ∀ a ∈ A.
Em particular, 0 + 0 = 0. Logo,
a0 = a(0 + 0) = a0 + a0.
Logo,
X
n
a1 (b1 + · · · + bn + bn+1 ) = a1 bj + a1 bn+1
j=1
X
n+1
= a1 bj .
j=1
Portanto,
ÃÃ m ! !Ã n ! Ã m !Ã n ! Ã n !
X X X X X
ai + am+1 bj = ai bj + am+1 bj
i=1 j=1 i=1 j=1 j=1
XX
m n X
n
= ai bj + am+1 bj
i=1 j=1 j=1
XX
m+1 n
= ai bj ,
i=1 j=1
Então 2 ∈ S, pois
(a + b)2 = (a + b)(a + b)
= a(a + b) + b(a + b)
= a2 +Ã2ab +
! b2
X2
2
= a2−k bk .
k=0
k
Logo,
à n à ! !
X n
a(a + b)n = a an−k bk
k=0
k
à !
Xn
n
= an+1 + an−k+1 bk
k=1
k
e
à n à ! !
X n
(a + b)n b = an−k bk b
k=0
k
à !
Xn
n
= an−k+1 bk + bn+1 .
k=1
k−1
Como
(a + b)n+1 = (a + b)n (a + b)
= (a + b)n a + (a + b)n b
= a(a + b)n + (a + b)n b
temos que
à ! à !
X
n
n Xn
n
n+1 n+1 n−k+1 k
(a + b) = a + a b + an−k+1 bk + bn+1
k=1
k k=1
k−1
"Ã ! Ã !#
Xn
n n
n+1
= a + + an−k+1 bk + bn+1
k=1
k k−1
à !
Xn
n+1
n+1
= a + an−k+1 bk + bn+1
k
à k=1 !
X n+1
n+1
= an+1−k bk .
k=0
k
Logo, n + 1 ∈ S. Portanto, S = N. ¥
ab = 0 (ba = 0).
3.1. ANEIS 169
(e − x)(e + x + · · · + xk−1 ) = e − xk = e − e = 0,
com e − x 6= 0 e e + x + · · · + xk−1 =
6 0, pois ae 6= 0, para todo a ∈ A∗ .
Finalmente, pondo
1 X
a= x 6= 0,
|G| x∈G
170 CAPÍTULO 3. ANEIS
uv = vu = 1.
ur = ru = 1 e vs = sv = 1.
Logo,
(uv)(sr) = u(vs)r = u · 1 · r = ur = 1.
ax = b e ya = b
ab = ac ⇒ b = c e ba = ca ⇒ b = c, ∀ b, c ∈ A. (Leis do Cancelamento)
Observação 3.13 Um divisor de zero nunca pode ser uma unidade, pois se
u ∈ U(A) e au = 0, para algum a ∈ A∗ , então uv = 1, para algum v ∈ U(A),
de modo que
a = a1 = a(uv) = (au)v = 0v = 0,
mdc(a, n) = d > 1.
1. Mostre que
3. Mostre que A contém uma quantidade infinita de elementos que não são
unidades e nem divisores de zeros.
Solução. Vamos provar apenas o itens (2) e (3): (2) Seja a ∈ (0, 1) fixado e
consideremos a função fa ∈ A∗ definida por
(
0, se x ∈ [0, a]
fa (x) =
x − a, se x ∈ [a, 1].
tal que fa ga = 0.
(3) Seja a ∈ (0, 1) fixado e consideremos a função fa ∈ A∗ definida por
fa (x) = x − a.
Então fa ∈/ U(A), pois fa (a) = 0. Por outro lado, se existisse g ∈ A∗ tal que
fa g = 0, então (fa g)(x) = 0, para todo x ∈ [0, 1]. Assim, g(x) = 0, para
3.1. ANEIS 173
Seja A um anel com identidade. Dizemos que A é uma anel com divisão se
∗
(A , ·) é um grupo. Um corpo é um anel com divisão comutativo, isto é, é um
anel comutativo com identidade tal que U(A) = A∗ .
Note que, para cada x ∈ A∗ , se
Ax = {ax : a ∈ A},
H = {a + bi + cj + dk : a, b, c, d ∈ R},
· 1 i j k
1 1 i j k
i i −1 k −j
j j −k −1 i
k k j −i −1
é um anel com divisão que não é um corpo, chamado de anel dos quatérnios ou
álgebra dos quatérnios. A palavra quatérnio significa o elemento de qualquer
conjunto com quatro pessoas ou objetos.
β = x + yi + zj + tk ∈ H∗ , onde x, y, z, t ∈ R,
174 CAPÍTULO 3. ANEIS
ab = 0 ⇒ a = 0 ou b = 0
a 6= 0 e b 6= 0 ⇒ ab 6= 0,
ou seja, se a, b ∈ A∗ , então ab ∈ A∗ .
Seja A um anel com identidade. Dizemos que A é um anel reduzido se
2
a = 0, então a = 0. Por exemplo, se A e B são domínios, então R = A × B é
um anel reduzido.
Logo,
r ¯ s = rs = n = 0, com r 6= 0 e s 6= 0,
o que é uma contradição. Portanto, n é um número primo.
Reciprocamente, dados a, b ∈ Zn , se a ¯ b = 0, então n é um divisor de ab.
Logo, pelo Lema de Euclides, n divide a ou n divide b. Assim, a = 0 ou b = 0.
Portanto, Zn é um domínio de integridade. ¥
Exemplo 3.20 Já vimos, no Exemplo 3.16, que o anel A = C([0, 1], R) possui
divisores de zeros. Portanto, A não é um domínio de integridade.
a(b − c) = ab − ac = ac − ac = 0.
x(a + ax − x) = xa + xax − x2 = x + x2 − x2 = x
Prova. Vamos provar apenas os itens (2) e (5): (2) Como a + (−a) = 0, para
todo a ∈ A, temos que
n > 0 ou n = 0 ou n < 0.
n(ab) = (n − 1)(ab) + ab
= ((n − 1)a)b + ab
= [(n − 1)a + a]b
= (na)b.
Se n = 0, então
0(ab) = 0 = 0b = (0a)b.
Se n < 0, então −n > 0 e
n(ab) = −[(−n)(ab)]
= −[(−na)b]
= (na)b.
3.1. ANEIS 179
EXERCÍCIOS
+ 0 a b c · 0 a b c
0 0 a b c 0 0 0 0 0
a a 0 c b e a 0 a b c
b b c 0 a b 0 0 0 0
c c b a 0 c 0 a b c
a ◦ b = ba, ∀ a, b ∈ A,
a ∗ b = ab + ba, ∀ a, b ∈ A,
a ⊕ b = a + b + 1 e a ~ b = ab + a + b.
Mostre que
eAe = {exe : x ∈ A}
é um anel com identidade e.
3.1. ANEIS 181
14. Seja A um anel. Mostre que A é um anel comutativo se, e somente se,
(a + b)2 = a2 + 2ab + b2 , ∀ a, b ∈ A.
15. Seja A um anel. Mostre que A é um anel comutativo se, e somente se,
a2 − b2 = (a + b)(a − b), ∀ a, b ∈ A.
16. Seja A um anel tal que (A, +) é um grupo cíclico. Mostre que A é um
anel comutativo.
17. Seja A = C(R, R) o anel das funções contínuas de uma variável real.
S = {x ∈ R : f (x) = 0}
19. Seja A um anel com identidade. Mostre que A é um anel Booleano se, e
somente se, as seguintes condições são satisfeitas:
1. A é comutativo.
2. A não contém elemento nilpotente diferente de zero.
182 CAPÍTULO 3. ANEIS
(ai )i∈I ⊕ (bi )i∈I = (ai + bi )i∈I e (ai )i∈I ~ (bi )i∈I = (ai bi )i∈I
φ(mn) = φ(m)φ(n),
23. Seja A um anel sem identidade. Mostre que uma estrutura de anel com
identidade sobre Z × A é dada por
(m, a) + (n, b) = (m + n, a + b)
e
(m, a) · (n, b) = (mn, ma + nb + ab).
26. Seja A um anel com pelo menos dois elementos tal que para cada a ∈ A∗
existe um único x ∈ A tal que axa = a.
A + B = (A − B) ∪ (B − A) = A ∪ B − (A ∩ B) e A · B = A ∩ B.
B = {a ∈ A : a2 = a}
a ⊕ b = a + b − 2ab e a ¯ b = ab
é um anel Booleano.
fi : P (X) → Z2
definida por (
1, se i ∈ A
fi (A) =
0, se i ∈
/A
Mostre que a função f : P (X) → Zn2 definida por
3.2 Subaneis
Nesta seção apresentaremos métodos para obter aneis novos a partir de
aneis velhos.
3.2. SUBANEIS 185
2. Se a, b ∈ B, então a − b ∈ B. (B é um subgrupo de A)
3. Se a, b ∈ B, então ab ∈ B. (fechamento)
0 = 00 − 00 = (00 + 00 ) − 00 = 00 + (00 − 00 ) = 00 + 0 = 00 .
Exemplo 3.29 Seja A = Z o anel dos números inteiros. Mostre que o con-
junto
B = nZ = {na : a ∈ Z}
é um subanel de A, onde n ∈ Z+ .
a − b = nm − nk = n(m − k) ∈ B,
pois m − k ∈ Z.
Finalmente,
ab = (nm)(nk) = n(mkn) ∈ B,
pois mkn ∈ Z. Portanto, B é um subanel de A. ¥
(a − b)s = as − bs
= sa − sb
= s(a − b), ∀ s ∈ S.
Assim, a − b ∈ CA (S).
Finalmente,
Z(A) = {a ∈ A : ab = ba, ∀ b ∈ A}
e
1B b = 1B (1B a) = (1B 1B )a = 1B a ⇒ 1B (b − a) = 0.
Assim, 1B é um divisor de zero de A, pois a 6= b. ¥
Então é fácil verificar que B é um subanel com identidade (1, 0) 6= (1, 1). Neste
caso, (1, 0) é um divisor de zero de A, pois (1, 0)(0, 1) = (0, 0).
Note que qualquer anel com identidade possui pelo menos dois elementos
idempotentes, a saber, 0 e 1.
Prova. Suponhamos que A seja um anel com divisão. Então é fácil verificar
que x0 = a−1 b e y0 = ba−1 são soluções das equações ax = b e ya = b.
Reciprocamente, se a, b ∈ A∗ , então ab ∈ A∗ , pois se ab = 0, então abx = 0,
para todo x ∈ A. Como bx = c possui solução temos que ac = 0, para todo
c ∈ A. Logo, a = 0, pois ac = a, para algum c ∈ A, o que é uma contradição.
Assim, A não possui divisores de zeros próprios. Seja x = e ∈ A uma solução
da equação ax = a. Então e 6= 0 e
a(e − e2 ) = ae − ae2 = a − ae = a − a = 0.
Proposição 3.39 Sejam A um anel e {Bi }i∈I uma família indexada de sub-
aneis de A. Então
\
B= Bi
i∈I
F = {B ≤ A : S ⊆ B}.
R = [S].
[S] = [a1 , . . . , am ]
½ n ¾
P Pn
i1 im
= ··· bi1 ,...,im a1 · · · am : bi1 ,...,im ∈ Z e n ∈ Z+ .
im =0 i1 =0
B[S] = [B ∪ S].
Então
½ ¾
P
n P
n
B[S] = ··· bi1 ,...,im ai11 · · · aimm : n ∈ Z+ , bi1 ,...,im ∈ B, a1 , . . . , am ∈ S
im =0 i1 =0
1. 1 ∈ S.
2. Se a ∈ S, então a + 1 ∈ S.
Logo,
ra = (k − nq)a = ka − q(na) = 0,
0 = k · 1A = (mn)1A = (m · 1A )(n · 1A ).
ma = m(1A · a) = (m · 1A )a = 0,
max{m, n} < k,
EXERCÍCIOS
ab = ac, a 6= 0 ⇒ b = c
e
ba = ca, a 6= 0 ⇒ b = c;
5. Sejam A = M2 (R) e
(" # )
a b
B= : a, b ∈ R .
0 0
AnnA (S) = {a ∈ A : as = 0, ∀ s ∈ S}
11. Seja A o grupo dos números racionais de módulo um. Mostre que se A
munido com uma operação binária ∗ for um anel, então A é o anel trivial.
13. Seja A uma anel tal que a2 + a ∈ Z (A), para todo a ∈ A. Mostre que A
é um anel comutativo.
14. Seja A um anel com identidade tal que a3 = a, para todo a ∈ A. Mostre
que A é um anel comutativo.
196 CAPÍTULO 3. ANEIS
15. Seja A um anel com identidade tal que a4 = a, para todo a ∈ A. Mostre
que A é um anel comutativo.
19. Seja Zn o anel dos inteiros de módulo n. Então Zn não possui elementos
nilpotentes não nulos se, e somente se, n é um inteiro livre de quadrados.
(x − a)(y − b)
x⊕y =x+y−a e x¯y =a+
b−a
é um corpo (Geometricamente isto significa uma mudança de origem e
de escala). Mostre que se denotarmos esse novo corpo por K, então um
subconjunto de F que é subanel de K não é necessariamente um subanel
de F .
(a + bi + cj + dk)∗ = a − bi − cj − dk.
x2 − T (α)x + N(α) = 0.
em que
a0 = ax − by − cz − dt
b0 = bx + ay − dz + ct
c0 = cx + dy + az − bt
d0 = dx − cy + bz + at.
(d) Mostre que α ∈ U(H) se, e somente se, N(α) 6= 0.
α + β = (a + c) + (b + d)ω
e
α · β = (ac − bd) + (ad + bc − bd)ω,
onde α = a+bω, β = c+dω ∈ A, é um subanel do corpo dos números
complexos C, chamado de anel dos inteiros de Eisenstein-Jacobi.
200 CAPÍTULO 3. ANEIS
B = {mA : m ∈ Z}
é um subanel comutativo de M.
(b) Mostre que B possui elemento identidade se, e somente se, λ = ±1.
Neste caso, determine U(B).
(c) Mostre que B não possui divisores de zero próprios.
(d) Mostre que nA divide mA em B se, e somente se, λ = n = ±1.
Determine os elementos a ∈ B que têm a seguinte propriedade:
a | bc ⇒ a | b ou a | c.
(e) Mostre que mA possui um divisor próprio se, e somente se, m = λk,
em que k é um número composto.
Capítulo 4
Homomorfismos e Aneis
Quocientes
201
202 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
1. σ(0) = 0.
Portanto, σ ≡ 0. ¥
Im σ = [1A ] = {n · 1A : n ∈ Z}
Exemplo 4.5 A função σ : C −→ C definida por σ(a + bi) = a − bi, para todo
a + bi ∈ C, é um automorfismo (prove isto!).
√
Exemplo 4.6 Mostre que Aut(Z[ d]) = {I, σ}, onde d ∈ Z − {0, 1} é livre
√ √ √ √
de quadrados e σ : Z[ d] −→ Z[ d] é definida por σ(a + b d) = a − b d,
√ √
para todo a + b d ∈ Z[ d].
√ √
Solução. É claro que a função σ : Z[ d] −→ Z[ d] definida por
√ √
σ(a + b d) = a − b d,
√ √
para todo a + b d ∈ Z[ d], é um automorfismo.
√
Reciprocamente, seja ϕ ∈ Aut(Z[ d]). Então
n > 0 ou n = 0 ou n < 0.
Se n > 0, então
Portanto, ϕ = I ou ϕ = σ. ¥
Solução. Seja ϕ ∈ Aut(R). Então, pelo Exemplo 4.6, ϕ(n) = n, para todo
n ∈ Z. Seja n ∈ Z∗ . Então
µ ¶ µ ¶ µ ¶ µ ¶
1 1 1 1 1
1 = ϕ(1) = ϕ n · = ϕ(n)ϕ = nϕ ⇒ϕ = .
n n n n n
Logo, µ ¶ µ ¶
³m´ 1 1 1 m
ϕ =ϕ m· = ϕ(m)ϕ =m· = .
n n n n n
Assim, ϕ(r) = r, para todo r ∈ Q. Dado a ∈ R, com a > 0, existe b ∈ R tal
que b2 = a. Logo,
ϕ(a) = ϕ(b2 ) = (ϕ(b))2 > 0,
Assim,
rn < ϕ(x) < sn ⇒ ϕ(x) = x.
Portanto, ϕ = I. ¥
4.1. HOMOMORFISMOS DE ANEIS 205
O núcleo de σ é o conjunto
1. Im σ é um subanel de B.
6. σ é um isomorfismo se, e somente se, existir σ−1 ∈ Hom (B, A) tal que
σ ◦ σ−1 = IB e σ −1 ◦ σ = IA se, e somente se, ker σ = {0} e Im σ = B.
Prova. Vamos provar apenas os itens (1) e (2): É claro que 0 ∈ Im σ. Dados
c, d ∈ Im σ, existem a, b ∈ A tais que c = σ(a) e d = σ(b). Logo,
pois a − b ∈ A, e
cd = σ(a)σ(b) = σ(ab) ∈ Im σ,
206 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
e
σ(ab) = σ(a)σ(b) = 0 · 0 = 0.
Mostre que
X
ϕu+v = ϕu + ϕv e ϕuv (z) = ϕu (x)ϕv (x−1 z).
x∈G
então
ϕu (x) + ϕv (x) = ax + bx = ϕu+v (x), ∀ x ∈ G,
4.1. HOMOMORFISMOS DE ANEIS 207
temos que
X
ϕuv (z) = ϕu (x)ϕv (x−1 z), ∀ z ∈ G,
x∈G
EXERCÍCIOS
6. Seja A um anel.
e
(a, b) · (c, d) = (ac, ad + bc), ∀ a, b, c, d ∈ A.
é um homomorfismo de aneis.
(c) Podemos usar o item (b) para provar o item (a) sem a necessidade
de verificar todos os axiomas de aneis?
é um homomorfismo de aneis.
4.1. HOMOMORFISMOS DE ANEIS 209
11. Sejam m, n ∈ N.
Y
n
π:Z→ Zpi
i=1
Y
∞
π:Z→ Zpi
i=1
H = {a2 : a ∈ U(A)}.
1. Se x, y ∈ I, então x − y ∈ I.
2. Se a ∈ A e x ∈ I, então ax ∈ I e xa ∈ I.
Exemplo 4.12 Mostre que qualquer ideal I do anel dos números inteiros Z é
da forma
I = (n) = nZ = {na : a ∈ Z},
para algum n ∈ Z+ . Neste caso, subanel é igual a ideal.
(n) = nZ = {na : a ∈ Z}
é um ideal em Z.
Reciprocamente, seja I um ideal em Z. Se I = {0}, então I = (0). Se
I 6= {0}, então existe m ∈ Z tal que m ∈ I e −m ∈ I, pois I é um subgrupo
do grupo aditivo de Z. Logo,
S = {n ∈ N : n ∈ I} 6= ∅.
m = qk + r, com 0 ≤ r < k.
Exemplo 4.15 O anel dos números inteiros Z não é um ideal do corpo dos
números racionais Q, pois 12 ∈ Q e 3 ∈ Z, mas
3 1
= ·3∈
/ Z.
2 2
Note que Z é um subanel de Q.
a = 1a = a1 ∈ I.
Portanto, I = A. ¥
Proposição 4.17 Sejam A um anel e {Ii }i∈Λ uma família indexada de ideais
à esquerda em A. Então \
J= Ii
i∈Λ
F = {I E A : S ⊆ I}.
4.2. ANEIS QUOCIENTES 215
(S) = (s1 , s2 , . . . , sn ).
J = (a1 , a2 , . . . , an ),
Exemplo 4.18 Seja A um anel com identidade. Mostre que A é um anel com
divisão se, e somente se, A não possui ideais próprios à esquerda.
Ax = {ax : a ∈ A}
é um ideal principal em A.
Portanto, I ⊆ (2). ¥
Exemplo 4.21 Sejam A = C([0, 1], R) e a ∈ [0, 1] fixado. Mostre que o con-
junto
Ma = {f ∈ A : f (a) = 0}
Note que
lim g(x) = 0 = g(a).
x→a
Então f ∈ Ma , mas f ∈
/ (g) (prove isto!), o que é uma contradição. Portanto,
Ma não é um ideal principal em A. ¥
Exemplo 4.22 Mostre que qualquer anel com divisão é um anel simples.
Portanto, I = A. ¥
temos que
¡ ¢
Eij = a−1
kl Eik AElj ∈ I.
Em particular,
In = E11 + · · · + Enn ∈ I.
Portanto, I = A.
Finalmente, é claro que
{aIn : a ∈ R} ⊆ Z(A).
Por outro lado, dado A = [apq ] ∈ Z(A) e i, j ∈ {1, . . . , n}, com i 6= j, obtemos
à n n !
XX Xn X n X
n
Eij A = Eij apq Epq = apq Eij Epq = ajq Eiq
p=1 q=1 p=1 q=1 q=1
e à n n !
XX X
n X
n X
n
AEij = apq Epq Eij = apq Epq Eij = api Epj .
p=1 q=1 p=1 q=1 p=1
Logo,
X
n X
n
ajq Eiq = api Epj .
q=1 p=1
4.2. ANEIS QUOCIENTES 219
a ≡ b (mod I) ⇔ a − b ∈ I ⇔ b − a ∈ I.
a = a + I = {a + x : x ∈ I}.
S
3. A = a∈A (a + I).
O conjunto
a + I = {a + x : x ∈ I}
chama-se a classe lateral de I em A e o elemento a chama-se um representante
da classe lateral .
Pelos itens (3) e (4) da Proposição 4.25, o conjunto de todas as classes
laterais de I em A forma uma partição de A e será denotado por
A A
= = {a + I : a ∈ I}.
I ≡
220 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
(a + I) ⊕ (b + I) = (a + b) + I, ∀ a, b ∈ A,
e
(a + I) ~ (b + I) = ab + I, ∀ a, b ∈ A,
estão bem definidas.
a + I = c + I e b + I = d + I.
ab = (c + x)(d + y) = cd + cy + xd + xy.
Assim,
ab + I = cd + I, pois cy + xd + xy ∈ I,
isto é, a operação binária ~ está bem definida.
Reciprocamente, dados a ∈ A e x ∈ I, obtemos
0+I = I =x+I
⇒ ax + I = (a + I) ~ (x + I) = (a + I) ~ (0 + I) = I
⇒ ax ∈ I.
Portanto, I é um ideal em A. ¥
A
Corolário 4.27 Sejam A um anel e I um ideal em A. Então I
munido com
as operações binárias
(a + I) ⊕ (b + I) = (a + b) + I, ∀ a, b ∈ A,
e
(a + I) ~ (b + I) = (ab) + I, ∀ a, b ∈ A,
4.2. ANEIS QUOCIENTES 221
EXERCÍCIOS
C(I) = {x ∈ A : xa − ax ∈ I, ∀ a ∈ A}.
(I, a) = {m + xa : m ∈ I e x ∈ A},
I : J = {x ∈ A : xb ∈ I, ∀ b ∈ J}
I + J = {a + b : a ∈ I e b ∈ J}
é um ideal em A.
(b) Seja
S = {ab : a ∈ I e b ∈ J},
I + J e IJ, ∀ I, J ∈ I(A).
com k mdc(m, n) = m.
Note, como uma consequência do item (a), que para cada ideal I em A,
obtemos uma cadeia descendente de ideais em A, a saber,
I ⊇ I2 ⊇ I3 ⊇ · · · ⊇ In ⊇ · · · .
AnnA (S) = {a ∈ A : sa = 0, ∀ s ∈ S}
226 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
Hp = {a + bi + cj + dk : a, b, c, d ∈ Zp }
P (X) = P (Y ) ⊕ P (X − Y ),
27. Sejam
e
J = {gI2 + nI2 : g ∈ B, n ∈ Z e g(0) = 0},
com I(x) = x, para todo x ∈ R. Mostre que I é um ideal em B e J é um
ideal em I, mas J não é um ideal em B.
ker ϕ
1. Im ψ = Im ϕ e ker ψ = I
.
a+I = b + I ⇒ a − b ∈ I ⊆ ker ϕ
⇒ ϕ(a) = ϕ(b)
⇒ ψ(a + I) = ψ(b + I),
(Unicidade) Seja
A
ψ0 : →B
I
tal que ψ0 ◦ π = ϕ. Então
Portanto, ψ0 = ψ. ¥
230 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
A
' Im σ.
ker σ
Prova. Como σ : A → Im σ é um epimorfismo temos, pelo Teorema 4.30, com
I = ker σ, que
A
' Im σ,
ker σ
que é o resultado desejado. ¥
ϕa : AS → A
AS
' A.
ker ϕa
e
ϕa (f g) = (f g)(a) = f (a)g(a) = ϕa (f )ϕa (g).
4.3. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 231
1. O conjunto
B + I = {b + x : b ∈ B e x ∈ I}
é um subanel de A.
2. I é um ideal em B + I.
3. B ∩ I é um ideal em B.
4.
B+I B
' .
I B∩I
Prova. Vamos provar apenas o item (4). Basta aplicar o Primeiro Teorema
de Isomorfismo a função σ = π1 ◦ λ, com
B+I
λ : B → B + I e π1 : B + I ³
I
a inclusão e o epimorfismo canônico, pois I E B + I e ker(σ) = B ∩ I. ¥
A A
ϕ: →
I J
definido por ϕ(a + I) = a + J. Como
J = ϕ(a + I) ⇔ J = a + J ⇔ a ∈ J
temos que
J
ker ϕ = {a + I : a ∈ J} = .
I
4.3. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 233
A A
J A A
ker ϕ = E e I = I ' Im ϕ = ,
I I J ker ϕ J
I
que é o resultado desejado. ¥
Z
Exemplo 4.39 Determine todos os ideais de Z12 = 12Z . Mais geralmente,
mostre que para cada divisor m de n existe um único ideal em Zn .
Assim, se ab 6= 0, então
√ 2 − a2 − 3b2
3= ∈ Q,
2ab
o que é uma contradição. Se ab = 0, então a = 0 ou b = 0. Se a = 0, então
3b2 = 2. Logo, r
2
± = b ∈ Q,
3
o que é uma contradição. Se b = 0, então a2 = 2. Logo,
√
± 2 = a ∈ Q,
√ √
o que é uma contradição. Portanto, Q( 2) não é isomorfo a Q( 3). ¥
EXERCÍCIOS
I1 ⊆ I2 ⊆ · · · ⊆ In ⊆ · · ·
Mostre que [
I= In
n∈N
é um ideal em A.
4.3. TEOREMAS DE ISOMORFISMOS 235
2. Seja {In }n∈N uma família de ideais do anel dos números inteiros Z, onde
I1 ⊆ I2 ⊆ · · · ⊆ In ⊆ · · ·
Z = I0 ⊃ I1 ⊃ · · · ⊃ In ⊃ · · ·
13. Sejam
(" # ) (" # )
a b 6x y
A= : a, b, c ∈ Z e I= : x, y, z ∈ Z .
0 c 0 8z
1. P 6= A.
1. P é um ideal primo em A;
4.4. IDEAIS PRIMOS E MAXIMAIS 239
(a + P )(b + P ) = P ⇒ ab + P = P ⇒ ab ∈ P.
a + P = P ou b + P = P,
ab + P = P ⇒ (a + P )(b + P ) = P.
1. M 6= A.
1. M 6= A.
240 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
é um ideal maximal em A.
Solução. Dados (a, b), (c, d) ∈ A, onde (ac, bd) ∈ P . Então bd = 0. Logo,
b = 0 ou d = 0. Portanto, (a, b) ∈ P ou (c, d) ∈ P , isto é, P é um ideal primo
em A. Mas, P não é um ideal maximal em A, pois P ⊂ B = Z × 2Z ⊂ A. ¥
4.4. IDEAIS PRIMOS E MAXIMAIS 241
Prova. Seja P um ideal primo em A, com P 6= {0}. Então, por hipótese, existe
a ∈ A∗ tal que P = (a). Seja J = (b) um ideal em A tal que P ⊆ J ⊆ A.
Como a ∈ P ⊆ J temos que existe c ∈ A tal que a = bc. Logo, bc ∈ P e, por
hipótese, b ∈ P ou c ∈ P . Se b ∈ P , então existe x ∈ A tal que b = ax. Assim,
a = axc ⇒ xc = 1 ⇒ x ∈ U(A),
J ≤ K ⇔ J ⊆ K.
C = {Ji : i ∈ Λ}
Afirmação. M ∈ F.
De fato, é claro que I ⊆ M. Se M = A, então 1 ∈ M. Logo, existe i ∈ Λ tal
que 1 ∈ Ji . Assim, Ji = A, o que é impossível.
Finalmente, pelo Lema de Zorn, M é um elemento maximal de F. Portanto,
M é um ideal maximal em A contendo I. ¥
A = (a) = {xa + na : x ∈ A, e n ∈ Z}
a = x0 a2 + n0 a2 = (x0 a + n0 a)a.
Pondo e = x0 a + n0 a ∈ A, obtemos
o que é uma contradição, pois A não possui elemento identidade. Assim, pelo
Teorema de Krull, existe um ideal maximal M em A tal que J ⊆ M.
Afirmação. M não é um ideal primo em A.
De fato, dados r, s ∈ A, onde r, s ∈
/ M, temos que
a ∗ b = 0, ∀ a, b ∈ A,
Exemplo 4.49 Mostre que A é um anel local se, e somente se, N = A−U(A)
é um ideal em A. Em particular, se
½ ¾
m
B= : m, n ∈ Z, com n ≥ 0 ,
2n + 1
A
Prova. Pelo Teorema 4.42, M é um domínio de integridade. Assim, basta
A
provar que cada a + M ∈ M , com a + M 6= M, possui um inverso. Como
a ∈
/ M temos, pela Proposição 4.43, que existe b ∈ A tal que 1 − ab ∈ M.
Portanto,
ab + M = 1 + M ⇒ (a + M)(b + M) = 1 + M,
A
isto é, M é um corpo.
A
Reciprocamente, suponhamos que M seja um corpo. Então 1 + M 6= 0 + M
implica que M 6= A. Seja J um ideal em A tal que M ⊆ J ⊆ A. Suponhamos
que M 6= J. Então existe x ∈ J tal que x ∈
/ M. Logo, x +M 6= M. Assim, por
244 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
1. A é um corpo;
A = Z[i] = {a + bi : a, b ∈ Z}
I3 = {a + bi ∈ A : 3 | a e 3 | b}.
1 = 3r + (a2 + b2 )s.
1 = 3r + (a2 + b2 )s ∈ J.
Logo,
β + I3 = (r1 + r2 i) + I3 , onde ri ∈ {0, 1, 2}.
Portanto,
A
= {a + bi : a, b ∈ Z3 }
I3
é um corpo com 9 elementos. ¥
Ma = {f ∈ A : f (a) = 0}.
Seja f = fa21 + · · · + fa2n . Então f ∈ M e f (x) > 0, para todo x ∈ [0, 1].
Assim, existe g = f1 ∈ A tal que gf = 1. Logo, 1 ∈ M e M = A, o que é uma
contradição. Portanto, M = Ma , para algum a ∈ [0, 1]. ¥
IJ = I ∩ J.
I ∩ J = (I ∩ J)A
= (I ∩ J)(I + J)
⊆ (I ∩ J)I + (I ∩ J)J ⊆ IJ.
x ≡ bi (mod Ii ), i = 1, . . . , n,
I = I1 I2 · · · In = I1 ∩ I2 ∩ · · · ∩ In .
b2 − b1 = (b2 − b1 ) · 1
= (b2 − b1 )(a1 + a2 )
= a1 b2 − a1 b1 − a2 b1 + a2 b2 .
Pondo
x = b1 + a1 (b2 − b1 ) = b2 + a2 (b1 − b2 ),
obtemos
(x − b1 ) + I1 = a1 (b2 − b1 ) + I1 = I1
⇒ x ≡ b1 (mod I1 )
(x − b2 ) + I2 = a2 (b1 − b2 ) + I2 = I2
⇒ x ≡ b2 (mod I2 ).
Q
Agora, suponhamos que o resultado seja válido para n − 1. Seja J = ni=2 Ii .
Afirmação. I1 + J = A.
De fato, para cada i = 2, . . . , n, existe a1i ∈ I1 e ai ∈ Ii tais que 1 = a1i + ai .
Logo,
à n !
Yn Y Y
n Y n
1= (a1i + ai ) = (a1i + ai ) − ai + ai ∈ I1 + J,
i=2 i=2 i=2 i=2
248 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
y1 ≡ 1 (mod I1 ) e y1 ≡ 0 (mod Ii ), i = 2, . . . , n.
yj ≡ 1 (mod Ij ) e yj ≡ 0 (mod Ii ), i 6= j.
Pondo
x = b1 y1 + b2 y2 + · · · + bn yn ,
temos que
x ≡ bi (mod Ii ), i = 1, 2, . . . , n.
Finalmente, se x1 ∈ A é tal que
x1 ≡ bi (mod Ii ), i = 1, 2, . . . , n,
x ≡ bi (mod ni ), i = 1, . . . , k.
ni r + nj s = 1.
4.4. IDEAIS PRIMOS E MAXIMAIS 249
(n) = I1 I2 · · · Ik = I1 ∩ I2 ∩ · · · ∩ Ik .
ker ϕ = I1 ∩ I2 ∩ · · · ∩ In .
Como
Exemplo 4.59 Seja A um anel com identidade tal que a3 = a, para todo
a ∈ A. Mostre que A é um anel comutativo.
e
a − b = (a − b)3 ⇒ −a2 b − aba + ab2 − ba2 + bab + b2 a = 0.
Somando as equações acima, obtemos
1 + x = (1 + x)3 ⇒ x2 = x.
EXERCÍCIOS
2. Seja (" # )
a b
A= : a, b, c ∈ R
0 c
Mostre que existem ideais I e J em A tais que I +J = A, mas I ∩J 6= IJ.
3. Sejam F um corpo,
(" # ) (" # )
a b 0 b
A= : a, b ∈ F e M= :b∈F
0 0 0 0
Mostre que M é um ideal maximal em A.
H(Z)
' H(Zp ).
Ip
7. Sejam (" # )
a b
A= : a, b ∈ Z
b a
e (" # )
a b
Ip = ∈ A : (a + b) ≡ 0 (mod p) ,
b a
com p um número primo fixado. Mostre que Ip é um ideal maximal A.
10. Seja A um anel com identidade. Mostre que as seguintes condições são
equivalentes:
14. Seja A um anel comutativo com identidade tal que todo ideal em A é
primo. Mostre que A é um corpo.
15. Seja A um anel Booleano. Mostre que todo ideal primo P em A, com
P 6= {0}, é maximal.
16. Seja A um anel comutativo com identidade tal que xn = x, para todo
x ∈ A e algum n = n(x) ∈ N. Mostre que todo ideal primo em A é
maximal.
A
19. Mostre que o anel A = 2Z contém um ideal maximal M tal que M
não
seja um corpo.
I1 = A1 × {0} e I2 = {0} × A2 ,
29. Seja A um anel tal que os únicos ideais à esquerda em A são {0} e A.
Mostre que A é um anel com divisão ou A2 = {0}.
30. Seja A um anel comutativo com identidade Mostre que existe um anel
quociente de A o qual é um corpo.
31. Seja A um anel comutativo com identidade finito. Mostre que todo ideal
primo em A é maximal.
32. Seja A um anel comutativo não trivial e sem divisores de zero. Mostre
que se qualquer subanel próprio de A for finito, então A é um corpo.
33. Seja A um anel comutativo não trivial e sem divisores de zero. Mostre
que se A possui somente um número finito de ideais, então A é um corpo.
a ∼ b ⇔ ab = x2 + y 2 , para alguns x, y ∈ K.
35. Seja A um anel não trivial finito e sem divisores de zero. Mostre que A
é anel com divisão.
36. Mostre que não existe corpo K tal que (K, +) ' (K ∗ , ·).
é um ideal primo em A.
41. Seja A um anel. Mostre que A munido com o novo produto [a, b] = ab−ba
satisfaz as seguintes condições:
(a) [a+c, b] = [a, b]+[c, b] e [a, b+c] = [a, b]+[a, c], para todos a, b, c ∈ A
(bilinearidade).
(b) [a, a] = 0 e [a, b] = −[b, a], para todos a, b ∈ A (anticomutatividade).
(c) [a, [b, c]] + [b, [c, a]] + [c, [a, b]] = 0, para todos a, b, c ∈ A (identidade
de Jacobi).
[D1 , D2 ] = D1 ◦ D2 − D2 ◦ D1
é uma derivação.
258 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
a b av±bu
1. u
± v
= uv
.
a b ab
2. u
· v
= uv
.
a b
3. u
= v
⇔ av = bu.
¡ u ¢−1
4. v
= uv .
Portanto,
µ ¶
a b a b
+ = + (uv)(uv)−1
u v u v
µ ¶
av + bu av + bu
= (uv)(uv)−1 = .
uv uv
pois
0 0 1 5 2 4 3 3 4 2 5 1
= , = , = , = , = e = ,
1 5 1 5 1 5 1 5 1 5 1 5
que é o resultado desejado. ¥
1. 1 ∈ S.
2. Se s, t ∈ S, então st ∈ S.
260 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
S = {2n + 1 : n ∈ A}
S = {an : n ∈ Z+ }
é um sistema multiplicativo de A.
st = am an = am+n ∈ S,
É fácil verificar que ∼ é uma relação de equivalência sobre A ×S, por exemplo,
se
(a, s) ∼ (b, t) e (b, t) ∼ (c, u),
então existem x, y ∈ S tais que
ou seja, (a, s) ∼ (c, u), pois txy ∈ S. A classe de equivalência de (a, s), chama-
se fração formal e será denotada por
a
ou a/s.
s
Note que o conjunto de todas as classes laterais forma uma partição de A × S
e será denotado por
A×S
= S −1 A.
∼
Além disso, quando a = b, obtemos
as bs
= , ∀ s ∈ S.
s s
a b
(a, s) ∼ (b, t) ⇔ bs = at ⇔ = .
s t
a m
Neste caso, a classe s
é semelhante a fração n
em Q.
a b at + bs a b ab
+ = e · =
s t st s t st
é um anel comutativo com identidade.
Prova. Vamos primeiro provar que essas operações estão bem definida. Dados
se
a c b d
= e = ,
s u t v
então existem z, w ∈ S tais que
Logo,
Portanto,
at + bs cv + du
= .
st uv
De modo inteiramente análogo, prova-se que o produto está bem definido. É
fácil verificar que S −1 A é um anel comutativo com elemento zero e identidade,
respectivamente,
0 0 1 s
0= = e 1= = ,
1 s 1 s
para todo s ∈ S.
Finalmente, se 0 ∈ S e as ∈ S −1 A, então
a 0
(a · 1 − 0 · s)0 = 0 ⇒ = = 0.
s 1
Portanto, S −1 A = {0}. ¥
De fato,
a 0
a ∈ ker λ ⇔ =
1 1
⇔ (a · 1 − 0 · 1)s = 0, para algum s ∈ S
⇔ as = 0, para algum s ∈ S.
4.5. ANEIS DE FRAÇÕES 263
(C, λ1 )
para todos a ∈ A e s ∈ S. Então ϕ está bem definida, pois dados (a, s), (b, t) ∈
A × S,
a b
= ⇒ (at − bs)u = 0, para algum u ∈ S.
s t
Como σ(u) ∈ U(B) temos que
Logo, µ ¶
³a´ σ(a) σ(b) b
ϕ = = =ϕ .
s σ(s) σ(t) t
Dados (a, s), (b, t) ∈ A × S,
µ ¶ µ ¶
a b at + bs
ϕ + = ϕ
s t st
σ(at + bs)
=
σ(st)
σ(a)σ(t) + σ(b)σ(s)
=
σ(s)σ(t)
σ(a) σ(b)
= +
σ(s) σ(t)
³a´ µ ¶
b
= ϕ +ϕ
s t
e
µ ¶ µ ¶
a b ab σ(ab)
ϕ · = ϕ =
s t st σ(st)
σ(a)σ(b) σ(a) σ(b)
= =
σ(s)σ(t) σ(s) σ(t)
³a´ µb¶
= ϕ ϕ .
s t
Portanto, ϕ : S −1 A → B é um homomorfismo de aneis.
(Unicidade) Seja ϕ1 : S −1 A → B outro homomorfismo de aneis tal que
ϕ1 ◦ λ = σ. Assim,
³a´
ϕ1 = ϕ1 (λ(a))
1
= (ϕ1 ◦ λ)(a) = σ(a) = (ϕ ◦ λ)(a) = ϕ(λ(a))
³a´
= ϕ , ∀ a ∈ A.
1
4.5. ANEIS DE FRAÇÕES 265
Portanto, ϕ1 = ϕ.
A prova da última afirmação segue de modo inteiramente análoga a prova
do Teorema 2.48. ¥
a λ(a) a
a ³ s ´−1 a 1
= = 1
s = · = · = as−1 .
s λ(s) 1
1 1 1 s
a s a λ(a)
x= ⇔ · x = ⇔ λ(s)x = λ(a) ⇔ x = ,
s 1 1 λ(s)
Note que
√ √ √
a+b d a+b d s−t d
√ = √ · √
s+t d s+t d s−t d
as − btd bs − at √
= 2 + d
s − dt√2 s2 − dt2
= m + n d,
onde
as − btd bs − at
m= , n = ∈ Q.
s2 − dt2 s2 − dt2
√
Poratnto, QA = Q[ d]. ¥
(2) Dados as , bt ∈ MP e x
u
∈ AP , obtemos
a b at − bs
− = ∈ MP ,
s t st
pois at − bs ∈ P e st ∈ S,
a x ax
· = ∈ MP ,
s u su
pois ax ∈ P e su ∈ S. Logo, MP é um ideal em AP .
Finalmente, se yb ∈ AP − MP , então y ∈
/ P , isto é, y ∈ S. Assim,
b y
∈ AP e ∈ U(AP ).
y b
Logo, se I é qualquer ideal em AP tal que I 6⊂ MP , então I = AP . Portanto,
MP é o único ideal maximal em AP . Neste caso, concluímos que AP é um anel
local. ¥
Solução. Seja
n m o
S= s∈Z: ∈ A, para algum m ∈ Z, com mdc(m, s) = 1
s
ou ½ ¾
1
S= s∈Z: ∈A .
s
Então é fácil verificar que S é um sistema multiplicativo de Z e que S −1 Z ⊆ A,
pois µ ¶
n −1 1 n 1
∈S Z⇒ ∈A e =n· ∈ A.
s s s s
Por outro lado, se
m
∈ A,
s
então podemos supor que mdc(m, s) = 1. Assim, existem u, v ∈ Z tais que
1 m
mu + sv = 1 ⇒ = u + v.
s s
268 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
Logo,
1 m
= u + v ∈ A,
s s
ou seja, A ⊆ S −1 Z. Portanto,
nn o
A = S −1 Z = : n ∈ Z, s ∈ S, com mdc(n, s) = 1 ,
s
que é o resultado desejado. ¥
Logo,
n = n · 1 ∈ L, ∀ n ∈ Z,
isto é, Z ⊆ L.
Finalmente,
m
= mn−1 ∈ L, onde m ∈ Z e n ∈ Z∗ .
n
Assim, Q ⊆ L. Portanto, L = Q e Q é um corpo primo. ¥
Exemplo 4.73 Seja p um número primo fixado. Mostre que o corpo Zp dos
resíduos módulo p é um corpo primo.
Z
' Im ϕ.
ker ϕ
Z Z
Zp = = ' Im ϕ = P.
pZ ker ϕ
EXERCÍCIOS
270 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
S = {n ∈ Z : mdc(p, n) = 1}
Z = {a ∈ A : ab = 0, para algum b ∈ A∗ }.
5. Sejam A um anel comutativo com identidade e {Pi }i∈I uma família in-
dexada de ideais primos em A. Mostre que
[
S = A − Pi
i∈I
é um sistema multiplicativo de A.
Sa = {f ∈ K K : f (a) 6= 0}
é um sistema multiplicativo de A = K K .
4.5. ANEIS DE FRAÇÕES 271
S = {x : x = a2 + b2 , para alguns a, b ∈ A}
um sistema multiplicativo de A?
1. 0 ∈
/ S.
2. st ∈ S, para todos s, t ∈ S.
Considere o conjunto A × S = {(a, s) : a ∈ A e s ∈ S}. Dados
(a, s), (b, t) ∈ A × S, definimos
J = S −1 (J ∩ A).
S −1 (I + J) = S −1 I + S −1 J, S −1 (IJ) = (S −1 I)(S −1 J)
e
S −1 (I ∩ J) = S −1 I ∩ S −1 J.
274 CAPÍTULO 4. HOMOMORFISMOS E ANEIS QUOCIENTES
Parte II
275
Capítulo 5
Os Teoremas de Sylow
tal que g(i) ∈ Hi , para todo i ∈ I. Vamos denotar a imagem g(i) por ai , para
todo i ∈ I. Portanto, os elementos de G são da forma
277
278 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
é um grupo, com (eHi )i∈I = (ei )i∈I como elemento identidade de G e (a−1
i )i∈I
como elemento inverso de (ai )i∈I em G. Neste caso, dizemos que G é o produto
direto (externo) dos Hi . Note que o produto direto externo sempre existe e
que os Hi não são, em geral, subgrupos de G.
Já vimos que o suporte de um elemento g ∈ G é o conjunto
supp(g) = {i ∈ I : ai = g(i) 6= ei }.
ghg−1 ∈ H, ∀ g ∈ G e h ∈ H.
π i (aj )j∈I = ai
Prova. (1) Se
e
λi (ci ) = (dj )j∈I , com di = ci e dj = ej , ∀ j ∈ I − {i},
então
ou seja,
λi (ai )λi (ci ) = (bj dj )j∈I = λi (ai ci ).
280 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
b1 H
G=H b1 ∩ H
b2 e H b 2 = {(e1 , e2 )},
pois
b1 H
a = (h1 , h2 ) = (h1 , e2 )(e1 , h2 ) ∈ H b2.
Teorema 5.3 (Existência do Produto Direto) Seja {Gi }i∈I uma família
indexada de grupos. Então existe um grupo G e uma família de homomorfismos
de grupos {π k : G → Gk }k∈I com a seguinte propriedade universal: Dado
qualquer grupo H e qualquer família de homomorfismos de grupos {ϕk : H →
Gk }k∈I , existe um único homomorfismo de grupos σ : H → G tal que π k ◦ σ =
ϕk , para todo k ∈ I. Além disso, G é unicamente determinado, a menos, de
isomorfismo.
Q
Prova. (Existência) Sejam G = i∈I Gi e π k : G → Gk as projeções canônicas
sobre as k-ésimas componentes, isto é, πk associa a cada g = (gi )i∈I ∈ G o
elemento gk ∈ Gk . Então dados um grupo H e o homomorfismo de grupos ϕk ,
5.1. PRODUTO DIRETO E SEMIDIRETO DE GRUPOS 281
a = h1 · · · hn , hi ∈ Hi , com i = 1, . . . , n.
1. G = H1 · · · Hn .
a ∈ Hi ∩ H1 · · · Hi−1 Hi+1 · · · Hn ,
obtemos
a = hi ∈ Hi e a = h1 · · · hi−1 hi+1 · · · hn , hj ∈ Hj .
Logo,
hi = h1 · · · hi−1 hi+1 · · · hn .
Assim, pela unicidade, temos que hi = e, para cada i = 1, . . . , n. Portanto,
a = e.
Reciprocamente, basta observar, pelo item (3) da Proposição 5.1, que
hi hj = hj hi , para todo hi ∈ Hi e hj ∈ Hj , com i 6= j. ¥
G ' H1 × · · · × Hn .
ϕ : G → H1 × · · · × Hn
mdc(|H| , |K|) = 1.
L = (L ∩ H) × (L ∩ K).
(L ∩ H) ∩ (L ∩ K) = {e}.
Logo,
(L ∩ H) × (L ∩ K) ⊆ L.
|H| = kn e |H ∩ K| = k,
Assim, G = HK e
G H
'
K H ∩K
é um grupo cíclico de ordem n. Logo, existe h0 ∈ H tal que
Ni = hab0 xi i
Ni ∩ K = {e}.
5.1. PRODUTO DIRETO E SEMIDIRETO DE GRUPOS 285
M = hab1 i = hab0 xi i = Ni ,
1. G = HK.
H ∩ K = {e}.
um grupo,
G = HK 6= H × K.
Prova. Vamos provar apenas os itens (2), (5) e (6): (2) Dado g ∈ G e
a ∈ H ∩ K. Então g = hk = kh, onde h ∈ H e k ∈ K. Logo,
Assim, H ∩ K ⊆ Z (G).
(5) Sejam L = H ∩ K e H um grupo abeliano. Então H = LM, com
L ∩ M = {e}. Assim, H = L × M. Logo, G = MK, com M ∩ K = {e} e
MK = KM. Portanto, G é grupo decomponível ou M = {e}.
(6) Sejam L = H ∩ K ⊆ Z (G) e
H H
ϕ : G −→ ×
L L
a função definida por ϕ (g) = (hl, kl), com g = hk = kh, h ∈ H e k ∈ K.
Então é fácil verificar que ϕ é um homomorfismo de grupos sobrejetor. Assim,
pelo Primeiro Teorema de Isomorfismo,
¯ ¯¯ ¯
G H H ¯H ¯ ¯K ¯
w × e |G| = |L| ¯¯ ¯¯ ¯¯ ¯¯ .
L L L L L
Como |L| ≥ 2 e H, K são grupos não abelianos temos, pelo item (c) do
Exercício (6) da Seção 2.3 do Capítulo 2, que
¯ ¯ ¯ ¯
¯H ¯ ¯ ¯
¯ ¯ ≥ 4 e ¯ K ¯ ≥ 4.
¯L¯ ¯L¯
5.1. PRODUTO DIRETO E SEMIDIRETO DE GRUPOS 287
a. G = NH.
b. N é subgrupo normal em G.
c. N ∩ H = {IG }.
1. G = NH.
2. N é subgrupo normal em G.
3. N ∩ H = {e}.
hnh−1 = n ⇒ n−1 hn = h ∈ H,
G = N × H.
Então é fácil verificar que N × H com essa operação é um grupo com elemento
identidade (e, e) e (ϕ(h−1 ) (n−1 ) , h−1 ) o elemento inverso de (n, h). O grupo
N × H é chamado o produto semidireto (externo) de N por H via ϕ e será
denotado por
G = N oϕ H.
5.1. PRODUTO DIRETO E SEMIDIRETO DE GRUPOS 289
Note que
b = {(n, e) : n ∈ N} e H
N b = {(e, h) : h ∈ H}
G b
' H.
b
N
Como
(n, e) (e, h) = (nϕ(e) (e) , h) = (nIN (e) , h) = (n, h)
temos que G = N b H.
b Além disso, N
b ∩H
b = {(e, e)}. Portanto, G é o produto
b por H.
semidireto (interno) de N b
Finalmente,
(e, h) (n, e) (e, h)−1 = (ϕ(h) (n) , e)
b → Aut(N)
implica que a função ψ : H b definida por ψ(e, h) = ψ(e,h) , com
N oϕ H = {nh : n ∈ N, h ∈ H} ,
com
Além disso,
G
Figura 5.1: Seção de N
em G.
G
Prova. (1 ⇒ 2) Seja H um complementar de N em G, isto é, H ' N . Então
cada a ∈ G pode ser escrito de modo único sob a forma a = nh, onde n ∈ N
e h ∈ H. Seja
G
ϕ: −→ G
N
5.1. PRODUTO DIRETO E SEMIDIRETO DE GRUPOS 291
e, assim, a ∈ ker ψ.
(3 ⇒ 1) Pondo H = Im ψ, obtemos G = NH, pois
para todo a ∈ G.
Finalmente, se x ∈ N ∩ H, então ψ(x) = e e x = ψ(x). Logo, x = e, isto é,
G
N ∩ H = {e}. Como H = Im ψ ' N temos que G é o produto semidireto de
G
N por N . ¥
N ofe◦ϕ H ' N oϕ H.
292 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
N ofe◦ϕ H ' N oϕ H,
Exemplo 5.14 Sejam N um grupo abeliano qualquer e H = hbi ' Z2m . De-
termine o produto semidireto de N por H.
em que a é identificado com (a, e) e b é identificado com (e, b). Note que o
grupo Dn é isomorfo ao grupo L = hR, T i gerado pelas matrizes
" # " #
cos( 2π
n
) − sen( 2π
n
) 0 1
R= 2π 2π
e T = .
sen( n ) cos( n ) 1 0
(2) Se N = hai ' Z2n e H = hbi ' Z4 . Já vimos que b2 ∈ Z(G). Como
bab−1 = a−1 temos que
D n−1 E
bab = a , ∀ a ∈ a2
−1 −1
⊂ N.
em que a é identificado com (a, e) e b é identificado com (e, b). Note que o
grupo Q2n+1 é isomorfo ao grupo L = hU, V i gerado pelas matrizes
" # " #
u 0 0 −1
U= e V = ,
0 u−1 1 0
n n−1
com U 2 = 1 e U 2 6= 1, para todo n ≥ 2. Além disso,
Q2n+1
' D2n−1 .
Z(Q2n+1 )
294 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
r 6≡ 1 (mod n).
EXERCÍCIOS
(a) G = H1 · · · Hn .
(b) Hi é um subgrupo normal em G, para cada i = 1, . . . , n.
(c) Hi ∩ H1 · · · Hi−1 = {e}, para cada i = 1, . . . , n.
G
' Im ϕ ≤ P (S).
ker ϕ
1. Mostre que
S = Y X = {f : X → Y : f é uma função}.
H oX G = H X × G = {(σ, a) : σ ∈ H X e a ∈ G}
em que (σϕa )(x) = σ(x)ϕa (x) e ϕa (x) = (ϕ ◦ ϕa−1 )(x) = (a · ϕ)(x), para
todo x ∈ X, é um grupo, chamado de produto entrelaçado de H com G
em relação a ação de G sobre X.
isto é, a · (b · f ) = (ab) · f e
{u1 , . . . , un }
sobre a base
{uσ(1) , . . . , uσ(n) }.
Assim, a função ϕ : Sn −→ P (V ) definida por ϕ(σ) = Tσ é um homomorfismo
de grupos injetor. Portanto, ϕ induz uma ação de Sn sobre V . Note que
z = by = b(ax) = (ba)x.
Assim, x ∼ z, pois ba ∈ G.
A classe de equivalência
x = {y ∈ S : x ∼ y} = {ax : a ∈ G}
302 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
HT = {ax : a ∈ H e x ∈ T } ⊆ T ⇔ (x ∈ T ⇒ ax ∈ T, ∀ a ∈ H).
Prova. Vamos provar apenas o item (1). Suponhamos que T = O(x), para
algum x ∈ S. Então, dado a ∈ G e y ∈ T , devemos provar que ay ∈ T . Como
y ∈ O(x) temos que O(x) = O(y). Logo, existe a ∈ G tal que x = ay, ou seja,
ay ∈ T . Assim, T é invariante sob G.
Finalmente, seja U ⊆ T invariante sob G. Então ay ∈ U , para todo y ∈ U
e a ∈ G. Logo,
T = O(x) = O(y) = {ay : a ∈ G} ⊆ U.
5.2. AÇÃO DE GRUPOS 303
O(y) ⊆ T, ∀ y ∈ T.
[
·
S= O(x)
x∈S
temos que
X X
|G| = |S| = |O(x)| = |H| = k |H| ,
x∈S x∈S
Gx = {a ∈ G : ax = x}
GS = {a ∈ G : ax = x, ∀ x ∈ S}
Dizemos que uma ação de G sobre S é fiel sobre S ou que G age efeti-
vamente sobre S ou que G age livremente sobre S se ϕ : G −→ P (S) é um
homomorfismo de grupos injetor ou, equivalentemente,
Solução. Fica como um exercício provar que a função é uma ação de G sobre
S. Logo,
e
Gx = {n ∈ G : nx = x} = {n ∈ G : (−1)n x = x} = 2Z.
5.2. AÇÃO DE GRUPOS 305
Mostre que a função ∗ : G×S −→ S definida por A∗x = Ax, para todo A ∈ G
e x ∈ S, é uma ação fiel de G sobre S. Além disso, G age transitivamente
sobre S − {0}.
Solução. Fica como um exercício provar que a função é uma ação fiel de G
sobre S. Dado x ∈ S − {0}, existe uma base f1 , . . . , fn de S tal que f1 = x.
Assim, existem únicos aij ∈ R tais que
X
n
fj = aij ei , j = 1, . . . , n.
i=1
ϕ(ax) = aϕ(x), ∀ a ∈ G e x ∈ S.
306 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
ϕ(ax) = σ(a)ϕ(x), ∀ a ∈ G e x ∈ S.
isto é, σ é um G-homomorfismo.
Finalmente, dado y ∈ S existe, pela transitividade de S, a ∈ G tal que
y = ax = σ(aGx ), isto é, σ é sobrejetora. Portanto, σ é um G-isomorfismo. ¥
Prova. Basta observar que cada órbita O(x) é um G-conjunto transitivo, para
todo x ∈ S. ¥
Solução. Fica como um exercício provar que a função é uma ação de G sobre
S. É claro que
O(x) = {σ ∗ x : σ ∈ G} = {σ(x) : σ ∈ G} = S.
[G : Gx ] = |O(x)| = |S| = n.
Note que
\
GS = Gx = {IS },
x∈S
X = {(a, x) ∈ G × S : ax = x}.
|G|
|O(x)| = [G : Gx ] = , ∀ x ∈ S.
|Gx |
para todo x ∈ O(xi ) e a ∈ G, de modo que |Gx | = |Gxi |, pois x = axi . Assim,
X X
k X [
k
|Sa | = |Gx | , pois S = O(xi )
a∈G i=1 x∈O(xi ) i=1
X
k
= |O(xi )| |Gxi |
i=1
Xk
= |G| = k |G| .
i=1
5.2. AÇÃO DE GRUPOS 309
Portanto,
1 X
k= |Sa | ,
|G| a∈G
que é o resultado desejado. ¥
Sa = {x ∈ S : ax = x} = ∅,
para algum a ∈ G.
bH = (ba−1 )aH.
|H| |K|
|HK| = .
|H ∩ K|
O(K) = {h ∗ K : h ∈ H} = {hK : h ∈ H}
= {h1 K, . . . , hm K} ⊆ S
[
·
HK = hK.
h∈H
HK = {h ∈ H : hK = K}
= {h ∈ H : h ∈ K}
= H ∩ K.
Portanto,
a ∗ x(H ∩ K) = ax(H ∩ K)
e
b · (yH, zK) = (byH, bzK)
são ações de G sobre S e T , respectivamente (prove isto!). Consideremos a
função
G G G
σ: → ×
H ∩K H K
definida por
σ(a(H ∩ K)) = (aH, aK),
para todo a ∈ G. É fácil verificar que σ está bem definida e é um G-
homomorfismo injetor. Como G = HK temos que
|H| |K| |G| 1
|G| = |HK| = ⇒ = .
|H ∩ K| |H| |K| |H ∩ K|
Assim, multiplicando ambos os membros desta última equação por |G|, obte-
mos
[G : H][G : K] = [G : H ∩ K].
Logo, σ é sobrejetora. Portanto, σ é um G-isomorfismo. ¥
∗:G×S →S
ker ϕH = {g ∈ G : ϕH (g) = IS }
= {g ∈ G : ϕg = IS }
= {g ∈ G : gaH = aH, ∀ a ∈ G}
= {g ∈ G : a−1 ga ∈ H, ∀ a ∈ G}
= {g ∈ G : g ∈ aHa−1 , ∀ a ∈ G}
\
= aHa−1 .
a∈G
N = xNx−1 ≤ xHx−1 , ∀ x ∈ G,
π H = (θ ◦ ϕg ◦ θ−1 ) ◦ ϕH
EXERCÍCIOS
6. Sejam
S = {(a1 , a2 . . . , ap ) ∈ Gp : a1 a2 · · · ap = e}
|H| |K|
|HaK| = , ∀ a ∈ G.
|H ∩ aKa−1 |
a · Y = {a ∗ y : y ∈ Y }, ∀ a ∈ G e Y ∈ S,
S = {aH : a ∈ G}
30. Sejam p um número primo e G um grupo finito tal que |G| = pn , onde
n ∈ Z+ . Mostre que qualquer subgrupo de índice p é normal em G.
Conclua que qualquer grupo de ordem p2 possui um subgrupo normal de
ordem p.
O(x) = {a ∗ x : a ∈ G} = {axa−1 : a ∈ G}
GS = {a ∈ G : axa−1 = x, ∀ x ∈ G}
= {a ∈ G : ax = xa, ∀ x ∈ G}
= Z(G).
a ∗ X = aXa−1 , ∀ a ∈ G e X ∈ S,
GX = {a ∈ G : aXa−1 = X} = NG (X).
|CX | = [G : NG (X)], ∀ X ∈ S.
[G : NG (H)] ≤ [G : H].
para algum a ∈ G. Note que G age sobre O(H). Assim, pelo Teorema 5.36,
existe um homomorfismo de grupos π H : G −→ S2 , com [G : ker ϕ] = 2, pois
aHa−1 6= H, para algum a ∈ G. Portanto, ker πH = H e H é um subgrupo
normal em G, o que é uma contradição. ¥
G = S3 = hτ , σi = {I, σ, σ 2 , τ , στ , σ 2 τ },
em que à ! à !
1 2 3 1 2 3
σ= e τ= ,
2 3 1 1 3 2
o grupo de permutações. Determine todas as classes de conjugação de G.
X
k
|G| = |C1 | + |C2 | + · · · + |Ck | = |Ci | . (5.1)
i=1
Note que
x ∈ Z(G) ⇔ ax = xa, ∀ a ∈ G,
⇔ axa−1 = x, ∀ a ∈ G,
⇔ Cx = {axa−1 : a ∈ G} = {x}.
Em particular, se x ∈
/ Z(G), então |Cx | > 1. Assim,
X
|G| = |Z(G)| + [G : CG (xi )].
xi ∈Z(G)
/
S G = {x ∈ S : ax = x, ∀ a ∈ G}
= {x ∈ S : Gx = G}
x ∈ S G ⇔ ax = x, ∀ a ∈ G,
⇔ O(x) = {ax : a ∈ G} = {x},
ou seja,
S G = {x ∈ S : O(x) = {x}}.
322 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
Logo, Ã !
· [
·
S = SG ∪ O(x) ,
x∈α
Solução. É claro que o grupo cíclico hai é um subgrupo de CG (a), para todo
a ∈ G. Assim,
hii ⊆ CG (i) ⊆ G.
Como Z(G) = {1, −1} temos que i ∈
/ Z(G). Logo,
Z(G) ⊂ CG (i) ⊂ G,
pois a ∈ Z(G) se, e somente se, CG (a) = G, para todo a ∈ G, (prove isto!).
Portanto,
2 < |CG (i)| < 8.
Por outro lado, como |CG (i)| é um divisor de |G| e hii ⊆ CG (i) temos que
¯ ¯
¯ G ¯
CG (i) = hii e |Ci | = [G : CG (i)] = ¯¯ ¯ = 2.
CG (i) ¯
Portanto, Ci = {i, −i}, com −i = kik −1 . De modo inteiramente análogo,
obtemos Cj = {j, −j} e Ck = {k, −k}. Assim,
· · · ·
G = C1 ∪ C−1 ∪ Ci ∪ Cj ∪ Ck e |G| = 1 + 1 + 2 + 2 + 2.
n = k(n − 1) ≥ 2(n − 1) ⇒ n ≤ 2,
isto é, n = 2. ¥
EXERCÍCIOS
324 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
5.4 p-Grupos
Sejam G um grupo finito e p um número primo. Dizemos que G é um
p-grupo se a ordem de G é uma potência de p, isto é, |G| = pn , para algum
n ∈ Z+ . Se H é um subgrupo de G e H é um p-grupo, dizemos que H é um
p-subgrupo de G. Em particular, H = hei = {e} é um p-subgrupo de G, pois
|H| = |hei| = 1 = p0 .
Z8 , Z2 × Z4 , Z2 × Z2 × Z2 , D4 , Q8 , Zpn e Zp × · · · × Zp
são p-grupos.
k
Exemplo 5.50 Sejam G um p-grupo abeliano finito e ap 6= e, para algum
k
k ∈ Z+ . Mostre que se a ordem ap é igual pm , então a ordem de a é igual
pk+m .
326 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
S = {(a1 , . . . , ap ) ∈ Gp : a1 · · · ap = 1}.
Então |S| = np−1 , pois ap é completamente determinado por (a1 · · · ap−1 )−1 .
Como p é um divisor de n temos que
(a1 , . . . , ap ) ∈ S H ⇔ a1 = · · · = ap .
¯ ¯ ¯ ¯
Assim, S H 6= ∅, pois (1, . . . , 1) ∈ S H . Como ¯S H ¯ > 0 e p é um divisor de ¯S H ¯
temos que existe pelo menos um a ∈ G, com a 6= 1, tal que
(a, . . . , a) ∈ S H .
Como |Cx | = [G : CG (x)] > 1 é um divisor de |G| temos que p divide [G : CG (x)].
Portanto, p divide |Z(G)|, pois p divide |G|.
Agora, se |Z(G)| = pn−1 , então G é um grupo não abeliano e existe a ∈ G
tal que a ∈
/ Z(G). Logo,
Z(G) ⊂ CG (a) ⊂ G.
Assim, pn−1 < |CG (a)| < |G| = pn , o que é impossível, pois pelo Teorema de
Lagrange, |CG (a)| divide pn . Portanto, |Z(G)| 6= pn−1 .
(2) Note que se x ∈ H, então Cx ⊆ H, pois H é um subgrupo normal em
G. Logo, Ca ⊆ H ou Ca ∩ H = ∅, para todo a ∈ G. Como
⎛ ⎞
S· [·
H = H ∩ G = (H ∩ Z(G)) ⎝ (Cx ∩ H)⎠
x∈Z(G)
/
5.4. P-GRUPOS 329
temos que X
|H| = |H ∩ Z(G)| + |Cx ∩ H| .
x∈Z(G)
/
Prova. Pelo item (1) do Corolário 5.56, temos que Z(G) 6= {e} e |Z(G)| = p2 .
Portanto, G = Z(G), isto é, G é grupo abeliano. Se G contém um elemento
de ordem p2 , então G é grupo cíclico. Portanto, G ' Zp2 . Suponhamos que
qualquer elemento de G−{e} seja de ordem p. Sejam a ∈ G−{e} e b ∈ G−{a}.
Como |ha, bi| > |hai| temos que G = ha, bi. Sendo |hai| = p e |hbi| = p, obtemos
hai × hbi = Zp × Zp . Agora, é fácil verificar que a função σ : Zp × Zp → G
definida por σ(am , bn ) = am bn é um isomorfismo. ¥
Note que
aH ∈ S H ⇔ haH = aH, ∀ h ∈ H,
⇔ a−1 haH = H, ∀ h ∈ H,
⇔ a−1 ha ∈ H, ∀ h ∈ H,
⇔ a−1 Ha = H ⇔ aHa−1 = H
⇔ a ∈ NG (H).
Assim,
¯ ¯
S H = {aH : a ∈ NG (H)} e ¯S H ¯ = [NG (H) : H].
330 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
Portanto,
¯ ¯
[NG (H) : H] = ¯S H ¯ ≡ |S| = [G : H] (mod p),
que é o resultado desejado ¥
Como [NG (H) : H] ≥ 1, em qualquer caso, temos que [NG (H) : H] > 1, pois
p divide [NG (H) : H]. Portanto, H 6= NG (H). ¥
[G : N] ≤ [G : H] e [G : H] > 1,
então
r ≤ 1 + (|H| − 1) [G : N]
≤ 1 + (|H| − 1) [G : H]
= 1 + |G| − [G : H]
< |G| ,
Observe que o Lema 5.61 é falso quando G não é um grupo abeliano. Para
ver isto, considere G = S3 e n = 2.
G = H1 × · · · × Hk ,
com
ni
Hi = {a ∈ G : api = e}
um subgrupo de G de ordem pni i , para i ∈ {1, . . . , k}. Além disso, a decom-
posição é única, a menos da ordem dos fatores.
Por outro lado, como o mdc(|H| , |K|) = 1 temos, pelo Teorema de Lagrange,
que H ∩ K = {e}. Logo,
Em particular,
G = H1 × · · · × Hk ,
E
' M.
hai
em que
1 ≤ e1 ≤ e2 ≤ · · · ≤ et e e1 + e2 + · · · + et = ni
(note que t e e1 , . . . , et dependem de i). Neste caso, dizemos que Hi é
um grupo do tipo
(pei 1 , pei 2 , . . . , pei t )
Prova. (Existência) Pelo Corolário 5.5, basta provar que Hp , com p um número
primo, é um produto de grupos cíclicos. Vamos usar indução sobre |Hp |. Con-
sideremos a função ϕ : Hp → Hp definida por ϕ(x) = xp . Então, pelo Lema
5.61, ϕ é um homomorfismo de grupos. Sejam E = ker ϕ e K = Im ϕ. Então,
pelo Primeiro Teorema de Isomorfismo,
Hp
' K.
E
Assim,
Hp
E e
K
são p-grupos abelianos elementares, com
Neste caso, |K| < |Hp |, pois |E| > 1. Logo, pela hipótese de indução,
ki = ϕ(hi ) = hpi , i = 1, . . . , t.
(c) O subgrupo
¿ e −1 À ¿ e −1 À ¿ e −1 À
pi 1 pi 2 p t
E ∩ K = h1 × h2 × · · · × ht i
De fato, como
podem diferir apenas nas primeiras coordenadas, as quais são iguais a p. Neste
caso,
(p, . . . , p, pe1 , pe2 , . . . , peu ) e (p, . . . , p, pe1 , pe2 , . . . , peu ),
Logo, a ordem de Hp é igual
com 1 ≤ e1 ≤ e2 ≤ · · · ≤ et , ou seja,
Então
|Hp | = pe1 +e2 +···+et .
Assim, e1 + e2 + · · · + et = n e 1 ≤ e1 ≤ e2 ≤ · · · ≤ et . Logo, os inteiros
e1 , e2 , . . . , et
e1 , e2 , . . . , et ,
Hp = H1 × · · · × Ht
Solução. Como
n = 1.800 = 23 32 52 ,
temos que
Z8 × Z9 × Z25 Z4 × Z2 × Z3 × Z3 × Z25
Z8 × Z9 × Z5 × Z5 Z4 × Z2 × Z3 × Z3 × Z5 × Z5
Z8 × Z3 × Z3 × Z25 Z2 × Z2 × Z2 × Z9 × Z25
Z8 × Z3 × Z3 × Z5 × Z5 Z2 × Z2 × Z2 × Z9 × Z5 × Z5
Z4 × Z2 × Z9 × Z25 Z2 × Z2 × Z2 × Z3 × Z3 × Z25
Z4 × Z2 × Z9 × Z5 × Z5 Z2 × Z2 × Z2 × Z3 × Z3 × Z5 × Z5
n = pn1 1 · · · pnk k
mk
m = pm
1 · · · pk , 0 ≤ mi ≤ ni , i = 1, . . . , k.
1
338 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
®
Assim, pelo item (3) da Proposição 1.70, pni i −mi é um subgrupo cíclico de
Zpni i de ordem
pni i
= pm
i .
i
é um subgrupo de G de ordem m. ¥
EXERCÍCIOS
{e} = Gn ⊆ Gn−1 ⊆ · · · ⊆ G1 ⊆ G0 = G
11. Seja G um grupo finito tal que Aut(G) age transitivamente sobre S =
G − {e}. Mostre que qualquer elemento de G é de ordem um número
primo p e G é grupo abeliano, isto é, G é um p-grupo abeliano elementar.
n = max{k ∈ Z+ : pk | |G|}.
Corolário 5.69 Sejam p um número primo e G um grupo finito tal que |G| =
mpn , com mdc(m, p) = 1. Então aP a−1 ∈ Sylp (G), para todo P ∈ Sylp (G) e
a ∈ G.
aP ∈ S H ⇔ haP = aP, ∀ h ∈ H,
⇔ a−1 haP = P, ∀ h ∈ H,
⇔ a−1 ha ∈ P, ∀ h ∈ H,
⇔ a−1 Ha ≤ P
⇔ H ≤ aP a−1 ,
342 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
Corolário 5.71 Sejam p um número primo e G um grupo finito tal que |G| =
mpn , com mdc(m, p) = 1. Se P ∈ Sylp (G), então P é o único p-subgrupo de
Sylow de NG (P ).
Então
np = |S| = [G : NG (P )]
é um divisor de [G : P ] e a função ∗ : P × S → S definida por a ∗ Q = aQa−1 ,
para todo a ∈ P e Q ∈ S, é uma ação de P sobre S (prove isto!). Logo, pelo
Lema 5.53,
¯ ¯
|S| ≡ ¯S P ¯ (mod p).
Agora,
Q ∈ S P ⇔ Q = aQa−1 , ∀ a ∈ P, ⇔ P ≤ NG (Q),
5.5. TEOREMAS DE SYLOW 343
Corolário 5.73 Sejam p um número primo, G um grupo finito tal que |G| =
mpn , com mdc(m, p) = 1, e P um p-subgrupo de Sylow de G. Então as
seguintes condições são equivalentes:
2. P é um subgrupo normal em G;
3. P é um subgrupo característico em G.
k
4. Se Ωp = {a ∈ G : ap = e, k ∈ Z+ } é um subconjunto qualquer de G,
então H = hΩp i é um p-subgrupo de G.
Dado a ∈ Q, obtemos
Observação 5.74 Sejam p um número primo, G um grupo finito tal que |G| =
mpn , com mdc(m, p) = 1 e P um p-subgrupo de Sylow de G. Se np = 1, então
P é um subgrupo normal em G. Mas a recíproca é falsa se P não é um p-
subgrupo de G, por exemplo, se G = S5 (|G| = 23 · 3 · 5), então G contém um
“único” subgrupo normal H = A5 (|H| = 22 · 3 · 5), o qual não é um p-subgrupo
de Sylow de G.
G = P1 × · · · × Pk ,
5.5. TEOREMAS DE SYLOW 345
2. [G : H] ≡ 1 (mod p).
Prova. Vamos provar apenas o item (1). É claro que H ⊆ NG (H). Por outro
lado, dado x ∈ NG (H), temos que P e xP x−1 são p-subgrupos de Sylow de H,
pois P ⊆ NG (H). Assim, pelo Segundo Teorema de Sylow, existe h ∈ H tal
que
P = hxP x−1 h−1 = hxP (hx)−1 .
Logo, hx ∈ NG (P ) ⊆ H. Portanto, x = h−1 (hx) ∈ H, isto é, NG (H) ⊆ H. ¥
346 CAPÍTULO 5. OS TEOREMAS DE SYLOW
5.6 Aplicações
Nesta seção apresentaremos algumas técnicas para produzir subgrupos nor-
mais em grupos de uma dada ordem (pequena). Essas técnicas podem ser
listadas como:
• Contando elementos.
[
·
Ωp = {a ∈ G : |a| = |hai| = p} = (P − {e})
P ∈Sylp (G)
implica que
|Ωp | = np |P − {e}| = np (p − 1).
n3 = 1, 4, 7, . . . e n3 | 35
n5 = 1, 6, 11, . . . e n5 | 21
n7 = 1, 8, 15, . . . e n7 | 15.
n5 = 1, 6, 11, . . . e n5 | 12.
|S6 | = 6! = 24 · 32 · 5,
n3 = 1, 4, 7, . . . e n3 | 13 · 29.
n5 = 1, 6, 11, . . . e n5 | 76
n19 = 1, 20, 39, . . . e n19 | 20.
Afirmação. n5 = 1 ou n19 = 1.
De fato, se n5 = 76 e n19 = 20, então, pelo visto acima, obtemos
n5 = 1, 6, 11, . . . e n5 | 19
n19 = 1, 20, 39, . . . e n19 | 5.
n5 = 1, 6, 11, . . . e n5 | 91
n7 = 1, 8, 15, . . . e n7 | 65
n13 = 1, 14, 27, . . . e n13 | 35.
n7 = 1, 8, 15, . . . e n7 | 3 · 52 .
52 · 72 | NG (K) ⇒ [G : NG (K)] | 3,
Exemplo 5.86 Sejam p um número primo e G um grupo finito tal que |G| =
mpn , com mdc(m, p) = 1. Sejam H um subgrupo normal em G e P um p-
subgrupo de Sylow de G. Mostre que H ∩ P é um p-subgrupo de Sylow de H e
PH G
H
é um p-subgrupo de Sylow de H .
a−1 Qa ≤ H ∩ P ≤ P,
pois
a−1 Qa ≤ a−1 Ha = H e a−1 Qa ≤ P.
Pela maximalidade da ordem de Q em H, temos que
G
G −→ H
| |
PH
P H ←→ H
| |
H ←→ {H}
temos que ∙ ¸
G PH
[G : P H] = : .
H H
Logo,
µ ∙ ¸¶
G PH
mdc p, : = 1, pois [G : P ] = [G : P H][P H : P ].
H H
Portanto, PH
H
é um p-subgrupo de Sylow de G
H
. ¥
Solução. Como |G| = pqr temos, pelo Primeiro Teorema de Sylow, que
G contém um p-subgrupo de Sylow P , um q-subgrupo de Sylow Q e um r-
subgrupo de Sylow R. Mas, pelo Terceiro Teorema de Sylow,
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | qr
nq = 1, 1 + q, 1 + 2q, . . . e nq | pr
nr = 1, 1 + r, 1 + 2r, . . . e nr | pq.
Afirmação. np = 1 ou nq = 1 ou nr = 1.
De fato, se np > 1, nq > 1 e nr > 1, então é fácil verificar que nr = pq, nq ≥ r
e np ≥ q. Por exemplo,
r < nr = ps qt , 0 ≤ s, t ≤ 1,
implica que nr = pq. Logo,
pqr = |G| = np (p − 1) + nq (q − 1) + nr (r − 1) + 1
≥ q(p − 1) + r(q − 1) + pq(r − 1) + 1.
Assim,
0 ≥ qr − q − r + 1 = (q − 1)(r − 1) > 0,
o que é uma contradição. Portanto, G contém um s-subgrupo de Sylow normal
para s = p, q ou r. ¥
5.6. APLICAÇÕES 355
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | q
nq = 1, 1 + q, 1 + 2q, . . . e nq | p.
n2 = 1, 3, 4, . . . e n2 | 3
n3 = 1, 4, 7, . . . e n3 | 4.
G = HK ' H × K.
Portanto,
G ' Z4 × Z3 ' Z12
e
G ' Z2 × Z2 × Z3
' Z2 × Z6 .
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | m.
6, 10, 14, 15, 18, 26, 34, 35, 38, 39, 46, 50, 51, 54, 55, 58, 62, 65, 69,
72, 74, 77, 82, 84, 85, 86, 94, 95 e 99.
n2 = 1, 3, 5, . . . e n2 | pn
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | 2m .
Logo, np = 4 e p = 3 ou np = 8 e p = 7. Se np = 4 e p = 3, então [G : N] = 4,
com N = NG (K). Assim, pelo Teorema 5.36, existe um homomorfismo de
grupos injetor π H : G → S4 , pois G é um grupo simples. Logo, pelo Teorema
de Lagrange, 2m 3n é um divisor de 4! = 24. Neste caso, n = 1 e n2 = 3.
Novamente, pelo Teorema 5.36, existe um homomorfismo de grupos injetor
0
π H : G → S3 . Logo, pelo Teorema de Lagrange, 2m 3 é um divisor de 3! = 6.
Neste caso, m = 1 e |G| = 6, isto é, G é um grupo não simples. De modo
inteiramente análogo, tratamos o caso, np = 8 e p = 7. Portanto, eliminamos
todos os grupos da forma:
12, 20, 24, 28, 36, 40, 44, 52, 56, 68, 76, 88, 92, 98 e 100.
4.o Caso. Se |G| = pqr, com p, q e r números primos distintos, então pelo
Exemplo 5.89 G é um grupo não simples. Assim, eliminamos todos os grupos
da forma:
30, 42, 66, 70, 75, 78.
5.6. APLICAÇÕES 359
são não simples, por exemplo, se |G| = 45 = 32 5, então pelo Primeiro Teorema
de Sylow G contém um 3-subgrupo de Sylow H. Mas, pelo Terceiro Teorema
de Sylow,
n3 = 1, 4, 7, . . . e n3 | 5.
Logo, n3 = 1 e H é um subgrupo normal em G. Assim, G é um grupo não
simples. Portanto, |G| = 60. ¥
EXERCÍCIOS
mdc([G : H], p) = 1,
10. Mostre que se |G| = 105, então G possui um 5-subgrupo de Sylow normal
e um 7-subgrupo de Sylow normal.
11. Mostre que se |G| = 200, então G possui um 5-subgrupo de Sylow normal.
18. Seja G um grupo com |G| = 112 132 . Mostre que G é um grupo abeliano.
29. Mostre que se |G| = pqn , com p, q números primos e p < q, então existe
um q-subgrupo de Sylow normal em G.
42. Sejam G um grupo finito e p o menor número primo que divide a ordem
de G. Mostre que se P é um p-subgrupo de Sylow cíclico de G, então
CG (P ) = NG (P ).
i1 , . . . , ik ∈ {1, . . . , n}
tais que
363
364 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
Notação: σ = (i1 . . . ik ) e
(
im+1 , se m < k
σ m (i1 ) =
i1 , se m = k.
é um 3-ciclo.
Um ciclo de comprimento dois chama-se uma transposição ou uma inversão.
É claro que nem toda permutação de Sn é um ciclo.
Sejam σ = (i1 . . . ik ) e τ = (j1 . . . jl ) dois ciclos em Sn . Dizemos que σ e τ
são permutações disjuntas se
A = {x ∈ S : σ(x) 6= x}
Portanto, existem
à !
n(n − 1) · · · (n − k + 1) n
= (k − 1)!
k k
k-ciclos distintos em Sn .
ϕ = στ = (134)(25)
e
|O(ik )| = [G : Gik ], k = 1, . . . , r,
pois
G
= {Gik , σGik , . . . , σ dk −1 Gik }.
Gik
Seja
¡ ¢
σ k = (ik1 ik2 . . . ikdk ) = ik σ(ik ) . . . σ dk −1 (ik ) .
e
σ(ikdk ) = σ(σ dk −1 (ik )) = σ dk (ik ) = ik , k = 1, . . . , r.
6.1. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES 367
e
σl (x) = x, se l 6= k,
ou seja, (
σ(x), se x ∈ O(ik )
σ k (x) =
x, se x ∈
/ O(ik )
e σ 1 , . . . , σ r são disjuntos. Como ciclos disjuntos comutam temos que
isto é, σ = σ 1 · · · σ r .
(Unicidade) Seja σ = τ 1 · · · τ r outra decomposição de σ em ciclos disjuntos.
Então, dado x ∈ S, existe um único m ∈ {1, . . . , r} tal que x ∈ O(im ). Logo,
O(1) = {1, 3, 7}, O(2) = {2, 9}, O(4) = {4} e O(5) = {5, 6, 8}.
Neste caso,
• • •
{1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} = O(1) ∪ O(2) ∪ O(4) ∪ O(5).
Portanto,
σ = (137)(4)(586)(29) = (137)(29)(586).
1 · N1 + 2 · N2 + · · · + k · Nk = n,
pois
S
•
{1, . . . , n} = O(ik )
k∈{1,...,r}
é um k-ciclo em Sn .
Prova. Primeiro note que como ciclos disjuntos são comutativos temos que
σm = σm m
1 · · · σ r , ∀ m ∈ Z+ ,
σm = I ⇔ σm
k = I, k = 1, . . . , r.
m = mmc(m1 , . . . , mr ).
m1 + · · · + mr = n
x ∈ S = {1, . . . , n},
obtemos
|G|
|O(x)| = .
|Gx |
370 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
Como ϕσ j ϕ−1 possui a mesma estrutura de ciclo de σ j temos, pelo item (3),
que σ e τ possuem a mesma estrutura de ciclos.
Reciprocamente, suponhamos que σ e τ tenham a mesma estrutura de
ciclos. Então ³ ´ ³ ´
(1) (1) (r) (r)
σ= i1 . . . ik1 ··· i1 . . . ikr
³ l ´ ³ l ´
(1) (1) (r) (r)
τ = j1 . . . jk1 ··· j1 . . . jkr ,
6.1. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES 371
Então ϕσ = τ ϕ, pois
(t)
(τ ◦ ϕ)(i(t) (t) (t)
st ) = τ (ϕ(ist )) = τ (jst ) = jst +1 , 1 ≤ st ≤ kt e 1 ≤ t ≤ r
e
(t) (t)
(ϕ ◦ σ)(i(t) (t)
st ) = ϕ(σ(ist )) = ϕ(ist +1 ) = jst +1 , 1 ≤ st ≤ kt e 1 ≤ t ≤ r.
Portanto, τ = ϕσϕ−1 . ¥
Solução. Como
στ σ −1 = (σ(1)σ(6)σ(7)σ(9))
temos que στ σ −1 = (2679). ¥
σ(12)(34)σ −1 = (56)(13).
Solução. Como
¡ ¢¡ ¢
σ(12)(34)σ−1 = σ(12)σ −1 σ(34)σ −1
temos que
σ(12)(34)σ −1 = (σ(1)σ(2)) (σ(3)σ(4)) .
Logo,
(σ(1)σ(2)) (σ(3)σ(4)) (σ(5)) (σ(6))
l l l l
(56) (13) (2) (4) .
Assim, escolhendo σ = (152643), obtemos σ(12)(34)σ−1 = (56)(13). ¥
372 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
σ(123)σ−1 = (13)(578).
1. Sn = hT1 i, com
T1 = {(ij) : 1 ≤ i < j ≤ n} .
2. Sn = hT2 i, com
T2 = {(1k) : 1 < k ≤ n}
= {(12) , (13) , . . . , (1n)}.
6.1. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES 373
3. Sn = hT3 i, com
τ = (12), σ = (12 . . . n − 1) ∈ G,
Prova. (1) Pelo Teorema 6.2, basta provar que todo ciclo é um produto de
transposições, pois I = (12)(12) ∈ hT1 i e hT1 i ⊆ Sn . Seja σ = (i1 . . . ik ) um
k-ciclo em Sn . Então
σ = τ 1 · · · τ k−1 .
374 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
Logo,
(12), (23), . . . , ((n − 1)n) ∈ hτ , σi .
Portanto, pelo item (3), Sn = hτ , σi.
(5) Como G age transitivamente sobre S = {1, 2, . . . , n} temos que existe
ϕ ∈ G tal que ϕ(2) = n. Seja
Então
ϕτ ϕ−1 = ϕ ◦ (12) ◦ ϕ−1 = (jn) ∈ G.
Dado i ∈ {1, 2, . . . , n − 1}, existe ς = σ k ∈ G tal que ς(i) = j. Assim,
2. An = hT1 i, com
3. An = hT2 i, com
P = P σ = (−1)r P
(klm) = (aij),
onde i, j ∈ {1, 2, . . . , n} − {a, b}. Pelo 1.o Caso, (abi), (abj) ∈ hT2 i. Logo,
Logo,
Portanto, An = hT2 i. ¥
para todo i ∈ {1, 2, . . . , n} − {a, b}. Logo, pelo item (3) da Proposição 6.10,
H = An .
(b) Pelo item (a), basta provar que H contém um 3-ciclo. Sejam σ ∈ H,
com σ 6= I, e k o maior comprimento de um ciclo ocorrendo na decomposição
de ciclos disjuntos de σ. Assim, há vários casos a serem considerados:
1.o Caso. Se k ≥ 4, então
σ = (i1 i2 i3 i4 . . . ik ) · · ·
6.1. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES 377
Logo,
Portanto, H = An .
2.o Caso. Se k = 3 e σ contém pelo menos dois 3-ciclos disjuntos (abc) e
(def ), então
σ = (abc)(def ) · · ·
Logo,
ϕ = (abd)σ(adb) = (abd)σ(abd)−1 ∈ H
⇒ (adbf c) = σ −1 ϕ ∈ H.
σ = (abc) · · ·
Logo,
σ 2 = (acb) ∈ H.
Portanto, H = An .
4.o Caso. Se k = 2, então
σ = (ab)(cd) · · ·
Logo,
ϕ = (abi)σ(aib) = (abi)σ(abi)−1 ∈ H
⇒ (abi) = σ −1 ϕ ∈ H,
Exemplo 6.12 Mostre que An não admite subgrupo próprio H em que [An :
H] = m < n, para todo n ∈ N, com n ≥ 5.
378 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
τ στ −1 σ −1 = (abc) ∈ Sn0 .
Como Sn0 é um subgrupo normal em Sn temos que ϕ(abc)ϕ−1 ∈ Sn0 , para todo
ϕ ∈ Sn . Logo, Sn0 contém qualquer 3-ciclo e, portanto, An ⊆ Sn0 . Por outro
lado, pelo item (3) do Exemplo 2.45, Sn0 ⊆ An . Portanto, Sn0 = An . ¥
Assim,
(ik) = σ(ik)σ −1 = (σ(i)σ(k)).
Portanto, σ(i) = i, para todo i ∈ {1, 2, . . . , n}, isto é, σ = I e Z(Sn ) = {I}. ¥
Teorema 6.16 Seja G um grupo simples com |G| = 60. Então G é isomorfo
a A5 .
G
Prova. Sejam H qualquer subgrupo de G e S = H . Então, pelo Teorema
5.36, existe um homomorfismo de grupos ϕ : G → P (S). Note que ϕ é injetor,
pois G é um grupo simples. Logo,
Exemplo 6.17 Seja G um grupo de ordem 2k, com k ímpar. Mostre que G
possui um subgrupo de índice 2.
[
• [
•
K= O(σ) = {σ, τ σ}.
σ∈K σ∈K
a ←→ τ = ϕ(a) = ϕa = (σ 1 τ σ 1 ) · · · (σ k τ σ k ),
6.1. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES 381
Note que
σ n = I = τ 2 e τ σ = σ −1 τ .
1. an = e = b2 e ak 6= e se 0 < k < n.
2. ba = a−1 b.
Então G é isomorfo a Dn .
Prova. Como G = ha, bi temos, pela Proposição 1.51, que cada elemento de
G pode ser escrito sob a forma
Por exemplo,
ak bam b = ak a−m = ak−m ∈ G.
Em particular, b = b−1 e ab = ba−1 . É fácil verificar que a função f : Dn → G
definida por f (σ i τ j ) = ai bj é um homomorfismo de grupos sobrejetor.
Finalmente, se σ i τ j ∈ ker f , então ai bj = e, com i ∈ {0, 1, . . . , n − 1} e
j ∈ {0, 1}. Assim, há duas possibilidades para j:
1.a Possibilidade. Se j = 0, então ai = e, com 0 ≤ i < n. Logo, pela
condição (1), i = 0.
2.a Possibilidade. Se j = 1, então ai = b, com 0 ≤ i < n. Logo, pela
condição (2),
EXERCÍCIOS
15. Mostre que existe um subgrupo cíclico G de Sn tal que |G| = n e G age
transitivamente sobre S = {1, 2, . . . , n}.
384 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
(b) Mostre que se ϕ(G) contém uma permutação ímpar, então G contém
um subgrupo de índice 2.
[H, K] = h[h, k] : h ∈ H e k ∈ Ki ,
Em particular,
(3) Dado y ∈ ϕ([H, K]), existe x ∈ [H, K] tal que ϕ(x) = y. Assim, existe
n ∈ N tal que
x = x1 · · · xn ,
6.2. GRUPOS SOLÚVEIS 387
É fácil verificar, pelo item (3) do Lema 6.19, que cada G(n+1) é um subgrupo
característico em G(n) , para todo n ∈ N. Mais geralmente, ϕ(G(n) ) ⊆ G(n) ,
para todo ϕ ∈ End(G). Note que
Dn = {ai bj : i = 0, . . . , n − 1 e j = 0, 1},
am b = ba−m = ban−m , ∀ m ∈ Z.
Logo, ⎧
⎪
⎪ e, se x = ar e y = as
⎪
⎨ a2r , se x = ar e y = as b
[x, y] = xyx−1 y −1 =
⎪
⎪ a−2s , se x = ar b e y = as
⎪
⎩ 2r
a , se x = ar b e y = as b.
Portanto,
(
® Zn , se n é um número ímpar
Dn(1) = [Dn , Dn ] = a2 =
Z n2 , se n é um número par.
Assim,
£ ¤
Dn(2) = Dn(1) , Dn(1) = {e}.
Portanto, Dn é um grupo solúvel de índice de solubilidade igual a 2. ¥
Sn(m) = An 6= {e}, ∀ m ∈ N.
G
Prova. Suponhamos que H e H
sejam grupos solúveis. Então existem m, n ∈
N tais que
µ ¶(n)
(m) G
H = {e} e = {H}.
H
Como
G
π:G→
H
390 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
{e} = Gn ⊆ Gn−1 ⊆ · · · ⊆ G1 ⊆ G0 = G
tais que
Prova. Suponhamos que G seja um grupo solúvel. Então existe n ∈ N tal que
G(n) = {e}. Logo, existe uma cadeia de subgrupos
G(i)
, i = 0, . . . , n − 1,
G(i+1)
é um grupo abeliano.
6.2. GRUPOS SOLÚVEIS 391
G(m) ≤ Gm , ∀ m ∈ Z+ .
de Gm+1 . Portanto,
G(n) ≤ Gn = {e},
nq = 1, 1 + q, 1 + 2q, . . . e nq | p.
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | q
nq = 1, 1 + q, 1 + 2q, . . . e nq | p2 .
Afirmação. np = 1 ou nq = 1.
De fato, se np > 1 e nq > 1, então é fácil verificar que np = q e nq = p2 . Logo,
|G| = p2 q ≥ np (p2 − 1) + nq (q − 1) + 1
= q(p2 − 1) + p2 (q − 1) + 1.
Assim,
0 ≥ p2 q − q − p2 + 1 = (p2 − 1)(q − 1) > 0,
o que é uma contradição. Portanto, P é um subgrupo normal em G ou Q é
um subgrupo normal em G, digamos P é um subgrupo normal em G. Logo,
pela Proposição 6.29,
G
P e
P
são grupos solúveis. Portanto, pela Proposição 6.26, G é um grupo solúvel. ¥
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | q 2
nq = 1, 1 + q, 1 + 2q, . . . e nq | p2 .
394 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
Afirmação. np = 1 ou nq = 1.
De fato, se np > 1 e nq > 1, então é fácil verificar que nq = p2 e np ≥ q. Logo,
|G| = p2 q2 ≥ np (p2 − 1) + nq (q 2 − 1) + 1
≥ q(p2 − 1) + p2 (q 2 − 1) + 1.
Assim,
0 ≥ p2 q − q − p2 + 1 = (p2 − 1)(q − 1) > 0,
o que é uma contradição. Portanto, P é um subgrupo normal em G ou Q é
um subgrupo normal em G, digamos P é um subgrupo normal em G. Logo,
pela Proposição 6.29,
G
P e
P
são grupos solúveis. Portanto, pela Proposição 6.26, G é um grupo solúvel. ¥
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | q
nq = 1, 1 + q, 1 + 2q, . . . e nq | p3 .
Afirmação. np = 1 ou nq = 1.
De fato, se np > 1 ou nq > 1, então é fácil verificar que np = q e nq ≥ p2 .
Logo,
|G| = p3 q ≥ np (p3 − 1) + nq (q − 1) + 1
≥ q(p3 − 1) + p2 (q − 1) + 1.
Assim,
0 ≥ p2 q − q − p2 + 1 = (p2 − 1)(q − 1) > 0,
6.2. GRUPOS SOLÚVEIS 395
np = 1, 1 + p, 1 + 2p, . . . e np | qr
nq = 1, 1 + q, 1 + 2q, . . . e nq | pr
nr = 1, 1 + r, 1 + 2r, . . . e nr | pq.
Afirmação. np = 1 ou nq = 1 ou nr = 1.
De fato, se np > 1, nq > 1 e nr > 1, então é fácil verificar que nr = pq, nq ≥ r
e np ≥ q. Logo,
|G| = pqr = np (p − 1) + nq (q − 1) + nr (r − 1) + 1
≥ q(p − 1) + r(q − 1) + pq(r − 1) + 1.
Assim,
0 ≥ qr − q − r + 1 = (q − 1)(r − 1) > 0,
o que é uma contradição. Portanto, P é um subgrupo normal em G ou Q é
um subgrupo normal em G ou R é um subgrupo normal em G, digamos P é
um subgrupo normal em G. Logo, pelas Proposições 6.29 e 6.30
G
P e
P
396 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
EXERCÍCIOS
1. Sejam G um grupo e a, b, c ∈ G.
3. Seja G um grupo. Mostre que G0 ⊆ Z(G) se, e somente se, [[a, b], c] =
[a, [b, c]], para todos a, b, c ∈ G. (Sugestão: Mostre que [a, b] = [a−1 , b−1 ]
e use [[a, b], c] = [a, [b, c]] para chegar em [[a, b−1 c], b] = e.)
[G : H] = [M : M ∩ H]
14. Seja
15. Seja ⎧⎡ ⎤ ⎫
⎪
⎨ 1 a b ⎪
⎬
⎢ ⎥
G = ⎣ 0 1 c ⎦ ∈ M3 (R) : a, b, c ∈ R .
⎪
⎩ ⎪
⎭
0 0 1
Mostre que G é um grupo solúvel. Generalize para uma matriz triangular
superior qualquer com 1 na diagonal principal.
16. Seja G um grupo simples. Mostre que G é um grupo solúvel se, e somente
se, G é um grupo cíclico.
34. Seja G um grupo tal que Aut G é um grupo solúvel. Mostre que G é um
grupo solúvel.
36. Mostre que não existe grupo simples não abeliano com ordem menor do
que 60.
37. Mostre que qualquer grupo simples não cíclico G de ordem menor do que
100 é de ordem 60.
400 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G1 ≤ G0 = G
tais que
44. Mostre que se |G| = 2p, com p um número primo, então G é um grupo
supersolúvel.
G
45. Sejam G um grupo e H, K subgrupos normais em G. Mostre que se H
G G
e K são grupos supersolúveis, então H∩K é um grupo supersolúvel.
6.3. GRUPOS NILPOTENTES 401
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G1 ≤ G0 = G
tais que
Gi+1 E Gi , 0 ≤ i ≤ n − 1,
e será denotada por
S = (Gi )n−1
i=0 .
Os grupos
Gi
, 0 ≤ i ≤ n − 1,
Gi+1
são chamados de grupos fatores. O comprimento de uma série subnormal é o
número de grupos fatores não triviais.
Uma série normal em G é uma cadeia finita de subgrupos de G
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
tais que
Gi+1 E G, 0 ≤ i ≤ n − 1.
Uma série normal S = (Gi )n−1
i=0 em G é chamada de série central superior
em G se µ ¶
Gi G
≤Z , 0 ≤ i ≤ n − 1.
Gi+1 Gi+1
Seja G um grupo. Dizemos que G é um grupo nilpotente se G tem uma
série central. O menor comprimento da série central é chamado o índice de
nilpotência de G.
402 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
{I} ≤ A3 ≤ G
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
Como µ ¶
G G
Z E
Z1 (G) Z1 (G)
temos, pelo Teorema da Correspondência, que existe um único subgrupo nor-
mal Z2 (G) em G tal que
µ ¶
Z2 (G) G
=Z .
Z1 (G) Z1 (G)
Prova. Vamos provar apenas o item (2). Vamos usar indução sobre n. Se
n = 1, nada há para ser provado. Suponhamos que o resultado seja válido
para todo n > 1, isto é, Zn (G) é um subgrupo característico em G. Sejam
a ∈ Zn+1 (G) e ϕ ∈ Aut(G). Então
Prova. Suponhamos que G seja nilpotente. Então G possui uma série central
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G,
com G1 6= G0 .
Afirmação. Gn−i é um subgrupo de Zi (G), para todo i ∈ Z+ .
De fato, se i = 0, nada há para ser provado. Suponhamos que o resultado seja
válido para i > 0, isto é, Gn−i é um subgrupo de Zi (G). Como
µ ¶ µ ¶
Gn−(i+1) G G Zi+1 (G)
≤Z ≤Z ≤
Gn−i Gn−i Gi Zi (G)
3. µ ¶
Z n (G) G
≤Z , ∀ n ∈ Z+ .
Z n+1 (G) Z n+1 (G)
Prova. Suponhamos que G seja nilpotente. Então G tem uma série central
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G.
G
Prova. Suponhamos que H
seja nilpotente. Então existe n ∈ N tal que
µ ¶
n G
Z = {H}.
H
Como
G
π:G→
H
é um homomorfismo de grupos sobrejetor temos, indutivamente, que
µ ¶
m G
Z = π (m) (Z m (G)), ∀ m ∈ N.
H
408 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
Logo, µ ¶
n G
{H} = Z = π (n) (Z n (G)) ⇒ Z n (G) ≤ H.
H
Assim,
Z n+1 (G) = [Z n (G), G] ≤ [H, G] ≤ {e},
pois H ⊆ Z(G). Portanto, G é um grupo nilpotente. ¥
1. G é um grupo nilpotente;
4. G é isomorfo a P1 × · · · × Pk .
Portanto, pelo item (1) do Lema 6.19, Z i (G) normaliza H, isto é, Z i (G) ⊆
NG (H) e H ⊂ NG (H).
(2 ⇒ 3) Sejam P = Pi e N = NG (P ). Como P é um subgrupo normal
em N temos que P é o único subgrupo de N, com ordem pni . Logo, P é um
subgrupo característico em N. Assim, P é um subgrupo normal em NG (N),
pois N é um subgrupo normal em NG (N). Por outro lado, pelo item (1) do
Teorema 5.76, NG (N) = N. Portanto, por hipótese, N = G e P é um subgrupo
normal em G.
6.3. GRUPOS NILPOTENTES 409
H = P1 · · · Pl−1 e K = Pl .
Então
H ' P1 × · · · × Pl−1 e |H| = |P1 | · · · |Pl−1 | .
Por outro lado, como o mdc(|H| , |K|) = 1 temos, pelo Teorema de Lagrange,
que H ∩ K = {e}. Logo,
Em particular,
G ' P1 × · · · × Pk .
temos que
G P1 Pk
' × ··· × .
Z(G) Z(P1 ) Z(Pk )
Agora, se Pi 6= {e}, então, pelo Teorema de Burnside, Z(Pi ) 6= {e} e G 6= {e}.
Logo, ¯ ¯
¯ G ¯
¯ ¯
¯ Z(G) ¯ < |G| .
Assim, pela hipótese de indução,
G
Z(G)
EXERCÍCIOS
410 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
10. Mostre que todo grupo nilpotente finito é um grupo supersolúvel. Mas
a recíproca é falsa.
6.4. SÉRIES DE COMPOSIÇÃO 411
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
{0} ≤ 72Z ≤ 8Z ≤ Z
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
Observação 6.49 Nem todo grupo admite uma série de composição, por
exemplo, o grupo aditivo dos números inteiro Z não admite uma série de com-
posição, pois
· · · ⊆ 2n Z ⊆ · · · ⊆ 2Z ⊆ Z.
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
Prova. Vamos usar indução sobre o comprimento de uma série chief para G.
Seja
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
6.4. SÉRIES DE COMPOSIÇÃO 413
temos que
Gi
Gn−1
Gi+1
, i = 0, . . . , n − 1,
Gn−1
Prova. (1) Pelo Exemplo 1.57, G contém um subgrupo normal maximal. Seja
G1 um subgrupo normal maximal em G. Então, pelo Lema 6.52,
G
G1
é um grupo simples. Seja G2 um subgrupo normal maximal em G1 . Então,
pelo Lema 6.52,
G1
G2
é um grupo simples. Continuando dessa modo (em no máximo |G| etapas),
obtemos uma série de composição
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
(3) Seja
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
é uma série de composição em G. Suponhamos, por absurdo, que ela tenha
um refinamento próprio. Então existe um subgrupo H de G tal que
Logo, GH
i+1
é um subgrupo próprio normal em GGi+1
i
, o que é uma contradição.
A recíproca, prova-se de modo inteiramente análoga. ¥
Sejam
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
e
{e} = Hm ≤ Hm−1 ≤ · · · ≤ H0 = G
duas cadeias subnormais para G. Dizemos que elas são equivalentes, se n = m
e existe uma permutação σ ∈ Sn tal que
Gi Hσ(i)
' , i = 0, . . . , n − 1.
Gi+1 Hσ(i)+1
Exemplo 6.54 Sejam G = H × K, N um subgrupo normal em H e M um
subgrupo normal em K. Então, pelo Primeiro Teorema de Isomorfismo,
G H K
' × .
N ×M N M
Logo, as cadeias subnormais
{e} ≤ N ≤ H e {e} ≤ M ≤ K
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G.
Então, pelo item (3) da Proposição 6.53, S não possui refinamento próprio.
Assim, os únicos refinamentos possíveis de S são obtidos inserindo cópias adi-
cionais de cada Gi . Portanto, qualquer refinamento de S possui os mesmos
fatores não triviais como S, isto é, equivalente a S. ¥
3.
M(H ∩ K) N(H ∩ K)
' .
M(H ∩ N) N(M ∩ K)
L = (M ∩ K)(H ∩ N)
é um subgrupo normal em H ∩K. Pelo item (7) da Proposição 2.40, M(H ∩N)
e N(M ∩ K) são subgrupos de H e K, repectivamente.
Seja a função
H ∩K
ϕ : M(H ∩ K) →
L
418 CAPÍTULO 6. GRUPOS SOLÚVEIS E NILPOTENTES
ac = bd ⇒ b−1 a = dc−1 ∈ M ∩ (H ∩ K) = M ∩ K ≤ L
⇒ Ld = Ldc−1 c = Lc
⇒ ϕ(ac) = ϕ(bd).
ac ∈ ker ϕ ⇔ ϕ(ac) = L ⇔ cL = L ⇔ c ∈ L.
M(H ∩ K) N(H ∩ K)
' ,
M(H ∩ N) N(M ∩ K)
pois isomorfimos é transitivo. ¥
Prova. Sejam
{e} = Gm ≤ Gm−1 ≤ · · · ≤ G0 = G
6.4. SÉRIES DE COMPOSIÇÃO 419
e
{e} = Hn ≤ Hn−1 ≤ · · · ≤ H0 = G
duas séries subnormais de G. Aplicando, o Lema de Zassenhaus, com
M = Gi+1 , H = Gi , N = Hj+1 , e K = Hj ,
com i = 0, 1, . . . , m − 1 e j = 0, 1, . . . , n − 1. Então
Gi+1 (Gi ∩ Hj ) Hj+1 (Gi ∩ Hj )
' .
Gi+1 (Gi ∩ Hj+1 ) Hj+1 (Gi+1 ∩ Hj )
Pondo
e
Hij = Hj+1 (Gi ∩ Hj ), i = 0, 1, . . . , m e j = 0, 1, . . . , n − 1,
obtemos
Gij Hij
' , i = 0, 1, . . . , m − 1 e j = 0, 1, . . . , n − 1.
Gi(j+1) H(i+1)j
Logo,
Gi0 = Gi ≥ Gi1 ≥ · · · ≥ Gin = Gi+1 , i = 0, 1, . . . , m − 1,
e
H0j = Hj ≥ H1j ≥ · · · ≥ Hmj = Hj+1 , j = 0, 1, . . . , n − 1.
Portanto, inserindo Gi1 ,. . . ,Gi(n−1) entre os membros Gi e Gi+1 da primeira
série subnormal de G e H1j ,. . . ,G(m−1)j entre os membros Hj e Hj+1 da segunda
série subnormal de G, obtemos refinamentos (de comprimento mn) das duas
séries subnormais de G que são equivalentes. ¥
Exemplo 6.59 Seja G um grupo abeliano. Mostre que G possui uma série
de composição se, e somente se, G é um grupo finito. Conclua que um grupo
finito G é um grupo solúvel se, e somente se, seus grupos fatores são ciclicos
de ordem primas.
{e} = Gn ≤ Gn−1 ≤ · · · ≤ G0 = G.
EXERCÍCIOS
então o grupo
G G G
G= × × ··· ×
K1 K2 Kn
possui
G
H=
K
como um produto residual, em que H é identificado com um subgrupo
de G via o homomorfismo de grupos
b
x = a−1 b = .
a
423
424 CAPÍTULO 7. ANEIS DE FATORAÇÃO ÚNICA E EUCLIDIANOS
Note, também, que se o anel A não possui elemento identidade, então não é
verdade, em geral, que a | a, para todo a ∈ A.
5. u ∈ U(A) se, e somente se, u divide 1 se, e somente se, (u) = (1) = A.
Prova. Vamos provar apenas o item (2). Suponhamos que a e b sejam asso-
ciados. Então existem x, y ∈ A tais que ax = b e by = a. Logo,
Observação 7.3 Seja A um anel. Então, pelo item (7) da Proposição 7.2,
[
·
A= a,
a∈A
com
a = {b ∈ A : b ∼ a}.
Neste caso, existe um conjunto minimal de representantes de classes de asso-
ciados P para A, isto é, P satisfaz às seguintes condições:
Sejam A um anel e
a = a1 · · · an
uma fatoração de um elemento a de A. Dizemos que ela é uma fotoração
própria de a se cada um dos fatores ai for um fator próprio de a em A. Caso
contrário, dizemos que ela é uma fotoração imprópria.
Observação 7.4 Seja A = 2Z o anel dos inteiros pares sem identidade. En-
tão o elemento 2k, com k um número ímpar, não tem fatoração própria e nem
imprópria em A. Enquanto, o elemento 2k, com k um número par, tem fa-
toração própria em A. Portanto, nem todo elemento de um anel admite uma
fatoração própria.
1. c ∈ A∗ e c ∈
/ U(A).
1. p ∈ A∗ e p ∈
/ U(A).
Exemplo 7.6 Seja A = Z o anel dos números inteiros. Mostre que os números
primos p e −p são ambos elementos irredutíveis e primos em A. Note que
Neste caso,
[
· [
·
P = p= {p, −p},
p∈P p∈P
{2, 3, 5, 7, . . . , p, . . .}.
2, 4 ∈
/ U(A). Isso ocorre, pois A é um anel comutativo com identidade, mas
possui divisores de zero. Note que
Portanto,
A
Z6 = 0 ∪ 1 ∪ 2 ∪ 3 e A = = {0, 1, 2, 3}.
∼
Assim, quando A está munido com o produto induzido por A, isto é, a · b = ab,
obtemos a tabela de multiplicação
· 0 1 2 3
0 0 0 0 0
1 0 1 2 3
2 0 2 4 0
3 0 3 0 3
para A. Note que A é isomorfo ao semigrupo multiplicativo de Z2 × Z2 . ¥
satisfaz as condições:
Prova. Vamos provar apenas o item (2). Suponhamos que c seja um elemento
irredutível em A. Então (c) 6= A. Seja (d) um elemento de F tal que (c) ⊆
(d) ⊆ A. Então existe x ∈ A tal que c = dx. Logo, por hipótese, x ∈ U(A)
ou d ∈ U(A). Se x ∈ U(A), então, pelos itens (2) e (6) do Proposição 7.2,
(c) = (d). Se d ∈ U(A), então, pelo item (3) do Proposição 7.2, (c) = A.
Portanto, (c) é um elemento maximal na família F.
Reciprocamente, suponhamos que (c) seja um elemento maximal na família
F. Então c 6= 0 e c ∈ / U(A). Se c = ab, então (c) ⊆ (a) e, por hipótese,
(c) = (a) ou (a) = A. Se (a) = A, então a ∈ U(A). Se (c) = (a), então existe
x ∈ A tal que a = cx. Assim,
c = ab ⇒ c = cxb ⇒ 1 = xb ⇒ b ∈ U(A),
Prova. (1) Vamos usar indução sobre n. Se n = 1, nada há para ser provado.
Suponhamos que o resultado seja válido para todo k, com 1 ≤ k < n. Como p
é um elemento primo em A e
p | a1 · · · an−1 ou p | an .
Se p divide an , acabou. Se
p | a1 · · · an−1 ,
então, pela hipótese de indução, p divide aj , para algum j = 1, . . . , n − 1.
(2) Vamos usar indução sobre m + n. Se m + n = 2, então m = n = 1 e
p1 = q1 . Suponhamos que o resultado seja válido para todo k, com 2 ≤ k ≤
m + n, e que
Então
pm+1 | q1 · · · qn
Logo, pelo item (1), pm+1 divide qi , para algum i = 1, . . . , n. Assim, existe
x ∈ A tal que qi = pm+1 x. Como qi é um elemento primo em A temos que qi
divide x ou qi divide pm+1 . Se qi divide x, então existe y ∈ A tal que x = qi y,
de modo que
Y
n
a=u pai i
i=1
(a1 ) ⊆ (a2 ) ⊆ · · · ⊆ A
Prova. Seja
[
I= (an ).
n∈N
1. A é um domínio de fatoração;
2. Se
(a1 ) ⊆ (a2 ) ⊆ · · · ⊆ A
é uma cadeia crescente de ideais em A. Então existe n ∈ N tal que
(a1 ) ⊂ (a2 ) ⊂ · · · ⊂ A
an = an+1 bn+1 ,
a1 = a2 b2 = a3 b3 b2 = a4 b4 b3 b2 = · · ·
Assim, se esse processo não terminar, então obtemos uma sequência estrita-
mente crescente de ideais
Sc = {a ∈ F : (a) ⊆ (c)}
é não vazio. Assim, podemos escolher a1 ∈ Sc tal que (a1 ) ⊆ (c), isto é,
a1 = ca2 , para um único a2 ∈ A∗ , pois A é um domínio de integridade. Agora,
vamos provar que a2 ∈ F. Suponhamos, por absurdo, que a2 ∈ / F. Então
temos duas possiblidades:
1.o Possibilidade. Se a2 ∈ U(A), então pelo item (6) da Proposição 7.9,
a1 ∈ I(A), o que é uma contradição, pois a1 ∈ F.
2.o Possibilidade. Se a2 ∈ / U(A), então a2 ∈ I(A). Logo, a1 ∈ I(A), o
que é uma contradição, pois a1 ∈ F.
Finalmente, indutivamente, obtemos an+1 ∈ F tal que (an ) ⊆ (an+1 ), para
todo n ∈ N. Então é fácil verificar que a cadeia de ideais
Y
k Y
m Y
n
a=u ai , b = v bi e c = w ci
i=1 i=1 i=1
Observação 7.17 A Proposição 7.16 é um critério muito útil para provar que
um determinado anel é anel de fatoração única.
Yk µ ¶Y k ³ ´
a −1 a 1 pi
∈S A e a=u pi , então = u ,
s i=1
s s i=1 1
a b p c
· = · ⇒ abu = cprt.
r t 1 u
Assim, p divide a ou p divide b ou p divide u. Se p divide u, então existe x ∈ A
tal que u = px. Logo,
p x u p
· = ⇒ ∈ U(S −1 A),
s 1 s s
p a
o que é uma contradição. Portanto, p divide a ou p divide b, isto é, 1
divide r
ou p divide bt . ¥
EXERCÍCIOS
A = {a : a ∈ A} = U(A)a.
a · b = ab
é um semigrupo.
(b) Mostre que A é um corpo se, e somente se, A contém exatamente
dois elementos.
(Sugestão: (b ⇒ c) Seja
( n )
Y
P(A) = pi : n ∈ N e pi elementos primos em A .
i=1
12. Seja A um domínio de ideais principais. Mostre que todo ideal não trivial
em A é o produto de um número finito de ideais primos.
b = b · 1 = abx + bpy ⇒ p | b,
mdc(12, 30) = 6,
1. d | ai , i = 1, . . . n.
2. Se c | ai , i = 1, . . . , n, então c | d.
Logo, ¯Ãj−1 ! à n !
¯ Y Y
¯
pj ¯ pbi i · pbi i
¯
i=1 i=j+1
Portanto, a divide b. ¥
7.2. MÁXIMO DIVISOR COMUM 443
d = a1 x1 + · · · + an xn
d = a1 x1 + · · · + an xn ,
onde xi ∈ A.
d = a1 x1 + · · · + an xn .
Por outro lado, se b ∈ (d), então existe y ∈ A tal que b = dy. Logo,
Portanto,
(d) = (a1 ) + · · · + (an ).
A recíproca é clara.
(2) O conjunto
I = (a1 ) + · · · + (an )
444 CAPÍTULO 7. ANEIS DE FATORAÇÃO ÚNICA E EUCLIDIANOS
(3) Sejam
Y
n Y
n
a1 = u1 pdi i1 , . . . , an = un pdi in
i=1 i=1
Y
n
c= pci i , com 0 ≤ ci ≤ dij , i, j = 1, . . . , n, ⇒ 0 ≤ ci ≤ dj .
i=1
Portanto, c | d. ¥
Então
6a −6b
d|6⇔ ∈Z e 2 ∈ Z.
a2 − 10b2 a − 10b2
Mas, isso ocorre, se e somente se, a ∈ {±1, ±2, ±3, ±6} e b = 0. Agora,
√ 8a − 20b 2a − 8b
d | (8 + 2 10) ⇔ 2 2
∈Z e 2 ∈ Z.
a − 10b a − 10b2
7.2. MÁXIMO DIVISOR COMUM 445
Mas, isso ocorre, se e somente se, a ∈ {±1, ±2} e b = 0. Logo, d ∈ {±1, ±2}.
É fácil ver que nenhum deles é divisível por todos os outros, o que é uma
contradição. ¥
mdc(a1 , . . . , an ) = 1.
a1 x1 + · · · + an xn = 1.
1. ai | m, i = 1, . . . n.
2. Se ai | c, i = 1, . . . , n, então m | c.
Y
n Y
n
a1 = u1 pdi i1 , . . . , an = un pdi in
i=1 i=1
Y
n
c= pci i , com 0 ≤ dij ≤ ci , i, j = 1, . . . , n, ⇒ 0 ≤ dj ≤ ci .
i=1
Portanto, m | c. ¥
Então
√
6 | m ⇒ 36 | (a2 − 10b2 ) e (8 + 2 10) | m ⇒ 24 | a2 − 10b2 ,
7.2. MÁXIMO DIVISOR COMUM 447
√ √
pois 6 | m∗ e (8 + 2 10) | m∗ , com m∗ = a − b 10 e m · m∗ = a2 − 10b2 .
Assim,
12 | (a2 − 10b2 ).
√
Por outro lado, como m divide qualquer múltiplo de 6 e 8 + 2 10 temos, por
√
exemplo, que m divide 12 e 6(4 + 10), respectivamente. Logo,
√
m | 12 ⇒ a2 − 10b2 | 144 e m | 6(4 + 10) ⇒ a2 − 10b2 | 216.
Assim,
(a2 − 10b2 ) | 72.
Portanto, a2 − 10b2 = 12, 24, 36 ou 72. Logo,
a1 , . . . , an , b1 , . . . , bn ∈ A∗ .
c = mmc(a1 , . . . , an ) · mdc(b1 , . . . , bn ),
d = mdc(b1 , . . . , bn )
448 CAPÍTULO 7. ANEIS DE FATORAÇÃO ÚNICA E EUCLIDIANOS
c | bi m, i = 1, . . . , n.
f | bi m, i = 1, . . . , n,
então
f ai | ai bi m, isto é fai | mc, i = 1, . . . , n.
Assim, pelo item (2) do Teorema 7.22, obtemos
EXERCÍCIOS
m = mmc(a1 , . . . , an ).
b
ai = a1 · · · ai−1 ai+1 · · · an .
Mostre que
a1 , . . . , b
mdc(a1 , . . . , an ) · mmc(b an ) ∼ a1 · · · an e
a1 , . . . , b
mmc(a1 , . . . , an ) · mdc(b an ) ∼ a1 · · · an .
5. Seja
√ © √ ª
A = Z[ −5] = a + b −5 : a, b ∈ Z
o subanel do corpo dos números complexos C.
√ √
(a) Mostre que 2, 3, 2 + −5 e 2 − −5 são elementos irredutíveis em
A, mas não são elementos primos em A.
√
(b) Mostre que os elementos 9 e 6 + 3 −5 não possuem um maior
divisor comum e nem um menor múltiplo comum.
√
(c) Mostre que um maior divisor comum de 3 e 2 + −5 existe, mas
um menor múltiplo comum não.
(d) Mostre que A não é um domínio de fatoração única.
mdc(a, b) = 1 e ab = c2 ,
está bem definida. Primeiro note que N(a) = 1 se, e somente se, a ∈ U(A)
e que N(ab) = N(a)N(b), para todos a, b ∈ A. Em particular, se c é um
divisor próprio de a, então N(c) < N(a). É claro que N satisfaz (1) e (2).
Agora, para provar (3), sejam a, b ∈ A∗ . Então, pelo item (2) do Teorema
7.22, d = mdc(a, b) existe e existem x, y ∈ A∗ tais que
d = ax + by 6= 0.
S = {N(a) : a ∈ I} ⊆ Z+
452 CAPÍTULO 7. ANEIS DE FATORAÇÃO ÚNICA E EUCLIDIANOS
Na forma matricial
" # " #" #
a q 1 b
= , com r = 0 ou N(r) < N(b).
b 1 0 r
Prova. Vamos provar apenas os itens (3) e (4): (3) Suponhamos que N(a) =
N(b) e a | b. Então existe x ∈ A tal que b = ax. Por outro lado, existem
q, r ∈ A tais que
Se r 6= 0, então
Assim, N(u) = N(1). Como N (A∗ ) 6= ∅ temos, pelo Princípio da Boa Orde-
nação, que N (A∗ ) contém um menor elemento, digamos m ∈ N (A∗ ). Logo,
pelo item (1), N(1) = m.
Reciprocamente, suponhamos que a ∈ A∗ é tal que N(a) = N(1). Então,
pelo item (3), a é associado a 1. Portanto, a ∈ U(A). ¥
é um domínio de fatoração.
454 CAPÍTULO 7. ANEIS DE FATORAÇÃO ÚNICA E EUCLIDIANOS
S = {N(α) : α ∈ F} ⊆ N
N(α0 ) ≤ N(α), ∀ α ∈ F.
Então
a = 0(a + b) + a e a = 1(a + b) + (−b),
7.3. ANEIS EUCLIDIANOS 455
com
N(a) < N(a + b) e N(−b) = N(b) < N(a + b).
Logo, o quociente e o resto não são únicos.
Reciprocamente, suponhamos que existam q, q1 , r, r1 ∈ A tais que
e
a = q1 b + r1 , com r1 = 0 ou N (r1 ) < N (b).
Então
r − r1 = (q1 − q)b.
Logo,
Observação 7.37 A condição (3) do Teorema 7.36, pode ser interpretada geo-
metricamente como: Para cada x ∈ K, consideremos o conjunto
n ≤ x < n + 1 e x − 1 < n ≤ x.
Neste caso,
[
R= [n, n + 1).
n∈Z
S = {m ∈ N : m > |x|}.
n ≤ x < n + 1.
m ≤ x < m + 1.
Se n < m, então
n < m ≤ x < n + 1,
o que é impossível. De modo análogo, trata o caso m < n. Portanto, m = n.¥
f (x) = bxc
bxc = max{n ∈ Z : n ≤ x}
e
0 ≤ x − bxc < 1
chama-se parte fracionária de x. Observe que se x ≤ y, então bxc ≤ byc, pois
se bxc > byc, então bxc ≥ byc + 1. Assim,
a = 1 · b + 1 ou a = 2 · b + (−3).
|n| N(n)
a = qn + r, com r = 0 ou N (r) = |r| ≤ = .
2 2
c ≤ b < c + 1,
|n|
a = qn + r, com |r| = |(b − q)n| ≤ ,
2
que é o resultado desejado. ¥
A = Z[i] = {a + bi : a, b ∈ Z}
é um domínio Euclidiano.
Q[i] = {a + bi : a, b ∈ Q}.
N(α) = αα∗ = a2 + b2
c ≤ r < c + 1 e d ≤ s < d + 1,
7.3. ANEIS EUCLIDIANOS 459
[c, c + 1) × [d, d + 1)
√
com diagonal de comprimento 2. Donde, existe um vértice q = m + ni ∈ A,
com distância menor do que ou igual a √12 de x. Logo,
1
N (x − q) = (r − m)2 + (s − n)2 ≤ < 1.
2
Portanto, A é um domínio Euclidiano. ¥
A = Z[ω] = {a + bω : a, b ∈ Z} ,
em que √
2πi 1 3
ω = exp( )=− + i e ω 2 + ω + 1 = 0,
3 2 2
é um domínio Euclidiano.
Q[ω] = {a + bω : a, b ∈ Q}.
N(α) = αα∗ = a2 − ab + b2
c ≤ r < c + 1 e d ≤ s < d + 1,
Prova. O conjunto
S = {N(α) : α ∈ A∗ − U(A)} ⊆ N
é não vazio, pois A não é um corpo. Assim, pelo Princípio da Boa Ordenação,
S contém um menor elemento, digamos k ∈ S. Seja x ∈ A∗ − U(A) tal que
k = N(x). Então dado a ∈ A existem q, r ∈ A tais que
A = Z[ω] = {a + bω : a, b ∈ Z} ,
com √
1 19
ω= + i e ω2 − ω + 5 = 0,
2 2
é domínio de ideais principais, mas não é um domínio Euclidiano.
Portanto, existem √
a − b 19i
s= , t = q ∈ A∗
2
tais que αs − βt 6= 0 e N(αt − βt) < N(β).
3.o Caso. Se c = 3, então existem q, r ∈ Z tais que
Assim, u ∈ U(A) se, e somente se, u ∈ {−1, 1} e U(A) ∪ {0} = {−1, 0, 1}.
Além disso,
min{N(α) : α ∈ A∗ } = {1, 4},
d | a e d | b ⇒ d | r.
464 CAPÍTULO 7. ANEIS DE FATORAÇÃO ÚNICA E EUCLIDIANOS
mdc(a, b) = mdc(b, r1 ) = r1 .
e assim por diante até que algum dos restos seja igual a zero, digamos rn+1 = 0,
pois uma sequência
decrescente de inteiros positivos não pode ser infinita pelo Princípio da Boa
Ordenação, uma vez que se k é o menor elemento do conjunto
então n > k implica que N(rn ) < N (rk ) e N(rn ) = N(rk ). Assim obtemos as
7.3. ANEIS EUCLIDIANOS 465
seguintes relações:
Observação 7.48 O Algoritmo Euclidiano pode também ser usado para rep-
resentar o mdc(a, b) na forma ax + by, pois da penúltima equação, obtemos
rn−1 , rn−2 , . . . , r2 , r1
mdc(a, b) = ax + by.
EXERCÍCIOS
(a) 16 − 2i e 33 + 17i.
(b) 4 + 6i e 7 − i.
(c) 5 + i e 4 − 3i.
7.3. ANEIS EUCLIDIANOS 467
¥a¦
2. Sejam a, b ∈ Z tais que a = qb + r, com 0 ≤ r < b. Mostre que q = b
.
é um ideal em A.
Aneis de Polinômios e
Noetherianos
f = (ai )i∈Z+ ,
471
472 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
X X
k
f + g = (ai + bi ) e f ∗ g = (ck ), ck = ai bj = ak−j bj ,
i+j=k j=0
Prova. Vamos primeiro provar que essas operações estão bem definida. Sejam
m, n ∈ Z+ tais que ai = 0, para todo i > m e bj = 0, para todo j > n. Pondo
k ≥ max{m, n}, obtemos
ai + bi = 0, ∀ i ∈ Z+ , com i > k.
X
k X
n X
k
ck = ak−j bj = ak−j bj + ak−l bl = 0,
j=0 j=0 l=n+1
e
à !
X X X X
((f ∗ g) ∗ h)n = (f ∗ g)m ck = ai bj ck = ai bj ck
k+m=n k+m=n i+j=m i+j+k=n
(f + g) ∗ h = f ∗ h + g ∗ h, f ∗ (g + h) = f ∗ g + f ∗ h e f ∗ g = g ∗ f.
8.1. POLINÔMIOS E O ALGORITMO DA DIVISÃO 473
(. . . , 0, am , . . . , a2 , a1 , a0 )
(b0 , b1 , b2 , . . . , bn , 0, . . .)
(. . . , 0, am , . . . , a2 , a1 , a0 )
(b0 , b1 , b2 , . . . , bn , 0, . . .)
(. . . , 0, am , . . . , a2 , a1 , a0 )
(b0 , b1 , b2 , . . . , bn , 0, . . .)
4.o Passo. Repete o 3.o Passo para obter o terceiro termo a2 b0 +a1 b1 +a0 b2
da sequência que reprenta f ∗ g.
(. . . , 0, am , . . . , a2 , a1 , a0 )
(b0 , b1 , b2 , . . . , bn , 0, . . .)
e assim sucessivamente.
474 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
ϕ(a) = (a, 0, . . .)
x2 = (0, 0, 1, 0, . . .)
..
.
xn = (0, . . . , 0, 1, 0, . . .),
ax = (0, a, 0, . . .) = xa
ax2 = (0, 0, a, 0, . . .) = x2 a
..
.
axn = (0, . . . , 0, a, 0, . . .) = xn a,
f = (a0 , a1 , . . . , an , 0, . . .),
obtemos
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ou f = an xn + · · · + a1 x + a0 ,
A[x] = [A ∪ {x}]
8.1. POLINÔMIOS E O ALGORITMO DA DIVISÃO 475
Finalmente, se
f = a0 + a1 x + · · · + am xm , g = b0 + b1 x + · · · + bn xn ∈ A[x],
X
k
ak−j bj = ak b0 + ak−1 b1 + · · · + a1 bk−1 + a0 bk .
j=0
a0 , . . . , ak e b0 , . . . , bk−1
se a0 ∈ U(A).
476 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
Prova. Vamos provar apenas os itens (3), (4) e (5): (3) Sejam ∂(f ) = m e
∂(g) = n. Então
X
m+n+k
(fg)m+n+k = ai bm+n+k−i .
i=0
Assim,
ai bm+n+k−i 6= 0
se
i ≤ m e m + n + k − i ≤ n.
Logo,
m + k ≤ i ≤ m ⇒ k = 0 e i = m.
Portanto,
(f g)m+n = am bn 6= 0 e (fg)m+n+k = 0, k > 0.
Consequentemente, f g 6= 0 e ∂(f g) = ∂(f ) + ∂(g).
(4) Sejam f, g ∈ A[x] tais que f 6= 0 e g 6= 0. Então os termos líderes am xm
e bn xn de f e g, respectivamente, têm os coeficientes líderes am 6= 0 e bn 6= 0.
Como o termo líder de fg é igual a am bn xm+n e, por hipótese am bn 6= 0, temos
que f g 6= 0. Portanto, A[x] é um domínio de integridade.
(5) É claro que U(A) ⊆ U(A[x]). Por outro lado, dado f ∈ U(A[x]), existe
g ∈ U(A[x]) tal que fg = gf = 1. Pelo item (3), obtemos
Observação 8.3 O item (5) da Proposição 8.2 não se aplica a um anel qual-
quer, por exemplo, sejam A = Zp2 , com p um número primo, e f = 1 + px ∈
A[x]. Então é fácil verificar que
µ ¶
p p 2 p
f = (1 + px) ≡ 1 (mod p ), pois p | , 1 ≤ k < p.
k
Portanto, f ∈ U(A[x]), mas f ∈
/ U(A).
Exemplo 8.4 Sejam A = Z[x] o anel dos polinômios com coeficientes inteiros
e
f = 1 + x + x2 , g = 2 + x2 + x3 ∈ A.
Mostre que ∂(f + g) = 3, ∂(fg) = 5 e U(A) = {−1, 1}.
Solução. Como
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ A[x]∗ .
Então f é um divisor de zero em A[x] se, e somente se, existir b ∈ A∗ tal que
bf = 0.
T = {k = 0, 1, . . . , n : an−i g = 0, ∀ i = 0, 1, . . . , k}.
Então 0 ∈ T , pois
an bm = 0 e an g = 0,
desde que f (an g) = an (f g) = 0 e ∂(an g) < ∂(g). Suponhamos que o resultado
seja válido para todo k, com 0 ≤ k < n, isto é, k ∈ T e
an g = 0, an−1 g = 0, . . . , an−k g = 0.
Então
Logo,
an−(k+1) bm = 0 e an−(k+1) g = 0,
pois f (an−(k+1) g) = an−(k+1) (fg) = 0 e ∂(an−(k+1) g) < ∂(g). Portanto, k + 1 ∈
T , isto é, ai g = 0, para todo i = 0, . . . , n. Em particular, ai bm = 0, para todo
i = 0, . . . , n. Portanto, existe b = bm ∈ A∗ tal que bf = 0.
A recíproca é clara. ¥
f (α) = a0 + a1 α + · · · + an αn .
Eα : A[x] → K
8.1. POLINÔMIOS E O ALGORITMO DA DIVISÃO 479
Im Eα = {f (α) : f ∈ A[x]}
Eα : A[x] → K
fb(a) = Ea (f ).
fb(a) = 0, ∀ a ∈ A.
A = {a1 , . . . , an }
f = (x − a1 ) · · · (x − an ) ∈ A[x]∗ .
Note que como A[x] é um anel comutativo com identidade temos, de modo
análogo a nossa construção, que A[x][y] é um anel de polinômios sobre A[x]
em uma indeterminada y. Logo,
( n )
X
A[x][y] = fi y i : fi ∈ A[x] = A[x, y],
i=0
pois xy = yx. Neste caso, dizemos que A[x, y] é um anel de polinômios sobre
A em duas indeterminadas x e y. Por exemplo, se f ∈ A[x, y], então
X
m X
n X
n X
n X
n
f= aij xi y j = a0j y j + a1j xy j + · · · + amj xm y j .
i=0 j=0 j=0 j=0 j=0
A[x1 , . . . , xn ].
f = a0 + a1 x + · · · + an xn e g = b0 + b1 x + · · · + bm xm
b−1
m an x
n−m
∈ A[x].
Logo,
(b−1
m an x
n−m
)g = b0 b−1
m an x
n−m
+ b1 b−1
m an x
n−m−1
+
−1 n−1 n
· · · + bm−1 bm an x + an x ∈ A[x].
Assim,
h = f − (b−1
m an x
n−m
)g ∈ A[x]
com ∂(h) < n. Pela hipótse de indução, existem q1 , r ∈ A[x] tais que
Portanto,
f = q1 g + r1 e f = q2 g + r2 .
Então
(q1 − q2 )g = r2 − r1 .
Se q1 − q2 6= 0, então pelo item (3) da Proposição 8.2, (q1 − q2 )g 6= 0. Logo,
(q1 − q2 )g = r2 − r1
é impossível. Assim, q1 = q2 e r1 = r2 . ¥
8.1. POLINÔMIOS E O ALGORITMO DA DIVISÃO 483
2. Se A = Z4 , f = x, g = 1 + 2x ∈ A[x], então
f = (2 + x + 2x2 )g + 2 e f = (x + 2x2 )g + 0.
N(f ) = 2∂(f )
f = xg + (−3 + 6x + x2 )
g = 1(−3 + 6x + x2 ) + 1 − 5x
µ ¶
2 31 1 44
−3 + 6x + x = − − x (1 − 5x) −
25 5 25
µ ¶µ ¶
125 44
(1 − 5x) = x − +1
44 25
µ ¶
44 44
− = 1 − +0
25 25
Prova. Sejam
P
n P
m
f= ai xi e g = bj xj .
i=0 j=0
S = {k = 0, 1, . . . , n : an−j ∈ A, ∀ j = 0, 1, . . . , k}.
Então 0 ∈ S, pois
Suponhamos que o resultado seja válido para todo k, com 0 ≤ k < n, isto é,
k∈S e
an , an−1 , . . . , an−k ∈ A.
Como o coeficiente de xm+n−(k+1) em f g é
se k + 1 ≤ m ou
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ A[x].
f (α) = 0.
f = q(x − a) + f (a).
f = q(x − a) + f (a).
Assim, se
f = a0 + a1 x + · · · + an xn e q = b0 + b1 x + · · · + bn−1 xn−1 ,
então
bn−1 = an
bn−2 = abn−1 + an−1 = aan + an−1
bn−3 = abn−2 + an−2 = a2 an + aan−1 + an−2
..
.
b1 = ab2 + a2
b0 = ab1 + a1
X
n
f (a) = ab0 + a0 = ai ai .
i=0
8.1. POLINÔMIOS E O ALGORITMO DA DIVISÃO 487
Prova. Seja |G| = n. Então, pelo item (2) do Exemplo 1.72, existe um número
inteiro maximal N tal que aN = 1, para todo a ∈ G. Logo, pela Proposição
8.17, o polinômio f = xN − 1 possui no máximo N raízes distintas em K.
Portanto, n ≤ N.
Por outro lado, pelo Teorema de Lagrange, N ≤ n. Portanto, n = N e G
contém um elemento de ordem n, isto é, G é um grupo cíclico. ¥
EXERCÍCIOS
(a) f = −1 + x + x2 e g = 1 + x2 .
(b) f = 1 + x3 e g = 1 + x.
(c) f = −1 + x5 e g = −1 + x.
(d) f = −2 + x4 e g = −2 + x2 .
fb(a + b) = fb(a)fb(b), ∀ a, b ∈ K.
7. Seja Z[x] o anel de polinômios sobre Z. Mostre que I = (n, x), para um
n ∈ N fixado, com n ≥ 2, é um ideal não principal de Z[x].
(a) Mostre que a função ϕ : K[x] → K[x] definida por ϕ(f (x)) = f (ax)
é um automorfismo se a 6= 0.
(b) Mostre que a função ϕ : K[x] → K[x] definida por ϕ(f (x)) =
f (a + x) é um automorfismo.
(c) As funções dos itens (a) e (b) são automorfismos se K é um domínio
de integridade?
A
12. Sejam A um anel, I um ideal de A e π : A → I
a projeção canônica.
490 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
¡ ¢
(a) Mostre que a função ϕ : A[x] → AI [x] definida por
à n !
X Xn
i
ϕ ai x = π(ai )xi
i=0 i=0
é um homomorfismo de aneis.
(b) Mostre que ker ϕ = I[x]. Conclua que
µ ¶
A[x] A
' [x].
I[x] I
bd = 1, ad + bc = 0 e ac = −2.
Assim,
abd + b2 c = 0 e a2 bd + ab2 c = 0 ⇒ a2 − 2b2 = 0,
8.2. CRITÉRIOS DE IRREDUTIBILIDADES 491
isto é,
√ a
2 = ± ∈ Q,
b
o que é uma contradição. Note que embora f seja irredutível sobre Q, o
polinômio f é redutível sobre R, pois
³ √ ´³ √ ´
f = x− 2 x+ 2 .
Solução. Como
temos que f redutível sobre Q. Note que embora f seja redutível sobre Q, ele
não possui raízes em Q. ¥
Ii + Ij = K[x].
Assim, pelo Teorema Chinês dos Restos, existe f ∈ K[x] tal que
f ≡ bi (mod Ii ), i = 1, . . . , n.
f (ai ) = bi , i = 1, . . . , n.
obtemos
Portanto,
à !
X
n Y
n
x − ai
f = b1 g1 + b2 g2 + · · · + bn gn = bj .
j=1 i=1,j6=i
aj − ai
mdc(a0 , a1 , . . . , an ) = 1
ou, equivalentemente,
(a0 , a1 , . . . , an ) = A.
Caso contrário, existe um elemento primo p em A tal que
p | ai , i = 0, 1, . . . , n,
(a0 , a1 , . . . , an ) ⊆ M.
b (f )b
ϕ b (fg) = 0,
ϕ(g) = ϕ
com ϕb (f ) 6= 0 e ϕ
b (g) 6= 0, o que é uma contradição, pois, pelo item (4) da
Proposição 8.2, K[x] é um domínio de integridade.
Reciprocamente, seja d um divisor comum de todos os coeficientes de f (de
g). Então, por definição de f g, d é um divisor comum de todos os coeficientes
de f g. Portanto, d | 1, isto é, d ∈ U(A). Consequentemente, f e g são
polinômios primitivos. ¥
g = d(d0 + d1 x + · · · + dn xn ) = df ∗ .
Portanto,
f = c(f )f ∗ ,
8.2. CRITÉRIOS DE IRREDUTIBILIDADES 495
Prova. Pelo Lema 8.29, f = c(f )f ∗ . Por outro lado, se d é o maior divisor
comum dos coeficientes de f , então f = dh, com d ∈ A∗ e h um polinômio
primitivo em A[x]. Assim, pela unicidade, c(f ) = ud, com u ∈ U(A). Portanto,
c(f ) = ud ∈ A. ¥
c(f ) ∼ c(g)c(h) e f ∗ = g∗ h∗ .
496 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
f = c(g)c(h)g ∗ h∗
c(f ) ∼ c(g)c(h) e f ∗ = g∗ h∗ ,
A = Z[2i] = {a + 2bi : a, b ∈ Z}
f = cp1 · · · pr ,
Prova. Suponhamos, por absurdo, que f seja redutível sobre K. Então exis-
tem f, g ∈ K[x] tais que
Assim,
f = c(g)c(h)g∗ h∗ ,
com g∗ , h∗ ∈ A[x] polinômios primitivos. Logo, pelos Lemas 8.29 e 8.31,
c(g)c(h) = c(f ) ∈ A.
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ A[x]
1. an 6≡ 0 (mod M).
2. ai ≡ 0 (mod M), i = 0, 1, . . . , n − 1.
3. a0 6≡ 0 (mod M 2 ).
Prova. Suponhamos, por absurdo, que f seja redutível sobre A. Então existem
f, g ∈ A[x] tais que
b (g)b
ϕ b (f ) = ϕ(an )xn .
ϕ(h) = ϕ
A
¡A¢
Como M
é um corpo temos que M
[x] é um domínio de fatoração única.
Logo,
e
b (h) = ϕ(cm )xm , com cl ≡ 0 (mod M), l = 0, 1, . . . , m − 1.
ϕ
Em particular, b0 ≡ 0 (mod M) e c0 ≡ 0 (mod M). Portanto,
a0 = b0 c0 ≡ 0 (mod M 2 ),
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ A[x]
1. p - an .
2. p | ai , i = 0, 1, . . . , n − 1.
3. p2 - a0 .
Como p divide à !
p
, k = 1, . . . , p − 1,
k
temos, pelo Critério de Eisenstein, que f é irredutível sobre Q. Portanto, pelo
item (b) do Exercício 11 da Seção 8.1, φp é irredutível sobre Q. ¥
Prova. Suponhamos, por absurdo, que f seja redutível sobre A. Então existem
f, g ∈ A[x] tais que
f = (4 + 3x)(3 + 4x),
fb = ϕ
b (f ) = 1x = (1 + I)x
fb(4) = 2 + 2(4)2 + 43 = 98 = 3 6= 0.
pois é fácil verificar que a função ϕ : Z[x, y] → Z[x] definida por ϕ(f (x, y)) =
f (x, 0) é um homomorfismo de aneis, com ker ϕ = I. Como 1 ∈ / I, basta provar
b b
que f é irredutível sobre Z[x]. Mas, é claro que f é irredutível sobre Z[x]. ¥
Assim,
g(a) = (p − 1)a + ap ≡ 0 (mod p), ∀ a ∈ Zp .
Portanto, f (a) 6= 0, para todo a ∈ Zp , ou seja, pelo item (b) do Exercício 16
abaixo, f é irredutível sobre Zp . ¥
502 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
EXERCÍCIOS
5. Mostre que qualquer polinômio f ∈ R[x], com grau ímpar maior do que
ou giual a 3, é redutível sobre R. (Sugestão: Seja f ∈ R[x] Então
podemos supor, sem perda de generalidade, que
Pondo
X
n−1
t=1+ |ai | ∈ R∗+ ,
i=0
obtemos f (t) > 0 e f (−t) < 0 (prove isto!). Agora, aplique o Teorema
do Valor Intermediário.)
Q[x]
.
J
8.2. CRITÉRIOS DE IRREDUTIBILIDADES 503
f = (x − a)2 + b2 , onde a, b ∈ R, b 6= 0.
f = a0 + a1 x + · · · + xn ∈ A[x]
f = c + x + · · · + xp−1 ∈ Zp [x],
ϕ(x + (1 + x2 )) = 1 + y + (2 + 2y + y 2 )
é um isomorfismo de corpos.)
X
n
(cf )(x) = (cai )xi
i=0
e = K[x]
K[x]
(f )
é da forma
J = {d + (f ) : d | f }.
T (a0 + · · · + am xm + · · · + an xn ) = (a0 + · · · + am )
+(am+1 + · · · + a2m+1 )x
+ · · · + (an−m + · · · + an )xm .
A = {f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ K[x] : a1 = 0}.
Além disso:
b p (cf ) = ω
(a) Mostre que ω b p (c) + ω
b p (f ), para todo c ∈ K e f ∈ K[x].
b p (f g) = ω
(b) Mostre que ω b p (f ) + ω
b p (g), para todos f, g ∈ K[x].
A = {f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ Q[x] : a0 ∈ Z}.
I = (a1 , . . . , ak ).
Assim,
√
I0 = π(I) = {a ∈ Z : a + b d ∈ I, para algum b ∈ Z} e I1 = I ∩ ker π
√
são ideais de Z e Z[ d], respectivamente. Note que
√ √
I1 ' {b ∈ Z : b d ∈ I} E Z. (b d ↔ b)
Prova. (1 ⇒ 2) Seja
I1 ⊆ I2 ⊆ · · · ⊆ In ⊆ · · ·
I = (a1 , . . . , ak ).
510 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
a1 ∈ In1 , . . . , ak ∈ Ink .
I = (a1 , . . . , ak ) ⊆ In0 ⊆ In ⊆ I.
F = {I : I um ideal em A e I 6= {0}}
P
k
an = xi ai ,
i=1
Então
Ii = (a1 , . . . , ai )
é uma cadeia crescente de ideais em A não estacionária, o que é uma con-
tradição.
Reciprocamente, seja I um ideal qualquer em A. Suponhamos, por absurdo,
que I não seja finitamente gerado. Então existe uma família {ai }i∈N de I tal
que
an+1 ∈/ (a1 , . . . , αn ),
o que é uma contradição. Portanto, A é um anel Noetheriano. ¥
{0} ⊂ I1 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · ·
a t a
= · ∈ J1 ,
s s t
o que é uma contradição. Portanto, qualquer cadeia crescente de ideais em
S −1 A dar origem a uma cadeia crescente de ideais em A, ou seja, S −1 A é um
anel Noetheriano. ¥
σ(I) = (b1 , . . . , bn ).
Afirmação. I = (a1 , . . . , an , c1 , . . . , cm ).
De fato, dado a ∈ I, obtemos σ(a) ∈ σ(I). Logo, existem y1 , . . . , yn ∈ Im σ,
com yi = σ(xi ), i = 1, . . . , n, tais que
à n !
X n X n X
σ(a) = yi bi = σ(xi )σ(ai ) = σ xi ai .
i=1 i=1 i=1
8.3. ANEIS NOETHERIANOS 513
Assim, Ã !
X
n X
n
σ a− xi ai =0⇒a− xi ai ∈ I ∩ ker σ.
i=1 i=1
Neste caso, existem z1 , . . . , zm ∈ A tais que
X
n X
m X
n X
m
a− xi ai = zj cj ⇒ a = xi ai + zj cj
i=1 j=1 i=1 j=1
⇒ a ∈ (a1 , . . . , an , c1 , . . . , cm ).
f = a0 + a1 x + · · · + axn , g = b0 + b1 x + · · · + bxn ∈ J.
e
cf = (ca0 ) + (ca1 )x + · · · + (ca)xn ∈ J.
f = a0 + a1 x + · · · + axn ∈ J.
xf = a0 x + a1 x2 + · · · + axn+1 ∈ J.
f = a0 + a1 x + · · · + an−1 xn−1 + an xn ∈ J2 ,
f = a0 ∈ ϕ0 (J2 ) = ϕ0 (J1 ) ⊆ J1
an ∈ ϕn (J2 ) = ϕn (J1 ).
Assim, existe
gn = b0 + b1 x + · · · + bn−1 xn−1 + an xn ∈ J1 ⊆ J2
f = gn + (f − gn ) ∈ J1 .
Portanto, J1 = J2 . ¥
Prova. Seja
{0} ⊆ J1 ⊆ · · · ⊆ Jm ⊆ · · ·
uma cadeia crescente de ideais em A[x]. Então, pelos itens (1) e (3) do Lema
8.56, temos que
Por outro lado, como a família {ϕn (Jm )}m,n∈Z+ de ideais em A é não vazia
temos que ela contém um elemento maximal, digamos ϕp (Jq ). Assim,
(
ϕn (Jq ), para todo n ≥ p
ϕp (Jq ) =
ϕn (Jm ), para todo n ≥ p e m ≥ q,
pois
obtemos
ϕn (Jr ) = ϕn (Jr+1 ) = · · ·
Logo, pela última afirmação do item (3) do Lema 8.56, temos que
Jr = Jr+1 = · · ·
EXERCÍCIOS
F(N) = {Y ⊆ N : |Y | < ∞}
2. Mostre que o anel das funções contínuas com valores reais B = C([0, 1], R)
não é um anel Noetheriano. (Sugestão: Considere o conjunto
½ ∙ ¸¾
n
In = f ∈ B : f (x) = 0, ∀ x ∈ 0, ,
n+1
A
(a) Mostre que se A é um anel Noetheriano, então I
também o é.
A
(b) Mostre que se I e I
são aneis Noetherianos, então A é um anel
Noetheriano.
14. Sejam K um corpo e Z o anel dos números inteiros. Mostre que K[x] e
Z não são aneis Artinianos.
15. Mostre que um subanel de um anel Artiniano não necessita ser Artiniano.
Ia = {f ∈ A : f (x) = 0, para − a ≤ x ≤ a}
A
(a) Mostre que se A é um anel Artiniano, então I
é um anel Artiniano.
520 CAPÍTULO 8. ANEIS DE POLINÔMIOS E NOETHERIANOS
A
(b) Mostre que se I e I
são aneis Artinianos, então A é um anel Ar-
tiniano.
21. Mostre que se A é um anel Artiniano, então qualquer ideal primo P 6= {0}
em A é um ideal maximal.
A = ker σ n ⊕ σ n (A).
Parte III
521
Capítulo 9
Extensões Algébricas
f (x) = a + bx, b 6= 0,
2x + 3 = 0
não pode ser resolvida no anel Z. Como Z é um domínio temos que ele possui o
corpo quociente Q. Assim, se considerarmos 2, 3 ∈ Q, então a equação possui
uma solução
3
x0 = − .
2
Agora, vamos considerar a equação quadrática
x2 − 2x − 2 = 0.
523
524 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
Como não existe r ∈ Q tal que r2 = 3 temos que a equação quadrática não
possui solução em Q. Logo, a ideia mais natural é considerarmos a equação
quadrática em R. Assim, a equação fatora-se como
√ √
(x − 1 + 3)(x − 1 − 3) = 0
√ √
e, portanto, possui as soluções 1 − 3 e 1 + 3. O corpo R é muito grande,
pois R é não enumerável enquanto Q é enumerável. É possível proceder mais
economicamente? Este é nosso objetivo neste e nos próximos capítulos.
L
|
K
+: L×L→L
(α, β) 7→ α + β
9.1. EXTENSÃO DE CORPOS E GRAU 525
·: K×L→L
(c, α) 7→ cα
[L : K] < ∞.
[L : K] = [L : F ][F : K].
Note que se quaisquer dois desses índices são finitos, então o terceiro também
o é.
Como ai ∈ F temos, para cada i fixado, que existe uma quantidade finita de
elementos diferentes de zero bij ∈ K tais que
X
ai = bij β j . (9.3)
j∈J
bij = 0, ∀ i ∈ I e j ∈ J.
[L : K] = [L : Fn ] · · · [F1 : K].
p = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ K[x],
então
p(α) = a0 + a1 α + · · · + an αn
= (a0 + J) + (a1 + J)(x + J) + · · · + (an + J)(xn + J)
= (a0 + a1 α + · · · + an αn ) + J
= p + J = J = 0.
X = {α1 · · · αn : n ∈ N e αi ∈ S ∪ {1}}
L = K + αK = {a + bα : a, b ∈ K}.
b2
β2 = a + = d ∈ K.
4
Portanto,
√ √
L = K( d) = {a + b d : a, b ∈ K}.
Reciprocamente, é facil verificar que L com a adição
√ √ √
(a1 + b1 d) + (a2 + b2 d) = (a1 + a2 ) + (b1 + b2 ) d
e a multiplicação
√ √ √
(a1 + b1 d) · (a2 + b2 d) = (a1 a2 + b1 b2 d) + (a1 b2 + a2 b1 ) d
√
é um corpo, com uma base {1, d}. Portanto, [L : K] = 2. ¥
9.1. EXTENSÃO DE CORPOS E GRAU 531
√ √
Exemplo 9.9 Sejam F = Q( 3 2) e G = Q(ω 3 2), com
µ ¶ µ ¶ √
2π
i 2π 2π 1 3
ω=e 3 = cos + i sen =− + i ∈ C.
3 3 2 2
√ √
Mostre que o compósito F G = Q( 3 2, ω) = Q( 3 2 + ω).
√
Solução. Seja K = Q( 3 2, ω). Então é claro que F ⊆ K e G ⊆ K. Assim,
√ √
F G ⊆ K. Por outro lado, se um corpo L contém 3 2 e ω 3 2, então
√
ω32
ω= √ 3
∈ L.
2
√
Assim, L contém 3 2 e ω. Logo, K ⊆ L, ou seja, K é o menor corpo contendo
F e G. Portanto, K = F G.
√ √
Finalmente, é claro que Q( 3 2 + ω) ⊆ K. Por outro lado, se α = 3 2 + ω,
então (α − ω)3 = 2 implica que
2 = (α − ω)3
= α3 − 3α2 ω + 3αω 2 − ω 3
= α3 − 3α2 ω + 3α(−1 − ω) − 1,
pois ω 3 = 1 e ω2 = −1 − ω. Logo,
α3 − 3α − 3 √
3
ω= 2
∈ Q( 2 + ω).
3α + 3α
√ √ √
Assim, 3 2 = α − ω ∈ Q( 3 2 + ω). Portanto, K ⊆ Q( 3 2 + ω). ¥
EXERCÍCIOS
[L : K] = 1 ⇔ L = K.
532 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
10. Sejam L/K uma extensão finita e V um espaço vetorial sobre L, com
dimL (V ) < ∞. Mostre que V é um espaço vetorial sobre K tal que
a0 + a1 α + · · · + an αn = 0,
a0 + a1 α + · · · + an αn = 0.
ak + ak+1 α + · · · + an αn−k = 0,
Logo,
α6 − 9α4 − 4α3 + 27α2 − 36α − 23 = 0.
Portanto, α é uma raiz do polinômio
a0 + a1 α + · · · + an αn = 0.
Seja
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ Q[x].
9.2. ELEMENTOS ALGÉBRICOS E TRANSCENDENTES 535
Para qualquer
p p
∈ Q, com q > 0 e 6= α,
q q
temos, pelo Teorema do Valor Médio, que existe
µ ¶ µ ¶
p p
γ∈ , α ou γ ∈ α,
q q
tal que µ ¶ µ ¶ µ ¶
p p p
−f = f (α) − f = α− f 0 (γ).
q q q
Se ¯ ¯
¯ p ¯¯
¯α − ≥ 1,
¯ q¯
então nada há para ser provado. Se
¯ ¯
¯ p ¯¯
¯α − < 1,
¯ q¯
então |γ| < 1 + |α| e |f 0 (γ)| < 1c , para algum c = c(α) > 0. Logo,
¯ µ ¶¯ ¯ ¯
¯ ¯ ¯ ¯
¯f p ¯ < ¯α − p ¯ 1 , ∀ p ∈ Q, com q > 0.
¯ q ¯ ¯ q¯ c q
Portanto, ¯ ¯
¯ p ¯¯ c p
¯α − > n , ∀ ∈ Q, com q > 0,
¯ q ¯ q q
que é o resultado desejado. ¥
r = max{|ai | : i = 0, . . . , n},
obtemos
1
= n2 (1 + |α|)n−1 r.
c
Exemplo 9.14 O número real
X∞
1
ξ= = 0, 110001000 · · ·
n=1
10n!
é transcendente sobre Q.
Solução. Sejam k ∈ N,
Xk
1
k!
pk = 10 n!
e qk = 10k! .
n=1
10
Então mdc(pk , qk ) = 1 e
¯ ¯ X
∞
¯ ¯
¯ξ − pk ¯ = 1
¯ qk ¯ 10n!
n=k+1
̰ !
1 X 1
<
10(k+1)! n=0 10n
10 1
= · k+1
9 qk
1
< .
qk
Portanto, pelo Lema 9.12, ξ é um número transcendente sobre Q. ¥
Lema 9.15 Seja f : Z → Z uma função tal que limn→∞ f (n) = 0. Então
f (n) = 0, para n suficientemente grande.
9.2. ELEMENTOS ALGÉBRICOS E TRANSCENDENTES 537
Prova. Como limn→∞ f (n) = 0 temos que dado ε = 12 , existe n0 ∈ Z tal que
1
0 ≤ |f (n) − 0| = |f (n)| < ,
2
para todo n ∈ Z, com n > n0 . Sendo f (n) um número inteiro, temos que
f (n) = 0, para todo n ∈ Z, com n > n0 . ¥
a0 + a1 e + · · · + an en = 0.
definimos
1
f (x) = xp−1 (x − 1)p · · · (x − n)p
(p − 1)!
(n!)p p−1 bp bnp+p−1 np+p−1
= − x + xp + · · · + x ,
(p − 1)! (p − 1)! (p − 1)!
onde bj ∈ Z, ou seja, f é um polinômio de grau ∂(f ) = np + p − 1. Pondo
obtemos
d ¡ −x ¢
e F (x) = e−x (F 0 (x) − F (x)) = −e−x f (x).
dx
Logo, para qualquer k ∈ Z+ , temos, pelo Teorema Fundamental do Cálculo,
que Z k ³ ¯k ´
ak e f (x)x = ak −e F (x)¯0 = ak (F (0) − e−k F (k)).
−x −x
0
538 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
pois a0 + a1 e + · · · + an en = 0.
Afirmação. f (i) (k) ∈ Z e p divide f (i) (k), exceto para k = 0 e i = p − 1.
De fato, é fácil verificar, por derivação direta, que se i ≥ p, então f (i) é um
polinômio em Z[x] e f (i) (k) ≡ 0 (mod p), para todo k ∈ Z+ . Por outro lado,
como k = 1, 2, . . . , n, são raízes de f de multiplicidade p temos que
Assim,
np+p−1 np+p−1
X X
(i) (p)
F (k) = f (k) = f (k) + f (i) (k) ≡ 0 (mod p), k = 1, 2, . . . , n.
i=0 i=p+1
Logo,
np+p−1
X
F (0) = f (i) (0) 6≡ 0 (mod p).
i=0
Portanto,
n np+p−1
X X
G(p) = ak f (i) (k) 6≡ 0 (mod p),
k=0 i=0
p
pois G(0) = Cp + a0 (−n!) , isto é, para um número primo p suficientemente
grande G(p) é um número inteiro não divisível por p. Note que se 0 ≤ x ≤ n,
então
¯ −x ¯ np+p−1
¯e f (x)¯ ≤ n ,
(p − 1)!
9.2. ELEMENTOS ALGÉBRICOS E TRANSCENDENTES 539
de modo que
¯ n µ Z k ¶¯¯ Z
¯X Xn
¯ k ¯ k nnp+p−1
¯ k −x ¯ ¯ ¯
¯ ak e e f (x)dx ¯ ≤ ak e dx
¯ 0 ¯ 0 (p − 1)!
k=0 k=0
np(n+1)−1 X
n
= |ak | kek .
(p − 1)! k=0
Logo, limp→∞ G(p) = 0. Assim, pelo Lema 9.15, G(p) = 0, para p suficiente-
mente grande. Portanto, G(p) ≡ 0 (mod p), o que é uma contradição. ¥
1. p é irredutível sobre K.
(2) Seja f ∈ K[x] tal que f (α) = 0. Então, pelo Algoritmo da Divisão,
existem q, r ∈ K[x] tais que
Como f (α) = 0 = p(α) temos que r(α) = 0. Logo r = 0, pois ∂(r) < ∂(p).
Portanto, p divide f .
(3) Seja q ∈ K[x] outro polinômio mônico de menor grau tal que q(α) = 0.
Então, pelo item (2),
p | q e q | p.
√
Exemplo 9.18 Mostre que se α = n p ∈ C, onde n ∈ N e p é um número
primo fixado, então irr(α, Q) = xn − p. Mas irr(α, R) = x − α.
1. Im Eα = K[α] e K ⊆ K[α] ⊆ L.
4. Note que
K[x]
' K[α].
ker Eα
Confira o diagrama
K[x] Eα L
−
→
π↓ ↑λ
K[x] −
→
ϕ K[α]
ker Eα
Im Eα = {Eα (f ) : f ∈ K[x]}
= {a0 + a1 α + · · · + an αn : ai ∈ K} = K[α].
f (x) f (α)
7→ = f (α)g(α)−1 e a 7→ a.
g(x) g(α)
f = x2 − 2ax + a2 + b2 ∈ R[x],
Então p(α) = 0 e
Logo, pelo item (2) do Teorema 9.17, q = irr(β, K) divide p. Por outro lado,
usando ϕ−1 ao invés de ϕ, temos que p divide q. Portanto, p = q, pois ambos
são mônicos.
Reciprocamente, seja
ϕ1 ↑ ↑ ϕ2
K[x] −
→ K[x]
(p)
I (p)
{1, α, . . . , αn−1 }
[K(α) : K] = n.
Prova. (1) Seja b ∈ K(α). Então, pelo item (1) do Teorema 9.19, existe
f ∈ K[x] tal que b = f (α). Se p = irr(α, K), então, pelo Algoritmo da
Divisão, existem q, r ∈ K[x] tais que
Assim,
b = f (α) = r(α) = a0 + a1 α + · · · + an−1 αn−1 ,
isto é, os elementos 1, α, . . . , αn−1 geram K(α). Agora, suponhamos que
a0 + a1 α + · · · + an−1 αn−1 = 0.
Logo, pelo item (2) do Teorema 9.17, temos que p divide g. Assim, g = 0, pois
∂(g) < ∂(p). Portanto, os elementos 1, α, . . . , αn−1 são LI.
(2) Seja ϕ : K(α) → Znp a função definida por
{αi β j : i = 0, . . . , m − 1 e j = 0, . . . , n − 1},
isto é,
Prova. (1) Por definição o corpo K(α, β) contém α e K. Logo, ele contém o
corpo K(α). Como K(α, β) contém β temos, pela minimalidade de K(α)(β),
que K(α)(β) ⊆ K(α, β). Por outro lado, como K(α)(β) contém α, β e K
temos, pela minimalidade de K(α, β), que K(α, β) ⊆ K(α)(β). Portanto,
K(α)(β) = K(α, β).
(2) Sejam p = irr(β, K) ∈ K[x] e q = irr(β, K(α)) ∈ K(α)[x]. Então
p ∈ K[x] ⊆ K(α)[x] e p(β) = 0. Logo, pelo item (2) do Teorema 9.17, q divide
p. Portanto,
K(α, β)
Á Â
K(α) K(β)
 Á
K
pois sendo
(
αi+1 , se i = 0, . . . , n − 2
αi · α = Pn−1
− i=0 ai αi , se i = n − 1,
K(α1 , . . . , αn ) = K[α1 , . . . , αn ].
546 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
Sendo α3 = α − 1 e α4 = α2 − α, obtemos
Se ab 6= 0, então
√ 3 − a2 − 2b2
2= ∈ Q,
2ab
o que é impossível. Se a = 0 e b 6= 0, então
r
3
= ±b ∈ Q,
2
√
o que é impossível. Se b = 0 e a 6= 0, então 3 = ±a ∈ Q, o que é impossível.
Portanto, [L : Q(α)] = 2. Neste caso,
[L : Q] = [L : Q(α)][Q(α) : Q] = 2 · 2 = 4
√ √ √ √ √
e {1, 2, 3, 6} é uma base de L sobre Q. Note que Q( 2 + 3) ⊆ L. Por
√ √
outro lado, se β = 2 + 3, então
√ √
(β − 2)2 = 3 ⇔ β 2 − 2β 2 + 2 = 3
√ β2 − 1 √ √
⇒ 2= ∈ Q( 2 + 3).
2β
√ √ √
De modo inteiramente análogo, prova-se que 3 ∈ Q( 2 + 3). Assim, L ⊆
√ √ √ √
Q( 2 + 3). Portanto, Q( 2 + 3) = L. Além disso, o polinômio
f = x4 − 10x2 + 1 ∈ Q[x],
√ √
é irredutível sobre Q, pois β = 2 + 3 é uma raiz de f . ¥
EXERCÍCIOS
548 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
12. O número q q
3 √ 3 √
10 + 108 + 10 − 108
é racional ou irracional?
mas
√ √ √
[Q( 2, 3, 6) : Q] = 4.
550 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
19. Existem α, β ∈ R − Q tais que Q(α) ' Q(αi) e Q(β) 6' Q(βi)?
22. Seja L/K uma extensão. Mostre que se α ∈ L é algébrico sobre K(β),
para algum β ∈ L, e α é transcendente sobre K, então β é algébrico
sobre K(α).
qualquer elemento de L(x) pode ser escrito sob a forma fg , onde f ∈ L[x]
e g ∈ K[x].)
Teorema 9.27 Seja L/K uma extensão. Então as seguintes condições são
equivalentes:
1. [L : K] < ∞;
a0 + a1 α + · · · + an αn = 0.
L = {b1 β 1 + · · · + bn β n : bi ∈ K}
= Kβ 1 + · · · + Kβ n = K[β 1 , . . . , β n ]
= K(β 1 , . . . , β n ),
Prova. Suponhamos que L/K seja algébrica. Então é claro que L/F e F/K
são algébricas.
Reciprocamente, dado α ∈ L, existem a0 , a1 , . . . , an ∈ F , com an 6= 0 e
n ≥ 1, tais que
a0 + a1 α + · · · + an αn = 0,
M = K(a0 , a1 , . . . , an )
e pelo Teorema 9.27, [M : K] < ∞, pois os ai são algébricos sobre K. Por outro
lado, pelo item (1) do Teorema 9.22, [M(α) : M] < ∞, consequentemente,
p(t) = t3 − x3 ∈ K[t].
onde f0 , f1 , f2 ∈ L. ¥
f = a0 + a1 x + · · · + am xm , g = b0 + b1 x + · · · + bn xn ∈ K[x]
[L : K(α)] = k,
X
n X
n
Tα (β j ) = aij β i ⇒ (αI − aij )β i = 0, j = 1, . . . , n.
i=1 i=1
X
n
(αI − aij )xi = 0, j = 1, . . . , n,
i=1
Suponhamos que n > 2 e que o resultado seja válido para todo k, com 2 ≤
k < n. Então, pelo desenvolvimento de Laplace, obtemos
⎛⎡ ⎤⎞
−1 β · · · 0 0
⎜⎢ ⎥⎟
⎜⎢ 0 −1 · · · 0 0 ⎥⎟
⎜⎢ . .. .. .. .. ⎥⎟
∆n = β∆n−1 + (−1)n−1 a0 det ⎜ ⎢ .
⎜⎢ . . . . . ⎥⎟
⎥⎟
⎜⎢ ⎥⎟
⎝⎣ 0 0 · · · −1 β ⎦⎠
0 0 · · · 0 −1
= β(a1 + a2 β + · · · + an−1 β n−2 + β n−1 ) + (−1)n−1 a0 (−1)n−1
= a0 + a1 β + · · · + an−1 β n−1 + β n ,
[L : K] = [L : K(α)][K(α) : K]
Se {1, α, . . . , αn−1 } é uma base de K(α) sobre K, então, pelo item (1) da
Observação 9.24, obtemos
⎡ ⎤
0 0 0 ··· 0 −a0
⎢ ⎥
⎢ 1 0 0 ··· 0 −a1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 ··· 0 −a2 ⎥
⎢ ⎥
Aα = ⎢ . . . . .. .. ⎥.
⎢ .. .. .. .. . . ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 0 ··· 0 −an−2 ⎥
⎣ ⎦
0 0 0 ··· 1 −an−1
558 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
T(1+2α) (1) = 1 + 2α = 1 · 1 + 2 · α + 0 · α2
T(1+2α) (α) = α(1 + 2α) = 0 · 1 + 1 · α + 2 · α2
T(1+2α) (α2 ) = α2 (1 + 2α) = −4 · 1 + 0 · α − 1 · α2 ,
pois α3 = −2 − α2 . Portanto,
⎡ ⎤
1 0 −4
⎢ ⎥
A(1+2α) =⎣ 2 1 0 ⎦.
0 2 −1
f(1+2α) = x3 − x2 − x + 17 ∈ Q[x],
é enumerável. ¥
EXERCÍCIOS
560 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
2. Mostre que existem números reais que são transcendentes sobre os números
racionais.
3. Seja L/K uma extensão. Mostre que L é algébrica sobre K se, e somente
se, qualquer anel intermediário de L/K é um corpo.
Rp = {β ∈ L : p(β) = 0}.
Então σ(Rp ) = Rp .)
p √
12. Seja α = 1 + 2 ∈ C. Determine irr(α, Q). Qual é seu polinômio
√
minimal sobre Q( 2)?
562 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
17. Sejam L/K extensão finita e α ∈ L. Mostre que fα ∈ K[x] e T (α), N(α) ∈
K. Em particular, se α ∈ K, então N(α) = αn , T (α) = nα e fα =
(x − α)n .
fL/K,α = (gF/K,α )m , TL/K (α) = m(TF/K (α)) e NL/K (α) = (NF/K (α))m .
β 1 = 3 + α, β 2 = 1 + α2 e β 3 = 3 − 2α + α2 .
22. Seja K um corpo qualquer. Mostre que o anel das matrizes Mn (K)
contém uma cópia isomorfa de qualquer extensão L de K, com [L : K] ≤
n.
(a) Mostre que se F/K é uma extensão algébrica, então F G/G também
o é.
(b) Mostre que se F/K é uma extensão finita, então F G/G também o
é. Neste caso, [F G : G] ≤ [F : K].
564 CAPÍTULO 9. EXTENSÕES ALGÉBRICAS
(c) Mostre que se F/K e G/K são extensões algébricas, então F G/K
também o é.
(d) Mostre que se F/K e G/K são extensões finitas, então F G/K tam-
bém o é. Conclua que se [F : K] = m e [G : K] = n são relativa-
mente primos, então
[F G : K] = mn.
Capítulo 10
Extensões Separáveis
Neste capítulo veremos que para um polinômio qualquer existe uma exten-
são mínima (mais econômica), onde o polinômio se decomponha em fatores
lineares.
f = (x − i)(x + i) ∈ C[x].
f = (x − α1 )g ∈ L1 [x].
565
566 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
f = a(x − α1 ) · · · (x − αn ) ∈ L[x],
1. f decompõe-se sobre L.
b2 − 4c
d= ∈ K.
4
Logo, há dois casos a serem considerados:
1.o Caso. O polinômio g decompõe-se sobre K se, e somente se, existe
a ∈ K tal que a2 = d. Portanto,
µ ¶µ ¶
b b
g = (x − a)(x + a) ∈ K[x] e f = x + − a x + + a ∈ K[x].
2 2
Consequetemente, Gal(f, K) = K.
2.o Caso. Se g é um polinômio irredutível sobre K, então existe um corpo
de decomposição L = Gal(f, K) de f sobre K tal que
[L : K] = 2.
√
Assim, pelo Exemplo 9.8, existe α = d ∈ L − K tal que L = K(α) e
g = (x − α)(x + α) ∈ L[x].
Y
n−1
n
f =x −1= (x − ωj )
j=0
em L. ¥
f = irr(α, Q).
g = (x − 1)(xp−1 + · · · + x + 1).
10.1. CORPOS DE DECOMPOSIÇÃO 569
h = xp−1 + · · · + x + 1 ∈ Q[x]
Prova. (1) Pelo Teorema 10.2, existe uma extensão F/K sobre a qual f
decompõe-se. Sejam α1 , . . . , αn ∈ F as raízes de f . Então é fácil verificar que
L = Gal(f, K) = K(α1 , . . . , αn )
570 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
é um corpo de decomposição de f .
(2) Vamos usar indução sobre n = ∂(f ). Se n = 1, então L = K e L1 = K1
e nada há para ser provado. Suponhamos que n > 1 e que o resultado seja
válido para todo k, com 1 ≤ k < n. Sendo K[x] um domínio de fatoração
única, podemos escrever f como f = pg, com p um polinômio irredutível sobre
K e ∂(p) ≥ 2. Escolhendo uma raiz α ∈ L de p e uma raiz β ∈ L1 de
p∗ = σ ∗ (p), existe um único isomorfismo σ 0 : K(α) → K1 (β), com σ 0 (α) = β
e σ 0 |K = σ, confira o diagrama
K(α) σ K1 (β)
−0
→
ϕ1 ↑ ↑ ϕ2
K[x] −
→
τ K1 [x]
(p) (p∗ )
Como f = (x − α)b
pg ∈ L[x], com
p
pb = ,
(x − α)
temos que L é um corpo de decomposição de pbg sobre K(α) (se F é um corpo
contendo todas as raízes de pbg e K(α), então L ⊆ F , pois α ∈ K(α) ⊆
F ) e L1 é um corpo de decomposição de σ ∗ (b pg) sobre K1 (β). Assim, pela
hipótese de indução, existe um isomorfismo ϕ : L → L1 tal que ϕ|K(α) = σ 0 e,
consequentemente, ϕ|K = σ 0 |K = σ.
(3) Basta fazer K = K1 e σ = I no item (2). ¥
o que é impossível.
10.1. CORPOS DE DECOMPOSIÇÃO 571
p = (x − α1 ) · · · (x − αn ).
onde c ∈ R, r, s ∈ N e r + 2s = n.
572 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ R[x]
a0 + a1 β + · · · + an β n = 0.
pois (β k + β k ), β k β k ∈ R.
Finalmente, se β = a + bi, onde a, b ∈ R, com b 6= 0, então
Portanto,
Y
r Y
s
f = an (x − αj ) (x2 − bk x + ck ) ∈ R[x],
j=1 k=1
onde an ∈ R, r, s ∈ N e r + 2s = n. ¥
g1 f1 (xf1 ) + · · · + gn fn (xfn ) = 1.
Note que cada gi tem somente uma quantidade finita de variáveis. Assim,
pondo xi = xfi , para cada fi ∈ K[x], e reenumerando, se necessário, podemos
supor que
x1 = xf1 , . . . , xn = xfn
e que as variáveis dos gi estão no conjunto
{x1 , . . . , xn , xn+1 , . . . , xm }, n ≤ m.
Logo,
X
n
gi (x1 , x2 , . . . , xm )fi (xi ) = 1.
i=1
574 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
Pelo Teorema 10.2, existe uma extensão finita F/K sobre a qual cada fi possui
uma raiz αi , i = 1, . . . , n. Fazendo os xi = αi , i = 1, . . . n, e, digamos xi = 0,
i = n + 1, . . . , m, na equação polinomial acima, obtemos
0=1
K[S]
K1 =
M
é uma extensão de K com a identificação de a com a + M, pois M ∩ K =
{0}. Logo, cada polinômio f possui uma raiz em K1 , a saber xf + M, pois
f (xf ) ∈ I ⊆ M. Portanto, construímos um corpo K1 , onde cada polinômio
f ∈ K[x] possui uma raiz. Fazendo a mesma construção com K1 ao invés de
K, obtemos um corpo K2 contendo K1 e uma raiz de cada polinômio f ∈ K1 [x]
Continuando esse processo, obtemos uma sequência de corpos
K = K0 ⊆ K1 ⊆ K2 ⊆ · · · ⊆ Kn ⊆ · · ·
onde cada polinômio em Kn [x] possui uma raiz em Kn+1 , para cada n ∈ Z+ .
Seja [
L= Kn .
n∈Z+
K = {α ∈ L : α é algébrico sobre K}
f = a(x − α1 ) · · · (x − αn ) ∈ L[x],
L
λ % & ϕ
K → F
σ
e
φ(n1 n2 ) = τ (n1 n2 ) = τ (n1 )τ (n2 ) = φ(n1 )φ(n2 ).
Logo, φ é um homomorfismo de corpo. É claro que (N, φ) é uma cota superior
de C. Portanto, pelo Lema de Zorn, F contém um elemento maximal, digamos
(M, ϕ) ∈ F.
Afirmação. M = L.
De fato, suponhamos, por absurdo, que M 6= L. Então existe α ∈ L tal
que α ∈/ M. Como L/K uma extensão algébrica temos que α é algébrico
sobre M. Seja p = irr(α, M) ∈ M[x]. Então, pelo item (2) do Teorema 10.9,
p∗ = ϕ∗ (p) ∈ F [x] decompõe-se em fatores lineares sobre F , digamos
p∗ = ϕ∗ (p) = (x − β 1 ) · · · (x − β n ) ∈ F [x],
L(α)
s Á Â r
K(α) L
n  Á m
K
Exemplo 10.18 Seja L = Gal(xp −a, Q), com p número primo fixado, a = pq
e mdc(p, q) = 1. Determine [L : Q].
578 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
√
Solução. Já vimos, no Exemplo 10.6, que L = Q(α, ω), com α = p a e que ω
é uma raiz do polinômio xp − 1 ∈ Q[x]. Como mdc(p − 1, p) = 1 temos, pelo
Teorema 10.17, que o polinômio
xp−1 + · · · + x + 1 ∈ Q(α)[x]
[L : Q] = [L : Q(α)][Q(α) : Q] = (p − 1)p,
EXERCÍCIOS
12. Sejam K um corpo infinito e L/K uma extensão algébrica. Mostre que
|K| = |L|.
16. Sejam K um corpo e L = Gal(f, K), para algum f ∈ K[x]. Mostre que
se p ∈ K[x] é um polinômio irredutível sobre K que possui uma raiz em
L , então todas as raízes de p estão em L.
f = a(x − α1 ) · · · (x − αn ),
Note que α ∈
/ K, pois se α ∈ K, então existem g, h ∈ Zp [x] tais que
g
α= ⇒ g(x)p = h(x)p x.
h
Pondo ∂(g) = m e ∂(h) = n, obtemos pm = pn + 1, o que é impossível.
e m ≤ ∂(f ).
Sejam K um corpo e
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ K[x].
onde
iai = ai + · · · + ai ∈ K,
ou seja, a derivada de f é uma função de K[x] em K[x]. Por exemplo, se
f = 2 − 2x2 + x4 ∈ Q[x], então f 0 = −4x + 4x3 ∈ Q[x].
Note que as propriedades usuais da derivada do Cálculo Diferencial não são
necessariamente válidas aqui. Por exemplo, f 0 = 0 nem sempre implica que f
seja constante, pois se f = xp ∈ Zp [x], então f 0 = pxp−1 = 0. No entanto, as
operações usuais de derivação permanecem as mesmas.
1. (af )0 = af 0 .
2. (f ± g)0 = f 0 ± g 0 .
3. (f g)0 = f 0 g + f g0 .
³ ´0 0 g0
4. fg = f g−f g2
, com g 6= 0.
582 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
5. (f n )0 = nf n−1 f 0 .
(f g)0 = f 0 g + g 0 f,
f = hp = (ph1 )p = h1 p2 ,
isto é, p2 divide f . ¥
10.2. EXTENSÕES SEPARÁVEIS 583
mdc(f, f 0 ) = 1.
mdc(f, f 0 ) 6= 1.
(1 + α)p − (1 + α) + c = 1 + αp − 1 − α + c = αp − α + c = 0.
f = f1 · · · fm ,
[L : Zp ] = ∂(f1 ).
Logo,
∂(f1 ) = ∂(f2 ) = · · · = ∂(fm )
e ∂(f ) = m∂(f1 ). Sendo ∂(f ) = p um número primo, temos que m = 1.
Portanto, f é irredutivel sobre Zp .
Finalmente, como f 0 = −1 6= 0 temos que mdc(f, f 0 ) = 1. Portanto, f é
separável sobre Zp . ¥
584 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
f = a0 + a1 xp + · · · + an xnp = g(xp ),
f = a(x − α1 ) · · · (x − αn ).
10.2. EXTENSÕES SEPARÁVEIS 585
Prova. Vamos provar apenas o item (2). Suponhamos que K seja um corpo
perfeito. Então basta provar que o homomorfismo de Frobenius ϕ : K → K
definido por ϕ(α) = αp é sobrejetor. Sejam b ∈ K e L = Gal(f, K), onde
f = xp − b ∈ K[x].
Afirmação. f possui uma única raiz α em L.
De fato, se β ∈ L é outra raiz de f , então
(β − α)p = β p − αp = b − b = 0 ⇒ β = α,
pois ϕ(1) = 1. Logo, f = (x − α)p . Seja g = irr(α, K). Então, por hipótese, g
é separável. Como g divide f temos que g = x − α. Assim, α ∈ K. Portanto,
ϕ é sobrejetor, pois b = ϕ(α).
Reciprocamente, suponhamos, por absurdo, que K não seja um corpo per-
feito. Então existe um polinômio irredutível f ∈ K[x] inseparável sobre K.
Assim, pelo Teorema 10.23, f tem a forma
f = a0 + a1 xp + · · · + an xnp .
f = f1 · · · fm ,
Logo,
n n n n n
a = β p e f = xp − a = xp − β p = (x − β)p ∈ L[x].
Por outro lado, como fi divide f em K[x] (L[x]), para cada i = 1, . . . , m, temos
que fi é uma potência de (x − β) e fi (β) = 0. Logo, f1 divide fi , para todo i.
Portanto,
f1 = f2 = · · · = fm
temos que xg p = f p . Logo, p não divide ∂(xg p ), mas p divide ∂(f p ), o que é
uma contradição. Em particular, o polinômio f (y) = y p −x ∈ K[y] é irredutível
sobre K e inseparável. ¥
β 1 = β, β 2 , . . . , β n .
Suponhamos que α ∈
/ K, caso contrário o resultado é claro. Para qualquer
t ∈ K, seja
W (t) = {αi t + β j : 2 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n}.
Note que o conjunto
½ ¾
βj − β
S= :2≤i≤m e 1≤j≤n
α − αi
βj − β
αy + β = αi y + β j ⇒ y = ∈ S,
α − αi
o que é impossível.
10.2. EXTENSÕES SEPARÁVEIS 589
γ − yαi 6= β j , ∀ i = 2, . . . , m e j = 1, . . . , n.
Prova. Seja L/K uma extensão separável, com [L : K] = n. Como L/K uma
extensão algébrica temos, pelo Teorema 9.27, que existem α1 , . . . , αn ∈ L tais
que
L = K(α1 , . . . , αn ), onde αi ∈
/ Ki−1 = K(αi , . . . , αi−1 ).
Pondo β = αn temos, pelo Lema 10.30, que existe γ ∈ L tal que L = K(γ). ¥
[L : F ] = ∂(q) = [L : F1 ].
está bem definida e é injetora. Sendo D(p) um conjunto finito, temos que F é
finito.
(2 ⇒ 1) Vamos provar primeiro que dados α, β ∈ L, existe γ ∈ L tal
que K(α, β) = K(γ). Consideremos γ a = α + aβ, para todo a ∈ K. Então
Fa = K(γ a ) é um corpo intermediário. Logo, existem a, b ∈ K, com a 6= b,
tais que Fa = Fb . Assim, γ a , γ b ∈ Fb e
(b − a)β = γ b − γ a ∈ Fb ,
Sejam
√ √ √ √
α1 = α = 2, α2 = − 2, β 1 = β = 3 e β 2 = − 3
as raízes distintas de f e g, respectivamente. Então
( √ )
n √ √ √ √ o 3
W (t) = − 2t + 3, − 2t − 3 e S = 0, − √ .
2
√ √
Portanto, γ = 2y + 3, para todo y ∈ Q − S, é um elemento primitivo de
L, ou seja, existe uma quantidade infinita de elementos primitivos. ¥
[L : K] = [L : K(β)][K(β) : K] = 2 · 2 = 4.
Agora, suponhamos, por absurdo, que exista γ ∈ L tal que L = K(γ). Então
existem f1 , f2 , f3 ∈ K tais que
γ = f1 + f2 α + f3 β,
pois α2 , β 2 ∈ K. Logo,
EXERCÍCIOS
Rf = {α ∈ L : f (α) = 0}
13. Seja L/K uma extensão finita. Mostre que as seguintes condições são
equivalentes:
594 CAPÍTULO 10. EXTENSÕES SEPARÁVEIS
15. Seja K um corpo. Mostre que K é um corpo perfeito se, e somente se,
qualquer fecho algébrico de K é uma extensão separável sobre K.
Teoria de Galois
595
596 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
Lema 11.1 Sejam L/K uma extensão e L = K(S), para algum subconjunto
S de L. Se σ, τ ∈ AutK (L), com σ|S = τ |S , então σ = τ , isto é, qualquer
elemento de AutK (L) é completamente determinado pela sua ação sobre S.
β ∈ K(α1 , . . . , αn ).
Logo,
f (α1 , . . . , αn )
β= ,
g(α1 , . . . , αn )
onde f, g ∈ K[x1 , . . . , xn ], com g 6= 0, digamos
X X
f= ai1 ···in xi11 · · · xinn e g = bi1 ···in xi11 · · · xinn ,
Portanto, σ = τ . ¥
Observação 11.2 Sejam L/K uma extensão finita e σ ∈ HomK (L, K). Se
σ(L) ⊆ L, então σ(L) = L, pois σ induz uma transformação linear injetora
do espaço vetorial de dimensão finita L sobre K nele mesmo. Portanto, σ é
sobrejetora. Neste caso, σ : L → L é um K-automorfismo. O Teorema 11.5
generaliza esta observação.
F = {f1 , . . . , fm },
p = irr(α, K) ∈ K[x].
Seja L/K uma extensão qualquer. Dizemos que L é uma extensão normal
de K se L é um corpo de decomposição de alguma família F de polinômios
sobre K.
Então
[
L = K(S), em que S = Ri e Ri = {α ∈ L : fi (α) = 0}.
i∈I
L = K(S)
σ ∗ (f ) = f, ∀ f ∈ K[x],
f = a(x − α1 ) · · · (x − αn ) ∈ L[x],
então
f = σ ∗ (f ) = a(x − σ(α1 )) · · · (x − σ(αn )),
11.1. EXTENSÕES NORMAIS E GALOISIANAS 599
β ∈ K(β 1 , . . . , β n ) = K[β 1 , . . . , β n ],
β = b1 β 1 + · · · + bn β n = σ(b1 α1 + · · · + bn αn ),
Observação 11.6 Note que o Teorema 11.5 na vale para uma extensão qual-
quer. Por exemplo, se K é um corpo qualquer e L = K(x) é o corpo de funções
racionais, então a função σ : L → L definida por σ(x) = x2 é uma K-imersão,
mas não é sobrejetora, pois K(x2 ) 6= L. Portanto, L/K não é uma extensão
normal.
Corolário 11.7 Seja L/K uma extensão finita. Então L é uma extensão nor-
mal de K se, e somente se, L é um corpo de decomposição de algum polinômio
f ∈ K[x].
600 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
Prova. Como L/K é finita temos, pelo Teorema 9.27, que L = K(α1 , . . . , αn ),
onde os αi ∈ L são algébricos sobre K. Suponhamos que L seja uma extensão
normal de K. Seja pi = irr(αi , K) ∈ K[x]. Então cada pi decompõe-se sobre
L, pois cada pi é irredutível e possui uma raiz em L. Assim,
f = p1 · · · pn ∈ K[x]
Exemplo 11.9 Seja L/K extensão finita qualquer. Mostre que L/K possui
um fecho normal.
f = p1 · · · pn ∈ L[x],
onde α1 , . . . , αn ∈ K, a ∈ K e m, n ∈ Z+ .
11.1. EXTENSÕES NORMAIS E GALOISIANAS 603
Y
n
f =a (x − αi )m ,
i=1
onde α1 , . . . , αn ∈ K, a ∈ K e m, n ∈ Z+ . ¥
Note, pelo Exemplo acima, que α é separável sobre K se, e somente se,
todas as raízes de p = irr(α, K) ∈ K[x] são simples.
1. β é uma raiz de p;
Neste caso,
ou seja,
σ 1 = ϕ1 |F = ϕ2 |F = σ 2 .
Assim, ϕ1 = ϕ2 , pois escolhemos uma extensão para cada σ. Portanto, τ 1 = τ 2 ,
isto é, f é injetora.
Finalmente, dadoρ ∈ HomK (L, N), temos que σ = ρ|F ∈ HomK (F, N).
Assim, se ϕ : N → N é tal que ϕ|F = σ, então existe τ = ϕ−1 ◦ρ ∈ HomF (L, N)
tal que
f (σ, τ ) = ϕ ◦ (ϕ−1 ◦ ρ) = ρ,
ou seja, f é sobrejetora. ¥
11.1. EXTENSÕES NORMAIS E GALOISIANAS 605
¯ ¯
Exemplo 11.18 Seja L/K extensão finita qualquer. Mostre que ¯HomK (L, K)¯
divide [L : K].
e
pi = irr(αi , Ki−1 ) ∈ Ki−1 [x],
com ni = ∂(pi ), i = 1, . . . , n. Assim, pelo Exemplo 11.15,
ni
Y
pi = a (x − β j )mi ,
j=1
onde β 1 = αi , β 2 , . . . , β ni ∈ K e mi ∈ Z+ . Logo,
¯ ¯
[Ki : Ki−1 ] = ni mi = ¯HomKi−1 (Ki , K)¯ mi , i = 1, . . . , n.
Como
Y
n
[L : K] = ni mi
i=1
Seja L/K uma extensão finita. Dizemos que L/K é uma extensão Ga-
loisiana se L é uma extensão separável e normal sobre K. Portanto, o próximo
teorema é o início da Teoria de Galois.
Além disso, se α ∈ L e α ∈
/ K, então existe σ ∈ Aut K (L) tal que σ(α) 6= α.
606 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
Prova. Como L/K é uma extensão finita e separável temos, pelo Teorema
10.31, que existe γ ∈ L tal que L = K(γ). Sejam p = irr(γ, K) e ∂(p) = n.
Então p possui n raízes distintas aos pares α1 = γ, . . . , αn ∈ L, pois L é uma
extenão separável de K. Assim, para cada i = 1, . . . , n, existe pelo item (3) da
Proposição 11.16, um K-isomorfismo σ i : K(γ) → K(αi ) tal que σ i (γ) = αi .
Logo, pelo item (5) da Proposição 11.16, temos que existe pelo menos n K-
automorfismo de L em L. Assim,
|Aut K (L)| ≥ n.
temos que
√ √
σ( 2) = ± 2.
√
Assim, σ(α) = α ou σ(α) = a − b 2. Portanto,
I σ σ2 τ στ σ2τ
α → α αω α2 ω α αω α2 ω
ω→ ω ω ω ω2 ω2 ω2
EXERCÍCIOS
3. Seja K ⊆ F ⊆ L uma torre de corpos tal que L/K seja uma extensão
finita. Mostre que se L/K é uma extensão normal, então L/F também
o é. Mostre, com um exemplo, que a extensão F/K não necessita ser
normal.
12. Sejam L/K uma extensão finita e L = K(α1 , . . . , αn ), onde cada αi sep-
arável sobre K, i = 1, . . . , n. Mostre que L/K é uma extensão separável.
14. Seja K ⊆ F ⊆ L uma torre de corpos tal que L/K seja uma extensão
finita. Mostre que se L/F e F/K são separáveis, então L/K também o
é.
11.2. GRUPOS DE GALOIS 609
Aut(L) = {σ : L → L : σ é um isomorfismo}
Portanto, pelo Teorema 11.19, K(α)/K é uma extensão Galoisiana se, e so-
mente se, p possui n raízes distintas em K(α), com n = ∂(p), se, e somente
se, α é separável sobre K.
f = a0 + a1 x + · · · + an xn ∈ K[x]
610 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
Prova. Como L/K é uma extensão separável temos, pelo Teorema 10.31,
que existe α ∈ L tal que L = K(α). Seja p = irr(α, K). Então p possui n
raízes distintas aos pares α1 = α, α2 , . . . , αn ∈ L, pois L/K é uma extensão
Galoisiana. Seja
Rp = {α1 , . . . , αn } ⊆ L.
ϕσ : Rp → Rp
αi 7→ σ(αi )
Logo,
ϕ(στ ) = ϕσ ◦ ϕτ = ϕ(σ) ◦ ϕ(τ ),
11.2. GRUPOS DE GALOIS 611
K = (1K ) = {a · 1K : a ∈ K}
√
temos que σ( 3 2) é uma raiz do polinômio x3 − 2 ∈ Q[x]. Logo,
√ √ √ √
σ( 2) = 2, w 2 ou w2 2,
3 3 3 3
2π √ √ √
onde w = e 3 i ∈ C. Sendo σ( 3 2) ∈ L ⊆ R, concluímos que σ( 3 2) = 3 2.
Portanto,
Gal(L/Q) = {I},
que é o resultado desejado. ¥
ax + b
α= , onde a, b, c, d ∈ K, com ad − bc 6= 0.
cx + d
11.2. GRUPOS DE GALOIS 613
GL 2 (K)
' Gal(L/K).
ker(ϕ)
Como
ker(ϕ) = {aI : a ∈ K ∗ }
temos que
GL 2 (K)
PGL 2 (K) = ' Gal(L/K).
ker(ϕ)
EXERCÍCIOS
(βσ)(a) = βσ(a), ∀ a ∈ G e β ∈ L,
616 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
é um espaço vetorial sobre L (prove isto!). Neste caso, V = L[G] é uma álgebra
de grupo.
x1 σ 1 + · · · + xn σ n = 0.
Então
x1 σ 1 (a) + · · · + xn σ n (a) = 0(a) = 0, ∀ a ∈ G. (11.1)
Como σ1 6= σ n temos que existe b ∈ G tal que σ1 (b) 6= σ n (b). Substituindo a
por ab na equação escalar (11.1), temos que
Por outro lado, multiplicando a equação escalar (11.1) por σ 1 (b), obtemos
xj [σ j (b) − σ 1 (b)] = 0, j = 2, . . . , n.
Em particular,
xn [σ n (b) − σ 1 (b)] = 0 ⇒ xn = 0,
pois σ n (b) − σ 1 (b) 6= 0. Assim,
x1 σ 1 + · · · + xn−1 σ n−1 = 0
11.3. INDEPENDÊNCIA DE CARACTERES 617
x1 = x2 = · · · = xn−1 = 0,
Prova. Vamos provar apenas os itens (5) e (6): (5) É claro que
F ⊆ LGal(L/F ) .
618 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
Por outro lado, pelo item (4), G ⊆ Gal(L/F ). Assim, pelo item (3),
LGal(L/F ) ⊆ LG = F.
Portanto, F = LGal(L/F ) .
(6) Pelo item (4), G ⊆ Gal(L/LG ). Por outro lado, pelo item (2), K ⊆ LG .
Assim, pelo item (1),
Gal(L/LG ) ⊆ Gal(L/K) = G.
Portanto, G = Gal(L/LG ). ¥
é claramente linear e
Assim, dim ker T > 0. Note que para quaisquer b1 , . . . , bm ∈ LG , temos que
σ i (bj ) = bj , j = 1, . . . , m.
11.3. INDEPENDÊNCIA DE CARACTERES 619
Portanto,
σ 1 (β)y1 + · · · + σ n (β)yn = 0, ∀ β ∈ L.
Logo, pelo Corolário 11.32, temos que
y1 = y2 = · · · = yn = 0,
[L : LG ] ≥ n,
por exemplo, µ ¶
1 1 x
στ (x) = σ = 1 = .
x 1− x
x−1
Assim, pelo Lema 11.34, [L : LG ] ≥ 6. Note que
½ µ ¶ µ ¶¾
G 1 x
L = r(x) ∈ L : r(x) = r = ··· = r
1−x x−1
½ µ ¶ µ ¶¾
1 1
= r(x) ∈ L : r(x) = r =r .
1−x x
Afirmação. [L : LG ] = 6.
De fato, seja
(x2 − x − 1)3
y = r(x) = ∈ L.
x2 (x − 1)2
Então, depois de alguns cálculos, temos que σ(y) = y e τ (y) = y. Logo,
y ∈ LG . Pondo F = K(y), obtemos F ⊆ LG e [L : F ] ≥ 6. Por outro lado,
pela Proposição 9.34, [F (x) : F ] ≤ 6. Portanto, [L : F ] = 6, pois L = F (x).
Neste caso, [L : LG ] = 6 e LG = K(y). ¥
[L : LG ] = |G| .
{α1 , . . . , αn+1 } ⊆ L.
Como n+1 > n temos que o sistema possui uma solução não nula (y1 , . . . , yn+1 )
em L, na qual uma das variáveis é livre.
Afirmação. yi ∈ / LG , para algum i = 1, . . . , n + 1.
De fato, se yi ∈ LG , para todo i, então pela pimeira equação do sistema (11.4),
obtemos
σ 1 (y1 α1 + · · · + yn+1 αn+1 ) = 0.
Assim,
y1 α1 + · · · + yn+1 αn+1 = 0 ⇒ y1 = · · · = yn+1 = 0,
o que é uma contradição.
Seja S o conjunto de todos os k ∈ N tal que k é igual ao número de
componentes não nulas na solução (y1 , . . . , yn+1 ). Então S 6= ∅. Assim, pelo
Princípio da Boa Ordenação, S contém um menor elemento, digamos r ∈ S,
com r ≤ n + 1. Reenumerando, se necessário, podemos supor que y1 , . . . , yr
são os elementos não nulos e yr = 1. Assim,
⎧
⎨ σ 1 (α1 )y1 + · · · + σ 1 (αr−1 )yn−1 + σ 1 (αr−1 ) = 0
⎪
.. (11.5)
⎪ .
⎩
σ n (α1 )y1 + · · · + σ n (αr−1 )yn−1 + σ n (αr−1 ) = 0
Sendo
G = {σk0 σ 1 , . . . , σ k0 σ n },
temos que essas equações podem ser reescritas como
⎧
⎨ σ 1 (α1 )σ k0 (y1 ) + · · · + σ 1 (αr−1 )σ k0 (yn−1 ) + σ 1 (αr−1 ) = 0
⎪
.. (11.6)
⎪ .
⎩
σ n (α1 )σ k0 (y1 ) + · · · + σ n (αr−1 )σ k0 (yn−1 ) + σ n (αr−1 ) = 0.
622 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
[L : LG ] = |G| .
Portanto, [L : K] ≥ |Gal(L/K)|. ¥
G = Gal(L/LG ) = Gal(L/LH ) = H,
Prova. Suponhamos que L/K seja uma extensão Galoisiana. Então, pelo
Teorema 11.19, [L : K] = |G| e G é um grupo finito. Mas, pelo Teorema 11.36,
|G| = [L : LG ]. Logo,
[L : LG ] = [L : K] = [L : LG ][LG : K]
⇒ [LG : K] = 1 ⇒ K = LG .
Reciprocamente, sejam
G = {σ 1 = I, σ 2 , . . . , σ n },
G = {τ , τ σ 2 , . . . , τ σ n }, ∀ τ ∈ G.
g ∈ LG [x] = K[x].
Como g(α) = 0 temos que p divide g. Assim, p não possui raízes repetidas,
ou seja, p é separável e decompõe-se sobre L. Portanto, L/K é uma extensão
Galoisiana. ¥
σ(F ) = F e β = σ(α) ∈ F.
g = x3 − 1 ∈ Q[x] e [F : Q] = 2.
h = x3 − 3x2 + 3x + 3 ∈ Q[x].
EXERCÍCIOS
F = {a ∈ K : σ1 (a) = · · · = σn (a)}
é um subcorpo de K, com [K : F ] ≥ n.
c1 αm m
1 + · · · + cn αn = 0, ∀ m ∈ Z,
então c1 = · · · = cn = 0.
Mostre que:
1
(a) Mostre que a função σ : L → L definida por σ(x) = 1−x gera um
subgrupo cíclico finito G de Gal(L/K). Determine o corpo fixo LG
e [L : LG ].
(b) Mostre que a função σ : L → L definida por σ(x) = x + 1 gera um
subgrupo cíclico infinito G de Gal(L/K). Determine o corpo fixo
LG . Qual é o grau [L : LG ]?
a ≤ d e b ≤ d (c ≤ a e c ≤ b).
11.4. TEOREMA FUNDAMENTAL DA TEORIA DE GALOIS 627
1. a ≤ m e b ≤ m. (cota superior)
H ≤ K ⇔ H ⊆ K.
H ∨ K = hH ∪ Ki = HK e H ∧ K = H ∩ K.
F1 ≤ F2 ⇔ F1 ⊆ F2 .
F1 ∧ F2 = F1 ∩ F2 e F1 ∨ F2 = K(F1 ∪ F2 ) = F1 F2
o composito de F1 e F2 .
628 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
Prova. Vamos provar primeiro que a função γ −1 também inverte ordem. Dados
x, y ∈ F2 , existem a, b ∈ F1 tais que
x = γ(a) e y = γ(b).
Logo, se x ≤ y, então
Dados a, b ∈ F1 ,
Logo, por definição, γ(a ∨ b) ≤ γ(a) ∧ γ(b). Por outro lado, como γ(a) ∧ γ(b) ∈
F2 e γ é sobrejetora temos que existe c ∈ F1 tal que
c ≤ a ∨ b e a, b ≤ c.
Portanto, c = a ∨ b. ¥
Int(L/K) o conjunto de todos os corpos intermediários de L/K
3. LH1 ∨H2 = LH1 ∧ LH2 e LH1 ∧H2 = LH1 ∨LH2 , para todos H1 , H2 ∈ Sub(G);
e
Gal(L/(F1 ∧ F2 )) = Gal(L/F1 ) ∨ Gal(L/F2 ),
para todos F1 , F2 ∈ Int(L/K).
L ↔ {I}
| |
F ←δ Gal(L/F )
→
| |
H
L γ H
←
→
| |
K ↔ G
(1) Pelo Corolário 11.37, temos que γ está bem definida e é injetora. Como
L é um corpo de decomposição de algum polinômio separável f ∈ K[x] e
K[x] ⊆ F [x], para todo F ∈ Int(L/K), temos que L também é um corpo de
630 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
γ(Gal(L/F )) = LGal(L/F ) = F,
isto é, γ é sobrejetora.
Finalmente, dados H1 , H2 ∈ Sub(G),
e
H = (δ ◦ γ)(H) = δ(LH ) = Gal(L/LH ).
(3) Consequência direta do Lema 11.43.
(4) Como [L : K] = [L : F ][F : K], para todo F ∈ Int(L/K), temos que
[L : K] |G|
[F : K] = = = [G : Gal(L/F )].
[L : F ] | Gal(L/F )|
[LH : K] = [G : H] e H = Gal(L/LH ).
(5) Suponhamos que F/K seja uma extensão Galoisiana. Então, pelo Teo-
rema 11.39, a função ϕ : G → Gal(F/K) definida por ϕ(σ) = σ|F está bem
definida. Dados, σ, τ ∈ G, obtemos
se, e somente se, σ −1 ◦ τ ◦ σ ∈ δ(F ) se, e somente se, τ ∈ σ(δ(F ))σ −1 . Assim,
Como
√
2 = σ(2) = (σ( 2))2
√ √ √
temos que σ( 2) = ± 2. De modo inteiramente análogo, temos que σ( 3) =
√
± 3. Assim,
I σ φ σφ
√ √ √ √ √
2→ 2 2 − 2 − 2
√ √ √ √ √
3→ 3 − 3 3 − 3
Isto é, G = {I, σ, φ, σφ}. É fácil verificar que
γ({I}) = L{I} = L.
Agora,
α ∈ γ(H1 ) = LH1 ⇔ σ(α) = α,
ou seja,
√ √ √ √ √ √
a + b 2 − c 3 − d 6 = a + b 2 + c 3 + d 6.
Portanto, c = d = 0 e a, b quaisquer. Assim,
√ √
F1 = LH1 = {a + b 2 : a, b ∈ Q} = Q( 2).
1. Mostre que f é irredutível sobre K se, e somente se, f não possui raízes
sobre K.
Solução. (1) Note que se f não possui raízes sobre K, então f é irredutível
sobre K, pois qualquer fatoração de f deve conter um fator de grau um.
Assim, se f é redutível sobre K, então f decompõe-se em três fatores lineares
ou f decompõe-se em dois fatores um linear e outro quadrático. Portanto,
|Gal(L/K)| = 1 ou 2.
(2) Primeiro note que se G = Gal(L/K), então pelo Teorema 11.24 G é
um subgrupo de S3 . Assim, |G| = 3 ou 6. Portanto, K(α) é uma extensão
Galoisiana de K se, e somente se, |G| = 3. Neste caso, G ' A3 ' Z3 . Agora,
sejam α1 = α, α2 , α3 ∈ L as raízes distintas de f . Pondo
Note que
⎛ ⎛⎡ ⎤⎞⎞2
1 1 1
⎜ ⎜⎢ ⎥⎟⎟
D2 = ⎝det ⎝⎣ α1 α2 α3 ⎦⎠⎠
α21 α22 α23
⎛⎛⎡ ⎤⎞2 ⎞
1 1 1
⎜⎜⎢ ⎥⎟ ⎟
= det ⎜
⎝⎝⎣ α1 α2 α3 ⎦⎠ ⎠
⎟
α21 α22 α23
⎛⎡ ⎤⎞
S0 S1 S2
⎜⎢ ⎥⎟
= det ⎝⎣ S1 S2 S3 ⎦⎠ ,
S2 S3 S4
α1 + α2 + α3 = 0, α1 α2 + α1 α3 + α2 α3 = a, α1 α2 α3 = −b
e o sistema ⎧
⎪ 3
⎨ α1 = −aα1 − b
α32 = −aα2 − b .
⎪
⎩ 3
α3 = −aα3 − b
Logo, S0 = 3, S1 = 0, S2 = −a, S3 = −3b e S4 = a2 . Portanto, D2 =
−4a3 − 27b2 , isto é, ∆ = D2 é o quadrado de um elemento de K.
Reciprocamente, se ∆ é o quadrado de um elemento de K, então D =
√
∆ ∈ K. Assim, σ(D) = D, para todo σ ∈ G. Logo, G ' A3 . Portanto,
[L : K] = |G| = 3 e L = K(α) é uma extensão Galoisiana de K.
(3) Como α ∈ L é uma raiz de f temos que
2 + uw + 2v 2 = 0,
então o polinômio
6 + uw + 2v 2 = 0.
Pondo
v 1
r= e s = 6= 0,
w w
obtemos
Logo,
∆ = −4v2 |α − β|4 < 0,
o que é impossível. Portanto, L = K(α) é uma extensão Galoisiana de K. ¥
636 CAPÍTULO 11. TEORIA DE GALOIS
2π
Exemplo 11.47 Sejam ω = e 9 i ∈ Q e F = Q(α), com α = ω + ω −1 .
Determine Gal(F/Q).
f = (x − (ω + ω −1 ))(x − (ω 2 + ω −2 ))(x − (ω 4 + ω −4 ))
= 1 − 3x + x3 ∈ Q[x],
EXERCÍCIOS
F0 = K ⊆ F1 ⊆ · · · ⊆ Fn−1 ⊆ Fn = L
e [Fi : Fi−1 ] = p, i = 1, . . . , n.