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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
LABORATÓRIO DE ELETROMAGNETISMO E MICROONDAS APLICADOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações


DSRC em 5.8GHz

Aluno: Bruno Roberto Franciscatto

Professor orientador: Rômulo Raimundo Maranhão do Valle

Campina Grande - PB, Novembro 2010


Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações DSRC em 5.8GHz

Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações


DSRC em 5.8GHz

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Elétrica


da Universidade Federal de Campina Grande, em
cumprimento parcial às exigências para obtenção do
Grau de Engenheiro Eletricista.

___________________________ ___________________________
Bruno Roberto Franciscatto Rômulo Raimundo Maranhão do Valle
ALUNO PROFESSOR ORIENTADOR

Campina Grande  PB
Novembro de 2010
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Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações DSRC em 5.8GHz

AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a Deus por tudo que me proporciona na vida. À


minha mãe e meu pai, os quais amo muito, pelo exemplo de vida e família
bem como pelo apoio dado durante toda graduação. À minha irmã por tudo
que me ajudou até hoje. Aos amigos que direta ou indiretamente
contribuíram para o meu êxito na graduação. Ao Professor Rômulo Raimundo
Maranhão do Valle, orientador, professor, um muito obrigado pela dedicação
e ajuda. Meus agradecimentos também aos amigos do Programa de Ensino
Tutorial de Engenharia Elétrica (PET-Elétrica), programa este que sempre me
abriu portas ao longo da graduação. E finalmente, agradeço a todos que me
ajudaram direta ou indiretamente para o desenvolvimento deste projeto.
MUITO OBRIGADO!

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Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações DSRC em 5.8GHz

RESUMO

DSRC (Dedicated Short Range Communications) é uma tecnologia de comunicação de média e


baixa velocidade, o que garante a segurança pública ou transações privadas entre as antenas nas
estradas e veículos ou entre os veículos. DSRC pretende ser um complemento à comunicação celular,
fornecendo taxas de dados muito altas.
Atualmente, o sistema DSRC tem padrões e protocolos bem estabelecidos na Europa e também
em países como a EUA, Brasil, Japão e Coréia. No entanto ainda existem barreiras tecnológicas a
serem vencidas.
A antena desenvolvida neste projeto será utilizada em aplicações do sistema DSRC Free-flow,
do inglês fluxo livre. Neste sistema, a comunicação ocorre entre uma antena implantada em uma
plataforma aérea e um Identificador (OBU) colocado dentro do veiculo colado no pára-brisa. A idéia
deste sistema é eliminar as “barreiras” existentes nos pedágios, de maneira a facilitar o fluxo e controle
de veículos. O motorista não precisará parar o veiculo para pagar o pedágio, ao passar por baixo destas
plataformas. Automaticamente os dados do veiculo serão checados e o valor do pedágio debitado em
sua conta bancária de forma segura e eficiente.
Existem várias razões para o sucesso da tecnologia DSRC na cobrança de pedágio; entre elas
está a opção por um recurso de comunicação que já mostrou ser muito segura e que interage com
outras tecnologias. Se forem comparados os custos de implantação, a tecnologia DSRC também
demonstra ser a mais econômica, porque o tag (etiqueta eletrônica que faz a transmissão de dados
entre o veículo e os sensores que efetuarão a cobrança) tem produção barata e poder de transmissão de
5,8 GHz.

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Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações DSRC em 5.8GHz

Sumário

AGRADECIMENTOS ...........................................................................................................................................................3

RESUMO .................................................................................................................................................................................4

1) Introdução ...................................................................................................................................................................7

2) Objetivo ........................................................................................................................................................................7

3) Metodologia ................................................................................................................................................................8

4) Estudo bibliográfico ................................................................................................................................................8

4.1) Diferentes geometrias de antenas ...................................................................................................................9


4.1.1) Geometria Fractal..................................................................................................................................9
4.1.2) Antena planar (“patch”) quadrada .............................................................................................. 12
4.1.3) Yagi-UDA ................................................................................................................................................ 12
4.1.4) Antena dipolo espiral de Archimedes ........................................................................................ 13
4.1.5) Antena helicoidal................................................................................................................................ 15
4.1.6) Antena “Rhombic” .............................................................................................................................. 15
4.1.7) Antena Fenda ....................................................................................................................................... 16
4.2) Arranjo de antenas ........................................................................................................................................... 17
4.3) Antenas diretivas .............................................................................................................................................. 18
4.4) Sistema DSRC ..................................................................................................................................................... 18
5) Projeto da antena .................................................................................................................................................. 20

5.1) Arranjo de antenas ...................................................................................................................................... 25


5.2) Divisor de potência ..................................................................................................................................... 26
5.3) Arranjo de uma antena com quatro elementos alimentada por um divisor de potência
(1x4)........................................................................................................................................................................................30
6) Conclusão .................................................................................................................................................................. 32

7) Referências bibliográficas .................................................................................................................................. 33

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Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações DSRC em 5.8GHz

Tabela de figuras
Figura 1: Metodologia do projeto de conclusão de curso....................................................................... 8
Figura 2: Forma fractal de uma raio e Figura 3: Forma fractal de um terreno ....................................... 9
Figura 4: Forma fractal do romanesco e Figura 5: Forma fractal de uma folha.................................... 10
Figura 6: Forma fractal de uma planta e Figura 7: Forma fractal de um nautilus ................................ 10
Figura 8: Forma fractal de um pavão .................................................................................................... 10
Figura 9: Sierpinski Carpert e Figura 10: Sierpinski Gasket .................................................................... 11
Figura 11: Heighway's Dragon............................................................................................................... 11
Figura 12: Koch Island –Snowflake e Figura 13 : Durer's pentagons ..................................................... 11
Figura 14 : Antena Yagi-UDA ................................................................................................................. 13
Figura 15 : Antenne Dipôle Archimède spirale...................................................................................... 14
Figura 16: Geometria do dipolo de Archimedes espiral......................................................................... 14
Figura 17: antena helicoidal .................................................................................................................. 15
Figura 18: formação do diagrama de irradiação da antena rhombique ............................................... 16
Figura 19 : Quatro guias irradiantes alimentados por um guia transversal ......................................... 17
Figura 20 : arranjo de antenas do tipo Yagi.......................................................................................... 17
Figura 21: arranjo de antenas do tipo planar ........................................................................................ 18
Figura 22: Sistema « free-flow » de uma ou mais vias .......................................................................... 19
Figura 23: Sistema « free-flow » de várias vias ..................................................................................... 20
Figura 24 : Esquema de uma Yagi clássica de 3 elementos ................................................................... 21
Figura 25: esquema de uma antena Yagi modificada – primeira camada ............................................ 22
Figura 26: esquema de uma antena Yagi modificada – segunda camada ............................................ 22
Figura 27 : Geometria da Yagi com os dipolos opostos e dois diretores coplanares............................. 23
Figura 28 : Especificações do substrato utilizado .................................................................................. 24
Figura 29: Resultado da simulação dos parâmetros S1,1 da Yagi com os dipolos opostos e dois
diretores coplanares .............................................................................................................................. 24
Figura 30: Resultado da simulação do diagrama de irradiação da Yagi com os dipolos opostos e dois
diretores coplanares .............................................................................................................................. 25
Figura 31: Arranjo de antenas: pontos 1 e 2 ......................................................................................... 25
Figura 32 : Divisor de potência do tipo 1x2 (uma entrada com duas saídas) ........................................ 27
Figura 33: Divisor de Wilkinson –junção à 3 acessos............................................................................. 27
Figura 34 : Divisor de potência 1x4 proposto ........................................................................................ 28
Figura 35 : Parâmetros do divisor de potência 1x4 proposto ................................................................ 29
Figura 36 : Resultados das simulações do módulo dos parâmetros S do divisor de potência ............... 29
Figura 37 : Resultados das simulações da fase dos parâmetros S do divisor de potência .................... 30
Figura 38: Arranjo de antena com 4 elementos e um divisor de potência 1x4 – vista frontal .............. 30
Figura 39: Arranjo de antena com 4 elementos e um divisor de potência 1x4 – vista traseira............. 31
Figura 40: Resultados da simulação dos parâmetros S1,1 do arranjo de antenas com 4 elementos e
um divisor de potência .......................................................................................................................... 31
Figura 41: Resultados da simulação do diagrama de irradiação do arranjo de antenas com 4
elementos e um divisor de potência ...................................................................................................... 32

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Desenvolvimento de uma antena diretiva para aplicações DSRC em 5.8GHz

1) Introdução
DSRC (Dedicated Short Range Communications) é uma tecnologia de comunicação de média e
baixa velocidade, o que garante a segurança pública ou transações privadas entre as antenas nas
estradas e veículos ou entre os veículos. DSRC pretende ser um complemento à comunicação celular,
fornecendo taxas de dados muito altas.
Atualmente, o sistema DSRC tem padrões e protocolos bem estabelecidos na Europa e também
em países como a EUA, Brasil, Japão e Coréia. No entanto, ainda existem barreiras tecnológicas a
serem vencidas.
As aplicações potenciais da tecnologia DSRC para segurança pública e gestão do tráfego são:
 Sistema de pedágio de barreira-livres (free-flow)
 Redução do risco colisão entre veículos
 Inspeção de segurança dos veículos
 O sinal de prioridade de trânsito ou de veículo de emergência
 Pagamento eletrônico do estacionamento
 Facilitação do processo de inspeções de segurança
 Informações sobre congestionamentos.
 Aviso de intersecção da auto-estrada ferroviária.

A antena desenvolvida neste projeto será utilizada em aplicações do sistema DSRC Free-flow,
do inglês Fluxo livre. Neste sistema a comunicação ocorre entre uma antena implantada em uma
plataforma aérea e um Identificador (OBU) colocado dentro do veiculo colado no pára-brisa. A idéia
deste sistema é eliminar as “barreiras” existentes nos pedágios, de maneira a facilitar o fluxo e controle
de veículos. O motorista não precisará parar o veiculo para pagar o pedágio, ao passar por baixo destas
plataformas. Automaticamente os dados do veículo serão checados e o valor do pedágio debitado em
sua conta bancária.
Existem várias razões para o sucesso da tecnologia DSRC na cobrança de pedágio; entre elas
está a opção por um recurso de comunicação que já mostrou ser muito segura e que interage com
outras tecnologias. Se forem comparados os custos de implantação, a tecnologia DSRC também
demonstra ser a mais econômica, porque o tag (etiqueta eletrônica que faz a transmissão de dados
entre o veículo e os sensores que efetuarão a cobrança) tem produção barata e poder de transmissão de
5,8 GHz.

2) Objetivo
Neste projeto temos como objetivo o estudo e desenvolvimento de uma antena diretiva para a
aplicação DSRC em 5.8GHz. Deve-se fazer uso de técnicas de desenvolvimento de antenas já
existentes, no entanto acrescentando diferenciais para que possamos obter uma antena diretiva, de
grande ganho e se possível de pequeno porte para esta faixa de freqüência.
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A antena desenvolvida neste projeto será utilizada para aplicações de pedágio do tipo Free-flow
(Fluxo livre), onde as antenas são colocadas em plataformas aéreas, sobre as rodovias permitindo a
detecção automática da passagem do veiculo.

3) Metodologia
Inicialmente foi feito um estudo bibliográfico da tecnologia DSRC. Em seguida foram
estudados diferentes técnicas de desenvolvimento de antenas possíveis de serem utilizadas para a
aplicação em questão.
Uma vez estabelecida a técnica de desenvolvimento da antena, foi escolhido o software de
simulação (CST), para criar a antena solicitada, aplicando o estudo bibliográfico realizado.
Com o objetivo alcançado em nível de simulação, foi discutida, junto ao professor orientador do
projeto, a possibilidade de fabricação e testes da antena simulada.

Estudo bibliografico:
•Sistema DSRC
•Diferentes técnicas de desenvolvimento de antenas

Escolha da geometria da antena

Simulações (Software CST)

Possibilidade de fabricação da antena projetada

Figura 1: Metodologia do projeto de conclusão de curso

4) Estudo bibliográfico
Visto que a antena solicitada para este projeto necessita de características muito específicas,
como uma diretividade elevada, grande ganho e de pequeno porte, logo se fez necessário a realização

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de uma ampla pesquisa bibliográfica para encontrar diferentes geometrias de antenas que nos
permitisse desempenho adequado para o projeto.
A pesquisa bibliográfica foi dividida em:
• Diferentes geometrias de antenas
• Antenas diretivas
• Arranjo de antenas
• Sistema DSRC

4.1) Diferentes geometrias de antenas


4.1.1) Geometria Fractal
Fractais foram definidos inicialmente por Benoît Mandelbrot, em 1975, visando classificar as
estruturas cujas dimensões não eram inteiros. A geometria fractal fornece um padrão geométrico único
que ocorre na natureza. Ele pode ser usado para descrever diferentes formas, por exemplo: plantas das
árvores, terreno irregular, descargas elétricas atmosféricas, alguns crustáceos, etc. Fractais são formas
geométricas que podem ser encontrados na natureza (Figuras 2-8). Estas geometrias foram geralmente
classificadas como amorfas, mas Mandelbrot descobriu que algumas características especiais podem
ser encontradas.

Figura 2: Forma fractal de uma raio Figura 3: Forma fractal de um terreno

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Figura 4: Forma fractal do romanesco Figura 5: Forma fractal de uma folha

Figura 6: Forma fractal de uma planta Figura 7: Forma fractal de um nautilus

Figura 8: Forma fractal de um pavão

(Fonte: http://biologyblog.wordpress.com ; http://webecoist.com)

Há muitas vantagens em usar a geometria fractal como ferramenta para o desenvolvimento de


antenas, por exemplo:
• Redução do tamanho físico;
• Comportamento multi-banda (“multiband”);

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• O ganho e largura de banda podem ser otimizados.

Tratando-se do uso da geometria fractal no desenvolvimento de antenas existem diversas


geometrias que se mostraram úteis, a exemplo das Figuras 9-13:

Figura 9: Sierpinski Carpert Figura 10: Sierpinski Gasket

Figura 11: Heighway's Dragon

Figura 12: Koch Island -Snowflake. Figura 13 : Durer's pentagons

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4.1.2) Antena patch quadrada


A antena patch (em Inglês) é uma antena plana, onde o elemento irradiante é uma superfície
condutora que pode ser quadrada, separada do plano de massa por um dielétrico.
Este tipo de antena pode ser utilizada para aplicações de um único elemento irradiante ou um
arranjo de antenas. Como aplicações, podemos citar: redes Wi-Fi, rádio amador e profissional,
navegação aérea, vigilância ou de satélites de observação da Terra.
As antenas planares têm muitas vantagens em comparação com antenas de microondas convencionais
e suas aplicações cobrem a ampla faixa de freqüência de 100 MHz a 100 GHz.
Algumas de suas vantagens:
• São leves, compactas
• Fabricação de baixo custo, produção em série possível;
• Polarização circular e linear
• Compatibilidade com circuitos híbridos e MMIC (“Monolithic Microwave
Integrated Circuit”];
No entanto, antenas planares também têm limitações comparadas as antenas tradicionais:
• Largura de banda baixa, muitas vezes associada a problemas de tolerância
(geométrica e física)
• Ganho geralmente baixo (6 dB)
• Suportam apenas baixas potências (100 W)
• Perda de radiação via ondas de superfície.
Estas limitações são conhecidas desde muitos anos atrás, mas um progresso considerável tem
sido feito para melhorar a desempenho da antena patch. Em particular, a sua largura de banda pode
aumentar até 70% usando uma configuração de múltiplas camadas e o ganho pode aumentar até 30%
aplicando um arranjo de antenas.

4.1.3) Yagi-UDA
A antena Yagi-Uda ou Yagi (nomeado após seus inventores, Hidetsugu Yagi e Shintaro UDA) é
uma antena de elementos “parasitas” utilizada em sistemas de HF ou UHF. Mecanicamente simples de
implementar, é amplamente utilizada na TV, em ligações de ponto à ponto e por radioamadores. Foi
inventada pouco antes da Segunda Guerra Mundial quando era utilizada para aplicações com radares.
Uma antena Yagi pode ser comparada a uma antena principal de um arranjo de antenas cujos
outros elementos do sistema são alimentados por indução mútua. Se o espaçamento e comprimento
dos braços da antena yagi são projetados de forma correta, o diagrama de irradiação e o ganho são
equivalentes a um arranjo de antenas.

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Uma antena Yagi-Uda é formada por um elemento alimentado (geralmente um simples dipolo
ou um “trombone") e um ou mais elementos isolados (de hastes de metal simples) e não
alimentados. Estes elementos são chamados de elementos "parasitas". A corrente elétrica flui através
do elemento de radiação alimentado produzindo um campo eletromagnético que induz correntes nos
outros elementos parasitas. A corrente induzida nos elementos parasitas, por sua vez produz mais
campos de radiação que induz a corrente em outros elementos, inclusive o elemento alimentado.
Finalmente, a corrente que flui em cada elemento é o resultado da interação entre todos os
elementos. Esta corrente depende da sua posição e suas dimensões. O campo eletromagnético
irradiado pela antena numa dada direção será a soma dos campos de radiação por cada elemento. Esta
soma é complicada pelo fato de que a amplitude e a fase da corrente que flui em cada elemento serem
diferentes.

Figura 14 : Antena Yagi-UDA

4.1.4) Antena dipolo espiral de Archimedes


A espiral de Arquimedes é datada da década de 1950 e desenvolveu-se rapidamente a partir do
final dos anos 1970, acompanhando o desenvolvimento de detecção e localização de sinais
wireless. Devido à sua polarização circular e um baixo custo, essas antenas desempenham um papel
importante em muitas áreas, tais como serviços de satélite [17] e a comunicação UWB [18]. A antena
espiral de Arquimedes apresenta um diagrama de irradiação bem direcional, uma impedância
característica e polarização circular. Pode-se escolher facilmente os parâmetros da antena. O tamanho
da antena espiral de Arquimedes é determinado pelo comprimento de onda da menor freqüência de
trabalho.

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Figura 15 : Antenne Dipôle Archimède spirale

O elemento irradiante pode ser constituído de um ou dois eixos de hélices simples ou dupla. A
antena dupla hélice tem características melhores que a antena única.
Sua banda tem limitações devido ao seu tamanho. O sentido de polarização do campo irradiado pela
antena corresponde ao sentido de deslocação da onda ao longo dos braços. Pode ser uma radiação
bidirecional, ou radiação unilateral se ela está associada com um refletor plano ou cavidade. Quanto a
espiral é logarítmica, a zona de radiação é, substancialmente, de um círculo de diâmetro λ / 4, onde
duas correntes adjacentes estão em fase. Para correntes em fases opostas, o campo correspondente não
produz qualquer radiação.

Figura 16: Geometria do dipolo de Archimedes espiral

A largura da banda desse tipo de antena pode ser definida a partir da seguinte fórmula [45]:
1

Onde:
c = velocidade da luz no vácuo
= frenquencia mais baixa da banda passante
= frenquencia mais alta da banda passante

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= permissividade relativa

4.1.5) Antena helicoidal


Antena Helicoidal deve seu nome ao fato de que ela apresenta uma irradiação principalmente
sobre o seu eixo de enrolamento. Foi descrita pela primeira vez em 1947 por John Daniel Kraus, um
U. S. Amador. As dimensões do espiral determina a freqüência de trabalho da antena, produzindo uma
polarização circular. Estas antenas são utilizadas para comunicações do tipo móvel, bem como para as
comunicações espaciais, quando a orientação relativa do transmissor e receptor é desconhecida ou
variável. Seu tamanho é proibitivo em HF e abaixo, logo elas são usadas em sistemas VHF ao SHF.

Figura 17: antena helicoidal

Encontramos na literatura várias fórmulas para calcular o ganho da antena helicoidal de acordo
com o número de voltas. O ganho é freqüentemente calculado com base no comprimento do “boom”
expressa em função de lambda [19].

onde:
G : ganho em dBi
d : diâmetro do circulo do espiral (em λ)
N : número de espiras (em λ)
p : passo entre as espiras (em λ)

4.1.6) Antena “Rhombic”


É uma antena composta de radiadores long-wire formando os lados de um losango. O circuito
desta antena normalmente tem no final uma impedância. Os lados do losango e o ângulo entre os lados
são projetados para dar a diretividade pretendida. Este tipo de antena é caracterizado pela facilidade de

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se obter uma polarização circular. Esta antena consiste de quatro elementos dispostos em forma de
paralelepípedo e terminados por uma adaptação de impedância (ver figura 18).

Figura 18: formação do diagrama de irradiação da antena rhombique

A impedância de entrada é de aproximadamente 650-700 Ω, a diretividade varia 20-90 dB e


ganho de potência, devido às perdas em R, varia 15-60 dB.
Se o rendimento é baixo η (-5 dB a -30 dB), a largura de banda é grande, uma vez que a antena não
está bem adaptada! A antena rhombic permite o funcionamento satisfatório de 3-30 MHz é utilizado
para ligações de ondas curtas.

4.1.7) Antena Fenda


Uma antena fenda pode ser constituída em uma ou mais guias com ranhuras retangulares. Os
guias podem ser colocados juntos por sua pequena parte, ou montados por espaçadores quando as
faixas estão dispostas no lado curto do guia. Cada guia é alimentado por uma árvore de distribuição
composta por engates interligados por pontos dos guias.
A antena fenda é caracterizada pelo seu desenvolvimento vertical e horizontal em forma de ângulo, ou
guia de ondas com fendas de tamanho e localização dos elementos que são funções da freqüência. A
onda é emitida diretamente pelas frestas do guia e forma um padrão de interferência em fendas de
Young com um forte ganho na direção perpendicular ao seu comprimento, se o espaçamento das
aberturas é um múltiplo do comprimento de onda utilizado. Temos, assim, uma antena direcional, cujo
padrão de transmissão é menos preciso do que uma antena parabólica, mas é muito mais barata e
robusta.

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Figura 19 : Quatro guias irradiantes alimentados por um guia transversal

4.2) Arranjo de antenas


Um arranjo de antenas é um conjunto de antenas separadas que podem ser alimentadas em
fase. Isso quer dizer que a fase da corrente entre cada par de antenas é fixa. O campo eletromagnético
produzido por uma rede de antenas é a soma vetorial dos campos produzidos por cada elemento. Ao
escolher o espaçamento adequado entre os elementos e fase da corrente que flui em cada um, pode-se
mudar a direção do feixe principal do diagrama de irradiação por meio de interferência construtiva em
certas direções e interferência destrutiva em outras direções. Pela combinação de um deslocador de
fase em cada fonte primária, podemos obter a agilidade do feixe necessário para certas aplicações
(radar, satélite de comunicações endereçadas...).
Há uma grande variedade de arranjos:
• Elementos regulares (os elementos ou antenas são dispostos com um passo constante)
• linear: os elementos são alinhados em uma linha
• circular: os elementos são dispostos em um círculo
• superfície: os elementos são dispostos em um plano, esfera, cilindro ou outra superfície.
• volume: os elementos são distribuídos dentro de um volume (uma esfera, por exemplo)

Figura 20 : arranjo de antenas do tipo Yagi

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Figura 21: arranjo de antenas do tipo planar

4.3) Antenas diretivas


O campo de aplicações sem fio está experimentando um forte crescimento em suas necessidades
de antenas diretivas. Estes tipos de antenas são muito úteis em várias aplicações: transporte rodoviário,
aplicações médicas, sistemas de rastreamento de pessoas, carros e produtos... A grande vantagem é a
possibilidade de um padrão de radiação muito consistente na direção de propagação necessária para a
aplicação.
Por analogia com a luz, pode-se comparar uma antena diretiva com um projetor de luz, que
concentra a energia em um feixe estreito. Isso melhora o ganho da antena, concentrando a energia
irradiada no lóbulo principal, o que implica que, do ponto de vista geral, uma antena diretiva é também
uma antena de alto ganho.

4.4) Sistema DSRC


A antena desenvolvida no âmbito deste projeto faz parte do sistema DSRC (“Dedicated Short
Range Communications”). Esta tecnologia tem como aplicação comunicações de médio e baixo fluxo,
dentro da segurança pública ou transações privadas entre as antenas na rua e veículos ou entre os
veículos. DSRC pretende ser um complemento para comunicações celulares, proporcionando altas
taxas de dados nos casos em que a minimização da latência na ligação e isolamento de áreas de
pequenos municípios são importantes.
Em outubro de 1999, a “Federal Communications Commission” (FCC), atribuiu aos Estados
Unidos, 75 MHz de espectro na faixa 5,9 GHz para DSRC a ser utilizado pelo transporte
inteligente. Por outro lado, na Europa, em agosto de 2008, o “European Telecommunications
Standards Institute” (ETSI) destinou 30 MHz de espectro na faixa 5,9 GHz para os STI. No Brasil
temos a faixa de 5,8 GHz alocada para aplicações do sistema DSRC. A decisão de utilização de
freqüências na faixa de 5.8 GHz é devido ao ambiente de espectro e suas características de

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propagação, que são adaptadas a ambientes de veículos rodoviários - as ondas de propagação nesta
faixa de freqüência podem fornecer comunicações em banda larga através de longas distâncias (até
1000 metros), se tivermos uma condição climática favorável.
As aplicações potenciais da tecnologia DSRC para segurança pública e gestão do tráfego são:
 O sistema de pedágio de barreira-livres (free-flow)
 Prevenção de colisão entre veículos
 Inspeção de segurança dos veículos
 O sinal de prioridade de trânsito ou de veículo de emergência
 Pagamento eletrônico do estacionamento
 Facilitação do processo de inspeções de segurança
 Informações sobre congestionamentos.
 Aviso de intersecção da auto-estrada ferroviária.

Fonte : https://www.mhi.co.jp/en/products/pdf/dsrc.pdf

Figura 22: Sistema « free-flow » de uma ou mais vias

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Figura 23: Sistema « free-flow » de várias vias

Esta nova tecnologia vem complementar os diversos sistemas de rodovias existentes, para
permitir que o motorista tenha mais conforto e segurança. Na Tabela 1, há a comparação entre o
DSRC e outros sistemas de comunicação sem fio.

DSRC FM RADIO Celular Satélite

Distância 1000 m Centenas de Km Milhares de


Km Km

Date rate 6 à 27 mbps >10 kbps Hoje >10kbps


Futuro 2-3 mbps

Diretividade Na direção do sinal Área Área área

*Custo (por bit) Não existe Não existe $ $$$

Tabela 1 : comparação do sistema DSRC com os outros sistemas de comunicação sem fio

*O custo por bit é o montante para cada bit enviado/recebido durante a comunicação DSRC.

5) Projeto da antena
No retrospecto da literatura e as simulações de vários tipos de antenas, a equipe do projeto, em
comum acordo, decidiu que a geometria adotada seria antenas YAGI-UDA (4.1.3), pois tem uma
diretividade alta. A antena pode ser fabricada em PCB, o ganho da antena pode ser aumentado,
adicionando elementos "diretores", o módulo básico pode ser instalado em arranjo de antenas, para
variar o lóbulo principal e o ganho global.
Mais precisamente esta antena possui:
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 Um elemento emissor (radiador)


 Um refletor
 Elementos diretores

Figura 24 : Esquema de uma Yagi clássica de 3 elementos

Tomando como referência a fase da corrente do elemento emissor, o comportamento do


elemento “parasita” depende da distância entre os dois elementos e das dimensões físicas do elemento
parasita. Um método para aumentar o ganho é a adição de mais diretores. Para todos os elementos
diretores adicionais, deve-se subtrair o coeficiente 0.005 (Figura 24). Tradicionalmente, as antenas
Yagi são projetadas usando antenas dipolo de fio ou PCB. Em 1991, Huang apresentou um projeto da
antena Yagi sobre microfita [42].
Recentemente, diversas configurações da antena Yagi foram propostas [43], [44], [45].
Para este projeto uma antena inovadora foi desenvolvida: a Yagi com os dipolos opostos e dois
diretores coplanares, onde um braço do dipolo e dois diretores são impressos em um lado do substrato
(primeira camada). Do outro lado do substrato (segunda camada) temos o segundo braço do dipolo e o
refletor, que neste caso é um plano de massa truncado (Figura 25 e Figura 26).

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Directeurs

Elément rayonnant

Figura 25: esquema de uma antena Yagi modificada – primeira camada

Figura 26: esquema de uma antena Yagi modificada – segunda camada

Os dois braços do dipolo estão localizados em lados opostos do substrato, um dos quais é
alimentado pela linha de alimentação microfita 50Ω, enquanto o outro é alimentado pela linha
microfita que vem do plano de massa truncado.

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Figura 27 : Geometria da Yagi com os dipolos opostos e dois diretores coplanares

O braço do dipolo da primeira camada é alimentado por uma linha coplanar (CPS). O papel da
seção de ys é transformar a impedância de entrada de 50Ω, originária da linha microfita de
alimentação em uma linha estreita w1. Durante o processo de design, o comprimento de cada braço do
dipolo X1 é inicialmente definido como um quarto de onda λ/4 da freqüência central. O comprimento
do diretor X2 é escolhido perto do valor de X1, normalmente 0.95*λ/4. A distância entre o braço do
dipolo e o plano de massa d2 está perto de λ/4, a distância entre o braço do dipolo e primeiro diretor
d1 é inferior a λ/4. Normalmente, a dimensão w2 é designada para ser mais larga ou tão larga quanto a
do braço w1 para assegurar um acoplamento forte, no entanto isso impõe um limite na largura da faixa
de impedância. Para o segundo elemento diretor, o procedimento deve ser tal qual o primeiro diretor.
A margem Y entre o segundo diretor e o fim do substrato tem uma forte influência sobre as perdas de
retorno ("return-loss”) e conseqüentemente, a largura de banda de impedância.
Por outro lado, aumentando a largura do substrato W, haverá um plano de massa truncado
maior, conseqüentemente um melhor refletor. Assim, há também um compromisso entre a superfície
da antena e o diagrama de irradiação.
A partir dos parâmetros previamente determinados, estes foram utilizados para o
desenvolvimento da antena no software de simulação. As simulações são feitas no software CST ®. O
substrato utilizado foi o ROGERS RO4003 com uma espessura de 0.8mm. Suas especificações são
descritas na Figura 28:

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Figura 28 : Especificações do substrato utilizado

Tomando-se como parâmetros iniciais os valores mostrados na Figura 27, uma otimização foi
realizada para adaptar a antena à 5.8GHz, obtendo-se como parâmetros finais:
Parâmetro Valor (mm) Parâmetro Valor (mm)

Y 20,1 X1 8,5

W 28 X2 6

ys 7 X3 4

yg 6 w1 1,5

ws 2 w2 1,2

d1 5,35 w3 1,1

d2 11,75

Tabela 2 : parâmetros de uma Yagi com os dipolos opostos e dois diretores coplanares

Uma vez bem determinados todos os parâmetros, a simulação final apresentou os seguintes
resultados:

Figura 29: Resultado da simulação dos parâmetros S1,1 da Yagi com os dipolos opostos e dois diretores coplanares

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Figura 30: Resultado da simulação do diagrama de irradiação da Yagi com os dipolos opostos e dois diretores coplanares

Após a análise dos resultados, observou-se que uma única célula da antena Yagi à 5,8 GHz tem
um ganho interessante (8,3 dB), mas insuficiente para a aplicação desejada, pois requer-se uma antena
com um ganho próximo de 17 dB. Então, para satisfazer esta demanda, o ganho foi ampliado com um
método conhecido, denominado arranjo de antenas.

5.1) Arranjo de antenas


O projeto de um arranjo de antenas atende à demanda de uma antena altamente diretiva e um
alto ganho. Os elementos da antena podem ser montados em redes de uma ou duas dimensões,
aumentando o ganho e diretividade. O diagrama de irradiação de um arranjo de antenas pode ser
modulado por mudança de fase e amplitude de excitações individuais.
Considerando o caso de duas antenas semelhantes espaçadas a uma distância fixa e alimentadas
em fase (ou seja, a defasagem entre as correntes é zero), figura 31.

Figura 31: Arranjo de antenas: pontos 1 e 2

Calculado o campo elétrico E produzido por este par de antenas a uma distância
particularmente grande em relação à fonte de energia (Figura 31). A distância é particularmente grande
em relação ao comprimento de onda, logo o ângulo é o mesmo para ambas as antenas e o campo
produzido por cada uma será também o mesmo. Mas se a amplitude é a mesma, a fase será diferente,

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pois a antena 2 está mais próxima do ponto de medição que a antena 1. O campo produzido pela
Antena 2 vai chegar alguns segundos antes que o campo produzido pela antena 1. Ou seja, o campo
produzido pela antena 2 vai estar em avanço de fase:

Equação 4

Uma vez que ambos os campos são paralelos, a soma de vetores é reduzida à soma das amplitudes,
mas tendo em conta a mudança de fase:

Equação 5

Como a fase do campo elétrico recebido é irrelevante e só a amplitude é importante, apenas o módulo
será avaliado:

Equação 6

É fácil ver que o campo elétrico é máximo e igual a duas vezes o campo produzido por cada
uma das duas antenas. Isso é lógico, porque, para as duas emissões que viajam a mesma distância
devem chegar em fase.
Após discussão com o professor orientador do projeto em relação à importância que o ganho da
antena deve ter para a nossa aplicação, decidimos criar um arranjo de antenas com 4 elementos. No
entanto, para implementar esta configuração, tivemos que desenvolver um divisor de potência.

5.2) Divisor de potência


Para projetar um arranjo de antenas, devem-se considerar os seguintes parâmetros definidos nas
especificações do projeto:
 Um lóbulo de irradiação altamente diretivo
 Um diagrama de irradiação com certa inclinação
 O ângulo de abertura do diagrama de radiação nas direções horizontal e vertical

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Para cumprir todos estes requisitos, deve-se criar um divisor de potência (Figura 32), que
permitirá manipular o sinal em módulo e fase, o qual será enviado a todas as células que compõe o
conjunto de antenas. Normalmente o módulo é o mesmo em cada saída do divisor, mas a fase é o
parâmetro mais importante, pois a partir de uma mudança de fase em cada saída do divisor, pode-se
obter:
 Uma radiação diagrama de irradiação inclinado
 Lóbulo altamente direcional
 Um determinado ângulo de abertura.

Saída 1 Saída 2

Entrada 1

Figura 32 : Divisor de potência do tipo 1x2 (uma entrada com duas saídas)

De fato, esse tipo específico de divisor de potência recebe o nome de divisor de Wilkinson. Para
se ter uma otimização de espaço físico de ocupação do substrato, pode-se projetá-lo com linhas de
diferentes impedâncias características:

Figura 33: Divisor de Wilkinson –junção à 3 acessos

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No plano B : et

No plano A : et

Logo : et

Para um arranjo com uma antena com quatro células, precisamos de um divisor de potência do
tipo 1x4 (uma entrada e quatro saídas). Durante o desenvolvimento do divisor, deve-se garantir que
teremos 50Ω de impedância de entrada, e na saída do divisor devemos ter o mesmo valor 50Ω, pois a
nossa Yagi foi projetada para uma excitação à 50 Ω.
Assim, à partir da formulação matemática do divisor de potência, nós começamos a projetar um
divisor do tipo 1x4 (uma entrada e quatro saídas):

Figura 34 : Divisor de potência 1x4 proposto

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Figura 35 : Parâmetros do divisor de potência 1x4 proposto

Para o nosso projeto, devemos ter o mesmo sinal à 5.8GHz em fase e módulo em cada saída do
divisor de potência, conseqüentemente permitindo uma adição construtiva dos diagramas de irradiação
de cada célula (antena) para obter o diagrama final desejado.
Em nossas simulações, temos como porta de entrada o número 1 e como portas de saída: 2, 3, 4, 5.
As Figuras 36 e 37 mostram os resultados da simulação do divisor de potência proposto.

Figura 36 : Resultados das simulações do módulo dos parâmetros S do divisor de potência

Pode ser observado na Figura 36 que os módulos dos parâmetros S de transmissão são muito
próximos a um valor fixo, isso significa que a potência "P" injetada na entrada (porta 1), será
compartilhada por cada saída (portas 2, 3, 4, 5) de forma igual, logo haverá um sinal de "P / 4" em
cada saída do divisor.

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Figura 37 : Resultados das simulações da fase dos parâmetros S do divisor de potência

Pode ser observado na Figura 37 que as fases dos parâmetros de transmissão S estão próximas
de um valor fixo. A divergência entre alguns valores é aceitável para a nossa aplicação.

5.3) Arranjo de uma antena com quatro elementos alimentado por


um divisor de potência (1x4)

Uma vez projetado o divisor de potência e a célula da antena Yagi, resta realizar o elo de
ligação entre elas e verificar os resultados da simulação:

85 mm

152 mm

Figura 38: Arranjo de antena com 4 elementos e um divisor de potência 1x4 – vista frontal

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Figura 39: Arranjo de antena com 4 elementos e um divisor de potência 1x4 – vista traseira

Figura 40: Resultados da simulação dos parâmetros S1,1 do arranjo de antenas com 4 elementos e um divisor de potência

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Figura 41: Resultados da simulação do diagrama de irradiação do arranjo de antenas com 4 elementos e um divisor de potência

Podemos observar nos resultados da simulação, que conseguimos criar uma antena com um alto
desempenho, um retorno de perdas (“return-loss”) de -28dB à 5,8 GHz, um ganho de 11,05 dB e
acima de tudo um ótimo valor do parâmetro de eficiência total, -0.3 dB (sabendo que a referência é
0dB).

6) Conclusão

Este projeto teve como ponto de partida um estudo teórico dos diferentes tipos de antenas
objetivando satisfazer a necessidade atual de antenas inovadoras para as comunicações sem fio, mais
especificadamente para as aplicações DSRC, onde há a necessidade de antenas diretivas, com alto
ganho e miniaturizadas.
A geometria utilizada como base para o desenvolvimento da antena neste projeto foi a YAGI-
UDA, pelas seguintes razões: apresenta uma diretividade muito alta; facilidade de fabricação em PCB;
possibilidade de aumento do ganho da antena, com a adição de elementos "diretores”.
Uma vez projetada a célula Yagi à 5.8GHz, um arranjo de quatro antenas Yagi foi construído
para aumentar o ganho e diretividade do sistema. Um divisor de potência foi desenvolvido para dividir
o sinal de entrada do arranjo em quatro sinais de mesmo modulo e fase para alimentar as células das
antenas Yagi.
Como resultado final do desenvolvimento da antena, obtivemos uma perda de retorno (“return-
loss”) de -28dB à 5,8 GHz, um ganho de 11,05 dB e acima de tudo um ótimo valor do parâmetro de
eficiência total, -0.3 dB (sabendo que a referência é 0dB).

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