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RESUMO
O presente artigo tem como objetivo apresentar um relato de experiência de estágio clínico
supervisionado, realizada no Núcleo de Práticas Psicológicas do curso de Psicologia da
Faculdade Integrada de Ensino Superior de Colinas Tocantins (FIESC/UNIESP). A paciente
MC, 26 anos, encontrava-se em atendimento clinico e queixava-se de sua relação de
dependência e sadomasoquista com a parceira, uma necessidade excessiva de dominar a relação
e um relacionamento difícil com a mãe. Utilizando de uma discursão com diversos
pressupostos, e utilizando da interpretação para se aproximar da proeminência dos significados
inconscientes e compreender a dinâmica psíquica da paciente, se constatou as consequências
do abuso sexual sofrido na adolescência como principal meio para o surgimento de pulsões
sexuais sádicas, além de outras características adquiridas pela personalidade da paciente como
forma de defesa da rejeição sentida da mãe.
ABSTRACT
This article aims to present an account of supervised clinical internship experience, performed
at the Psychological Practice Center of the Psychology course of the Integrated Higher
1
Professor Supervisor possui graduação em Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil (2003). Psicólogo
organizacional - Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins - Coordenador do Núcleo de Educação Permanente
em Saúde, credenciado - DETRAN, Gerente Clinico da Clínica FOKUS Atendimento Médico e Psicológico; Sócio
proprietário - ESFOTEC - ESCOLA DE FORMAÇÃO TÉCNICA DE GUARAÍ LTDA, professor pós graduação
- ITOP, Professor pós-graduação na UFT; psicólogo da Prefeitura Municipal de Paraíso. Professor co CRR- Centro
Regional de Referência sobre Álcool e Drogas - UFT, professor na UNIESP - Instituto Educacional de São Paulo;
Especialista em Educação Especial; Especialista em Políticas Educacionais; Especialista em Psicologia do
Trânsito; Especialista em Preceptoria do SUS; Especializando em Psicologia Social; Especializando em Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde; Mestre em Ciências da Educação -ULHT - Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologia -Lisboa/PT; Doutorando em Psicologia pela UCES - Universidad de Ciências
Empresariales y Sociales - Buenos Aires/AR. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia
do Desenvolvimento Humano, Atuação como redução de danos ao usuário de álcool e Drogas junto ao CAPS
História e Sistemas, Psicologia da Aprendizagem, Intervenções Psicopedagógicas, Psicologia Social, Psicologia
Cognitivo Comportamental, Psicologia da Saúde e Hospitalar, Psicologia aplicada à Administração, Psicologia do
Desenvolvimento Humano. Atuando principalmente nos seguintes temas: saúde, saúde mental, álcool e drogas,
redução de danos, educação, sexualidade, psicologia escolar, desenvolvimento, relações interpessoais e integração,
pessoas portadoras de necessidades especiais. Artigo apresentado em dezembro de 2017.
2
Acadêmica do 10º período do curso de Psicologia da FIESC/UNIESP- Faculdade de Ensino
Superior de Colinas do Tocantins.
Education Faculty of Colinas Tocantins (FIESC / UNIESP). The MC patient, 25 years old, was
in clinical care and complained of her relationship of dependence and sadomasochism with the
partner and the excessive need to master the relationship Using the psychoanalytical
assumption, and interpretation to approach the prominence of meanings unconscious and
understand the patient's psychic dynamics, where the consequences of sexual abuse suffered in
adolescence as the main means for the emergence of sadistic sexual drives were found.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Abuso sexual é popularmente conhecido como qualquer conduto sexual realizada sem
o consentimento da outra pessoa participante do ato, na maioria das vezes é acompanhada de
agressões físicas e psicológicas. Trata-se de um problema universal cada vez mais frequente na
sociedade, que não distingue idade, sexo, cor ou nível social. De acordo com Florentino (2015),
a criança e o adolescente são as maiores vítimas de atos abusivos e maus-tratos, ocasionados
por sua maior vulnerabilidade e dependência.
Este ato forçado acaba por deixar graves consequências a curto e longo prazo na pessoa
abusada, desenvolvendo problemas de desenvolvimento em crianças e adolescentes,
dificuldades de socialização, problemas de confiança em si mesmo e nos outros, estresse pós-
traumático, comportamento sexual inadequado, dentre muitos outros. Segundo Ferrari (2002,
citado por Romero, 2007, p. 15), as consequências vão depender principalmente de aspectos
como: idade da pessoa agredida e da que agride, tipo de relação entre abusador e abusado,
personalidade da vítima, duração e frequência da agressão, tipo e gravidade do ato e reação do
ambiente. Ao passar por uma experiência de violação de seu próprio corpo, elas reagem de
forma somática independentemente de sua idade, uma vez que sensações novas foram
despertadas e não puderam ser integradas (PRADO, 2004, citado por Florentino, 2015).
Uma dos dados que mais chamam atenção em estudos sobre esse assunto é de que a
maioria dos casos parte de pessoas próximas a vitima, como vizinhos, amigos, e ate mesmo
membros da própria família como tios(as) e os próprios pais e sendo este último o mais comum
e também mais nocivo a vitima. Uma pesquisa de Gabel (1997, citado por Romero, 2007)
realizada com uma amostra de 92 casos de abuso sexual mostra que 63% dos casos foram
cometidos por indivíduos conhecidos da vítima e ele também cita um estudo de Lynch
apontando que o pai estava implicado em 48% dos casos.
Pesquisar e tentar compreender as consequências dessa violência não é uma tarefa fácil,
que conta com uma escassez de informações, talvez por ser um evento traumático, as vitimas
não se submetem a pesquisas que poderiam melhor descrever e confirmar as sequelas desse tipo
2.2 Sadismo/Masoquismo
3 METODOLOGIA
MC, 26 anos, separada, mãe de dois filhos, na época que iniciou o tratamento estava
desempregada há um mês e ficou assim por mais sete meses, ate conseguir outro emprego.
Sobre sua infância relata que cresceu na fazenda, com o pai pastor e a mãe e sendo a mais velha
de quatro irmãos, assim começou a ter responsabilidade aos 11 anos, quando os pais se
separaram e começou a ter que ajudar o pai a cuidar dos irmãos, disse que sempre foi mais
próxima de pai e distante da mãe e que acredita que isso aconteceu pelo estilo masculinizado
que tem. Relata ser bissexual, mais a preferencia é feminina e que lembra que esse desejo por
mulheres se iniciou ainda com 13 anos.
5 CONCLUSÃO
Através desta experiência, aqui relatada, foi possível entender e vivenciar um caso
clínico que será valioso e levando como experiência a vida pós-formação acadêmica. Foi
possível vivenciar a prática clinica e ter um contato com comportamentos considerados
desajustados e a possibilidade de usar o conhecimento teórico como forma de melhor entender
o que acontece e como melhor o paciente pode percebe-se, sendo assim uma oportunidade de
crescimento do aprendizado do acadêmico.
O como o paciente se percebe é primordial para propiciar a ele uma melhor qualidade
de vida, utilizando o processo terapêutico como meio para que isso ocorra com mais eficiência,
fazendo o paciente perceber quais aspectos de seu desenvolvimento foram capazes de o torna o
que é hoje e como melhor lidar com as dificuldades dessa personalidade formada, a fim de
propiciar o menor sofrimento possível a este.
O feedback final é uma parte importante desse processo de formação acadêmica, poder
ter a gratidão do seu paciente, conseguir visualizar a sua evolução e percebe que alcançou seu
objetivo é motivador, propicia a este a busca constante por mais conhecimento e o sabor de
dever cumprido, aumentando sua autoconfiança para o mercado de trabalho logo afrente.
Esta experiência foi sem dúvida valiosa, foi possível, através desta, promover um
diálogo entre diversos colegas acadêmicos e seu supervisor, visando todas as possibilidades que
melhor se encaixava para entendimento da demanda de seus pacientes, além de sanar as
dificuldades que apareciam no caminho, foi possível também aprender através de óticas
diferentes, estando sempre aberto a discursões construtivas e objetivas. É indispensável presta
o agradecimento maior ao mestre supervisor/psicólogo Edgar Henrique Hein Trapp, que esteve
sempre disposto a dividir seus valiosos conhecimentos, sem esquecer do “puxão de orelha”
quando necessário e do apoio emocional tão primordial nesta fase, seu papel foi fundamental
da formação do eu profissional.
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