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SPIT SYSTEM
Sumário
Prefácio ...................................................................................................................... 3
Introdução ................................................................................................................. 3
Histórico ..................................................................................................................... 3
Noções de Física......................................................................................................... 4
Matéria .................................................................................................................. 4
Mudança de estado físico ...................................................................................... 4
Sólidos ................................................................................................................. 5
Líquido ................................................................................................................. 5
Gasoso ................................................................................................................. 5
Calor ....................................................................................................................... 6
ESCALAS TERMOMÉTRICAS ................................................................................... 8
Relação entre escalas termométricas.................................................................... 8
Conversão de escalas: ............................................................................................ 9
PROCESSO FUNDAMENTAL DE TRANSFERENCIA DE CALOR ............................... 12
CONDUÇÃO .......................................................................................................... 12
CONVECÇÃO......................................................................................................... 12
RADIAÇÃO ............................................................................................................ 13
MEDIDAS DE CALOR: ............................................................................................ 13
CALOR ESPECÍFICO ............................................................................................... 14
Pressão ................................................................................................................. 16
Pressão atmosférica .......................................................................................... 16
PRESSÃO MANOMÉTRICA ................................................................................. 18
PRESSÃO ABSOLUTA ......................................................................................... 18
REFRIGERANTES ................................................................................................... 19
Características necessárias aos fluídos: ............................................................ 19
CICLO DE REFRIGERAÇÃO: ................................................................................... 22
FUNCIONAMENTO ............................................................................................... 24
CONDENSADORES ................................................................................................ 25
EVAPORADOR ...................................................................................................... 26
COMPRESSOR ...................................................................................................... 26
SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO .............................................................................. 33
Falhas em compressores. .................................................................................. 34
Capacitor ........................................................................................................... 38
Protetor térmico ............................................................................................... 39
Ciclo frio ................................................................................................................... 44
Ciclo reverso ............................................................................................................ 45
Carga de refrigerante ............................................................................................... 57
CÁLCULO DE SUPERAQUECIMENTO .................................................................... 57
Auto diagnóstico ...................................................................................................... 59
Referencias Bibliográficas ........................................................................................ 73
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SERAE Mecânico de Refrigeração de Split System
Prefácio
O propósito de elaborar esta apostila é o interesse em contribuir para a divulgação
sobre os assuntos técnicos e mais ainda, de facilitar aos profissionais de refrigeração o
conhecimento dos equipamentos de “Split System”.
Essa apostila reuni textos de autores diversos e coordenar ensinamentos oriundos
das diversas fontes citadas na “Bibliografia”, adicionados a alguma experiência
profissional, como o objetivo desta apostila é a execução dos conceitos teóricos, os
diversos assuntos abordados são apenas superficiais, o suficiente para a familiarização
dos iniciantes do ramo.
Cabe agradecer a todos que cooperaram direta ou indiretamente para que fosse
possível a elaboração desta apostila.
Esperamos que esta apostila encontre boa receptividade por parte dos estudiosos
do assunto, aceitamos de bom agrado, críticas e sugestões no sentido de melhorá-la
sempre.
Introdução
Este fascículo foi elaborado com o propósito de servir de reforço as informações
transmitidas aos MECÂNICOS DE REFRIGERAÇÃO DE SPLIT.
Serão transmitidas informações sobre noções de física, ciclo de refrigeração
mecânica, descrição e funcionamento dos componentes do ciclo de refrigeração,
refrigerantes, diagnósticos e correção de defeitos.
Histórico
O homem sempre se preocupou com o seu conforto, do qual o conforto térmico é
uma das parcelas mais importante.
O processo de remover calor de um corpo data de tempos dos Chineses, Egípcios,
Gregos e Romanos.
A substância mais antiga e mais comumente usada para remover calor é o gelo. Os
Chineses foram os primeiros a aprenderem que o gelo tornava as bebidas mais saborosas
quando geladas.
Os Egípcios, umas civilizações muito desenvolvidas viviam em uma região muito
quente, procuravam abrandar o calor, fazendo plantações sobre o telhado, de forma que
as plantas, a terra e a água recebessem a maior carga de sol. Além disso, fazia grandes
aberturas para circular melhor o ar, e nessas aberturas deixavam cair água para refrescar
o ar que entrava na casa. Ainda no Egito, usavam-se ventiladores humanos, que custavam
caro.
Nos tempos antigos de Roma e Grécia, escravos eram utilizados para carregarem
neve do topo das montanhas e armazenarem em buracos, para serem mais tarde
utilizados para resfriamento. Com o avanço da civilização, estas práticas se espalharam
pela Europa.
Pôr cerca de uma centena de anos, a refrigeração era fornecida pela natureza,
através do uso do gelo. Somente em 1834 é que foi registrada a primeira patente de
máquina de refrigeração mecânica. Patente essa de origem Britânica a qual, em principio,
era um sistema de refrigeração mecânica como utilizada nos dias de hoje. Por volta de
1900 a eletricidade começou a entrar em muitos lares e com o desenvolvimento do
pequeno motor elétrico, a máquina de produzir frio foi trazida para dentro de nossas
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Noções de Física
Os itens abaixo mostram estes assuntos, os quais estudarão neste fascículo:
Matéria
Matéria é tudo aquilo que pode ser medido, pesado, tem massa e ocupa lugar no
espaço. Ela pode se apresentar em três estados físicos:
A matéria é feita de moléculas que exercem entre si uma força chamada molecular. Esta
força pode UNIR (chamada de força de atração) ou SEPARAR (chamada força de repulsão) as
moléculas do corpo.
Quanto maior for à força de atração, mais sólido o corpo é, isto é, mais duro e mais
difícil de ser trabalhado; o diamante é o corpo mais duro que se conhece, só ele é riscado por
ele mesmo.
Se a força de repulsão for maior, as moléculas do corpo tende a se separarem uma das
outras. Esta força é a que atua nas moléculas dos gases e vapores.
Quando as duas são iguais, o corpo fica no estado líquido.
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A água normalmente é líquida, mas quando se torna muito fria (perde calor)
transforma-se em gelo (sólido). O chumbo é sólido, mas pode se transformar em líquido,
quando se torna muito quente (absorve calor).
A quantidade de calor de um corpo é que determina o seu estado físico.
Em resumo, fazer um corpo mudar de estado físico é simplesmente vencer as forças de
atração e de repulsão existente entre as moléculas que a constituem. De acordo com o modo
que são processadas as mudanças, recebem nomes especiais:
Ressublimação
Solidificação Condensação
Fusão Vaporização
Sublimação
Fusão e a evaporação são transformações que precisam absorver calor. Já a solidificação
e a condensação se processam com a liberação de calor.
Para cada substância, a mudança de estado ocorre em temperaturas fixas, desde que
não altere a pressão.
Características particulares:
Sólidos
A característica dos sólidos é possuir forma e volume constantes. Um corpo sólido
possui a mesma forma e volume em qualquer lugar que o coloque.
Exemplos: Madeira, Chumbo, Vidro e Gelo.
Líquido
Uma substância é liquida, quando possui volume constante e forma variável. A forma
depende do recipiente o qual está contido.
Exemplos: Água, Gasolina, Vidro e Mercúrio.
Gasoso
O estado gasoso caracteriza-se pôr apresentar volume e forma variável. Ambos
dependem do recipiente.
Exemplos: Ar atmosférico e Vapor de água.
Evaporação: É a passagem do estado líquido para o gasoso. Toda substância possui o seu ponto
de evaporação característico. A água pôr exemplo entra em ebulição a 100ºC na pressão
atmosférica normal.
Uma característica dos líquidos é que cada um tem o seu ponto de mudança de estado
físico próprio, isto é, na mesma pressão, não existe dois líquidos com a mesma temperatura de
evaporação e condensação.
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Condensação: É a passagem do estado gasoso para líquido. Processa-se com a retirada de calor.
O ponto de condensação é a temperatura na qual ocorre a condensação de um vapor.
Na tabela abaixo, damos alguns líquidos com sua temperatura de evaporação /
condensação na pressão atmosférica normal.
Temperatura de Evaporação
Líquidos ºC ºF
Água 100ºC 212ºF
Éter 36ºC 96.8ºF
Álcool 78.5ºC 173.3ºF
Refrigerante 12 -29.8ºC -21.6ºF
Refrigerante 22 -40.8ºC -41.4ºF
Calor
Quanto deveu a homens como Maxivell, Kelvin e Joule, que através de anos de
exaustivas pesquisas, nos proporcionaram conhecer os princípios e conceitos da energia
térmica. Graças a estes e outros brilhantes cientistas, a física pôde evoluir a passos gigantes,
tecendo teorias através dos anos, que nos proporcionaram conhecer e usufruir, nos dias atuais,
das maravilhas da ciência da refrigeração.
Através de lutas e sacrifícios, com um cabedal de conhecimentos cada vez maior, fez-se
necessário à ramificação de uma ciência tão complexa. Assim nasceu a termodinâmica, um
ramo da física, que estuda a mudança e a transformação de calor em outras formas de energia.
O calor é uma forma de energia, e como tal, jamais pode ser destruído, e sim convertido
em outras formas de energia. A energia mecânica é transformada pelo atrito em energia
calorífica; a energia elétrica pela eletrólise, e assim por diante.
Calor é uma forma de energia associada à movimentação das moléculas de um corpo.
Ele não é uma substância e, portanto, não pode ser medido, como a água em litros, mas sim
pela comparação dos efeitos que produz.
Todas as matérias contem calor e por aumento ou diminuição da quantidade deste, a
temperatura muda, de maneira que por comparação um objeto pode torna-se mais quente ou
mais frio do que o outro. Consequentemente, os conhecimentos de algumas propriedades
fundamentais do calor são necessários para o estudo da refrigeração.
Como já foi comentado anteriormente, calor é uma forma de energia. Não é um sólido, um
líquido ou um gás e, por conseguinte, não é medido por peso ou volume. Ao adicionarmos calor
a uma substância, aumentamos a sua temperatura.
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fases a ser reproduzidas com absoluta igualdade. Esses pontos representam as temperaturas na
pressão atmosférica ao nível do mar: da ebulição (evaporação da água) e da solidificação da
água (fusão do gelo).
Isto significa que qualquer pessoa possa construir um termômetro, mas já existem
escalas padronizadas universalmente aceitas, que levam o nome de seus inventores.
O uso do mercúrio e álcool deve-se ao fato de serem materiais sensíveis as condições de
temperatura. Como o álcool é incolor, adiciona-se um pouco de corante para torná-lo visível.
Quanto ao mercúrio, tornou-se o líquido preferido por várias e fortes razões, é bom
condutor de calor.
É facilmente obtido em estado de pureza, não deixa gotas aderentes nas paredes do
capilar, é opaco e visível através do vidro e só congela à temperatura excessivamente baixa.
ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Existem várias escalas termométricas, porém apenas duas são de uso comum em
refrigeração, que são denominadas Centígrado (Celsius) e a Fahrenheit, definida a partir da
escala Kelvin, que é a escala científica fundamental.
O sueco, Andreas Celsius (1701 – 1744) introduziu em 1742 a escala centígrado, cuja
divisão centesimal simplificava as operações. Fixava em 100ºC o ponto de ebulição da água e
0ºC a temperatura da fusão do gelo. O espaço entre esses dois pontos é dividido em cem partes
iguais, correspondendo cada divisão a “um grau centígrado” (1ºC). Esta escala é usada nos
países que adotaram o sistema métrico como padrão (Brasil, Alemanha, Rússia, etc.).
Gabriel Daniel Fahrenheit (1686 - 1736 ) era fabricante de instrumentos
meteorológicos, tendo inventado um método para purificar mercúrio, usou-os nos
termômetros que construiu. Adotou como ponto zero a temperatura de uma mistura de gelo,
água e sal; como ponto 32, a mistura de gelo e água; como ponto 96, o calor de uma pessoa
sadia. Assim determinou a temperatura de ebulição da água como sendo 212 a pressão normal
Na escala Fahrenheit, o ponto de fusão do gelo corresponde a 32ºF, e o ponto de
ebulição da água, a 212ºF, o espaço entre esses dois pontos é dividido em 180 partes iguais,
correspondendo cada divisão a “um grau Fahrenheit” (1ºF). esta escala é usada nos Estados
Unidos e países da língua inglesa (Grã- Bretanha).
Ao escrevermos a temperatura, mencionamos sempre a letra C ou F, depois dos
números, a fim de determinarmos a escala usada. Quando nos referimos a temperaturas abaixo
de zero, isto é, abaixo do ponto de solidificação da água, dizemos menos tantos graus abaixo de
zero. Adicionando-se por, exemplo, sal a água, a água passará a congelar-se a uma temperatura
bem mais baixa que 0ºC. o ponto de solidificação da água saturada de sal é de –22ºC ou 22ºC
abaixo de zero. Em graus Fahrenheit esta temperatura corresponde a –7.6F.
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Conversão de escalas:
Fórmula:
ºF = ºC x 9 / 5 + 32 ou ºF = ºC x 1.8 + 32
substituir a letra C pelo seu valor numérico
ºF = 100ºC x 9 / 5 + 32
ºF = 212ºF
Transformar 212ºF em graus Centígrados.
Fórmula:
ºC = 100ºC
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Fórmulas:
Para transformar grau Fahrenheit (ºF) em graus Celcius (ºC) ºC = (ºF – 32) ÷ 1.8
TRANSFERENCIA DE CALOR:
As cubas acima mostram temperaturas iguais, o calor não flui entre elas.
No canto inferior a esquerda a temperatura da proveta foi diminuída para 0º, pondo-lhe
gelo. O calor agora flui da proveta a 20ºC para a proveta a 0ºC.
No canto inferior a direita a temperatura da proveta foi aumentada para 100º
adicionando-lhe calor. O calor agora flui da proveta a 100ºC para de 20ºC.
Se jogarmos um pedaço de ferro quente em uma das vasilhas com água, ela será
aquecida pela transferência de calor, até que ambas, a água e o ferro, estejam com a mesma
temperatura.
A velocidade com que o calor se transfere depende não só da diferença de temperatura
como também do meio através do qual a transferência tem lugar. Quanto maior for a diferença
de temperatura, mais rápida será a transferência de calor.
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CONDUÇÃO
É uma transferência de calor que se processa de molécula a molécula do corpo. Ocorre
principalmente nos sólidos, mas também pode existir nos líquidos e gases. Um exemplo claro
de transferência de calor por condução é quando aquecemos a extremidade de uma barra
metálica. Gradualmente a outra extremidade irá se aquecendo, pois o calor irá passando de
molécula para molécula ao longo da barra. Os metais são bons condutores de calor, porém, uns
conduzem melhores que os outros. Peguemos duas barras de metal; uma de ferro, e outra de
latão, do mesmo tamanho e mesmo diâmetro.
Segurando uma em cada mão, aproximemos a outra extremidade ao fogo. A mão que
está segurando a barra de latão sentira primeiro a elevação de temperatura. Isto porque o latão
transmite melhor o calor que o ferro. Se pegarmos agora latão e cobre, será o cobre que
conduzira melhor o calor.
Em outras palavras, podemos dizer que a quantidade de calor transferido pode ser
maior ou menor dependendo do material utilizado.
No exemplo das barras, o cobre transfere maior quantidade de calor do que o latão e o
ferro, o que vale dizer que o cobre é um bom condutor de calor.
O mesmo não ocorre com a madeira ou cortiça o que chamamos de materiais maus
condutores de calor ou isolantes.
Em refrigeração, essa diferença de condução de calor dos objetos é aproveitada para a
sua construção. A lã de vidro e o ar estacionário são maus condutores de calor e, por isso, são
usados para o isolamento das paredes dos refrigeradores e câmara frigoríficas.
CONVECÇÃO
É a transferência de calor por um meio que se move. Apenas se verifica nos líquidos e
nos gases.
A convecção consiste em uma troca de partículas motivadas por variação de densidade.
Tomemos um recipiente com água e aquecido na parte inferior por uma chama. As
partículas em contato direto com o fundo que está recebendo calor, se dilatam. Em
consequência dessa dilatação, a densidade diminui, e elas então sobem até a superfície. Como
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as partículas superiores estão frias e com densidade maior, descem ao fundo do recipiente,
formando correntes de convecção.
Um outro exemplo de transmissão de calor por convecção é a geladeira doméstica. O
congelador situado na parte superior do gabinete esfria o ar que está próximo. Este, mais
denso desce dando lugar para o ar mais quente, e assim sucessivamente, mantendo uma
circulação constante no resfriamento total do ar.
Veja o exemplo da figura, o calor é retirado do interior do gabinete do refrigerador
doméstico. O ar quente, proveniente dos alimentos, por ser mais leve toma o sentido
ascendente, enquanto que as partículas frias e pesadas descem ocupando o lugar daquelas.
RADIAÇÃO
É a forma de propagação de calor que permite a um corpo incandescente propagar
energia térmica sem contato direto com o outro e sem mudar a temperatura do meio
intermediário entre ambos. A radiação do calor do sol, para atingir a terra, percorre milhões de
quilômetros através do espaço. Os raios do sol atravessam o vidro sem, contudo, esquentá-lo
muito. Superfícies claras são boas refletoras e irradiadoras de calor e as superfícies escuras são
bons absorvedores de calor por radiação.
Ao entrarmos em um carro que tenha ficado exposto ao sol sentiremos uma
temperatura bem mais alta que a temperatura externa. O calor do sol atinge o carro por
radiação.
MEDIDAS DE CALOR:
Se em dois recipientes com volumes de água diferentes,
mas à mesma temperatura, se colocamos simultaneamente as
mãos, sentiremos a mesma sensação de calor. Isto quer dizer
que a intensidade de calor é a mesma, embora a quantidade de
água nos recipientes seja diferente. Podemos deduzir então que
quantidade e intensidade são coisas distintas. Assim como temos
unidades para medir outras formas de energia, a energia térmica
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CALOR ESPECÍFICO
O calor específico varia com os diferentes materiais. O calor específico da água é
tomado como sendo de 1,0 tanto no sistema métrico (Brasil) como no sistema inglês de
medidas.
O calor específico de um sólido ou líquido é sempre o mesmo sob qualquer pressão. Em
outras palavras, é sempre necessário o mesmo número de unidades de calor para se alterar a
temperatura de 1 grama de água de 60ºC a 100ºC, não importando se existe uma pressão de 1
quilograma/cm² ou 1000 quilograma/cm².
Esse fato é inteiramente diferente para os gases. A aplicação de calor a um gás provoca
um aumento na atividade de suas moléculas, fazendo-o ansioso para se libertar e ocupar maior
espaço.
O calor específico varia com os diferentes materiais. O cobre possui um calor especifico
menor do que a água, sendo por isso maior sua capacidade de absorver calor.
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Na tabela a seguir, podemos observar o valor do calor específico atribuído aos diversos
materiais e alimentos.
Substância Calor Específico ºC
Água 1,00
Gelo 0,50
Cobre 0,90
Ferro 0,11
Aço 0,12
Alumínio 0,22
Madeira 0,60
Ovos 0,20
Leite 0,94
Queijo 0,70
Carne de Porco 0,50
Carne de Galinha 0,80
Vidro 0,20
Carne de Vaca 0,77
Manteiga 0,60
Peixe 0,84
Presunto 0,70
Tomate 0,97
Mel 0,36
Ar 0,24
Sorvete 0,70
Vapor de Água 0,45
Batata 0,78
Laranja 0,89
Exemplo ilustrativo:
Quantos kcal, são necessários para elevar de 4ºC a 21ºC, 500 kg de manteiga?
Quantidade. = 500 Kg x 0,62 x 17 = 5270 kcal
Quando um corpo recebe ou cede calor, este pode produzir, no corpo, dois efeitos
diferentes:
Variação de Temperatura
Mudança de Estado Físico
Se o efeito no corpo for apenas variação de Temperatura, o calor é chamado de Calor
Sensível.
Se o efeito no corpo for apenas mudança de Estado Físico, o calor é chamado de Calor
Latente.
CALOR SENSÍVEL:
É o calor adicionado ou retirado de uma substância alterando sua temperatura,
porém mantendo o estado físico.
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CALOR LATENTE:
A correta compreensão do calor latente é fundamental para o profissional de
refrigeração, pois ela é a base da refrigeração mecânica. O calor latente muda uma substância
do estado sólido para líquido ou de líquido para o vapor sem alterar a sua temperatura.
Um exemplo do calor latente de vaporização é o calor que faz evaporar toda a água de
uma chaleira, como mostra a figura.
Quando a água atinge a temperatura de 212ºF ou 100ºC (ao nível do mar ou pressão
atmosférica normal) a temperatura deixa de subir. Ao aquecermos a água, a variação de
temperatura observada no termômetro, até atingir 100ºC é calor sensível. A partir deste ponto
mais calor é necessário para muda-lo de estado líquido para vapor, o qual é chamado de calor
latente e não é observado no termômetro. Da mesma forma, ocorre com o gelo em fusão, ou
seja,: o calor necessário para derreter o gelo e transformá-lo em água.
Pressão
O que entendemos por pressão?
A Pressão é uma grandeza física que só existe e tem sentido quando existe uma força
aplicada a uma superfície. A distribuição desta força neste local denomina-se Pressão.
F
P = -------
A
Sendo : P= pressão
F= Força
A= Área
Sabemos que a terra está envolvida por uma camada gasosa, denominada atmosférica.
A atmosférica é a matéria, portanto tem peso, e como tal, exerce uma pressão sobre a
superfície da terra. Esta pressão é que chamamos de:
Pressão atmosférica
O primeiro a medi-la foi o físico italiano Evangelista Torricelli e sua experiência foi
efetuada ao nível do mar. Torricelli usou um tubo de vidro com cerca de 1.00 m de
comprimento, fechado em uma das extremidades, encheu o tubo de mercúrio e tampou a
extremidade aberta com o dedo. Em seguida, inverteu o tubo e mergulhou-o em um recipiente
contendo mercúrio. Só então retirou o dedo. Torricelli verificou que o mercúrio contido no tubo
desceu até atingir uma altura de 76 cm acima do nível do mercúrio contido no recipiente
aberto.
Depois que Torricelli inventou o barômetro, foram realizadas diversas experiências para
medir a pressão atmosférica em diferentes altitudes, a pressão atmosférica não permanece
constante, variando até certo grau com a temperatura, umidade e outras condições. A pressão
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atmosférica varia também com a altitude, diminuindo á medida que esta aumenta. De fato, a
cada 100m de variação na altitude, a pressão atmosférica varia de 1 cm de mercúrio.
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PRESSÃO MANOMÉTRICA
Também conhecida como pressão efetiva, é determinada através de manômetro e
indica a pressão que está sendo exercida num recipiente fechado, por exemplo, numa garrafa
de gás, ela mede pressões acima da pressão atmosférica. A pressão manométrica é bastante
empregada na prática, sendo considerada positiva quando registra valores acima da pressão
atmosférica. Quando a pressão, registrada pelo manômetro, for inferior a pressão atmosférica
diz-se que é pressão negativa. Normalmente os manômetros são construídos para indicar a
pressão a partir da pressão atmosférica, ou seja, (o valor “0” do manômetro indica uma
atmosférica).
PRESSÃO ABSOLUTA
Também conhecida como pressão verdadeira, é obtida somando-se a pressão
manométrica com a pressão atmosférica.
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Por exemplo: quando aplicamos uma pressão manométrica de 5 Kg/cm² num corpo
que está exposto a pressão atmosférica ao nível do mar, na verdade a pressão absoluta que
este corpo está submetido é igual a:
REFRIGERANTES
É um fluido que absorve calor, evaporando a uma baixa temperatura e a pressão, e cede
calor, condensando a uma alta pressão e temperatura.
O uso da refrigeração e do ar condicionado representa um dos mais importantes
avanços da civilização moderna, pois possibilitou a guarda e distribuição de alimentos e a
oportunidade de viver e trabalhar em climas diversos.
A água foi o primeiro refrigerante que o homem conheceu. Com o passar dos anos, o
homem inventou máquinas e vários tipos de fluídos refrigerantes, sendo os mais comuns a
amônia, o dióxido de carbono, dióxido de enxofre, cloreto de metila (gases tóxicos ou
inflamáveis).
Características necessárias aos fluídos:
Um fluído refrigerante para ter uso prático em instalação de refrigeração, deve possuir
várias qualidades:
Não ser tóxico nem irritante ou inflamável, pois qualquer escapamento seria altamente
prejudicial;
Condensar-se a pressão moderada;
Evaporar-se a pressão acima da pressão atmosférica;
Ter pequeno volume específico (pequeno volume em relação ao seu peso);
Ter um elevado calor latente de evaporação;
Ser quimicamente estável (não se altera apesar de suas repetidas mudanças de estado
físico no circuito de refrigeração);
Não ser corrosivo;
Deve permitir fácil localização de vazamento;
Não deve atacar o óleo lubrificante ou ter qualquer efeito indesejável sobre outros
materiais da unidade de refrigeração;
Não atacar ou deteriorar os alimentos, no caso de vazamento.
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Os CFCs:
Os CFCs revolucionaram o mercado da refrigeração e climatização, e foram
utilizados por muitos anos. Porém, com a descoberta da destruição da camada de ozônio
provocada pelo cloro contido nos CFCs, houve um acordo (Protocolo de Montreal) para acabar
com sua produção e comercialização. Este acordo determina que para os países desenvolvidos,
o prazo para acabar com a produção de CFCs extinguiu-se em 1996, e para os países em
desenvolvimento a data limite para a fabricação e comercialização é até 2006. Porém, o
governo do Rio de Janeiro, sancionou no dia 08/11/95 a lei n.º 2.457 que determina que as
geladeiras e aparelhos de ar condicionados não podem mais liberar gás clorofluorcarbono
(CFCs), para o meio ambiente. O artigo 1º desta lei diz: Fica proibido a emissão de gases de
refrigeração a base de clorofluorcarbono (CFCs) nos seguintes casos:
Para substituir os CFCs, foram fabricados fluídos refrigerantes alternativos que não
atacam a camada de ozônio, os HFC.
Como existe uma série de CFCs, um para cada tipo de aplicação, também foram
fabricados diversos tipos de HFCs. O substituto do CFC 12 é o HFC 134a’ cuja, a características
operacionais são similares ao CFC.
A comparação entre a propriedade do HFC 134a’ com o CFC 12 estão delineadas na
tabela a seguir. O ponto de ebulição do novo refrigerante se aproxima do ponto de ebulição do
CFC 12. Isto significa que o HFC 134a’ desenvolverá pressões operacionais do sistema
semelhante ao CFC 12.
As vantagens ambientais do HFC 134a’ sobre o CFC 12 são claramente mostradas
pelos valores do Potencial de Diminuição do Ozônio (ODP) e o Potencial de Aquecimento
Global (GWP) dos dois compostos. O limite de Exposição Permissível (AEL) de 1000 ppm do
HFC 134a’ significa uma previsão de que este fluído refrigerante tenha características de
toxidade semelhantes as do CFC 12 e as de outros fluídos refrigerantes CFC.
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Inflamabilidade:
Nenhum dos compostos “freon” é inflamável ou explosivo. Todavia, misturados com
líquidos inflamáveis ou gases podem tornar-se inflamável e devem ser manuseados com o
devido cuidado.
Compostos parcialmente halogenados também podem ser inflamáveis e precisam ser
examinados individualmente.
Toxicidade:
Uma das qualidades mais importantes dos compostos de fluorcarbono “freon” é a sua
baixa toxicidade em condições normais de manuseio.
Comparações da toxidade relativa e de acidentes de explosão com outros materiais
comumente usados foram feitos pelo Underwriters Laboratóries.
Um resumo dos perigos de vida desses compostos é dado a seguir. Os produtos foram
divididos em 6 grupos de acordo com sua toxidade. O grupo 6 abrange os compostos de
toxidade mais baixa. O grupo 1 inclui materiais altamente tóxicos, como o dióxido de enxofre.
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CICLO DE REFRIGERAÇÃO:
O que é refrigerar?
É retirar calor de um corpo.
O que é refrigeração?
É a técnica empregada para transferir o calor de um lugar onde não
se quer que ele esteja, para um lugar onde não sofra objeção.
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Se a pressão for maior que a pressão atmosférica, a temperatura a qual a água irá
ferver também aumentará.
Por exemplo, a temperatura de ebulição da água em uma panela de pressão que está
em uma pressão absoluta de 29.82 PSIA, portanto acima da pressão atmosférica é de 121ºC e
se a pressão for para 34.7 PSIA á temperatura aumentará para 125.4ºC.
De modo contrário, se a pressão for menor que a pressão atmosférica, como no
caso de vácuo, a temperatura na qual a água ferve é mais baixa.
FUNCIONAMENTO
Vamos detalhar um pouco melhor, como se comporta o ciclo de refrigeração,
tomemos como exemplo, um sistema usando refrigerante R-22, o que é usado nas self-
contained, como mostra a figura abaixo.
termostática e o evaporador, contém uma mistura de líquido frio entre 70% a 80% e o vapor
frio entre 20% a 30%.
Entretanto no evaporador, o refrigerante circulará e em contato com o ar a ser
resfriado, que entra em uma temperatura de 24ºC, e saindo a 14ºC, sendo o calor do ar
transferido para o refrigerante, provocando assim a evaporação do mesmo.
Na saída do evaporador, verificamos que a pressão permanece com o mesmo valor,
porém a temperatura passa para 8ºC. O refrigerante superaquecido na forma de vapor é
aspirado pelo compressor, é comprimido a seguir e descarregado na linha de alta, iniciando-se
novamente o ciclo.
Em conclusão: será importante que o refrigerante mude de estado em dois locais do
sistema, condensador e evaporador.
CONDENSADORES
O condensador é o componente do circuito de refrigeração, onde o calor que foi
absorvido pelo o refrigerante no evaporador e mais o que foi acrescido pela compressão, é
transferido para o agente de condensação que pode ser o ar ou a água. O condensador é a
porta através da qual o calor que não se deseja seja levado para um outro ambiente onde ele
não seja rejeitado. Os dois meios básicos para os quais os condensadores rejeitam o seu calor
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são: “Ar e a água”. Estes dois meios são escolhidos porque normalmente eles estão sempre
disponíveis em quantidades suficientes. A variação normal de temperatura é satisfatória para
condensar o refrigerante.
EVAPORADOR
O evaporador é um trocador de calor, ou seja, é através dele que o refrigerante absorve
o calor do ambiente a ser refrigerado.
São formados de uma ou mais serpentinas nas quais o refrigerante circula. Por questão
de economia, os tubos são aletados. As aletas aumentam a área de superfície, em contato com
o ar fazendo com que os evaporadores fiquem mais compactos, menos pesados e mais baratos.
Os evaporadores podem ser de convecção natural (o ar circula devido à diferença de
densidade, ex.: geladeira) ou convecção forçada, através de ventiladores.
O evaporador é um componente que absorve o calor não desejado para dentro do
sistema de refrigeração, de modo que ele possa ser transferido para o condensador, onde ele é
absorvido pelo meio de condensação. O evaporador é a porta através da qual o calor não
desejado flui para o sistema de refrigeração.
Todo o ar contém umidade no estado de vapor. Pela refrigeração do ar essa umidade ou
vapor pode ser condensado. Desse modo retirado do ar. Em condicionamento do ar, é usado
esse princípio para controlar o conteúdo de umidade.
Num equipamento de refrigeração, a temperatura do evaporador é frequentemente
inferior a temperatura de congelamento da água: 0ºC, (32ºF).
Neste caso a água formada se transforma em gelo. Isto resulta numa perda de
capacidade do evaporador uma vez que o gelo criado em torno da serpentina do evaporador
atua como isolante térmico e retarda o fluxo do calor. Deste modo em evaporadores abaixo de
0ºC, (32ºF), estes devem ser descongelados periodicamente para evitar perda de capacidade.
COMPRESSOR
O compressor é uma bomba, que tem a função de aspirar o refrigerante vaporizado á
uma baixa pressão e temperatura, que vem do evaporador. Através da compressão, pressão e
temperatura são elevadas e o refrigerante é descarregado para o condensador onde, em
contato com o ar ou água, ele é condensado. Em resumo, o compressor é uma bomba
destinada a elevar a pressão e temperatura do refrigerante em forma de vapor, visando facilitar
a sua condensação.
O compressor serve para dar movimento ao ciclo e tornar possível a condensação e,
logicamente, o aproveitamento do refrigerante.
O compressor é o componente de maior importância em um ciclo frigorígeno, sendo
muitas vezes chamado de “o coração do sistema de refrigeração”.
Os compressores usados em uma unidade tipo Split, são compressores herméticos
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Hermético ou selados
Os compressores herméticos têm sua característica principal no fato de ter uma carcaça
totalmente blindada, onde o motor e o conjunto compressor estão encerrados num só corpo
impedindo o acesso. Isso resulta na redução de tamanho da carcaça e elimina o problema de
vazamento com o uso de um selo mecânico.
Alternativos
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No trabalho do compressor é
importante ressaltar o funcionamento das
placas de válvulas. Comumente são
usados dois tipos básicos de válvulas de
compressor: válvula de disco e válvula de
anel.
As válvulas de disco são peças de aço fina e flexível. Parte da válvula cobre o orifício de
sucção ou descarga. A tensão da mola ligada à válvula tende a mantê-la na posição fechada. A
válvula é forçada a abrir quando o aumento da pressão é maior que a tensão da mola.
As válvulas de anel; são anéis metálicos mais pesados. A válvula é normalmente
mantida na posição fechada por meio de molas. Se a pressão na parte inferior das válvulas é
superior a tensão das molas, estas levantam das suas sedes.
Funcionamento:
Quando o pistão desce cria no interior do cilindro uma pressão inferior à de sucção. A
pressão de sucção empurra a válvula de sucção, permitindo a admissão do refrigerante no
cilindro.
Na descarga, o pistão desloca-se de encontro à placa de válvulas criando assim uma
compressão. Neste momento as válvulas estão fechadas. Essa sobre pressão empurra a válvula
de descarga liberando o refrigerante para o cabeçote.
Na figura abaixo vemos um exemplo de sucção e descarga numa placa colocada na
parte superior do cilindro.
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“ D “ é o
diâmetro do
cilindro, o pistão é
mostrado no início
do seu curso, e o pontilhado mostra o fim do mesmo curso.
“L “é o comprimento do curso.
Também é mostrado na figura, o espaço morto ou espaço nocivo (folga), que é o
espaço compreendido entre a cabeça do pistão e o fim do cilindro, quando o pistão estiver no
fim do seu curso.
Disto deve ficar claro que o deslocamento do compressor é o deslocamento total para
um dado período de tempo, enquanto o deslocamento do pistão é o deslocamento do
compressor em uma rotação.
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SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
Devido a grande quantidade de partes móveis necessárias para realizar os
movimentos descritos, o sistema de lubrificação do compressor é de vital importância para o
seu funcionamento.
Nos compressores do tipo hermético, a lubrificação é realizada por ação da
centrifugação: aproveitando a rotação do virabrequim, o furo da lubrificação fica fora da linha
de centro do eixo, permitindo que a ação da força centrífuga impulsione o óleo através dos
canais de lubrificação.
ÓLEO LUBRIFICANTE:
O óleo usado nos compressores de refrigeração difere apreciavelmente daqueles
usados em outros tipos de equipamentos. Embora o lubrificante seja exigido apenas no
compressor, ele também circula através de todo o sistema juntamente com o refrigerante, com
o qual está em contato íntimo durante as variações de temperatura e pressão que ocorrem no
ciclo de refrigeração.
O óleo lubrificante utilizado é específico para o uso em refrigeração, possui baixo ponto
de congelamento e é isento de parafina. Nos compressores herméticos, o óleo lubrificante deve
ter a viscosidade 32.
Os óleos utilizados em sistemas que trabalham com CFCs são geralmente minerais e
possuem uma boa compatibilidade com estes. Entretanto, não são compatíveis com os
refrigerantes alternativos.
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Falhas em compressores.
1º Golpe de líquido.
2º Inundação de líquido.
3º Partida inundada.
4º Falta de lubrificação.
5º Contaminação.
6º Aquecimento excessivo.
7º Problemas elétricos.
1º Golpe de líquido:
A primeira categoria a ser comentada é o golpe de líquido. Este golpe pode ser definido
como um retorno ocasional, em curto período de tempo, de uma massa de refrigerante líquido,
óleo ou ambos aos cilindros do compressor, ao invés de gás superaquecido. Isto normalmente
ocorra na partida ou durante uma rápida mudança nas condições de operação do sistema.
Normalmente poderá ser detectado por uma batida periódica e ruidosa do
compressor.
Esta batida é devido à compressão hidráulica que ocorre quando o compressor esta
tentando fazer aquilo para o que não foi projetado, ou seja, comprimir um líquido.
Quando, um compressor, tenta comprimir refrigerante líquido ou óleo, a força
resultante é enorme, podendo atingir pressões enormes.
No caso que mostramos, o golpe de líquido comprimido perfurou o topo do pistão.
Um golpe de líquido esporádico não levará necessariamente a esta condição, porem, se
isto acontecer com frequência, fatalmente atingiremos este resultado.
2º Inundação de líquido:
Outra causa de falha de compressor é a situação de inundação de líquido. Inundação e
o contínuo retorno de refrigerante líquido ou gotas de líquido no vapor para o compressor. É
normalmente associado a um inadequado controle do fluxo de refrigerante.
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3º Partidas inundadas:
Resultam da absorção de refrigerante pelo óleo do Carter. O óleo absorverá
refrigerante sob várias circunstâncias. A quantidade absorvida é uma função da temperatura do
óleo e da pressão no Carter. Quanto mais baixa a temperatura e quanto mais alta a pressão,
tanto mais refrigerante é absorvido. Em alguns casos a mistura óleo/refrigerante estratificará
ficando a mistura rica em refrigerante na parte de baixa. Como o refrigerante é um lubrificante
pobre, haverá danos.
Esta condição ocorre usualmente durante paradas. Nas partidas a lubrificação recebida
pelo mancal é muito pobre, mas em adição a isto, à medida que a pressão do Carter cai, a
refrigerante muda instantaneamente de líquido para vapor, causando espuma (flash gás).
Isto pode causar restrição nas passagens de óleo e causar um aumento de pressão. Pode
ser também que uma mistura de óleo e líquido entre no cilindro causando um golpe hidráulico
e danos previamente descritos sob o título “golpe de líquido”.
Danos provenientes de uma partida com inundação de líquido, tais como: válvulas
quebradas, bielas partida ou juntas danificadas. A falha pode vir gradualmente se há uma perda
parcial de lubrificação durante curto tempo depois da partida. Neste caso, a falha do
compressor é devido à falha de lubrificação.
4º Falta de lubrificação:
Pode ocorrer exatamente pela ausência de óleo no Carter.
Durante a operação normal, parte do óleo deixará o Carter de um compressor
alternativo.
A operação com sucesso do sistema, requer que o óleo retorne na mesma proporção
em que ele deixa o compressor.
As causas da saída excessiva de óleo são aquelas usualmente associadas com a espuma
do óleo. Isto inclui inundação, sobrecarga de óleo e uso de óleo não aprovado.
Razões para não retorno de óleo em proporções satisfatórias incluem baixa velocidade
do refrigerante, baixa demanda, ciclos curtos, e frequentes, retenções e erros nos projetos das
tubulações.
Os resultados da falta de lubrificação são o aquecimento excessivo, sulcos nas
superfícies dos mancais usualmente uniformes.
5º Contaminação:
É a maior causa de desgaste e falhas de compressores. É definida como a presença de
substancias estranhas no sistema de refrigeração que podem causar uma reação química ou
mudar a composição química de materiais dentro do sistema. Contaminantes incluem umidade,
ar, não condensáveis junto com fragmentos de cobre, aço ou alumínio, óxido de cobre, óxido
de ferro, cloreto de cobre, cloreto de ferro, escamas de solda e muitos outros tipos de sujeira
que podem entrar no sistema acidentalmente durante a instalação ou reparação.
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6º Aquecimento excessivo:
Normalmente resulta em carbonização e coloração das partes de ferro e aço. É gerado
diante de uma elevada temperatura na descarga do compressor.
Elétrica:
Quanto a parte elétrica, a primeira coisa que se deve entender que o motor e bifásico e
que portanto possui um enrolamento principal, também conhecido como marcha (ou
trabalho), e um enrolamento auxiliar, conhecido como arranque (ou partida).
A ilustração demonstra como os enrolamentos estão montados dentro do compressor.
Ainda existe um capacitor de auxilio, no qual, chamamos de capacitor de fase, que também
ajuda na correção do fator de potencia durante o funcionamento do motor. Esse item será
abordado a frente.
A primeira coisa que se deve fazer frente ao compressor é identificar os bornes de
ligação, isto é, saber qual é o borne comum ( C ) , qual é o de marcha ( M ) e qual é o de
Partida ( A ).
Comum ( C ).
Marcha ( M )
Partida ( A ) auxiliar
Para isto, deve-se ter em mãos um multímetro, colocando-o na escala mais baixa de
leitura de resistência (que é feita em Ohms). O ideal é utilizar um aparelho digital.
Coloque as pontas de prova no aparelho, feito isso, toca-se as duas pontas de prova do
mesmo nos bornes do compressor, duas a duas anotando os valores das resistências.
Maior resistência, é entre o marcha ( M ) e a partida ( A ), o que sobrar é o comum.
Colocar a ponta de prova no terminal comum ( C ) e medir-nos outros dois terminais, o
que medir maior resistência é o Partida ( A ).
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Obs.: o valor das resistências Marcha ( M ) e partida ( A ) é a soma das outras duas
leituras.
Para fazer estas leituras o compressor deve estar na temperatura ambiente em torno
dos 25ºC.
Teste de isolação:
Neste teste, deve-se verificar o isolamento entre a carcaça (terra) e os rolamentos.
Deve-se utilizar um megômetro de 500volts, colocar a ponta de prova vermelha nos
bornes de arranque ( A ), marcha ( M ) e comum ( C ) e a outra ponta de prova preta num
ponto da carcaça do compressor, ( em um ponto da carcaça que não esteja pintada). O valor
não deve ser inferior a 10MΩ, se for, recomenda-se fazer um vácuo no sistema e refazer o
teste. Caso o valor permaneça trocar o compressor. Não fazer as medições com o sistema em
vácuo.
Medição das resistências ômegas das bobinas do motor do compressor.
Neste outro tipo de teste, deve-se medir a resistência ômega dos enrolamento, em
relação ao diâmetro e ao numero de espiras.
Para a realização deste teste deve-se observar os seguintes ponto. O compressor deve
estar frio (desligado há pelo menos 2 horas.
Os valores medidos devem agora ser comparados com os constantes na tabela do
fabricante. Podendo estes ter uma tolerância de ± 5%.
O compressor deverá ser trocado se:
Durante a medição o multímetro marcar infinito, significa que a bobina está aberta.
As medições estiverem fora da faixa de tolerância acima.
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Capacitor
É um componente elétrico usado para armazenar carga elétrica, cujo objetivo é auxiliar
a partida, aumentando o torque do motor sem que haja acréscimo de corrente. Cada motor
elétrico tem o seu capacitor adequado. Um capacitor super ou subdimensionado pode
acarretar em sérios prejuízos ao motor, podendo levar o mesmo até a queima. Por isso, no
caso de troca de um capacitor, certifique-se de sua capacidade. No caso de dúvida, consulte a
listagem de peças do equipamento ou então ligue para o fabricante.
Teste no capacitor:
Um capacitor carregado é muito perigoso, pois retém carga elétrica por muito tempo.
Caso alguém toque os terminais de um capacitor nestas condições, a tensão acumulada
provocará um choque elevado, que pode até levar a morte.
Por essa razão, é aconselhável descarregar o mesmo.
A melhor forma de descarregar o capacitor é através da união de dois terminais, usando
um pedaço de condutor elétrico ligado em série com um resistor de 2 Watts e 20. 000 ohms.
Elimina-se assim, a possibilidade de se produzir uma centelha de alta tensão.
Após isso, com uma lâmpada incandescente em serie, verifica-se através da intensidade
da luz o estado do capacitor.
Se a lâmpada não acender, o capacitor está aberto devendo ser substituído
Pega-se agora o multímetro, na escala de ohms, e toca-se as duas pontas de prova nos
polos do capacitor.
No multímetro digital, deve-se ver uma variação do valor da resistência e sua
consequente queda até zero. Isso demora apenas alguns segundos. Se isto ocorrer, o capacitor
esta bom.
Protetor térmico
É um elemento bi metálico que visa proteger o compressor contra sobrecarga.
Pode ser acionado através de duas maneiras:
Pelo efeito térmico, através da temperatura da carcaça do compressor.
Efeito pelo aumento da corrente
No primeiro caso, por estar o protetor preso na carcaça do compressor, á medida em
que a temperatura interna aumenta, devido a alta pressão, por exemplo, a temperatura do
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Falha elétrica:
Desbalanceamento de Tensão. (Nos compressores Trifásicos).
entre L1 e L2 = 215v
entre L2 e L3 = 221v tira-se a média
entre L3 e L1 = 224v 215v + 221v + 224v = 220v
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Exercício:
Medindo as tensões achamos.
Entre L1 e L2 = 208v
Entre L2 e L3 = 200v
Entre L3 e L1 = 240v
- comando a distância
- grande durabilidade
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Contatos principais:
Os terminais de entrada (fonte de alimentação). São identificados com algarismos. 1; 3;
5 (linha) e os terminais 2; 4; 6 (carga) saída para alimentação
1 3 5
A1 Contatos principais
Bobina
A2
Contatos auxiliares:
São identificados através de dois dígitos numéricos, o primeiro da a localização e o
segundo a função.
Contato NF / NC Contato NA / NO
1 3
2 4
Terminais das bobinas são identificados por letras e índice de acordo com a figura
abaixo.
A2 A2 A2
Bobina com um enrolamento Bobina com dois enrolamentos
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Ciclo frio
No modo de resfriamento, a bobina da válvula solenóide permanece desenergizada.
Assim, uma mola mantem a haste totalmente voltada para a direita.
Deste modo, é feita a comunicação entre os capilares central (que é conectado à linha
de sucção) e o da direita (conectado ao lado direito da válvula).
Devido a diferença de pressão entre estes 2 pontos, o êmbolo é arrastado para a direita.
Neste modo de funcionamento, o vapor a alta temperatura que vem da descarga do
compressor é direcionado para o trocador da unidade externa, que então passa a funcionar
como condensador. Consequentemente, o trocador de calor da unidade interna funciona como
evaporador.
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Ciclo reverso
No modo de aquecimento, a bobina da válvula solenóide é energizada. Assim, uma mola
mantém a haste totalmente voltada para a esquerda.
Deste modo, é feita a comunicação entre os capilares centrais (que é conectado a linha
de sucção) e o da esquerda (conectado ao lado esquerdo da válvula).
Neste caso, o êmbolo é arrastado para a esquerda, e o vapor a alta temperatura que
vem da descarga do compressor é direcionado para o trocador da unidade interna, que então
passa a funcionar como condensador, consequentemente, o trocador da unidade externa
funciona como evaporador.
A maior vantagem destes aparelhos é seu funcionamento silencioso, pois são instalados
diretamente no ambiente. Algumas marcas possuem modelos para
instalação sobre sancas ou forros, permitindo a utilização de pequenos trechos de
dutos e difusores.
Esses aparelhos diferenciam-se apenas no modelo e método de instalação no ambiente
da unidade evaporadora.
ambiente da unidade evaporadora
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Checagem inicial:
Não retire a unidade evaporadora antes de checar no local de montagem, para evitar
danos;
Evite que objetos encostem-se às unidades.
Confira o equipamento pela nota fiscal de remessa. Inspecione cuidadosamente quanto
a eventuais danos causados pelo transporte. Havendo danos avise imediatamente a
transportadora.
Verifique a parte elétrica: principalmente a tensão, deve estar de acordo com as
características do equipamento.
Confirme se não há obstruções para o fluxo de ar nas unidades evaporadoras e
condensadoras. Também verifique o acesso para realização de serviços nas unidades.
Antes de executar a instalação, leia com atenção as instruções a fim de ficar bem
familiarizado com os detalhes da unidade. As regras apresentadas a seguir, aplicam-se a todas
as instalações.
Escolha um local que permita uma adequada circulação de ar.
Sempre deixe um espaço adequado para manutenção quando a unidade estiver
montada no teto, piso ou parede.
Consulte os códigos e/ou Normas aplicáveis a instalação das unidades no local, para
assegurar que a mesma esteja de acordo com padrões e requisitos específicos. (por exemplo:
Norma NB-3 da ABNT “execução de instalações elétricas de baixa tensão”.);
Faça um planejamento cuidadoso da localização das unidades para evitar
eventuais interferências, com qualquer tipo de instalações já existente (ou projetadas),
tais como: instalação elétrica, canalizações de água e esgoto, etc.;
Instale as unidades onde elas fiquem livres de qualquer tipo de obstrução da
circulação de ar tanto na saída como no retorno.
Escolha um local com espaço suficiente que permita reparos ou serviços de
manutenção em geral.
O local deve possibilitar a passagem das tubulações (tubos do sistema de
refrigeração, fiação elétrica e dreno).
Procedimentos para a instalação da unidade interna:
Na parede:
Retire a placa de instalação, que vem junto do aparelho.
Marque o local a ser instalada a unidade interna e o local do furo onde será
passada a tubulação da linha frigorigena conforme a figuras abaixo.
Fure o local e insira buchas de fixação.
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Fixe a placa de modo firme e nivelado com a parede utilizando-se um nível. Obs.:
nunca nivelar a placa pelo teto.
Coloque o gancho superior da unidade no suporte. Mova a unidade para um lado
e outro para ver se esta bem presa.
Pressione a parte mais baixa da unidade contra a parede.
As tubulações podem ser executadas facilmente se afastada a unidade da
parede, com um material acolchoado entre a unidade e a parede.
Passagem da tubulação.
Para a tubulação fixada à esquerda ou a direita , remova a tampa de passagem da
tubulação localizada na unidade.Dobre o cabo de conexão elétrica, tubulação de cobre,
mangueira de dreno e os fios de interligação.
Passe em toda a tubulação de cobre um tubo com isolante térmico de polipropileno
para evitar a condensação. Em seguida envolva-os com uma fita (fita branca) tomando o
cuidado de não apertá-la evitando assim que a isolação térmica da tubulação seja prejudicada.
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Faça um furo de acordo com o diâmetro indicado para cada modelo e inclinado para
baixo conforme figura.
Dreno da unidade.
Em situações normais onde é embutido na alvenaria, deve-se ter o cuidado de sempre
estar em declive com relação ao ponto de drenagem. Lembrar que a água condensada escoa
pela tubulação por gravidade assim sendo, quanto maior o declive da tubulação, mais fácil será
a drenagem. Geralmente a espera do dreno fica na parte central da caixa de espera, logo se
recomenda utilizar tubos de PVC. Em instalações onde o tubo de dreno entra em contato com o
ar externo (instalações aparente), laje, gesso, devemos isolar o tubo com isolante térmico para
evitar a condensação. Direcione a mangueira de dreno sempre para baixo e NUNCA instale
conforme a figura a baixo.
Importante a drenagem poderá ser feita para esquerda ou direita do aparelho.
Prenda bem a mangueira para não ocorrer vazamento.
Instalação no teto:
Remova a tampa de acesso aos tubos de cobre da unidade, na parte de trás do painel da
unidade colocado na posição horizontal;
Se a unidade for instalada diretamente sob o teto, posicione a unidade e mantenha-a
firme enquanto alguém marca as posições dos furos dos suportes de ascensão no teto. (nota:
estes equipamentos são pesados para uma só pessoa levantar e segurar. Para evitar acidentes,
sempre que necessário procure por alguém que possa lhe ajudar).
Instale os chumbadores no teto.
Se estiver instalando em teto rebaixado, instale barras roscadas para fixar a unidade
abaixo do rebaixamento
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Tubulações de refrigerante:
O maior problema para alguns instaladores tem sido a determinação correta dos
diâmetros das tubulações e os limites corretos quanto a altura máxima entre as unidades
evaporadora e a condensadora, alem dos limites nos comprimentos horizontais dos tubos. Os
Splites System têm suas unidades interligadas por tubos de sucção e linha de liquido.
Algumas recomendações podem ser feita no aspecto de instalação de tubulações de
refrigerantes, considerando que a maioria das unidades utilizam o fluido refrigerante tipo HCF
22, ou R-404ª.
O diâmetro das linhas de liquido e sucção deve ser determinado a partir das
recomendações do fabricante.
A utilização de diâmetros menores que o recomendado gera velocidades altas do fluido
refrigerante, que causam excessiva perda de carga nas tubulações. A perda de carga gera
diminuição de pressão e densidade do fluido na entrada do compressor, diminuindo seu
rendimento volumétrico.
Nas tubulações de liquido, a perda de carga excessiva pode causar o surgimento de
vapor de flash (vapor formado antes do evaporador), diminuindo o rendimento do sistema
frigorígeno.
O comprimento das tubulações deverá ser a menor possível, como também o desnível.
(ver distancia e desnível recomendado pelo fabricante).
Respeitar a máxima distancia equivalente indicada para a tubulação, tendo em conta
que a mesma é resultado da soma da distancia equivalente das curvas.
A tubulação de interligação entre as unidades condensadoras e evaporadoras
geralmente possui grande quantidade de curvas, provocando perda de carga (diminuição de
pressão) no fluxo de fluido. Portanto, se compararmos duas tubulações, ambas com o mesmo
comprimento real, mas com numero diferente de conexões, considerando que a tubulação com
o numero maior de conexão possui maior perda de carga e, portanto maior comprimento
equivalente. Isto significa que, cada conexão possui um valor de perda de carga, definido em
função da velocidade e da densidade do fluido que a atravessa. Podemos concluir, então, que
cada conexão possui um valor de perda de carga com um equivalente em metros de tubos reto,
como pode ser observado na tabela
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Exemplo:
Se um tubo de cobre de ¾ possui 5 curvas de 90º , e o total do trecho reto é igual a 12
metros, o comprimento equivalente total é:
Total do trecho reto = 12metros. 5 curvas de 90º diâmetro da tubulação 3/4
Trecho + conexão
12m + (0.6 x 5) = 12m x 5.6m = 17.6 metros.
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Teste de vazamento:
Teste todas as conexões soldadas e frangeadas, (pressão máxima de teste 200psig), use
válvula reguladora de pressão no cilindro de nitrogênio.
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Deve-se, definir em primeiro lugar os pontos de acesso ao sistema. Tanto para o lado de
baixa pressão como o de alta pressão (linha de liquido), utilizar as válvulas de serviço existente
na unidade condensadora.
Feito isso, estamos em condições de evacuar o sistema
Tempo de evacuação:
O tempo necessário para a remoção da água e do ar de um sistema depende dos
seguintes fatores:
Dimensões do sistema.
Quantidade de água líquida presente no sistema.
Capacidade da bomba de vácuo usada.
Dimensões das linhas.
O tempo exato necessário para evacuar e desidratar um sistema não pode
ser previsto devido aos muitos fatores variáveis acima descritos. No entanto, o ponto em que a
desidratação se completa pode ser lida pelo instrumento que é o vacuômetro. Não esquecendo
que o vácuo perfeito é entre 500 e 250 micros.
Repetir o processo pelo menos duas vezes, fazendo na ultima etapa a terceira
evacuação.
Ao final do processo deve-se obter pelo menos 200 micros.
O sistema tem tanta umidade que não houve tempo para a sua eliminação.
Existe vazamento.
Drop-teste:
Verificar a leitura do vacuômetro.
Desligar a bomba de vácuo.
Verificar a leitura do vacuômetro, se a leitura chegar a pressão atmosférica, existe
vazamento.
Se a leitura subir e parar em algum valor, existe umidade, deixe a bomba funcionar até
chegar aos valores determinados.
A importância de remover umidade nunca é demais, a umidade pode causar a formação de ácidos na
presença de refrigerante, tais ácidos atacam as válvulas do compressor, mancais, e ainda podem causar
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Carga de refrigerante
Após termos evacuado o sistema adequadamente, feche os registros e isole a bomba de
vácuo , o vacuômetro e o nitrogênio.
Para fazermos a carga de refrigerante, substitua o cilindro de nitrogênio mostrado na
figura por um cilindro de refrigerante.
Purgue a mangueira que liga o cilindro à válvula de serviço. Abra a válvula de serviço.
Para carregar adequadamente o sistema, verifique as informações do fabricante da
unidade a quantidade de refrigerante que deve ser adicionada ao sistema.
Lembre-se que a carga varia com o comprimento das tubulações de interligação das
unidades (evaporadora e condensadora).
Com o sistema parado, coloque refrigerante na forma liquida pela válvula de serviço da
linha de liquido. Para auxilio, utilize uma balança (se não, use um cilindro graduado).
Com o sistema em funcionamento complete a carga com refrigerante na forma de
vapor.
Meça o superaquecimento.
Recolhimento do refrigerante:
Se por algum motivo houver necessidade de retirar o refrigerante, as válvulas de
serviços destas unidades permitem recolher o refrigerante do sistema para dentro do
condensador.
Procedimentos:
1º passo – conectar as mangueiras do manifold nas válvulas de serviço da unidade
condensadora.
2º passo – fechar a válvula de serviço da linha de liquido.
3º passo – ligar a unidade em refrigeração observando para que as pressões do sistema
atinjam 2 psig. Neste momento fechar a válvula de serviço para que o refrigerante fique
recolhido na unidade condensadora.
CÁLCULO DE SUPERAQUECIMENTO
Definição:
Superaquecimento é a diferença da temperatura existente entre a temperatura de
saturação em uma determinada pressão e a real temperatura acima da temperatura de
saturação dentro de um mesmo nível de pressão.
O grau de superaquecimento depende de 2 fatores
Quantidade de refrigerante que está passando pela válvula de expansão e entrando no
evaporador.
Carga térmica, a qual o evaporador está exposto.
Fórmula: SA = Ts –Tev Onde:
Ts = temperatura medida na saída do evaporador.
Tev = temperatura convertida. (pressão de sucção).
Ou
SA = Tm – Tc Onde:
Tm = temperatura medida na saída do evaporador.
Tc = temperatura convertida (pressão de sucção).
Equipamentos necessários para medir:
Manifold.
Termômetro de bulbo ou eletrônico (com sensor de temperatura).
Fita de espuma isolante.
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Modelo Frio
Sinal de falha Led operação Led timer
Ventilador evaporador com velocidade fora de Piscando Desligado
controle durante mais de 1 minuto.
Sensor de temperatura da Evaporadora ou do Piscando Ligado
ambiente com circuito aberto ou em curto circuito.
Proteção de sobre carga do compressor Desligado Piscando
Erro EEPROM. Ligado Piscando
Sem sinal de referencia. Piscando Piscando
Modelo quente / frio
Sinal de falha Led Operação Led Time Led Degelo Led Auto
Proteção de sobre corrente do Piscando Piscando Piscando Piscando
compressor
Sensor de temperatura ambiente Desligado Piscando Desligado Desligado
com circuito aberto ou em curto
circuito
Sensor de temperatura da Piscando Desligado Desligado Desligado
evaporadora com circuito aberto
ou em curto circuito.
Sensor de temperatura da Desligado Desligado Piscando Desligado
condensadora com circuito aberto
ou em curto circuito
Proteções da condensadora Desligado Desligado Piscando Piscando
(sensor de temperatura da
condensadora, sequencia de fase,
etc.).
Erro EEPROM Desligado Piscando Desligado Piscando
Erro de comunicação na unidade Desligado Desligado Desligado Piscando
interna.
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Caso o display exiba qualquer outro código, que não os apresentados na tabela acima,
entre em contato com os telefones Springer ou autorizadas para maiores informações.
Análise de Ocorrências:
Verifique no manual de instalação do fabricante.
Instruções gerais para instalação elétrica.
A alimentação elétrica do sistema deve ser feita através de um circuito elétrico
independente e as unidades deverão ser protegida através de disjuntores.
As unidades deverão ser devidamente conectadas ao sistema de aterramento.
A tensão de alimentação deve corresponder a tensão do aparelho, respeitando os
limites de ± 10%.
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Nota:
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A cor do fio de alimentação (L,N,E) está de acordo c/os padrões IEC (Marrom, Azul,
Verde, Amarelo) ou os padrões UL (Preto, Branco,Verde).
Unidade York
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Conexões elétricas.
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YORK
Manutenção preventiva:
Limpeza – limpe o condensador com escova de pelos macios, se necessário utilize
também um aspirador de pó para remover a sujeira. Após esta operação utilize pente de aleta,
no sentido vertical da cima para baixo, para desamassar as mesmas . O acumulo de poeira
obstrui e reduz o fluxo de ar resultando em perdas de capacidade.
Limpe os gabinetes com flanela ou pano macio embebido em água morna e sabão
neutro. Não use solventes, cera contendo solventes ou álcool para limpar as partes plásticas.
Fiação – cheque todos os cabos quanto a deterioração e todos os contatos (terminais
elétricos) quanto ao aperto e corrosão.
Controles– assegure-se que, todos, os controles estão funcionando corretamente e que
a operação do aparelho é normal.
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serviço. Passe o sensor devagar nos pontos prováveis. O aparelho emite um sinal,
sonora, e luminoso ao passar pelo ponto de vazamento.
Detector Haloide-lamparina; (refrigerante + nitrogênio): procedimento similar ao
anterior, porem neste caso o sensor é substituído por uma mangueira que se conecta a uma
chama. Esta chama torna-se verde na presença de refrigerante halogenados.
Método de emersão: o método de emersão em tanque poderá ser utilizado para
inspeção em componentes separados do aparelho (especialmente serpentinas). Neste caso, o
componente deve se pressurizado a 200Psig.
Repare o vazamento e proceda, o vácuo e carga de refrigerante.
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Esta, em contato com uma centelha, produz uma combustão, necessária no processo
oxiacetilenico.
Constituição:
Cilindro de oxigênio.
Cilindro de acetileno.
Válvulas
Regulador do oxigênio.
Regulador do acetileno.
Mangueiras.
Maçarico.
Bico
Carro para transporte.
Condições de uso:
Deve ser usado somente por pessoas que conheçam perfeitamente seu funcionamento.
Deve reunir condições ótimas de segurança e contar com todos os seus acessórios.
Precaução:
Ao manipular o equipamento, deve-se evitar seu contato com graxa ou óleo, para
evitar combustão explosiva.
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No trabalho de soldagem podem ser apreciados vários aspectos, que influem na escolha
do bico.
Tipos de bicos:
São dois os tipos de bico geralmente usados em soldagem oxi-acetilênica, os bicos
intercambiáveis, que podem ser montados ao misturador de gases mediante uma rosca (figura
1), e os bicos fixos, nos quais misturador e bico constituem uma só peca (figura 2).
Observação:
Ao limpar o orifício dos bicos, usar agulha apropriada.
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Tipos:
Existem dois tipos de maçaricos: os de baixa pressão e os de alta pressão.
O maçarico de baixa pressão é aquele que está previsto par nele ser utilizado
diretamente o acetileno, a uma pressão ligeiramente superior à pressão atmosférica. (figura 3).
Neste
tipo de maçarico, o acetileno não pode chegar até o mesmo na quantidade necessária par a soldagem e tem que
ser aspirado pelo oxigênio, por meio de um injetor adaptado ao aparelho como se vê na figura 4. o oxigênio leva a
quantidade necessária de acetileno, e ambos os gases, completamente misturados, saem do maçarico com
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Chama neutra:
Tem proporções iguais de oxigênio e acetileno, é composto de um cone interno de
cor branca intensa e de um invólucro azul violeta. Deve ser usada exclusivamente em soda de
tubo de cobre com tubo de cobre. É destruidor dos óxidos metálicos que formam no decorrer
da soldagem.
Chama oxidante:
Tem proporção menor de acetileno o cone interno é violeta e o comprimento total
da chama é menor que a chama neutra. Ideal para soldagem do latão é mais quente que a
Neutra.
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Como Soldar.
a) Limpe bem o material a ser soldado com lixa.
b) Aplique fluxo completamente por fora do tubo, junte os tubos.
c) Aplique calor com a chama do maçarico.
d) Encoste a solda na peça a aquecida, quando a solda derreter é sinal que a
temperatura ideal for alcançada.
e) Afaste a chama e alimente com solda até unir e formar um anel de solda.
Obs.: Sempre que possível solde passando nitrogênio para evitar o Oxido de cobre
(borra). apague o maçarico.
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Referencias Bibliográficas
Nelli, Giovane. Manual prático do mecânico de refrigeração, Rio de Janeiro.
Du Pont do Brasil: catalogo.
Revista Climatização: Editora RPA.
CEP: Centro de Formação profissional.
SENAI DN DET. Mecânico de refrigeração.
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