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Fase de Iniciação
Ocorre nas células que expressam o FT em sua superfície: célula endotelial,
monócito, fibroblasto, entre outras. Foi demonstrado que FVII, FX e
protrombina podem percorrer espaços entre os tecidos, sugerindo que a fase de
iniciação esteja continuadamente ativa. Contudo, essa fase só seguirá para a fase
de amplificação no caso de dano vascular.
(1) Mediante a exposição do FT na circulação pela lesão ou ativação das
células endoteliais, monócitos ou micropartículas oriundas de vários tipos de
células, forma-se um complexo entre FT e pequenas quantidades de FVIIa. O
próprio FT é capaz de ativar o FVII em FVIIa.
(2) O complexo FT/FVIIa inicia a coagulação por ativar pequenas quantidades do fator X e do fator IX.
(3) O fator Xa ativa o fator V. O FV pode ser ativado pelo FXa ou por proteases não coagulantes.
(4) Após a ativação, o fator Va associa-se ao fator Xa e forma o complexo protrombinase FXa/FVa na
superfície da célula que expressa o FT.
(5) Esse complexo é capaz de converter pequenas quantidades de protrombina (II) em traços de
trombina (IIa).
(6) O fator IXa pode deslocar-se para outra célula ou para a superfície das plaquetas tornando-as ativas
e assim iniciar a fase de amplificação.
Fase de Amplificação
(1) Quando um vaso é lesado, plaquetas escapam de dentro dos vasos, se
ligam ao colágeno e a outros componentes da matriz extracelular no sítio da
lesão, onde são parcialmente ativadas.
(2) Ocorre na superfície das plaquetas. O traço de trombina gerado na fase
de iniciação ativa as plaquetas. Como resultado dessa ativação, as plaquetas
alteram a permeabilidade de suas membranas, permitindo a entrada de íons
cálcio e a saída de substâncias quimiotáticas que atraem os fatores de coagulação.
(3) Trombina ativa o fator V na superfície das plaquetas, formando o fator
Va. A trombina também ativa o FVIII na superfície das plaquetas ativadas.
(4) Trombina dissocia o complexo FVIII:FvW, permitindo o FvW mediar a adesão e agregação
plaquetárias.
(5) Trombina ativa o FXI na superfície das plaquetas formando o FXIa.
Fase de Propagação
(1) Também ocorre na superfície das plaquetas. O IXa ativado na
fase de iniciação associa-se ao FVIIIa liberado durante a fase de
amplificação e forma o complexo tenase FIXa/FVIIIa.
(2) O complexo tenase, por sua vez, ativa o fator X.
(3) O fator Xa associa-se ao seu cofator Va e forma o complexo
protrombinase FXa/FVa. Nessa fase, grandes quantidades de plaquetas
são recrutadas para o locação da lesão e são formados inúmeros complexos
tenase e protrombinase na superfície das mesmas.
(4) Grandes quantidades de protrombina são convertidas em trombina.
(5) A trombina cliva o fibrinogênio em monômeros de fibrina.
(6) A fibrina se polimeriza, resultando na formação do coágulo estável de fibrina.
Fibrinólise (Hemostasia terciária)
Após a formação do trombo, o mesmo deve ser removido para o reestabelecimento do lúmen vascular
e do fluxo sanguíneo. A fibrinólise é regulada por proteínas ativadoras serino-proteases, metaloproteinases
e proteínas inibidoras como a superfamília de serpinas.
O primeiro passo da fibrinólise é a ativação do plasminogênio, um precursor circulante inativo, que é
convertido em plasmina por duas vias de ativação. A plasmina degrada nãos omente a fibrina, mas também
o fibrinogênio, fator V e fator VIII.
(1) A primeira via é mediada pelo ativador tissular de PLG (tPA), que é produzido pela célula endotelial,
principalmente após a ativação da coagulação. O tPA converte o PLG em plasmina, que degrada a rede de
fibrina em produtos de degradação solúveis. A anexina 2 secretada pelas células endoteliais se liga tanto ao
PLG quanto ao tPA, agindo como cofator na geração de plasmina. Além disso, cerca de 15% da plasmina
circulante é gerada via proteínas pró-coagulantes: calicreína e FXIa, que ativam diretamente o PLG.
(2) A segunda via de ativação se liga pela ligação do ativador de plasminogênio tipo uroquinase (uPA)
que também é produzido pela célula endotelial após a ativação da coagulação. O uPA converte o PLG em
plasmina e ativa as MMPS, envolvidas na degradação da MEC e no remodelamento tecidual.
A dissolução da fibrina também é regulada por proteínas inibidoras, que atuam diretamente nos
ativadores de PGL – inibidor de plasminogênio 1 (PAI-1), PAI-2 e TM. Existem ainda proteases inibidoras
que atuam na plasmina, como a alfa2-antiplasmina e a alfa2-macroglobulina. Recentemente, o inibidor da
fibrinólise ativado pela trombina (TAFI) foi descoberto, funcionando como um potente inibidor da
fibrinólise. O TAFI é ativado pela trombina, tripsina e plasmina e é capaz de inibir a fibrinólise por remover
resíduos de lisina da molécula de fibrina durante o processo de lise do coágulo, suprimindo as propriedades
de cofator da fibrina parcialmente degradada na ativação do plasminogênio.
Regulação da Hemostasia
O complexo FVIIa/FT atua sobre dois substratos principais: os fatores IX e X da coagulação, ativando-
os. Essas reações são reguladas pelo inibidor da via do fator tecidual (TFPI), uma proteína produzida pelas
células endoteliais. O TFPI forma um complexo quaternário FT/FVIIa/FXa/TFPI inativando os fatores
ativados e, portanto, limitando a coagulação.
Outra importante via de anticoagulação do sangue é o sistema da Proteína C ativada (PCa). A PC,
quando ligada ao seu receptor no endotélio (EPCR), é ativada após a ligação da trombina ao receptor
endotelial trombomodulina (TM). A PCa inibe a coagulação, clivando e inativando os fatore Va e VIIIa,
processo que é potencializado pela PS, que atua como um cofator não enzimático. Embora ela tenha função
procoagulante, quando gerada em excesso sua função é anticoagulante, tendo em vista que sua ligação À TM
endotelial representa o evento-chave para ativação da via inibitória da PC.
A Antitrombina (AT) é o inibidor primário da trombina e também exerce efeito sobre os fatores IXa,
Xa e XIa. A AT também acelera a dissociação do complexo FVIIa/FT e impede sua reassociação. A molécula
de heparan sulfato, presente nas células endoteliais, acelera as reações catalisadas pela AT, sendo a heparina
outro agente potencializador.
Pró-coagulantes Anti-coagulantes
Fatores da coagulação Plasminogênio e plasmina
Tromboxano A2 tPA e uPA
PAI-1 e PAI-2 Anexina2
alfa2-antiplasmina e alfa2-macroglobulina TFPI
TAFI PC/OS
AT
Heparan Sulfato e Heparina