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ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


BACHARELADO EM MEDICINA VETERINARIA I SEMESTRE
CAMPUS – SINOP

ARLETE LUZ MACIEL MARINHO


FERNANDA MAFFISSONI MENDES
RILLY CRISTINA ANDRETTA
STEFFANY RAWA STANTOWTZ
PRISCILA C. NALEVAIKO

FECUNDAÇÃO IN VITRO

SINOP/ MT
2007
ESTADO DE MATO GROSSO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
BACHARELADO EM MEDICINA VETERINARIA I SEMESTRE
CAMPUS – SINOP

Trabalho apresentado à disciplina Biologia Celular


Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT)
Campus de Sinop, curso de Medicina Veterinária.
Orientador: Prof.: TEREZINHA

Sinop/MT
2007
INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende apresentar a definição de Fecundação in vitro. Onde e

como surgiu, quais suas limitações. Como ocorre o procedimento da fecundação in vitro

(FIV) em animais. E quais os benefícios que essa técnica pode render e quais vantagens são

oferecidas.
DESENVOLVIMENTO

A inseminação artificial (IA) em bovinos foi o primeiro passo para acelerar a


transferência de características desejáveis, permitindo a disseminação de genes de machos
considerados superiores e possibilitando a melhoria do nível zootécnico dos rebanhos. Um
reprodutor bovino pode produzir milhares de bezerros em um período de três anos, através da
IA, enquanto, no mesmo período, uma fêmea pode produzir apenas três bezerros. Portanto, o
possível ganho genético obtido pela linhagem materna é extremamente limitado, pois uma
vaca altamente produtiva não é capaz de produzir mais do que 8-10 bezerros durante a sua
vida. A transferência de embriões (TE) permite o melhor aproveitamento dessas matrizes,
podendo aumentar, em até 10 vezes, o número de crias/ano oriundas de animais de alta
produção e portadores de material genético desejável. Mais recentemente, com a utilização da
punção folicular associada á técnica de fecundação in vitro, abrem-se novas possibilidades
para o maior aproveitamento de vacas de reconhecido valor genético, maximizando a
utilização dessas fêmeas.
A fecundação in vitro (FIV) foi originalmente desenvolvida como uma ferramenta
para estudar os processos de fecundação e desenvolvimento embrionário. Posteriormente, ela
também foi utilizada para resolver casos de infertilidade, principalmente em humanos. O
primeiro bezerro produzido por FIV, a partir de um ovócito ovulado, nasceu em 1981, nos
Estados Unidos, e o procedimento envolveu laparotomia médio-ventral, para recuperar o
ovócito, e a transferência dos zigotos para os ovidutos de uma receptora intermediária. A
partir desse experimento, a técnica teve avanços consideráveis e, atualmente, associada à
maturação in vitro de ovócitos, tem sido utilizada para produção de grande número de
embriões de fêmeas de várias idades e estados fisiológicos, que são usados para pesquisa ou
para produção comercial. A FIV também é uma técnica fundamental para o uso de todas as
novas biotécnicas da reprodução animal, pois através dela é possível produzir embriões pró-
sexados e embriões ou zigotos em vários estágios de desenvolvimento, para os estudos de
transgênese e clonagem. Recentemente, também tem sido sugerido o uso da FIV para avaliar
o potencial reprodutivo de touros, avaliando com mais precisão a fertilidade de um reprodutor.
FIV se refere à interação de espermatózoide-ovócito in vitro, com a formação de um
novo indivíduo. No sentido amplo, o termo fecundação in vitro, utilizado hoje, corresponde á
combinação de processos necessários à produção de embriões em laboratório. Nesse caso,
envolve a maturação de ovócitos imaturos aspirados dos ovários, capacitação espermática, a
fecundação dos ovócitos e o cultivo de embriões até o estágio de blastocisto, quando estão
prontos para serem transferidos para as fêmeas receptoras. Ovários de abatedouro, apesar de
serem uma importante fonte de ovócitos para serem utilizados na pesquisa, são geralmente
provenientes de animais sem valor econômico. Entretanto, o desenvolvimento de outros
métodos de aspiração folicular tem permitido a recuperação de ovócitos de animais vivos,
abrindo novos caminhos para multiplicação de animais de interesse econômico, superando os
índices da TE clássica, no que diz respeito à produção de bezerros/vaca/ano. O método de
aspiração in vivo, associado à FIV, é ainda de fundamental importância para produzir
embriões de vacas prenhes, de vacas que não respondem à superovulação, de animais
portadores de patologias reprodutivas adquiridas, de animais senis e pró-púberes. Esses
podem ser coletados semanalmente, sem causar transtornos para o ciclo estral ou para a
prenhez. Essa técnica é feita pela punção folicular, com um agulha introduzida pela vagina,
em que os folículos a serem puncionados são visualizados na tela do ultra-som. Para bezerras,
pela limitação de tamanho, até agora tem sido utilizada a laparotomia, ou laparoscopia, para
aspiração dos folículos. Esses métodos permitem acesso limitado dos ovários e envolvem
traumas consideráveis, impedindo coletas freqüentes. Entretanto, já foi desenvolvida uma
sonda que permite a aspiração transvaginal em bezerras a partir de 6 semanas de idade..A
média de ovócitos viáveis obtidos por coleta in vivo de vacas é de cinco ovócitos viáveis por
função, o que pode ser duplicado, se os animais receberem uma estimulação hormonal. As
taxas de blastocisto, após a FIV, estão torno de 30%, com 40 a 50% de prenhez. Entretanto,
existe uma grande variação na produção de blastocisto, que pode ser devida não só é doadora,
mas também ao sêmen utilizado. Tendo como base as taxas médias relatadas na literatura,
pode-se considerar a obtenção de 10 ovócitos viáveis por semana (duas punções), com 30%
de blastocisto, o que resultaria em 3 embriões transferíveis por semana. Em um período de
três meses, a aspiração folicular-FIV renderia em torno de 36 embriões, o que é três vezes
maior do que número de embriões obtidos por transferência clássica, no mesmo espaço de
tempo.
Apesar dos avanços obtidos, a produção in vitro de embriões ainda apresenta algumas
limitações, tais como os baixos índices de blastocisto, a dificuldade na crio preservação dos
embriões produzidos por essa técnica, a menor viabilidade dos ovócitos obtidos de bezerras
em relação aos de vacas e novilhas, e o custo do embrião, que é em torno de 2 a 3 vezes mais
alto do que um embrião de TE. Portanto, mais pesquisas são necessárias no sentido de
aumentar os índices de produção e, dessa forma, reduzir os custos, assim como o
desenvolvimento de métodos mais adequados para o congelamento de embriões de FIV. Além
disso, os fatores que influenciam a competência dos ovócitos oriundos de animais muito
jovens precisam ser elucidados, para que possam ser utilizados, com sucesso, em programas
de aspiração. Concluindo, o uso de novas tecnologias, especialmente aquelas relacionadas
com o melhoramento animal, torna-se de importância fundamental para o desenvolvimento da
pecuária. A IA e TE têm sido utilizadas para reproduzir aspectos genéticos desejados.
Entretanto, novas opções para seleção e produção animal são proporcionadas pela
produção in vitro de embriões, que surge como mais uma ferramenta, pois otimiza a utilização
das fêmeas, por aumentar a sua produção. O uso comercial dessa técnica ainda está limitado
ao custo, e vai depender do balanço entre o tipo de produto (embrião) e o custo de sua
produção. Apesar disso, a aspiração associada à FIV está sendo gradualmente integrada aos
esquemas de seleção e melhoramento genético, como uma complementação da IA e TE.
No caso dos bovinos de carne, quando se pretende uma produção em larga escala de
embriões totalmente produzidos in vitro (IVF/IVM), as fêmeas doadoras (vacas de carne
puras ou cruzadas) são normalmente procuradas nos matadouros onde é fácil obter um grande
número de ovários, multiplicando-se assim a disponibilidade de ovócitos a fertilizar. Estes
podem ser fertilizados com sêmen proveniente de raças de carne com precocidade e peso
variáveis, de acordo com os objetivos a atingir na exploração que utilizará os embriões
resultantes (cria/recria) e com a raça e aptidão das vacas receptoras desses mesmos embriões
(vocação leite/carne).
Além do aumento e da maior velocidade na produção de bezerros, e conseqüentemente
no ganho genético para carne ou leite, a produção de embriões in vitro, a partir de material de
vacas vivas, trará outros benefícios à pesquisa e à produção, tais como:
 Formação de um banco de ovócitos crio preservados, ou seja, mantidos em botijões
com nitrogênio a temperatura de 196 graus negativos, podendo durar centenas de anos.
O ovócito congelado permitirá, no futuro, a regeneração de raças extintas ou em
extinção, pela fecundação "in vitro" de tais ovócitos e transferência dos embriões para
vacas receptoras.
 Facilidades aos programas de melhoramento animal de raças comerciais.
 Recuperação de material genético de vacas que apresentam problemas reprodutivos
adquiridos.
 Produção de embriões a partir de fêmeas imaturas para a reprodução natural,
diminuindo assim o intervalo entre gerações, além de acelerar o melhoramento
genético.
CONCLUSÃO

Diante do exposto, podemos perceber que a FIV é de suma importância para o


crescimento e desenvolvimento da produção de embriões. A FIV surgiu com a técnica
alternativa para maximizar o aproveitamento do material genético existente, uma vez que,
pode produzir até 3 (três) vezes mais descendentes em comparação com a TE. O custo de um
embrião é de 2 a 3 vezes mais elevado do que um embrião de TE. Com essa técnica tem sido
avaliado o potencial reprodutivo de animais, avaliando com mais êxito e precisão a fertilidade
de reprodutor.
Pesquisas ainda estão sendo realizadas nesta área que tende a crescer, pois, com a FIV
pode se obter recursos extraordinários, como é o caso do melhoramento genético e a variação
de cruzamentos genéticos para obter animais com maior eficiência em certos recursos (leite,
carne, força, etc...), dessa forma os produtores só tendem a ganhar, pois assim podem estar
diminuindo a infertilização da sua produção e ganhando com a venda dos embriões de
qualidade por ele produzido.
BIBLIOGRAFIA

Site do Projeto wAwRwT da Unicamp


http://wawrwt.iar.unicamp.br, 13 de novembro de 2007

Site da Embrapa
http://www.embrapa.br/ , 13 de Novembro de 2007

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