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Brasília, 17 a 21 de novembro de 1997 - Nº

93.
Data (páginas internas): 26 de novembro de
1997.

Este Informativo, elaborado a partir de


notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.

ÍNDICE DE ASSUNTOS
ADIn e Ofensa Reflexa à CF
Advogado Enfermo e Data do Julgamento
Atualização de Precatório
Crimes Contra a Ordem Tributária
Denúncia e Crime Contra a Ordem Tributária
ICMS e Não-Cumulatividade
ICMS e Passagem Aérea
Independência das Instâncias Civil e Penal
Instituto de Previdência de Deputados Estaduais
Lei do Colarinho Branco
Licença e Férias: Conversão em Pecúnia
Programa Nacional de Desestatização
Representação Processual da União

PLENÁRIO
ICMS e Passagem Aérea
Iniciado o julgamento de pedido cautelar em ação
direta proposta pelo Procurador-Geral da República —
atendendo representação do Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias - SNEA — contra o Convênio ICMS
120/96, que, dispondo sobre as prestações de serviços de
transporte aéreo, fixou a alíquota de 12% para as prestações
internas de serviços de transporte aéreo. Invoca o requerente
ofensa aos artigos 155, § 2o , V, a e b, da CF, que diz ser
facultado ao Senado Federal estabelecer, mediante resolução,
as alíquotas mínimas nas operações internas, e máximas nas
mesmas operações para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados. Após o voto do Min. Octavio
Gallotti, relator, que indeferiu a liminar ante a ausência, ao
primeiro exame, de plausibilidade jurídica na tese do autor,
o julgamento foi adiado em virtude do pedido de vista do
Min. Nelson Jobim. ADInMC 1.601-UF, rel. Min. Octavio
Gallotti, 19.11.97 .

Licença e Férias: Conversão em Pecúnia


Considerando a afronta aos artigos 61, § 1o, II, a —
que dispõe sobre a competência privativa do Chefe do Poder
Executivo para a iniciativa de leis que disponham sobre o
aumento de remuneração de cargos funções ou empregos
públicos — e 169 — que estipula a necessidade de prévia
dotação orçamentária para o atendimento de despesas de
pessoal —, todos da CF, o Tribunal julgou procedente ação
direta proposta pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro
contra a expressão “... ou tê-las transformadas em pecúnia
indenizatória, segundo sua opção ...” constante do inciso
XVII do art. 77 da Constituição do referido Estado (“XVII -
O servidor público estadual, civil ou militar, poderá gozar
licença especial e férias na forma da lei ou de ambas dispor,
sob a forma de direito de contagem em dobro para efeito de
aposentadoria ou tê-las transformadas em pecúnia
indenizatória, segundo sua opção.”). Precedentes citados:
Rp 1.078-RS (RTJ 101/929) e ADIn 276-AL (RTJ
132/1.057). ADIn 227-RJ, rel. Min. Maurício Corrêa,
19.11.97 .

Programa Nacional de Desestatização - 1


Concluindo o julgamento de pedido de liminar em
ação direta proposta pelo PT, PSB e PDT contra a Medida
Provisória 1.481/97, na parte em que, dando nova redação ao
art. 13, da Lei 8.031/90 — que cria o Programa Nacional de
Desestatização —, revogou seu inciso IV, que fixava o
percentual (40%) de aquisição, por pessoa física ou jurídica
estrangeira, do capital votante das empresas em processo de
desestatização (v. Informativo 70), o Tribunal, por votação
unânime, não conheceu da ação direta quanto ao art. 43 do
Decreto 1.204/94, que dispõe sobre a criação de “ações de
classe especial”, dado seu caráter meramente regulamentar
do art. 8o , da Lei 8.031/90 (“Sempre que houver razões que
o justifiquem, a União deterá, direta ou indiretamente, ações
de classe especial do capital social de empresas
privatizadas, que lhe confiram poder de veto em
determinadas matérias, as quais deverão ser caracterizadas
nos estatutos sociais das empresas ...”).

Programa Nacional de Desestatização - 2


Após, vencidos os Ministros Nelson Jobim, Carlos
Velloso, Octávio Gallotti, Sydney Sanches e Moreira Alves,
que afastavam a alegação de inconstitucionalidade material:
afronta ao art. 176, § 1o, com a redação dada pela EC 6/95,
da CF (“A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o
aproveitamento dos potenciais a que se refere o ‘caput’ deste
artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização
ou concessão da União, no interesse nacional, por
brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e
que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei,
...”), bem como o argumento de ofensa ao art. 246, da CF
(“É vedada a adoção de medida provisória na
regulamentação de artigo da Constituição cuja redação
tenha sido alterada por meio de emenda promulgada a
partir de 1995.”): inconstitucionalidade formal, já que, sob
sua ótica, o dispositivo atacado não regulamentava o art. 176,
§ 1o, da CF, o Tribunal, pelo voto médio de seus integrantes,
deferiu, em parte, sem redução de texto, a cautelar para
excluir do art. 13 da Lei 8.031/90 — com a redação dada
pela MP 1.481/97 —, e do art. 39 do Decreto 1.204/94 (“A
alienação, à pessoa física ou jurídica estrangeira, de ações
de capital de sociedade incluída no Programa Nacional de
Desestatização poderá atingir a cem por cento do capital
votante, salvo determinação expressa do Poder Executivo
que determine percentual inferior.”), a alienação de ações de
sociedades de economia mista que operem nos setores a que
se refere o art. 176, § 1o, da CF, com a redação dada pela EC
6/95. ADInMC 1.597-UF, rel. Min. Néri da Silveira,
19.11.97 .

ADIn e Ofensa Reflexa à CF


O Tribunal, por maioria de votos, não conheceu de
ação direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República
contra a Lei 9.056/89, do Estado do Paraná, que condiciona
ao prévio cadastramento perante a Secretaria de Agricultura
estadual, a produção, distribuição e a comercialização de
fertilizantes, corretivos, inoculantes, ou biofertilizantes,
destinados a agricultura no referido Estado. À vista da
argüição de inconstitucionalidade por ofensa à competência
da União para fixar normas gerais sobre produção e consumo
(CF, art. 24, V, § 1º), prevaleceu o voto do Min. Moreira
Alves, relator, no sentido do não cabimento de ação direta
quando se tratar de matéria da competência legislativa
concorrente da União Federal e dos Estados-membros,
porquanto seria necessário a análise de legislação
infraconstitucional, confrontando-se a lei federal e a lei
estadual, implicando, assim, a violação indireta ou reflexa à
CF. Vencidos os Ministros Marco Aurélio, Sepúlveda
Pertence, Néri da Silveira e Carlos Velloso, que rejeitavam a
preliminar de conhecimento da ação por entenderem que o
exame sobre se o Estado-membro, em dispondo sobre a
matéria, invadiu ou não a competência concorrente da União
Federal, consubstancia ofensa direta à CF. Precedente citado:
ADIn 1.540-MS (julgada em 25.6.97, acórdão pendente de
publicação). ADIn 252-PR, rel. Min. Moreira Alves,
20.11.97.

Instituto de Previdência de Deputados Estaduais


Tendo em vista o conteúdo programático da norma
impugnada, o Tribunal julgou improcedente ação direta de
inconstitucionalidade ajuizada pelo Partido dos
Trabalhadores - PT, contra o art. 278 da Constituição do
Estado do Espírito Santo (“Fica assegurado pelo Estado o
sistema de previdência dos deputados estaduais, sendo o
seu funcionamento regulado na forma da lei.”). Considerou-
se, ainda, que o § 2º, do art. 40, da CF, autoriza que “a lei
disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos
temporários”. ADIn 148-ES, rel. Min. Ilmar Galvão,
20.11.97.

Independência das Instâncias Civil e Penal


O processo administrativo instaurado contra
servidor público por falta disciplinar não está sujeito à
conclusão do processo penal por crime contra a
administração pública. Com esse entendimento, o Tribunal
indeferiu mandado de segurança interposto contra ato de
demissão de servidor após processo administrativo
disciplinar, observando-se, ainda, que a instância criminal só
alcança a administrativa quando aquela decidir pela
inexistência do fato ou pela negativa de autoria. Vencido o
Min. Marco Aurélio sob o fundamento de que, tratando-se
dos mesmos fatos que foram enquadrados como crime contra
a administração pública, o processo administrativo deveria
permanecer sobrestado até o trânsito em julgado da ação
penal. Precedentes citados: MS 21.332-DF (DJU de 7.5.93),
MS 21.705-SC (DJU de 16.4.96), MS 21.113-DF (RTJ
134/1.105). MS 22.438-DF, rel. Min. Moreira Alves,
20.11.97.

PRIMEIRA TURMA
Advogado Enfermo e Data do Julgamento
Tendo o paciente dois advogados constituídos, a
enfermidade de um deles não é suficiente para configurar o
direito à transferência da data de julgamento, previamente
determinada, já que a sustentação oral poderia ter sido feita
pelo outro patrono. Com esse fundamento, a Turma indeferiu
pedido de habeas corpus formulado contra decisão do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que
indeferira novo pedido de adiamento da sessão, e julgara
apelação interposta pelo Ministério Público Estadual contra
sentença absolutória. HC 75.931-RJ, rel. Min. Ilmar Galvão,
18.11.97.

Denúncia e Crime Contra a Ordem Tributária


Se a denúncia, ainda que sem referência ao art. 71
do CP, que dispõe sobre o crime continuado, narra as
circunstâncias que caracterizam o concurso de crimes, o juiz
pode, com base no art. 383 do CPP (“O juiz poderá dar ao
fato definição jurídica diversa da que constar da queixa ou
denúncia, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar
pena mais grave.”), reconhecer, na sentença, esse concurso.
Com essa fundamentação, a Turma indeferiu o writ
interposto contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo
que manteve sentença que condenara o paciente pelo crime
previsto no inciso II do art. 1 o da Lei 8.137/90, que define
crimes contra a ordem tributária (“II - fraudar a
fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou
livro exigido pela lei fiscal.”), em continuidade delitiva.
Afastou-se, ainda, a alegação de que se cuidava de “delito de
bagatela”, já que a impetração não levou em conta a
atualização monetárias dos valores envolvidos. Precedente
citado: HC 75.030-SP (DJU 7.11.97). HC 75.076-SP, rel.
Min. Octavio Gallotti, 18.11.97 .

Procedimento Administrativo e Contraditório


A Turma não conheceu de recurso extraordinário
interposto pelo Estado de São Paulo contra decisão do
Tribunal de Justiça do Estado que julgara procedente ação
proposta por policial militar — com menos de dez anos de
serviço, sujeito, pois, à dispensa, sem o procedimento
administrativo formal: art. 47 do DL 260/70 — demitido da
corporação. Desse modo, anulou-se, ao argumento de ofensa
ao contraditório e à ampla defesa (CF, art. 5 o, LV), o ato
demissório, condenando o Estado a reintegrá-lo no cargo.
Sustentou o recorrente, invocando o mesmo dispositivo
constitucional, um excesso no direito à defesa do recorrido.
Precedentes citados: RREE 165.680-SC (DJU de 15.9.95),
191.480-SC (DJU de 26.4.96) e 197.649-SP (DJU de
22.8.97). RE 171.664-SP, rel. Min. Sepúlveda Pertence,
18.11.97 .

SEGUNDA TURMA
Lei do Colarinho Branco
Concluído o julgamento de recurso ordinário de
habeas corpus (v. Informativo 76) em que se discutia a
natureza comissiva ou omissiva do tipo penal descrito no
artigo 20 da Lei 7.492/86 (“Aplicar, em finalidade diversa da
prevista em lei ou contrato, recursos provenientes de
financiamento concedido por instituição financeira ou por
instituição credenciada para repassá-la.”). A Turma, por
maioria de votos, negou provimento ao recurso,
prevalecendo o entendimento do Min. Marco Aurélio,
relator, que proferira voto no sentido de que a configuração
do crime previsto no citado artigo dispensa a demonstração
da finalidade diversa em que teriam sido aplicados os
recursos provenientes do financiamento. Vencidos os
Ministros Nelson Jobim e Maurício Corrêa, que davam
provimento ao recurso para trancar a ação penal do paciente
sob o fundamento de inépcia da denúncia por não ter o
Ministério Público narrado a conduta comissiva prevista no
art. 20 da Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro
Nacional. RHC 75.375-DF, rel. Min. Marco Aurélio,
18.11.97.

Crimes Contra a Ordem Tributária


O art. 83, caput, da Lei 9.430/96, ao estabelecer
que “a representação fiscal para fins penais relativa aos
crimes contra a ordem tributária definidos nos arts. 1º e 2º
da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, será
encaminhada ao Ministério Público após proferida decisão
final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do
crédito tributário correspondente”, não impede, à vista do
que dispõe o art. 129, I, VI e VIII da CF, a atuação do
Ministério Público Federal no tocante à propositura da ação
penal. Com base nesse entendimento adotado pelo Plenário
na ADInMC 1.571-UF, julgada em 20.3.97 (v. Informativo
64) , a Turma indeferiu habeas corpus em que se pretendia
a suspensão da ação penal promovida contra o paciente até
que se obtivesse um resultado definitivo do processo
administrativo. HC 75.723-SP, rel. Min. Carlos Velloso,
18.11.97.

ICMS e Não-Cumulatividade
Tendo em vista que o fato de a legislação estadual
não autorizar a correção monetária de créditos escriturais do
ICMS não ofende o princípio da não-cumulatividade, a
Turma, por maioria, conheceu de recurso extraordinário do
Estado do Rio Grande do Sul e lhe deu provimento para
julgar improcedente a ação declaratória ajuizada pela
empresa contribuinte, reformando acórdão do Tribunal de
Justiça local que admitira a correção do saldo credor do
ICMS relativamente aos meses de janeiro de 1990 a março
de 1991, período este em que não havia lei autorizando-a.
Vencido o Min. Marco Aurélio. Precedente citado: AG
(AgRg) 181.138-SP (DJU de 18.4.97). RE 213.583-RS, rel.
Min. Maurício Corrêa, 18.11.97.

Representação Processual da União


Com base no § 5º do art. 29 do ADCT (“Cabe à
atual Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,
diretamente ou por delegação, que pode ser ao Ministério
Público estadual, representar judicialmente a União nas
causas de natureza fiscal, na área da respectiva
competência, até a promulgação das leis complementares
previstas neste artigo.”), a Turma conheceu e deu
provimento a recurso extraordinário interposto pela União
(Fazenda Nacional) contra acórdão do TRF da 4ª Região
que, proferido antes da entrada em vigor da LC 73/93,
julgara ilegal a portaria por meio da qual a PGFN delegara à
Procuradoria-Geral do INCRA a representação judicial da
União nas execuções fiscais relativas ao ITR. Precedente
citado: RE 164.970-PR (DJU de 19.9.97). RE 169.652-PR,
rel. Min. Carlos Velloso, 17.11.97.

Atualização de Precatório
Tratando-se de execução contra a Fazenda Pública,
não havendo lei que determine a atualização do débito na
data do efetivo pagamento como faz o art. 57, § 3º, da
Constituição do Estado de São Paulo, julgado constitucional
pelo STF (ADIn 446-SP, Pleno 24.06.94; RE 189.942-SP,
DJU de 24.11.95) , esta deve ser feita somente em 1º de
julho, nos termos do art. 100, § 1º, da CF, expedindo-se novo
precatório para pagamento do resíduo inflacionário. Com
base nesse entendimento, a Turma conheceu de recurso
extraordinário do Estado do Paraná e lhe deu provimento
para que os valores correspondentes à atualização posterior a
1º de julho sejam pagos mediante a expedição de novos
precatórios. RE 214.761-PR, rel. Min. Néri da Silveira,
17.11.97.

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos

Pleno 19.11.97 20.11.97 20


1ª Turma 18.11.97 --------- 203
2ª Turma 18.11.97 17.11.97 284

CLIPPING DO DJ
21 de novembro de 1997

ADIn N. 2
RELATOR : MIN. PAULO BROSSARD
EMENTA: CONSTITUIÇÃO. LEI ANTERIOR QUE A
CONTRARIE. REVOGAÇÃO.
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE.
IMPOSSIBILIDADE.
1. A lei ou é constitucional ou não é lei. Lei inconstitucional
é uma contradição em si. A lei é constitucional quando fiel à
Constituição; inconstitucional na medida em que a
desrespeita, dispondo sobre o que lhe era vedado. O vício da
inconstitucionalidade é congênito à lei e há de ser apurado
em face da Constituição vigente ao tempo de sua elaboração.
Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação à
Constituição superveniente; nem o legislador poderia
infringir Constituição futura. A Constituição sobrevinda não
torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes:
revoga-as. Pelo fato de ser superior, a Constituição não deixa
de produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico que a lei
fundamental, por ser suprema, não revogasse, ao ser
promulgada, leis ordinárias. A lei maior valeria menos que a
lei ordinária.
2. Reafirmação da antiga jurisprudência do STF, mais que
cinqüentenária.
3. Ação direta de que se não conhece por impossibilidade
jurídica do pedido.

ADIN N. 1.067
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUNAL DE
CONTAS. AUDITOR: NOMEAÇÃO SEM APROVAÇÃO
EM CONCURSO PÚBLICO:
INCONSTITUCIONALIDADE. OUTORGA DOS
MESMOS DIREITOS DE JUIZ DO TRIBUNAL DE
ALÇADA E DOS CONSELHEIROS. APOSENTADORIA:
EXIGÊNCIA DE EXERCÍCIO POR MAIS DE CINCO
ANOS: INCONSTITUCIONALIDADE. Constituição do
Estado de Minas Gerais, artigo 79, incisos I a IV, §§ 1º e 2º.
Constituição Federal, art. 37, II, art. 73, § 4º, art. 75.
I. - Inconstitucionalidade do art. 79, "caput" e incisos I a IV,
da Constituição do Estado de Minas Gerais, que dispensam o
concurso público de provas ou de provas e títulos, para a
investidura no cargo de Auditor do Tribunal de Contas do
Estado. Ofensa ao art. 37, II, da Constituição Federal.
II. - Inconstitucionalidade da expressão, "os mesmos
direitos", inscrita na primeira parte do § 1º do art. 79 da
Constituição de Minas. No ponto, o dispositivo da
Constituição mineira realiza equiparação não permitida pelo
§ 4º do art. 73 da Constituição Federal. A mesma expressão,
"os mesmos direitos", inscrita na segunda parte do § 1º do
art. 79 não é inconstitucional.
III. - Constitucionalidade do § 2º do art. 79 da Constituição
de Minas. Voto vencido do Relator no sentido da
inconstitucionalidade, por entender que o citado dispositivo
faz exigência não contida no § 4º do art. 73 da Constituição
Federal, com ofensa ao art. 40, desta.
IV. - Ação direta de inconstitucionalidade julgada
procedente, em parte.
*noticiado no Informativo 62

ADIn N. 1.610
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PREVIDENCIÁRIO.
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 510, DE 26.07.1994,
SUCESSIVAMENTE REEDITADA, NO PRAZO, E NÃO
REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL:
EFICÁCIA DE LEI. ALÍQUOTA DE CONTRIBUIÇÃO AO
PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DA
RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DE 14.05.1997
(PROCESSO STJ 01813/97). MEDIDA CAUTELAR.
1. A Resolução do Conselho de Administração do Superior
Tribunal de Justiça, no Processo STJ 01813/97, pela qual
deferiu requerimento formulado por dois servidores da
Corte, no sentido da "limitação da alíquota de contribuição
ao Plano de Seguridade Social do Servidor a 6%, com o
ressarcimento dos valores recolhidos indevidamente, no
período julho/94 a abril/97" e ainda determinou a extensão
dos efeitos de tal decisão "a todos os demais servidores do
mesmo Tribunal, nos termos do voto do Ministro Relator", é
ato normativo, impugnável mediante Ação Direta de
Inconstitucionalidade, conforme precedentes do S.T.F.: ADIs
nºs 577, 664, 683, 658, 666, entre outras.
2. A Medida Provisória nº 510, de 26.07.1994, e suas
sucessivas reedições, sem alteração no ponto que aqui
interessa (a última de n° 1.482-36, de 15.05.1997), não
chegaram a ser votadas e, por tanto, rejeitadas pelo
Congresso Nacional, sendo certo que todas as reedições
ocorreram antes de esgotados os trinta dias a que alude o
parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal.
3. A última M.P. tem, portanto, eficácia de Lei, nos termos
do "caput" do mesmo artigo, pelo menos até trinta dias
seguintes a 15.05.1997, enquanto não for convertida em Lei
de conteúdo diverso ou rejeitada.
4. O S.T.F. não admite reedição de M.P., quando já rejeitada
pelo Congresso Nacional (ADI 293-RTJ 146/707). Tem,
contudo, admitido como válidas e eficazes as reedições de
Medidas Provisórias, ainda não votadas pelo Congresso
Nacional, quando tais reedições hajam ocorrido dentro do
prazo de trinta dias de sua vigência. Até porque o poder de
editar M.P. subsiste, enquanto não rejeitada (ADI 295, ADI
1.533, entre outras).
5. No caso, o Conselho Administrativo do S.T.J. partiu do
pressuposto de que, não convertida em Lei a M.P., após
sucessivas reedições, perdeu ela sua eficácia. Sucede que a
última foi baixada, na mesma data de tal Resolução
(14.05.1997), e ainda dentro do prazo de trinta dias da M.P.
anterior. Tudo conforme demonstrado na inicial.
6. Está, por conseguinte, satisfeito o requisito da
plausibilidade jurídica da ação ("fumus boni iuris"), pois
havendo M.P., com eficácia de Lei, em vigor, não podia o
Conselho Administrativo do S.T.J., que não tem competência
legislativa, baixar ato normativo em sentido contrário,
reduzindo a alíquota de contribuição ao Plano de Seguridade
Social.
7. Preenchido, igualmente, o requisito do "periculum in
mora", ou da alta conveniência da Administração Pública,
pois a interrupção dos recolhimentos, segundo as alíquotas
previstas na Medida Provisória, e, ainda, a restituição do que
havia sido recolhido, a maior, desde julho de 1994,
evidenciam a possibilidade de grave prejuízo para os cofres
já combalidos da Previdência Social, em detrimento de todos
aqueles que não foram contemplados pela Resolução em
questão.
8. Medida cautelar deferida, nos termos do voto do Relator,
para suspensão, "ex-tunc", ou seja, desde 14.05.1997, da
Resolução do Conselho Administrativo do S.T.J., da mesma
data, no Processo 01813/97.
*noticiado no Informativo 73

ADIn N. 1.667
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. NOVA
REDAÇÃO DADA AO PARÁGRAFO 2º DO ART. 21 DA
LEI Nº 8.692/93, PELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº
1.520/93. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 62; 150, I, III,
B E § 6O; E 236, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Contrariamente ao sustentado na inicial, não cabe ao Poder
Judiciário aquilatar a presença, ou não, dos critérios de
relevância e urgência exigidos pela Constituição para a
edição de medida provisória (cf. ADIs 162, 526, 1.397 e
1.417).
De outra parte, já se acha assentado no STF o entendimento
de ser legítima a disciplina de matéria de natureza tributária
por meio de medida provisória, instrumento a que a
Constituição confere força de lei (cf. ADIMC nº 1.417).
Ausência de plausibilidade na tese de inconstitucionalidade
da norma sob enfoque.
Medida cautelar indeferida.

ADIn N. 1.681
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 8.958, DE 07 DE
JANEIRO DE 1993, DO ESTADO DE SANTA CATARINA.
INSTITUIÇÃO DE GRATIFICAÇÃO ESPECIAL AOS
SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES. INICIATIVA
ISOLADA DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA ESTADUAL. VÍCIO DE
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL.
1. A Constituição Federal delegou a competência para a
iniciativa das leis que tratam de remuneração dos integrantes
do Poder Judiciário e seus auxiliares ao Tribunal de Justiça.
2. Iniciativa isolada do Presidente do Tribunal Estadual.
Vício formal de inconstitucionalidade. Medida liminar
deferida.

AÇÃO ORIGINÁRIA N. 357


RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
VENCIMENTOS - REAJUSTE - SERVIDORES DO
ESTADO - ÍNDICE FEDERAL - IMPROPRIEDADE. Na
dicção da ilustrada maioria, entendimento em relação ao qual
guardo reservas, a adoção pelo Estado de índice federal,
embora via ato normativo, vulnera o princípio da autonomia
inserta na Carta da República. Precedentes: Ações
Originárias nºs 258-3/SC, 286-9/SC e 300-8/SC, relatadas
pelos Ministros Ilmar Galvão e Maurício Corrêa (as duas
últimas), julgadas pelo Pleno, sendo a primeira em 26 de
maio de 1995 e as demais em 3 de agosto de 1995, e Ação
Originária nº 263-0/SC, relatada pelo Ministro Octavio
Gallotti, perante a Primeira Turma, com aresto veiculado no
Diário da Justiça de 20 de junho de 1997.

HC N. 72.062
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
E M E N T A: HABEAS CORPUS - CRIME CONTRA A
HONRA - PRÁTICA ATRIBUÍDA A ALUNOS DE
FACULDADE DE DIREITO (PUC/SP) - RECLAMAÇÃO
POR ELES OFERECIDA, EM TERMOS OBJETIVOS E
SERENOS, CONTRA PROFESSORA UNIVERSITÁRIA -
ANIMUS NARRANDI - DESCARACTERIZAÇÃO DO
TIPO PENAL - AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A
AÇÃO PENAL - PEDIDO DEFERIDO.
CRIMES CONTRA A HONRA - ELEMENTO
SUBJETIVO DO TIPO.
- A intenção dolosa constitui elemento subjetivo, que,
implícito no tipo penal, revela-se essencial à configuração
jurídica dos crimes contra a honra.
- A jurisprudência dos Tribunais tem ressaltado que a
necessidade de narrar ou de criticar atua como fator de
descaracterização do tipo subjetivo peculiar aos crimes
contra a honra, especialmente quando a manifestação
considerada ofensiva decorre do regular exercício, pelo
agente, de um direito que lhe assiste (direito de petição) e de
cuja prática não transparece o pravus animus, que constitui
elemento essencial à positivação dos delitos de calúnia,
difamação e/ou injúria.
PERSECUTIO CRIMINIS - JUSTA CAUSA -
AUSÊNCIA.
- A ausência de justa causa deve constituir objeto de rígido
controle por parte dos Tribunais e juízes, pois, ao órgão da
acusação penal - trate-se do Ministério Público ou de mero
particular no exercício da querela privada -, não se dá o
poder de deduzir imputação criminal de modo arbitrário.
Precedentes.
O exame desse requisito essencial à válida instauração da
persecutio criminis, desde que inexistente qualquer
situação de iliquidez ou de dúvida objetiva em torno dos
fatos debatidos, pode efetivar-se no âmbito estreito da ação
de habeas corpus.
*noticiado no Informativo 14

HC N. 72.642
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
E M E N T A: HABEAS CORPUS - CRIME DE
QUADRILHA - DELITO PERMANENTE - FATOS
DISTINTOS QUE SE SUBORDINAM AO MESMO
MOMENTO CONSUMATIVO - OCORRÊNCIA DE BIS
IN IDEM - PEDIDO DEFERIDO.
- O crime de quadrilha constitui delito de natureza
permanente, cujo momento consumativo se protrai no tempo.
Enquanto perdurar a associação criminosa subsistirá o
estado delituoso dela resultante. Os episódios sucessivos
inerentes ao estado de associação criminosa compõem
quadro evidenciador de um mesmo e só delito de quadrilha
ou bando.
O agente não pode sofrer dupla condenação penal motivada
por seu envolvimento em episódios fáticos subordinados ao
mesmo momento consumativo, ainda que ocorridos em
instantes diversos.
*noticiado no Informativo 14

HC N. 75.258
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Individualização da pena: exigência de
fundamentação.
A exigência de motivação da individualização da pena - hoje,
garantia constitucional do condenado (CF, arts. 5, XLVI, e
93, IX) -, não se satisfaz com a existência na sentença de
frases ou palavras quaisquer, a pretexto de cumpri-la: a
fundamentação há de explicitar a sua base empírica e essa,
de sua vez, há de guardar relação de pertinência, legalmente
adequada, com a exasperação da sanção penal, que visou
justificar.

HC N. 75.284
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - "Habeas corpus".
- O artigo 366 do Código de Processo Penal, na redação dada
pela Lei 9.271/96, é uma norma de natureza mista,
porquanto encerra preceito de direito processual (a
suspensão do processo) e dispositivo de direito penal
(suspensão do curso do prazo de prescrição). O primeiro
princípio é mais benéfico para o réu, o que não sucede com o
segundo, e, em casos como este, para o efeito de aplicação
do princípio da retroatividade a "lex mitior", prevalece o
preceito de direito penal, que, sendo mais gravoso, afasta a
retroatividade da norma em sua integralidade, por ser
indivisível, até porque, se se admitisse a suspensão do
processo sem a suspensão do curso do prazo da prescrição,
estar-se-ia criando um terceiro sistema que não é nem o da
lei nova, nem o da lei antiga.
"Habeas corpus" indeferido pela impossibilidade da
divisibilidade da norma em causa. Concessão, porém, "ex
officio", da ordem, para cassar o acórdão do Tribunal de
Alçada Criminal do Estado de São Paulo, e determinar que
ele julgue a apelação do Ministério Público como entender
de direito.
*noticiado no Informativo 88

HC N. 75.425
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PROCESSUAL PENAL.
PRONÚNCIA. ALEGAÇÃO DE EXCESSO NA
FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE.
"HABEAS CORPUS".
1. Não tendo sido reproduzido nos autos de "Habeas
Corpus" o teor da defesa prévia e das alegações finais da
defesa, não é possível verificar se o Juiz, em face delas,
precisou, ou não, ser mais minuciosos na fundamentação da
sentença de pronúncia. Enfim, se se excedeu ou não.
2. Por outro lado, se o Juiz da pronúncia comete algum
excesso, mas este fica eliminado no acórdão que a mantém,
com expressões de que, demonstradas a materialidade e a
autoria, cabe ao Tribunal do Júri o julgamento, como lhe
parecer correto, desaparece a possibilidade de prejuízo para a
defesa.
3. Aliás, é o acórdão que pode ser impugnado, mediante
"Habeas Corpus", perante esta Corte. E não a sentença
isoladamente, como ocorreu no caso.
4. Precedentes.
5. "H.C." indeferido. Decisão unânime.
*noticiado no Informativo 85

HC N. 75.536
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PROCESSUAL PENAL.
APELAÇÃO: JULGAMENTO. ACÓRDÃO
CONDENATÓRIO. INTIMAÇÃO DOS RÉUS E SEU
DEFENSOR PELA IMPRENSA OFICIAL: VALIDADE
(ART. 370 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL).
EXPEDIÇÃO IMEDIATA DE MANDADO DE PRISÃO.
"HABEAS CORPUS".
1. A intimação pessoal ao réu é exigível apenas quando se
trate de sentença condenatória de 1° grau (art. 392, I, do
Código de Processo Penal). Não, assim, quando se cuide de
acórdão, que, julgando apelações da Defesa e do Ministério
Público, provê, em parte, apenas o recurso deste último, para
condenar um dos réus e aumentar a condenação do outro,
como ocorreu no caso.
2. A intimação do acórdão faz-se apenas pela simples
publicação de sua conclusão no órgão oficial de imprensa,
mencionados os nomes das partes e de seus advogados, nos
termos do art. 370 do Código de Processo Penal, com a
redação que lhe foi dada pela Lei n° 8.701, de 1° de
setembro de 1993.
3. Sendo unânime o acórdão da apelação e não tendo efeito
suspensivo os recursos eventualmente cabíveis
(Extraordinário e Especial), a ordem de prisão poderia ter
sido imediata, como foi.
4. "H.C." indeferido.

HC N. 75.623
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO ANTES DO JULGAMENTO DE EMBARGOS
INFRINGENTES (ART. 609, PARÁGRAFO ÚNICO, DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL).
DIREITO À LIBERDADE. "HABEAS CORPUS".
1. A sentença de 1° grau condenara o paciente por crime de
tentativa de atentado violento ao pudor. Concedeu-lhe,
porém, o "sursis" por dois anos e, em conseqüência, não
ordenou a expedição, desde logo, do mandado de prisão.
2. O acórdão impugnado, provendo, por maioria de votos,
apelação do Ministério Público, e considerando consumado -
e não apenas tentado - o delito de atentado violento ao pudor,
elevou a pena para seis anos, revogou o "sursis" e ordenou a
expedição imediata do mandado de prisão.
3. Tratando-se, porém, de decisão por maioria, cabia, ainda,
em favor do réu, a interposição de Embargos Infringentes
(art. 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal),
com efeito suspensivo. Precedentes do S.T.F.
4. Os Embargos Infringentes foram, aliás, tempestivamente
interpostos. E, apesar disso, a prisão se consumou, o que
justificou a concessão de medida liminar e agora sua
confirmação, com a concessão do "Habeas Corpus", para se
determinar que o paciente permaneça em liberdade até o
julgamento dos Embargos Infringentes.
5. O deferimento é parcial, pois, após o julgamento dos
Embargos Infringentes, se forem rejeitados, os Recursos
ainda cabíveis, Extraordinário e Especial, não terão efeito
suspensivo.
6. Decisão unânime. 1ª Turma.
*noticiado no Informativo 84

AG (AgRg) N. 180.334
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
DESAPROPRIAÇÃO - INDENIZAÇÃO - MATA
ECONOMICAMENTE EXPLORÁVEL. Longe fica de
implicar violência ao princípio constitucional da "justa
indenização" provimento que, a mercê da conclusão sobre o
caráter explorável de mata existente em imóvel, considerar
isso na fixação do valor devido.

RE (AgRg) N. 209.053
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. PRECATÓRIO.
COMPLEMENTAÇÃO NO PRAZO DE NOVENTA DIAS.
PRECEDENTE DA CORTE.
1. O Plenário desta Corte, ao apreciar a ADI nº 1.098-1-SP,
firmou o entendimento no sentido de que a requisição a título
de complementação dos depósitos insuficientes, a ser feita
no prazo de noventa dias, somente deve referir-se a
diferenças resultantes de erros materiais ou aritméticos ou de
inexatidões dos cálculos dos precatórios e na hipótese de
substituição, por força de lei, do índice aplicado.
2. Agravo regimental não provido.

RE N. 140.242
RED. PARA O ACÓRDÃO: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
CONCURSO PÚBLICO: PROVAS: REVISÃO.
I. - Não cabe ao Judiciário, no controle jurisdicional do ato
administrativo, valorar o conteúdo das opções adotadas pela
banca examinadora, substituindo-se a esta, mas verificar se
ocorreu ilegalidade no procedimento administrativo, apenas,
dado que, se as opções adotadas pela banca foram exigidas
de todos os candidatos, todos foram tratados igualmente.
II. - R.E. não conhecido.

RE N. 144.660
RED. PARA O ACÓRDÃO: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ICMS INCIDENTE SOBRE MERCADORIAS
IMPORTADAS. FATO GERADOR. ELEMENTO
TEMPORAL. CF/88, ART. 155, § 2º, IX, A.
Afora o acréscimo decorrente da introdução de serviços no
campo da abrangência do imposto em referência, até então
circunscrito à circulação de mercadorias, duas alterações
foram feitas pelo constituinte no texto primitivo (art. 23, §
11, da Carta de 1969), a primeira, na supressão das
expressões: "a entrada, em estabelecimento comercial,
industrial ou produtor, de mercadoria importada do exterior
por seu titular"; e, a segunda, em deixar expresso caber "o
imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento
destinatário da mercadoria".
Alterações que tiveram por conseqüência lógica a
substituição da entrada da mercadoria no estabelecimento do
importador para o do recebimento da mercadoria importada,
como aspecto temporal do fato gerador do tributo,
condicionando-se o desembaraço da mercadoria ou do bem
importado ao recolhimento, não apenas dos tributos federais,
mas também do ICMS incidente sobre a operação.
Legitimação dos Estados para ditarem norma geral, de
caráter provisório, sobre a matéria, de conformidade com o
art. 34, § 8º, do ADCT/88, por meio do Convênio ICM 66/88
(art. 2º, I) e, conseqüentemente, do Estado de São Paulo para
fixar o novo momento da exigência do tributo (Lei nº
6.374/89, art. 2º, V).
Acórdão que, no caso, não dissentiu dessa orientação.
Recurso não conhecido.

RE N. 195.663
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ART. 5º DA LEI PAULISTA Nº
6.374/89. ICMS INCIDENTE SOBRE MERCADORIA
IMPORTADA.
Obrigação tributária insuscetível de ser cumprida mediante
lançamento de débito na conta gráfica da contribuinte. Pelo
sistema tributário em vigor, o que se contabiliza na referida
conta é o crédito do ICMS pago na entrada da mercadoria,
independentemente de sua origem, ou o débito pelas saídas,
inexistindo hipótese de débito pela entrada.
Acórdão que decidiu de acordo com essa orientação.
Recurso que se conhece, mas que se nega provimento.

RE N. 196.430
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: I. FINSOCIAL: empresa comercial.
É firme na jurisprudência do Tribunal, por força do art. 56
ADCT, a recepção do Dl. 1940/82 e suas alterações
preconstitucionais e, declarada a inconstitucionalidade do
art. 9º da L. 7.689/88 (RE 150.764, M. Aurélio, 16.12.92,
RTJ 147/1024), a continuidade da sua vigência - e
conseqüente exigibilidade da exação, nas bases nele
estabelecidas - até o advento da LC 70/91.
II. Recurso extraordinário adesivo: duplicação do prazo
de interposição.
Devendo o recurso adesivo manifestar-se "no prazo de que a
parte dispõe para responder" (C. Pr. Civ., art. 500, I, red. cf.
L. 8.950/94), é patente sua duplicação, nos termos do art.
188 C. Pr. Civ., cuja recepção pela ordem constitucional
superveniente o Tribunal já tem assentado (v.g., RE 181.138,
C. Mello, DJ 12.5.95).
III. RE adesivo: indeferimento, no tribunal de origem,
fundado exclusivamente no indeferimento do RE
principal: processamento.
Determinado o processamento do RE principal por força do
provimento de agravo, impõe-se o exame da admissibilidade
do adesivo, malgrado sua denegação, fundada
exclusivamente no indeferimento do RE principal (C. Pr.
Civ. art. 500, III), não haver sido impugnada pela parte que o
interpôs: dada a relação de dependência existente entre os
dois recursos, mais que inexigível, seria inadmissível o
agravo que, para viabilizar o seu recurso adesivo, a parte
interpusesse contra o indeferimento do recurso principal da
parte adversa.
IV. RE adesivo: admissibilidade quando não conhecido o
RE principal.
Não obsta, em princípio, à admissão do RE adesivo, que o
recurso extraordinário ou especial principal, interposto pela
letra a, segundo a terminologia do STF, não seja conhecido,
porque se repute inexistente a contrariedade à Constituição
ou á lei federal, conforme o caso. Precedentes: RE 87.355,
RTJ 95/210; RE 102.308, RT 611/245.
V - Controle incidente de constitucionalidade de normas:
reserva de plenário (Const., art. 97): inaplicabilidade, em
outros Tribunais, quando já declarada pelo Supremo
Tribunal, ainda que incidentemente, a inconstitucionalidade
da norma questionada. Precedente: RE 191.905, DJ 29.8.97.
*noticiado no Informativo 83

RE N. 197.790
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. LEI Nº 7.856, DE
25 DE OUTUBRO DE 1989, QUE, NO ART. 2º, ELEVOU
A RESPECTIVA ALÍQUOTA DE 8 PARA 10%.
LEGITIMIDADE DA APLICAÇÃO DA NOVA
ALÍQUOTA SOBRE O LUCRO APURADO NO
BALANÇO DO CONTRIBUINTE ENCERRADO EM 31
DE DEZEMBRO DO MESMO ANO.
Tratando-se de lei de conversão da Medida Provisória nº 86,
de 25 de setembro de 1989, da data da edição desta é que flui
o prazo de noventa dias previsto no art. 195, § 6º, da CF, o
qual, no caso, teve por termo final o dia 24 de dezembro do
mesmo ano, possibilitando o cálculo do tributo, pela nova
alíquota, sobre o lucro da recorrente, apurado no balanço do
próprio exercício de 1989.
Recurso não conhecido.
* noticiado no Informativo 34

Acórdãos publicados: 404


Assessores responsáveis pelo Informativo
Maria Ângela Santa Cruz Oliveira
Márcio Pereira Pinto Garcia

informativo@stf.gov.br

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