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Jornal

06/05/2010 Bauru-SP
edição: 01
toque da ciência
As diferenças entre o veneno das jararacas adultas e recém-nascidas
Repórter: Sílvia Campos

Mais de noventa por cento dos acidentes por nascidas e adultas. Como resultado, Marcelo
serpentes peçonhentas são causados pelos identificou que o veneno das serpentes recém-
animais do gênero Bothrops. De acordo com o nascidas possui uma composição de proteínas
Hospital Vital Brazil, do Instituto Butantan, a es- diferente em comparação com o das serpen-
pécie Bothrops jararaca é a maior causadora de tes adultas. Enquanto o veneno da serpente
acidentes no Estado de São Paulo. Desde 1610 recém-nascida não causa tanto sangramento e
foram relatadas diferenças no quadro clínico inflamação, há maiores índices de problemas
de pacientes picados por jararacas adultas e jo- na coagulação sangüínea. A pesquisa também
vens pelo padre e cronista Jácome Monteiro. Foi concluiu que o soro produzido em cavalos para
para entender por que essas diferenças clínicas o tratamento de picadas por jararacas é menos
ocorrem que o pesquisador do Instituto Bu- eficaz para neutralizar o veneno de serpentes
tantan Marcelo Larami Santoro desenvolveu o recém-nascidas. Isso porque, na produção do
projeto de pesquisa que compara as atividades soro, são utilizados somente venenos de ser-
enzimáticas e biológicas entre jararacas recém- pentes adultas para imunizar os cavalos.

Blitz da conservação
“Plantas da Floresta Atlântica” - livro é considerado marco na conservação da flora brasileira
Por Giovani Alves

O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio Federal de Minas Gerais (UFMG), “a idéia de se
de Janeiro (JBRJ) e a Universidade Federal de fazer a compilação partiu do grande vazio exis-
Minas Gerais (UFMG) lançaram no último mês tente sobre as espécies nativas da Mata e certa-
o livro “Plantas da Floresta Atlântica”, que traz mente esse é um marco no gênero”.
uma listagem das espécies da flora da mata. A A organização e padronização dos dados foram
obra, resultado das pesquisas de cerca de 200 realizadas por João Renato Stehmann, Luciana
cientistas brasileiros e estrangeiros, catalogou Kamino, Rafaela Campostrini Forzza, Marcos
mais de 17 mil plantas que estão em áreas Sobral e Denise Pinheiro da Costa, além de
habitadas, organizando-as em grupos, gêneros Alexandre Salino. A primeira parte do livro,
e famílias. O Brasil, conhecido por sua biodi- também organizada por eles, trata da riqueza,
versidade, já perdeu 89% da cobertura original endemismo e conservação da floresta. Para
da Mata Atlântica, a segunda maior floresta do Rafaela Compostrini, “a conservação da Mata
país, restando apenas cerca de 102.000 km² de Atlântica será otimizada com a publicação do
sua área. livro. Isso se deve ao fato de termos em mãos
De acordo com um dos editores da obra, o um produto com números precisos das espé-
professor Alexandre Salino, da Universidade cies analisadas”, afirma.

Repórteres: Sílvia Campos Editoras: Ana Carolina Chica


Giovani Alves Carolina Firmino
Maria Carolina Vieira Maria Carolina Vieira
Diagramação: Clarice Diamantino Orientador: Prof. Dr. Juliano Maurício de Carvalho
Jornal
toque da ciência
06/05/2010 Bauru-SP
edição: 01

Cole, descole e cole novamente


O Post-it foi descoberto por acaso e quase esquecido! Hoje não dá pra viver sem
Por Maria Carolina Vieira

“Volto logo, não mexa em nada”. “O almoço está Spence Silver era cientista da empresa 3M e
na geladeira”. “Reunião na sala dois daqui uma trabalhava no aperfeiçoamento de colas para
hora”. Recadinhos como esses são comumente fitas adesivas. Na época, tudo o que ele não
escritos em pequenos quadrados de papel ama- queria descobrir era uma cola que... não colava
relo marca-texto, levemente colantes, mais con- direito! Em um acaso da ciência, Spence desen-
hecidos como Post-it. Ainda não sabe o que é? O volveu um adesivo com características total-
nome pode parecer estranho para os brasileiros, mente diferentes das que ele procurava. O novo
mas será que você conhece os “amarelinhos”? adesivo aderia às superfícies e era facilmente
Aqueles mesmos! Quadradinhos que parecem removido e colocado de novo, sem perder a
multiplicar-se nos escritórios, colados nas me- leve aderência. A cola não se dissolvia, não der-
sas, computadores, telefones e onde mais for, retia e era eficiente, só não se fixava com muita
ajudando a lembrar os compromissos ou, no força nos lugares.
mínimo, descontraindo o ambiente com sua cor O cientista percebeu que a descoberta poderia
bastante informal. ser importante para a empresa e durante cinco
Pode não parecer, mas o Post-it, marca registra- anos realizou seminários para convencer seus
da da empresa americana 3M, chega a faturar colegas do potencial mercadológico do novo
US$500 milhões por ano! O que começou como adesivo. Só que, sem conseguir imaginar uma
uma invenção desvalorizada transformou-se em utilidade prática para ele, ninguém lhe deu
produto inovador e, atualmente, em toda uma muita atenção.
linha de produtos exclusivos. E a história desses (...) Para saber como o post-it passou de inven-
bloquinhos simpáticos começa no ano de 1968, ção inútil a sucesso de mercado, acesse o site
com o desconhecido Spence Silver. da Revista Toque da Ciência.
Por acaso... www.faac.unesp.br/revistatoque

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