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A criação literária

O conto é, pois, uma narrativa unívoca, univalente: constitui uma unidade dramática, uma
célula dramática, visto gravitar ao redor de um só conflito, um só drama, uma só ação.
Caracteriza-se, assim, por conter unidade de ação, tomada esta como a sequencia de atos
praticados pelos protagonistas, ou acontecimentos de que participam. A ação pode ser
externa, quando as personagens se deslocam no espaço ou no tempo, e interna, quando o
conflito se localiza em sua mente.

Para bem se compreender a unidade dramática que identifica o conto, é preciso levar em
conta que seus ingredientesconvergem para o mesmo ponto.

(p268)

MOISÉS, Massaud. A criação literária poesia e prosa. São Paulo: Cultrix, 2012

espaço, tempo, personagens

linguagem

discurso direto, indireto, indireto livre, monólogo interior

descrição

enredo ou trama

ponto de vista - focos narrativos

1. A personagem principal narra sua história

2. Uma personagem secundária narra a história da personagem central

3. O narrador, analítico ou onisciente, conta a história

4. O narrador conta a história como observador.

1 e 4, análise interna

2 e 3 observação externa

1 e 2 o narrador é personagem da história


3 e 4, o narrador está fora dos acontecimentos

Miniconto

Nos últimos tempos, assiste-se a uma febre de conto de poucas palavras, o miniconto,
também chamado, por vezes, de "microrrelato", "minificção", Mini-história", dentre outras
denominações menos empregadas, como "nanoconto" ou "conto quantico". O nome pode
variar, embora prevaleça o que está no título deste tópico, mas sua história parece ser muito
antiga, de modo a tornar a difusão recente uma vaga de prestígio.

Data de pelos menos do século IV a.C. o primeiro exemplar do gênero, escrito por Chuang Tzu:
"Sonhou que era uma mariposa, e ao despertar não soube se era um homem que havia
sonhado ser uma mariposa, ou uma mariposa que estava sonhando ser um homem"

(p317)

Gráfico do conto (p332)

Unidade de ação

Unidade de espaço

Unidade de tempo

poucas personagens

diálogo (dominante)

descrição (varia conforme a tendência estética)

narração (tende à brevidade)

dissertação (presente até o século XIX, tende a anular-se na modernidade)

A Análise literária

Ação, enredo

Tempo

Espaço
Personagens

Ponto de vista

Recursos narrativos

diálogo

descrição

narração

dissertação

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/conto-caracteristicas-do-genero-
literario.htm

Conto - Características do gênero literário

O conto é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um universo de seres e acontecimentos
de ficção, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um
narrador, personagens, ponto de vista e enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define
pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura
fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-
se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso.... - Veja mais
em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/conto-caracteristicas-do-genero-
literario.htm?cmpid=copiaecola

https://conversadeportugues.com.br/2015/12/caracteristicas-do-conto/

Características do conto

Andréa Motta 3 de dezembro de 2015 No Comments ContosGêneros literários

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Conto é um gênero narrativo literário e apresenta os seguintes elementos: enredo, espaço,


tempo, narrador e personagens. Diferenciá-lo de outras estruturas narrativas – como o
romance e a novela – tem sido o desafio de diversos teóricos. Neste texto, apresentaremos
algumas características do gênero.
O termo conto surgiu na Idade Média (século XII), com o sentido de relatar coisas
verdadeiras, e tem sua origem na palavra latina computare (enumerar, contar);
enumeraria, portanto, os episódios de um relato. Ao longo do tempo, no entanto, a
palavra passou a ser aplicada aos textos medievais em versos, aos ditados e até mesmo
às cantigas de gesta (textos que contavam as batalhas dos cavaleiros).

No final do Renascimento, o gênero ganhou uma nova feição: deixou de ser um relato da
realidade e passou a ser identificado como “narração de alguma aventura, seja ela vivida,
fabulosa, séria ou divertida” (STALLONI, 2001, p. 119). Durante a transição do século XVII ao
XVIII, apareceram novas espécies literárias de conto, consolidadas com a publicação de
coletâneas da época como, por exemplo, Contos da mamãe ganso, de Charles Perrault
(1697). Desde então, o conto literário passou a ter o sentido de relatos de fatos imaginários
, destinados ao entretenimento.

Angélica Soares (1993) considera o conto “uma forma narrativa de menor extensão e se
diferencia do romance e da novela não só pelo tamanho, mas por características
estruturais próprias”(p. 54). Enquanto o romance apresenta o enredo de forma bastante
detalhada, o conto constitui-se como um flagrante de um episódio: delimita claramente o
tempo e o espaço, elimina as análises minuciosas e descarta as complicações de enredo.

Qual é a estrutura básica do conto?

Apresentação;

complicação ou desenvolvimento;

clímax;

desfecho.

Que espécies de personagens podem aparecer no conto?

Protagonistas

Antagonistas

Coadjuvantes

Veja abaixo um trecho do conto A missa do galo, de Machado de Assis:

Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu
dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do
galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.

A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras
núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-
me bem, quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar
preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da rua do Senado, com os meus
livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e
duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez
e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses
que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e
as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte.
Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores
com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição
padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se,
e acabou achando que era muito direito. […]

Pouco a pouco, tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto
entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas, as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-
lhe metade dos braços, muitos claros, e menos magros do que se poderiam supor. A vista não
era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão
que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do
meu lugar. A presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o
que pensava das festas da roça e da cidade, e de outras coisas que me iam vindo à boca. Falava
emendando os assuntos, sem saber por quê, variando deles ou tornando aos primeiros, e
rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos iguaizinhos. Os olhos
dela não eram bem negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao
rosto um ar interrogativo. […]

Note que as informações mais importantes são apresentadas nos parágrafos iniciais do
texto:

Narrador: Nogueira, narra em 1ª pessoa e é personagem da história.

Espaço: Uma casa na Rua do Senado, Centro do Rio de Janeiro.

Personagens: Meneses, a mulher (D. Conceição), a sogra e duas escravas.

Tempo: Tempo psicológico. O narrador conta a história de acorda com as suas lembranças
e elas não dependem do tempo cronológico. O leitor deve observar a predominância dos
verbos usados no pretérito.
Enredo: O conto de Machado de Assis relata o diálogo travado entre Nogueira – um
jovenzinho de 17 anos – e sua anfitriã – Dona Conceição – na noite de Natal. Conceição,
que era deixada pelo marido todas as noites, tinha um comportamento ambíguo em
relação a Nogueira: na presença de todos era recatada, mas na conversa com o jovem
parecia insinuante.

Leia mais no blog:

Você sabe quais são os elementos da narrativa?

Nosso leitor pode baixar o conto Missa do Galo no site do Projeto de Mão em Mão.
Clique AQUI.

Referências bibliográficas:

SOARES, A. Gêneros literários. São Paulo: Ática, 1993 (Série Princípios, 166)

STALLONI, Yves. Os gêneros literários: a comédia, o drama, a tragédia. O romance, a


novela, os contos. A poesia. Rio de Janeriro: DIFEL. 2001.

https://blog.sarafarinha.com/2012/01/31/estrutura-dramatica-de-um-conto/

Recursos do Escritor: Estrutura Dramática de um Conto

Sara Farinha
Imagem: Representação da estrutura dramática de Freytag

A estrutura dramática de um conto é constituída pelas partes que compõem a história. Através
do enredo (a organização causal dos acontecimentos e das acções que compõem a história)
expomos a acção, usando os elementos descritos em baixo:

1. Exposição – apresentação do cenário, do tema e das personagens principais;

2. Conflito – o acontecimento que despoleta o conflito;

3. Crise – o momento decisivo em que o protagonista decide agir;

4. Clímax – o ponto de maior interesse para o conflito e com mais acção;

5. Resolução – o momento em que o conflito é resolvido;

6. Moral – qual o significado moral da história;

Apesar de existirem três tipos de estrutura (Cronológica; Analepse e em media res),


actualmente é usual encontrar-se a em media res (expressão em latim para “no meio das
coisas”), permitindo que a história tenha início no decorrer da acção, evitando a exposição
inicial e avançando para o conflito. Nesta estrutura a exposição pode ser feita usando
analepses ou diálogos pertinentes. Esta estrutura apresenta os seguintes elementos:

1. Crise – o momento decisivo em que o protagonista decide agir;

2. Clímax – o ponto de maior interesse para o conflito e com mais acção;

3. Resolução – (o momento em que o conflito é resolvido) pode deixar a resolução em aberto,


apelando à imaginação do leitor;

4. Moral – (qual o significado moral da história) pode não ter uma lição a ensinar.

Quer a estrutura escolhida, quer o tamanho do Conto, são escolhas do autor e fazem parte da
“personalidade” da história.

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