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O que é o orixá do amparo?

Este orixá é quem traz a pessoa ao


mundo, quem a ampara na hora do seu nascimento e quem vai participar na
regência da sua vida, influenciando-a junto com seu orixá principal. Embora
pertença a um outro patamar, ajuda no equilíbrio e na harmonia da vida física e
religiosa. Para se chegar a este orixá existe a necessidade
de ser feito um bom reconhecimento dos Odus que respondem no jogo de Búzios.

O que é o orixá do ori?


É o orixá principal da “cabeça”, tido como o "guardião da pessoa", com
quem é ligado primordialmente. Por isso se diz que o iniciado é a representação
viva do seu orixá. Esta divindade é quem responde pelo dia-a-dia do homem, com total
domínio sobre a sua vida material e religiosa. Poderá manifestar-se, ou
não, através da possessão. Embora seja o orixá principal, não governa sozinho a
vida do seu filho, tem outros orixás que o auxiliam. Contudo, é ele
quem influencia na personalidade da pessoa, determinando o seu
caráter, trazendo suas virtudes e seus defeitos. Olorum deu ao ser humano o livre arbítrio.
Porém, a partir do momento
em que o homem passou a dedicar sua vida ao seu criador, este tornou-se sua
fonte principal de energia e seu alimento espiritual. Se o homem se afastar dele, muitas
vezes poderá perder seu axé, decair, perder a saúde e a força.

O que é o orixá do adjuntó?


O segundo orixá da pessoa, não necessitando
que seja complemento par do primeiro orixá. Todos temos um grande pai, Olorum, e uma
grande mãe, Odudua, que nos cuidam grupalmente. Então, nossos primeiro e segundo
orixás poderão ser do mesmo sexo ou até o mesmo orixá (cabeça meji), sem nos trazer
qualquer problema. O segundo orixá faz o
equilíbrio com o primeiro.

O que é o orixá do etá?


É o terceiro orixá da pessoa, independente dos demais. O yawo só terá consciência deste
caminho quando tiver plena consciência da religião e de seu caminho.

O que é o orixá de herança?


Se após um Jogo de Búzios bem esclarecedor, definidos os orixás do
amparo, do ori, do adjuntó e do etá, um orixá continuar respondendo, este, com
certeza, será de herança. Pode ser o orixá de algum antepassado que deseja ser
cuidado. Ele poderá também ser herdado de alguém que faleceu e
que deseja que seu igbá fique sob os cuidados do consulente. Porém, é um orixá que não
pertence ao orí da pessoa e que será
sempre independente!
Quais os orixás que o iaô precisa assentar na sua feitura?
Isto acontece de acordo com cada Axé, mas os assentamentos principais
são o do orixá de cabeça, o adjuntó e o igbá ori.

O Ori

O que é o orí?
Orí é o nome da nossa cabeça física o órgão vital que responde pelos nossos sentidos e
pela nossa inteligência. Geralmente o orí é o primeiro a chegar ao
mundo, no nosso nascimento. É também a parte mais alta do ser humano, onde
se localiza o comando maior do corpo físico, o cérebro. O orí é uma divindade
que serve apenas a seu filho, pois é individual. Ele cuida e participa sem interrupções da
vida da pessoa, é quem faz o contato do seu filho com o orixá. O que o orí determinar, orixá
algum poderá descumprir, sendo isso necessário para o bom equilíbrio da vida física e
sagrada
do ser humano. Cada orí é preparado no orum, onde recebe a matéria que o
identificará, individual. Esta “matéria” ligará o indivíduo a todas
as suas divindades, a seu destino, lhe dará proibições especiais que, se não
obedecidas, poderão, entre outras coisas, conturbar seu relacionamento com os
deuses. O ​orí possui seu duplo no orum, o orí-orum, uma existência
espiritualizada​. ​Este, no momento da cerimônia do Borí, é venerado e recebe as
mesmas oferendas e sacrifícios dados ao orí-aiyé, em sua morada simbólica, o igbá
orí,​ uma cabaça que contém elementos ligados à sua
vida espiritual. Os orís são preparados por uma divindade tão velha quanto o tempo,
chamada ​Babá Ijalá/ Ajalá Odê​, que recebeu esta incumbência de Olorum. Junto a Ijalá, no
momento da confecção dos orís, estão Orixalá, os Odus e os orixás. Após a modelagem,
estas mesmas divindades discutem e distribuem a
ancestralidade, o destino e a sorte daquele orí. Sendo assim cada ori receberá uma
“matéria
criadora” e definidos em elementos, uma porção de água; irá venerar as divindades deste
elemento, como
Iemanjá, Oxum, Babá Olocum, Nanã, Erinlé, Babá Ajê etc. O que receber o
elemento fogo terá como sua divindade Exu, Xangô etc. E assim com os outros
elementos da natureza e demais orixás. Por ser uma completa e complexa criação, o orí
sagrado, dedicado aos rituais, foi enviado por Olorum. Este o dividiu, para melhor
administração de todas as suas funções, em duas partes principais:
​orí físico (orí odê)
​orí interno (orí inu).
Além destas divisões também existem o ​iporí​ e o ​orí apére​.

Orí odê – é o orí externo, a cabeça física e mortal que retorna ao barro após
a morte, modelada por Orixalá e Nanã, que neste momento recebe o título de
Alamorerê​ – “senhor da boa argila”. É neste receptáculo que se encontram
todos os caracteres humanos: boca, nariz, olhos e ouvidos. E, principalmente,
o cérebro, o centro de comando de todas as sensações, sentidos e
sentimentos do homem. Orí odê é quem serve de suporte a o orí inu para que
este receba os elementos das obrigações que lhe são ofertadas. Vemos assim
que ​um orí depende do outro para que ambos se mantenham estáveis e
equilibrados,​ trazendo força ao seu possuidor! Isso, porém, não evita que o
orí odê transgrida regras predeterminadas pelo orí interior. E isto acontece
quando o ser humano, ao usar a sua liberdade de escolha, desrespeita o
sagrado e modifica seu próprio destino. O que ocorre quando o homem
come ou bebe substâncias que fazem parte da matéria que lhe deu que são consideradas
como proibidas – ewó. Certas transgressões também
ocorrem, como o uso de cores que lhe são condenadas, certos
comportamentos que são considerados inadequados pelo orí etc.

O orí físico
se divide em três partes principais:
o ​iwájú​, a testa, representação da parte
frontal, do que vem na frente;
o ​ipacó​ (ípakó), a nuca, a parte de trás da
cabeça, ligada ao passado, à ancestralidade; e o ​atarí​, a parte de cima da
cabeça , consagrada a Olorum e ao nosso orixá.

​ rí inu​ – é o orí interno, onde estão contidas as partes divina e sagrada do


O
ser humano. Criado por Ijalá recebe um conjunto de elementos e de
substâncias sagradas que ligam o homem ao seu destino e à sua existência
no aiê, particularizando as pessoas.
É no orí inu que a pessoa recebe seus
sacramentos na época de Borí​.
​Este orí é imortal, pois retorna a o orum após
a morte do seu possuidor​, voltando à massa de onde foi retirado.
​Iporí​ – é o núcleo central do orí inu, onde está contida a “matéria” sagrada
que determina e particulariza o orixá, com seus complementos e sua
individualização e que faz a ligação do homem com sua parte divina;
Orí apére​ – age como um suporte, um sustentáculo para o orí inu e o orí
odê. O poder do orí é muito grande dentro dos preceitos ritualísticos, sendo ele
o primeiro a ser servido. No orí está todo nosso poder de concentração, o
intelecto e a nossa consciência. Também concentra os cinco principais sentidos:
olfato, visão, audição, paladar e tato​.
​Por ser a parte divina que nos torna
indivíduos únicos, torna-se assim a residência de nossas emoções e de nossas
carências, fundamentando a nossa personalidade, nos dando sensibilidade e nossa
formação moral e intelectual​. Assentamento natural de nossos orixás, o orí é um igbá
primordial, a sede
de toda nossa força espiritual e a parte mais delicada de todo o conjunto humano
e espiritual, dentro da religião. ​A nossa sorte e o nosso destino estão vinculados ao
orí, sempre dependentes do seu fortalecimento​, que é conseguido através do Borí. O orí
é tão importante para nós que, devemos evitar carregar coisas em cima da cabeça.
Realmente, devemos ter muito
cuidado com o nosso orí e precisamos procurar sempre resguardá-lo e protegê-
lo, pois é o próprio orí que mostra à pessoa seus desígnios e vontades. Para poder
ajudar e ser ajudado, é ele quem faz as determinações, permitindo que o iniciado
tenha serenidade e tranqüilidade. E disso poderá resultar uma boa existência, pois
um orí equilibrado é sinônimo de uma vida saudável e próspera!

Como é dividido o corpo humano em sua parte sagrada?


O homem, ao nascer, traz todo um conjunto de forças e elementos Olorum nos presenteou,
mas que ele também pôde
escolher antes do seu nascimento.
O corpo, então, apresenta várias divisões consideradas sagradas e necessárias no aiê. As
partes do corpo humano são todos escolhidos por nós, mas sempre orientados pelos orixás.
O corpo humano em sua parte sagrada e física ficou assim dividido:

1. Ará​ – Estrutura do nosso corpo, o invólucro que


protege todos os compartimentos do nosso organismo, através do qual o homem
se relaciona física e espiritualmente. Aquele corpo que retorna ao barro. O ará se subdivide
em ​ará orum, morador do orum​, e o a ​ rá aiê, o corpo físico, vivente no aiê .

2. Ocarn (ocan)​ – o coração físico. É o órgão que nos dá a condição de viver, que
movimenta o nosso sangue, nosso axé particular, por todo o nosso corpo.

3. Orí ​– a cabeça, que representa a individualidade física e que traz os


elementos sagrados e divinos de cada ser.

4. Ixé ou Exé​ – são todos os órgãos internos (coração, fígado, rim, pulmão
etc.) de um ser vivo.

5. Erní​ – a respiração, o sopro divino legado por Olorum aos seres vivos e
que nos diferencia dos moradores do orum. Um dos títulos de Olorum é Elemí, o
“Senhor do emí”. O emí é imortal; ao abandonar o corpo do ser humano, após a
morte, volta a Olorum para ser transferido a outro. É a parte mais poderosa do
corpo e a que possui maior ligação com os orixás. O emí é a base da nossa vida e
devemos ter consciência e responsabilidade para dele fazer bom uso e conseguir
uma boa estada no aiê.

6. Ojijí​ – um poder divino considerado a essência da existência, relativo à


sombra, nossa companheira visível e inseparável! Um poder que só o ser vivo
tem, uma representação visual que após a morte acaba; esta essência some!

7. Axé​ – a força poderosa que dá movimento e energia à vida e a tudo


que foi criado.

8. Orixá​ – o guardião e protetor do ser humano e também o mediador


entre este e a natureza.
9. Odu​ – é o destino, o caminho a ser percorrido pelo homem. Um signo
que dá uma identidade particularizada e que mostra ao indivíduo as regras a
serem seguidas, que vão reger a vida com os parâmetros certos para que vivam bem.

O que é o eledá?
Eledá é um título que somente Olorum possui, que é traduzido
como “criador do ser vivo”. Olorum é o único que pode ser assim denominado, pois foi
“aquele que deu existência a tudo”, tendo inclusive criado a si mesmo. Mas ele também deu
condições aos orixás de poderem ser assim chamados, pois, para a confecção do ser
humano, foram usados elementos que pertencem aos
orixás, que, por sua vez , receberam-nos de Olorum!

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