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ALCÂNTARA - FEJA
ESTUDOS DE UMBANDA I
CONCEITOS BÁSICOS
SINCRETISMO
LINHAS E ENTIDADES
1 – CONCEITOS BÁSICOS
Entenda o significado de algumas palavras que fazem parte do vocabulário das entidades, da
religião e de nossa rotina.
Ponto de Chamada: Cântico que invoca as entidades para vir ao terreiro trabalhar.
Ponto de Defumação: Cantado enquanto é feita a defumação do ambiente e dos presentes.
Porteira: Entrada do templo.
Filho de Fé: Designação do médium iniciante ou não.
Firmar: Concentrar-se para a incorporação
Firmar Anjo da Guarda: Fortalecer por meio de rituais especiais o orixá patrono do médium e o
guia.
Firmeza: O mesmo que segurança, conjunto de objetos com força mística (axé); que colocados
no chão protegem um terreiro e constituem sua base espiritual.
Cazuá: Terreiro, Templo, Local.
Dar Firmeza ao Terreiro: Riscar ponto na porteira, sob o altar, defumar, cantar pontos, etc. São
feitas antes de uma sessão, para afastar ou impedir a entrada de más influências espirituais.
Descarregar: Livrar alguém de vibrações maléficas ou negativas.
Descer: Ato de entidade incorporar.
Despachar: Colocar, arriar em local determinado pelos orixás ou entidades guias, oferendas.
Despacho: Oferenda feita a exu com a finalidade de enviá-lo como mensageiro aos orixás e de
conseguir sua boa vontade, para que a cerimônia a ser feita, não seja perturbada. Oferta feita por
terreiros de Quimbanda com a finalidade de pedir o mal para alguém, geralmente colocado em
encruzilhada.
Encosto: Espírito de pessoas mortas. Que se junta a uma pessoa viva, conscientemente ou não,
prejudicando-a com suas vibrações negativas.
Encruza: Local onde habitam os exus; é o cruzamento dos caminhos, vias férreas, ruas, etc.
Entidades: Seres espirituais na umbanda.
Banda: Lugar de origem de entidade.
Calunga Grande: Mar; oceano.
Calunga Pequena: Cemitério.
Descarga: Ação de afastar do corpo de alguém ou de um ambiente, vibrações negativas ou
maléficas por meio de banhos, passes, defumação, queima ou pólvora.
Espíritos Obsessores: Espíritos sem nenhum desenvolvimento espiritual, que se apossam das
pessoas, fazendo-as sentirem doentes, prejudicando-as em todos os sentidos.
Fechar a Gira: Encerrar uma sessão ou uma cerimônia em que tenha havido formação de corrente
vibratória.
Fechar a Tronqueira: Fechar o terreiro às más vibrações dos quiumbas, por meio de defumação e
aspersão de aguardente nos quatro cantos do local onde se realizará o culto.
Fundanga: Pólvora.
Guia de Cabeça: Orixá ou entidade principal do médium.
Rabo de Saia: Mulher na linguagem dos pretos velhos e exus.
Perna de calça: Homem na linguagem dos pretos velhos e exus.
Riscar Ponto: Fazer desenhos de sinais cabalísticos que representam determinadas entidades
espirituais e que possuem poderes de chamamento das mesmas ou lhe servem de identificação.
Preceito: Determinação. Prescrição feita para ser cumprida pelos fiéis.
Abô – banho de odor desagradável, em cuja composição entram várias ervas.
Amací – banho de ervas, feito para lavar a cabeça.
Amalá – comida que se dá aos Orixás.
Cambone ou cambono – auxiliar ou assistente do médium.
Carregado – cheio de maus fluídos.
Ebó – presente, oferenda.
Filho de santo – médium com batismo na Umbanda, com o Guia Identificado.
Guia – protetor do médium; colar de contas, pedra ou metal.
Mãe ou Pai pequeno – auxiliar imediata da Mãe ou Pai de Santo.
Mãe de Santo – mulher dirigente do terreiro, ou médium cônjuge do pai de santo.
Pai de Santo – homem dirigente do terreiro, ou médium cônjuge da mãe de santo.
Marafa ou marafo – aguardente, qualquer tipo de bebida alcoólica.Patuá – talismã usado para dar
sorte ou proteção.
Pemba – giz especial com que se riscam os pontos.
Saravá – cumprimento comum e geral na Umbanda, o mesmo que “salve”.
Toco – vela, charuto, cigarro, banco.
2 - SINCRETISMO
É sabido que os africanos só poderiam cultuar seus Deuses em paz se os disfarçassem com as
imagens dos Santos Católicos , o problema é que até hoje muitas pessoas imaginam que os nomes
dos orixás são o mesmo dos Santos da linha africana.
Exemplo:
Alguns Exus foram pessoas como políticos, médicos, advogados, trabalhadores, vadios,
prostitutas, pessoas comuns, padres, etc., que cometeram alguma falha e escolheram, ou foram
escolhidos para, vir nesta forma a fim de redimir seus erros passados. Outros são espíritos
evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas, e
combatendo o mal. Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz trabalhos malignos,
feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros, sem luz ( Kiumbas ). Ajudam a limpar,
retirando os espíritos obsessores e os encaminhando para a luz ou para que possam cumprir suas
penas em outros lugares no astral inferior.
A Umbanda também cultua Exu, contudo, a prática ritual é bastante diferente do
Candomblé. Na Umbanda, não se manifesta o próprio Orixá e sim seus mensageiros, espíritos que
vêm em terra para orientar e ajudar. Quando incorporam, se caracterizam com capas, cartolas,
bengalas (masculinos), e saias rodadas, brincos, pulseiras, perfumes, rosas (espíritos femininos
também chamados “Pomba-Giras” sendo o termo original “Pombo-Gira”). Mas não
necessariamente os médiuns se utilizam destas vestimentas para incorporação do Exu. Cada
Terreiro trabalha de uma forma diferente, alguns centros uniformizam a roupa dos médiuns, onde
todos vestem de branco.
Pomba-Gira é o Exu-fêmea, é uma entidade que trabalha na Umbanda e na linha de
esquerda e é uma entidade que tem em sua atuação central a sexualidade e a magia amorosa. Suas
oferendas são inúmeras, sempre acompanhadas de champanhe de boa qualidade, bons vinhos,
bebidas fortes como o gim, bourbom e em casos isolados casos a pinga. A ela são oferecidas
cigarrilhas e cigarros de boa qualidade, rosas vermelhas, sempre em numero ímpar, bijuteria de
boa qualidade, aneis, batons, perfumes, enfim tudo o que todas as mulheres gostam e prezam.
Ciganos
Caboclos
Os Caboclos são espíritos de humanos que já viveram encarnados no plano físico e são,
portanto, nossos ancestrais. É interessante notar que em alguns cultos afro-brasileiros, os caboclos
são considerados “encantados” e se relacionam com os espíritos da natureza, recebendo nomes
de animais, plantas ou outros elementos naturais. Essa percepção se aproxima das lendas
indígenas que narram um tempo em que os animais falavam e viviam em comunhão com os
homens, podendo um se transformar no outro.
A palavra caboclo vem do tupi, que significa “da cor de cobre; acobreado”. A partir daí
vem a relação com os índios brasileiros, de pele avermelhada. Assim, a palavra caboclo passou a
designar aquilo que é próprio de bugre, do indígena brasileiro de cor acobreada. Posteriormente
surgiu a noção de caboclo como mestiço de branco com índio, o sertanejo. Dada essa relação dos
caboclos com os indígenas – nos terreiros de Umbanda é dessa forma que se manifestam -, e
aproximando esse fato ao Orixá Oxossi, que em África é cultuado como Odé, o caçador, o Senhor
das Florestas, conhecedor dos segredos das matas e dos animais que lá vivem, diz-se que os
Caboclos que baixam na Umbanda são espíritos ligados a Oxossi. Muitos entendem que somente
esses são caboclos e que as entidades da vibração de Ogum, Xangô, Yemanjá e Oxalá não seriam,
propriamente, caboclos. No entanto, há caboclos da praia, do mar e das ondas, das pedreiras, das
cachoeiras, dos rios etc., cujos elementos se associam mais aos outros Orixás que a Oxossi.
Outra maneira de se interpretar as entidades de Caboclo, é como espíritos que se
apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da
natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte
de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas,
paramentados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos
entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase
adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás
femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como
índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades
que se apresentam como adultos.
Vejamos alguns exemplos de Caboclos de Oxossi: Caboclo Sete Flechas, Caboclo Folha
Seca, Caboclo Pena Vermelha, Cacique das Matas, Caboclo Cobra-coral, Cabocla Jurema,
Cabocla Jacyra, Caboclo Ventania, Caboclo Caçador e outros. Na linha de Ogum temos: Ogum
de Lê, Ogum Beira-mar, Ogum Matinata, Ogum Sete Ondas, Caboclo Biritan, Ogum Megê,
Ogum Sete Espadas e mais uma plêiade de espíritos que vêm sob essa vibração. Entre os caboclos
de Xangô temos muitos caboclos famo-sos, como Caboclo das Sete Pedreiras, Caboclo Vira-
mundo (que vem como Xangô ou Oxossi), Xangô Kaô, Caboclo Pedra Branca, Caboclo da Pedra
Preta etc. Para citar alguns da linha de Oxalá, que dificilmente baixam, temos Caboclo Ubiratan,
Caboclo Girassol, Caboclo Ipojucan, Caboclo Guaracy e Caboclo Tupi. Esses caboclos,
normalmente, vêm fazendo cruzamento vibratório com outros orixás, especialmente com Oxossi.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem
médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão
no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o
trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos
superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato
e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.
É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (da mata), sem ordem
de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-
e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os
Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é
justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que
simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os
bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas).
Boiadeiro
Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar
em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas
e fartura. Os Boiadeiros também são conhecidos como “Encantados”,pois segundo algumas
lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantado e transformado
em entidades especiais. Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de
manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos
de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas
normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores,
e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme
poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos
subjugados por eles com muita facilidade.
Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na
Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já
viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos
já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e
com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções
nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos
velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem
os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energia”
aderida a corpos, paredes e objetos.
É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar
com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha “sempre” atenta a qualquer alteração de
energia local (entrada de espíritos). Quando bradam altoe rápido, com tom de ordem, estão na
verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim “limpam” o ambiente para
que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela
demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios
de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ”e no descarrego e no preparo dos
médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias
e tornando-se grandes protetores, como os Exus. Outra grande função de um boiadeiro é manter
a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros
e castigam quem prejudica um médium que ele goste. “Gostar” para um boiadeiro, é ver no seu
médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho
Marinheiro
Dão consultas, passes e também fazem trabalhos fortes de descarrego que envolvam
grandes demandas. Em algumas casas, também costumam trabalhar nas giras de desenvolvimento
de Médiuns. Quando dão consultas, essa Falange costuma ir direto ao ponto, sem rodeios, mas
também sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo. Assim,
conseguem atingir fundo as almas dos aflitos que costumam procura-los em busca de auxilio e de
esperança.
Carregam consigo um sentimento profundo de amizade. Nas consultas, gostam muito de
ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre
fiéis e certeiros, têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho
bem-feito. Todas as pessoas tem uma idéia muitas vezes distorcida desta linha de trabalho. Os
marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar sustento no
campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos
voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual,
trazem consigo.
Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos
mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como
magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma
bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito
avontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da umbanda.
Sereia
As sereias "verdadeiras" são seres naturais regidas especialmente por Yemanjá. Num sentido
esotérico elas representam as Ondinas, ou antigas sereias, são mais velhas e são regidas por Nanã
Buruquê. Já as encantadas elementais aquáticas, são regidas por Oxum.
Todas incorporam nos cantos de Yemanjá, mas podem-se cantar cantos de Oxum e Nanã
durante suas manifestações, que elas respondem, dançando suas danças rituais, mais rápidas nos
cantos de Oxum e mais lentas nos cantos de Nanã. Elas têm um poder de limpeza, purificação e
descarga de energias negativas superior a qualquer outra das linhas de trabalhos de Umbanda
Sagrada. No entanto há pessoas que não se sentem bem com a influencia dessas forças se não
conseguirem manifestar a mediunidade com harmonia e equilíbrio. Sendo esta uma das linhas que
causam epilepsia e na Umbanda-Astrológica se revela na Vibração Lua/Netuno.
Elas não falam, só emitem um canto, que na verdade é a sonorização de um poderoso
"mantra aquático", diluidor de energias, vibrações e formas-pensamento que se acumulam dentro
dos centros ou nos campos vibratórios dos médiuns e dos assistentes. E é por isso que muitos que
possuem uma sensibilidade muito forte não conseguem dominar essa energia e torna-se
dominados por ela. Assim tem muitos distúrbios mentais e choques no sistema nervoso. E tudo
isso é piorado quando a família passa a drogá-lo com remédios muito fortes para epilepsia.
Essa é uma linha poderosa, mas pouco solicitada para trabalhos junto à natureza. Até
porque não são todos que conseguem compreende-la corretamente. Elas são ótimas para anular
magias negativas, afastar obsessores e espíritos desequilibrados ou vingativos. Também são
poderosas se solicitadas para limpeza de lares e para harmonização de casais ou famílias. Para
oferendar as sereias, deve-se levar ao mar, aos lagos ou às cachoeiras: rosas brancas, velas
brancas,azuis, amarelas e lilases, champanhe, frutas em calda e licores. Mas se contata mais
facilmente essas energias e vibrações através de cristais com mentalizações e pontos cantados.
Preto Velho
Na Umbanda, erês, ibejada, dois-dois, crianças, ou ibejis são entidades de caráter infantil,
que simbolizam pureza, inocência e singeleza e se entregam a brincadeiras e divertimentos.
Pedem-lhes ajuda para os filhos, para fazer confidências e resolver problemas. Geralmente supõe-
se que são espíritos que desencarnaram com pouca idade e trazem características de sua última
encarnação, como trejeitos e fala de criança e o gosto por brinquedos e doces. Diz-se que optaram
por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns
nos terreiros de Umbanda.
São tidos como mensageiro dos Orixás, respeitados pelos caboclos e pretos-velhos.
Geralmente, são agrupados em uma linha própria, chamada de Linha das Crianças, Linha de Yori
ou Linha de Ibêji. Costumam ter nomes típicos de crianças brasileiras, como Rosinha, Mariazinha,
Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Vítor, Cosminho. Seus líderes de falange incluem Cosme e Damião.
Comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.
Diz-se que os pedidos feitos a uma criança incorporada (frequentemente de cura)
normalmente são atendidos de maneira bastante rápida, mas a cobrança dos presentes prometidos
também é e as "travessuras" que podem fazer a quem não cumpre a promessa podem ser terríveis.
Estas entidades representam a alegria, a sinceridade, a inocência, tudo que é puro.
Representam as crianças, são alegres, travessos, manhosos, cheios de dengo e manias. São a
síntese da pureza. Geralmente são muito ligados a linha das almas ( pretos e pretas velhas), sempre
pedindo suas bênçãos e se referindo à eles como vô e vó. São apegados aos seus apetrechos. Cada
um deles tem uma mania: chupetas, bonecas, carrinhos,bonés,marias-chiquinhas,travesseiros,
talco, etc.
Sempre quando estão em terra esperam muitos agrados, adoram doces, guloseimas, balas,
pirulitos. São muito sensíveis, então, por esse motivo nunca devemos deixá-los vir sem uma
festinha. Eles esperam por isso.São entidade de grande sabedoria, que entre brincadeiras soltam
as "verdades" que muitas vezes precisamos ouvir. Para agradá-los sirva uma boa porção de doces
regados a bastante mel, num parque ou num jardim bem florido. Com certeza eles virão para ouvir
seus pedidos.
Zé Pelintra e malandros
Maria Navalha
Maria Navalha é o nome adotado por muitos espíritos de apresentação feminina que trabalha de
forma independente. Esses espíritos trabalham como Pombas-Giras, principalmente, com a
falange de Maria Padilha ou na linha dos Malandros. Do mesmo modo que há incompreensão e
entendimento com Maria Farrapo, o mesmo ocorre com Maria Navalha. Enquanto Maria Farrapo
trabalha com Maria Mulambo, a Pomba-Gira Maria Farrapo está intimamente ligada à falange de
Maria Padilha, que foi onde esses espíritos encontraram uma oportunidade organizada de
trabalhar com as Pombas-Giras.
Não se deve confundir Maria Navalha com Maria Padilha da Navalha ou com Maria Padilha das
Sete Navalhas. São espíritos especializados em gente, profundos conhecedores dos abismos da
alma humana e do que ela tem de mais degradante. Isso devido às dolorosas experiências passadas
.O instrumento Navalha é o símbolo da malandragem. “A vida era dura: olho por olho e dente por
dente”. A Navalha tornou-se o símbolo maior da malandragem e seus códigos próprios. Mas seu
significado na Umbanda, além de identificar os malandros, é cortar, separar e aparar o mal que
está dentro e fora dos seres.
Povo do Oriente