ENGENHARIA QUÍMICA
SÃO CRISTOVÃO
2019
BIANCA OLIVEIRA MEDEIROS
2
Resumo:
Palavras-chave: célula de Arnold, célula de Stefan, difusividade, éter etílico, lei de Fick.
3
LISTA DE TABELAS
Tabela 2 – Dados para o Éter Etílico na temperatura de 31,6°C e constante universal dos
gases............................................................................................................................... 25
Tabela 6 – Dados para o Éter Etílico na temperatura de 30,5°C e constante universal dos
gases.................................................................................................................................30
4
LISTA DE FIGURAS
Figura 4 – Esquema para célula de difusão de Arnold (Fonte: Welty et al., 2007)........15
Figura 9 - Ajuste linear da função 𝐿2𝑔 − 𝐿𝑔0 ² versos tempo para o capilar 1.................29
Figura 10 - Ajuste linear da função 𝐿2𝑔 − 𝐿𝑔0 ² versos tempo para o capilar 2...............29
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................7
2.1 Transferência de Massa.....................................................................................................7
2.2 Lei de Fick da Difusão.......................................................................................................8
2.3 Coeficiente de Difusão (DAB).................................................................................9
2.4 Correlações para determinação do coeficiente de difusividade mássica.........10
2.4.1 Coeficiente de difusão de massa para Gases.......................................................10
2.4.2 Coeficiente de difusão de massa para líquidos...............................................13
2.5 Difusividade mássica e temperatura..................................................................13
2.6 Modelagem matemática para Célula de Arnold...............................................14
2.7 Objetivos...............................................................................................................19
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................19
3.1 Equipamentos e Materiais...............................................................................................19
3.1.1 Célula de Arnold...........................................................................................................19
3.1.2 Célula de Stefan............................................................................................................20
3.2. Procedimento Experimental ........................................................................................ 21
3.2.1 Célula de Arnold...........................................................................................................21
3.2.2 Célula de Stefan............................................................................................................21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................................22
4.1 Determinação do Coeficiente de Difusividade Éter Etílico/Ar através da Célula de
Arnold.................................................................................................................................... 22
4.2 Determinação do Coeficiente de Difusividade Éter Etílico/Ar através da Célula de
Stefan......................................................................................................................................26
4.3 Correlações para a estimativa do 𝑫𝑨𝑩 .................................................................... 31
4.3.1 Chapman-Enskog........................................................................................................ 31
4.3.2 Wilk- Lee.......................................................................................................................32
4.3.3 Fuller et al. (1966).........................................................................................................32
4.3.4 Comparação entre as difusividades estimadas por correlações, a encontrada na
literatura e a difusividade experimental.............................................................................33
5. CONCLUSÃO...................................................................................................................34
6. REFERÊNCIAS................................................................................................................35
6
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
7
Figura 1- Absorção de um gás soluto A num líquido B (Fonte:
http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=24
9&Itemid).
8
2.2 Lei de Fick da Difusão
𝑣
o Número de Prandtl : (2)
𝛼
𝑣
o Número de Schimidt: (3)
𝐷𝐴𝐵
𝛼
o Número de Lewis: (4)
𝐷𝐴𝐵
9
os líquidos existem métodos para determinação da difusividade quando a concentração
do soluto é baixa.
𝐷𝐴𝐵,1 𝑃2 𝑇1
= ( )3/2 (5)
𝐷𝐵,2 𝑃1 𝑇2
10
3
1,8583 10−3 𝑇 2 1 1
𝐷𝐴𝐵 = 2 𝛺 (√𝑀 + 𝑀 ) (6)
𝑃𝜎𝐴𝐵 𝐷𝐴𝐵 𝐴 𝐵
T é a temperatura do sistema, em K;
𝜎𝐴 + 𝜎𝐵
𝜎𝐴𝐵 = ( ) (7)
2
2004).
𝜀𝐴𝐵 𝜀 𝜀
= √( 𝑘𝐴)( 𝑘𝐵 ) (8)
𝑘
11
Quando tais parâmetros não estiverem disponíveis na literatura podem ser
determinados a partir das aproximações feitas pelas Equações (9) e (10).
𝜀
= 0,75𝑇𝑐 (9)
𝑘
5 1/3
𝜎= 𝑉 (10)
6 𝑐
Essa aproximação também pode ser determinada via gráfico como mostra a
Figura 3.
1 1
1,00 10−3 𝑇 1,75 (√ + )
𝑀𝐴 𝑀𝐵
𝐷𝐴𝐵 = 1 1 (11)
𝑝[(∑ 𝑉𝐴 )3 +(∑ 𝑉𝐵 )3 ]2
Onde o somatório de VA e VB são obtidos dos volumes estruturais de difusão para cada
constituinte.
12
A correlação de Wilke e Lee (1955), dada pela Equação (12), é uma adaptação
da correlação de Chapman-Enskog que deve ser usada em casos em que pelo menos uma
das espécies da mistura apresente massa molar superior a 45 g/mol.
3
1 1 1 𝑇2 1 1
𝐷𝐴𝐵 = [2,17 − 2 (√𝑀 + 𝑀 )] 𝑃𝜎2 (√𝑀 + 𝑀 ) × 10−3 (12)
𝐴 𝐵 𝐴𝐵 𝛺𝐷𝐴𝐵 𝐴 𝐵
Onde,
T é a temperatura absoluta em K;
𝐸
ln 𝐷𝑒𝑓𝑓= ln 𝐷0 − 𝑅𝑇𝑎 (14)
Sendo que:
14
Figura 4 – Esquema para célula de difusão de Arnold (Fonte: Welty et al., 2007).
Hipótese simplificadoras, de acordo com Welty et al. (2007) e Bird et al. (2002):
15
A Figura 5, representa o filme de gás estagnado que se forma na superfície do líquido.
𝜕𝑁𝐴𝑧
=0 (16)
𝜕𝑧
Logo, o fluxo molar de A é dado pela Equação (1), obtendo-se assim a Equação
(18):
16
𝑑𝑦𝐴
𝑁𝐴,𝑧 = −𝑐𝐷𝐴𝐵 + 𝑦𝐴 (𝑁𝐴,𝑧 + 𝑁𝐵,𝑧 ) (18)
𝑑𝑧
𝑐𝐷 𝑑𝑦𝐴
𝑁𝐴,𝑧 = − 1−𝑦𝐴𝐵 (19)
𝐴 𝑑𝑧
Para 𝑧 = 𝑧1 , 𝑦𝐴 = 𝑦𝐴1
Para 𝑧 = 𝑧2 , 𝑦𝐴 = 𝑦𝐴2
𝑧2 𝐴2 𝑦 𝑐𝐷
∫𝑧 𝑁𝐴,𝑧 𝑑𝑧 = − ∫𝑦 1−𝑦𝐴𝐵 𝑑𝑦𝐴 (20)
1 𝐴1 𝐴
𝑐𝐷𝐴𝐵 1−𝑦
𝑁𝐴,𝑧 = − 𝑧 𝑙𝑛 (1−𝑦𝐴1 ) (21)
2 −𝑧1 𝐴2
𝑐𝐷𝐴𝐵 1−𝑦
𝑁𝐴,𝑧 = − 𝐿 𝑙𝑛 (1−𝑦𝐴1 ) (22)
𝑔 (𝑡) 𝐴2
17
𝑑𝑚𝐴
0 − 𝑁𝐴,𝑧 𝐴 𝑀𝑀𝐴 = (23)
𝑑𝑡
Onde,
Logo,
𝑑𝐿𝑙
−𝑁𝐴,𝑧 𝑀𝑀𝐴 = 𝜌𝐴 (26)
𝑑𝑡
18
2.7 Objetivos
3. MATERIAIS E MÉTODOS
19
Conforme demonstra a Figura 6, os equipamentos e materiais enumerados são:
1) Tubo capilar;
2) Régua graduada;
3) Banho termostático com agitação;
4) Medidor de vazão do tipo rotâmetro;
5) Coluna de desumidificação de ar com sílica gel;
6) Tubo para a circulação de ar;
7) Reservatório;
8) Éter etílico no interior da bureta;
9) Painel elétrico para o controle da temperatura, agitação e injeção de ar;
10) Lupa.
20
Conforme demonstra a Figura 7, os equipamentos e materiais enumerados são:
Anotou-se o nível inicial de líquido no capilar (8,7 cm) medido pela régua
utilizando-se a lupa para auxiliar na leitura. Posteriormente, acompanhou-se o nível do
líquido no capilar ao longo de uma hora e foram medidos mais 12 pontos aos 5, 10, 15,
20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55 e 60 minutos do experimento.
21
medidos os níveis iniciais do líquido nos dois capilares, resultando em 3 cm e 3,2 cm
abaixo da altura máxima de cada capilar. A temperatura inicial medida foi de 30,9°C.
A queda do nível de éter etílico nos dois capilares foi monitorada com ajuda do
papel milimetrado graduado e da lupa ao longo de dois dias seguidos, com mais 9 pontos
experimentais medidos nos tempos de 1h11min, 2h26min, 3h15min, 4h20min, 5h16min,
6h12min, 22h3min, 25h10min, 27h11min. As medidas de temperatura foram realizadas
de forma conjunta a cada medida de nível de líquido no capilar com a ajuda do termômetro
de mercúrio graduado.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
0 0,087 0,023 0
22
1500 0,079 0,031 4,32E-04
23
2𝑃𝑀𝐴 𝐷𝐴𝐵 𝑃
𝐴= 𝑙𝑛 (𝑃−𝑃 ) (29)
𝑅𝑇𝜌𝐴 𝑣𝑎𝑝−𝐴
Tabela 2 - Dados para o Éter Etílico na temperatura de 31,6°C e constante universal dos
gases.
R (m³. atm/ K.
𝑴𝑨 (g/mol) 𝝆𝑨 (kg/m³) 𝑷𝒗𝒂𝒑−𝑨 (atm)
mol)
𝑚²
𝐷𝐴𝐵 = 1,52𝑥10−5
𝑠
Perry & Green (2007) na Tabela 2-371 fornecem um valor para o DAB de
7,78x10-6 m2/s a 0° C. Para comparação com o valor encontrado experimentalmente é
necessário utilizar a Equação (5) para obter o DAB correspondente à temperatura de
31,6°C:
24
7,78𝑥10−6 1𝑎𝑡𝑚 273,151,75
=
𝐷𝐴𝐵 1𝑎𝑡𝑚 304,75
𝐷𝐴𝐵 = 9,46𝑥10−6 𝑚2 /𝑠
9,46𝑥10−6 − 1,52𝑥10−5
𝐸𝑟𝑟𝑜 (%) = | | 𝑥100 = 60,67%
9,46𝑥10−6
25
4.2 Determinação do Coeficiente de Difusividade Éter Etílico/Ar através da Célula
de Stefan
Temperatura
Tempo (s) Nível Ll (m) Nível Lg (m) Lg²-Lg0² (m²)
(°C)
26
Tabela 4 - Temperatura ambiente, altura da coluna de gás (Lg ) e de líquido (Ll) em
diferentes instantes e diferença quadrática de altura da coluna de gás com o instante
inicial (Lg²-Lg0²) para o capilar 2.
Temperatura
Tempo (s) Nível Ll (m) Nível Lg (m) Lg²-Lg0² (m²)
(°C)
A partir dos dados dispostos nas Tabelas 3 e 4 foi possível realizar um ajuste
linear do tipo y = Ax em analogia à Equação (29). Os ajustes estão ilustrados pelas Figuras
9 e 10, respectivamente.
27
Figura 9 - Ajuste linear da função 𝐿2𝑔 − 𝐿𝑔0 ² versos tempo para o capilar 1.
Figura 10 - Ajuste linear da função 𝐿2𝑔 − 𝐿𝑔0 ² versos tempo para o capilar 2.
28
A Tabela 5 apresenta os valores de coeficiente angular (A) bem como o
coeficiente de correlação (R2) obtidos pelo ajuste.
A R2
Análogo ao que foi feito no tópico 4.1 o coeficiente angular da reta pode ser
dado pela Equação (29). Portanto, as propriedades físicas do Éter Etílico a 30,5 °C foram
buscadas para o cálculo da difusividade mássica. As propriedades dispostas na Tabela 6
foram estimadas através de equações encontradas para pressão de vapor (Tabela 2-6) e
massa específica (Tabela 2-30) em Perry & Green (1997).
Tabela 6 – Dados para o Éter Etílico na temperatura de 30,5°C e constante universal dos
gases.
R (m³. atm/ K.
𝑴𝑨 (g/mol) 𝝆𝑨 (kg/m³) 𝑷𝒗𝒂𝒑−𝑨 (atm)
mol)
29
Tabela 7 – Valores de difusividades mássicas encontrados experimentalmente
(DABexp) e a média entre eles, na literatura (DABlit), valores de erros em relação a
literatura (Errolit) e entre DAB’s (Erro1-2)
Erro1-2
DABexp (m2/s) DABlit (m2/s) Errolit (%)
(m2/s)
Apesar dos dados experimentais terem se ajustado bem à Equação (28), já que
os coeficientes de correlação estão bem próximos de 1 (vide Tabela X), os DAB’s obtidos
experimentalmente para os capilares 1 e 2 apresentaram erros maiores de 20% em relação
ao valor da literatura.
Assim como na célula de Arnold essa diferença pode ser atribuída às hipóteses
simplificadoras adotadas na modelagem do sistema e que não foram atendidas. A
temperatura do ambiente, por exemplo, não se manteve constante ao longo das medidas
(vide Tabelas 2 e 3) influenciando nos cálculos, visto que foi necessário fazer uma média
aritmética dessas temperaturas para a busca das propriedades físicas.
30
às mesmas condições experimentais. Isso evidencia uma boa reprodutibilidade do
experimento.
Como o experimento foi realizado em duplicata, foi feita uma média aritmética
entre os valores de DAB’s obtidos para os capilares 1 e 2, obtendo-se o valor de 7,25x10-
6
m2/s, mostrado na Tabela 7.
4.3.1 Chapman-Enskog
𝑨 𝑩 𝑨𝑩
𝜺𝑨 (𝒆𝒓𝒈) 𝜺𝑩 (𝒆𝒓𝒈) 𝜺𝑨𝑩 (𝒆𝒓𝒈) 𝑻𝒂𝒅𝒎𝒆𝒏𝒔𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍𝛀𝑨𝑩
̂)
(𝑨 ̂)
(𝑨 ̂)
(𝑨
31
Assim, com os dados da Tabela 8, tem-se:
3 1
304,752 1 1 2
𝐷𝐴𝐵 = 1,858 × 10−3 2
( + )
1 × 4,534 × 1,25 74,12 29
𝑐𝑚2
𝐷𝐴𝐵 = 0,0841
𝑠
1 3 1
1 1 1 2 304,752 1 1 2
𝐷𝐴𝐵 = [2,17 − ( + ) ] ( + ) × 10−3
2 74,12 29 1 × 4,5342 × 1,25 74,12 29
𝑐𝑚2
𝐷𝐴𝐵 = 0,0930
𝑠
C 16,5
O 5,48
H 1,98
Ar 20,10
(C2H5)2º 91,28
32
Assim, com a Tabela 9, tem-se:
1
1 1 2
10−3 × 304,751,75 × [(74,12 + 29) ]
𝐷𝐴𝐵 =
1[91,281/3 + 20,11/3 ]²
DAB
1,52𝑥10−5 7,30x10-6 9,46𝑥10−6 8,41𝑥10−6 9,30𝑥10−6 9,32𝑥10−6
(m2/s)
Erro1
- - 60,67 80,73 63,44 63,09
(%)
Erro2
- - 22,83 13,20 21,50 21,67
(%)
33
Pelos resultados mostrados na Tabela 10 é notório que os erros associados a
medida da difusividade pela célula de Arnold foram significativamente maiores que os
erros associados a de Stefan. Em tese isso não deveria ocorrer uma vez que o sistema de
Arnold é a temperatura controlada, juntamente com o escoamento de ar desumidificado
e por ser fechado recebe menos influências do ambiente que a célula de Stefan. No entanto
erros operacionais levaram a grandes desvios da medida de difusividade por Arnold,
como já explicitado no tópico 3.1.
Pelas correlações verifica-se que o maior erro está na de Chapman Eskog, o que
era esperado uma vez que os parâmetros de Lennard Jones foram estimados e não estavam
tabelados, associa-se um erro maior a estas medidas.
5. CONCLUSÃO
34
Em contrapartida, o menor valor de erro relativo encontrado foi calculado a partir
comparação da mesma correlação com o coeficiente estimado utilizando-se o arranjo
experimental da célula de Stefan, apenas 13,20%.
6. REFERÊNCIAS
35