Você está na página 1de 1

Direito das Obrigações I

Turma B / 1 de dezembro de 2014

António ausentou-se durante a quadra de Natal e, como habitualmente, deixou as chaves de casa
a Bento, para que este cuidasse do prédio. A casa de António é a única que tem duas grandes janelas
com varanda sobre a praça principal da vila X e entrada por uma rua lateral. No dia 24 de Dezembro, a
Câmara Municipal de X decidiu organizar um espetáculo de circo cujo lucro reverteria para a casa de
idosos da localidade. Cada bilhete custava 10 €, sendo cobrados à entrada da praça.

Bento arrendou as duas varandas da casa de António a 20 habitantes da localidade, a 5 € por


entrada, para assistirem ao espetáculo, sem necessidade de pagarem o bilhete que a Câmara Municipal
cobrava.

Durante o espetáculo, a pomba branca que saiu da cartola do mágico poisou na cabeça de Carla,
que se encontrava numa das janelas da casa de António. Carla tinha fobia a pombos e, com a
atrapalhação, caiu da janela. Essa janela, em razão do rebuliço, porque tinha demasiadas pessoas e
porque o prédio estava a precisar de obras, ruiu parcialmente, causando danos a Daniel. Daniel estava
debaixo da sobredita janela a vender balões e, após a queda, os que não rebentaram desapareceram no
ar; aquando do acidente, Daniel tinha 30 balões que vendia a 2 € cada, tendo-os comprado a 50
cêntimos a unidade.

Após o sucedido, Bento, no dia 27 de Dezembro, contratou Emanuel (empreiteiro local, que
conhecia António e Bento) para este concertar a varanda pelo valor de 1500 €.

A Câmara Municipal exige que Bento lhe pague 100 € por perda de receita.
António exige que Bento lhe pague os 100 € que lucrou com o arrendamento das janelas.
Carla, pelos danos decorrentes da queda, pretende ser indemnizada pelo mágico, invocando que
os danos se ficaram a dever ao comportamento do animal (pomba) deste, e por Bento, invocando que
arrendara as janelas sem condições para o efeito.
Daniel, além dos danos relacionados com escoriações, quer que António, na qualidade de
proprietário da casa, e a Câmara Municipal, como organizadora do espetáculo, o indemnizem do valor
dos balões que deixou de vender (60 €).
Emanuel apresentou a conta da reparação da janela (1500 €) a António e este recusou o
pagamento.
Quid iuris

Você também pode gostar