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Dr.

Rodrigo OAB/SP

No respectivo acordo, ficou avençado que


o requerido pagaria a título de pensão alimentícia o valor de:

NO CASO DE EMPREGO FORMAL COM


REGISTRO NA CARTEIRA DE TRABALHO:

E NO CASO DE DESEMPREGO OU TRABALHO


INFORMAL:

Acordo homologado, sentença e certidão


de trânsito em julgado estão sendo anexadas.

Sendo assim, requer-se digne Vossa


Excelência a julgar improcedente a presente ação, não resolvendo o
mérito, nos termos do artigo 485, inciso I do Código de Processo Civil.

RESUMO DOS AUTOS:

Sinteticamente:

A representante legal da requerente


ingressou com a ação de alimentos, alegando que o requerido recebe
aproximadamente R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais.

Este d. juízo, sem ao menos consultar no


sistema se já houve ou não qualquer tipo de ação do mesmo naipe,
decidiu fixar os alimentos provisórios em 40% (quarenta por cento) do
salário mínimo nacional, devidos a partir da citação.
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Dr. Rodrigo OAB/SP

Para o caso de trabalho com vínculo


empregatício, arbitro os alimentos provisórios em 25% (vinte e cinco por
cento) dos rendimentos líquidos mensais do réu, incidentes sobre todas as
verbas, com exceção do FGTS, devidos a partir da citação.

Foi enviado o ofício para a empresa e


atualmente está sendo descontado o valor mencionado logo acima.

Eis a síntese do necessário.

DA REALIDADE DOS FATOS E DO DIREITO:

Excelência, vamos ser objetivos:

Primeiramente: o requerido é tão leal e ama


tanto sua filha que está dizendo que o valor que vale é o da ação que
tramitou em 2014 (que é mais benéfica para ela) e não esta que está
sendo julgada aqui.

Mas, se esse não for o entendimento de


Vossa Excelência, devendo a presente ação ser continuada, o requerido
tem alguns apontamentos a fazer:

O principal deles é que o valor que a


representante legal da requerente está pedindo está ALÉM do que o
requerido pode pagar.

A situação do requerido mudou por um fato


importantíssimo. ELE SERÁ PAI NOVAMENTE.

A nova companheira do requerido está


grávida de 4 (quatro) meses, como pode ser comprovado através dos
exames laboratoriais e do acompanhamento do pré-natal. (docs. anexos)

Não que a requerente não mereça, mas,


pagar 25% (vinte e cinco por cento) dos rendimentos líquidos e/ou 40%
(quarenta por cento) – desse processo – e/ou ½ (meio) salário mínimo – do
processo de 2014 – já será pesado demais para o requerido suportar.

Vale frisar que em momento nenhum o


requerido jamais se eximiu de pagar os valores fixados na outra ação ou
nessa.

Ele sempre teve ótimo contato com a sua


filha. Entretanto, como dito anteriormente, sua condição mudou.

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Dr. Rodrigo OAB/SP

Partindo dessa premissa, devemos entender


que:

A Constituição Federal em seu artigo 229 nos


ensina que:

“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar


e educar os filhos menores, e os filhos maiores
têm o dever de ajudar e amparar os pais na
velhice, carência ou enfermidade.”

Sendo assim, a regra é que a


responsabilidade de pela criação dos filhos devem ser rateadas entre pai
e mãe, não podendo recair sobre somente sobre os ombros de um deles.

E isso ocorre na presente ação. Não é


concebível que um pai arque com uma pensão alimentícia no importe
fixado.
Há uma disparidade no que tange ao
trinômio, necessidade x possibilidade x proporcionalidade, de modo que
além das necessidade dos alimentada e possibilidade do alimentante,
também seja considerada a proporcionalidade na fixação, para assegurar
que o valor determinado pelo juiz seja suficiente à garantia da dignidade
do alimentada, sem, contudo, permitir o seu enriquecimento sem causa.

O que, de fato, deve ser levado em conta


para se estimar o valor dos alimentos são as necessidades da alimentada
(moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, etc.) e as possibilidades
da pessoa obrigada ao pagamento.

Assim, deverá haver equidade na fixação


dos alimentos de forma que o valor das necessidades do alimentando
esteja equalizado com as possibilidades financeiras do alimentante. Tal
regra é fixada no artigo 1694, § 1º do Código Civil. Vejamos:

“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges


ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de
modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação.
§1° Os alimentos devem ser fixados na
proporção das necessidades do reclamante
e dos recursos da pessoa obrigada.”(grifo
meu)

Há jurisprudência nesse sentido:

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Dr. Rodrigo OAB/SP

“DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. TRINÔMIO –


POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE,
NECESSIDADE DO ALIMENTADO E
PROPORCIONALIDADE. O critério jurídico
para se fixar o montante que deve ser pago
a título de pensão alimentícia é a
conjugação proporcional e razoável da
possibilidade econômica do requerido e da
necessidade do requerente, nos termos do
que prescreve o artigo 1.694 do Código Civil
de 2002. Neste diapasão, demonstrada a
necessidade da requerente e a capacidade
dos obrigados, hão de serem fixados os
alimentos proporcionalmente. (TJ-MG,
Relator: MARIA ELZA; Data de Julgamento:
24/09/2009)”

O alimentante ultimamente vive às mínguas


e ganha o suficiente para subsistir, além de auxiliar nos custos da casa que
mora e ainda honra com o compromisso de não deixar desguarnecida
sua filha, honrando com o que pode honrar.

SEM CONTAR QUE LOGO MAIS, ELE SERÁ PAI


NOVAMENTE.

Desse modo, visando adequar a sua


realidade com a possibilidade de pagar pensão alimentícia a suas filhas,
deseja tão somente que sejam majorados os alimentos no importe de:

12,5% (doze e meio por cento) de seus


rendimentos líquidos (incluído férias, 13º salário, horas extras, rescisão
contratual exceto FGTS) na hipótese de emprego com vínculo e;

25% (vinte e cinco por cento) do salário


mínimo mensal em casos de desemprego e trabalho sem vínculo
empregatício.

O alimentante está desapontado com as


alegações da representante legal da alimentada e quer tão somente que
a justiça seja feita, pleiteando a fixação dos alimentos nos termos já
expostos na presente defesa.

DO PEDIDO:

Ante o exposto, requer-se digne Vossa


Excelência:

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Dr. Rodrigo OAB/SP

a) Considere tempestiva a presente


contestação.

b) considere a preliminar arguida, uma vez


que há coisa julgada, no que tange aos alimentos prestados pelo
requerido em favor da requerente, mediante a juntada de documentos
que comprovam o alegado;

c) seja julgada improcedente a presente


ação, ante a coisa julgada referente a ação de alimentos mencionada
na preliminar, nos termos do artigo 485, inciso I do Código de Processo Civil.

d) a intimação da representante legal do


requerente, para que apresente manifestação acerca da presente;

e) a intimação do Ministério Público, nos


termos do artigo 178, inciso II do Código de Processo Civil;

f) NÃO SEJA DESIGNADA AUDIÊNCIA DE


CONCILIAÇÃO PARA ACORDO ENTRE AS PARTES, POIS O REQUERIDO
MORA EM OUTRA COMARCA.

g) a juntada de documentos que


comprovam o alegado.

Termos em que,
Pede deferimento.

Mongaguá, data do protocolo.

Assinado digitalmente nos termos da lei.


Rodrigo Vitorino Martins
OAB/SP 338.758

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