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MundiWar

2016­09­10 ­ LUCROS EM QUEDA ­ ECONOMIA EM CRISE
1a edição 2016­09­10 12:30 Brasília

A crise para algumas formulações teóricas é a queda da taxa de lucro. Sendo esta sua mais decisiva
característica. Para outras formulações a crise para ser definida exige uma série maior de acontecimentos,
variações negativas em vários indicadores de performance econômica.

Para MundiWar, a queda dos lucros é fundamental na definição de crise.

O Deutsche Bank apresenta mais um de seus excelentes estudos, desta vez sobre o comportamento dos
lucros e do endividamento corporativo, não financeiro, nos últimos ciclos.

O Deutsche Bank não deixa margem a dúvidas quanto à sua posição: a economia norte­americana está em
crise.

Para MundiWar trata­se da passagem da 1a FASE da CRISE CÍCLICA à 2a FASE ­ vide posts anteriores.

O estudo do Deutsche Bank nos traz 3 gráficos cruciais para a caracterização da vigência atual da crise.

No gráfico 01 vemos o lucro por trabalhador através dos ciclos recentes. Dada a construção do gráfico, a
recessão de lucros fica mais discernível na curva quando analisamos os ciclos recentes. E aí, neste gráfico
01, não há a menor margem para dúvidas de que a taxa de lucro está em queda desde o 3o trimestre de
2014 ­ em linha com a marcação da crise por MundiWar.

No gráfico 02 vemos o lucro corporativo doméstico, aquele oriundo da performance das empresas no
mercado interno. E é o caso de inflexão da taxa de lucro em 2014 e a queda absoluta dos lucros em 2015.
Então a taxa de lucro cai a partir de 2014, e os lucros, em termos absolutos caem a partir de 2015. Mais
uma vez em linha com MundiWar.

No gráfico 03 o endividamento das corporações não financeiras como porcentagem do PIB. Podemos
chamar este como o gráfico que expressa muito bem o MOMENTO MINSKY! Uma métrica que mostra
muito bem a exaustão dos bancos, com o aumento interno do risco das carteiras e a emergência da
reversão da política de concessão de crédito pelo sistema financeiro. Segue­se, claro, o período mais
agudo da DESALAVANCAGEM FINANCEIRA que irá levar às quebras e a subsequente QUEIMA DE
CAPITAIS.

Para os analistas que persistem na tese de que não há crise no sistema como um todo, estes dados são o
contra­argumento decisivo. Mas, o importante nestas figuras é que elas cravam O MOMENTO DA
INFLEXÃO na taxa de lucro em 2014, 2o semestre.

São dados do BEA e FRB!
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BRASIL ­ SEM PERSPECTIVA DE REVERSÃO DA CRISE 
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A partir do quadro da lucratividade no centro do sistema, NÃO HÁ DISPONIBILIDADE DE CAPITAL NO
CENTRO DO SISTEMA PARA FINANCIAR UM PACOTE DE INVESTIMENTOS NA ECONOMIA BRASILEIRA

Ao contrário, a perspectiva é uma atuação defensiva no Brasil, onde a taxa de lucro também está em
queda. A não ser negócios de ocasião, não há o que esperar no montante requerido para reverter a crise,
ou recessão, brasileira.

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