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Brasília, 8 a 12 de dezembro de 1997 - Nº 96

Data (páginas internas): 17 de dezembro de


1997.

Este Informativo, elaborado a partir de


notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.

BOAS FESTAS! O INFORMATIVO STF VOLTA A


CIRCULAR EM FEVEREIRO DE 1998.

ÍNDICE DE ASSUNTOS
Efeito Suspensivo em Ação Rescisória
Erro de Fato: Anulação do Acórdão
Farmácia e Horário de Funcionamento
Gratificação e Extensão aos Inativos
ICMS e Passagem Aérea
Programa Estadual de Desestatização
Recebimento da Denúncia e Desclassificação
Suspensão Condicional do Processo
Vinculação de Receita dos Estados e Crédito

PLENÁRIO
ICMS e Passagem Aérea
Concluindo o julgamento de medida liminar em
ação direta proposta pelo Procurador-Geral da República —
atendendo representação do Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias - SNEA —, o Tribunal, por maioria de
votos, deferiu o pedido para suspender, com eficácia ex nunc,
o convênio ICMS 120/96, que, dispondo sobre as prestações
de serviços de transporte aéreo, fixou a alíquota de 12% para
as prestações internas de serviços de transporte aéreo.
Reconheceu-se, na hipótese, ofensa aparente ao art. 155, §
2º, V, a, da CF, que faculta ao Senado Federal estabelecer,
mediante resolução, as alíquotas mínimas nas operações
internas. Vencido o Min. Octavio Gallotti, relator, que
indeferia a liminar. ADInMC 1.601-UF, rel. Min. Octavio
Gallotti, 11.12.97.

Programa Estadual de Desestatização


O Tribunal indeferiu medida cautelar em ação
direta requerida pelo Partido dos Trabalhadores - PT, contra
a Lei Complementar 143/96, do Estado do Rio Grande do
Norte, que instituiu o Programa Estadual de Desestatização -
PED e criou o Fundo de Privatização do referido Estado,
pela ausência de plausibilidade jurídica da tese de
inconstitucionalidade suscitada pelo autor. Afastou-se, à
primeira vista, a alegação de que a referida Lei
Complementar outorgaria poder ilimitado ao governo do
Estado já que esta, ao autorizar o Poder Executivo a proceder
à privatização de todas as empresas controladas direta ou
indiretamente pelo Estado, disciplina amplamente este
procedimento, estabelecendo os objetivos fundamentais do
PED e assegurando a rigorosa transparência dos processos de
alienação. .

Vinculação de Receita dos Estados e Crédito


O Tribunal deferiu medida cautelar em ação direta
requerida pelo Governador do Estado da Paraíba para
suspender a eficácia dos incisos X e XI do art. 13, da
Resolução 69/95, do Senado Federal (com a redação que lhes
foi dada pela Resolução 117/97) que dispondo sobre as
operações de crédito interno e externo realizados pelos
Estados, pelo Distrito Federal, pelos Municípios e de suas
respectivas autarquias, inclusive concessão de garantias, seus
limites e condições de autorização exigem, para efeito de
instruir o pedido de autorização de novas contratações dos
Estados com instituições financeiras (CF, art. 52, VII), que o
Estado-membro ateste o emprego de, no mínimo, 50% da
receita havida com a privatização de entidades da
administração indireta, na amortização ou liquidação da
dívidas públicas mobiliária e fundada, precatórios judiciários
e na constituição de fundos para o pagamento de
benefícios previdenciários a servidores públicos.
Considerou-se que a adoção de ações políticas e
administrativas pelos Estados-membros como condição
prévia ao acesso à submissão de crédito, ofende, à primeira
vista, o princípio da autonomia dos Estados-membros, já que
o Senado Federal não poderia limitar a destinação de
recursos oriundos de outras fontes que não fossem as
operações de crédito sujeitas a sua apreciação, exorbitando,
portanto, da competência que lhe confere o art. 52, VII, da
CF (“Art. 52. Compete privativamente ao Senado
Federal: ... VII – dispor sobre limites globais e condições
para as operações de crédito externo e interno da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
autarquias e demais entidades controladas pelo poder
público federal;”). ADInMC 1.728-PB, rel. Min. Octavio
Gallotti, 11.12.97.

Ação Declaratória e Medida Liminar


Iniciado julgamento de pedido de medida cautelar
em ação direta de constitucionalidade, proposta pelo
Presidente da República, pela Mesa do Senado Federal e pela
Mesa da Câmara dos Deputados, em que se pede a
declaração de constitucionalidade do disposto no art. 1 o da
Lei 9.494/97 (“Aplica-se à tutela antecipada prevista nos
arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto nos
arts. 5o e seu parágrafo único e 7 o da Lei 4.348, de 26 de
junho de 1964, no art. 1o e seu § 4o da Lei 5.021, de 9 de
junho de 1966, e nos arts. 1o, 3o e 4o da Lei 8.437, de 30 de
junho de 1992.”). O Ministro Sydney Sanches, relator,
suscitou preliminar quanto ao cabimento ou não de liminar
em ação declaratória, já que em relação a ela a CF não é
expressa — tal como ocorre com as ações diretas de
inconstitucionalidade (CF, art. 102, I, p) —, o julgamento foi
suspenso em virtude de pedido de vista do Min. Marco
Aurélio, após os votos dos Ministros relator, Nelson Jobim,
Maurício Corrêa e Ilmar Galvão, no sentido da
admissibilidade do exercício do poder geral de cautela pelo
STF. Precedentes citados: RP 933 (RTJ 76/343). ADC(MC)
4 , rel. Min. Sydney Sanches, 10.12.97.

PRIMEIRA TURMA
Gratificação e Extensão aos Inativos - 1
A Turma reconheceu o direito dos servidores
inativos da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo a
terem incorporada em seus proventos a Gratificação de
Gestão e Controle do Erário Estadual - GECE, instituída pela
Lei Complementar paulista nº 700/92, tendo em vista tratar-
se de vantagem deferida de forma geral, vinculada a
determinadas categorias de servidores públicos lotados na
referida Secretaria, não se configurando como gratificação
de caráter pessoal ou de serviço (enquanto no exercício de
atividades específicas). Com esse entendimento, a Turma
reformou acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo que não estendera aos inativos a referida gratificação,
por ofensa ao art. 40, § 4º, da CF (“Os proventos da
aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na
mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos
servidores em atividade, sendo também estendidos aos
inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo
ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.”).
Precedente citado: AG (AgRg)141.189-DF (RTJ 142/966). .

Gratificação e Extensão aos Inativos - 2


O § 4º, do art. 40, da CF, acima transcrito, ao
determinar que serão “estendidos aos inativos quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos
servidores em atividade”, refere-se aos de caráter geral e,
portanto, não contempla o adicional de insalubridade, que
consiste em vantagem pecuniária concedida apenas aos
servidores que trabalham em condições prejudiciais à saúde.
Com esse entendimento, por ofensa ao art. 40, § 4º, da CF, a
Turma deu provimento a recurso extraordinário do Estado de
São Paulo para reformar acórdão do Tribunal de Justiça local
que, sob o fundamento de que o adicional de insalubridade
fora concedido indiscriminadamente a todos os policiais
militares da ativa, estendera a inativo da polícia militar o
direito a esta vantagem. .

Efeito Suspensivo em Ação Rescisória


Nos termos do art. 21, IV, do RISTF (“São
atribuições do Relator: ... IV - submeter ao Plenário ou à
Turma, nos processos da competência respectiva, medidas
cautelares necessárias à proteção de direito suscetível de
grave dano de incerta reparação, ou ainda destinadas a
garantir a eficácia da ulterior decisão da causa.”),
resolvendo questão de ordem suscitada pelo Min. Moreira
Alves, relator, a Turma indeferiu petição em que se pleiteava
a concessão de medida liminar para atribuir efeito
suspensivo a ação rescisória, por não haver a
excepcionalidade dos precedentes nos quais o Tribunal tem
admitido o pedido. Visava-se, na espécie, suspender a
execução de decisão da justiça do trabalho que determinou a
reintegração dos requeridos no emprego com o pagamento
dos salários e vantagens vencidos e vincendos. Precedente
citado: Pet-DF 143 (RTJ 117/003). .

Erro de Fato: Anulação do Acórdão


Verificando a ocorrência de erro de fato no acórdão
recorrido que, ao invés de julgar a matéria referente a
diferenças salariais do “Plano Bresser”, constante do pedido
inicial e decidida pela sentença, julgara como se a
controvérsia versasse sobre a URP de fevereiro de 1989 , a
Turma deu provimento a recurso extraordinário da União
Federal para anular acórdão do TRF da 4ª Região, a fim de
que outro seja proferido de acordo com a demanda
originária. .

SEGUNDA TURMA
Recebimento da Denúncia e Desclassificação
Considerando que não cabe ao juiz, ao receber a
denúncia, desclassificar o crime nela narrado hipótese
distinta da prevista do art. 383 do CPP (“O juiz poderá dar
ao fato definição jurídica diversa da que constar da queixa
ou da denúncia, ainda que, em conseqüência, tenha de
aplicar pena mais grave.”), que faculta ao magistrado tal
possibilidade no momento de prolatar a sentença , a Turma
deferiu, em parte, habeas corpus interposto contra decisão
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que
recebera queixa-crime oferecida contra o paciente pelo
crime de injúria e não de calúnia contra autoridade pública,
tal como descrito na queixa (arts. 20, combinado com o art.
23, III, da Lei 5,250/67, Lei de Imprensa). No mesmo
julgamento, ponderou-se, à vista da jurisprudência do
Tribunal, que tanto o ofendido quanto o Ministério Público
têm legitimidade concorrente para promover ação penal,
quando se trate de ofensa propter officium. Precedentes
citados: RE 104.478-MS (DJU de 4.10.85), HC 64.966-SP
(DJU de 12.6.87), HC 74.649-DF (DJU de 10.10.97) e INQ.
726-RJ (RTJ 154/410). .

Farmácia e Horário de Funcionamento


É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial, à vista do
disposto no art. 30, I, da CF, que diz ser da sua competência
legislar sobre assuntos de interesse local. Com esse
fundamento, a Turma não conheceu de recurso
extraordinário interposto — ao argumento de ofensa aos
princípios constitucionais da isonomia, da livre iniciativa, da
livre concorrência e da defesa do consumidor — contra
decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que
entendera legítima a fixação pelo Município de São Paulo do
horário de funcionamento das farmácias. Precedente citado:
RE(AgRg) 203.358-SP (DJU de 29.8.97).
Suspensão Condicional do Processo
O disposto no art. 89 da Lei 9.099/95 [“Nos crimes em
que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao
oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro suspensão condicional da pena (art. 77
do Código Penal)”] aplica-se aos processos em andamento,
desde que se faça após a denúncia e antes da sentença. Com
esse fundamento, a Turma reiterando a jurisprudência do
Tribunal que diz ser aplicável à Justiça Militar a Lei
9.099/95 deferiu pedido de habeas corpus impetrado contra
decisão do Superior Tribunal Militar que negara a aplicação
da suspensão condicional do processo a que respondia o
paciente. Precedentes citados: HC 74.207-AM (DJU de
15.8.97), HC 74.305-SP (v. Informativo 57, acórdão
pendente de publicação), RHC 74.606-MS (DJU de 23.5.97)
e RHC 74.547-SP (DJU de 1.8.97). .

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos

Pleno 10.12.97 11.12.97 07


1ª Turma 9.12.97 12.12.97 165
2ª Turma 9.12.97 12.12.97 350

CLIPPING DO DJ
12 de dezembro de 1997

ADIn N. 352
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: I. Ação direta de inconstitucionalidade:
impugnação de norma legal de vigência restrita ao exercício
financeiro em que promulgada: perda de objeto com a
exaustão da vigência, aliás, suspensa por medida cautelar.
II. Pensão por morte: equivalência com os vencimentos e
proventos do servidor falecido estabelecida em lei ordinária
estadual, que, no entanto, é mera explicitação do art. 40, § 5º,
da Constituição Federal — norma constitucional auto-
aplicável e de absorção compulsória pelos Estados-membros:
conseqüente inaplicabilidade do art. 195, § 5º, da
Constituição da República: jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal.

ADIn N. 1.262
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. MUNICÍPIO.
ALTERAÇÕES: ATO NORMATIVO (ART. 102, I, "a", DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL). PLEBISCITO: ART. 18, §
4°, DA C.F.
1. É ato normativo, impugnável mediante Ação Direta de
Inconstitucionalidade, Lei estadual que altera outra Lei,
quanto à origem do desmembramento, à área, aos limites e às
confrontações de município. (Precedente: ADI 733).
2. É inconstitucional essa Lei, se realiza tais alterações, sem
a consulta plebiscitária de que trata o § 4º do art. 18 da
Constituição Federal. Precedente.
3. Rejeitada a preliminar suscitada pela Advocacia Geral da
União, a Ação Direta é julgada procedente, pelo S.T.F., para
o efeito de declarar a inconstitucionalidade do art. 2° da Lei
n° 498, de 21.12.1992, do Estado de Tocantins, na parte em
que, dando nova redação ao inciso IX do art. 4° da Lei n°
251, de 20.02.1991, alterou a origem do desmembramento, a
área, os limites e as confrontações do Município de Cariri do
Tocantins.
* noticiado no Informativo 83

ADIn N. 1.685
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. RESOLUÇÃO Nº 4.453
DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE GOIÁS.
REVOGAÇÃO DESTA NORMA PELA RESOLUÇÃO Nº
4.726/97-TCE. CONSEQUÊNCIA: PERDA DO SEU
OBJETO.
Não persistindo o pedido em virtude de ato superveniente
que revoga a norma anterior, há perda do objeto da ação.
Ação direta de inconstitucionalidade prejudicada.

ADIn N. 1.701
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO:
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. Lei nº 10.476, de 19.08.97, do
Estado de Santa Catarina. INCONSTITUCIONALIDADE
FORMAL. C.F., art. 61, § 1º, II, a e c.
I. - Lei 10.476, de 19.08.97, do Estado de Santa Catarina,
que instituiu auxílio-alimentação para os servidores públicos
civis do Estado: sua inconstitucionalidade formal, dado que
decorreu de projeto de origem parlamentar e implica ela
aumento da remuneração dos servidores, além de dispor
sobre o regime jurídico destes. C.F., art. 61, § 1º, II, a e c.
II. - Suspensão cautelar da Lei 10.476/97, do Estado de
Santa Catarina.
* noticiado no Informativo 92

AÇÃO ORIGINÁRIA N. 484


RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Ação originária. Agravo regimental em processo
administrativo. Art. 102, I, "n", da Constituição.
- Ainda recentemente, em 28.05.97, esta Corte, examinando
questão de ordem na Petição nº 1.193, decidiu que "tratando-
se de competência excepcional, a letra "n" do inciso I do
artigo 102 da Constituição deve ser interpretada estritamente,
razão por que a palavra "ação" nela constante se restringe à
ação judicial, só transferindo para a competência desta Corte
competências jurisdicionais e não atribuições de natureza
administrativa".
- Inexistência, pois, do impedimento decorrente do citado
dispositivo constitucional. Ademais, no caso, não há sequer
interesse direto ou indireto com relação aos
Desembargadores do Tribunal local, porquanto a diferença
em causa beneficia apenas os juízes de primeiro grau de
jurisdição.
Questão de ordem que se resolve pela declaração de
incompetência desta Corte, determinando-se a devolução dos
autos ao Tribunal de Justiça da Paraíba.

HC N. 73.510
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
COMPETÊNCIA - HABEAS-CORPUS - ATO DE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Na dicção da ilustrada maioria
(seis votos a favor e cinco contra), em relação à qual guardo
reservas, compete ao Supremo Tribunal Federal julgar todo e
qualquer habeas-corpus impetrado contra ato de tribunal,
tenha este, ou não, qualificação de superior.
PROVA ILÍCITA - ESCUTA TELEFÔNICA -
PRECEITO CONSTITUCIONAL -
REGULAMENTAÇÃO. Não é auto-aplicável o inciso XII
do artigo 5º da Constituição Federal. Exsurge ilícita a prova
produzida em período anterior à regulamentação do
dispositivo constitucional.
PROVA ILÍCITA - CONTAMINAÇÃO. Decorrendo as
demais provas do que levantado via prova ilícita, tem-se a
contaminação daquelas, motivo pelo qual não subsistem.
Precedente: habeas-corpus nº 69.912/RJ, relatado pelo
Ministro Sepúlveda Pertence perante o Pleno, com acórdão
veiculado no Diário da Justiça de 25 de março de 1994.

HC N. 73.705
RELATOR : MIN. FRANCISCO REZEK
EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERPRETAÇÃO DE
DECISÃO DO STJ. INCOMPETÊNCIA DO STF.
O habeas corpus não é sucedâneo de recurso próprio para se
determinar o alcance de decisão oriunda de outro tribunal.
Sobre isso, o tribunal de origem deve dar resposta. O STF
não está autorizado a interpretar decisão de outra corte.
Pedido não conhecido.
* noticiado no Informativo 87

HC N. 75.178
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS
CORPUS. AGRAVO. LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEI
7.210, DE 11.06.84). PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO.
I. - Aplicam-se ao agravo previsto no art. 197 da Lei de
Execução Penal (Lei 7.210/84) as disposições do CPP
referentes ao recurso em sentido estrito. Dessa forma, o
prazo para a interposição do referido recurso é de 5 (cinco)
dias (CPP, art. 586) e não de 10 (dez) dias, conforme previsto
na Lei 9.139/95, que alterou o Código de Processo Civil.
II. - H.C. deferido.
* noticiado no Informativo 86

HC N. 75.188
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. NULIDADES: FALTA DE
INTIMAÇÃO PESSOAL DO RÉU E DE SEU DEFENSOR
CONSTITUÍDO DA PAUTA DE JULGAMENTO;
OMISSÃO DA SENTENÇA QUANTO AO DIREITO DO
RÉU APELAR EM LIBERDADE.
Não há nulidade, por cerceamento de defesa, por não haver
sido realizada a intimação pessoal do paciente e de seu
defensor constituído da inclusão em pauta do processo para
julgamento da apelação. Nos julgamentos realizados perante
Tribunais, basta que a intimação ocorra pela publicação no
órgão oficial.
Nem, tampouco, cabe alegar-se nulidade ante a circunstância
de a sentença não haver expressamente declarado sobre o
direito de apelar em liberdade. Ora, se o paciente se
encontrava preso em razão de flagrante, não tinha o direito
de apelar solto. É entendimento pacífico no Supremo
Tribunal Federal o de ser "inaplicável o disposto no art. 594
do Código de Processo Penal a réu preso em flagrante ou
preventivamente" (HC 68.807, Rel. Min. Moreira Alves, RTJ
140/122).
Habeas Corpus indeferido.

HC N. 75.470
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL, PENAL E
PROCESSUAL PENAL.
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. REGIME DE
CUMPRIMENTO DE PENA: ART. 2º, § 1º, DA LEI Nº
8.072/90. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA: ART. 5º, INC.
XLVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
COISA JULGADA. "REFORMATIO IN PEIUS".
PROGRESSÃO: REQUISITOS.
"HABEAS CORPUS".
1. Na sentença condenatória o Juiz declarou a
inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90,
que impõe o cumprimento de pena, por crime nele previsto,
"integralmente em regime fechado". Entendeu o Magistrado
que tal imposição viola o princípio constitucional que trata
da individualização da pena (inc. XLVI do art. 5º da C.F.). E
por isso determinou que seu cumprimento fosse apenas
inicialmente em regime fechado.
2. Tal decisão transitou em julgado, pois não houve recurso
do Ministério Público.
3. Não podia, então, o acórdão que julgou a apelação,
interposta apenas pelo réu, alterar a sentença em seu
desfavor, como o fez, ao dizer que o "regime prisional
inicial fechado é obrigatório, nos termos da referida lei".
Incidiu, assim, em "reformatio in peius".
4. Pela mesma razão, não podiam o Juiz da Execução e o
acórdão proferido no Agravo concluir no caso, pelo
descabimento do pedido de progressão, com base no mesmo
§ 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, que o Juiz da condenação
declarara inconstitucional, para o efeito de admitir, em tese, a
futura progressão. E tudo com trânsito em julgado.
5. Não se trata de preservar, aqui, a orientação do Plenário
desta Corte, que considera constitucional o referido
dispositivo.
Trata-se, isto sim, de preservar a coisa julgada, pela qual
ficou o réu condenado a cumprir a pena em regime
inicialmente fechado e com a progressão a que
eventualmente vier a fazer jus.
6. Não cabe a esta Corte verificar, desde logo, se tais
requisitos subjetivos estão preenchidos.
7. "H.C." deferido, em parte, ou seja, apenas para anular-se
o acórdão impugnado, proferido no Agravo em execução nº
222.338, e determinar que se prossiga no julgamento, como
de direito, ou seja, com o exame da questão relativa ao
preenchimento, ou não, dos requisitos subjetivos para a
pretendida progressão, afastada, assim, no caso, diante das
peculiaridades, apenas a aplicação do § 1º do art. 2º da Lei nº
8.072/90.

HC N. 75.629
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
COMPETÊNCIA - HABEAS-CORPUS - ATO DE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Na dicção da ilustrada maioria
(seis votos a favor e cinco contra), entendimento em relação
ao qual guardo reservas, compete ao Supremo Tribunal
Federal julgar todo e qualquer habeas-corpus impetrado
contra ato de tribunal, tenha este, ou não, qualificação de
superior.
HABEAS-CORPUS - PERTINÊNCIA - ESTATUTO DA
CRIANÇA - INTERNAÇÃO. Estando em questão a
liberdade de ir e vir do adolescente, cabível é o habeas-
corpus, perquirindo-se até que ponto a providência
jurisdicional implica ato de constrangimento.
MENOR - LIBERDADE ASSISTIDA X INTERNAÇÃO. A
teor do disposto no § 2º do artigo 122 do Estatuto da Criança
e do Adolescente "em nenhuma hipótese será aplicada a
internação, havendo outra medida adequada". Exsurge
conflitante com o preceito ato de órgão revisor que, às
vésperas da entrevista final, decorrente de liberdade assistida
de seis meses, deferida pelo Juízo a partir de contato direto
com os envolvidos, substitua a medida pela internação na
FEBEM, olvidando pareceres positivos sobre a conduta do
adolescente, inclusive com retorno à escola.

HC N. 75.811
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO ESPECIAL.
EXERCÍCIO EFETIVO DA FUNÇÃO DE JURADO.
DIREITO ASSEGURADO ATÉ O TRÂNSITO EM
JULGADO DA DECISÃO CONDENATÓRIA.
O exercício da função de jurado assegura o direito à prisão
especial, que só cessa com o trânsito em julgado da
condenação (CPP, arts. 437 e 295, X).
Habeas corpus deferido.
* noticiado no Informativo 90

HC N. 75.861
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: OFICIAL DA POLÍCIA DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO, CONDENADO PELO CRIME DO ART. 303
DO CÓDIGO PENAL MILITAR. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL QUE CONSISTIRIA EM AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO NA DOSAGEM DA PENA E EM
OFENSA AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL, POR NÃO
HAVER PARTICIPADO DO SEU JULGAMENTO JUIZ-
AUDITOR.
A existência de Auditoria Militar sem que houvesse sido
criado o cargo de Juiz-Auditor constitui situação de fato
institucional equivalente à vacância que, conquanto suprível
por meio de Juiz de Direito Substituto, urge seja
regularizada, mediante iniciativa legislativa do Tribunal de
Justiça.
Nulidade inexistente.
Fundamentação suficiente para fixação da pena no dobro do
mínimo legal.
Habeas corpus indeferido.
* noticiado no Informativo 91

HC N. 75.925
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: "HABEAS-CORPUS". PRISÃO CIVIL DE
DEPOSITÁRIO INFIEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.
1- A Constituição proíbe a prisão civil por dívida, mas não a
do depositário que se furta à entrega de bem sobre o qual tem
a posse imediata, seja o depósito voluntário ou legal (art. 5º,
LXVII).
2- Os arts. 1º (art. 66 da Lei nº 4.728/65) e 4º do Decreto-lei
nº 911/69, definem o devedor alienante fiduciário como
depositário, porque o domínio e a posse direta do bem
continuam em poder do proprietário fiduciário ou credor, em
face da natureza do contrato.
3- A prisão de quem foi declarado, por decisão judicial,
como depositário infiel é constitucional, seja quanto ao
depósito regulamentado no Código Civil como no caso de
alienação protegida pela cláusula fiduciária.
4- Os compromissos assumidos pelo Brasil em tratado
internacional de que seja parte (§ 2º do art. 5º da
Constituição) não minimizam o conceito de soberania do
Estado-povo na elaboração da sua Constituição; por esta
razão, o art. 7º, nº 7, do Pacto de São José da Costa Rica,
("ninguém deve ser detido por dívida": "este princípio não
limita os mandados de autoridade judiciária competente
expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar") deve ser interpretado com as limitações impostas
pelo art. 5º, LXVII, da Constituição. Precedentes.
5- "Habeas-Corpus" indefiro.
MANDADO DE INJUNÇÃO N. 352
RELATOR : MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA : Mandado de Injunção. Aviso prévio
proporcional. Constituição, art. 7º, inciso XXI. Mandado de
injunção ajuizado por empregado despedido,
exclusivamente, contra a ex-empregadora. Natureza do
mandado de injunção. Firmou-se, no STF, o entendimento
segundo o qual o mandado de injunção há de dirigir-se
contra o Poder, órgão, entidade ou autoridade que tem o
dever de regulamentar a norma constitucional, não se
legitimando "ad causam", passivamente, em princípio, quem
não estiver obrigado a editar a regulamentação respectiva.
Não é viável dar curso a mandato de injunção, por
ilegitimidade passiva "ad causam", da ex-empregadora do
requerente, única que se indica como demandada, na inicial.
Mandado de injunção não conhecido.

MANDADO DE INJUNÇÃO N. 494


RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PROCESSUAL CIVIL.
MANDADO DE INJUNÇÃO. SERVIDORES DA
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO
GROSSO.
APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADES
INSALUBRES OU PERIGOSAS: ARTIGOS 5°, INC.
LXXI, E 40, § 1°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1988.
1. O § 1° do art. 40 da C.F. apenas faculta ao legislador,
mediante lei complementar, estabelecer exceções ao disposto
no inciso III, "a" e "c", ou seja, instituir outras hipóteses de
aposentadoria especial, no caso de exercício de atividades
consideradas penosas, insalubres ou perigosas.
2. Tratando-se de mera faculdade conferida ao legislador,
que ainda não a exercitou, não há direito constitucional já
criado, e cujo exercício esteja dependendo de norma
regulamentadora.
3. Descabimento do Mandado de Injunção, por falta de
possibilidade jurídica do pedido, em face do disposto no inc.
LXXI do art. 5° da C.F., segundo o qual somente é de ser
concedido mandado de injunção quando a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
4. Inexistindo, ainda, no ordenamento constitucional, o
pretendido direito, não é o Mandado de Injunção o
instrumento adequado para possibilitar sua criação.
5. Precedentes do S.T.F.
6. Questão de ordem que o Plenário resolve, não
conhecendo do Mandado de Injunção, pela impossibilidade
jurídica do pedido.

MS N. 22.183
RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO
CONTRA ATO DO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS
DEPUTADOS, QUE INDEFERIU, PARA FINS DE
REGISTRO, CANDITURA AO CARGO DE 3º
SECRETÁRIO DA MESA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO
DO ART. 8º DO REGIMENTO DA CÂMARA E DO § 1º
DO ART. 58 DA CONSTITUIÇÃO.
1. Ato do Presidente da Câmara que, tendo em vista a
impossibilidade, pelo critério proporcional, do
preenchimento de dois cargos da Mesa pelo mesmo partido,
defere, para fins de registro, a candidatura para o cargo de
Presidente e indefere para o de membro titular da Mesa.
2. Mandado de segurança impetrado para o fim de anular a
eleição da Mesa da Câmara e validar o registro da
candidatura ao cargo de 3º Secretário.
3. Decisão fundada, exclusivamente, em norma regimental
referente à composição da Mesa e indicação de candidaturas
para seus cargos (art. 8º).
3.1 O fundamento regimental, por ser matéria interna
corporis, só pode encontrar solução no âmbito do Poder
Legislativo, não ficando sujeito à apreciação do Poder
Judiciário.
3.2 Inexistência de fundamento constitucional (art. 58, § 1º),
caso em que a questão poderia ser submetida ao Judiciário.
4. Mandado de segurança não conhecido, por maioria de sete
votos contra quatro. Cassação da liminar concedida.

MS N. 22.322
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Mandado de segurança. Juiz classista. Decreto do
Exmo. Sr. Presidente da República que anulou decreto
anterior de nomeação para o exercício do cargo de Juiz
classista.
- Improcedência das alegações da impetração, porque,
quanto ao preenchimento dos requisitos legais para a
nomeação, os fatos são controvertidos; no tocante à falta de
motivação do ato impugnado, ela não ocorre; no concernente
ao requisito para a posse de Juiz classista, a alegação não é
pertinente ao ato impugnado que diz respeito à anulação de
nomeação e não à de posse; e no que diz respeito a ato
jurídico perfeito que não podia ser desfeito sem direito ao
contraditório e à ampla defesa, é de aplicar-se a parte inicial
da súmula 473 desta Corte, além de não haver elementos nos
autos para se saber se houve, ou não, exercício de direito de
defesa.
Mandado de segurança indeferido.

RMS (AgRg-EDv) N. 22.016


RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Embargos de divergência: cabimento
exclusivamente contra decisões proferidas em recurso
extraordinário: descabimento contra acórdão de Turma que
julgou recurso ordinário em mandado de segurança;
inexistência, de qualquer sorte, da divergência alegada.

AG (AgRg) N. 133.983
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
E M E N T A: RECURSO TRABALHISTA -
RECONHECIMENTO DE SUA DESERÇÃO - DEPÓSITO
RECURSAL EFETUADO IRREGULARMENTE -
INOBSERVÂNCIA DO ART. 899 DA CLT -
INEXISTÊNCIA DE SUPORTE LEGAL PARA A
CONCESSÃO DE PRAZO ADICIONAL PARA O SEU
RECOLHIMENTO - INOCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO
AOS PRECEITOS INSCRITOS NO ART. 5º, II, XXXV E
LV DA CF - INCOGNOSCIBILIDADE DO APELO
EXTREMO NA HIPÓTESE DE CONFLITO INDIRETO
COM O TEXTO CONSTITUCIONAL - AGRAVO
REGIMENTAL IMPROVIDO.
- A pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
firmou-se no sentido de que não se alça ao plano
constitucional o tema relativo à deserção em matéria
trabalhista, eis que, em tal situação, inexiste ofensa direta e
frontal ao texto da Constituição. Precedentes.
A resolução da controvérsia em sentido desfavorável a uma
das partes não traduz ausência de prestação jurisdicional.
Precedentes.

AG (AgRg) N. 194.366
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL,
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO INSTITUÍDO EM
BENEFÍCIO DAS CENTRAIS ELÉTRICAS
BRASILEIRAS S.A. (ELETROBRÁS). LEIS NºS 4.156/62
E 7.181/83. ART. 34, § 12, DO A.D.C.T. DA C.F. DE 1988.
1. O Plenário do S.T.F. firmou entendimento no sentido de
que o preceito constitucional transitório (art. 34, § 12 do
A.D.C.T.), ao preservar a exigibilidade do empréstimo
compulsório em questão, manteve, também, expressamente,
a legislação de regência, ou seja, a Lei 4.156/62, com as
alterações posteriores, até o exercício de 1993, como
previsto no art. 1º da Lei 7.181/83.
2. Precedentes.
3. Agravo improvido.

MS (AgRg) N. 22.919
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL.
MANDADO DE SEGURANÇA: DECISÃO DO
PLENÁRIO DO S.T.F., DE SUAS TURMAS OU DE
RELATOR: NÃO CABIMENTO.
I. - Não cabe mandado de segurança contra decisão do
Plenário do Supremo Tribunal Federal, de suas Turmas ou de
Relator, de índole jurisdicional.
II. - Precedentes do S.T.F.
III.- Agravo não provido.
* noticiado no Informativo 90

RE (AgRg) N. 191.771
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA
IMPETRADO COM O FITO DE AFASTAR A CONDIÇÃO
IMPOSTA PELA AUTORIDADE COATORA DE SÓ
PERMITIR A ENTRADA EM EXERCÍCIO DA
NOMEADA APÓS O PARECER DA COMISSÃO
PERMANENTE DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE SUSTENTA A
TESE DA VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL DA
ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGOS E
EMPREGOS PÚBLICOS. DEFICIÊNCIA DE SUA
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF.
1. O Tribunal de origem concedeu o writ por entender
abusiva a condição imposta pela autoridade coatora de só
permitir a entrada em exercício da nomeada e empossada
após o parecer da Comissão Permanente de Acumulação de
Cargos.
2. O recurso extraordinário interposto, sem atentar para o
objeto da ação mandamental, sustenta vedação constitucional
para a acumulação remunerada de cargos e empregos
públicos, restando incólume o aresto proferido.
3. Se a decisão recorrida era extra-petita fazia-se necessário
o impulso da parte interessada para adequar o julgamento ao
pedido inserto na exordial.
Agravo regimental não provido.

RE N. 174.476
RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. MARCO AURÉLIO
IMUNIDADE - IMPOSTOS - LIVROS - JORNAIS E
PERIÓDICOS - ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA "D",
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A razão de ser da
imunidade prevista no texto constitucional, e nada surge sem
uma causa, uma razão suficiente, uma necessidade, está no
interesse da sociedade em ver afastados procedimentos,
ainda que normatizados, capazes de inibir a produção
material e intelectual de livros, jornais e periódicos. O
benefício constitucional alcança não só o papel utilizado
diretamente na confecção dos bens referidos, como também
insumos nela consumidos com são os filmes e papéis
fotográficos.
* noticiado no Informativo 46

RE N. 194.342
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ICMS. PRODUTOS SEMI-ELABORADOS.
ART. 155, § 2º, X, A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E
34, § 8º, DO ADCT/88. CONVÊNIO ICMS 66/88.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 205.634-
1, fixou orientação no sentido de que o suprimento da
omissão do legislador federal, na elaboração da lei
complementar a que se refere a Carta Federal, por normas
fixadas mediante convênio celebrado pelos Estados, tem
expressa autorização no § 8º do art. 34 do ADCT/88, não
conflitando com a Carta Política, no que preserva a
competência privativa da União e a imunidade para os
produtos industrializados exportados prevista no art. 155, §
2º, X, a.
Recurso extraordinário não conhecido.

RE N. 204.143
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA:- Aposentados e pensionistas (ex-Deputados e
seus dependentes) da previdência parlamentar (em extinção)
do Estado do Rio Grande do Norte.
Incompatibilidade, com os limites estabelecidos nos artigos
27, § 2º, e 37, XI, ambos da Constituição, da pretensão de
ver adicionada parcela resultante do pagamento aos
deputados em atividade, da denominada "verba de gabinete",
à base de cálculo do benefício, que já alcançava (por si só) a
proporção de 75% do valor do subsídio dos parlamentares
federais.

RHC N. 74.035
RELATOR : MIN. FRANCISCO REZEK
EMENTA: RECURSO DE HABEAS CORPUS.
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. APELAÇÃO EM
LIBERDADE. PENDÊNCIA DE RECURSOS SEM
EFEITO SUSPENSIVO. ORDEM DE PRISÃO:
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. FIANÇA: PRESTAÇÃO
A QUALQUER TEMPO. ORDEM PARCIALMENTE
CONCEDIDA.
I - O benefício da apelação em liberdade não se aplica aos
recursos extraordinário e especial, já que eles não têm efeito
suspensivo. A ordem de prisão, na hipótese, não ofende o
princípio da presunção de inocência (artigo 5º-LVII da CF).
Precedentes do STF.
II- Enquanto não transitar em julgado a decisão
condenatória, a fiança preenchidos os requisitos legais pode
ser prestada a qualquer tempo. Precedentes do STF.
Ordem parcialmente concedida.

ADInMC N. 1.691-7 (Republicado por haver saído com


incorreção no DJ do dia 28.11.97)
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido de
liminar. Decisão nº 819/96 do Plenário do Tribunal de
Contas da União nos autos do Processo nº TC-007.925-4.
- As decisões do Tribunal de Contas da União proferidas em
consultas têm caráter normativo e constituem prejulgamento
da tese, nos termos do § 2º do artigo 1º da Lei nº 8.443/92.
São, portanto, atos normativos.
- Relevância da argüição de inconstitucionalidade da
acumulação de proventos e vencimentos, quando a
acumulação de vencimentos não é permitida na atividade.
Precedentes do Plenário do S.T.F.
- Conveniência da concessão da liminar.
Medida liminar deferida para suspender a eficácia, "ex tunc",
da Decisão nº 819/96 prolatada pelo Plenário do Tribunal de
Contas nos autos do Processo nº TC-007.925/96-4, até o
julgamento final da presente ação direta de
inconstitucionalidade.
* noticiado no Informativo 90

Acórdãos publicados: 399


BOAS FESTAS! O INFORMATIVO STF VOLTA A
CIRCULAR EM FEVEREIRO DE 1998.

Assessores responsáveis pelo Informativo


Maria Ângela Santa Cruz Oliveira
Márcio Pereira Pinto Garcia

informativo@stf.gov.br

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