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Manual de operação:
KIT DE TRANSFERÊNCIA
DE CALOR
2

Feito por, Revisado por, Revisado por,

Diego Luiz Fernandes


Júlio César Carvalho
Weslley Saimom
Yara França

Sob supervisão de, Sob supervisão de, Sob supervisão de,


Prof. Nilton Pereira Prof. Prof.

Em janeiro/2015 Em Em
3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LABORATÓRIO DE TERMOCIÊNCIAS

MANUAL DE PROCIDIMENTOS

KIT DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

MANAUS-AM
4

Sumário

1. Manual de instalação do programa Pilot ...................................................... 6

2. Unidade de Serviço de Transferência de Calor (TE6/EV).......................... 14

2.1. Descrição da unidade.......................................................................... 15

2.2. Instruções de funcionamento .............................................................. 17

3. Condução de calor - TE6A/EV ................................................................... 18

3.1. Instruções de Uso ............................................................................... 21

3.2. Experimentos ...................................................................................... 22

3.2.1. Condução térmica estacionária .................................................... 22

3.2.2. Demonstração da Lei de Fourier .................................................. 25

3.2.3. Demonstração da resistência de contato ...................................... 27

3.2.4. Cálculo da Condutividade Térmica ............................................... 29

3.3 Determinação da condutividade térmica de um material isolante ........... 31

3.4 Determinação da influência da área da superfície sobre a transferência


de calor ......................................................................................................... 31

4. Radiação.................................................................................................... 32

4.1. Testes experimentais com radiômetro ................................................ 34

4.1.1. Experimento: Lei de Stefan-Boltzmann ........................................ 34

4.1.2. Experimento: Intensidade radiante ............................................... 35

4.1.3. Experimento: Emissividade de superfícies radiantes.................... 36

4.1.4. Experimento: Emissividade afetando a temperatura da superfície 37

4.1.5. Experimento: Energia radiante ..................................................... 39

4.1.6. Experimento: acabamento da superfície diferente........................ 40

4.1.7. Experimento: Experimento de Kirchhoff ....................................... 40

4.2. Testes experimentais com Luxômetro................................................. 41

4.2.1. Experimento: Iluminação de uma superfície ................................. 41


5

4.2.2. Experimento: Lei do cosseno de Lambert para a luz .................... 41

4.2.3. Experimento: Lei da absorção de Lambert ................................... 42

5. Convecção e Radiação .............................................................................. 44

5.1. Instruções de operação ....................................................................... 46

5.2. Testes experimentais com radiômetro ................................................ 47

5.2.1. Experimento: Transferência de calor a várias temperaturas ........ 47

5.2.2. Experimento: Convecção forçada ................................................. 48

5.2.3. Experimento: Coeficiente de transferência local de calor ............. 49


6

1. Manual de instalação do programa Pilot


O Programa Pilot é responsável pela aquisição de dados do Kit de
transferência de calor que será explicado nos próximos itens.
1º) Insira o CD de instalação do Pilot para Windows

2º) Na pasta de arquivos do CD, clique duas vezes no instalador


“autorun.exe”.
7

3º) Após permitir a instalação, a caixa de diálogo abaixo irá aparecer.


Selecione o idioma para prosseguir com a instalação.

4º) Uma caixa de diálogo irá aparecer. Clique em “Next” para prosseguir com
a instalação.
8

5º) Selecione o local onde o programa ficará salvo. Clique em “Next” para
prosseguir com a instalação.

6º) Selecione a pasta de arquivos onde o programa ficará salvo. Clique em


“Next” para prosseguir com a instalação.
9

7º) Uma caixa de diálogo irá aparecer, indicando que o programa está pronto
para a instalação. Clique em “Finish” e instale o programa.

8º) Uma nova caixa de diálogo aparecerá, indicando que o programa foi
instalado com sucesso. Click em “Finish”.
10

9º) Após a instalação do programa no idioma desejado, prossiga para a


instalação das plantas.

10º) Após permitir a instalação, a caixa de diálogo abaixo irá aparecer.


Click em “Next”.
11

11º) Selecione o local onde as plantas instaladas serão salvas. Click em


“Next” e prossiga com a instalação.

12º) Uma caixa de diálogo aparecerá indicando que as plantas estão


prontas para serem instaladas. Click em “Finish” e instale-as.
12

13º) Em seguida abra o programa Pilot e selecione a guia “Plants”.

14º) Selecione a opção “Parameters” e uma caixa de diálogo aparecerá.


13

15º) Configure os parâmetros para que ocorra comunicação entre o


programa e a unidade de serviço de transferência de calor TE6/EV.
Após selecionar os parâmetros conforme a imagem abaixo click em
“OK”.

Após seguir passo a passo as etapas citadas anteriormente o


programa está pronto para o uso. Conecte o computador à unidade de
serviço de transferência de calor e acompanhe em tempo real os dados
registrados durante os experimentos.
14

2. Unidade de Serviço de Transferência de Calor (TE6/EV)

O equipamento modelo TE6/EV é uma unidade de serviço que pode ser


conectada a uma ampla gama de acessórios para estudar os três principais
métodos de transferência de calor: condução, convecção e irradiação.

Esta unidade de serviço fornece a alimentação elétrica necessária e inclui


os sistemas de medida para os parâmetros que determinam a velocidade de
transferência de calor nos três métodos.

A unidade pode ser fornecida com interface que inclui software de


aquisição de dados para Windows mod. SI-TE6/EV: isso permite realizar
experimentos a partir do PC.

Figura 1: Unidade de Serviço de Transferência de Calor (TE6/EV).


15

2.1. Descrição da unidade

A unidade de serviço consiste em uma caixa de aço inoxidável, deve ser


colocada sobre uma mesa.

Figura 2: Parte traseira da unidade de serviço.

Onde,

1: Interruptor com LED na parte traseira permite ligar e desligar a unidade.

2: Saída de corrente contínua (OUTPUT1) fornece a alimentação para os


acessórios.

3: Saída variável de 0 a 48 V (OUTPUT2) para controlar alguns componentes


incluídos nos acessórios.

4: Saída variável de 0 a 24 V (OUTPUT3) para o aquecedor do acessório a ser


analisado.

Figura 3: Parte frontal da unidade de serviço.


16

Com um Variac, número 1 da Figura 3, alimenta-se o acessório conectado


à saída OUTPUT3 na parte traseira da unidade, com uma tensão de alimentação
de 0 a 24 V cc.

A tensão fornecida é indicada na tela, número 2 da Figura 3, com uma


resolução de 0,01 V. Do mesmo modo, a corrente é indicada na tela. A escala
de medida vai de 0 a 10 A, com resolução de 0,01 A. Para alterar os parâmetros
na tela, número 2, aperte as teclas:

Por meio das teclas é possível também visualizar o valor dos demais
parâmetros de interesse:

• Radiação térmica R, quando a unidade mod. TE6C/EV, incluindo um


radiômetro, está conectada ao jack R, número 5, a escala de medida vai
de 0 a 100% do fundo de escala do radiômetro (em W/m², com resolução
de 0,01%;
• Intensidade luminosa L, quando a unidade mod. TE6C/EV, incluindo um
luxômetro, está conectada ao Jack L, número 6, a escala de medida vai
de 0 a 100% do fundo de escala do luxômetro (Lux), com uma resolução
de 0,01%;
• Velocidade do ar U, quando a unidade mod. TE6D/EV e TE6F/EV,
incluindo um anemômetro, está conectada ao Jack U, número 7, a escala
de medida vai de 0 a 100% do fundo de escala do anemômetro (m/s),
com uma resolução de 0,01%;
• Vazão de água de resfriamento F, quando a unidade mod. TE6A/EV e
TE6B/ EV, incluindo um rotâmetro (opcional), está conectada ao jack F,
número 8, a escala de medida vai de 0 a 100% do fundo de escala do
rotâmetro (l/h), com uma resolução de 0,01%;
• Saída auxiliar percentual (OUTPUT2) que pode ser controlada pelo
potenciômetro (3) apertando as teclas na tela, número 4, pode-se
visualizar o valor das: temperaturas de T1 a T12 com uma resolução de
0,1°C, quando os termopares dos acessórios estão conectados aos jacks
(T1-T12).
17

2.2. Instruções de funcionamento

• Conecte a unidade de serviço a um acessório


• Ligue o interruptor do LED, número 1.
• Gire o seletor do Variac, número 1, para “controle da tensão”, para
controlar a tensão de OUTPUT3 de 0 a 24 V
• Leia na tela a tensão fornecida à resistência, número 2.
• Gire o seletor do potenciômetro, número 3, para “Aux Out”, para controlar
a tensão de OUTPUT2 de 0 a 48 V
• Leia na tela a tensão fornecida para OUTPUT2, número 2.

Como a resistência é alimentada com corrente contínua (cc), a potência da


alimentação fornecida será o resultado da multiplicação dos valores de “V” e de
“I”: Potência (W) = Tensão (V) x Corrente (I)

Por exemplo, se V = 10 V e I = 2,5 A, então P = 25,0 W.

• Leia na tela os valores de temperatura detectados pelos termopares T1 –


T1, número 4, usando as teclas
• Quando o radiômetro da unidade mod. TE6C/EV estiver conectado ao
Jack “R”, o valor da irradiação de calor pode ser lido na tela, número 2,
usando as teclas
• Quando o luxômetro da unidade mod. TE6C/EV estiver conectado ao Jack
“L”, o valor da intensidade luminosa pode ser lido na tela, número 2,
usando as teclas
• Quando o anemômetro das unidades mod. TE6D/EV e TE6E/EV estiver
conectado ao Jack “U”, o valor da velocidade do ar pode ser lido na tela,
número 2, usando as teclas
• Quando o rotâmetro das unidades mod. TE6A/EV e TE6B/EV estiver
conecta- do ao Jack “F”, o valor da vazão de água de resfriamento pode
ser lido na tela, número 5, usando as teclas
18

3. Condução de calor - TE6A/EV


Figura 4 Bancada Condução de Calor Linear. Figura 5: Condução de calor forma linear.

Esse acessório foi projetado para estudar a equação de Fourier em um


sistema unidimensional em condições estacionárias. Esta unidade inclui uma
seção de aquecimento (1) e uma seção de resfriamento (3), que podem trabalhar
juntas, sozinhas ou interpondo seções intercambiáveis (2).

A seção de aquecimento consiste em um cilindro de latão de 25 mm de


diâmetro com resistência de cartucho instalada em uma extremidade; este
elemento de aquecimento é alimentado com baixa tensão, com saídas de 60 W
24 V cc e com um termostato de segurança.

A alimentação fornecida ao elemento aquecedor pode ser controlada a


partir da unidade de serviço TE6/EV.

Os três termopares (T1, T2 e T3) estão dispostos ao longo da seção


térmica a intervalos regulares de 15 mm, para medir o gradiente de temperatura
ao longo da seção.

A seção de resfriamento consiste em um cilindro de latão com 25 mm de


diâmetro, resfriado a água, que passa através de uma cavidade interna.
19

Os três termopares (T6, T7 e T8) estão dispostos ao longo da seção de


resfriamento a intervalos regulares de 15 mm, para medir o gradiente de
temperatura ao longo da seção.

Um regulador de pressão (PR1) com filtro incorporado reduz os efeitos


das variações de pressão na água de resfriamento.

Por meio de uma válvula (V1), pode-se variar a impulsão de água de


resfriamento, superando a capacidade operacional de 0 a 100 litros/h; a medida
dessa capacidade não é essencial, porém pode ser efetuada por um sensor
opcional conectado à unidade de serviço TE6/EV.

As seções de aquecimento, de resfriamento e as intermediárias estão


arranjadas de maneira coaxial dentro dos cilindros de material plástico, para
reduzir ao mínimo as dispersões e evitar queimaduras ao operador.

As seções intermediárias podem ser introduzidas entre as seções de


resfriamento e a de aquecimento apenas uma a uma.

Usando os dois cursores metálicos e dois seletores de aperto, é possível


conectar as duas seções principais sem usar seções intermediárias.

As seções intermediárias podem incluir dois termopares separados por uma


distância de 15 mm.

Este equipamento inclui também quatro seções intermediárias com


diferentes amostras metálicas:

• Latão: cilindro de latão com 30 mm de comprimento e 25 mm de diâmetro,


com dois compartimentos para termopares à distância de 15 mm; quando
é acoplado entre as seções de aquecimento e de resfriamento, cria-se
uma espessa parede de material e seção transversal uniformes com oito
termopares a intervalos regulares de 15 mm. A condutividade térmica do
latão pode ser considerada 121 W/m∙°C a temperaturas típicas de
funcionamento da unidade mod. TE6A/EV
• Aço inoxidável AISI 316: cilindro de aço de 30 mm de comprimento e 25
mm de diâmetro, com dois compartimentos para termopares a intervalos
de 15 mm; para demonstrar o efeito de uma alteração da condutividade
20

térmica sobre a transferência de calor. A condutividade térmica do aço


pode ser considerada equivalente a 25 W/m∙°C a temperaturas típicas de
funcionamento da unidade mod. TE6A/EV
• Alumínio: cilindro de alumínio de 30 mm de comprimento e 25 mm de di-
âmetro, com dois compartimentos para termopares a intervalos de 15 mm;
para demonstrar o efeito de uma alteração da condutividade térmica sobre
a transferência de calor. A condutividade térmica do latão pode ser
considerada equivalente a 180 W/m∙K a temperaturas típicas de
funcionamento da unidade mod. TE6A/EV
• Latão: cilindro de latão de 30 mm de comprimento e 13 mm de diâmetro,
com dois compartimentos para termopares a intervalos de 15 mm; para
demonstrar o efeito de uma alteração da seção transversal sobre a
transferência de calor. A condutividade térmica do alumínio pode ser
considerada equivalente a 121 W/m∙K a temperaturas típicas de
funcionamento da unidade mod. TE6A/EV.

Os valores de condutividade térmica citados acima são aproximados, já


que essa grandeza depende da composição específica do material e da
temperatura.

O equipamento inclui também um conjunto de pasta térmica que Poe ser


aplicada às faces adjacentes às seções, para reduzir os gradientes de
temperatura nas juntas. Os testes sem essa pasta mostram um baixo contato
aquecedor entre as duas faces, devido à porosidade da superfície e às
imperfeições do material.

A pasta pode ser aplicada entre os termopares e o metal para obter um


bom contato térmico.

A seção de aquecimento inclui um termostato de segurança: se a tensão


for muito alta e a temperatura T1 alcançar 100 °C, a corrente do elemento
aquecedor é desconectada até que ela caia. Nesse caso, a tela mostra a tensão,
porém não a corrente.

A tensão fornecida ao elemento aquecedor deve ser regulada de modo


que a temperatura T1 seja no máximo igual a 90 °C.
21

3.1. Instruções de Uso

O acessório mo. TE6A/EV pode ser conectado diretamente à unidade


mod. TE6/EV.

Coloque o acessório mod. TE6A/EV ao lado da unidade TE6/EV, sobre


uma mesa apropriada.

Coloque uma pequena quantidade de pasta térmica na borda dos


termopares.

Introduza os termopares da unidade TE6/EV nos orifícios ao longo das


seções do mod. TE6A/EV

Reduza a tensão de saída da unidade TE6/EV a zero

Conecte o plugue da seção de aquecimento no jack OUTPUT3, que está


na parte posterior da unidade mod. TE6/EV

Conecte o redutor de pressão à rede de água com o tubo de borracha e


com os terminais metálicos fornecidos com o equipamento: requer-se uma capa-
cidade de 100 l/h e uma pressão máxima de 1 bar.

Conecte a saída de água de resfriamento a um dreno adequado ou a um


depósito usando o tubo de borracha e os terminais metálicos fornecidos com o
equipamento.

Ligue o interruptor principal com LED da unidade TE6/EV.

Regule a vazão da água de resfriamento a aproximadamente 100 litros/h


usando o redutor de pressão (PR1) e a válvula V1. Calcule a vazão usando um
recipiente com um volume conhecido e um cronômetro:

Vazão = volume recolhido (litros) / tempo (minutos)

• Desloque o interruptor da unidade TE6/EV à posição T1 para visualizar a


temperatura na borda da seção de aquecimento.
22

• Desloque o outro interruptor à posição V e regule a tensão a, por exemplo,


12 V, com o seletor (controle da tensão).
• A temperatura T1 aumentará progressivamente junto com as outras
temperaturas: as mesmas, em condições de estabilidade, comportam-se
da seguinte maneira: T1 > T2 > T3 > T4 > T5 > T6 > T7 > T8.
• Quando terminar o experimento, regule o seletor de controle da tensão ao
valor zero.
• Espere até que a temperatura T1 desça ao nível da temperatura ambiente,
e então feche a água de resfriamento.
• Desconecte o acessório mod. TE6A/EV da rede de água e descarregue a
água da seção de resfriamento.
• Retire a pasta térmica das seções de aquecimento, resfriamento e
intermediárias, usando um pano suave.

3.2. Experimentos

3.2.1. Condução térmica estacionária

A equação de Fourier afirma que, para dois planos com espessura Δx e


área A, entre os quais há uma diferença de temperatura ΔT, o fluxo térmico Q
(taxa temporal de transferência de calor, em unidades de potência) resultante é
dado pela seguinte equação:

Aqui, k é a condutividade térmica do material desse plano.

A equação de Fourier pode ser usada para acompanhar ΔT e Δx e para


comparar os resultados teóricos com os dados experimentais.

Δ𝑇 (1)
𝑄 =𝑘∙𝐴∙
Δ𝑥

• Acople diretamente as seções de aquecimento e resfriamento (introduza


o anel de plástico fornecido para reduzir a dispersão térmica entre as duas
seções), colocando uma fina camada de pasta térmica no metal/interface
de metal.
23

• Regule a tensão a 10 V.
• Espere que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores: um
𝑑𝑇1
critério para a condição de estabilidade poderia ser ≤ 0,2℃.
𝑑𝑡

• Aumente a tensão a 14 V.
• Espere até que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores.
• Aumente a tensão a 18 V.
• Espere até que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores.

Tabela 1: Tabela de dados

Volts
Ampéres
T1 (°C)
T2 (°C)
T3 (°C)
T6 (°C)
T7 (°C)
T8 (°C)
F (l/h)
IMPORTANTE: a distância entre os termopares é de 0,015 m

Calcule:
𝑄 = 𝑉 ∙ 𝐼(𝑊) (2)

𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 = 𝑇1 − 𝑇3 (3)

𝑇𝑓𝑟𝑖𝑜 = 𝑇6 − 𝑇8 (4)

Para cada condição de estabilidade.


Aplicando a lei de Fourier, calcule os valores teóricos de Δx e compare-
os com os dados experimentais.
• Compare os valores de Tcalor e Tfrio para os mesmos valores de fluxo
térmico.
• Compare os valores de Tcalor e Tfrio para valores de fluxo térmico
diferentes.
• Desenhe um gráfico com os valores de temperatura com respeito à
posição, e faça a interpolação linear dos dados.
24

Figura 6: Perfil de temperaturas

Observe que os perfis das temperaturas são linhas retas com coeficiente an-
gular diretamente proporcional ao fluxo térmico Q; calcule o coeficiente angular
(m) de cada reta e verifique que:

𝑄 (5)
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑚

Conclusões: este experimento demonstra que a diferença de


temperatura entre dois pontos em um plano cria um fluxo de calor e que a
temperatura varia linearmente com a distância; para um plano com
condutividade térmica e seção constantes, o gradiente de temperatura é
diretamente proporcional ao fluxo térmico.
25

3.2.2. Demonstração da Lei de Fourier

A lei de Fourier afirma que, se duas faces de um plano com espessura Δx e


com área A, à diferença de temperatura ΔT, o fluxo térmico (taxa temporal de
transferência de calor) é dado pela seguinte equação:

Δ𝑇 (1)
𝑄 =𝑘∙𝐴∙
Δ𝑥
Aqui, k é a condutividade térmica do material desse plano.

A medida do perfil de temperaturas para diferentes valores do fluxo


térmico Q permite usar a equação de Fourier para calcular o valor da
condutividade térmica do material.

• Acople a seção de latão entre as seções de aquecimento e de


resfriamento, aplicando uma fina camada de pasta térmica no
metal/interface de metal.
• Regule a tensão a 10 V.
• Espere que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores: um
𝑑𝑇1
critério para a condição de estabilidade poderia ser ≤ 0,2℃
𝑑𝑡

• Aumente a tensão a 12 V.
• Espere até que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores.
• Aumente a tensão a 14 V.
• Espere até que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores.

Tabela 2: Tabela de dados

Volts
Ampéres
T1 (°C)
T2 (°C)
T3 (°C)
T6 (°C)
T7 (°C)
T8 (°C)
F (l/h)
IMPORTANTE: a distância entre os termopares é de 0,015 m
26

𝑄 = 𝑉 ∙ 𝐼(𝑊) Fluxo térmico

π ∙ D2int
𝐴= Seção transversal da amostra
4
Δ𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 = 𝑇1 − 𝑇3 Grad. de temperatura na seção de
aquecimento
𝚫𝒙𝟏𝟑 ∙ 𝑸 Condutividade na seção de aquecimento
𝒌𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒆 =
𝑨𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒆 ∙ 𝚫𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒

Δ𝑇𝑖𝑛𝑡 = 𝑇4 − 𝑇5 Grad. de temperatura na seção


intermediária
𝚫𝒙𝟒𝟓 ∙ 𝑸 Condutividade na seção de intermediaria
𝒌𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒆 =
𝑨𝒊𝒏𝒕 ∙ 𝚫𝑇𝑖𝑛𝑡
Δ𝑇𝑓𝑟𝑖𝑜 = 𝑇6 − 𝑇8 Grad. de temperatura na seção
resfriamento
𝚫𝒙𝟔𝟖 ∙ 𝑸 Condutividade na seção de resfriamento
𝒌𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒆 =
𝑨𝒊𝒏𝒕 ∙ 𝚫𝑇𝑖𝑛𝑡

Para cada condição de estabilidade:

• Compare os valores de condutividade térmica do latão para os mesmos


valores de fluxo térmico
• Compare os valores de condutividade térmica do latão para valores de
fluxo térmico diferentes
• Desenhe um gráfico com os valores de temperatura com respeito à
posição, e faça a interpolação linear dos dados.

Figura 7: Fluxo de calor


27

Observe que os perfis de temperatura são linhas retas com coeficiente


angular diretamente proporcional ao fluxo térmico Q.

• Calcule a condutividade térmica média usando o coeficiente angular (m)


das linhas retas e do fluxo térmico Q.

𝑄 (6)
𝑘=
𝐴∙𝑚

• Compare os valores conseguidos com os que foram obtidos


anteriormente para cada seção.

Conclusões: este experimento mostra que a lei de Fourier pode ser


usada para acompanhar a temperatura, o fluxo térmico e a distância em função
da condutividade térmica em uma amostra de material sólido com seção
constante. Quando aumenta o fluxo térmico, aumenta também o gradiente de
temperatura.

3.2.3. Demonstração da resistência de contato

A resistência à transferência de calor na interface entre os materiais é


chamada resistência de contato. Essa resistência resulta, principalmente, da
porosidade da superfície: as zonas de contato entre os dois materiais estão
repletas de interstícios cheios de ar.
28

Figura 8: Fluxo de calor entre duas superfícies A e B

A transferência de calor pela interface é a soma das contribuições da


condução através das zonas de contato e à condução, convecção e/ou irradiação
através dos interstícios. Para superfícies porosas, a zona de contato com a
interface é pequena, e a resistência mais elevada se deve aos interstícios.
A resistência de contato para unidades de superfície pode ser definida
como a relação entre a diferença de temperatura na interface (força motriz) e o
fluxo térmico por unidade de área (Q/A):

(𝑇𝐴 − 𝑇𝐵 )
𝑅=
𝑄 (7)
𝐴

A resistência de contato entre os materiais pode ser reduzida:


• Reduzindo a rugosidade da interface
• Aumentando a pressão na interface
• Usando um material de alta condutividade térmica (pasta térmica) entre
os interstícios
• Repita o experimento 3.2 limpando atentamente a seção de interface de
aquecimento/amostra enquanto se aplica a pasta térmica à seção de
interface de resfriamento/amostra.
• O ajuste dos dados pode ser usado para extrapolar as temperaturas nas
interfaces.
29

3.2.4. Cálculo da Condutividade Térmica

Se a diferença de temperaturas entre as faces da seção intermediária for


medida para um fluxo térmico determinado, a condutividade da amostra
poderá ser calculada usando a equação de Fourier:

𝛥𝑥𝑖𝑛𝑡 ∙ 𝑄
𝑘𝑖𝑛𝑡 =
𝐴𝑖𝑛𝑡 ∙ (𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑇𝑓𝑟𝑖𝑜 ) (8)

Figura 9: Fluxo de calor o material quente e o frio

Δxint = 0,03 m

A temperatura da face quente será inferior a T3 e poderá ser calculada


com a seguinte fórmula:

𝑇2 − 𝑇3 (9)
𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑇3 −
2

A temperatura da face fria será superior a T3 e poderá ser calculada


com a seguinte fórmula:

𝑇6 − 𝑇7 (10)
𝑇𝑓𝑟𝑖𝑎 = 𝑇6 −
2

• Acople a seção intermediária de alumínio entre a seção de aquecimento


e a de resfriamento, aplicando uma fina camada de pasta térmica no
metal/interface de metal.
30

• • Regule a tensão a 10 V.
• • Espere até que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores.
• • Aumente a tensão a 12 V.
• • Espere até que as temperaturas se estabilizem e regule seus valores.

Tabela 2: Tabela de dados.

Volts
Ampéres
T1 (°C)

T2 (°C)

T3 (°C)

T6 (°C)

T7 (°C)

T8 (°C)

F (l/h)

Comprimento da amostra de alumínio: xint = 0,03 m


Diâmetro da mostra de alumínio: Dint = 0,025 m

Calcule:

𝑄 = 𝑉 ∙ 𝐼(𝑊) Fluxo térmico

π ∙ D2int
𝐴= Seção transversal da amostra
4
𝑻𝟐 − 𝑻𝟑 Temperatura da face quente da amostra
𝑻𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒆 = 𝑻𝟑 −
𝟐
𝑻𝟔 − 𝑻𝟕 Temperatura da face fria da amostra
𝑻𝒇𝒓𝒊𝒂 = 𝑻𝟔 −
𝟐
Δ𝑇 = 𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑇𝑓𝑟𝑖𝑜 Grad. de temperatura na seção
intermediária
𝚫𝒙𝒊𝒏𝒕 ∙ 𝑸 Condutividade na seção de resfriamento
𝒌𝒊𝒏𝒕 =
𝑨𝒊𝒏𝒕 ∙ (𝑻𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒆 − 𝑻𝒇𝒓𝒊𝒐 )
31

Para cada condição de estabilidade.


• Compare os valores de condutividade térmica obtidos para diferentes
valores de fluxo térmico.
• Desenhe um gráfico com os valores de temperatura com respeito à
posição, e faça a interpolação linear dos dados.
• Extrapole os valores de temperatura de Tquente e de Tfria do gráfico
• Observe que o gradiente de temperatura diminui na seção intermediária
porque a condutividade aumenta.
• Compare o valor da condutividade térmica obtido com o que havia sido
previamente calculado.

Conclusões: comente o efeito da precisão da medida e da perda de calor sobre


o seu resultado para cada seção.

3.3 Determinação da condutividade térmica de um material isolante


Execute as mesmas operações do exercício 3.4 usando a amostra de aço
inoxidável como seção intermediária. s temperaturas na interface são calculadas
por extrapolação. Calcule o valor da condutividade térmica do aço inoxidável.
Observe que o gradiente de temperatura aumenta na seção intermediária
porque a condutividade térmica diminui.

3.4 Determinação da influência da área da superfície sobre a transferência


de calor

Execute as mesmas operações do exercício 3.2 usando a amostra de


diâmetro reduzido como seção intermediária.

• Compare a distribuição de temperaturas, nas mesmas condições de


operação, com a da amostra de diâmetro maior.
32

4. Radiação
Figura 10: Equipamento para experimentos de radiação.

A lei de Stefan-Boltzmann afirma que


𝑞𝑏 = 𝜎 ∙ (𝑇𝑠4 − 𝑇𝛼4 ) (12)
Onde:
𝑞𝑏 : energia irradiada por um corpo negro por unidade de área (W/m2)
𝑞𝑏 : constante de Stefan-Boltzmann (56,7 x 10-9 Wm-2K-4)
𝑇𝑠 : temperatura da superfície da placa aquecida (K)
𝑇𝑎 : temperatura do meio, incluindo o radiômetro (K)
Se a distância entre a fonte quente e o radiômetro for fixada, a leitura no
radiômetro será relacionada à radiação emitida pela placa por meio de um fator
constante F.
𝑞𝑟 (12)
𝐹=
𝑞𝑏

𝑞𝑟 : radiação recebida pelo radiômetro


O fator F deve ser constante se a relação de Stefan-Boltzmann for
satisfeita, ou seja, se a energia irradiada por um corpo negro por unidade de área
variar com a quarta potência da temperatura.
A grandeza F recebe o nome de fator de forma.
33

Com relação à intensidade da radiação, se a superfície escura da placa


aquecida for considerada um corpo negro, a radiação emitida pela placa (qb)
deve ser dada pela equação 11.
A radiação recebida pelo radiômetro (qb) é relacionada à radiação emitida
pela fonte (qb) por meio de um fator de forma F definido como a fração de energia
emitida por unidade de tempo por uma superfície interceptada pela outra
superfície. Nesse caso obtém-se:
𝑞𝑟 = 𝐹 ∙ 𝜎 ∙ (𝑇𝑠4 − 𝑇𝛼4 ) (13)

Figura 11: Detectores de temperatura.

Se 𝑟𝑑 é o raio do detector, 𝑟𝑠 é o raio da fonte e ssd é a distância entre as


duas superfícies, o fator de forma F é dado por:

2𝜋 ∙ 𝑟𝑑2 (14)
𝐹𝑠𝑑 =
𝑟𝑠2 + 𝑟𝑑2 + 𝑠𝑠𝑑
2
+ √(𝑟𝑠2 + 𝑟𝑑2 + 𝑠𝑠𝑑
2 )2
− 4 ∙ 𝑟𝑠2 ∙ 𝑟𝑑2

Esse fator de forma F depende apenas de fatores geométricos.

Para emissividade de superfícies radiantes, tem-se

𝑞𝑏 = 𝜉 ∙ 𝐹 ∙ 𝜎 ∙ (𝑇𝑠4 − 𝑇𝛼4 ) (15)

Onde,

𝜉: é a emissividade da superfície radiante, que é igual a 1 para um corpo negro.

Se uma placa preta ou cinza for colocada em um suporte apropriado entre


a superfície radiante e o radiômetro, e considerando que a placa não seja
circular, mas quadrada, o fator de forma se alterará.
34

Nesse caso, a emissividade da placa colocada entre a fonte aquecedora


e o radiômetro é igual a:

𝑅 (16)
𝜉=
𝐹 ∙ 𝜎 ∙ (𝑇𝑠4 − 𝑇𝛼4 )
Onde,

R é a leitura do radiômetro.

4.1. Testes experimentais com radiômetro

4.1.1. Experimento: Lei de Stefan-Boltzmann

• Coloque o radiômetro à distância de 900 mm da placa aquecida (use a


escala graduada na lateral do trilho).
• Usando o potenciômetro graduado na traseira do aquecedor, ajuste a
temperatura da placa, considerando que a faixa de temperatura é de 0 a
240 °C, o que corresponde à faixa de 0 a 100%.
• Espere até que a temperatura da placa aquecida se estabilize.
• Quando a temperatura da placa estiver quase estável, mova o radiômetro
a 300 mm da placa, movendo o carrinho.
• Registre o dado quando a leitura do radiômetro e a temperatura estiverem
estáveis.
• Agora mude a temperatura, usando o potenciômetro.
• Espere que o sistema se estabilize.
• Quando a temperatura da placa estiver quase estável, mova o radiômetro
a 300 mm da placa, movendo o carrinho.
• Quando a leitura do radiômetro e a temperatura estiverem estáveis,
adquira o próximo conjunto de dados experimentais.
• Mova o radiômetro para longe da placa aquecida, até o final do trilho (para
evitar o aquecimento do radiômetro).
• Repita o procedimento, aumentando a temperatura da placa aquecida a
passos de 24 °C até chegar a 240 °C (o radiômetro deve ser deslocado
35

da fonte de calor e colocado a 300 mm para cada leitura, evitando o


sobreaquecimento).
• Após registrar os dados, mova o radiômetro para a extremidade do trilho
mais afastada da placa, e ajuste o potenciômetro a 0%.
• Preencha a tabela a seguir.

Tabela 3: Tabela de dados para experimento de Lei de Stefan-Boltzmann.

𝑇𝑎 % 𝑇𝑠 𝑄𝑏 𝑄𝑟 F

Onde,
𝑇𝑎 : é a temperatura ambiente % é o percentual do potenciômetro
𝑇𝑠 : é a temperatura da superfície da placa aquecida
𝑄𝑏 : é a energia emitida pela placa aquecida
𝑄𝑟 : é a leitura do radiômetro
F é o fator de forma

4.1.2. Experimento: Intensidade radiante


• Coloque o radiômetro à distância de 900 mm da placa aquecida.
• Usando o potenciômetro graduado na traseira do aquecedor, ajuste a
temperatura da placa a um valor fixo.
• Registre a distância entre aquecedor e radiômetro.
• Registre os dados quando a leitura do radiômetro e a temperatura da
placa estiverem estáveis.
• Mova o radiômetro 100 mm em direção à placa aquecida.
• Registre os dados de distância.
• Quando a leitura do radiômetro e a temperatura estiverem estáveis,
proceda às próximas medidas.
• Repita o procedimento a passos de 100 mm, até que o radiômetro esteja
a 200 mm da fonte de calor.
36

Nota: Quando o radiômetro é colocado a menos de 200 mm da placa aquecida,


a placa fica completamente dentro do campo de visão do radiômetro. Qualquer
resultado obtido quando x é menor do que 200 mm não dará resultado
satisfatório, já que o fator de forma fica fixado pela abertura do radiômetro, e não
pela variação da posição da placa aquecida.

• Após tomar as últimas medidas, mova o radiômetro para a extremidade


mais afastada do trilho (para longe da placa), e ajuste a temperatura a
zero.
• Compare os valores de Qr calculados com as leituras obtidas com o
radiômetro Rc e verifique a consistência.

4.1.3. Experimento: Emissividade de superfícies radiantes


• Coloque o radiômetro à distância de 900 mm da placa aquecida.
• Conecte o suporte de placa ao carrinho e coloque-o a 70 mm da placa
aquecida.
• Coloque a placa preta no suporte à menor distância com relação à placa
aquecida.
• Conecte o termopar da placa preta à unidade de serviço.
• Ajuste a temperatura do aquecedor a um valor fixo usando o
potenciômetro.
• Quando a temperatura da placa preta estiver quase estável, mova o
radiômetro a 200 mm da placa preta.
• Registre a distância entre a placa aquecida e a placa preta, bem como a
distância entre a placa preta e o radiômetro.
• Quando a leitura do radiômetro e as temperaturas estiverem estáveis,
registre os dados.
• Mova ao radiômetro para longe da placa aquecida, em direção ao final do
trilho.
• Coloque a placa cinza no lugar da placa preta, e conecte-a ao termopar.
• Quando a temperatura da placa cinza estiver estável, mova o radiômetro
a 200 mm da placa cinza.
37

• Introduza a distância da placa quente à placa cinza, e a distância da placa


cinza ao radiômetro.
• Quando a leitura do radiômetro e as temperaturas estiverem estáveis,
tome a próxima série de dados experimentais.
• Mova o radiômetro para longe da placa aquecida, na extremidade do trilho
(para evitar o aquecimento do radiômetro).
• Repita o procedimento usando a placa polida.
• Após registrar as últimas leituras, mova o radiômetro para o final do trilho
(para longe da placa aquecida) e ajuste a temperatura a zero.
• Verifique que a temperatura da fonte de calor muda quando placas de
diferentes emissividades são dispostas em frente a ela.
• Com esse experimento, é possível determinar a emissividade da placa
cinza e da placa polida a partir da emissividade da placa preta,
considerada igual a 1.
• De fato, vale a seguinte relação:

𝑅 (17)
𝜉=
𝐹 ∙ 𝜎 ∙ (𝑇𝑠4 − 𝑇𝛼4 )

Com essa relação, supondo que a emissividade da placa preta seja igual
a 1, é possível determinar o fator de forma F, a partir dos valores medidos pelo
radiômetro e as temperaturas da placa e do ambiente.
Substituindo a placa preta pela placa cinza e pela polida, podem-se
determinar suas emissividades, considerando que o fator de forma F permanece
constante.

4.1.4. Experimento: Emissividade afetando a temperatura da superfície

• Coloque o radiômetro à distância de 900 mm da placa aquecida.


• Conecte o suporte de placas ao carrinho e ajuste-o de modo que o suporte
colocado mais à esquerda fique a 70 mm da placa aquecida.
• Ajuste a temperatura de aquecimento usando o potenciômetro.
38

4.1.4.1. Experimento 1

• Quando a temperatura da placa preta estiver estável, mova o radiômetro


até que esteja a 200 mm da placa preta.
• Registre a distância da placa aquecida ao radiômetro.
• Quando as leituras do radiômetro e as temperaturas estiverem estáveis,
registre os dados.
• Mova o radiômetro para longe da placa aquecida, na extremidade oposta
do trilho, para evitar sobreaquecimento do radiômetro.

4.1.4.2. Experimento 2

• Coloque a placa preta entre a fonte de calor e o radiômetro, na abertura


mais à esquerda do suporte de placa, e conecte-o ao termopar.
• Quando a temperatura da placa preta estiver estável, coloque o
radiômetro à distância de 200 mm.
• Registre as distâncias entre a placa aquecida e a placa preta, bem como
a distância entre a placa preta e o radiômetro.
• Quando a leitura no radiômetro e as temperaturas estiverem estáveis,
tome a próxima série de dados experimentais.
• Mova o radiômetro para longe da placa aquecida, para a extremidade do
trilho.
• Repita o procedimento acima, usando a seguinte configuração.

Tabela 4: Testes para emissividade afetando a temperatura da superfície.

Teste Abertura 1 Abertura 2 Abertura 3


1 Placa preta Placa polida
2 Placa preta Placa preta
3 Placa preta Placa preta
4 Placa preta Placa polida Placa preta
5 Placa polida
6 Placa polida
7 Placa polida Placa preta
39

• Após tomar as últimas medidas, mova o radiômetro para o fim do trilho


(para longe da placa aquecida) e ajuste a temperatura de aquecimento
para zero.
• Compare os resultados obtidos em cada teste e explique as diferenças
em termos de combinações de emissividades. A emissividade de uma
superfície afeta a transferência de calor da superfície ou na superfície, de
modo que afeta a transferência de calor para/de superfícies adjacentes.

4.1.5. Experimento: Energia radiante


• Coloque o carrinho com o radiômetro à distância de 900 mm da placa
aquecida.
• Coloque o suporte de placas com abertura no carrinho à esquerda, e
posicione-o a 200 mm da fonte de calor.
• Ajuste a temperatura do aquecedor a um valor fixo, usando o
potenciômetro.
• Coloque a placa com abertura no suporte de placas, e ajuste uma abertura
de 75 mm.
• Quando a temperatura estiver estável, posicione a placa com abertura à
distância de 200 mm da fonte de calor, com a parte de cortiça do lado do
radiômetro.
• Una as placas dentro do suporte de placas.
• Coloque o radiômetro a 300 mm da placa aquecida, espere que o
radiômetro se estabilize e proceda à aquisição do dado.
• Aumente de 5 mm a abertura.
• Espere que a leitura do radiômetro se estabilize e então registre os dados.
• Repita o procedimento movendo a abertura a passos de 5 mm, até que a
leitura do radiômetro permaneça constante.
• Após tomar as últimas medidas, ajuste a porcentagem de aquecimento a
zero e afaste o radiômetro da fonte de calor.
• Faça um gráfico do fator de forma F vs. tamanho da abertura W.
40

4.1.6. Experimento: acabamento da superfície diferente

• Coloque a placa rugosa entre a fonte de calor e o radiômetro na abertura


mais à esquerda do suporte de placas.
• Quando a temperatura da placa rugosa se estabilizar, mover o radiômetro
a 200 mm da mesma.
• Registrar as distâncias entre a placa aquecida e a placa rugosa, e a
distância entre a placa rugosa e o radiômetro.
• Quando a leitura do radiômetro e as temperaturas estiverem estáveis,
tomar as medidas.
• Coloque agora a placa lisa no suporte, no lugar da placa rugosa, e registre
as temperaturas e o valor do radiômetro.
• Afaste o radiômetro da placa aquecida, até a extremidade do trilho.
• Verifique como, com distâncias iguais, o acabamento superficial influi na
absorção e na emissividade de energia radiante.

4.1.7. Experimento: Experimento de Kirchhoff

• Coloque a placa preta redonda na superfície da placa quente.


• Leia a porcentagem exibida no radiômetro e a temperatura ambiente
exibida no termopar, e anote esses valores.
• Aqueça a placa quente e espere até que a temperatura se estabilize.
• Adquira os dados da temperatura da placa quente e o valor do radiômetro,
e preencha a tabela.
• Varie a temperatura da placa quente e repita todas as medidas.
• Agora coloque a placa redonda branca na superfície da placa aquecida,
e repita todo o procedimento.
• Por fim, posicione a placa de metal polido na superfície da placa quente
e repita todo o procedimento.
• Prepare as tabelas abaixo para as superfícies pintadas de preto e branco,
e superfícies de metal polido.
41

Tabela 5: Superfície pintada de preto e branco, e metal polido.

T (K) 𝑇 4 − 𝑇04 (𝐾 4 ) R (%)

4.2. Testes experimentais com Luxômetro

4.2.1. Experimento: Iluminação de uma superfície

• Coloque a fonte luminosa na extremidade mais à esquerda do trilho, e


assegure-se de que a fonte luminosa esteja a 0° com relação ao trilho.
• Coloque o carrinho com o luxômetro a 100 mm da fonte luminos.
• Quando a leitura do luxômetro estiver estável, registre o valor.
• Ajuste uma tensão para a fonte luminosa.
• Quando a leitura de luminosidade ficar estável, anote o dado.
• Mova o luxômetro até ficar a 200 mm da fonte luminosa.
• Quando a leitura de luminosidade ficar estável, tome os próximos dados
experimentais.
• Repita o procedimento, movendo o luxômetro a passos de 100 mm até
que ela fique a 900 mm da fonte luminosa.
• Quando as últimas leituras tiverem sido registradas, ajuste o controle de
tensão para zero (desligar a luz).

4.2.2. Experimento: Lei do cosseno de Lambert para a luz

• Coloque o carrinho com o luxômetro a 200 mm da fonte luminosa


• Quando a leitura do luxômetro estiver estável, registre o valor.
• Ajuste uma tensão fixa para a fonte luminosa.
• Vire a fonte luminosa no sentido anti-horário, até que a posição angular
em relação ao luxômetro seja de -90°.
42

• Quando a leitura L ficar estável, anote o dado.


• Vire a fonte luminosa no sentido horário a passos de 10°, começando de
-90° até +90°; espere até que a leitura se estabilize e registre o dado.
• Retorne à posição de 0° e então repita a leitura, movendo a fonte de luz
no sentido anti-horário.
• Quando as últimas leituras tiverem sido registradas, ajuste o controle de
tensão para zero.
• Verifique que os resultados seguem a relação do cosseno.

4.2.3. Experimento: Lei da absorção de Lambert

• Coloque o luxômetro à distância de 200 mm da fonte luminosa.


• Quando a leitura do luxômetro ficar estável, registre o dado.
• Fixe uma tensão de controle para a fonte luminosa.
• Coloque um filtro dentro do porta-filtro e registre o dado no momento em
que a luminosidade se estabilizar.
• Repita o procedimento para as seguintes condições:

Tabela 6: Experimentos para Lei de absorção de Lambert.

Experimento Filtro 1 Filtro 2 Filtro 3


1 Filtro fino
2 Filtro médio
3 Filtro escuro
4 Filtro fino Filtro fino
5 Filtro médio Filtro médio
6 Filtro escuro Filtro escuro
7 Filtro fino Filtro médio Filtro escuro

• Quando as últimas leituras tiverem sido registradas, ajuste o controle de


tensão para zero
• Verifique a lei de Lambert da absorção, que estabelece o seguinte:
A intensidade luminosa (If) do raio, pós passar pelo filtro absorvedor, é
dada por
43

𝐼𝑓 = 𝐼0 ∙ 𝑒 −𝛼𝑡 (18)

Onde,
𝐼0 : é a intensidade luminosa do raio incidente (lux)
𝐼𝑓 : é a intensidade luminosa após passar pelo filtro (lux)
𝑡: é a espessura do filtro (m)
𝛼: representa o poder de absorção do material do filtro.
44

5. Convecção e Radiação
Figura 12: Equipamento para experimento da combinação de convecção e radiação.

Essa unidade foi projetada para estudar a transferência de calor de uma


superfície sólida para o ambiente ao redor, o que, na prática, ocorre por
convecção e irradiação.

Aqui, a superfície sólida consiste em um cilindro horizontal, que é


aquecido eletricamente e inserido no tubo de alimentação de um ventilador
centrífugo. A transferência de calor pode ocorrer por convecção livre ou forçada,
dependendo se o ventilador está desligado ou ligado, respectivamente.

Medindo a temperatura da superfície do cilindro e a potência elétrica


aplicada, é possível estudar o efeito combinado da convecção e da irradiação, e
comparar os valores experimentais com os teóricos.

A baixas temperaturas, a convecção prevalece no mecanismo de


transferência de calor; a altas temperaturas, predominará a irradiação. Além
disso, será demonstrado o aumento da transferência de calor com a convecção
forçada (ventilador ligado).
45

Figura 13: Desenho esquemático do equipamento.

O equipamento é constituído de: ventilador centrífugo (4) equipado com


um tubo de alimentação vertical (3), dentro do qual é inserida uma resistência
elétrica cilíndrica (1), em cuja superfície é colocado um termopar K (T10).

O tubo de alimentação tem um diâmetro interno de 73 mm e tem um


anemômetro (2) para medir a velocidade do vento antes da resistência e uma
conexão para inserção do termopar (T9) do mod. TE6/EV.

O termopar T9 mede a temperatura do ar antes do cilindro aquecido; o


termo- par T10 é colocado na superfície do cilindro aquecido para medir a
temperatura da superfície.

A resistência tem diâmetro de 10 mm, uma área aquecida de 70 mm e


uma potência de 100 W a 24 V; a tensão baixa garante uma operação segura.

Ela pode ser rotacionada para mudar a posição do termopar e determinar


o desempenho de temperatura na superfície da unidade aquecida.

Temperatura máxima de operação: (T10) nunca deve exceder 500 °C.

A velocidade do ar no tubo pode ser controlada variando o grau de


abertura da válvula que se encontra na aspiração do ventilador.
46

5.1. Instruções de operação


• Coloque o equipamento próximo à unidade TE6/EV, sobre uma mesa
apropriada.
• Conecte o plugue dos termopares T9 (fornecido com o mod. TE6/EV) e
T10 aos soquetes correspondentes na unidade TE6/EV.
• Conecte o plugue do anemômetro à entrada correspondente (U) na
unidade TE6/EV.
• Reduza a tensão de saída da unidade TE6/EV a zero.
• Conecte o plugue da resistência ao soquete OUTPUT 3 na traseira da
unidade TE6/EV.
• Conecte o plugue de alimentação do ventilador do mod. TE6/EV ao
soquete OUTPUT1 na traseira da unidade TE6/EV.
• Ative a unidade TE6/EV, apertando o interruptor luminoso situado na parte
traseira.
• Use as teclas de setas na parte superior do mostrador da unidade TE6/EV
para ver a tensão de saída e ajustá-la, por exemplo, a 12 V, usando o
potenciômetro correspondente.
• Use as teclas de setas na parte inferior do mostrador da unidade TE6/EV
para ver as temperaturas T9 e T10.

Nota: a potência fornecida à resistência é obtida por: Potência (Q) = Tensão (V)
x Corrente (I).
• Escolha uma posição angular do termopar T10, girando o suporte branco
de teflon.
• Ative o ventilador centrífugo usando o seletor da caixa de controle do mod.
TE6D/EV.
• A velocidade do ar (U) no duto de alimentação pode ser lida na parte
superior do mostrador da unidade TE6/EV, usando as teclas de setas.
• Para alterar a velocidade do ar, mova a válvula situada na aspiração do
ventilador.
• Ao final do experimento, reduza a tensão a zero.
• Quando a temperatura T10 ficar próxima à temperatura ambiente,
desligue o ventilador da unidade mod. TE6/EV.
• Desconecte a unidade mod. TE6/EV da rede elétrica.
47

5.2. Testes experimentais com radiômetro

5.2.1. Experimento: Transferência de calor a várias temperaturas

O objetivo do experimento é comparar a contribuição da convecção e da


irradiação para a troca térmica a diferentes temperaturas, mostrando a
predominância de taxas de troca térmica com convecção natural, hcn, a baixas
temperaturas, e a predominância de taxas de troca térmica com irradiação, hr, a
altas temperaturas.

• Coloque o termopar T10 a 90°, girando a base de teflon.


• Ajuste a tensão a 5 V.
• Quando a temperatura estiver estável, tome nota dos valores T9, T10 e I.
• Repita o experimento com tensão maior: 10, 15 e 20 V. Não use tensões
maio- res do que 20 V quando o ventilador estiver desligado (convecção
natural), para evitar danos à resistência de aquecimento.
• Ao final do teste, reduza a tensão a zero.
• Para realização do experimento, construir a seguinte tabela.

Tabela 7: Tabela para o experimento Transferência de calor a várias temperaturas

Tensão (V)
Corrente (A)
𝑄𝑡𝑜𝑡 (W)
T9 (°C)
T10 (°C)
𝑈𝑎 (m/s)

• Para cada valor de V, calcule Qtot, Qcn, Qr, hcn e hr.

Note que, a baixas temperaturas (em geral, menores do que 230 °C), a taxa de
transferência térmica para convecção natural, hcn, é maior do que a para irradia-
ção, hr. Já a altas temperaturas (em geral, maiores do que 230 °C), a taxa de
trans- ferência térmica para convecção natural, hcn, é menor do que para
48

irradiação, hr. A temperaturas maiores do que 400 °C, o efeito da irradiação


diminui.

• Desenhe um diagrama de hc e hr versus Ts = T10 + 273,15. No mesmo


gráfico, indique a porcentagem de calor que foi transferida por convecção
e por irradiação. Compare os valores de Qc e Qr.

5.2.2. Experimento: Convecção forçada

O objetivo deste experimento é determinar o efeito da convecção forçada


sobre a transferência de calor a partir de superfícies, com diferentes velocidades
do ar e diferentes temperaturas.
• Posicione o termopar T10 a 90°, girando a base de teflon.
• Ligue o ventilador, usando o seletor relativo.
• Regule a velocidade do ar para 1 m/s, usando a válvula de aspiração.
• Ajuste a tensão a 20 V.
• Quando a temperatura se estabilizar, tome notas dos valores de T9, T10
e de I.
• Repita o experimento aumentando os valores de U: 2, 3, 4, 5, 6 e 7 m/s
• Ao terminar o experimento, reduza a tensão a zero e desligue o ventilador.
• Utilizar a tabela abaixo.

Tabela 8: Tabela para o experimento de convecção forçada.

Tensão (V)
Corrente (A)
𝑄𝑡𝑜𝑡 (W)
T9 (°C)
T10 (°C)
𝑈𝑎 (m/s)

• Para cada valor de U, calcule Qtot, Qcf, Qr, hf e hr.


• Compare o valor de Qtot calculado com o valor medido de Qin (V x I).
• Compare os valores de hf e hr.
49

• Faça um gráfico de T10 vs. Uc.


• Faça um gráfico de Nu vs. Re.
• Verifique que a temperatura Ts decresce quando a velocidade do ar
aumenta, para um mesmo valor de Qin.
• Verifique que a temperatura Ts decresce mais rapidamente quando a
velocidade do ar aumenta desde baixas velocidades, e mais
vagarosamente a altas velocidades.

5.2.3. Experimento: Coeficiente de transferência local de calor

O objetivo deste experimento é demonstrar que o perfil de temperatura ao


longo da circunferência do cilindro não é constante.

De fato, a taxa de transferência varia conforme a posição na superfície do


cilindro.

O cilindro pode ser girado, para colocar o termopar em diferentes posições


angulares. A temperatura é registrada conforme cada posição angular.

Figura 14 :Perfil de temperatura.

Por causa do tamanho pequeno do cilindro e da instalação do termopar,


os valores experimentais não podem ser comparados com os de leitura.
Entretanto, a variação de temperatura pode ser notada.

Perda total de calor no cilindro: Qtot = Qf + Qr

• Ligue o ventilador, usando o seletor relativo.


50

• Regule a velocidade do ar a 1,0 m/s, usando a válvula de aspiração.


• Ajuste a tensão a 20 V.
• Quando a temperatura se estabilizar, tome nota dos valores de T9, T10 e
de I.
• Gire o cilindro de aproximadamente 30° e repita a medida.
• Repita a operação até completar meia volta (180°); para esse ângulo, o
termo- par ficará acima do cilindro.
• Ajuste a velocidade do ar para 5,0 m/s e repita o exercício.
• Reduza a tensão a zero ao final do experimento, e desligue o ventilador.
• Utilize a tabela abaixo.

Tabela 9: Tabela para o experimento de Coeficiente de transferência local de calor.

Tensão (V)
Corrente (A)
𝑄𝑡𝑜𝑡 (W)
T9 (°C)
T10 (°C)
𝑈𝑎 (m/s)

• Faça um gráfico de T10 vs. θ para todos os valores de Ua.


• Note que a temperatura Ts varia pela superfície do cilindro. Como as taxas
de transferência são funções de Ts, a taxa de transferência local também
variará ao longo da superfície do cilindro. Assim, as taxas de transferência
são valores médios.

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