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80 RAZÕES PORQUE O C RISTÃO NÃO

PODE PERDER A SALVAÇ ÃO


OBS: Com reservas, pois não sou calvinista extremado e nem moderado; vejo melhor o
Evangelho do ponto de vista Armínio-Wesleyano; evito o arminianismo extremado.

“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do


mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua
presença” – Efésios 1:4.

INTRODUÇÃO

Certa vez, Charles Spurgeon disse:


Uma expiação universal é como uma ponte de
grande largura com somente metade de um arco, ela
não cruza o rio: Chega somente à metade do
caminho, ela não pode assegurar a salvação de
ninguém.
Acredito que 80 razões são suficientes para que o
crente tenha segurança convicta na salvação.
Apenas uma promessa de Deus, somente uma,
seria suficiente para que o crente, na Pessoa de
Cristo, descansasse e regozija-se em uma
esperança viva, mas com fé, temor e tremor, com o
máximo de fidelidade à sã doutrina. Vejamos, pois:
01) Gênesis 7:16 – Sendo a arca um tipo de Cristo
(1 Pedro 3:20, 21; Romanos 6:4), o crente está
seguro nEle (Colossenses 3:3; Apocalipse 3:7).
Fazendo um paralelo de Gênesis 7:16 com João
10:9 onde Cristo diz ser a porta das ovelhas,
podemos de forma metafórica, assim dizer que a
porta da arca também simbolizava Cristo.
A palavra grega usada para “porta” em João 10:9 é
“θύρα – thyra” que metaforicamente significa porta
através da qual as ovelhas entram e saem, nome
daquele que traz salvação para aqueles que seguem
a sua orientação, a porta do reino do céu
(semelhante a um palácio) denota as condições que
devem ser cumpridas a fim de ser recebido no reino
de Deus. Assim podemos afirmar que Jesus está
tipificado na porta da arca, não somente como a
“arca” que nos conduz seguro a salvação, mas a
entrada que nos leva a salvação. Por sua vez, Noé
cumpriu as orientações de Deus para sua própria
salvação, e a de seus entes queridos, assim todos
os crentes em Cristo recebeu de Deus o dom da
salvação em Cristo Jesus, assim tendo segurança e
salvação por meio de Seu sacrifício. (cf. Efésios 2:8,
9; Atos 16:31); (cf. NOTA).
NOTA: Jesus se referia aos vice pastores do
rebanho ou a todos os crentes? Favorável ao
primeiro ponto de vista está o fato de que entrar já
foi usado em relação ao pastor (v.1, 2). Além disso,
entrar e sair é uma familiar expressão do A.T.,
relacionada com a atividade do líder (1 Samuel
18:16; 2 Samuel 3:25). Apesar disso, a largura da
linguagem – alguém – e as palavras será salvo
favorecem uma referência inclusiva. No sentido
redentor a palavra salvar ocorre poucas vezes em
João (3:17; 5:34; 12:47). A liberdade do crente, em
contraste com a sua situação no Judaísmo, parece
estar indiretamente sugerida ao entrar e sair e sua
nova satisfação (achará pastagem) era uma bem
recebida mudança da aridez dos ensinamentos aos
quais estivera sujeito.
D. A Carson define o (v.9 – 10) da seguinte forma:
Barrett (p.371 – 373) provê uma lista impressionante
de expressões “porta” nas fontes judaicas, cristãs e
helenísticas. Mas a riqueza da lista derrota seu
propósito. Tudo o que se demonstra é que “porta” é
uma metáfora comum em várias religiões. Que
significado ela tem em qualquer passagem particular
deve ser determinado pelos parâmetros contextuais
e conceituais do texto à mão. Aqui, a idéia não é que
o pastor Jesus tira seu próprio rebanho de um curral
bastante misturado (v.1 – 5), mas que Jesus, a
porta, é o único meio pelo qual as ovelhas podem
entrar na segurança do curral (v.9a) ou na rica
forragem do pasto (v.9b). O pensamento é
semelhante a João 14:6: “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser
por mim”. Enquanto o ladrão vem apenas para
roubar, matar e destruir, Jesus vem para que
tenham vida, e a tenham plenamente. Essa é uma
forma proverbial de insistir que há somente um meio
de receber vida eterna (os sinóticos podem ter
preferido falar sobre entrar no reino, embora entrar
na vida também seja atestado neles); somente uma
fonte de conhecimento de Deus; somente uma fonte
de nutrição espiritual; somente uma base para a
segurança espiritual –, somente Jesus. O mundo
ainda procura seus salvadores humanísticos e
políticos – seus Hideres, Stalins, Maos e Pol Pots —
e, só muito tarde, fica-se sabendo que eles
confiscaram descaradamente propriedades privadas
(eles vieram “apenas para roubar”), cruelmente
espezinharam a vida humana (eles vieram “apenas
para […] matar”), e desdenhosamente atacaram
tudo que é valioso (eles vieram “apenas para […]
destruir”). Jesus tem razão. Não é a doutrina cristã
do céu que é o mito, e sim o sonho humanista de
utopia. Dentro do mundo metafórico, vida […]
plenamente sugere ovelhas gordas, saciadas e
vigorosas, não aterrorizadas por bandidos; fora do
mundo narrativo, ela significa que a vida que os
verdadeiros discípulos de Jesus desfrutam não deve
ser entendida como mais tempo para preencher
(meramente vida “eterna”), mas vida de qualidade
dificilmente imaginada, vida para ser vivida. E
tentador ver aqui uma alusão ao Salmos 118:20:
“Esta é a porta do Senhor, pela qual entram os
justos”. Certamente os versículos seguintes (118:22
– 24) são apropriadamente aplicados a Cristo em
outro lugar no Novo Testamento (Mateus 21:42; 2
Pedro 2:7).
Concluo afirmando que os justos pela fé (Romanos
1:17) viveram, entraram pela “porta” Jesus, e se
refugiaram na “arca” Jesus, imputados em sua santa
justiça consumada no Calvário.
02) Efésios 4:30 – O crente está selado no Espirito
Santo (Efésios 1:13; 2 Timóteo 2:19), e este selo é
inviolável e irrevogável (Ester 8:8; Daniel 6:12).
O termo grego para “fostes selados” é
“ἐσφραγίσθητε – esphragisthēte” que exprimi a ideia
de colocar um selo, marcar com um selo, selar por
segurança: de Satanás. A fim de provar, confirmar,
ou atestar algo, autenticar, provar o testemunho de
alguém: provar que ele é quem diz ser, ou seja,
confirmar o testemunho de um crente na pessoa de
Cristo, autenticar a salvação por meio de Jesus
Cristo, assegurando com uma marca (um selo) que
todos os crentes em Cristo estão livres das
acusações de Satanás para o Dia da redenção.
A palavra usada para redenção no grego é
“ἀπολυτρώσεως – apolytrōseōs” que significa uma
libertação efetuada pelo pagamento de resgate,
liberação obtida pelo pagamento de um resgate.
Os crentes serão libertados definitivamente do poder
do pecado e da morte, e terão suas entradas
liberadas no Reino dos céus pelo sacrifício de Jesus
na Cruz no Calvário. (cf. NOTA).
NOTA: E não entristeçais o Espírito de Deus. Aquilo
que entristece o Espírito Santo é pecado. O remédio
é a confissão (cons. 1 João 1:9). Embora o Espírito
Santo possa ser entristecido, Ele jamais abandona o
crente. Ele é o nosso selo. Fomos selados por Ele
para o dia da redenção (cons. Efésios 1:13). Ele é a
garantia de que a nossa redenção será completada.
03) 2 Coríntios 1:22 – O crente tem o penhor do
Espirito Santo como garantia segura e inabalável (2
Coríntios 5:5).
A palavra grega usada para “penhor” é “ἀρραβῶνα –
arrabōna” que descreve o Espírito Santo como o
penhor de nossas alegrias futuras e contentamento
no céu. O Espírito Santo nos dá um antegozo ou
garantia das coisas que acontecerão.
04) Gálatas 3:15 – Deus fez com o crente, na
pessoa de Abraão (Gálatas 3:29), uma aliança
irrevogável.
A palavra grega usada para testamento é “διαθήκην
– diathēkēn” onde aparece também em Hebreus
9:16 para identificar um testamento, ou vontade que
não tem autoridade legal até a morte da pessoa que
o fez, conforme ilustrado pela ratificação do primeiro
testamento do Sinai (cf. Êxodo 24:5 – 8). Da mesma
maneira, a morte de Cristo foi necessária para o
estabelecimento do Novo Testamento. (cf. NOTA).
NOTA: (v.15) Falo como homem. Esta é uma
expressão técnica, uma espécie de pedido de
desculpas. A imutabilidade dos arranjos divinos
estaria além de qualquer debate, mas Paulo acha
que é necessário discutir o assunto para tomar
inteiramente compreensível aos seus leitores.
Mesmo nos arranjos humanos, uma vez
confirmados, uma parte do convênio não pode, por
si mesmo, deixá-lo de lado como se não mais
vigorasse, nem pode lhe acrescentar algo como nos
testamentos. (v.26 – 29) Todos, tanto os gentios
como os judeus são bem recebidos na família de
Deus mediante a fé. E assim eles alcançam sua
posição em Cristo Jesus. Batizados em Cristo. O
batismo nas águas leva uma pessoa a desfrutar da
comunhão da Igreja, mas por trás desse feito jaz um
aspecto mais significativo do batismo – ser separado
pelo Espírito para viver em união com Cristo e o Seu
corpo (1 Coríntios 12:13). De Cristo vos revestistes.
O Senhor Jesus se torna o segredo e a esfera da
nova vida que é participada com outros crentes. Sois
um em Cristo Jesus. Filiação com Deus envolve
fraternidade em Cristo. Surge um novo homem nele
(Efésios 2:15). As costumeiras distinções e divisões
da vida desaparecem neste relacionamento. Estar
em Cristo Jesus, pertencendo-Lhe, faz-nos parte dos
descendentes de Abraão, uma vez que Cristo é essa
descendência, conforme já ficou declarado em
Gálatas 3:16, 19. Filiação faz do crente também um
herdeiro (Romanos 8:17).
A palavra pacto, concerto, aliança muitas vezes
ִ֣ ִ ‫ – ְּב ִר‬b êriyth”
usado nas Escrituras pela palavra “‫יתי‬
(Testamentum). Porque a palavra aliança é utilizada
para designar a relação estreita que Deus entrou
pela primeira vez com Noé (Gênesis 6:18; 9:9).
Depois com Abraão, Isaque e Jacó, e sua
posteridade (Levítico 26:42). Mas, sobretudo com
Abraão (Gênesis 15 e Gênesis 17), e depois por
meio de Moisés com o povo de Israel (Êxodo 24;
Deuteronômio 5:2; 29:1). Com esta última aliança os
israelitas são obrigados a obedecer à vontade de
Deus expressa e solenemente promulgada na Lei
mosaica, e Ele (Deus) o Todo-poderoso, lhes
promete a sua proteção e bênçãos de todos os tipos
neste mundo, mas ameaça transgressores com as
punições mais severas.
Assim, no Novo Testamento encontramos menção
de “αἱ πλάκες τῆς διαθήκης – As placas do pacto”
(‫הַ ְּב ִרית לּוחות‬, Deuteronômio 9:9, 15), as tábuas da
lei, em que os deveres do pacto foram inscritos
(Êxodo 20); “κιβωτός τῆς διαθήκης – Arca da
Aliança” (‫אֲ רון‬ ‫הַ ְּב ִרית‬, Deuteronômio 10:8;
Deuteronômio 31:9; Josué 3:6), a arca da aliança ou
lei, em que essas tabelas foram depositados,
Hebreus 9:4; Apocalipse 11:19; “διαθήκη περιτομῆς
– aliança da circuncisão”, a aliança da circuncisão,
fez com Abraão, cujo sinal e selo era a circuncisão
(Gênesis 17:10; Atos 7:8); de “τό αἷμα τῆς διαθήκης
– o sangue da aliança”, o sangue das vítimas, pelo
derramamento e aspersão do qual o pacto Mosaico
foi ratificado (Hebreus 9:20; Êxodo 24:8), de “αἱ
διαθῆκαι – os pactos, os acordos, os testamentos, os
convênios” um feito com Abraão, o outro por meio de
Moisés com os israelitas (Romanos 9:4). “αἱ διαθῆκαι
τῆς ἐπαγγελίας – as promessas” as obrigações às
quais a promessa de salvação através do Messias
foi anexada (Efésios 2:12). “συνθηκαι ἀγαθῶν
ὑποσχέσεων” para a salvação cristã é o
cumprimento das promessas divinas, anexo a esses
convênios, especialmente a que fez com Abraão
(Lucas 1:72; Atos 3:25; Romanos 11:27; Gálatas
3:17) onde “διαθήκη” é de Deus arranjo, ou seja, a
promessa feita a Abraão. Como o novo e muito mais
excelente vínculo de amizade que Deus no tempo do
Messias entraria em com o povo de Israel é
chamado “‫“ – ”חֲ ָד ָשה ְּב ִרית‬καινή διαθήκη – Novo
Testamento” (Jeremias 31:31) – Que promessa
divina Cristo fez (Hebreus 8:8 – 10; Hebreus 10:16)
– que encontramos nos N.T dois pactos distintas
faladas “δύο διαθῆκαι – Dois concertos” (Gálatas
4:24; Hebreus 9:15, 18, cf. 8:9) o último é
contrastada, como “καινή διαθήκη – Novo
Testamento” (Mateus 26:28; Marcos 14:24; 1
Coríntios 11:25; 2 Coríntios 3:6; Hebreus 8:8).
“κρείττων διαθήκη – Concerto mais útil, mais
vantajoso, mais aproveitável”, Hebreus 7:22;
“αἰώνιος διαθήκη”, Hebreus 13:20; e Cristo é
chamado “κρείττονος – mais útil, mais vantajoso,
mais aproveitável” ou “νέας διαθήκης μεσίτης – Um
novo mediador” (Hebreus 8:6; 9:15). Esta nova
aliança liga os homens a exercer fé em Cristo, e
Deus lhes promete graça e salvação eterna. Este
pacto Cristo estabeleceu e ratificou (validou ou
reafirmou algo que foi dito ou prometido) por sofrer
morte, e morte de Cruz, portanto, as frases “τό αἷμα
τῆς καινῆς διαθήκης – O sangue do Novo
Testamento” – “τό αἷμα τῆς διαθήκης – O sangue da
aliança” (Hebreus 10:29) – e “τό αἷμα μου τῆς
διαθήκης – O meu sangue da aliança, ou meu
sangue pelo derramamento de que a aliança é
estabelecida é a segurança do crente na pessoa e
sacrifício de Jesus Cristo. O crente está no “melhor
concerto”, pois é um Testamento Novo, definitivo e
eterno onde o testador, morreu e ressuscitou para
cumprir a Lei e a promessa já antes estabelecida
(Mateus 26:28; Marcos 14:24).
05) 1 Coríntios 11:25 – Deus fez com o crente, na
pessoa de Abraão, uma aliança incondicional,
selada com sangue (Jeremias 34:18, 19; Gênesis
15:12 – 21), e não com sapato (Rute 4:7, 8) ou com
sal (Números 18:19; Levítico 2:13).
06) Gênesis 17:7 – 10 – Deus fez com o crente, na
pessoa de Abraão, uma aliança unilateral (o
rompimento da aliança só seria possível se Deus
morresse).
07) Jeremias 31:31 – 33 – Mediante a nova aliança
(com sangue), o temor do Senhor é insuflado no
coração do crente (Jeremias 32:39, 40) para que
não se aparte de Deus (Hebreus 3:12; 8:8 – 13;
Ezequiel 36:26, 27).
08) Salmos 12:7 – O crente é guardado por Deus, do
mal que há no mundo.
09) Salmos 17:8 – O crente é guardado por Deus
como a menina dos Seus olhos.
10) Salmos 25:20 – A alma do crente é guardada por
Deus (Salmos 97:10).
11) Salmos 37:28 – O crente é preservado para
sempre.
12) Salmos 121:5 – 8 – O Senhor guarda o crente,
guarda a sua alma de todo o mal; guarda a sua
saída, guarda a sua entrada, e o guarda para
sempre.
13) Salmos 145:20 – O Senhor guarda os crentes
que O amam.
14) Jeremias 31:3 – O amor de Deus para com o
crente é eterno.
15) Jó 5:19 – O crente é guardado do mal (Salmos
91: João 17:9 – 26).
16) 1 João 5:18 – O crente é guardado do maligno (2
Tessalonicenses 3:3; Jeremias 31:11).
“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus
não está no pecado; aquele que nasceu de Deus o
protege, e o Maligno não o atinge”.
O termo grego para “[o] protege” é “τηρεω – tereo”
que expressa cuidado atento e sugere posse
presente, indica custódia segura e frequentemente
implica em ataque de fora [do Diabo], pode marcar o
resultado do qual “φυλασσω – phulasso” que
significa guardar de ser perdido ou de perecer,
cuidar para não escapar, guardar uma pessoa para
que permaneça segura, é o meio. A palavra grega
que descreve “[não o] atinge” é “ἅπτεται – haptetai”
que denota a ideia de tocar, assaltar ou atacar
alguém, e dessa investida do Diabo o crente está
seguro por Deus, em Jesus Cristo. (cf. NOTA).
NOTA: (v.18) “Sabemos”. Com conhecimento certo e
positivo. Não vive em pecado. Tempo presente,
pecado habitual. “O poder da intercessão para
vencer as consequências do pecado poderiam
parecer um encorajamento para uma certa
indiferença ao pecado” (Westcott; p.193). “A
condição da filiação divina é incompatível, não
simplesmente com o pecado para morte, mas com o
pecado de qualquer aspecto” (Plummer; p.125).
“Toca, atinge, ou detenha”. Aparece em João só em
João 20:17, e não significa um simples toque
superficial, mas um agarramento. Satanás não pode
agarrar e manter preso aquele que é nascido de
Deus.
Em 2 Tessalonicenses 3:3 em uma afirmativa diz
que o “Senhor é fiel, que confortará e guardará (o
crente) do maligno”. (cf. Satanás sabe quem são os
eleitos de Deus?).
A palavra grega para “guardará” é “φυλάξει –
phylaxei” que significa guardar ou vigiar, manter o
olhar sobre: para que não escape, guardar de ser
raptado, preservar seguro e sem distúrbio, guardar
de ser perdido ou de perecer. Por isso a afirmação
de Mateus em dizer “Pois se levantarão falsos
cristos e falsos profetas e apresentarão grandes
milagres e prodígios para, se possível, iludir até
mesmo os eleitos”. Se possível, por que não há
possibilidade de um eleito ser iludido, engando pelos
mensageiros de Satanás. (cf. 2 Tessalonicenses 2:9
– 11; Apocalipse 13:13, 14; 2 Timóteo 2:19).
As palavras gregas “φυλάξει – phylaxei” e “τηρεω –
tereo” expressam o mesmo significado, são termos
sinônimos.
17) Judas 24 – O crente é guardado para não
tropeçar (1 Samuel 2:9; Isaías 63:13).
“Àquele que é poderoso (Deus) para impedi-los de
cair e para apresentá-los diante da sua glória sem
mácula e com grande alegria” – Judas 1:24.
O termo “para impedi-los – ou seja, manter seguro
de tropeçar” no grego é descrito pela mesma palavra
usada em 2 Tessalonicenses 3:3 e 1 João 5:18
“φυλάξει – phylaxei”. A ação de preservar o crente é
direta, sendo a proteção o criador, salvador e
consolador (Trindade). (cf. NOTA).
NOTA: Uma das maiores e mais sublimes bênçãos
do N.T., é esta que se encontra no final desta curta
epístola. Duas outras bênçãos paulinas comparáveis
são a de Romanos 16:25 e 1 Timóteo 6:14 – 16.
Vital a todas as exortações feitas aos crentes é o
lembrete dos recursos infinitos do próprio Deus,
único que tem competência para nos guardar de
tropeçarmos nesta vida e atraí-los a Ele próprio no
último dia. Ele aperfeiçoará a obra da santificação
para que os crentes sejam irrepreensíveis, ou
imaculados.
18) João 11:9 – A fé do crente não lhe permite
tropeçar (Romanos 9:31 – 33).
19) Provérbios 10:25 – O crente tem perpétuo
fundamento (2 Timóteo 2:19; 1 Coríntios 3:11).
“Passada a tempestade, o ímpio já não existe, mas o
justo permanece firme para sempre” – Provérbios
10:25.
20) 1 Pedro 1:5 – O crente é guardado pela fé no
poder de Deus.
21) Hebreus 12:2 – Jesus é o Autor da fé, e por isso,
o crente não pode perdê-la (Filipenses 1:29; 1
Coríntios 3:5; Atos 18:27; Gálatas 5:22; 2
Tessalonicenses 3:2).
22) Romanos 16:25 – O crente é guardado pelo
poder de Deus (2 Timóteo 1:12; Judas 24). (cf.
NOTA).
NOTA: Desta maneira a carta aos romanos chega a
um final com doxologia, que é também um resumo
do evangelho. Aqui ressoam as notas do evangelho
que Paulo pregou e amou. (1) É um evangelho que
faz os homens capazes de manter-se firmes. Deus
disse a Ezequiel: “Filho do homem, põe-te em pé, e
falarei contigo” (Ezequiel 2:1). O Evangelho é aquele
poder que faz os homens capazes de erguer-se
solidamente contra os embates do mundo e os
assaltos da tentação.
A doxologia centraliza-se na capacidade ou poder de
Deus de fortalecer os eleitos. O fortalecimento divino
é segundo o evangelho de Paulo e a pregação de
Jesus Cristo.
Essa pregação tem sido levada avante conforme a
revelação do mistério ou segredo. Três coisas são
declaradas sobre o mistério ou segredo: (1)
guardado em silêncio nos tempos eternos, ou há
muito tempo atrás (v.25). (2) agora se tornou
manifesto, e foi dado a conhecer por meio das
Escrituras proféticas (isto é, o A.T.), segundo o
mandamento do Deus eterno (v.26). (3) para a
obediência por fé, entre todas as nações (v.26).
23) Hebreus 6:17 – A salvação do crente se
fundamenta em duas coisas imutáveis: a) a
promessa (Josué 21:45; Atos 13:32; 2 Coríntios
1:20; Efésios 3:6; Hebreus 9:14, 15; 10:23; 1 João
2:25); b) o juramento (Hebreus 6:16). Só a
promessa, sem o juramento já era em si mesma
suficiente, mas Deus querendo mostrar a
imutabilidade daquilo que Ele decretou, foi além da
promessa, fazendo juramento. E Deus foi ainda mais
além quando jurou pelo Seu próprio nome, porque
não havia outro nome superior ao Seu (Hebreus
6:13, 16; Jeremias 44:26; Números 23:19).
24) Salmos 37:32, 33 – O crente jamais será
condenado (Salmos 89:30 – 35; 1 Coríntios 11:32).
“O ímpio fica à espreita do justo, querendo matá-lo;
mas o Senhor não o deixará cair em suas mãos,
nem permitirá que o condenem quando julgado” –
Salmos 37:32, 33.
25) Salmos 37:23, 24 – Se o crente cair, não ficará
prostrado (Salmos 145:14; Provérbios 24:16; Jó 4:4;
Romanos 14:4; Miquéias 7:8).
26) Salmos 121:3 – O crente pode se desviar
temporariamente da “graça” [pecar] (Gálatas 5:4),
mas jamais cair finalmente da graça [apostatando]
(Salmos 17:5; 66:9).
“Meus passos seguem firmes nas tuas veredas; os
meus pés não escorregaram” – Salmos 17:5.
27) Isaías 46:3, 4 – O crente é conduzido por Deus
até o fim (Salmos 121:8).
28) 1 Coríntios 10:13 – A tentação não pode
condenar o crente (Romanos 6:14, 18; 2 Pedro 2:9).
(cf. NOTA).
NOTA: (v.13) Não vos sobreveio tentação que não
fosse humana. Quem quiser pode contentar-se com
suas interpretações pessoais. Quanto a mim, penso
que isto foi escrito para encorajar os coríntios, para
que, após ouvirem acerca desses terríveis exemplos
da ira divina, mencionados por Paulo, não ficassem
perturbados, nem assombrados, nem sucumbidos.
Consequentemente, a fim de que sua exortação
tivesse algum efeito, ele acrescenta que há
oportunidade para arrependimento. Ele poderia ter
posto nestes termos: “Não há necessidade de
desespero, e eu mesmo não tive a intenção de
deixar-vos desanimados. Naturalmente, o que vos
sobreveio não vai além do que usualmente sucede
aos homens.” Outros são mais inclinados a crer que
aqui ele está recriminando a pusilanimidade dos
coríntios em ceder quando uma tentação leve os
atingia; e não há dúvida de que o termo “humanus”,
traduzido por humana, às vezes significa moderado.
Portanto, o significado, segundo eles. É o seguinte:
“É correto que vos deixeis sucumbir diante de uma
leve tentação?”. Visto, porém, ser mais adequado ao
contexto olharmos este versículo em termos de
consolação, então sinto-me mais inclinado a adotar
este ponto de vista.
Deus, porem, é fiel. Assim como lhes disse que
tivessem bom ânimo com relação ao passado, com o
fim de movê-los ao arrependimento, também os
encoraja com uma esperança definida para o futuro,
pois Deus não permitirá que fossem tentados além
de suas forças. Contudo os adverte a que
atentassem bem para o Senhor, porque, se
pusermos nosso coração em nossos próprios
recursos, a tentação, não importa quão suave seja,
levará a melhor sobre nós e nos subjugará. Ele
denomina o Senhor de fiel. Sua intenção vai além da
idéia de Deus ser verdadeiro em suas promessas.
Ele poderia ter posto nestes termos: “O Senhor é o
Protetor comprovado de seu povo, e em sua
proteção estais seguros, porque jamais deixa os
seus entregues a sua própria sorte. Por isso, tendo-
vos uma vez tomado sob sua fidedignidade pessoal
[in suam fidem], não tendes necessidade alguma de
temer, desde que dependais inteiramente dele. Pois
indubitavelmente estaria procedendo falsamente em
relação a vós caso viesse a revogar seu apoio no
momento em que necessitássemos dele; ou, ao nos
ver lutando em meio às fraquezas, arqueados sob
pesado fardo, permitisse se prolongassem nossas
lutas (tentações) por tempo indefinido.
29) João 4:14 – O crente jamais terá sede (Lucas
16:24).
NOTA: A água do poço tinha de ser consumida
ininterruptamente, mas a água que Cristo fornece
satisfaz de modo que a pessoa nunca mais terá
sede. É assim que a vida eterna refrigera. Pode-se
estabelecer um paralelo com os repetidos sacrifícios
da antiga aliança e o sacrifício do Cordeiro de Deus
oferecido uma vez para sempre. Ainda não
compreendendo, mas já receptiva, a mulher pediu
essa água, para que a sua vida ficasse mais fácil
(4:15). [Comentário Bíblico Moody – João].
30) João 5:24 – O crente já passou da morte para a
vida.
Esse versículo, introduzido pela fórmula solene: Eu
lhes asseguro, desenvolve um tema introduzido nos
versículos precedentes. O Filho. João nos disse, “dá
vida a quem Ele quer” (v.21). Agora, apresenta-se
quem são essas pessoas em outros termos: Quem
ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou
(a construção grega apresenta uma descrição
singular e coordenada) tem a vida eterna e não será
condenado. O Filho curou o inválido junto ao tanque
de Betesda com Sua palavra, e Sua palavra é
também que traz vida eterna (cf. 6:63, 68) e
purificação (15:3), ou julgamento (12:47). Aquele
que pertence a Deus ouve o que Deus diz (8:47).
Ouvir a palavra de Jesus é idêntico a ouvir a palavra
de Deus, já que o Filho fala somente o que o Pai lhe
concede dizer. Ouvir, nesse contexto, como
acontece com frequência em outras passagens,
inclui crença e obediência. A crença é declarada, e
seu objeto é aquele que enviou Jesus – não porque
seria inapropriado especificar Jesus como o objeto
de fé (3:16; 14:1), mas porque o contexto imediato
está preocupado em mostrar como o Filho, em tudo
que Ele diz e faz, media o Pai para nós. Como as
palavras e os feitos do Filho são as palavras e os
feitos do Pai, então a fé colocada no Filho é
colocada no Pai que o enviou. Aquele que ouve e
crê dessa forma tem a vida eterna e não será
condenado (“κέκριται – kekritai”, aqui significando
“julgado desfavoravelmente”, como em 3:18 “κρινω –
krino”). A idéia é praticamente indistinguível do
componente negativo da doutrina da justificação de
Paulo: o crente não vai ao julgamento final, mas
deixa a corte já absolvido. Nem é necessário para o
crente esperar até o último dia para experimentar um
pouco da vida da ressurreição: o crente tem a vida
eterna e passou da morte para a vida (cf.
Colossenses 1:13). Essa é talvez a mais forte
afirmação no quarto evangelho da escatologia
inaugurada. Todavia, isso não significa que o
evangelista adotou o erro de Himeneu e Fileto (2
Timóteo 2:17, 18), que afirmavam que a ressurreição
já havia acontecido. Os versículos seguintes
(especialmente v.28,29) demonstram que João
ainda antecipa uma ressurreição final. Mas a ênfase
sobre a escatologia realizada é tipicamente joanina.
31) Romanos 6:8, 9 – O crente já morreu com Cristo
(2 Timóteo 2:11).
32) 1 Pedro 1:3, 4 – O crente foi regenerado para
uma viva esperança.
33) 1 Pedro 1:23 – O crente foi regenerado pela
Palavra de Deus.
34) 1 João 3:9 – O crente foi regenerado pelo
Espirito Santo (João 3:5; Tito 3:5).
35) João 6:37 – 40 – O crente jamais será lançado
fora.
36) João 6:47 – O crente já possui a vida eterna (1
João 5:11 – 13; 1 Timóteo 6:12).
37) João 10:28 – O crente não pode ser arrancado
da mão do Filho.
Cristo oferecia a vida eterna como um presente
(10:28). Ao dizer que jamais perecerão se
pertencessem ao seu rebanho, Jesus usou a mais
forte expressão conhecida na língua. Essa certeza
era possível porque a vida oferecida fundamentava-
se no Seu dom (Romanos 11:29) e não em
consecuções (execuções, conquistas, realizações,
obtenção ou conseguimentos) humanas. Suas
ovelhas também estavam a salvo de influências
estranhas – ninguém as arrebatará da minha mão.
As ovelhas pertenciam a Cristo porque eram
presentes do Pai para Ele (10:29). Naturalmente o
Pai tinha interesse na sua preservação.
Considerando que Ele é supremo – maior do que
tudo – não se pode imaginar que algum poder seja
capaz de arrancá-las de Sua protetora mão
(Romanos 8:38, 39). A conclusão do assunto é que
nenhuma separação pode ser feita entre o Pai e o
Filho. Eles são mais do que colaboradores, são um
na essência (a palavra um não está no masculino –
um indivíduo – mas no neutro, um ser).
38) João 10:29 – O crente não pode ser arrancado
da mão do Pai.
39) Lucas 15:3 – 10 – Há alegria no céu por um
pecador (ovelha perdida resgatada pelo poder de
Jesus, transmitido pelo Evangelho) que se
arrepende.
40) João 10:27 – O crente é conhecido do Senhor
(João 10:14; 2 Timóteo 2:19; 1 Coríntios 8:3; Gálatas
4:9; Mateus 7:21 – 23).
O que então poderia explicar a obtusidade (a
insensibilidade e a estupidez) de tantos ouvintes? E
que eles não pertencem às ovelhas de Jesus. Não é
só que suas próprias ovelhas ouçam a sua voz, que
Ele as conheça e que elas o sigam (afirmações dos
v.1 – 18 e repetidas aqui), mas que aqueles que não
são suas ovelhas não ouvem sua voz, que Ele não
as conhece, e que, portanto, eles não o seguem.
Nem Jesus nem João querem reduzir a
responsabilidade moral dos oponentes de forma
alguma. O fato de não serem ovelhas de Jesus não
os desculpa, isso os condena. A afirmação de
predestinacionismo (Eleição e Predestinação –
Calvinismo) garante que mesmo sua incredulidade
massiva não é uma surpresa, ela deve ser esperada,
e cai sob a cobertura da soberania de Deus (6:44;
12:37). Deus salvará os que diante mão predestinou
para salvação, os eleitos. (cf. Efésios 1:4 – 23).
41) Mateus 28:20 – Jesus está com o crente todos
os dias até o fim dos séculos.
42) Romanos 8:1 – Nenhuma condenação há para o
crente (Romanos 8:33, 34).
“Agora, pois”, retrocede ao último versículo de
(7:25). Uma vez que a libertação vem por meio de
Jesus Cristo não existe nenhuma condenação (que
envolva castigo ou destino eterno) há para os que
estão em Cristo Jesus. Aqueles que estão em Cristo
não são condenados, porque Cristo foi condenado
em lugar deles. Não haverá nenhum castigo para
eles, porque Cristo levou esse castigo.
Através de todo este capítulo duas palavras se
repetem e ocorrem várias vezes. Estas duas
palavras são carne (sarx) e espírito (pneuma). Não
entenderemos a passagem a menos que
compreendamos o modo em que Paulo usa estas
palavras.
(1) Em primeiro lugar, tomemos a palavra sarx.
Literalmente significa carne, e a mais superficial
leitura das cartas de Paulo mostrará quão
frequentemente usa o termo, e como o usa em um
sentido que lhe é totalmente próprio. Em termos
gerais, usa-a de três maneiras diferentes:
(a) Usa-a em sentido totalmente literal. Fala de
circuncisão na carne (Romanos 2:28). Isto significa
simplesmente a circuncisão corporal.
(b) Várias vezes usa a frase kata sarka, que significa
literalmente segundo a carne. Mais frequentemente
esta frase significa olhar as coisas de um ponto de
vista humano. Por exemplo, Paulo diz que Abraão é
nosso antecessor kata sarka, segundo a carne, que
é do ponto de vista humano. Diz que Jesus é filho de
Davi kata sarka, segundo a carne (Romanos 1:3).
Quer dizer, pelo lado humano de sua ascendência
Jesus é filho de Davi. Fala dos judeus como seus
parentes kata sarka (Romanos 9:3). Isto quer dizer,
falando de relações humanas e em termos
humanos, os judeus são parentes de Paulo. Quando
Paulo usa a frase kata sarka, indica sempre que está
considerando as coisas do ponto de vista humano.
(c) Mas Paulo tem um uso do termo sarx que lhe é
totalmente próprio. Quando está falando dos
cristãos, fala dos dias em que estava na carne (em
sarki) (Romanos 7:5). Fala daqueles que andam
segundo a carne em oposição àqueles que vivem a
vida cristã (Romanos 8:4, 5). Diz que aqueles que
vivem segundo a carne não podem agradar a Deus
(Romanos 8:8). Diz que o ocupar-se da carne é
morte, e que esta é hostil a Deus (Romanos 8: 6 –
8). Fala a respeito de viver segundo a carne
(Romanos 8:12). Diz a seus amigos cristãos: “Vós
não viveis segundo a carne” (Romanos 8:9, Reina–
Valera 1995). Agora, é evidente, especialmente no
último exemplo, que Paulo não está usando o termo
carne simplesmente no sentido do corpo, como nós
dizemos carne e sangue. Como o usa então?
Quando Paulo usa o termo carne desta maneira se
refere realmente à natureza humana em toda sua
fraqueza, sua impotência e seu desamparo. Refere-
se à natureza humana em sua vulnerabilidade ao
pecado e à tentação. Refere-se àquela parte do
homem que dá ao pecado sua oportunidade e sua
cabeça de ponte. Ele se refere à natureza humana
pecaminosa sem Cristo e sem Deus. Significa todas
as coisas que atam o homem ao mundo em lugar de
a Deus. Viver segundo a carne é viver uma vida
mundana, viver uma vida dominada pelos ditados e
desejos da pecaminosa natureza humana em lugar
de uma vida dominada pelos ditados de Deus e seu
amor. A carne é o lado mais baixo da natureza do
homem. Deve-se notar cuidadosamente que quando
Paulo pensa a respeito do tipo de vida que vive um
homem dominado pela carne, sarx, não está de
maneira nenhuma pensando exclusivamente em
pecados sexuais e corporais. Não está pensando
absolutamente no que chamamos pecados carnais.
Quando dá uma lista das obras da carne, em
Gálatas 5:19 – 21, inclui os pecados sexuais e
corporais; mas também inclui idolatria, ciúmes, iras,
lutas, heresias, invejas, homicídios. A carne para
Paulo não era algo físico; era algo espiritual. A carne
era a natureza humana com todo seu pecado e
fraqueza, e impotência e frustração; a carne é tudo o
que o homem é sem Deus e sem Cristo.
(2) Vem à palavra Espírito. Só neste capítulo a
palavra Espírito aparece não menos de trinta vezes.
Agora, a palavra Espírito tem um pano de fundo bem
definido no Antigo Testamento. Em hebraico o termo
é ruach, e contém duas idéias básicas. (a) Ruach
não somente quer dizer Espírito; também quer dizer
vento. Leva sempre implícita a idéia de poder, poder
como o de um poderoso vento impetuoso.
(a) Ruach, no Antigo Testamento, sempre expressa
a idéia de algo que é mais que humano, algo que
não é do homem e não está ao alcance do homem.
Para Paulo, Espírito representava um poder divino.
Assim Paulo diz nesta passagem que houve um
tempo em que o cristão, antes de ser cristão, estava
à mercê de sua própria natureza humana
pecaminosa. Nesse estado a Lei tinha chegado a ser
simplesmente algo que o movia a pecar, e nesse
estado ia de mal a pior, derrotado e frustrado. Mas,
quando chegou a ser cristão, entrou em sua vida o
impetuoso poder do Espírito de Deus, e, porque
agora havia em sua vida um poder que não era dele,
entrou em uma vida vitoriosa em lugar de uma
existência derrotada.
Na segunda parte da passagem Paulo fala do efeito
da obra de Jesus sobre nós. É uma passagem muita
complicada e difícil, mas o ponto a que Paulo quer
chegar é ao seguinte. Recordemos que começou
tudo isto dizendo que todos os homens pecaram em
Adão. Vimos como a concepção judia da
solidariedade fez possível a Paulo arguir que,
literalmente, todos os homens pecaram em Adão e
que todos estavam envoltos naquele pecado e sua
consequência — a morte.
Mas este quadro tem outro lado. A este mundo veio
Jesus. Veio como um homem; veio com uma
natureza total e verdadeiramente humana. Vivendo
como homem foi sem pecado; derrotou o pecado;
condenou o pecado; nele o pecado foi vencido e
conquistado; e levou uma vida de perfeita
obediência a Deus, de perfeito cumprimento da Lei
de Deus. Agora, porque Jesus foi completamente
homem, exatamente como nós fomos um com Adão,
agora somos um com Ele; e, exatamente como
estávamos envoltos no pecado de Adão, estamos
envoltos na perfeição de Jesus. NEle a humanidade
cumpriu a Lei de Deus, exatamente como em Adão
a humanidade a quebrantou. NEle a humanidade
rendeu a Deus perfeita obediência, exatamente
como em Adão a humanidade mostrou a Deus uma
fatal desobediência. Os homens são salvos porque
uma vez estiveram envoltos no pecado de Adão,
mas agora estão envoltos na bondade de Jesus.
Este é o argumento de Paulo, e para ele e para
aqueles que o escutavam era totalmente
convincente, por mais difícil que seja para nós
compreendê-lo. Porque o que Jesus fez abre aos
cristãos uma vida que já não está dominada pela
carne, pela pecaminosa e impotente natureza
humana, mas uma vida que está dominada por esse
Espírito de poder, esse Espírito de Deus, que enche
o homem de um poder que não é dele. Elimina-se o
castigo do passado, assegura-se a fortaleza para o
futuro.
43) Romanos 8:30 – Sendo justificado, o crente
também será glorificado.
Os verbos: chamou, justificou e glorificou
relacionam-se com o plano (eterno conselho de
Deus) e a execução do Seu propósito. Tendo Deus
um plano, ou propósito – resumir todas as coisas,
reuni-las em Cristo, as coisas do céu e da terra
(Efésios 1:10, 11), Ele é capaz de operar
conjuntamente para o bem daqueles que O amam. A
ênfase que Paulo dá aqui está no que Deus faz
pelos muitos irmãos. A única resposta humana
mencionada é o amor a Deus.
44) Romanos 8:28 – Todas as coisas cooperam para
o bem do crente (Gênesis 50:20).
Paulo começa com um axioma básico: Sabemos.
Depois ele declara esta verdade: Todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.
Paulo coloca a frase “aqueles que amam a Deus”
primeiro, para que não haja dúvidas sobre os que
estão envolvidos nas “cousas que cooperam para o
bem”. Essas coisas são para aqueles que
continuamente expressam amor a Deus tanto por
meio de atitude quanto por atos. Mais adiante eles
são definidos como aqueles que são chamados
segundo o propósito (plano ou decreto). A chamada
e a eleição são colocados lado a lado em 2
Tessalonicenses 2:13, 14; 2 Pedro 1:10. A chamada
pode ser focalizada sobre o destino eterno (2
Tessalonicenses 2:14) ou sobre a vida terrena de
liberdade e santidade (Gálatas 5:13; 1
Tessalonicenses 4:7).
45) Romanos 8:35 – 39 – Nada poderá separar o
crente do amor de Deus (João 13:1).
Obstáculos formidáveis não podem nos separar do
amor que Cristo nos dispensa. Essas dificuldades
são: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez,
perigo ou espada (isto é, a morte violenta). O
apóstolo cita Salmos 44:22 para mostrar quais as
dificuldades que o povo de Deus tem de enfrentar.
Sua conclusão é que em todas essas dificuldades,
somos mais do que vencedores, por meio daquele
que nos amou. O significado aqui é o seguinte:
“Estamos no processo de alcançar a vitória”. Nas
pressões externas da vida podemos obter a vitória
por meio daquele que nos amou. Estamos
vencendo, não através de nossa própria força ou
talento, mas por meio de Cristo.
46) 1 Coríntios 3:15 – O crente infiel será salvo
como pelo fogo (1 Coríntios 5:1 – 5; 11:29 – 32).
Assim João Calvino define 1 Coríntios 3:15:
Não há dúvida de que Paulo está falando dos que,
embora retenham sempre o fundamento, misturam
feno com ouro, restolho com prata, madeira com
pedras preciosas. Em outros termos, aqueles que
edificaram sobre Cristo, porém, em razão da
enfermidade da came, deram espaço a algum
conceito humano, ou motivado pela ignorância, se
desviaram, até certo ponto, da estrita pureza da
Palavra de Deus. Muitos dos santos fizeram isso –
Cipriano, Ambrósio, Agostinho e outros. O leitor
pode adicionar também, caso o queira, os que se
acham mais próximos de nossos próprios dias
Gregório e Bernardo, bem como outros como eles,
cujo propósito era edificar sobre Cristo, mas que,
infelizmente, às vezes retrocediam do correto
sistema de construir.
Paulo afirma que pessoas como essas podem ser
salvas, porém sobre esta condição: se o Senhor
apagar sua ignorância e purificá-la de toda
impureza; e isso é o que significa a frase “como por
meio do fogo”. Portanto, sua intenção é sugerir que
ele mesmo não os priva da esperança da salvação,
contanto que espontaneamente aceitem a perda da
obra que empreenderam e sejam purificados pela
mercê divina, tal como o ouro é refinado na fornalha.
Além do mais, ainda que Deus às vezes purifique
seu povo por meio de sofrimentos, tomo o termo
fogo aqui no sentido de o teste feito pelo Espírito. É
assim que Deus corrige e destrói a ignorância de
seu povo, pela qual pode ser controlado por algum
tempo. Sei muito bem que muitos aplicam isso à
cruz, porém estou certo de que minha interpretação
satisfará a todos quantos desfrutam de são juízo.
Podemos concluir forjando uma réplica, breve, a ser
direcionada para os papistas que usam esta
passagem em apoio do purgatório. Seu ponto de
vista é que os pecadores, a quem Deus perdoa,
passam pelo fogo a fim de que sejam salvos. Então,
por esse caminho eles sofrem o castigo de Deus a
fim de que sua justiça seja aperfeiçoada. Prefiro
omitir aqui seus inumeráveis comentários sobre o
montante de castigo e sobre o livramento dele.
Pergunto, porém: quem de fato são aqueles que
passam pelo fogo? Paulo está peremptoriamente
falando somente de ministros. “Mas”, dizem eles, “a
mesma consideração se aplica a todos”. Como a
dizer: Deus é certamente o melhor juiz, não nós!
Mas, mesmo que lhes fizesse tal concessão, quão
infantilmente se aferram à palavra fogo. No entanto,
qual é o propósito do fogo senão o de consumir o
feno e a palha e, em contrapartida, o de provar o
ouro e a prata? Querem dizer, porventura, que as
doutrinas são discernidas pelo fogo de seu
purgatório? Quem ainda não descobriu o quanto a
verdade se distingue da falsidade? Além disso,
quando esse dia chegará, em cuja luz a obra de
cada um será exibida? Começou com o princípio do
mundo e prosseguirá até seu término? Se restolho,
feno, ouro e prata são empregados
metaforicamente, que limites a conceder, que sorte
de correspondência haverá entre as diferentes
sentenças, se fogo não é usado metaforicamente?
Nem mais um passo com tais futilidades, porque
seus absurdos prontamente saltam aos olhos!
Quanto a mim, acredito que a real intenção do
apóstolo já ficou sobejamente estabelecida.
47) 1 Coríntios 1:8 – O crente será confirmado até o
fim (Romanos 1:16; Romanos 16:25; 2
Tessalonicenses 3:3).
48) Filipenses 1:6 – Deus mesmo terminará a obra
no crente (Filipenses 2:13).
No versículo seis Paulo diz que confia em que Deus,
que começou a boa obra nos filipenses, continue-a e
a complete de tal maneira que estejam preparados
para o dia de Cristo. Há aqui na linguagem grega
uma figura que não é possível reproduzir na
tradução. O problema está nas palavras que Paulo
usa para começar (ἐναρξάμενος – enarxamenos) e
para completar (ἐπιτελέσει – epitelesei) – ambos são
termos técnicos para indicar o começo e o final de
um sacrifício. No sacrifício grego havia um rito inicial.
Acendia-se uma tocha sobre o altar que era
submersa chamejante numa fonte de água. Desta
maneira a chama sagrada purificava a água e a
água purificada era aspergida sobre o povo e sobre
a vítima para fazê-los santos e puros. Então se
continuava com o que se conhecia como eufemia: o
silêncio sagrado em que o adorador orava a seu
deus. Finalmente se trazia uma cesta de cevada;
alguns grãos eram esparramados sobre a vítima e
sobre o piso a seu redor. Isto era levado a cabo no
começo do sacrifício. O termo técnico para esta
realização era o verbo “enarxamenos” que Paulo usa
aqui. O verbo usual para completar o ritual do
sacrifício e realizar um serviço com toda perfeição e
em seus detalhes mais mínimos era “epitelesei”.
Também Paulo o usa aqui para completar. Toda a
frase que Paulo redige se move na atmosfera do
sacrifício; as palavras e as imagens são sacrificiais.
Assim, pois, Paulo considera a vida de cada cristão
como um sacrifício preparado para oferecer-se a
Jesus Cristo. É a mesma imagem que encontramos
em Romanos onde diz-se que os fiéis ofereçam seus
corpos como um sacrifício vivo, santo e aceitável a
Deus (Romanos 12:1). A vinda de Cristo será
semelhante à de um rei. Em tal ocasião os súditos
de um rei se sentem obrigados a apresentar-lhe
oferendas como objeto de lealdade e amor. O único
dom que Jesus Cristo deseja de nós está em nós
mesmos e em nossas vidas. Deste modo a tarefa
suprema da vida não é outra coisa senão dispor de
nossa vida para oferecê-la a Jesus Cristo. Somente
a graça de Deus nos dá esta capacidade. Desde o
momento em que empreendemos o caminho cristão
a graça de Deus começa também a nos dispor como
um sacrifício perfeito que se oferece a Jesus Cristo.
E se continuamos permitindo que sua graça trabalhe
em nós, esta graça completará sua obra para que
cheguemos a ser o sacrifício perfeito.
49) Colossenses 3:3 – A vida do crente está
escondida com Cristo em Deus.
A vida do cristão está escondida com Cristo em
Deus. O que está escondido fica encoberto ou oculto
e não se vê. O mundo não pode reconhecer o
cristão; a verdadeira grandeza do cristão está
escondida para o mundo. Paulo continua: “Vem o dia
em que Cristo voltará em glória e naquele dia o
cristão, a quem ninguém reconheceu, participará
dessa glória, e será evidente aos olhos de todos”.
Em certo sentido Paulo diz — e o diz de verdade —
que virá um dia em que os veredictos da eternidade
inverterão os veredictos do tempo, e os juízos de
Deus os juízos dos homens.
O cristão não só morreu, mas também ressuscitou
com Cristo. Em sua experiência real ele reside “nos
lugares celestiais” (Efésios 2:6). A velha
dispensação ainda se manifesta no cristão individual
–, ele peca, fica doente, morre; a nova dispensação
permanece oculta, apenas realizada no corpo do
Salvador.
50) Efésios 5:27 – A igreja será sempre
irrepreensível (2 Coríntios 11:2; 1 Coríntios 12:26,
27).
51) 1 Tessalonicenses 5:1 – 10 – O crente não será
surpreendido na vinda do Senhor.
52) 2 Timóteo 2:13 – O crente infiel será salvo pela
fidelidade de Deus (Romanos 3:3).
“Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode
negar-se a si mesmo” – 2 Timóteo 2:13.
53) Hebreus 13:5 – O crente jamais será
abandonado por Deus.
“(…) Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” –
Hebreus 13:5.
54) 1 João 5:1 – O crente é nascido de Deus, e não
pode “desnascer”
(1) Como nascidos de Deus, amamos os irmãos –
5:1 – 3.
a) – Os gnósticos negavam que Jesus de Nazaré
fosse o Cristo. João toma a fé nesta verdade em
teste essencial do nascido de Deus. Que o gerou é
Deus. Que dele é nascido é o crente.
b) – Aqui se declara o inverso de 4:20, 21. Também
se pode dizer que aquele que ama a Deus ama os
Seus filhos, e que aquele que ama os filhos de Deus
ama a Deus. Quando. Literalmente, sempre quando.
c) – Penosos, um fardo opressivo e exaustivo. Amor
transforma os mandamentos de Deus em luz.
55) 1 Pedro 1:4 – O crente possui a natureza divina.
O resultado de um novo nascimento é uma nova
herança, que foi descrita como incorruptível
(indestrutível), sem mácula (sem mancha),
imarcescível (fresca) e reservada (vigiada) nos céus
para vós outros. Para os leitores de Pedro, que já
tinham renunciado à sua parte na herança terrena
de Israel, a prometida terra dos antepassados, e que
também trilham de passar pela proscrição e privação
dos bens terrenos (cf. Hebreus 10:34), este
pensamento da verdadeira herança daria conforto e
equilíbrio. Como isto nos faz lembrar as advertências
de nosso Senhor aos seus discípulos para que
convertessem suas propriedades terrenas em
verdadeiras riquezas! (Por exemplo Lucas 12:33,
34).
56) Romanos 8:9 – 11 – O crente é propriedade de
Cristo (1 Coríntios 6:19, 20).
57) 1 Tessalonicenses 5:23, 24 – O crente é
conservado irrepreensível.
58) 1 João 5:16 – O crente não pode pecar para a
morte eterna (1 João 3:9; 5:18).
59) 1 Coríntios 12:3 – O crente não pode blasfemar
contra o Espírito Santo (Mateus 12:32; Marcos 9:39,
40; Lucas 11:23; 1 João 5:10; João 3:33).
60) 1 João 2:19 – O crente é perseverante na fé
(Mateus 10:22; 24:13; 2 João 9; Apocalipse 13:10;
14:12).
Saíram de nosso meio. Nunca organicamente unidos
ao corpo. Teriam permanecido conosco. A sua
separação do grupo cristão é a prova de sua falsa
profissão, e o seu afastamento denunciou-os como
anticristos. A apostasia é possível para aqueles que
nunca realmente aceitaram Cristo como seu
Salvador. Mas o crente na pessoa de Cristo é
perseverante na fé de acordo com os textos: (Isaías
54:10; João 6.51; Romanos 5:8 – 10; 8:28 – 32, 34 –
39; 11:29; Filipenses 1:6; 2 Tessalonicenses 3:3;
Hebreus 7:25).
61) João 10:26 – O crente é “ovelha” e não “porca”
lavada (2 Pedro 2:20 – 22).
Jesus, então, dá vida eterna para suas próprias
ovelhas. Em termos da metáfora das ovelhas, Jesus
já disse que Ele dá para elas. Vida […] plenamente,
vida plena (v.10); agora Ele afirma claramente que
essa vida é sua própria vida eterna, frequentemente
oculta no evangelho sob as figuras de água, pão,
luz, bom pastor. A consequência de ele conhecer
suas ovelhas e de lhes dar vida eterna é que elas
jamais perecerão.
62) João 13:10 – O crente já está limpo do seu
pecado (João 15:3).
Pedro precisava saber que a virtude do lavar não era
quantitativa, pois O ato era simbólico da purificação
interior. Banhou (λελουμένος – leloumenos) indica
um banho completo. “Lavar… pés”. Aqui a palavra é
“νίψασθαι – nipsasthai”, apropriada para a lavagem
de porções individuais do corpo, tal como na
narrativa anterior. A lavagem da regeneração torna
uma pessoa limpa à vista de Deus. Isto está
simbolizado no batismo cristão, que só se administra
uma única vez. Purificação posterior das manchas
de impureza não substitui a purificação inicial, mas
só tem significado à luz dela (1 João 1:9). Estais
limpos, mas não todos. A referência é a Judas.
Jesus sabia o que havia no seu coração e quais
eram seus planos (6:70, 71). Com referência a
limpos (cf. 15:3). Judas não era um homem
regenerado.
63) 1 Coríntios 1:30 – Cristo é a justiça do crente.
“É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em
Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus
para nós, isto é, justiça, santidade e redenção” – 1
Coríntios 1:30.
A palavra grega usada para “justiça” é “δικαιοσύνη –
dikaiosynē” que significa num sentido amplo: estado
daquele que é como deve ser, justiça, condição
aceitável para Deus.
64) 1 Coríntios 1:30 – Cristo é a santificação do
crente.
A palavra grega usada para “santificação” é
“ἁγιασμὸς – hagiasmos” que significa num sentido
moral, puro, sem pecado, justo e santo, algo muito
santo; um santo Jesus Cristo.
É a palavra mais comum para santo no grego
clássico, e expressa sua concepção usual de
santidade, mas é rara no N.T. porque não é
adequada para expressar a plenitude da concepção
do N.T.
65) 1 Coríntios 1:30 – Cristo é a redenção do crente.
A palavra grega usada para “redenção” é
“ἀπολύτρωσις – apolytrōsis” que significa uma
libertação efetuada pelo pagamento de resgate,
realizado no Calvário por Jesus Cristo
definitivamente.
66) Salmos 25:20 – Deus é o refúgio do crente
(Hebreus 6:18).
67) 1 João 2:22, 23 – O crente não pode negar o
filho (Mateus 10:33; 2 Timóteo 2:12).
68) Romanos 8:37 – O crente sempre será vencedor
(João 16:33; Apocalipse 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21).
69) 1 João 5:4 – O crente vence o mundo.
“O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é
a vitória que vence o mundo: a nossa fé” – 1 João
5:4.
A palavra grega para descrever essa vitória sobre o
mundo é “νικᾷ – nika” que significa de cristãos, que
permanecem firmes na sua fé até a morte diante do
poder de seus inimigos, tentações e perseguições.
70) 1 João 2:14 – O crente vence o diabo (1 João
4:4; Apocalipse 12:11).
71) Romanos 6:14 – O crente vence o pecado (a
carne).
A abundância da graça é de natureza tal que o
pecado não terá domínio sobre os crentes. Não
estamos debaixo da lei, mas da graça. Aqueles que
estão em Cristo não estão sob o regime da lei
mosaica para obtenção da salvação. Estamos sob a
graça de Deus e de Cristo. Todo o A.T., – a Lei, os
Profetas e os Escritos (os Salmos, por exemplo) –
certamente revelam o pecado (Romanos 3:20; 5:20)
quando compreendidos à luz dos ensinamentos de
Cristo, e dos apóstolos depois da morte e
ressurreição dEle. O Antigo Testamento também
ensina as grandes verdades cristãs sobre Deus.
Paulo encarava Cristo e seus ensinamentos como
sendo a própria lei. “Levai as cargas uns dos outros,
e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6:2).
“Aos sem lei, (eu me fiz) como se eu mesmo o fosse
sem lei (para os gentios como gentio), não estando
sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de
Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da
lei. (Os gentios)” – 1 Coríntios 9:21.
(1) O Sofisma de que se deve pecar, porque os
crentes estão debaixo da graça e não da lei – 6:15 –
7:6.
Quando estamos sob a graça, temos um novo
proprietário. Este fato muda toda a conduta do
crente. Nosso “status” sob a graça é como o de uma
mulher casada com outro homem depois da morte
do marido. Envolve toda uma nova maneira de vida.
Assim, por analogia, Paulo mostra que estar sob a
graça, não permite nunca que o crente seja
indiferente ao pecado.
a) Fidelidade, Fruto, Destino (6:15 – 23). Aqui Paulo
apela para o que seus leitores já conhecem. Ele os
faz lembrar de suas vidas passadas e do fruto que
produziam. Ele lhes fala do resultado de sua nova
dedicação. Ele apresenta o contraste dos resultados
eternos das duas diferentes formas de fidelidade.
72) Romanos 11:29 – O dom de Deus é irrevogável.
Paulo ensina a fidelidade de Deus quando diz: os
dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. Dons.
Os privilégios desfrutados por Israel (9:4, 5).
Vocação. A declaração divina a Israel ou Jacó que
eles eram o Seu povo (Isaías 48:12). Os gentios,
que foram desobedientes a Deus, obtiveram a
misericórdia por causa da, ou por meio da
desobediência de Israel.
73) João 19:30 – Todo o pecado do crente está
consumado.
A fortíssima palavra grega para “consumado” é
“Τετέλεσται – Tetelestai” que descreve a obra de
Cristo da seguinte forma. “Está consumado” (João
19:30) Cristo satisfez a justiça de Deus pela morte
por todos para pagar pelos pecados do eleito. Estes
pecados nunca poderão ser punidos outra vez já que
isto violaria a justiça de Deus. Os pecados podem
ser punidos apenas uma vez, seja por um substituto
ou por você mesmo.
74) Gálatas 3:13 – O crente foi resgatado para
sempre da maldição da Lei.
“Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se
tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito:
Maldito todo aquele que for pendurado num
madeiro” – Gálatas 3:13.
O Filho se fez maldito, para que os malditos
fossem feitos filhos.
75) Apocalipse 5:9 – O crente foi comprado com
sangue (1 Coríntios 6:20; 7:23; 1 Pedro 1:18, 19).
76) Salmos 90:17 – É Deus quem efetua a obra no
crente (João 3:21; Efésios 3:20; Isaías 26:12; 64:4;
Filipenses 2:13).
“Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus
Soberano. Consolida, para nós, a obra de nossas
mãos; consolida a obra de nossas mãos!” – Salmos
90:17.
77) João 17:20 – Cristo intercedeu pelos crentes, e
continua intercedendo (Hebreus 7:25; 1 João 2:1;
Romanos 8:34).
“Minha oração não é apenas por eles. Rogo também
por aqueles que crerão em mim, por meio da
mensagem deles” – João 17:20.
78) Romanos 8:26, 27 – O Espírito Santo intercede
pelo crente.
Semelhantemente, o Espírito ajuda nossa fraqueza.
A fraqueza mencionada é a nossa incapacidade de
analisar situações e orar inteligentemente sobre
elas. Sabemos que esta é a fraqueza mencionada
por causa da frase seguinte. Dá-se que o Espírito
intercede por nós sobremaneira com gemidos
inexprimíveis. Às vezes não conseguimos orar
porque as palavras não podem expressar a
necessidade que sentimos. A ação do Espírito com
gemidos inexprimíveis mostra como Deus penetra
em nossa experiência através do Seu Espírito. Deus
Pai que investiga os corações (dos homens) sabe
qual é a mente do Espírito. Deus conhece toda a
reação do Espírito a qualquer situação ou questão. A
intercessão que Ele faz em favor dos santos é
segundo a vontade de Deus. Estas palavras
certamente declaram que a comunicação do
pensamento e conhecimento de cada um é
partilhada por dois membros da Divindade – Pai e
Espírito (isto é, o Espírito Santo).
79) 2 Coríntios 1:20 – Jesus é o “Amém” das
promessas de Deus (João 6:47).
“Pois quantas forem às promessas feitas por Deus,
tantas têm em Cristo o “sim”. Por isso, por meio dele,
o “Amém” é pronunciado por nós para a glória de
Deus” – 2 Coríntios 1:20.
A palavra grega para “sim” é “Ναί – Nai” que
literalmente significa sim, de verdade, seguramente,
verdadeiramente, certamente. Assim o crente tem
verdadeiramente segurança na salvação confiada na
Pessoa de Jesus, e Seu sacrifício vicário ou
sacrifício expiatório, o qual Cristo foi o substituto
pelo pecado do homem na cruz do Calvário. A
expiação do pecado por meio de uma vida dada em
substituição. Aleluia!
80) 1 Pedro 4:1 – O crente já cessou do pecado
(Romanos 6:14; 1 João 3:9).
Louvado seja o Senhor Jesus Cristo pela Salvação
eterna! Engrandecido seja o Seu nome, porque a
salvação das nossas almas não depende dos
nossos esforços, mas exclusivamente dEle. Somos
irremediavelmente salvos, vamos viver com Cristo
pelos séculos dos séculos. Amém!

Plinio Sousa

Informações em INSTITUTO REFORMADO SANTO EVANGELHO — IRSE


Plínio Sousa é fundador do Instituto Reformado Santo Evangelho — IRSE, é Pastor
Reformado; Diretor Acadêmico, Bacharel em Teologia e Mestre em Teologia do Novo
Testamento. Leciona Propedêutica Teológica, Hermenêutica Bíblica e Apologética; Teologia
Sistemática e Culto Cristão.; Grego; História da Igreja; Métodos de Estudo Bíblico; EBD —
Escola Bíblica Dominical; Teologia Expositiva do Antigo e Novo Testamento; Psicologia
Pastoral, Aconselhamento e Ministério Pastoral; Pedagogia, Sociologia e Filosofia da Religião,
atua como Psicólogo Cristão; Juiz de Paz Eclesiástico; (Autoridade Eclesiástica e Ministro de
Confissão Religiosa, Conforme Decreto Lei 3.689/41, artigo 295 VIII §ª 4º); Capelão Cristão;
Missionário; Palestrante e Escritor. Pós-graduando em História da Igreja e Docência do Ensino
Superior.

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