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• Durante o bombeamento do sangue, o coração se alterna entre estado contraído (sístole), forçando o sangue para
fora e estado relaxado (diástole), permitindo que suas câmaras se encham de sangue novamente.
• Esse movimento de contração e relaxamento é chamado de CICLO CARDÍACO:
2 – SÍSTOLE ATRIAL:
• Os outros 20% são liberados durante a sístole atrial.
• A contração atrial força uma pequena quantidade adicional de sangue para dentro dos ventrículos, completando a
diástole ventricular.
• Com isso, os ventrículos alcançam o volume diastólico final (VDF – 135ml), ou seja, a quantidade máxima de
sangue nos ventrículos.
4 – SÍSTOLE VENTRICULAR:
• A pressão ventricular continua a ↑ e, quando finalmente excede a pressão nas grandes artérias que partem dos
ventrículos, a fase isovolumétrica termina, quando as valvas SL se abrem e o sangue é expulso dos ventrículos para a
aorta e para o tronco pulmonar.
• O VSF é a quantidade mínima de sangue que resta nos ventrículos após a sístole (65ml).
5 – RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO:
• Como o sangue remanescente nas câmaras não exerce mais pressão, a pressão ventricular ↓ e o sangue na aorta e
no tronco pulmonar reflui em direção ao coração, fechando as valvas SL (aórtica e pulmonar) (2ª Bulha - B2 “TA”).
Observações:
• Durante a sístole ventricular, os átrios permanecem em diástole, se enchem de sangue e a pressão intra-atrial ↑.
• Quando a pressão do sangue no átrio é > que a ventricular, as valvas AV são forçadas a abrir, e o enchimento
ventricular começa novamente.
• O fluxo de sangue através do coração é controlado inteiramente pelas mudanças de pressão e o sangue flui a
favor de um gradiente de pressão através de qualquer abertura disponível.
• A situação no lado direito do coração é essencialmente a mesma que no lado esquerdo exceto pela pressão.
• A circulação pulmonar é uma circulação de baixa pressão (evidenciado pelo miocárdio muito mais fino no VD).
• Portanto, as pressões sistólica e diastólica típicas para a artéria pulmonar são 24 e 8 mmHg, enquanto as pressões
sistêmicas aórticas são de 120 e 80 mmHg, respectivamente.
• Contudo, os 2 lados do coração ejetam o mesmo volume de sangue a cada batimento.
Bulhas cardíacas:
Introdução:
• As bulhas cardíacas são sons provenientes de determinados tipos de vibração das estruturas cardíacas, durante o
ciclo cardíaco.
• Normalmente, 2 bulhas são audíveis pelo estetoscópio:
B1 (1ª bulha - TUM): produzida pelo fechamento das valvas atrioventriculares, marcando o início da sístole ventricular;
B2 (2ª bulha - TÁ): produzida pelo fechamento das valvas ventrículo-arteriais, marcando o início da diástole ventricular.
• São os elementos básicos da ausculta cardíaca, sendo os principais focos de ausculta os:
- Foco Aórtico (2º EID): Geralmente B2 + intenso que B1;
- Foco Pulmonar (2º EIE): B2 ≥ B1;
- Foco Mitral (5º EIE/linha hemiclavicular): Geralmente B1 + intenso que B2;
- Foco Tricúspide (5ºEIE/rebordo esternal esquerdo): B1 + intenso que B2.
Desdobramento de B1 (TLUM-TA);
• O componente mitral (M1) ocorre um pouco antes do tricúspide (T1) e tem maior fonese.
• Em metade das pessoas normais, percebem-se separadamente os componentes M1 e T1, fenômeno não relacionado
com a respiração e sem significado patológico.
• O desdobramento de B1 é audível quando esses 2 componentes se afastam, geralmente pelo atraso de T1.
• Ele pode ocorrer em pessoas normais, mas pode ser bastante amplo no bloqueio de ramo direito, quando há um
atraso na contração do VD.
• É mais audível no foco tricúspide, podendo irradiar-se amplamente.
Sopros cardíacos:
Introdução:
• Os sopros cardíacos são sons derivados de vibrações prolongadas, consequentes ao turbilhamento do fluxo
sanguíneo, que podem ser secundários a:
1) Alterações do próprio sangue:
- ↑ da velocidade do fluxo sanguíneo: após exercício físico, na anemia, no hipertireoidismo e na síndrome febril.
- ↓ da viscosidade sanguínea: A viscosidade sanguínea exerce efeito amortecedor sobre a turbulência do sangue. Os
sopros que se auscultam nos portadores de anemia (sopros anêmicos) decorrem, em parte, da ↓ da viscosidade
sanguínea que acompanha esta afecção.
Sopros SISTÓLICOS: são classificados em: sopro sistólico de ejeção e sopro sistólico de regurgitação.
Sopro sistólico de EJEÇÃO:
• São causados por estenose da valva aórtica ou pulmonar e se
originam durante o período de ejeção ventricular.
• O sopro de ejeção começa logo após B1, ou seja, após a fase
de contração isovolumétrica, período em que a pressão IV ↑ e
as valvas AV se fecham, dando originando a B1.
• O sopro é percebido quando a pressão IV ultrapassa a pressão
intra-aórtica e intrapulmonar, o sangue começa a ser expulso
dos ventrículos através dessas valvas.
• A princípio, a ejeção é lenta, passando a ser máxima na mesossístole e voltando a ↓ na telessístole.
• Por este motivo, do ponto de vista estetacústico, o que se observa é um sopro em crescendo-decrescendo.
• O sopro termina antes de B2, porque, na última fase da sístole, as pressões dentro dos ventrículos praticamente se
igualam às pressões na aorta e na pulmonar, não havendo quase nenhuma ejeção de sangue neste momento.
Sopros DIASTÓLICOS.
• Os sopros diastólicos, como o nome indica, aparecem durante a diástole e, conforme o momento em que nela se
situam, são classificados em protodiastólicos, mesodiastólicos e telediastólicos/pré-sistólicos.
• Ocorrem em 2 grupos de afecções: estenoses atrioventriculares (mitral e tricúspide) e insuficiência das valvas aórtica
e pulmonar.
Sopro diastólico por ESTENOSES AV (mitral e tricúspide):
• O sopro diastólico das estenoses AV ocupa a parte média da
diástole, iniciando pouco após B2, momento em que se dá o
enchimento rápido dos ventrículos;
• Existe um nítido intervalo entre a B2 e o início desses sopros.
• Isso porque, nesse período, as pressões IA e IV são quase iguais
e passa pouco sangue pelos orifícios valvares.
• Caso a abertura das valvas mitral e tricúspide, por onde o
sangue passa dos átrios pro ventrículo, esteja restrita, o fluxo estará acelerado e turbulento, desta forma,
auscultaremos um sopro diastólico suave, de baixa frequência e tonalidade grave, sendo caracterizado como sopro
em ruflar, pois pode lembrar o bater de asas de um pássaro.
• Na prática a estenose mitral é mais frequente que a tricúspide, sendo geralmente secundária ao acometimento por
febre reumática.
• O sopro é melhor auscultado no foco mitral ou tricúspide.
Sopros inocentes:
• A primeira noção que se deve fixar é que esta denominação não caracteriza um tipo especial de sopro.
• Significa, sim, uma conclusão diagnóstica, ou seja, quando se rotula um sopro de "inocente" é porque o paciente já
foi adequadamente examinado, inclusive com a realização dos exames complementares indicados para o caso,
tornando possível concluir que há um sopro, mas ele não traduz alteração estrutural do coração.
• Os sopros inocentes têm as seguintes características semiológicas:
- São sistólicos,
- De baixa intensidade (+ a ++ ),
- Suaves,
- Sem irradiação,
- Mais audíveis na área pulmonar e região mesocardíaca,
- Com nítidas variações pelas mudanças de posição do paciente.
• Além disso, não são acompanhados de alterações das bulhas cardíacas e de frêmito e não há evidências de dilatação
e/ ou hipertrofia das cavidades cardíacas.
• São mais frequentes em crianças e seu encontro exige uma completa investigação clínica para descartar,
primeiramente, a existência de febre ou anemia, principais condições responsáveis por estes sopros.
• Uma investigação cardiológica também é indispensável, complementada no mínimo por uma radiografia simples do
tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma.
• Mesmo quando se chega à conclusão de se tratar de um sopro inocente, é preciso ter cuidado na maneira de revelar
este fato aos pais da criança.
• É melhor não omitir o achado, pois, com frequência, ao ser examinada por outro médico, tal informação é fornecida
aos pais, criando desconfiança e descrédito do médico.
• A explicação deve ser clara e simples, de modo a evitar preocupações e ansiedade injustificáveis, que podem inclusive
servir de base para indevidas restrições às atividades físicas e esportivas das crianças.