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FARMACOTÉCNICA II

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INTRODUÇÃO A
FARMACOTÉCNICA
CIÊNCIAS RELACIONADAS
• Farmacologia(melhor via de administração do medicamento,
sucesso terapêutico, a melhor forma de apresentação e,
consequentemente, a técnica envolvida no preparo.

•Química Farmacêutica e a farmacognosia – têm relação direta


com a produção de medicamento, uma vez que são responsáveis
pela obtenção e desenvolvimento dos princípios ativos.

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•Controle de qualidade

•Deontologia – complementa a questão do medicamento


nos aspectos legais e éticos.

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DEFINIÇÃO

Farmacotécnica é enfim a ciência responsável pelo


desenvolvimento e produção de medicamentos, levando-se
em conta efeito terapêutico e a estabilidade
desejados,condições de acondicionamento, transporte e
armazenamento,bem como forma ideal de administração e
dispensação.

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CONCEITOS E DEFINIÇÕES
•Fármaco : substância ativa ou droga, insumo farmacêutico ou
matéria prima empregada para modificar um estado patológico
em benefício da pessoa a qual se administra o medicamento.

•Medicamento: produto farmacêutico tecnicamente obtido ou


elaborado, que contém um ou mais fármacos juntamente com
outras substâncias, com a finalidade profilática,curativa, paliativa
ou par fins de diagnóstico.

•Medicamento Magistral: medicamento preparado na farmácia


cuja prescrição estabelece a composição,a forma farmacêutica e
a posologia.

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•Medicamento Oficinal: medicamento preparado na farmácia ou
industrializado, cuja fórmula está descrita nos compêndios
oficiais(farmacopéias e formulários) .

•Especialidade Farmacêutica: produto farmacêutico industrializado


que pode ser:

Medicamento de Referência – medicamento cuja patente expirou


podendo ser reformulado.

Medicamento Genérico: bioequivalente a um medicamento de


referência.

Medicamento Similar – possui o mesmo princípio ativo, forma e


dose do medicamento referência.

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•Forma Farmacêutica: é a forma na qual o medicamento é
apresentado, podendo ser líquida(gotas,xaropes),
sólida(comprimidos, cápsulas), semi-sólida(creme, gel) ou
gasosa(spray,aerossol).

•Fórmula farmacêutica: composição do medicamento,


considerando a dose do fármaco e percentuais dos demais
componentes.

•Dose: quantidade de fármaco suficiente(mínima) para produzir


efeito terapêutico ideal.

•Posologia: freqüência com que uma dose é administrada para


manter níveis plasmáticos terapêuticos.

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CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS
•Qto a Farmacografia: forma de prescrição – oficinais, magistrais,
as especialidades.

•Segundo o princípio ativo: alopáticos e homeopáticos

•Qto ao uso: externo e interno

•Qto à via de administração: oral, injetável, intramuscular, tópico,


oftálmico, nasal, auricular, retal , vaginal.

•Qto à forma física:líquido, plásticos ou semi-sólidos, sólidos,


gasosos.

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OPERAÇÕES BÁSICAS
• Pesagem e/ou tomada de volume
•Trituração ou tamisação
•Mistura

CONTROLE DE QUALIDADE
•Caracteres organolépticos
•Solubilidade
•pH
•Peso
•Volume
•Ponto de fusão
•Densidade
•Avaliação do laudo de análise do fabricante/fornecedor
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Responsabilidades e atribuições do
farmacêutico responsável técnico

•Supervisionar a preparação, incluindo conferência das fórmulas.


•Estudar e acompanhar a legislação vigente.
•Adquirir matérias-primas de fornecedores confiáveis e
qualificados,criando meios e critérios para este procedimento.
•Avaliar certificados de análise emitidos pelos fornecedores.
•Implementar e supervisionar o controle de qualidade de acordo
com aspectos éticos e legais

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•Avaliar prescrições médicas quanto a sua adequação,
concentração, compatibilidades, posologia e via de administração.
•Estipular as condições adequadas de manipulação, conservação,
transporte, dispensação e controle do produto
•Elaborar procedimentos operacionais (POP´s), treinando e
qualificando o pessoal responsável para que estes sejam seguidos
com rigor.
•Supervisionar e inspecionar rotinas operacionais de manipulação.
•Conferir o rótulo.

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• Fazer a manutenção dos arquivos informatizados de
documentação correspondente a todas as etapas
envolvidas no processo: laudos de compra, certificados de
análise de fornecedores e controle de qualidade,
relatórios de preparação de fórmulas,datas de entrada e
saída, entre outras.
• Registrar as substâncias e medicamentos controlados.
• Participar e viabilizar a participação de membros da
equipe em programas de qualificação continuada em
todas as áreas pertinentes à produção, incluindo:
desenvolvimento de formulações, garantia e qualidade,
farmacovigilância, informática, entre outras.
• Prestar atenção farmacêutica necessária aos pacientes,
objetivando a administração correta dos produtos.

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CONFERÊNCIA DE FÓRMULAS
Um receituário ou prescrição deve apresentar os seguintes
requisitos:

•Identificação do médico, incluindo CRM

•Identificação do paciente

•Data

•Legibilidade da receita e concordância dos termos segundo


DCB

•Dose do fármaco e indicação posológica.


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No que diz respeito às questões técnicas, a
conferência da prescrição exigirá conhecimentos
específicos relacionados a problemas de
incompatibilidade, erro de dosagem.

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PESAGEM
A pesagem de fármacos ou insumos farmacêuticos é um
procedimento essencial, pois visa garantir a correta proporção do
princípio ativo no medicamento. Sem a garantia de uma
proporção pré-definida e adequada do fármaco, o medicamento
perde seu valor terapêutico e a farmácia perde sua credibilidade.

Erros acidentais mais comuns no processo de pesagem:

1. Falha na interpretação ou conversão das unidades. Ex:


miligramas(mg) por gramas(g).

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2. Descuido na observância de fatores de conversão (Fc) sal-
base(ex: fluoxetina base PM = 309.33; fluoxetina cloridrato
PM = 345.79 Fc = 1.12 309.33/345.79 * 100 = 89.46% Fc =
100/89.5 = 1.12)

3. Descuido na observação dos fatores de correção


relacionados à diluição aplicados a fármacos muito potentes(
ex.: o hormônio T3 é convenientemente diluído
geometricamente 1: 100, logo deve-se aplicar o fator 100)

4. Não observação de concentrações constantes nos laudos de


qualidade emitidos pelos fornecedores( ex.: vitamina E 50%
deve-se aplicar fator 2, no betacaroteno a 10% deve-se aplicar
fator 10.

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CUIDADOS NA PESAGEM
1. Acerto de prumo – nivelar

2. Uso de recipientes leves ou compatíveis

3. Tara da balança

4. Tempo de estabilização de aproximadamente 15 minutos


(para balanças eletrônicas).

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COMPONENTES DE FORMULAÇÃO
•Princípios ativos (fármacos) – responsáveis pela ação farmacodinâmica propriamente dita.
•Coadjuvantes – atuam na promoção da estabilidade ou biodisponibilidade.
•Veículos – em princípio são inertes e têm a função básica de veicular o fármaco, ou seja,
conduzi-lo pela via de administração escolhida em sua devida proporção.
Coadjuvantes Farmacêuticos -
São componentes ou excipientes que integram os medicamentos com funções diversas.
1.1. Coadjuvantes terapêuticos – geralmente se visa efeito farmacodinâmico ou
farmacocinético- sinergismo, redução de efeitos adversos ou aumento de meia-vida.
Ex,.: carbidopa e ácido clavulânico, associados à levodopa e penicilina aumentam a meia-vida
destes por inibição metabólica.
Alguns exemplos de coadjuvantes terapêuticos: queratolíticos, emolientes,promotores de
penetração cutânea, os molhantes, os tampões, todos relacionados à eficácia de ação do
fármaco.
1.2. Coadjuvantes Técnicos
Possuem as mais variadas funções, podendo interferir nos aspectos químicos, físicos, físico-
químicos e biológicos da formulação.
Entre eles: estabilizantes químicos – reduzem a susceptibilidade de um ou mais componentes
da formulação a reações químicas adversas.

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No que diz respeito aos aspectos biológicos temos os coadjuvantes envolvidos na
resistência do medicamento frente à contaminação microbiana e aqueles envolvidos nas
propriedades oraganolépticas.
1.2.1. Estabilizantes Químicos: antioxidantes, quelantes, tamponantes, acidificantes e
alcalinizantes.
a) Antioxidantes – previnir oxidação do princípio ativo ou do medicamento como um todo:
BHT, tocoferol, metabissulfito de sódio.
b)Quelantes – evitam que catalisem (acelerem) um processo de oxidação. Ex.: EDTA, ácido
cítrico, ácido tártarico.
c) Tamponantes – são agentes que mantém o pH em uma faixa estreita ótima de
estabilidade. Os principais sistema tampão são: citrato de sódio/ácido cítrico; fosfatos
alcalinos, bicarbonatos/gás carbônico, etc.
d) Acidificantes – têm a função de baixar o pH para um valor compatível e de maior
estabilidade, especialmente frente à hidrólise. Podem ainda conferir um sabor ácido
agradável, acidulantes. Ex.: ácido cítrico, ácido clorídrico, ácido tartárico, etc
e) Alcalinizantes – possuem a função de elevar o pH. Ex.: hidróxido de sódio, carbonato de
sódio, citrato de sódio, amônia, trietanolamina, fosfato disódico.

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1.2.2. Estabilizantes Físico-Químicos
Os coadjuvantes técnicos deste grupo exercem mudanças quimicamente reversíveis na
interação fármaco e veículo. Ionização, protonação, a solvatação, alteração da constante
dielétrica, redução da tensão interfacial, efeitos de eletrólitos sobre o potencial zeta. Os
principais coadjuvantes desta classe são: tensoativos(emulsificantes e molhantes), co-
solventes e solventes, acidulantes, alcalinizantes, eletrólitos, floculantes e coagulantes.
a) Tensoativos,emulsificantes e molhantes – agentes que diminuem a tensão interfacial entre
duas fases de polaridades distintas. Os emulsificantes são tensoativos utilizados na
estabilização de emulsões constituídos por líquidos imiscíveis(óleo-água). Ex.: lauril sulfato
de sódio, álcool cdetílico, cetiol, estaratos, ésteres de sorbitano., Tween.
b) Alcalinizantes e acidificantes – além de garantir aestabilidade química, promovem
estabilidade física por promoção da dissolução via ionização.

c) Eletrólitos, coagulantes e floculantes – atuam sobre as cargas superficiais residuais de


partículas sólidas ou amorfas, evitando a sedimentação. Ex.: complexos e sais metálicos,
polímeros hidrófilos.

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1.2.3. Estabilizantes Físicos: são aqueles relacionados à estabilidade física do produto em
processo, tais como doadores de consistência(viscosidade, espessantes e/ou agentes
suspensores), agentes envolvidos na coesão do pó (aglutinantes) e os agentes de revestimento
ou cobertura(plastificantes, formadores de películas, revestimento entérico e revestimento de
açúcar).
a) Viscosificantes,agentes suspensores e espessantes – diminuem a fluidez ou conferem
consistência. Ex.: viscosifiicante - glicerina,propilenoglicol, trietanolamina; agentes
suspensores – CMC, Carbopol, natrosol, bentonita, Veegum, caolin, ágar, goma guar, goma
xantana; espessante – parafina, ceras, álccol estearílico, álcool cetílico, Lanette N, Polawax.
b)Lubrificantes, deslizantes e antiaderentes – melhoram as características reológicas do pó,
uniformizando o peso de comprimidos e cápsulas durante o processo de enchimento.
Lubrificantes – estearato de magnésio, de cálcio, de zinco, o silicone, a parafina e o
polietilenoglicol. Deslizantes – sílica coloidal, amido de milho e talco. Antiaderentes o
estearato de magnésio e o talco.
c) Aglutinantes – são utilizados para garantir a coesão de granulados e comprimidos. Ex.: gomas,
ácido algínico, CMC, etilcelulose, povidona, gelatina.
d) Agente de Cobertura – são agentes utilizados para revestir comprimidos ou cápsulas a fim de
conferir a estes proteção adicional contra decomposição química ou sabores desagradáveis.
Pode ser cobertura de açúcar(glicose líquida, sacarose), cobertura
polimérica(hidroetilcelulose, metilcelulose, hidroxipropilcelulose,
hidroxiproprilmetilcelulose) e revestimentos entéricos(etilcelulose, acetoftalato de celulose,
goma laca 35%).
e) Desagregantes – são usados em comprimidos para promover sua desintegração, facilitando a
dispersão e absorção. Podem atuar por tês mecanismos: intumescimento(celulose, alginato 21
de sódio,croscarmelose), por formação de canalículos (ex.: glicose, frutose, lactose,sacarose,
1.2.4. Estabilizantes Biológicos – são os coadjuvantes utilizados contra a proliferação microbiana.
a) Conservantes antimicrobianos – evitam proliferação de microorganismos em geral (ex.:
nipagin, nipazol, álcool benzílico, cloreto de benzalcônio,clorobutanol).
b) Conservantes antifúngicos – utilizados na prevençaõ de crescimento de fungos. Exemplos:
butilparbeno, etilparabeno, metilparabeno(Nipagin), propilparabeno (Nipazol), ácido
benzóico, benzoato de sódio.
1.3. Agentes Corretivos
Têm a função de modificar as propriedades organolépticas de cor, sabor e aroma.
a) Corantes - amarelo de tartarazina, azul de metileno, urucum
b)Flavorizantes – sabor e aroma – menta, vanilina, essências de abacaxi, hortelã, morango.
c)Edulcorantes – sabor doce – xarope, glicose, frutose, sorbitol, glicerina e adoçantes, como a
sacarina, aspartame ,ciclamato.
1.4. Veículos
São agentes carreadores do fármaco. Devem ser inertes e inócuos. Têm a função de completar a forma de
dosagem aumentando o volume, possibilitar a quantificação da dose certa de fármaco e permitir a
administração do mesmo.
a) Veículos em forma líquidas: água destilada, etanol, propilenoglicol, glicerina, óleos.
b) Veículos em formas plásticas – são as bases tais como: géis, cremes, loções, pomadas, pastas, óleos
diversos.
c) Veículos em formas sólidas – são os excipientes e diluentes.
c.1) Excipientes e Diluentes – conjunto de componentes que não são princípio ativo que compõem a
fórmula. Função básica é ade complementar o peso de fdormas sólidas. Ex.: amido, talco, celulose
microcristalina.
d) Veículos em formas gasosas – os Propelentes teriam a função de veículo em formas gasosas,pois são
agentes responsáveis pelo desenvolvimento da pressão necessária em um frasco de aerossol, 22
permitindo a expulsão do produto quando a válvula é acionada. Ex.: CO2 e CFC´s como
FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS
Representam mais de 2/3 dos medicamentos atuais. Tal difusão deve-se a vantagens como:
•Menor custo com acondicionamento,armazenamento e transporte;
•Maior estabilidade química, física e microbiana;
•Facilidade de administração;
•Possibilidade de se controlar a biodisponibilidade;
1.PÓS:São formas farmacêuticas sólidas constituídas por um ou mais princípios ativos,
adicionados ou não de adjuvantes, pulverizados e misturados homogeneamente.
Vantagens:
• Viabilidade de obtenção de outras formas farmacêuticas
• Fácil dissolução;
• Fácil absorção;
• Efeito mais rápido e regular;
Entre as desvantagens destacam-se:
• Inconveniente na ingestão;
• Estabilidade;
• Dificuldade de proteção da decomposição dos pós contendo materiais higroscópicos.
III. Quanto ao tamanho da Partícula
Os pós podem se classificar de acordo com a abertura do poro do tamis em:
• Pó grosseiro: malha de 850µm(20)
• Pó medianamente grosseiro: malha de 425µm(40)
• Pó fino: malha de 180µm(80)
• Pó muito fino: malha 125µm (120)
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Etapas de Obtenção

Incluem pesagem e outras operações preliminares, como, triagem e


estabilização,seguido por secagem, pulverização, tamisação, mistura
e se necessário nova secagem.

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Regras Básicas de mistura:

• Quantidade desiguais inicia-se pelo de menor quantidade


misturando com diluente;
• Substâncias potentes: diluição geométrica com auxílio de
indicador(corante);
• Misturas explosivas: pulverização separadamente;
• Misturas de substâncias higroscópicas: por intermédio de
diluentes absorventes(ex.: sílicas)
• Pós elásticos ou plásticos: mistura e trituração por intermédio
de partículas duras;
• pós tóxicos: uso de capela e equipamentos de proteção
individual(EPI´s)
• Conservantes: são previamente solubilizados em solventes
voláteis.
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A mistura de pós ou granulados pode ser feita em pequena escala
com auxílio de gral, almofariz ou tamis.

Bases para pós de uso externo:

Bases Inorgânicas:
Talco, óxido de zinco, carbonato de magnésio,dióxido de titânio e
dióxido de silício.

Bases Orgânicas:
Estearatos, lactose e amido. 33073090

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Pós para uso Externo Especiais:
Pós refrescantes: amido≈ 95% e estearatos ≈ 5%

Pós hidrorepelentes: contém 2 a 10% de substâncias graxas


(lanolina, óleo mineral) incorporados no pó.

Pós adstringentes: contém substâncias adstringentes,como


taninos e sais de bismuto, incorporados em talcos ou amido.

Pós antipruriginosos e analgésicos: mentol, cânfora e calamina


misturados a uma base de boa aderência(amido e talco).

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Pós anti-sépticos: ácido salicílico, ácido bórico em
bases aderentes e com boa capacidade de
adsorção de água(óxido de zinco, amido e talco).

Pós para Uso Interno:

Requisitos

• Permitir solubilização dos ativos;


• Quando efervescentes (trituração de ácido e base
separadamente)
• Garantir sabor e odor agradáveis
• Boa conservação
• Compatibilidade entre componentes.

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2. GRANULADOS

São formas farmacêuticas sólidas constituídas por um ou mais


princípios ativos, adicionados de adjuvantes, sob a forma de
grânulos homogêneos, destinados à administração direta por via
oral (granulados efervescentes), ou na preparação de drágeas,
cápsulas e como intermediários comprimidos.

Vantagens:

Possibilitam a obtenção de outras formas farmacêuticas


Fácil deglutição;
Melhor fluidez;

Desvantagens: custo e tempo de preparação.


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CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS

• Regularidade na cor e forma


• Boa fluidez
• Resistência mecânica
• 3-5% de umidade
• Boa solubilidade em água

PROCESSOS DE OBTENÇÃO

• Via úmida
• Fusão
• Via seca

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3. CÁPSULAS

São formas farmacêuticas sólidas nas quais


os fármacos e excipientes estão contidos
no interior de um invólucro solúvel,
geralmente constituído de gelatina de
tamanho variável, normalmente
destinado ao uso oral. Em geral
representam 50% da produção de
farmácias de manipulação.

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Vantagens:

•Possibilita a proteção parcial do fármaco da ação da luz e do ar;


•Fácil identificação;
•Precisão de dosagem
•Boa conservação
•Produção a seco
•Preparação em escala industrial ou artesanal
•Rápida liberação do(s) fármaco(s)
•Necessidade de menor número de excipientes
•Versatilidade
•Mascara odor e sabor desagradável

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Desvantagens:
•Não oferece proteção absoluta da ação da umidade ao
fármaco;
•Não é passível de fracionamento
•Limitado à administração de fármacos muito irritantes,
instáveis ou higroscópicos.

3.1. Classificação

I. Quanto ao Invólucro
• Duras – gelatina ou amido
• Moles – gelatina e plastificantes(glicerina)

II. Quanto à composição


• Pós
• Granulados
• Substâncias oleosas 33
3.2. Invólucros das Cápsulas

Tamanho: variam quanto a capacidade, sendo classificadas por


diferentes números: 00, 0, 1, 2, 3, 4, inversamente
proporcionais ao volume interno.

00 – 1000mg
0 – 500mg
1 – 320mg
2- 240mg
3- 180 mg
4 – 100mg

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3.3. O Conteúdo das Cápsulas

É composto por um ou mais fármacos combinados ou não de


excipientes, com diferentes funções coadjuvantes.

Os diluentes são extremamente importantes em cápsulas,


especialmente quando a quantidade é muito pequena,
inviabilizando manuseio.

O uso incorreto da quantidade e o tipo de diluente podem


interferir na biodisponibilidade(dificultar ou retardar a
liberação), custo (diversidade de preços) e estabilidade do
produto (especialmente devido a incompatibilidades).
Exemplos de diluentes empregados em cápsulas incluem a
celulose microcristalina, lactose, amido, manitol, derivados
de cálcio.
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Não devem ser utilizados como diluentes de cápsulas: talco,
caulim,carbopol, gomas e PVP.

3.4. Preparo das Cápsulas

Cápsulas Duras

Conteúdo – depende da dose terapêutica eficaz. Quando se fizer


necessário à adição de um ou mais excipientes.

A escolha da cápsula depende do volume final de fármaco(s) mais


excipiente(s), devendo ser preenchido em pelo menos 90%.
Cálculo se faz pela densidade dos pós. Relação massa-
volume.

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O enchimento pode ser manual ou através de equipamentos
manuais, semi-automáticos ou encapsuladoras
industriais.

Acondicionamento e a embalagem – devem oferecer


proteção, funcionalidade e possuir adequada
identificação.

Recomenda-se o uso de embalagens não transparentes,


recipientes hermeticamente fechados e adição de
silicagel.

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FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS OU PLÁSTICAS
São formas farmacêuticas consistentes e pegajosas de aparência translúcida ou opaca,
destinadas à aplicação na pele ou mucosas. As indicações dependem do grau de absorção
percutâneo.
Para ação tópica epidérmica destacam-se as ações emoliente, antimicrobiana, desodorizante,
protetora, etc.
Para ação tópica endodérmica destacam-se as ações antiinflamatória, anestésica local e
antimicótica.
Para ação hipodérmica destacam-se antiinflamatórios, anestésicos locais, hormônios.
Outras formas plásticas incluem supositórios, óvulos e velas, que apresentam consistência mais
firme e são destinados respectivamente à mucosa retal, vaginal e uretral.
QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, OU ASPECTO, AS FORMAS SEMI-SÓLIDAS SÃO
CLASSIFICADAS EM:
•Pomadas propriamente ditas hidrófobas
•Pomadas propriamente ditas hidrófilas
•Pastas
•Cremes e loções
•Géis

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1. CREMES:S ão formas emulsionadas de aparência opaca, cuja viscosidade depende da
composição e do tipo de fase externa; Cremes O/A(hidrófilos) são em geral menos
viscosos que os A/O (hidrófobos).
Métodos de Obtenção:
1- Agrupar os componentes de acordo com suas solubilidades em fase aquosa ou fase
oleosa.
2- Fazer os cálculos proporcionais.
3- Dissolver os componentes da FO, podendo se aquecer a 5º acima do seu ponto de fusão.
Por segurança evitar que ultrapasse 80ºC.
4- Dissolver os componentes da FA, recomenda-se aquecer 3 a 5º acima da FO.
5- Incorporar sob agitação a fase interna na externa.
2. GÉIS: Os géis são formas farmacêuticas ou cosméticas obtidas a partir da hidratação de
alguns compostos orgânicos macromoleculares ou de compostos inorgânicos gelificantes.
São preparações livres de gorduras(oil-free), cujo teor de água é bastante elevado, sendo
em geral facilmente laváveis. Entre as desvantagens destacam-se a baixa penetrabilidade
exceto os géis transdérmicos e maior susceptibilidade à contaminação microbiana.

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OS COMPONENTES USUAIS:
• GELIFICANTES – espessantes utilizados na elaboração dos géis.
Carbômeros: carbopol, synthalen. Concentração usual: 0,5- 1,5%
Hidroxietilcelulose – natrosol e cellosize. Concentração usual: 1,0 – 3,0%
•UMECTANTES – são utilizados para evitar a perda de água da formulação, conferindo ao
gel maior elasticidade(melhor espalhamento). Exemplos: glicerina, sorbitol,
propilenoglicol. Concentração usual: em torno de 5%
•COADJUVANTES - conservantes – parabenos, imidazolidiniuréia,, etc.
PRODUÇÃO DE GÉIS
A fase mais crítica é a hidratação do polímero. Esta deve ser feita de modo criteriosa e
gradual. A adição de excesso de água pode levar à formação de grumos que dificultam a
dispersão mecânica de forma a comprometer a homogeneidade ou a uniformidade da
formulação.
A adição de outros adjuvantes ex: solubilizantes, bem como o acerto de volume e pH,
devem ser feitos só após homogenização(uniformização) parcial do veículo.

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PRODUÇÃO DE GÉIS

A fase mais crítica é a hidratação do polímero. Esta deve ser


feita de modo criteriosa e gradual. A adição de excesso de
água pode levar à formação de grumos que dificultam a
dispersão mecânica de forma a comprometer a
homogeneidade ou a uniformidade da formulação.
A adição de outros adjuvantes ex: solubilizantes, bem como o
acerto de volume e pH, devem ser feitos só após
homogenização(uniformização) parcial do veículo.

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Referências Bibliográficas

- Fonseca A. e Prista L. Nogueira, Manual de Terapêutica


Dermatológica e Cosmetológica – Editora Roca.
- Batistuzzo, José Antônio; Itaya, Masayuki; Eto, Yukiko,
Formulário Médico Farmacêutico – 3ª Edição – Editora
Tecnopress
- Ferreira, Anderson de Oliveira, Guia Prático da Farmácia
Magistral – 2 ª Edição – Editora Pharmabooks
- Cavalcanti, Luiz Carlos, Incompatibilidades Farmacotécnicas
na Farmácia Magistral – Editora Pharmabooks
-Appel, Gerson; Reus, Márcia; Formulações Aplicadas à
Odontologia -2ª Edição – RCN Editora

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