Você está na página 1de 78

221

Capítulo 16 ................94
Módulo 61 ............ 110
Módulo 62 ............ 114

AT
Módulo 63 ............ 118
222
M Módulo 64............123

a
Módulo 65 ............129
Módulo 66 ............133

sic


Q
O
BI
O
LP
IS
H
FI GEO
L

S
C
SO


S
RE
1. Eletrostática 96
2. Íons 97
3. Quantização de carga 97
4. Carga elétrica de um corpo 97
5. Materiais condutores e isolantes 98
6. Conservação de carga 98
7. Eletrização 98
8. O eletroscópio 101
9. Força eletrostática 101
10. Campo elétrico 103
11. Organizador gráfico 109
Módulo 61 – Carga elementar e corpos
eletrizados: condutores e isolantes 110
Módulo 62 – Eletrização: atrito e contato 114
Módulo 63 – Eletrização por indução
e eletroscópios 118
Módulo 64 – Força eletrostática e lei
de Coulomb — princípio da superposição 123
Módulo 65 – Campo elétrico gerado
por uma ou mais cargas puntiformes 129
Módulo 66 – Linhas de força: cargas
puntiformes em campo elétrico uniforme 133

• Identificar fenômenos eletrostáticos


intencionais e acidentais do cotidiano.
• Identificar a carga elétrica de cada partícula
que compõe a estrutura atômica.
• Representar o campo elétrico por meio de
linhas de forças.
• Calcular o campo elétrico gerado por uma
ou mais cargas puntiformes.
• Aplicar o princípio de conservação e a
quantização da carga em processos de
eletrização.
• Aplicar as leis que regem o campo elétrico
em análises qualitativa e quantitativa de
fenômenos eletrostáticos.
• Relacionar os conceitos elétricos e
as unidades de carga, campo e força,
aplicando-os a fenômenos eletrostáticos.
• Reconhecer e aplicar o conceito de campo
elétrico de cargas puntiformes.
• Reconhecer riscos biológicos de descargas
elétricas, compreendendo a função de
para-raios e aterramentos.
ISTOCK/THINKSTOCK
Introdução à eletrostática 16
95

Durante uma tempestade, é comum observarmos descargas elétricas. O Brasil é um dos países em que ocorre
o maior número de descargas elétricas no mundo. O que dá origem aos raios? Como a tecnologia é afetada por esse
fenômeno? E como isso atinge as nossas vidas?
As descargas elétricas consistem no movimento de grande quantidade de elétrons em um curto intervalo de
tempo. Elas ocorrem em razão do acúmulo de cargas elétricas em regiões da atmosfera. Esse movimento de elé-
trons pode ocorrer entre nuvens, dentro da mesma nuvem, da nuvem para o solo, do solo para a nuvem ou da
nuvem para outro ponto qualquer da atmosfera.
A descarga elétrica ocorre quando o ar não é mais capaz de isolar as regiões eletrizadas positiva e negativamen-
te. Nesse momento, dizemos que é rompida a rigidez dielétrica do ar, e os elétrons deslocam-se da região negativa
para a positiva.
1. Eletrostática positivo do átomo, e os planetas ocupam as posições dos elé-
16

Os fenômenos elétricos sempre pareceram extraordiná- trons. Em 1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974)
rios para os pesquisadores, desde os primeiros estudiosos. O complementou a teoria de Rutherford ao provar a existência
221

espetáculo do relâmpago, a existência da célula viva, a facili- de uma partícula neutra no núcleo do átomo, o nêutron, que
dade da utilização de aparelhos elétricos e eletrônicos, a pos- ajuda a diminuir a repulsão entre os prótons.
sibilidade de armazenamento de energia em pilhas e baterias
são exemplos da importância do conhecimento a respeito Modelo planetário do átomo
das cargas elétricas.
O eletromagnetismo, desenvolvido até o século XIX por
pesquisadores como Ampère, Faraday e Maxwell, estuda o
Física

movimento das cargas elétricas. Uma importante área do ele-


tromagnetismo é a eletrostática, que se incumbe do estudo
das cargas elétricas estacionárias. Próton

A. Cargas elétricas e a estrutura da matéria Nêutron


Segundo a teoria atômica do físico neozelandês Ernest
Rutherford (1871-1937), o átomo é composto por um núcleo Elétron
com carga elétrica positiva, sendo equilibrado por elétrons
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

com carga elétrica negativa, que ficam girando em volta do


núcleo, em uma região denominada eletrosfera.

Modelo atômico de Rutherford com a contribuição de Chadwick.


YLIVDESIGN / ISTOCK

Nessa representação do átomo, podemos notar que os


prótons permanecem ligados aos nêutrons no núcleo atômico,
enquanto os elétrons descrevem órbitas ao redor do núcleo.
DALMINGO / SHUTTERSTOCK

Para saber mais sobre as forças fundamentais


do universo, acesse: <http://www.if.ufrgs.br/
tex/fis01043/20032/Humberto/index.html>.
96

Atualmente, a área de pesquisa em física de partículas


provou que existem várias outras partículas subatômicas. No
entanto, para a eletrostática, interessam apenas três: próton,
elétron e nêutron.

B. Cargas elétricas e princípio e Du Fay


(1698-1739)
A interação de repulsão entre dois prótons ou de atração
EVERETT HISTORICAL / SHUTTERSTOCK

entre próton e elétron é explicada por meio de um conceito


denominado carga elétrica. Como a interação pode ocorrer de
duas maneiras, convencionou-se que a carga elétrica pode
ser de dois tipos: positiva e negativa.
Assim, quando duas partículas se repelem mutuamen-
te por causa de suas cargas elétricas, podemos afirmar que
elas possuem cargas elétricas de mesmo sinal. No entanto,
se a força entre um par de partículas for de atração elétrica,
dizemos que suas cargas elétricas possuem sinais opostos.
Vejamos a ilustração a seguir:
+ +

– –
Ernest Rutherford e seu modelo atômico,
comparável ao modelo planetário.
+ –
EMI-16-110

O modelo de Rutherford assemelha-se ao modelo helio- Repulsão entre dois prótons, repulsão entre dois
cêntrico do Sistema Solar, em que o Sol representa o núcleo elétrons e atração entre próton e elétron.
16
Prótons: partículas portadoras de carga elétrica positiva.
Elétrons: partículas portadoras de carga elétrica negativa.
Cargas de sinais iguais: repelem-se mutuamente. O módulo da carga do próton e do

221
Carga de sinais opostos: atraem-se mutuamente. elétron é realmente idêntico?
O equilíbrio próton-elétron é passível de uma verifi-
cação muito precisa. Podemos verificar a neutralidade do
2. Íons átomo ou molécula de hidrogênio. Para esse fim, podemos
O átomo neutro apresenta o número de prótons igual ao tentar desviar a trajetória de um feixe de átomos ou molé-
número de elétrons. É possível, porém, retirar elétrons da culas por meio de um campo elétrico. Como o átomo ou a
eletrosfera de um átomo ou colocar elétrons nela. Quando molécula de hidrogênio deve possuir o mesmo número de

Física
um processo desse tipo é realizado, ocorre um desequilíbrio elétrons e prótons, o feixe não sofrerá desvio se as duas
elétrico no átomo. Nessas condições, esse átomo recebe a partículas subatômicas possuírem a mesma carga elétrica,
denominação de íon. em módulo.
Um íon possui o número de elétrons diferente do número
de prótons. O íon cujo número de elétrons é maior que o nú-
mero de prótons recebe o nome de ânion. O íon cujo número
de elétrons é menor que o número de prótons recebe a deno-
minação cátion. Para visualizar a relação entre as partículas

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


subatômicas, nos diversos elementos da
Tabela Periódica, acesse: <http://phet.colorado.
APRENDER SEMPRE 14 edu/pt_BR/simulation/build-an-atom>.

01.
Um átomo de níquel possui 28 prótons, no núcleo, e 4. Carga elétrica de um corpo
28 elétrons, na eletrosfera. Qual é a carga elétrica desse O estudo realizado para a ionização de um átomo ou
átomo? Justifique. molécula pode ser expandido para os corpos formados por
vários átomos ou moléculas, desde que estes possam tro-
Resolução car elétrons. Dessa maneira, um corpo inicialmente neutro,
A carga elétrica desse átomo é igual a zero, tendo em ou seja, que possua o mesmo número de prótons e elé-
vista que, para cada elétron, existe um próton neutralizan- trons, pode passar a apresentar excesso de carga positiva
do seu efeito. Nesse caso, a carga total será nula. ou negativa.
Quando um corpo inicialmente neutro perde elétrons, ele
passa a apresentar excesso de prótons, que possuem carga
3. Quantização de carga positiva. Nessa situação, dizemos que o corpo está eletrizado
A experiência da gota de óleo, de Millikan, e diversas ou- positivamente ou que possui carga positiva.

97
tras demonstram que a carga elétrica aparece, na natureza, Do mesmo modo, quando um corpo inicialmente neutro
em múltiplos de um único valor. Essa grandeza é representa- recebe elétrons, ele passa a apresentar excesso de elétrons,
da por e, que é a carga elementar. que possuem carga negativa. Assim, podemos afirmar que
esse corpo está eletrizado negativamente ou que possui car-
ga negativa.
Como o único portador de carga trocado em processos de
eletrização é o elétron, podemos afirmar que o módulo da car-
Para conhecer a experiência de Millikan, acesse: ga elétrica total adquirida por um corpo sempre será um valor
<https://www.youtube.com/watch?v=xohI5URKRvA>.
múltiplo do módulo da carga do elétron (carga elementar e).
Assim, podemos escrever:

O valor aproximado da carga elementar é: Q=±n·e

e = 1,6 · 10–19 coulomb (C)


Nessa equação:
• Q representa a carga elétrica total em excesso ou em
Assim, o valor da carga elétrica do elétron e do próton é: falta no corpo;
• n é o número de portadores de carga em excesso ou
Carga do elétron = –e = –1,6 · 10–19 C em falta;
Carga do próton = + e = + 1,6 · 10–19 C • e é o módulo da carga elementar.

Importante
A unidade coulomb é uma homenagem ao engenheiro e O sinal de + deve ser adotado quando o corpo apresentar
físico francês Charles A. Coulomb (1736-1806), por seus tra- excesso de prótons, e o sinal de –, quando o excesso for
EMI-16-110

balhos nas áreas da eletricidade e do magnetismo. de elétrons.


A carga elétrica Q, apresentada por um corpo que troca n Na natureza, não existe isolante elétrico perfeito. Por
16

portadores de carga, é comumente um número com muitas exemplo, o ar é um ótimo isolante elétrico, porém, sob certas
casas decimais. Por esse motivo, alguns prefixos são ampla- condições, pode permitir a passagem de elétrons de um áto-
221

mente utilizados. Seguem alguns exemplos: mo para outro. A descarga elétrica de um raio é um exemplo
a. mili (m) = 10–3 c. nano (n) = 10–9 dessa situação. Portanto, existe um limite de isolamento elé-
b. micro (µ) = 10 –6
d. pico (p) = 10–12 trico nos materiais, o que será estudado mais adiante.

APRENDER SEMPRE 15
Para saber mais a respeito dos fenômenos cotidianos
Física

01. relacionados às cargas elétricas, leia o artigo no link:


Um estudante de física realiza um experimento para <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol2/Num1/raios.pdf>.
determinar a carga elétrica de três corpos A, B e C. Reali-
zada a experiência, os valores encontrados para as cargas
elétricas dos três corpos são: 3,2 · 10–19 C, 5,4 · 10–19 C e 6. Conservação de carga
1,6 · 10–20 C, respectivamente. A carga total, em um sistema isolado, nunca varia. Enten-
Quais valores encontrados pelo estudante estão incor- demos como sistema isolado aquele cujos limites nenhuma
retos? Justifique. matéria atravessa. Luz pode entrar ou sair do sistema sem
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

alterar o princípio, pois fótons não transportam carga elétrica.


Resolução Por exemplo, uma caixa de paredes lacradas no vácuo. Caso
Corpo A: fosse possível contar o número de portadores de carga po-
Q=n·e sitiva e negativa dentro da caixa, a soma algébrica das suas
3,2 · 10–19 = n · 1,6 · 10–19 cargas elétricas daria sempre o mesmo valor.
n = 2,0
Corpo B: 7. Eletrização
Q=n·e Conforme foi estudado anteriormente, a carga elétrica de
5,4 · 10–19 = n · 1,6 · 10–19 um corpo pode ser alterada.
n = 3,375 Os processos pelos quais se pode mudar a carga elétrica
Corpo C: de um corpo são denominados processos de eletrização.
Q=n·e Os processos de eletrização podem ser desenvolvidos de
1,6 · 10–20 = n · 1,6 · 10–19 três maneiras: por atrito, contato ou indução eletrostática.
n = 0,1
As cargas elétricas encontradas para os corpos B e C estão A. Eletrização por atrito
incorretas, pois não correspondem a um múltiplo da carga ele- De acordo com os registros históricos, essa foi a primei-
mentar (número inteiro de portadores de carga). A carga elétri- ra forma de eletrização percebida pelo homem. Isso ocorreu
98

ca do corpo A está correta e corresponde a um excesso de dois quando Tales de Mileto (624 a.C.-556 a.C.) notou que, após es-
prótons em relação ao número de elétrons (carga positiva). fregar âmbar (uma resina) em um pedaço de seda, o primeiro
era capaz de exercer força de atração em pedaços de palha.
Esse tipo de eletrização consiste em atritar dois corpos cons-
5. Materiais condutores e isolantes tituídos de materiais diferentes para que um deles perca elétrons
O físico dinamarquês Niels Böhr (1885-1962) comple- (adquirindo excesso de carga elétrica positiva) e o outro ganhe es-
mentou o modelo atômico de Rutherford, provando que as ses elétrons (ficando eletricamente negativo). Temos um exem-
órbitas dos elétrons, em volta do núcleo do átomo, possuem plo disso quando um pente de plástico é passado várias vezes no
raio de curvatura quantizado e que, quanto mais energia um cabelo, os dois trocam cargas elétricas. Durante esse processo,
elétron possui, maior é o raio de sua órbita. Assim, um átomo o pente adquire elétrons provenientes do cabelo. Assim, o pente
pode possuir vários elétrons com diferentes níveis energéti- fica eletrizado negativamente e o cabelo positivamente.
cos e, consequentemente, com variados raios de trajetória.
Admitindo-se como referência o modelo atômico de Böhr,
podemos afirmar que os elétrons das camadas menos ener- +–
géticas (mais próximas do núcleo) são fortemente atraídos
++
+ –
pelos prótons presentes no núcleo atômico, e os elétrons –
mais energéticos (mais afastados no núcleo) são fracamente ++
atraídos pelo núcleo do átomo.
Nos materiais denominados condutores de eletricidade,
a intensidade da força de atração entre os elétrons da última
camada eletrônica e o núcleo é muito baixa. Dizemos, portan- – + – + – + – – –
to, que esses elétrons são “livres”, ou seja, eles podem passar
de um átomo para outro com bastante facilidade.
Nos isolantes de eletricidade, todos os elétrons são for-
EMI-16-110

temente presos ao núcleo, não havendo, portanto, elétrons Ilustração com destaque para o excesso de
“livres” para passar de um átomo a outro com facilidade. elétrons no pente e de prótons no cabelo.
Como é possível saber qual material ficará eletrizado ne-

16
Observações importantes do processo
gativamente ou positivamente? de eletrização por atrito
A carga elétrica adquirida por um material depende da ca- • Os corpos adquirem cargas de sinais opostos.

221
pacidade que seus átomos têm de atrair elétrons. Portanto, • Os corpos adquirem cargas de mesmo módulo.
ficará com excesso de elétrons o material cujos átomos tive- • Quando materiais isolantes são eletrizados, a carga elé-
rem maior capacidade de atrair elétrons. trica em excesso permanece na região atritada.
Voltando ao exemplo anterior, podemos concluir que o • Quando materiais condutores são eletrizados, o exces-
plástico possui maior capacidade de atrair os elétrons para si so de carga distribui-se por toda a superfície do corpo.
do que o cabelo humano.
É comum utilizar uma tabela com vários materiais para

Física
comparar suas capacidades de atrair elétrons. Assim, des- B. Eletrização por contato
cobrimos qual deles fica positivo ou negativo. Essa tabela é A eletrização por contato ocorre quando dois corpos cons-
conhecida como série triboelétrica. tituídos de material condutor são deixados de tal maneira que
os elétrons de um possam migrar para o outro. Esse contato
pode ser feito por meio de um fio condutor ou encostando-se
um corpo ao outro.
Esse tipo de eletrização pode ocorrer entre dois ou mais
corpos simultaneamente. Além disso, é necessário que ao me-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


nos um dos corpos possua excesso de carga elétrica na situa-
ção inicial, pois, caso dois corpos neutros sejam colocados em
contato elétrico, os dois permanecerão com carga total nula.
Para facilitar a compreensão, segue um exemplo. São da-
dos dois corpos condutores de eletricidade. Um deles apre-
senta, inicialmente, excesso de cargas elétricas positivas.

Série triboelétrica
QA QB = 0 (neutro)
Existem alguns materiais como o algodão e o aço que Corpo A eletricamente positivo e corpo B neutro.
são chamados de neutros, pois não tendem a receber ou for-
necer elétrons, é por isso que, em dias frios e secos, as rou- Fazendo o contato elétrico entre eles, elétrons do corpo

99
pas de algodão não ficam grudando em nossa pele, como as neutro são fortemente atraídos pelo excesso de carga positi-
de poliéster. va no corpo A. Assim, alguns elétrons passam do corpo neutro
para o corpo A, até que o equilíbrio eletrostático seja atingido.
O conceito de equilíbrio eletrostático será estudado, com
maior amplitude, posteriormente.
APRENDER SEMPRE 16 Ao atingir o equilíbrio eletrostático, os corpos estarão
com cargas elétricas de mesmo sinal. No exemplo utilizado,
01. os dois corpos estarão com cargas positivas.
Considere um pedaço de pano de seda e um tubo de vi-
dro, ambos estão eletricamente neutros. Ao esfregar a seda
no tubo, qual a carga elétrica que cada corpo vai adquirir?
Utilize a série triboelétrica como referência.

Resolução
A série triboelétrica serve como referência para sa-
bermos quais elementos têm maior capacidade de atrair Q’A Q’B
elétrons. De acordo com a seta, os elementos que se en- Corpos A e B, após o contato, adquirem excesso de carga positiva.
contram na parte superior da série têm maior chance de
adquirir excesso de carga positiva, e aqueles que estão na Tendo em vista o princípio de conservação da carga elé-
parte inferior têm maior capacidade de atrair elétrons para trica e que somente os corpos A e B participam da troca de
si, tornando-se negativos. elétrons, podemos escrever:
De acordo com a série, o vidro deve adquirir carga elé-
trica positiva, perdendo elétrons, e a seda fica eletrizada Qinicial = Qfinal
negativamente, pois recebe esses elétrons.
EMI-16-110

QA = Q’ A + Q’B
Assim, podemos concluir que a carga elétrica inicial do elétrico entre os corpos, apenas uma aproximação suficiente
16

sistema permanece conservada e que, na situação final, para polarizar as cargas elétricas do corpo que se deseja ele-
ela está dividida entre os corpos que participaram do con- trizar (corpo induzido).
221

tato elétrico. Um exemplo é aquele em que um bastão feito de ma-


No exemplo, os corpos A e B dividem o excesso de carga terial isolante é aproximado de uma esfera condutora. A
elétrica que pertencia inicialmente ao corpo A. Se os corpos carga elétrica inicial do bastão é adotada arbitrariamente
forem idênticos (mesma forma e volume), as cargas finais como positiva, e a esfera condutora encontra-se inicial-
serão iguais. mente neutra.
QA
Q’ A = Q’B =
Física

Quando os corpos forem diferentes, as cargas finais tam-


bém o serão. Essa situação será abordada em capítulo futu-
ro. No entanto, podemos adiantar que, quanto maior o corpo,
mais carga elétrica ele pode acumular.
O bastão com carga positiva em excesso e a esfera
inicialmente neutra antes do início do processo.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

APRENDER SEMPRE 17 A atração entre cargas de sinais opostos faz com que
elétrons livres do condutor se aproximem do bastão, geran-
01. do uma polarização elétrica na esfera. É interessante notar
Três esferas idênticas são mantidas isoladas eletrica- que as cargas negativas não conseguem chegar ao bastão,
mente, em um ambiente seco. Em determinado instante, a pois a esfera está imersa em um meio isolante como o ar,
esfera A (QA = 10 µC) toca a esfera B (QB = –1 µC). Após por exemplo.
alguns instantes, afasta-se e toca a esfera C (Qc = –3 µC),
retornando à posição inicial.
Após os contatos descritos, determine as cargas elétri-
cas das esferas A, B e C.

Resolução
É fundamental notar que as esferas são idênticas e,
por esse motivo, as cargas elétricas de cada par de esferas,
após o contato, será igual.
100

Primeiro contato: Ao aproximar a carga positiva do bastão, a esfera


Qinicial = Qfinal torna-se polarizada por causa da atração eletrostática.
QA + QB = Q’ A + Q’B
Mantendo-se o bastão próximo da esfera, pode-se
Como QA = QB: conectar um fio condutor entre a esfera e a terra, que se
10 µC – 1 µC=2 · Q’ A comporta como um gigantesco condutor de eletricidade.
4,5 µC = Q’ A = Q’B Como os elétrons da esfera são neutralizados pelos pró-
tons do bastão, ela fica “virtualmente” positiva, ou seja,
Segundo contato: o bastão induz uma carga positiva na esfera. Essa carga
Qinicial = Qfinal positiva induzida atrai os elétrons da superfície terrestre.
Q’ A + QC = Q” A + Q Q’C Após alguns instantes, o “excesso” de cargas elétricas po-
sitivas na esfera é anulado pelos elétrons provenientes
Como Q’’A = Q
Q’C : da terra.
4,5 µC – 3 µC = 2 · Q’’A
0,75 µC = Q’’ A = Q
Q’C

Após os contatos, as cargas elétricas das esferas A, B e


C serão, respectivamente, 0,75 µC, 4,5 µC e 0,75 µC.

C. Eletrização por indução eletrostática


Elétrons
Assim como na eletrização por contato, o processo de
eletrizar um corpo por indução eletrostática requer que um
dos corpos esteja inicialmente com excesso de carga elétri- Ao aterrar a esfera, elétrons da superfície do planeta são
EMI-16-110

ca (corpo indutor). Porém, nesse processo, não há contato atraídos pelo bastão e conduzidos até a esfera.
Ele é constituído de uma esfera condutora (comumente

16
metal) ligada a uma haste também condutora, onde se fixam
tiras metálicas.

221
Esfera condutora

Haste condutora

Após alguns instantes, o “excesso” de prótons é anulado, e os elétrons

Física
livres são mantidos no lado esquerdo da esfera pelo corpo indutor.
Tiras

Finalmente, se o fio for desligado da superfície terrestre


e, em seguida, o bastão de vidro for afastado da esfera, ha- Recipiente de vidro
verá um excesso de elétrons nesta esfera. Assim, podemos
afirmar que a esfera condutora, neutra no início do processo, O conjunto do eletroscópio de folhas. O recipiente de vidro
foi eletrizada com carga elétrica negativa por meio da indução serve apenas para evitar influências do vento.
eletrostática.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Enquanto o eletroscópio se encontra neutro e afastado de
corpos com excesso de carga elétrica, as tiras permanecem
próximas, ou seja, na posição inicial em que foram deixadas.
Ao aproximarmos um corpo eletrizado da esfera do ele-
troscópio, ocorre indução no conjunto condutor. A figura ilus-
tra um eletroscópio sendo utilizado para determinar se a es-
fera na ponta do bastão está com excesso de carga elétrica.
Desligado o fio terra e afastado o corpo indutor, a esfera permanece com
excesso de elétrons, que se distribuem por todo o corpo do condutor. ––

– +
––

Assista ao vídeo Cabo de guerra


elétrico – experiência de física:
<https://www.youtube.com/
watch?v=Yndkm5VB4I0>.

101
8. O eletroscópio
Para determinar se um corpo está ou não com excesso de Como a esfera do bastão está eletrizada positivamente, ela
cargas elétricas, pode-se utilizar um instrumento denomina- induz carga elétrica no conjunto condutor do eletroscópio.
do eletroscópio.
No início do capítulo, vimos que corpos carregados com As cargas elétricas em excesso na região inferior do apa-
cargas de mesmo sinal se repelem e corpos carregados com relho repelem-se e fazem com que as folhas afastem-se uma
cargas de sinais contrários atraem-se mutuamente. No entan- da outra.
to, o que acontece quando aproximamos um corpo carregado
de outro eletricamente neutro?
Nessa situação, também ocorre uma força de atração 9. Força eletrostática
entre ambos por causa da polarização de cargas elétricas no Conforme visto anteriormente, as cargas elétricas intera-
corpo neutro. gem entre si de duas maneiras diferentes: atrativa ou repulsi-
vamente. No entanto, mais detalhes podem ser estudados a
respeito da interação entre duas cargas elétricas. Em um pri-
meiro momento, estudaremos a interação entre duas cargas
Veja a simulação no link: elétricas pontuais, ou seja, cujo tamanho é desprezível em
<http://phet.colorado.edu/pt_BR/ determinado referencial.
simulation/balloons>.
A. Lei de Coulomb
Charles Augustin Coulomb (1736-1806) estudou de
O funcionamento de um eletroscópio está intimamente maneira quantitativa a interação entre cargas elétricas. As
relacionado com o princípio de atração ou repulsão elétrica experiências de Coulomb utilizaram um instrumento conhe-
EMI-16-110

entre os corpos. Existem diversos tipos de eletroscópios, mas cido como balança de torção e que também foi utilizada por
um bastante interessante é o eletroscópio de folhas. Cavendish para medir atrações gravitacionais.
As conclusões do trabalho de Coulomb são suficiente- Resolução
16

mente precisas se considerarmos as cargas elétricas muito Para calcular o módulo da força eletrostática basta
menores do que a distância que as separa e apenas quando substituirmos os valores fornecidos no enunciado na lei de
221

elas estiverem em repouso. Coulomb. Assim:


O enunciado da lei de Coulomb é:
4 µC →
FBA

FAB –5 µC

Duas cargas elétricas puntiformes interagem com x


A B
forças elétricas de mesma intensidade e de forma di-
retamente proporcional ao produto das cargas e in-
Física

versamente proporcional ao quadrado da distância 9 ⋅ 109 ⋅ 4⋅ 10−6 ⋅⋅5


5⋅ 10−6
entre elas. FE =
(3⋅ 10−1 )2
FE = 2 N
Matematicamente, o módulo dessa força pode ser es-
crito por: Note que os valores substituídos devem sempre estar
no SI.
A direção e o sentido são determinados na figura por
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

k ⋅ Q1 ⋅ Q2 meio do Princípio de Dufay.


FE =
d2 Como as cargas possuem sinais opostos, as forças são
de atração. Note que a força atua na direção da reta que une
o par de cargas.
Na equação:
• F representa o módulo da força eletrostática em new-
tons (N);
• Q1 e Q2 as cargas elétricas em coulomb (C);
• d é a distância entre as cargas em metros (m);
• k é uma constante de proporção. Força eletrostática × força gravitacional × força magnética
A constante de proporção (k) depende do meio onde as
cargas elétricas se encontram. Na maioria da vezes, o meio As semelhanças entre a lei da gravitação universal
trabalhado é o vácuo. Assim: newtoniana expressa matematicamente pela equação

k ≈ 9 · 109 N · m2⁄C2 G ⋅ m1 ⋅ m2
F=
d2
102

Importante
• A equação determina apenas o módulo da força e a lei de Coulomb são explícitas. Ambas são leis para
entre as cargas elétricas, por esse motivo a função inversos de quadrados de distâncias, e as cargas Q1
módulo aparece na equação. e Q2, na lei de Coulomb, fazem o mesmo papel que as
• Note que a força exercida pela carga Q1 sobre a car- massas m1 e m2 na gravitação newtoniana. No entanto,
ga Q2 forma par ação e reação com a força que Q2 a força gravitacional é sempre atrativa entre os corpos
exerce sobre Q1. enquanto as forças eletrostáticas podem ser atrativas
ou repulsivas.
As forças magnéticas também diferem da força ele-
trostática por não serem da mesma natureza. Enquanto
APRENDER SEMPRE 18 a força coulombiana é originada pelas cargas elétricas,
as forças magnéticas são fruto das propriedades mag-
01. néticas da matéria. Mais adiante serão apresentadas
Duas partículas apresentam excessos de cargas elé- as características que permitem aos corpos interagirem
tricas de 4 µC e –5 µC, respectivamente. A distância entre magneticamente.
elas pode ser considerada igual a 30 cm, e o meio envol-
vente é o vácuo, k = 9 · 109 N · m2/C2. A figura representa
esquematicamente a situação descrita. Calcule o módulo B. Força eletrostática para sistemas de corpos
da força eletrostática entre as partículas e determine sua No item anterior, estudamos como ocorrem as intera-
direção e sentido. ções entre pares de cargas elétricas pontuais. Na nature-
za, a quantidade de portadores de carga é muito grande.
4 µC –5 µC
Para se ter ideia, em uma amostra de 1 cm3 de um material
qualquer, a ordem de elétrons disponíveis é de 1023. As-
x sim, é importante que abordemos a interação entre mais
A B de um par de cargas. Apesar de parecer complexa, a situa-
EMI-16-110

ção exige apenas a superposição de forças sempre estu-


dadas aos pares.
16
APRENDER SEMPRE 19 Importante
Para determinar a força resultante sobre uma carga elé-
01.
trica, devemos estudar sua interação aos pares e, ao final,

221
Três cargas puntiformes são dispostas conforme a figura. utilizar os métodos conhecidos para a soma de vetores.
+Q1 +Q2
d

Para relembrar operações com vetores, acesse:


d d <http://efisica.if.usp.br/mecanica/

Física
–Q3 basico/vetores/somar/>.

C. Representação gráfica
Sabendo que as cargas elétricas estão equidistantes e A equação que define a representação matemática da lei
que |Q1| = |Q2| = |Q3| = Q, determine a força resultante sobre de Coulomb F = k · |Q1| · |Q2| / d2 pode ser representada, gra-
a carga Q3. ficamente, de várias maneiras. Uma forma bastante utilizada
é aquela que apresenta a relação entre a força F e a distância

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Resolução d entre duas cargas com valores constantes. Essa relação en-
Primeiramente, verificamos que a carga Q3 sofre ação tre F e d é representada por uma hipérbole (F é inversamente
da carga Q1 e da carga Q2. proporcional ao quadrado da distância).
+Q1 +Q2 F

F13 F23
–Q3

Verificamos que as forças são de atração por causa dos F/4


sinais das cargas e que F13 = F23. Além disso, o ângulo entre F/9
as duas forças é 60°, pois as três cargas formam um triân-
gulo equilátero (distâncias iguais). 0 d 2d 3d d

103
Assim, calculamos:
No gráfico, podemos notar que, conforme a distância d
k ⋅ Q1 ⋅ Q2 cresce, a força diminui na proporção quadrática.
FE =
d2
k ⋅ Q2
F13 = F23 = 2
d 10. Campo elétrico
O conceito de campo é o que permite compreender como
Para calcularmos o módulo da força resultante sobre a ocorre a interação entre duas partículas. Os campos que fre-
carga Q3, podemos utilizar a lei dos cossenos. quentemente são estudados na Física, durante o Ensino Mé-
dio, são três:
FR2 = F132 + F232 + 2 ⋅ F13 ⋅ F23 ⋅ cos 60° • campo gravitacional, responsável pela interação entre
as massas dos corpos;
k .Q2
FR = 3 • campo magnético, relacionado com a força magnética;
d2
• campo elétrico, que está ligado à força elétrica.
A direção da força resultante é vertical, e o sentido, Para ilustrar o conceito de campo, será utilizada aqui uma
para cima, pois os módulos das cargas são iguais, e elas analogia.
estão equidistantes. Consideremos que um aluno, em uma sala de aula, tenha
passado uma quantidade significativa de perfume. Esse alu-
+Q1 +Q2 no irradia, ao seu redor, uma região de perturbação que, na
física, chamamos de região de campo. Se esse aluno estiver
 isolado, terá apenas o campo por ele criado. Entretanto, se for
FR colocado outro aluno nas proximidades deste, além do cam-
po, haverá também a ação de um par de forças, que pode ser
–Q3 de atração, caso o aluno tenha gostado do perfume, ou repul-
são, no caso contrário.
EMI-16-110

Na eletricidade, acontece algo bastante similar ao perfu-


me. Uma carga elétrica isolada cria ao seu redor uma região de
perturbação que denominamos de campo elétrico. Essa carga No espaço, a presença de um astro cria, ao seu redor, uma
16

sozinha cria o campo. No entanto, se outra carga elétrica for região denominada campo gravitacional, ou seja, todos os
colocada nessa região, sentirá os efeitos do campo elétrico e corpos, nas proximidades desse astro, sentem sua presença.
221

receberá uma força de atração ou repulsão, dependendo dos A origem do campo gravitacional está relacionada com a
sinais das cargas. Vale lembrar que o par de forças ocorre por massa dos corpos. Por exemplo, a Lua permanece girando ao
causa da força que cada carga realiza sobre a outra. redor da Terra por causa da atração gravitacional entre estes
Nesta ilustração, vê-se que uma carga elétrica cria, em seu dois astros.
entorno, uma região em que ela é capaz de realizar força elétrica.
Lua

Física

F Terra, Lua


−F Lua, Terra
Q
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Terra

A carga Q cria uma região denominada campo elétrico. A massa de cada corpo cria uma região denominada campo
gravitacional que por sua vez gera a força gravitacional.
É importante notar que o campo elétrico não fica limitado
apenas à região próxima à carga, mas estende-se desde a car- A força trocada entre esses dois astros forma um par ação e
ga até muito longe dela, diminuindo de intensidade conforme reação, ou seja, são forças de mesma intensidade, mesma dire-
se afasta da fonte do campo. ção, sentidos opostos e estão aplicadas em corpos diferentes.
Quando uma segunda carga elétrica é inserida no campo Para determinar o campo gravitacional de um astro, apli-
elétrico, ocorre uma interação entre as cargas, denominada camos a conhecida  equação usada na mecânica: P = m⋅ g .
força elétrica. Nessa equação, P é a intensidade da força peso, m é a massa
do corpo, e g é o campo gravitacional. Dessa maneira:
104


 P
g=
m

Concluimos, então, que o campo gravitacional gerado


  pela massa de um corpo pode ser calculado pelo quociente
FE − FE
Q q entre a força gravitacional causada sobre um segundo corpo
e sua massa m.
Em analogia
 com a equação anterior, definimos o campo
elétrico E associado a uma carga elétrica, em termos da força
exercida sobre uma carga de prova q:


 FE
E=
A força elétrica surge quando o campo elétrico de uma q
carga detecta a presença de outra carga elétrica.

 
É importante ressaltar que a força elétrica pode ser de Considerando-se que FE e E grandezas vetoriais, e que q
atração ou repulsão, dependendo dos sinais das cargas elétri- é uma grandeza escalar, podem ser determinados:
cas, e que cada uma das cargas é, independentemente, uma • o módulo do campo elétrico:
fonte de campo elétrico. Por esse motivo, a primeira carga
também sofre ação de força elétrica.
FE
E=
A. Cálculo do campo elétrico q
Para facilitar o entendimento da análise matemática do
EMI-16-110

campo elétrico, fez-se aqui uma analogia ao campo gravita-


cional. • direção do campo elétrico: a mesma da força elétrica;
• o sentido do campo elétrico:
– Caso q > 0, o vetor força elétrica possui o mesmo senti-

16
 
do do campo elétrico. Se FE e P tiverem a mesma intensidade, então, o corpo
 permanecerá em equilíbrio.
FE

221
Se FE > P, o corpo acelera na vertical e para cima.
Q q Se FE < P, o corpo acelera na vertical e para baixo.
Na figura, adotamos q como positiva.

Como a força ilustrada é de atração, infere-se: Q é negativa.


Pela análise vetorial (divisão de vetor por escalar) da APRENDER SEMPRE 20
equação que define matematicamente o campo elétrico, po-

Física
demos concluir que o sentido do campo elétrico gerado por Q, 01.
no ponto em que se encontra q, é para a esquerda. Em uma região do espaço, existe um campo elétrico
  constante de intensidade 1 · 104 N/C, na vertical e para
FE E cima. Nessa região, atua um campo gravitacional de inten-
sidade 10 m/s2, na vertical e para baixo. Coloca-se nela um
Q q corpo de massa 5 g e eletrizado. Calcule a carga elétrica
Como q < 0, a força e o campo possuem o mesmo sentido. desse corpo sabendo que ele permanece em equilíbrio por
causa da ação de apenas dois campos.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


– Caso q < 0, o vetor força elétrica possui o sentido opos-
to ao do campo elétrico. Resolução
 Equilíbrio:
FE
FE = P
E · |q| = m · g
Q q
5 ⋅ 10−3 ⋅ 10
Na figura, adotamos q como negativa. | q| =
1 ⋅ 104
Como a força entre Q e q é atrativa, infere-se: Q é positiva.
 |q| = 5 · 10–6C
Vale lembrar que, quando se divide um vetor (no caso  FE ) Como a força eletrostática é vertical e para cima, a car-
por um escalar negativo (q), o resultado é um vetor ( E ) cujo ga é positiva. Assim:
sentido é oposto ao vetor inicial. |q| = 5 · 10–6 C

 
FE E B. O campo elétrico de uma carga pontual
Quando uma carga q é colocada próxima a uma carga fixa

105
Q q Q, ocorre uma força elétrica entre elas. O valor dessa força é
Como q < 0, a força e o campo possuem sentidos opostos. dado pela lei de Coulomb.

Dimensionalmente, o campo elétrico é a força por unida- k⋅ Q ⋅ q


de de carga, e sua unidade no sistema internacional é N/C. FE =
d2
Adiante será verificado que há outra unidade, no SI, equiva-
lente a esta. Conforme estudamos, na seção anterior, o módulo do
campo elétrico pode ser definido como o quociente entre a
força trocada pelas cargas e o valor da carga de prova q.

Campos: gravitacional e elétrico FE


E=
Em dada região do espaço onde há dois campos, um | q|
elétrico e um gravitacional, foi colocado um corpo de massa
m, eletrizado e com carga elétrica q. Esse corpo recebe a Substituindo a lei de Coulomb na equação do campo, temos:
ação de duas forças que podem equilibrá-lo ou acelerá-lo
em dada direção.
k⋅ Q
E=
  d2
E m g

q Essa equação é a representação matemática do campo


elétrico gerado por uma carga puntiforme.

O campo elétrico E , vertical para cima, e o campo É interessante notar que o campo depende apenas da
 carga fonte e não da carga de prova. Além disso, o campo elé-
gravitacional g, vertical para baixo.
trico é inversamente proporcional ao quadrado da distância.
Se q > 0, a força elétrica é na vertical e para cima. Já a A equação permite obter apenas o módulo do campo elétrico,
EMI-16-110

força peso é vertical e dirigida para baixo. sendo sua direção e sentido dados pela análise do sinal da
carga fonte.
Resumindo Conhecendo os métodos de soma vetorial, pode-se deter-
16

O campo elétrico é a maneira pela qual as forças elétri- minar o campo elétrico resultante no ponto P.
cas são transmitidas entre as cargas.
221


 E2
Q q FE 
+ + ER
 P
E

  E1
FE E
+ – +Q2 –Q1
Física


FE
– +

E
 
E FE Para relembrar operações com vetores, acesse:
– –
<http://efisica.if.usp.br/mecanica/
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

basico/vetores/somar/>.
• Carga teste positiva: campo elétrico e força elétrica
no mesmo sentido.
• Carga teste negativa: campo elétrico e força elétrica
em sentidos opostos. APRENDER SEMPRE 21
• Carga fonte positiva: campo elétrico de afastamento
(saindo radialmente da carga). 01.
• Carga fonte negativa: campo elétrico de aproxima- Duas cargas elétricas iguais (Q = 5 µC) estão dispostas
ção (entrando radialmente na carga). como mostra a figura e separadas por uma distância de 50 cm.
+Q +Q

Para trabalhar com cargas elétricas,


campos e forças elétricas, acesse:
<http://phet.colorado.edu/pt_BR/ P
106

simulation/electric-hockey>.
Deseja-se calcular o campo elétrico resultante em um
ponto P, equidistante das cargas elétricas. O meio envol-
vente é o vácuo (k= 9 · 109 N · m2/C2), e a distância entre
C. Campo elétrico de um sistema as cargas e o ponto P vale 50 cm.
de cargas pontuais
O estudo do campo elétrico de uma carga pontual pode Resolução
ser expandido para um sistema com mais cargas elétricas Primeiramente, representam-se os campos de cada
puntiformes em repouso. Assim, é necessário utilizar o mes- carga e o campo elétrico resultante no ponto P.
mo princípio de superposição adotado para calcularmos a for-
ça resultante no primeiro caso.
Q Q
Quando duas ou mais cargas elétricas estão próximas, d
o campo de cada uma interage com o das outras. Tendo em
vista o caráter vetorial do campo elétrico, essa interação de-
pende da maneira como as cargas estão dispostas.
d d
Exemplo


E2
 
P E1 E2

E1
+Q2 –Q1

ER
EMI-16-110

A carga +Q2 com seu campo elétrico de afastamento e a


carga –Q1 com seu campo elétrico de aproximação.
Analogamente, para uma carga fonte puntiforme negati-

16
Utiliza-se a equação que define, matematicamente, o va, as linhas de campo são:
campo elétrico de uma carga pontual, para calcular o mó-

221
dulo de cada campo. Como as distâncias e as cargas são
iguais, E1 = E2 = E.
k⋅ Q
E=
d2

9 ⋅ 10 ⋅ 5⋅ 10−6
9
E=
(5 ⋅ 10−1 )2

Física
E = 1,8 · 105 N/C

Como o triângulo da figura é equilátero, o ângulo Campos gerados por cargas positivas têm linhas de força convergentes
entre os vetores E 1 e E 2 vale 60°. Assim, utiliza-se a lei
dos cossenos para obter-se o módulo do campo elétri- Observando algumas características das figuras, pode-se
co resultante. concluir que:
• as linhas de força mostram a direção do campo elé-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


ER2 = E2 + E2 + 2 ⋅ E ⋅ E ⋅ cos 60° trico em qualquer ponto; o campo elétrico pode estar
ER = E ⋅ 3 na direção da linha, ou tangente a ela, como veremos
adiante;
ER = 1,8 3 ⋅ 1
10
05 N / C • as linhas de força se originam em cargas positivas
e terminam em cargas negativas; quando parte de
uma linha está representada, isso indica que a car-
D. Campo elétrico: linhas de força ga elétrica que não aparece na ilustração está mui-
O campo elétrico em uma região pode ser representado to distante;
de duas maneiras: por meio de vetores, como na seção an- • as linhas são representadas de modo que o número
terior, ou por meio de linhas de campo ou linhas de força. A de linhas por unidade de área (concentração de linhas
primeira maneira indica o campo elétrico em um ponto, e a em uma região) indica a intensidade do campo elé-
segunda é, normalmente, utilizada para mapear o campo elé- trico; assim, o campo será mais intenso onde houver
trico em vários pontos. maior densidade de linhas;
Para entendermos a origem das linhas de campo, pode- • as linhas de um campo elétrico não se cruzam.
mos repetir o procedimento da seção 10 A, em vários pontos
diferentes. E. Dipolo elétrico

107
Quando duas cargas elétricas pontuais são colocadas
 próximas, o campo elétrico de uma interage com o campo
Q q FE elétrico da outra. A análise desta interação já foi realizada ve-
+ +
 torialmente na seção 10 C. No entanto, uma análise por meio
E das linhas de força também é importante.
Carga fonte Q e carga teste q, ambas positivas. Um dipolo elétrico é constituído por cargas de sinais
opostos e com módulos iguais. Na figura, são mostradas
Repetindo a experiência de aproximar a carga teste q da representações das linhas de força de um dipolo elétrico.
carga fonte Q, encontram-se as linhas de força do campo elé-
trico gerado por Q. Essas linhas são apenas uma representa-
ção da intensidade, direção e do sentido do campo elétrico.
Assim, para uma carga fonte positiva, as linhas de campo
elétrico são:
+ –

Linhas de força de um dipolo elétrico com cargas opostas

+
Algumas características das linhas de força de um dipolo
elétrico merecem destaque.
1. As linhas de força nunca se cruzam e são abertas, mas
podem dar continuidades umas às outras (dipolo com
cargas de sinais opostos).
Campos gerados por cargas positivas têm linhas de força divergentes 2. Quanto maior o módulo da carga elétrica, mais linhas de
EMI-16-110

força ela apresenta (mais intenso é o campo elétrico).


Outras configurações de linhas de força com duas cargas Nessa representação de um capacitor, a placa da es-
16

elétricas são apresentadas: querda está carregada positivamente. Por esse motivo, o
campo gerado pelas cargas elétricas sai dessa placa. A placa
221

da direita, com excesso de carga negativa, gera um campo


que entra na placa. Em todo o espaço entre as placas, o cam-
po resultante apresenta o mesmo valor, direção e sentido, ou
seja, é uniforme.

+ +
APRENDER SEMPRE 22
Física

01.
Uma partícula com carga positiva q e massa m é libera-
da do repouso em um campo elétrico uniforme de módulo
E. O campo está orientado para a direita, conforme a figura.
Descreva o movimento da partícula.

+ –
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

+ q, m –
+ –
+ –
+ –
– – + –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –

+Q E = constante –Q
Linhas de força de dipolos elétricos com cargas iguais
Resolução
É importante ressaltar que as imagens apresentadas das Como a partícula possui carga elétrica positiva e o cam-
linhas de força até o momento são projeções bidimensionais po elétrico aponta para a direita, ela sofrerá a ação de uma
de sistemas tridimensionais. força elétrica para a direita, dada por:
FE = |q| · E
F. Campo elétrico uniforme Na ausência de outras forças, a força resultante sobre
108

Quando o campo elétrico em uma região não sofre va- a partícula é a força eletrostática.
riação de direção, módulo ou sentido, este campo é chama- FR = m · a
do uniforme. Uma maneira bastante comum de se obter um |q| · E = m · a
campo elétrico uniforme é por meio de um capacitor de placas Assim, a aceleração da partícula é constante e dada por:
planas e paralelas.
q ⋅E
a=
m
+ –
+ – Como partiu do repouso, ela descreve um movimento
+ – retilíneo uniformemente acelerado para a direita, até colidir
+ –
+ – com a placa negativa do capacitor.
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
 Para conhecer o princípio de funcionamento
+Q E = constante –Q
dos para-raios, acesse:
Capacitor de placas paralelas com cargas de sinais opos- <http://www.if.ufrgs.br/mpef/mef004/20031/
Ricardo/funcpararaios.html>.
tos, em cada placa, e mesmo módulo.
EMI-16-110
11. Organizador gráfico

16
A. Introdução à eletrostática

221
+ –

Física
Eletrostática

+–
++
+ –

++

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Carga elétrica Eletrização

Força eletrostática: Atrito


k⋅|Q| ⋅q
F=  2
d
Contato

Campo elétrico:
Indução

k⋅|Q|
E=  2
d

Q±n·e

109
EMI-16-110

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 61
16

Carga elementar e corpos eletrizados: condutores e isolantes


221

Exercícios de Aplicação
01. 03.
O átomo do elemento químico lítio possui 3 prótons, 3 Com o desenvolvimento da teoria atômica, pode-se com-
Física

elétrons e 4 nêutrons. Obtenha a carga elétrica do íon for- preender o conceito da carga elétrica e dos seus dois tipos:
mado no caso de, por algum processo, esse átomo perder 2 positiva e negativa. Hoje sabemos que a matéria é constituí-
elétrons. Considere que a carga de um próton é +1·e, e a do da de átomos ou grupos de átomos (moléculas), e esses são
elétron é –1·e. constituídos de um grande número de partículas, como os
prótons, os elétrons e os nêutrons. Com base nos conceitos
Resolução
estudados, assinale a alternativa correta.
O átomo de lítio está inicialmente neutro. a. A carga de um elétron é negativa, sendo em valor ab-
Perdendo dois elétrons, ficam 3 prótons e 1 elétron. soluto igual a de um próton.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Assim, o excesso será de dois prótons. b. O elétron, o próton e o nêutron são partículas portado-
+2·e ras de propriedades elétricas.
c. O elétron possui carga elétrica do tipo positiva, locali-
zando-se na eletrosfera atômica.
d. O nêutron possui carga elétrica não nula.
e. O próton possui carga elétrica do tipo positiva, locali-
zando-se na eletrosfera atômica.
Resolução
a. A carga do elétron é, por convenção, negativa. Seu va-
lor é –1,6 · 10–19 C. A carga do próton possui o mesmo
módulo que a carga do elétron.
b. O nêutron é uma partícula sem carga elétrica.
c. O elétron possui carga elétrica negativa e está locali-
zado na eletrosfera do átomo.
d. A carga elétrica do nêutron é zero.
110

e. O próton possui carga elétrica positiva e está localiza-


do no núcleo do átomo.
Alternativa correta: A
Habilidade
Identificar a carga elétrica de cada partícula que compõe
02. a estrutura atômica.
Com base no exercício anterior, calcule a carga elétrica
adquirida pelo íon sabendo que a carga elétrica elementar “e”
vale 1,6 · 10–19 C.
Resolução
Q = +n · e
Q = +2 · 1,6 · 10–19
Q = +3,2 · 10–19 C
EMI-16-110
Exercícios Extras

16
04. IFSP De acordo com o enunciado pode-se afirmar que, ao se

221
Raios são descargas elétricas de grande in- estabelecer uma descarga elétrica no para-raios:
tensidade que conectam as nuvens de tempesta- a. prótons passam da nuvem para o para-raios.
de na atmosfera e o solo. A intensidade típica de b. prótons passam do para-raios para a nuvem
um raio é de 30 mil amperes, cerca de mil vezes c. elétrons passam da nuvem para o para-raios.
a intensidade de um chuveiro elétrico, e eles per- d. elétrons passam do para-raios para a nuvem.
correm distâncias da ordem de 5 km. e. elétrons e prótons se transferem de um corpo a outro.
Disponível em: <www.inpe.br/webelat/homepage/menu/el.atm/

Física
perguntas.e.respostas.php>. Acesso em: 30 out. 2012. 05.
Uma esfera metálica é atritada com um pano de seda e,
Durante uma tempestade, uma nuvem carregada posi- nesse atrito, a esfera perde 5 · 108 elétrons para a seda. Con-
tivamente se aproxima de um edifício que possui um para- siderando que inicialmente ambos os corpos estavam eletri-
-raios, conforme a figura a seguir. camente neutros, calcule a carga elétrica adquirida pela seda.
Dado: carga elementar 1,6 · 10–19 C

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Para-raios

Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, seria interessante ressaltar a importância das cargas elétricas na natureza e a relevância de esta ser uma

111
grandeza quantizada.
Na web

O site phet.colorado.edu oferece simulações que mostram partículas representando as cargas elétricas.
Acesse: <http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/balloons>.

O site phet.colorado.edu oferece simulações que mostram partículas representando as cargas elétricas.
Acesse: <http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/travoltage>.
EMI-16-110
Exercícios Propostos
16

Da teoria, leia os tópicos 1, 1.A, 1.B, 2, 3, 4 e 5. das em um intervalo de tempo que chega a atin-
221

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento gir dois segundos.


PINTO Jr., Osmar; PINTO, Iara R. C. de A. Relâmpagos.
São Paulo: Brasiliense, 1996. p. 57.
06. UFRGS-RS De acordo com o texto, podemos afirmar que, em um re-
Considere dois balões de borracha, A e B. O balão B tem ex- lâmpago, o número de elétrons envolvidos na transferência
cesso de cargas negativas; o balão A, ao ser aproximado do balão de carga elétrica negativa da nuvem para o solo:
B, é repelido por ele. Por outro lado, quando certo objeto metálico Adote: e = 1,6 · 10–19 C.
Física

isolado é aproximado do balão A, este é atraído pelo objeto. a. é sempre maior que 6,25 · 1020.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as la- b. é sempre menor que 1,56 · 1020.
cunas do enunciado seguinte, na ordem em que aparecem. c. é igual a 1,56 · 1020.
A respeito das cargas elétricas líquidas no balão A e no d. é igual a 6,25 · 1020.
objeto, pode-se concluir que o balão A só pode __________ e que o e. pode assumir valores maiores que 6,25 · 1020.
objeto só pode __________.
a. ter excesso de cargas negativas – ter excesso de car- 10.
gas positivas. A carga de um elétron é da ordem de 10–19 C. Se um corpo
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

b. ter excesso de cargas negativas – ter excesso de car- recebe a carga de –10 µC, a ele devem ter sido adicionados:
gas positivas ou estar eletricamente neutro. a. 1014 elétrons.
c. ter excesso de cargas negativas – estar eletricamente b. 1020 elétrons.
neutro. c. 10 elétrons.
d. estar eletricamente neutro – ter excesso de cargas po- d. 1050 elétrons.
sitivas ou estar eletricamente neutro. e. algumas centenas de elétrons.
e. estar eletricamente neutro – ter excesso de cargas
positivas. 11.
Um pedaço de vidro está eletrizado positivamente com
07. UECE carga de 42 · 10–9 C. Sabendo-se que a carga de um elétron
A matéria, em seu estado normal, não manifesta proprie- possui o mesmo módulo da carga elementar (e = 1,6 · 10–19 C),
dades elétricas. No atual estágio de conhecimento da estrutu- pode-se concluir que:
ra atômica, isso nos permite concluir que a matéria: a. o vidro ganhou 26,25 · 1010 elétrons.
a. é constituída somente de nêutrons. b. o vidro ganhou 26,25 · 1010 prótons.
b. possui maior número de nêutrons que de prótons. c. o vidro perdeu 26,25 · 1010 elétrons.
c. possui quantidades iguais de prótons e elétrons. d. o vidro perdeu 42 · 1010 elétrons.
112

d. é constituída somente de prótons. e. o vidro perdeu 67,2 · 1010 elétrons.

08. UFSM-RS 12.


Considere as afirmativas. Em 1950, a pesquisa em física, desenvolvida no Brasil,
I. Um corpo não eletrizado possui um número de pró- deu uma grande contribuição para a ciência internacional, ao
tons igual ao número de elétrons. descobrir os “chuveiros penetrantes” nos raios cósmicos. No
II. Se um corpo não eletrizado perde elétrons, passa a estudo dos raios cósmicos, são observadas partículas deno-
estar positivamente eletrizado e, se ganha elétrons, minadas píons. Essas partículas apresentam carga elétrica
negativamente eletrizado. positiva e seu valor pode ser considerado igual ao da carga
III. Isolantes ou dielétricos são substâncias que não po- elementar (e = 1,6 · 10–19 C).
dem ser eletrizadas. Tomando como referência a teoria de quantização de car-
Está(ão) correta(s): ga, o texto afirma que:
a. Apenas I e II. a. um píon apresenta excesso de um elétron.
b. Apenas II. b. um píon apresenta excesso de um próton.
c. Apenas III. c. um píon apresenta excesso de um nêutron.
d. Apenas I e III. d. um raio cósmico apresenta excesso de um píon.
e. I, II e III. e. os chuveiros penetrantes apresentam excesso de
um píon.
09.
Leia o texto seguinte. 13.
[...] Um típico relâmpago negativo da nuvem Leia o texto e responda à questão.
para o solo transfere 25 coulombs de carga ne- Qualquer quantidade de carga elétrica obser-
gativa da nuvem para o solo ao longo de toda vada é sempre um múltiplo inteiro da unidade de
a sua duração. Nos casos em que haja grande carga elétrica (próton ou elétron). Dizemos que a
quantidade de descargas de retorno, cargas carga é quantizada. O dinheiro é um exemplo fa-
EMI-16-110

maiores que 100 coulombs podem ser transferi- miliar de quantização. Quando você compra um
produto em uma loja, o pagamento em dinheiro 14.

16
é sempre algum múltiplo de um centavo. Nenhu- A carga elétrica de um quark correspondente a ± 1 e
ma quantidade de dinheiro pode ser menor que 3
um centavo, assim como nenhuma carga elétrica 2 da carga do elétron. Sabendo que a carga elementar é

221
±
pode ser dividida em uma quantidade menor do 3
que a carga de um próton ou de um elétron. [...] 1,6 · 10–19 C, o módulo da carga elétrica de um quark isolado
Mas, prótons são constituídos por outras partí- poderia ser:
culas, denominadas quarks, que possuem carga a. 1,6 · 10–19 C d. 0,53 · 10–20 C
1 2 b. 3,2 · 10–19 C e. 0,9 · 10–19 C
elétrica correspondente a ± e ± da carga do
3 3 c. 0,53 · 10–19 C

Física
elétron. Ainda não foi observado nenhum quark
isolado e existem razões teóricas para acreditar 15.
que, em princípio, seria impossível detectar um Sabe-se que as partículas alfa são constituídas por 2
quark isolado. [...] Portanto, a carga elétrica de prótons e 2 nêutrons. Adotando-se a unidade de massa u,
qualquer corpo macroscópico é sempre igual a pode-se afirmar que a massa e a carga elétrica de uma par-
zero ou a um múltiplo inteiro (positivo ou negati- tícula alfa são:
vo) da carga elétrica do elétron. a. 2·u e 1,6·10–19 C
b. 2·u e 3,2·10–19 C

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


SEARS & ZEMANSKY. Física III. Eletromagnetismo. 12. Ed.
São Paulo: Pearson – Addison Wesley, 2009. p. 3 e 4. c. 4·u e 1,6·10–19 C
d. 4·u e 3,2·10–19 C
Com base no texto, podemos concluir que: e. zero e 3,2·10–19 C
a. as menores partículas da natureza são prótons e
elétrons. 16.
b. um próton não pode ser formado por um único quark. Durante uma descarga elétrica, um instrumento conse-
c. os prótons e elétrons são partículas elementares, ou gue medir o fluxo de cargas elétricas através de um condutor.
seja, que não podem ser divididas em outras menores. O valor encontrado é de, aproximadamente, 4 · 10–3 C/s. De-
d. os quarks, embora previstos teoricamente, não existem. termine o número de elétrons que passam pelo condutor em
e. os elétrons podem ser divididos em partículas meno- um intervalo de 30 segundos.
res, denominadas quarks. Dado: carga elementar 1,6 · 10–19 C

113
EMI-16-110
Módulo 62
16

Eletrização: atrito e contato


221

Exercícios de Aplicação
01. Unifor-CE 03. Uniube-MG
Sabemos que eletrostática é a parte da física responsá- Duas esferas metálicas, muito leves, estão penduradas
Física

vel pelo estudo das cargas elétricas em repouso. A história por fios perfeitamente isolantes, em um ambiente seco, con-
conta-nos que grandes cientistas, como Tales de Mileto, con- forme mostra a figura a seguir. Uma barra metálica, positiva-
seguiram verificar a existência das cargas elétricas. mente carregada, é encostada em uma das esferas e depois
Analise as afirmações acerca do assunto. afastada. Após o afastamento da barra, qual deve ser a posi-
I. Um corpo é chamado neutro quando é desprovido de ção das esferas, sabendo que a carga inicial delas é nula?
cargas elétricas.
II. A eletrostática é descrita pela conservação de cargas
elétricas, a qual assegura que, em um sistema isola-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

do, a soma de todas as cargas existentes será sempre


constante.
III. A carga elétrica elementar é a menor quantidade de
carga encontrada na natureza
IV. No processo de eletrização por atrito, a eletrização não
depende da natureza do material.
É correto apenas o que se afirma em:
a. I e II. d. II e III.
b. III e IV. e. II e IV. a. d.
c. I e IV.
Resolução
I. Incorreto. Um corpo encontra-se neutro quando pos-
sui igual quantidade de prótons e elétrons.
II. Correto. Na eletrostática um sistema isolado eletri-
camente não recebe nem perde portadores de car- b. e.
114

gas elétricas.
III. Correto. A menor quantidade de carga encontrada iso-
lada na natureza é a elementar.
IV. Incorreto. As características nos materiais são rele-
vantes para o processo de eletrização.
Alternativa correta: D
c.

02. UFPE
Duas esferas metálicas iguais, A e B, estão carregadas
com cargas QA = +76 µC e QB = + 98 µC, respectivamente.
Inicialmente, a esfera A é conectada, momentaneamente, ao
solo através de um fio metálico. Em seguida, as esferas são Resolução
postas em contato momentâneo e mantidas isoladas do solo. Como todos os corpos envolvidos são condutores, o ex-
Calcule a carga final da esfera B, em µC. cesso de carga positiva será dividido entre todos eles, ou
Resolução seja, elétrons passarão para a barra, e as duas esferas ficarão
positivas. Na eletrização por contato, a carga final dos corpos
Qa + Qb = Q’a + Q’b
envolvidos deve ser de mesmo sinal.
Como as esferas são idênticas:
Alternativa correta: A
0 + 98 µC = 2 · Q’b
Habilidade
Q’b = 49 µC
Aplicar o princípio de conservação e a quantização da car-
ga em processos de eletrização.
EMI-16-110
Exercícios Extras

16
04. UFMG (adaptado) 05. UFMG (adaptado)

221
Gustavo dispõe de duas esferas metálicas, esferas 1 e 2 As esferas da figura apresentam massas e cargas elétri-
de raios iguais e muito pequenos, com as quais realiza expe- cas diferentes, sendo m1 < m3 e q1 < q3.
rimentos de eletrostática. As esferas 1 e 2 têm massas iguais,
m. As duas esferas foram eletricamente carregadas, sendo a
carga, na esfera 1, igual a Q e, na esfera 2, menor, q.
Em um primeiro experimento, Gustavo pendura as esfe-
ras 1 e 2 por fios isolantes longos, de mesmo comprimento, e

Física
presos no mesmo ponto. Nas figuras, são apresentadas três θ1 θ3 θ1 θ3 θ1 θ3
alternativas de configurações para as posições de equilíbrio
dessas duas esferas; θ1 e θ2 são, respectivamente, os ângu- 1 3 1 3 1 3
los que os fios de sustentação das esferas 1 e 2 fazem com
a vertical. a. Assinale a opção que apresenta a relação correta en-
tre os ângulos na configuração de equilíbrio.
a. θ1 < θ3
b. θ1 = θ3

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


c. θ1 > θ3
d. θ1 = 0
θ1 θ2 θ1 θ2 θ1 θ2 e. θ3 = 0
b. Caso as duas esferas sejam postas em contato, assi-
1 2 1 2 1 2 nale com um X a opção que dá a relação correta entre
Assinale a opção que apresenta a relação correta entre os os novos valores das cargas q1 e q3 nas esferas 1 e 3,
ângulos na configuração de equilíbrio. Justifique sua resposta. respectivamente. Justifique sua resposta.
a. θ1 < θ2 d. θ1 = 0 ( ) q1 < q3
b. θ1 = θ2 e. θ2 = 0 ( ) q1 = q3
c. θ1 > θ2 ( ) q1 > q3

Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, é interessante relacionar os fenômenos da eletrização por atrito e contato com eventos cotidianos dos alunos.

115
Conceitualmente seria interessante ressaltar as peculiaridades de cada tipo de processo de eletrização.

Exercícios Propostos

Da teoria, leia os tópicos 6, 7, 7.A e 7.B. assinale o que for correto, dando a soma dos números dos
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento itens corretos.
01. Somente quando há desequilíbrio entre o número de
prótons e elétrons é que a matéria manifesta suas
06. propriedades elétricas.
Três esferas metálicas, A, B, e C, idênticas, estão eletriza- 02. Um corpo eletricamente neutro é aquele que não tem
das com cargas elétricas de 20 µC, –2 µC e –6 µC, respecti- cargas elétricas.
vamente. As esferas são colocadas em contato simultâneo. 04. Se um corpo tem cargas elétricas, ele pode ou não
Determine a carga elétrica de cada esfera após o contato. estar eletrizado.
08. Ao serem atritados, dois corpos eletricamente neu-
07. UEPG tros, de materiais diferentes, tornam-se eletrizados
Corpos eletrizados ocorrem naturalmente no nosso co- com cargas de mesmo sinal, devido ao princípio de
tidiano. Um exemplo desse fenômeno acontece quando, em conservação das cargas elétricas.
dias muito secos, ao se tocar em um automóvel sentem-se
pequenos choques elétricos. Tais choques são atribuídos 08. UERJ (adaptado)
EMI-16-110

ao fato de estarem os automóveis eletricamente carrega- Três pequenas esferas metálicas, E1, E2 e E3, eletrica-
dos. Sobre a natureza dos corpos (eletrizados ou neutros), mente carregadas e isoladas, estão alinhadas, em posições
fixas, sendo E2 equidistante de E1 e E3. Seus raios possuem o c. Em processo de eletrização por atrito entre vidro e
16

mesmo valor, que é muito menor que as distâncias entre elas, papel, o vidro adquire carga de +5 unidades de carga,
como mostra a figura: então o papel adquire carga de –5 unidades de carga.
221

d. Atritar couro e pele de coelho irá produzir mais eletrici-


dade estática do que atritar couro e teflon.
E1 E2 E3 e. Dois bastões de vidro aproximados depois de atrita-
dos com pele de gato irão se atrair.
As cargas elétricas das esferas têm, respectivamente, os
seguintes valores: 10. IFSP
• Q1 = 20 µC Enquanto fazia a limpeza em seu local de trabalho, uma
Física

• Q2 = –4 µC faxineira surpreendeu-se com o seguinte fenômeno: depois de


• Q3 = 1 µC limpar um objeto de vidro, esfregando-o vigorosamente com um
Admita que, em um determinado instante, E1 e E2 são co- pedaço de pano de lã, percebeu que o vidro atraiu para si peque-
nectadas por um fio metálico; após alguns segundos, a cone- nos pedaços de papel que estavam espalhados sobre a mesa.
xão é desfeita.
Nessa nova configuração, determine as cargas elétricas
de E1, E2, E3.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

09. UFSC (adaptado)


A eletricidade estática gerada por atrito é fenômeno co-
mum no cotidiano. Pode ser observada ao pentearmos o cabelo
em um dia seco, ao retirarmos um casaco de lã ou até mesmo
ao caminharmos sobre um tapete. Ela ocorre porque o atrito Vidro
entre materiais gera desequilíbrio entre o número de prótons O motivo da surpresa da faxineira consiste no fato de que:
e elétrons de cada material, tornando-os carregados positiva- a. quando atritou o vidro e a lã, ela retirou prótons do vi-
mente ou negativamente. Uma maneira de identificar qual tipo dro, tornando-o negativamente eletrizado e possibili-
de carga um material adquire quando atritado com outro é con- tando que atraísse os pedaços de papel.
sultando uma lista elaborada experimentalmente, chamada b. o atrito entre o vidro e a lã aqueceu o vidro, e o calor
série triboelétrica, como a mostrada na sequência. A lista está produzido foi o responsável pela atração dos pedaços
ordenada de tal forma que qualquer material adquire carga po- de papel.
sitiva quando atritado com os materiais que o seguem. c. ao esfregar a lã no vidro, a faxineira criou um campo
magnético ao redor do vidro, semelhante ao existente
Materiais ao redor de um ímã.
1 Pele humana seca d. ao esfregar a lã e o vidro, a faxineira tornou-os eletri-
116

2 Couro
camente neutros, impedindo que o vidro repelisse os
pedaços de papel.
3 Pele de coelho e. o atrito entre o vidro e a lã fez um dos dois perder elé-
4 Vidro trons e o outro ganhar, eletrizando os dois, o que per-
5 Cabelo humano mitiu que o vidro atraísse os pedaços de papel.
6 Náilon
11. UTFPR
7 Chumbo
Quando atritamos uma régua de plástico com um pedaço
8 Pele de gato de lã:
9 Seda I. fazemos com que a régua de plástico fique carregada
10 Papel com cargas elétricas e o pedaço de lã continue neutro
11 Madeira eletricamente, pois o papel da lã é o de atritar a régua.
II. fazemos com que a régua de plástico fique carregada
12 Latão
com cargas elétricas e o pedaço de lã fique carregado
13 Poliéster com cargas elétricas contrárias às da régua, pois há
14 Isopor transferência de cargas de um material para o outro.
15 Filme de PVC III. fazemos com que a régua de plástico fique carregada
eletricamente com o mesmo tipo de cargas da lã, pois
16 Poliuretano
a transferência de cargas ocorre de um objeto carrega-
17 Polietileno do para o outro.
18 Teflon IV. a régua de plástico e a lã ficam eletricamente neutros,
pois o processo de eletrização por atrito é o processo
Assim, o texto afirma que: de indução de cargas.
a. a pele de coelho atritada com teflon ficará carregada Está(ão) correta(s):
positivamente, pois receberá prótons do teflon. a. I. d. IV .
EMI-16-110

b. uma vez eletrizados por atrito, vidro e seda, quando b. II. e. I e IV.
aproximados, irão se atrair. c. III.
12. Cefet-SC (adaptado) Nela, vê-se um processo comum de eletrização. Com rela-

16
Leia o texto e responda à questão. ção aos processos de eletrização, é correto afirmar:
a. Na eletrização por atrito, os corpos devem possuir ex-

221
Como funciona a máquina de xerox cesso de carga elétrica antes de serem atritados.
Quando se inicia a operação em uma máquina b. Na eletrização por contato, os corpos devem estar ini-
de xerox, acende-se uma lâmpada que varre todo cialmente neutros.
o documento a ser copiado. A imagem é projetada c. Após serem atritados, dois corpos, inicialmente neu-
por meio de espelhos e lentes sobre a superfície tros, feitos de madeira permanecerão neutros.
de um tambor fotossensível, que é um cilindro de d. Ao colocarmos dois corpos condutores em contato
alumínio revestido de um material fotocondutor. elétrico, sempre haverá troca de elétrons entre eles.

Física
Os fotocondutores são materiais com proprie- e. Na eletrização por contato, a carga final dos corpos
dades isolantes no escuro. Mas, quando expostos sempre será de mesmo valor.
à luz, são condutores. Assim, quando a imagem
refletida nos espelhos chega ao tambor, as cargas 14.
superficiais do cilindro se alteram: as áreas claras Têm-se dois condutores idênticos, A e B, eletrizados
do documento eliminam as cargas elétricas que com cargas QA = 12 μC e QB = –4 μC. Estabelece-se o con-
estão sobre a superfície do cilindro e as áreas es- tato entre ambos, através de um fio condutor. Depois de
curas se preservam. Forma-se, então, uma ima- atingido o equilíbrio eletrostático, quais são as cargas elé-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


gem latente, que ainda precisa ser revelada. Para tricas finais de A e B?
isso, o cilindro é revestido por uma fina tinta de
pó, o tonalizador, ou toner, que adere à imagem 15.
latente formada sobre o tambor. Em seguida, toda Três esferas condutoras, A, B e C, têm o mesmo diâme-
a imagem passa para as fibras do papel, através de tro. A esfera A está inicialmente neutra, e as outras duas
pressão e calor. E, assim, chega-se à copia final. estão carregadas com cargas QB = 1,2 μC e QC = 1,8 μC. Com
Revista Globo Ciência, dez. 1996, p.18. a esfera A, toca-se, primeiramente, a esfera B e, depois, C.
As cargas elétricas de A, B e C, depois desses contatos,
O texto refere-se a uma aplicação do fenômeno da eletri- são, respectivamente:
zação, pois é graças a ele que o toner adere ao cilindro metá- a. 0,60 μC, 0,60 μC e 1,8 μC.
lico mencionado. O processo de eletrização pode ocorrer de b. 0,60 μC, 1,2 μC e 1,2 μC.
três formas distintas: atrito, contato e indução. Assim, a expli- c. 1,0 μC, 1,0 μC e 1,0 μC.
cação para o toner aderir ao cilindro metálico é: d. 1,2 μC, 0,60 μC e 1,2 μC.
a. O toner é eletrizado por atrito contra a luz e adere ao e. 1,2 mC, 0,8 mC e 1,0 mC.
cilindro metálico.
b. O cilindro é eletrizado por atrito contra o papel. 16.

117
c. O cilindro é eletrizado ao ser iluminado e induz cargas Uma esfera condutora, eletricamente neutra, suspensa
elétricas nas pequenas partículas do pó de toner. por fio isolante, toca outras três esferas de mesmo tamanho
d. O toner é eletrizado por contato com o cilindro metálico. e eletrizadas com cargas Q, 3Q/2 e 3Q, respectivamente. Após
e. Tanto o cilindro quanto o toner são eletrizados com cargas tocar na terceira esfera eletrizada, a carga da primeira esfera
elétricas negativas, pois apresentam excesso de prótons. será igual a:

13. a. Q
Observe a ilustração. 4
b. Q
+– 2
++
+ – c. 3· Q
– 4
++
d. Q
e. 2·Q

– + – + – + – – –
EMI-16-110
Módulo 63
16

Eletrização por indução e eletroscópios


221

Exercícios de Aplicação
01. Unifor-CE 03.
A figura seguinte representa um condutor A, eletricamen- A figura representa um eletroscópio de folhas. O eletros-
Física

te neutro, ligado à Terra. Aproxima-se de A um corpo B carre- cópio pode indicar a presença de cargas elétricas e o sinal
gado positivamente. delas.
A
+
+ +

B
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

+ +
+ +
Pode-se afirmar que:
a. os elétrons da Terra são atraídos para A.
b. os elétrons de A escoam para a Terra.
c. os prótons de A escoam para a Terra. Considere o eletroscópio originalmente carregado positi-
d. os prótons da Terra são atraídos para A. vamente. Aproximando-se dele um bastão carregado, obser-
e. há troca de prótons e elétrons entre A e B. va-se que as folhas se fecham. É correto afirmar que:
a. o bastão tem carga negativa.
Resolução
b. o bastão tem carga positiva.
O excesso de cargas positivas no corpo B atrai elétrons c. o bastão tem cargas positiva e negativa não balanceadas.
do corpo A e da Terra para a extremidade do corpo A mais d. não é possível identificar a carga do bastão.
próxima de B. e. o bastão possui excesso de nêutrons.
Alternativa correta: A Resolução
Como o excesso de cargas positivas está distribuído em
todo o eletroscópio, não é possível identificar a carga elétrica
118

do bastão.
Alternativa correta: D
02.
Habilidade
Três esferas metálicas podem ou não estar eletrizadas. Ob-
Aplicar as leis que regem o campo elétrico em análises
serva-se que, aproximando-se as esferas, duas a duas, ocorre
qualitativa e quantitativa de fenômenos eletrostáticos.
sempre atração entre elas. Assinale a alternativa correta.
a. Somente uma das esferas está eletrizada.
b. Duas esferas estão eletrizadas com cargas de mesmo
sinal, e a outra está neutra.
c. Duas esferas estão eletrizadas com cargas de sinais
contrários, e a terceira está neutra.
d. As três esferas estão eletrizadas com cargas de mes-
mo sinal.
e. Duas esferas estão eletrizadas positivamente, e a ter-
ceira, negativamente.
Resolução
Para que ocorra atração eletrostática entre dois corpos,
ao menos um deles deve possuir carga. Caso os dois corpos
estejam eletrizados, é necessário que as cargas sejam de si-
nais opostos.
Alternativa correta: C
EMI-16-110
Exercícios Extras

16
04. Fuvest-SP (adaptado) 05.

221
A figura representa um eletroscópio de folhas, inicial- Uma esfera metálica, positivamente carregada, encos-
mente descarregado. A esfera E, o suporte S e as folhas F são ta na esfera de um eletroscópio, inicialmente neutro e, em
metálicos. seguida, é afastada. Qual das seguintes alternativas melhor
representa a configuração das folhas do eletroscópio, e suas
E cargas, depois que isso acontece?

Física
S

F Blindagem metálica
A B C D E

Uma esfera metálica, positivamente carregada, é apro-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


ximada, sem encostar, da esfera do eletroscópio. Qual das
seguintes alternativas melhor representa a configuração das
folhas do eletroscópio e suas cargas, enquanto a esfera posi-
tiva estiver perto de sua esfera?

A B C D E

Seu espaço

119
Sobre o módulo
O assunto abordado, neste módulo, possui especial relação com eventos cotidianos dos alunos. Explorar estes eventos para
abordar os conceitos físicos pode ser uma maneira interessante de desenvolver a aula.

Na web

O canal do Manual do Mundo traz diversos experimentos sobre eletrização por indução.
Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=qVgU_e8c4zM.>

No site da Scielo, há um artigo interessante sobre a história do eletroscópio.


Acesse: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v24n3/a13v24n3.pdf>.
EMI-16-110
Exercícios Propostos
16

Da teoria, leia os tópicos 7.C e 8. 08. UFSCar-SP


221

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Considere dois corpos sólidos envolvidos em processos
de eletrização. Um dos fatores que podem ser observados,
tanto na eletrização por contato quanto na eletrização por in-
06. UFTM-MG dução, é o fato de que, em ambas:
Em uma festa infantil, o mágico resolve fazer uma demons- a. é necessário manter um contato direto entre os corpos.
tração que desperta a curiosidade das crianças. Ele enche um b. é preciso ter um dos corpos ligado temporariamente a
balão com ar e fecha-o. Depois o esfrega, vigorosamente, nos um aterramento.
Física

cabelos de uma das crianças. Então, encosta o balão em uma c. ao fim do processo de eletrização, os corpos adquirem
parede lisa e perfeitamente vertical. O mágico solta o balão, e cargas elétricas de sinais opostos.
este permanece fixado à parede. Qual foi a “mágica”? d. um dos corpos deve, inicialmente, estar carregado
a. O ar do balão interage com a parede, permitindo o re- eletricamente.
pouso dele. e. para ocorrer, os corpos devem ser bons condutores
b. Ao ser atritado, o balão fica eletrizado e induz a distri- elétricos.
buição das cargas da parede, o que permite a atração.
c. O atrito estático existente entre o balão e a parede é 09. Fatec-SP
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

suficiente para segurá-lo, em repouso, na parede. Se um condutor eletrizado positivamente for aproximado
d. O balão fica eletrizado, gerando uma corrente elétrica de um condutor neutro, sem tocá-lo, pode-se afirmar que o
que o segura à parede. condutor neutro:
e. Por ser bom condutor de eletricidade, o ar no interior a. conserva sua carga total nula, mas é atraído pelo
do balão absorve energia elétrica da parede, permitin- eletrizado.
do a atração. b. eletriza-se negativamente e é atraído pelo eletrizado.
c. eletriza-se positivamente e é repelido pelo eletrizado.
07. CEFET-MG d. conserva sua carga total nula e não é atraído pelo
O eletroscópio da figura, eletrizado com carga desconheci- eletrizado.
da, consiste de uma esfera metálica ligada, através de uma has-
te condutora, a duas folhas metálicas e delgadas. Esse conjunto 10. Fuvest-SP
encontra-se isolado por uma rolha de cortiça presa ao gargalo de Aproximando-se uma barra eletrizada de duas esferas
uma garrafa de vidro transparente, como mostra a figura. condutoras, inicialmente descarregadas e encostadas uma
na outra, observa-se a distribuição de cargas esquematizada
na figura a seguir.
120

Em seguida, sem tirar do lugar a barra eletrizada, afasta-se


um pouco uma esfera da outra. Finalmente, sem mexer mais
nas esferas, move-se a barra, levando-a para muito longe das
esferas. Nessa situação final, a alternativa que melhor repre-
Sobre esse dispositivo, afirma-se: senta a distribuição de cargas nas duas esferas é:
I. As folhas movem-se quando um corpo neutro é aproxi-
mado da esfera sem tocá-la.
II. O vidro que envolve as folhas delgadas funciona como a.
uma blindagem eletrostática.
III. A esfera e as lâminas estão eletrizadas com carga de
mesmo sinal, e a haste está neutra.
IV. As folhas abrem-se ainda mais quando um objeto, de b.
mesma carga do eletroscópio, aproxima-se da esfera
sem tocá-la.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a. I e II. c. II e III. c.
b. I e IV. d. III e IV.
EMI-16-110
Das alternativas seguintes, qual responde corretamente so-

16
d. bre o tipo de carga elétrica de cada esfera durante o processo?
Fig. 2 Fig. 3 Fig. 4

221
x y x y x y
e.
a. – + – + – +

11. UFTM-MG b. – – – + – +
A indução eletrostática consiste no fenômeno da separa-

Física
ção de cargas em um corpo condutor (induzido), em razão da c. N N – + – +
proximidade de outro corpo eletrizado (indutor).
Preparando-se para uma prova de física, um estudante d. N N – + N N
anota, em seu resumo, os passos a serem seguidos para ele-
trizar um corpo neutro por indução, e a conclusão a respeito e. – + – N – +
da carga adquirida por ele.
Passos a serem seguidos:
I. Aproximar o indutor do induzido, sem tocá-lo. 13. FCC-SP

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


II. Conectar o induzido à terra. Um bastão eletrizado positivamente é aproximado de
III. Afastar o indutor. três esferas condutoras, A, B e C, inicialmente neutras, encos-
IV. Desconectar o induzido da terra. tadas umas nas outras e ligadas a um suporte horizontal por
Conclusão uma barra isolante, conforme mostra a figura. As barras iso-
No final do processo, o induzido terá adquirido cargas de lantes podem deslizar ao longo do suporte.
sinais iguais às do indutor.
Ao mostrar o resumo para seu professor, ouviu dele que,
para ficar correto, o estudante deverá:
a. inverter os passos III e IV, e que sua conclusão está correta.
b. inverter os passos III e IV, e que sua conclusão está errada. A B C +
c. inverter os passos I e II, e que sua conclusão está errada.
d. inverter os passos I e II, e que sua conclusão está correta. Mantendo-se o bastão próximo às esferas, sem que en-
e. inverter os passos II e III, e que sua conclusão está errada. coste nelas, as esferas são afastadas umas das outras. Em
seguida, o bastão é afastado. Nessas condições, é correto
12. FCC-SP afirmar que:
A figura 1 representa duas esferas metálicas descar- a. as esferas A e B ficam negativas, e a esfera C fica po-

121
regadas, X e Y, apoiadas em suporte isolante. Na figura 2, sitiva.
um bastão carregado negativamente é aproximado à direi- b. as esferas B e C ficam negativas, e a esfera A fica po-
ta das esferas, que continuam em contato. Na figura 3, o sitiva.
bastão é mantido no mesmo lugar e afastamos as esferas. c. a esfera A fica positiva, B neutra, e C negativa.
Na figura 4, o bastão é afastado e as esferas permanecem d. a esfera B fica negativa, e as esferas A e C ficam po-
separadas. sitivas.
e. a esfera C fica negativa, e A e B ficam positivas.

Figura 1 Figura 2 14. UEM-PR


Sobre os fenômenos da eletrização e da indução eletros-
x y x y tática, assinale o que for correto.
01. Um corpo metálico não eletrizado possui número
igual de cargas elétricas positivas e cargas elétricas
negativas.
02. Um corpo metálico eletrizado positivamente possui
x y x y excesso de prótons.
04. A indução eletrostática é a separação de cargas que
acontece em um condutor eletricamente neutro,
quando um corpo eletrizado é aproximado desse
Figura 3 Figura 4 condutor, fazendo com que cargas induzidas se acu-
mulem em suas extremidades.
Considere a seguinte convenção: 08. Um dielétrico não pode ser polarizado por indução
eletrostática.
+: carga positiva
 − : carga negativa 16. Quando dois corpos são atritados, prótons são des-
 locados de um corpo para outro, fazendo com que
N: carga neutra 
igual número de
EMI-16-110

  cargas + e −  esses corpos fiquem eletrizados.


Dê a soma dos números dos itens corretos.
15. UFPB 16. UnB-DF
16

Uma esfera condutora, A, carregada positivamente, é apro- Nas figuras seguintes, representando situações inde-
ximada de outra esfera condutora, B, que é idêntica à esfera A, pendentes entre si, as pequenas esferas metálicas, penden-
221

mas está eletricamente neutra. Sobre processos de eletriza- tes de fios leves e flexíveis, podem ou não estar carregadas.
ção entre essas duas esferas, julgue (V ou F) as afirmativas. Considerando-se, portanto, a possibilidade de haver indução:
(  ) Ao aproximar a esfera A da B, sem que haja contato,
uma força de atração surgirá entre essas esferas.
(  ) Ao aproximar a esfera A da B, havendo contato, e em
seguida separando-as, as duas esferas sofrerão uma I II III
força de repulsão.
Física

(  ) Ao aproximar a esfera A da B, havendo contato, e em todas as afirmações a seguir estão absolutamente corre-
seguida afastando-as, a esfera A ficará neutra, e a es- tas, exceto uma. Assinale-a.
fera B ficará carregada positivamente. a. A situação I só ocorre quando ambas as esferas estão
(  ) Ao aproximar a esfera A da B, sem que haja contato, e carregadas com cargas de mesmo sinal.
em seguida aterrando a esfera B, ao se desfazer esse b. A situação II só ocorre quando ambas as esferas estão
aterramento, ambas ficarão com cargas elétricas de carregadas com cargas de mesmo sinal.
sinais opostos. c. A situação III só ocorre quando ambas as esferas es-
(  ) Ao aproximar a esfera A da B, sem que haja contato, tão descarregadas.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

e em seguida afastando-as, a configuração inicial de d. Em qualquer das esferas que esteja carregada, sua
cargas não se modificará. carga estará sobre sua superfície.
122

EMI-16-110
Módulo 64

16
Força eletrostática e lei de Coulomb — princípio da superposição

221
Exercícios de Aplicação
01. Quando na posição A, q fica sujeita a uma força eletros-
Duas cargas elétricas puntiformes, Q1 = +3 · 10–5 C e tática de módulo F, exercida por Q. Calcule o módulo da força

Física
Q2 = –2 · 10–5 C, encontram-se no vácuo, separadas por 3,0 cm. eletrostática entre Q e q, em função apenas de F, quando q
Sendo k0 = 9 · 109 N · m2/C2, a constante eletrostática do estiver na posição B.
vácuo, a força de interação elétrica entre elas é:
Resolução
a. 6 · 10–5 N; atração.
b. 0,6 N; atração. k⋅ Q ⋅ q
Primeira situação: F =
c. 0,6 N; repulsão. d2a
d. 6 · 103 N; atração.
e. 6 · 103 N; repulsão.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Resolução A B
Como as cargas elétricas possuem sinais contrários, a q
força elétrica entre elas é de atração, e seu módulo é dado por:

k⋅ Q ⋅ q db
FE = da
d2
9 ⋅ 10 ⋅ 3 ⋅ 10−5 ⋅ 2 ⋅ 10−5
9
FE =
(3 ⋅ 10−2 )²
FE = 6 · 103 N y Q
Alternativa correta: D

x
d

123
Segunda situação:
02. Unifesp db = 2 ⋅ da
Uma carga elétrica puntiforme Q > 0 está fixa, em uma re- k⋅ Q ⋅ q
gião do espaço, e cria um campo elétrico ao seu redor. Outra F’ =
( 2 ⋅ da )2
carga elétrica puntiforme q, também positiva, é colocada em Assim:
determinada posição desse campo elétrico, podendo mover-se
dentro dele. A malha quadriculada, representada na figura, F
F’ =
está contida em um plano xy, que também contém as cargas. 2

A B
q

y Q

d
EMI-16-110

x
d
03.
16

O gráfico ilustra a variação do módulo da força elétrica entre duas cargas elétricas iguais, em função da distância entre elas.
F (N)
221

10

8
Física

4
3
2
0
0,10 0,20 0,30 d (m)
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Sabendo que a constante eletrostática do meio é 9 · 109 N · m2/C2, determine o módulo de cada carga elétrica:
a. 0,9 · 10–3C d. 3,6 · 10–6C
b. 1,8 · 10 C
–3
e. 1,8 · 10–6C
c. 3,6 · 10 C
–3

Resolução
De acordo com o gráfico, para d = 0,20 m, F = 3 N. Como as cargas elétricas são iguais, temos:

Q1 ⋅ Q2 9 ⋅ 109 ⋅ Q2
F = k0 ⋅ →3=
d 2
0,202
Q ≈ 1,3 ⋅ 10 → Q ≈ 3,6 ⋅ 10−6
−11

O módulo de cada carga elétrica é 3,6 · 10–6 C.


Alternativa correta: D
Habilidade
Aplicar as leis que regem o campo elétrico em análises qualitativa e quantitativa de fenômenos eletrostáticos.
124

Exercícios Extras
04. UFRGS-RS Faz-se então necessária a remoção dessas partículas da fu-
maça, antes que esta chegue à atmosfera. Um dispositivo
idealizado para esse fim está esquematizado nesta figura:

Gás livre de
2 poluentes
Poluentes são atraídos
pelos coletores Placa coletora
positivamente positivamente
carregados carregada
3
Coletores são
1 sacudidos para
Um dos grandes problemas ambientais decorrentes do remover os
Poluentes poluentes
aumento da produção industrial no mundo é o aumento da adquirem carga
poluição atmosférica. A fumaça, resultante da queima de elétrica negativa Grade metálica
combustíveis fósseis, como carvão ou óleo, carrega partí- negativamente
carregada
EMI-16-110

culas sólidas quase microscópicas, que contêm, por exem- Gás com
plo, carbono, grande causador de dificuldades respiratórias. poluentes
A fumaça poluída, ao passar pela grade metálica negativamente carregada, é ionizada e, posteriormente, atraída pelas pla-

16
cas coletoras positivamente carregadas. O ar emergente fica até 99% livre de poluentes. A filtragem do ar idealizada nesse dispo-
sitivo é um processo fundamentalmente baseado na:

221
a. eletricidade estática. d. força eletromotriz.
b. conservação da carga elétrica. e. conservação da massa.
c. conservação da energia.

05. UFRGS-RS
O módulo da força elétrica entre duas cargas puntiformes iguais (Q > 0), separadas por uma distância r no vácuo, é F. Consi-
dere três cargas elétricas puntiformes, no vácuo, de valores –Q, +2Q e +4Q, separadas pela distância r, conforme mostra a figura.

Física
r r

–Q +2Q +4Q

A alternativa que representa a força eletrostática resultante que atua em cada carga é:

Carga –Q Carga +2Q Carga +4Q

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


3·F 10 · F 7·F
a.

F 8·F 9·F
b.
2·F 6·F 8·F
c.
F 7·F 6·F
d.

Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, os alunos podem apresentar especial dificuldade para realizar as operações com vetores. Pode ser interes-

125
sante relembrar os casos da soma vetorial.
Na web

Este vídeo apresenta uma comparação entre força elétrica e força gravitacional:
<https://www.youtube.com/watch?v=G6FM-Sji5Eo>.
EMI-16-110
Exercícios Propostos
16

Da teoria, leia o tópico 9. c. +q –2q


221

a
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento

F
06. –q
Duas cargas elétricas, A e B, puntiformes, sendo QA = 2 µC a a
e QB = 8 µC, fixas no vácuo, estão separadas por 30 cm. Uma A
terceira carga, q = 1 µC, é colocada entre as cargas A e B e
Física

permanece em equilíbrio em razão das ações elétricas en-


tre elas. Determine a distância que a carga q se encontra da a
carga A. +q –2q

07. UERN
Duas esferas metálicas idênticas estão carregadas com d. +q –2q
cargas elétricas de sinais iguais e módulos diferentes e en- a
contram-se situadas no vácuo, separadas uma da outra por
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

uma distância x. Sobre a forca elétrica que atua em cada uma


dessas esferas, é correto afirmar que são:  –q
a. iguais em módulo e possuem sentidos opostos. F
a a
b. iguais em módulo e possuem o mesmo sentido. A
c. diferentes em módulo e possuem sentidos opostos.
d. diferentes em módulo e possuem o mesmo sentido
a
08. Unicamp-SP +q –2q
A atração e a repulsão entre partículas carregadas têm
inúmeras aplicações industriais, tal como a pintura eletros-
tática. As figuras mostram um mesmo conjunto de partícu- Leia o texto e responda às questões 9 e 10.
las carregadas, nos vértices de um quadrado de lado a, que [...] Quando duas cargas, q1 e q2, possuem o
exercem forças eletrostáticas sobre a carga A no centro desse mesmo sinal, ambos positivos ou negativos, as
quadrado. Na situação apresentada, o vetor que melhor repre- forças são repulsivas; quando as cargas possuem
senta a força resultante agindo sobre a carga A encontra-se sinais contrários, as forças são atrativas.
na figura: As duas obedecem à terceira lei de Newton:
126

elas sempre possuem o mesmo módulo, a mes-


a. +q –2q ma direção e sentidos contrários, mesmo quan-
a do as cargas não são iguais.
A proporcionalidade da força elétrica com 1/R2
foi verificada com grande precisão. Portanto, a
–q  equação da lei de Coulomb tem estrutura igual à
F
a a da lei da gravitação. Porém, a interação elétrica é
A um fenômeno diferente da interação gravitacio-
nal. A interação elétrica depende das cargas elé-
tricas e pode ser atrativa ou repulsiva, enquanto
a a interação gravitacional depende das massas e
+q –2q só pode ser atrativa.
SEARS & ZEMANSKY. Física III. Eletromagnetismo. 12.
ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009. p. 8
b. +q –2q
a 09.
Em relação à força elétrica entre duas cargas elétricas,
podemos dizer que:
–q a. são sempre atrativas.
a  a b. são sempre repulsivas.
F A c. podem ser atrativas ou repulsivas, dependendo dos
sinais das cargas elétricas.
d. podem ser atrativas ou repulsivas, dependendo dos
a módulos das cargas elétricas.
+q –2q e. se as cargas forem de mesmo sinal, será atrativa.
EMI-16-110
10. 13. PUC-SP

16
O fato de o módulo da força elétrica entre duas cargas Quatro pequenas cargas elétricas encontram-se fixas nos
elétricas variar com o inverso do quadrado da distância entre vértices de um quadrado, conforme mostra a figura.

221
elas indica que:
a. quando dobramos a distância, o módulo da força tam- +2q +2q
bém dobra.
b. quando reduzimos a distância à metade, o módulo da
força dobra.
c. quando triplicamos o valor da distância, o módulo da
força se reduz a 1/9 do valor original. +1q +1q

Física
d. essa relação não é válida para a força gravitacional en-
tre duas massas. Um elétron no centro desse quadrado, ficaria submetido,
e. essa relação só é válida para cargas elétricas de mes- em razão das quarto cargas, a uma força que está correta-
mo sinal. mente representada na alternativa:

11. UFTM
O gráfico mostra como varia a força de repulsão entre a. d.
duas cargas elétricas, idênticas e puntiformes, em função da

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


distância entre elas.
b.
F(N)

9 · 103
c. e.

F
0,2 0,4 d(m) 14. Unicamp-SP
Em 2012, foi comemorado o centenário da descoberta dos
Considerando a constante eletrostática do meio como raios cósmicos, que são partículas provenientes do espaço.
k = 9 · 109 N · m2/C2, determine: a. Os neutrinos são partículas que atingem a Terra, pro-
a. o valor da força F; venientes em sua maioria do Sol. Sabendo que a dis-
b. a intensidade das cargas elétricas. tância do Sol à Terra é igual a 1,5 · 1011 m, e conside-

127
rando a velocidade dos neutrinos igual a 3,0 · 108 m/s,
12. calcule o tempo de viagem de um neutrino solar até
A interação eletrostática entre dois corpos é descrita a Terra.
na lei de Coulomb. A constante de proporção para o vácuo b. As partículas ionizam o ar, e um instrumento usado
é 9 · 109 N · m2/C2. A intensidade da força elétrica entre para medir essa ionização é o eletroscópio. Ele consis-
duas cargas de mesmo módulo q está representada no te em duas hastes metálicas que se repelem quando
gráfico, em função da distância d entre elas. carregadas. De forma simplificada, as hastes podem
ser tratadas como dois pêndulos simples de mesma
FE (103 N) massa m e mesma carga q, localizadas nas suas ex-
tremidades. O módulo da força elétrica entre as cargas
1,00 q2
é dado por FE = k ⋅ , sendo k = 9 · 109 N · m2/C2.
d2
0,75
Para a situação ilustrada na figura, qual é a carga q, se
0,50 m = 0,004 g?
0,25

1,00 3,00 5,00 d (10–3 m)


45°

T
O valor de q, em µC (1µC = 10–6 C), é:
a. 0,25 
FE
b. 0,5
d = 3 cm
c. 0,75
d. 1,0 
m·g
EMI-16-110

e. 1,25
15. FMP-RS 16.
16

Duas cargas puntiformes, +4·q e +q, estão dispos-


A B
tas ao longo de uma linha reta horizontal e separadas por
221

+Q +4·Q uma distância d. Em que posição x, ao longo da linha ho-


A figura ilustra duas cargas elétricas puntiformes que rizontal e em relação à carga +4·q, deve-se localizar uma
são mantidas fixas a uma distância de 1 metro. Uma terceira terceira carga, +q, a fim de que esta adquira uma acele-
carga positiva q será abandonada em um ponto C, interior ao ração nula?
segmento imaginário AB, que une as cargas +Q e +4·Q. Esse
ponto C será escolhido aleatoriamente. a. 2· d
A probabilidade de a terceira carga, assim que for abando- 3
d
Física

nada, deslocar-se sobre o segmento no sentido de A para B é: b. 3·


2
1 2
a. d. c. 5· d
6 3 4
2
b. e. 1 d. d
5 3 3
c. 1 e. 3· d
5 4
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
128

EMI-16-110
Módulo 65

16
Campo elétrico gerado por uma ou mais cargas puntiformes

221
Exercícios de Aplicação

01. Vunesp c. F q
A figura a seguir representa uma carga elétrica pontifor-

Física
me positiva no ponto P e o vetor campo elétrico no ponto 1,
devido a essa carga.

E
+ 1 2
P → →
d. E q F

No ponto 2, a melhor representação para o vetor campo →


F
elétrico, em razão da mesma carga em P, será: e.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


q

+ 1 2 E
a. P
+ 1 2 Resolução
b. P
Como as cargas possuem sinais opostos, a força é de
c. + 1 2 atração. O campo elétrico gerado por Q é de afastamento.
P
Alternativa correta: B
d. + 1 2
P
03. UEA-AM
+ 1 2
e. P O gráfico representa o campo elétrico de uma carga
puntiforme Q em função do inverso do quadrado da distân-
cia a essa carga. Considerando-se que a constante elétrica
Resolução
é 8 · 102 N · m2/C2,
Na figura, a distância entre o ponto
 P e o ponto 1 é d = 6
“quadradinhos” e o módulo do vetor E é E = 4 “quadradinhos”. E (104N/C)
Assim:
k ⋅ | Q| k ⋅ | Q|

129
E = 2 → 4 = 2 → k ⋅ | Q| = 36 ⋅ 4 → k ⋅ | Q| = 144 200
d 6
A distância entre o ponto P e o ponto 2 é d’ = 12 “quadra- 150
dinhos”.
100
Assim, o módulo do campo elétrico é:
k ⋅ | Q|
E’ = 2 = 1442 → 1 “quadradinho” 50
(d) (12)
Alternativa correta: C 0 0,25 0,50 0,75 1,0 1 (102 m–2)
d2
02. UEA-AM determine, em coulombs, o valor de Q.
Duas cargas elétricas puntiformes, Q e q, sendo Q positi- a. 5 C d. 20 C
va e q negativa, são mantidas a certa distância uma da outra, b. 10 C e. 25 C
conforme mostra a figura. c. 15 C
Resolução
Q>0 q<0 k ⋅| Q|
E=
d2
O vetor força elétrica (de módulo F), que a carga negativa
→ q
200 · 104 = 8 · 102 · Q · 1 · 102
sofre, e o vetor campo elétrico (de módulo E), presente no pon- Q = 25 C
to onde ela é fixada, estão corretamente representados por:
Alternativa correta: E

a. q F Habilidade

E Calcular o campo elétrico gerado por uma ou mais cargas
EMI-16-110

puntiformes.
→ →
b. F q E
Exercícios Extras
16

04. Fuvest-SP O módulo do campo elétrico no ponto P da figura vale, em N/C:


221

O campo elétrico de uma carga puntiforme em repouso a. 3,0


tem, nos pontos A e B, as direções e os sentidos indicados b. 4,0
pelas flechas na figura. O módulo do campo elétrico no ponto c. 32
B vale 24 N/C. d. 6,0
e. 12

05.
Física

Duas cargas elétricas, QA = 3 µC e QB = –16 µC, estão fi-


A xas no vácuo. Determine o módulo, a direção e o sentido do
campo elétrico resultante, no ponto X, dos campos elétricos
gerados pelas duas cargas, conforme mostra a figura. Consi-
dere k0 = 9 · 109 N · m2/C2.
B x
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

30 cm 60 cm

P
QA = 3 µ C QB = –16 µ C

Seu espaço
Sobre o módulo

Os conceitos de campo podem parecer abstratos aos alunos. Uma estratégia interessante para abordar o tema é exposta em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-11172002000400016&script=sci_arttext>.
130

EMI-16-110
Exercícios Propostos

16
Da teoria, leia os tópicos 10, 10.A, 10.B e 10.C. 10. PUC-RS

221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Uma pequena esfera de peso 6,0 · 10–3 N e carga elé-
trica 10,0 · 10–6 C encontra-se suspensa verticalmente
por um fio de seda, isolante elétrico e de massa desprezí-
06. UPF-RS vel. A esfera está no interior de um campo elétrico unifor-
Durante uma experiência em um laboratório de física, um me de 300 N/C orientado na vertical e para baixo. Consi-
balão (desses usados em festas de aniversário) cheio de ar, derando-se que a carga elétrica da esfera é, inicialmente,
de massa total m = 1 g, carregado eletricamente com uma car- positiva e, posteriormente, negativa, as forças de tração

Física
ga q negativa, flutua estaticamente, numa região do espaço no fio são, respectivamente,
onde existe um campo elétrico uniforme, na direção vertical e a. 3,5 · 10–3 N e 1,0 · 10–3 N
no sentido de cima para baixo. Desprezando-se o empuxo so- b. 4,0 · 10–3 N e 2,0 · 10–3 N
bre o balão e considerando-se que a aceleração gravitacional c. 5,0 · 10–3 N e 2,5 · 10–3 N
local é g = 10 m/s2 e que o valor do campo elétrico é de 50 N/C, d. 9,0 · 10–3 N e 3,0 · 10–3 N
pode-se afirmar que o módulo da carga elétrica do balão é de: e. 9,5 · 10–3 N e 4,0 · 10–3 N
a. 200 µC d. 5 mC
b. 2 mC e. 5 µC 11. UFMG

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


c. 2 · 10–1 C A figura representa uma gota de massa m e carga elétrica
q em equilíbrio, na região entre duas placas eletrizadas: a pla-
07. ca superior, com carga elétrica positiva, e a inferior, com carga
Sobre uma carga elétrica de 2,0 · 10–6 C, colocada em elétrica negativa.
certo ponto do espaço, age uma força de intensidade 0,80 N.
Desprezando-se as ações gravitacionais, a intensidade do
campo elétrico nesse ponto é: Placa superior
a. 1,6 · 10–6 N/C d. 1,6 · 102 N/C
Gota
b. 1,3 · 10 N/C
–5
e. 4,0 · 105 N/C
c. 2,0 · 10 N/C
3
Placa inferior
08.
A intensidade do vetor campo elétrico num ponto P é Nessas condições, podemos afirmar que a carga elétri-
6 · 105 N/C. Uma carga puntiforme q = 3 · 10–6 C, colocada ca da gota:
em P, ficará sujeita a uma força elétrica cuja intensidade: a. é positiva.
a. para o cálculo, necessita da constante do meio em b. é negativa.

131
que a carga se encontra. c. pode ser positiva ou negativa.
b. para o cálculo, necessita da distância. d. é nula.
c. vale 2 N.
d. vale 2 · 10–11 N. 12. UFSC
e. vale 1,8 N. A figura 1 mostra um caminhão-tanque que pode ser
utilizado no transporte de combustível das refinarias para
09. Cesgranrio-RJ os postos de combustível. O tanque usado para o transpor-
Considere duas cargas, q1 e q2, fixas em laboratório. Veri- te de combustível é todo metálico, com aberturas em cima,
fica-se, experimentalmente, que o campo elétrico M, equidis- para a colocação do combustível e inspeção, e com saídas na
tante de q1 e q2, pode ser representado pelo vetor da figura. O parte de baixo, para a transferência do combustível – figura
que se pode concluir quanto aos sinais e aos valores absolu- 2 – para os postos. A transferência do combustível do cami-
tos das duas cargas? nhão para o posto segue uma norma de procedimentos que
servem para garantir a segurança de todos, principalmente
E no sentido de evitar fagulhas que possam dar início a uma
explosão. Um dos principais procedimentos é aterrar o tan-
M que ao solo.

Figura 1

q1 q2

a. + + |q1| < |q2| d. + – |q1| > |q2|


b. + – |q1| < |q2| e. – + |q1| < |q2|
EMI-16-110

c. + + |q1| > |q2|


Figura 2 Com base nos dados da figura, é correto afirmar que o
16

campo elétrico resultante, no ponto situado no centro do cír-


culo, está representado pelo vetor :
221

a. E1
b. E2
c. E3
d. E4
e. E5

Considerando-se o exposto anteriormente e os conceitos 14. UFSM-RS


Física

físicos relacionados à eletrostática, pode-se afirmar que: A tecnologia dos aparelhos eletroeletrônicos está basea-
a. o potencial elétrico, no interior do tanque eletricamen- da nos fenômenos de interação das partículas carregadas
te carregado, pode ser analisado como um condutor com campos elétricos e magnéticos. A figura representa as
metálico eletricamente carregado. Representa-se gra- linhas de campo de um campo elétrico.
ficamente o potencial elétrico, dentro e fora do tanque,
da seguinte forma:

V
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

A
B

 
V Assim, analise as afirmativas:
Interior d I. O campo é mais intenso na região A.
do tanque II. O potencial elétrico é maior na região B.
III. Uma partícula com carga negativa pode ser a fonte
b. estando o tanque eletricamente neutro, ele não pos- desse campo.
sui cargas elétricas. Está(ão) correta(s):
c. durante uma viagem, o tanque adquire uma carga elé- a. apenas I.
trica de módulo 270 µC. O valor do campo elétrico e do b. apenas II.
potencial elétrico a 200,0 m do tanque é, aproximada- c. apenas III.
132

mente e respectivamente, 1,21 · 104 N/C. d. apenas II e III.


d. o aterramento do tanque visa fazer com que o cami- e. I, II e III.
nhão-tanque fique com uma carga elétrica resultante
igual a zero, porque, em razão dos pneus, feitos de 15. PUC-RJ
borracha, e do seu atrito com o ar, o caminhão pode Duas cargas pontuais q1 = 3,0 mC e q2 = 6,0 mC são coloca-
ficar eletricamente carregado. das a uma distância de 1,0 m entre si. Calcule a distância, em
e. admitindo que o caminhão-tanque está carregado ele- metros, entre a carga q1 e a posição, situada entre as cargas,
tricamente, o campo elétrico no interior do tanque é onde o campo elétrico é nulo.
variável, e o potencial elétrico é constante, pois as car- Considere k = 9 · 109 N · m2/C2.
gas elétricas se encontram em repouso, na superfície a. 0,3
externa do tanque. b. 0,4
c. 0,5
13. UFRGS-RS d. 0,6
As cargas elétricas +Q, –Q e +2 · Q estão dispostas num e. 2,4
círculo de raio R, conforme representado na figura.
+Q 16. UERJ (adaptado)
A Terra possui uma carga elétrica líquida que produz
R um campo elétrico orientado para o centro da Terra, com
módulo de 150 N/C em pontos próximos de sua superfície.
E2 Determine o módulo e o sinal da carga líquida que uma pes-
E1 soa de 60 kg deveria possuir para que seu peso fosse igual
–Q e contrário à força produzida pelo campo elétrico da Terra.
E3
E5 Considere g = 10 m/s2.
E4
EMI-16-110

+2Q
Módulo 66

16
Linhas de força: cargas puntiformes em campo elétrico uniforme

221
Exercícios de Aplicação
01. 03. UFJF-MG (adaptado)
A figura ilustra a representação das linhas de campo de Junto ao solo, a céu aberto, o campo elétrico da Terra é

Física
duas cargas elétricas, QA e QB. E =150 N/C e está dirigido para baixo, como mostra a figura.

y E

q m
x
g
QA QB

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


a. Qual é o sinal de cada uma das cargas elétricas?
b. Qual é a relação entre os módulos das cargas elétricas? Adotando-se a aceleração da gravidade como g = 10 m/s2
e desprezando-se a resistência do ar, a massa m, em gramas,
Resolução
de uma esfera de carga q = –4 µC, para que ela fique em equi-
a. Como as linhas de campo são orientadas da carga Qn líbrio no campo gravitacional da Terra, é:
para a carga QA, podemos concluir que a carga elétrica a. 0, 06 d. 0,02
QA é negativa e a carga elétrica Qn é positiva. b. 0, 5 e. 0,4
b. Observe na figura que há maior concentração de linhas c. 0,03
de campo próxima à carga elétrica QA do que próximos à
carga elétrica QB. Isso nos permite dizer que o módulo do Resolução
vetor campo elétrico é maior nos pontos próximo de QA
P = FE
do que nos pontos próximos de QB. Portanto: |QA| > |QB|
m⋅ g = q ⋅E
| q| ⋅ E 4 ⋅ 10−6 ⋅ 150
m= =

133
g 10
02. UFSM-RS
m= 60 ⋅ 10 kg = 6 ⋅ 10−2 g
−6
A luz é uma onda eletromagnética, isto é, a propagação
de uma perturbação dos campos elétrico e magnético locais. m= 0,06 g
Analise as afirmações, que estão relacionadas com as pro- Alternativa correta: A
priedades do campo elétrico. Habilidade
I. O vetor campo elétrico é tangente às linhas de força.
Relacionar os conceitos elétricos e as unidades de carga,
II. Um campo elétrico uniforme caracteriza-se por ter as
campo e força, aplicando-os a fenômenos eletrostáticos.
linhas de força paralelas e igualmente espaçadas.
III. O número de linhas de força por unidade de volume
de um campo elétrico é proporcional à quantidade de
cargas do corpo.
Está(ão) correta(s):
a. apenas I. d. apenas III.
b. apenas II. e. I, II e III.
c. apenas I e II.
Resolução
I. Correta. O vetor campo elétrico é tangente às linhas de
força.
II. Correta.
III. Incorreta. O número de linhas de força por unidade de
área de um campo elétrico é proporcional à quantidade
de carga do corpo.
Alternativa correta: C
EMI-16-110
Exercícios Extras
16

04. Unirio-RJ Com relação às três figuras, na ordem em que elas apa-
221

Como um corpo interage com outro, mesmo à distância? recem e, ainda com relação ao texto enunciado, analise as
Com o desenvolvimento da ideia do campo gravitacional afirmativas e assinale a verdadeira.
criado por uma massa, passou-se a explicar a força de atração a. Para que o corpo de massa m seja atraído pela Terra, é
gravitacional com mais clareza e melhor entendimento: uma necessário que ele esteja eletrizado.
porção de matéria cria, em torno de si, um campo gravitacio- b. Para que a carga elétrica q da segunda figura seja sub-
nal, onde a cada ponto é associado um vetor aceleração da metida à força indicada, é necessário que ela esteja
gravidade. Quando outro corpo é colocado nesse ponto, passa carregada positivamente.
Física

a sofrer a ação de uma força de origem gravitacional. Ideia se- c. Se o corpo de massa m da primeira figura estiver
melhante aplica-se ao campo elétrico gerado por uma carga Q, negativamente carregado, ele sofrerá uma força de
com uma carga de prova q colocada num  ponto P, próximo a Q, repulsão.
que sofre a ação de uma força elétrica F. d. Não importa a carga do corpo de massa m da primeira
figura, matéria sempre atrai matéria na razão inversa
Primeira figura
do produto de suas massas.
m
  e. A carga elétrica de q, na terceira figura, com toda cer-
g P teza, é positiva.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

05. Unirio-RJ
Uma esfera de massa m está eletrizada com uma carga
Terra Terra elétrica de módulo q. Essa esfera encontra-se em repouso em
um campo elétrico uniforme de módulo E = 5 · 103 N/C, com
Segunda figura Terceira figura as linhas de força orientadas verticalmente para baixo. Sendo
   
P F E F P E g = 10 m/s2, determine o módulo da razão m/q e o sinal da
carga elétrica q.
q q

Seu espaço
Sobre o módulo
A representação do campo elétrico por meio das linhas de força é bastante útil para a compreensão do conceito de campo
elétrico, pois fornece uma representação visual dele. Por essa razão, é importante elaborar o conceito das linhas de campo e
134

relacioná-lo com o vetor campo elétrico de maneira objetiva.

Exercícios Propostos

Da teoria, leia o tópico 10.D. 07. UFPE


Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Três cargas elétricas, q1 = –16 µC, q2 = +1,0 µC e q3 = –4,0 µC,
são mantidas fixas no vácuo e alinhadas, como mostrado na
figura, à distância d = 1,0 cm. Calcule o módulo do campo elé-
06. CEFET-MG trico produzido na posição da carga q2, em V/m.
Não pode representar o campo elétrico, em uma dada re- (Dada a constante eletrostática:
gião, a figura:
k0 = 1 · π · ε0 = 9,0 · 109 N · m2/C2)
4
a. d. q1 q2 q3

2d d

b. e. 08.
Em um campo elétrico uniforme, uma partícula carregada
positivamente com 20 µC está sujeita a uma força elétrica de
modulo 10 N. Reduzindo-se pela metade a carga elétrica des-
c. sa partícula, a força, em newtons, que atuará sobre ela será
EMI-16-110

igual a:
a. 2,5 b. 5,0 c. 10 d. 15 e. 20
09. Fatec-SP Pode-se afirmar que os sinais das cargas Q1, Q2 e Q3 são,

16
Leia o texto. respectivamente:
a. negativo, negativo e positivo.

221
Técnica permite reciclagem de placas de b. positivo, negativo e positivo.
circuito impresso e recuperação de metais c. positivo, positivo e positivo.
Circuitos eletrônicos de computadores, tele- d. negativo, positivo e negativo.
fones celulares e outros equipamentos poderão e. positivo, positivo e negativo.
agora ser reciclados de forma menos prejudicial
ao ambiente graças a uma técnica que envolve a 12. UFRGS-RS
moagem de placas de circuito impresso. Na figura, está mostrada uma série de quatro configura-

Física
O material moído é submetido a um campo elé- ções de linhas de campo elétrico.
trico de alta tensão para separar os materiais me-
tálicos dos não metálicos, visto que a enorme dife-
rença entre a condutividade elétrica dos dois tipos 1
de materiais permite que eles sejam separados.
Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.
php?artigo=010125070306. Acesso em: 4 set. 2009. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Considerando-se as informações do texto e os conceitos
físicos, pode-se afirmar que os componentes:
a. metálicos, submetidos ao campo elétrico, sofrem menor
ação deste por serem de maior condutividade elétrica.
b. metálicos, submetidos ao campo elétrico, sofrem maior
ação deste por serem de maior condutividade elétrica. 2
c. metálicos, submetidos ao campo elétrico, sofrem menor
ação deste por serem de menor condutividade elétrica.
d. não metálicos, submetidos ao campo elétrico, so-
frem maior ação deste por serem de maior conduti-
vidade elétrica.
e. não metálicos, submetidos ao campo elétrico, sofrem me-
nor ação deste por serem de maior condutividade elétrica.

10.
Uma carga elétrica puntiforme gera campo elétrico nos 3

135
pontos P1 e P2. A figura mostra setas que indicam a direção e
o sentido do vetor campo elétrico nesses pontos. Contudo,
os comprimentos das setas não indicam os módulos desses
vetores. O módulo do campo elétrico no ponto P1 é 32 V/m.
Calcule o modulo do campo elétrico no ponto P2, em V/m.

P1 4

P2

11. FCC-SP
A figura dada representa linhas de força do campo elétri- Assinale a alternativa que preenche corretamente as la-
co criado por três cargas elétricas Q1, Q2 e Q3. cunas da sentença a seguir, na ordem em que aparecem.
Nas figuras __________, as cargas são de mesmo sinal e, nas
figuras __________, as cargas têm magnitudes distintas.
a. 1 e 4 – 1 e 2
Q1 Q2 Q3 b. 1 e 4 – 2 e 3
c. 3 e 4 – 1 e 2
EMI-16-110

d. 3 e 4 – 2 e 3
e. 2 e 3 – 1 e 4
13. PUC-PR 14. UPE
16

Atualmente, é grande o interesse, por meio de pesquisas, Um próton desloca-se horizontalmente, da esquerda para
métodos e equipamentos, na redução dos impactos ambien- a direita, a uma velocidade de 4·105 m/s. O módulo do campo
221

tais provocados pela agricultura. Entretanto, a aplicação de elétrico mais fraco, capaz de trazer o próton uniformemente
agrotóxicos continua extremamente desperdiçadora de ener- para o repouso, após percorrer uma distância de 3 cm, vale
gia e de produto químico. O crescente aumento dos custos em N/C:
de insumos, mão de obra, energia e a preocupação cada vez Dadas a massa do próton = 1,8 · 10–27 kg e a carga do
maior em relação à contaminação ambiental têm realçado a próton = 1,6 · 10–19 C.
necessidade de uma tecnologia mais adequada na coloca- a. 4·103 d. 3·104
ção dos agrotóxicos nos alvos, bem como de procedimentos b. 3·105 e. 7·103
Física

e equipamentos que levem à maior proteção do trabalhador. c. 6·10 4

Nesse contexto, o uso de gotas com cargas elétricas, eletriza-


das com o uso de bicos eletrostáticos, tem-se mostrado pro- 15. UFPR
missor, uma vez que, quando uma nuvem dessas partículas Uma pequena esfera eletrizada, com carga 2 μC e peso
se aproxima de uma planta, ocorre o fenômeno de indução, e igual a 3 ⋅ 10−5 N , está fixa à extremidade de um fio de seda
a superfície do vegetal adquire cargas elétricas de sinal opos- e em equilíbrio, conforme a figura.
 Na região existe um campo
to ao das gotas. Como consequência, a planta atrai fortemen- elétrico uniforme horizontal E.
te as gotas, promovendo melhoria na deposição, até na parte Determine a intensidade desse campo.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

inferior das folhas.


Dados: sen 30° = 1 e cos 30° = 3
2 2
Bico eletrostático

30°
Gotas eletrizadas
Alta tensão
30 kV a 120 kV E
q

16. Unimontes-MG
Duas cargas puntiformes, Q e q, estão separadas por uma
distância d, no vácuo (veja figura). Se, no ponto P, o campo
elétrico tem módulo nulo, a relação entre Q e q é igual a:
Dado: k0 = 9 · 109 N · m2/C2.
136

Com base na análise das informações, é correto afirmar: Q q P


d x
a. As gotas podem estar neutras, mas o processo acon-
tecerá da mesma forma.
b. O fenômeno da indução descrito no texto caracteriza-se a. Q = − q ⋅
( x + d)
2

pela polarização das folhas das plantas, induzindo si- d2


nal igual ao da carga da gota.
c. Quanto mais próximas estiverem gotas e folha, menor b. q = − Q ⋅
( x + d)2
será a força de atração. x2
d. Outro fenômeno importante surge com a repulsão mú- ( x + d)2
tua entre as gotas, após saírem do bico: por estarem c. Q = − q ⋅
x2
com carga de mesmo sinal, elas se repelem, o que
contribui para a melhoria na distribuição do defensivo
nas folhas. d. Q = − 2q ⋅
( x + d)2
e. Existe um campo elétrico no sentido da folha para x2
as gotas. e. Q = q · (x – d)
EMI-16-110
221

AT 222
Capítulo 13 ..............138
Módulo 31 ............149
M
Módulo 32 ............154

a
Capítulo 14 ..............158

sic Módulo 33 ............167




Q
O
BI
O
LP
IS
H
FI GEO
L

S
C
SO


S
RE
1. Temperatura 140
2. Termômetros 140
3. Lei zero da termodinâmica 141
4. Escalas Celsius e Fahrenheit 141
5. Conversão entre as escalas
Celsius e Fahrenheit 142
6. Escala Kelvin 144
7. Unidades arbitrárias de temperatura 145
8. Variação de temperatura 146
9. Organizador gráfico 148
Módulo 31 – Temperatura e escalas
de temperatura Celsius e Fahrenheit 149
Módulo 32 – Escala Kelvin
e variação de temperatura 154

• Calcular a temperatura de sistemas,


associando os valores a diferentes
escalas termométricas.
• Interpretar temperatura como medida de
agitação térmica de átomos e moléculas
para explicar propriedades térmicas e
expressar seu valor nas escalas Celsius
e Kelvin.
• Reconhecer as características básicas
dos termômetros e das escalas
termométricas.

MARCCOPHOTO / ISTOCK
Termologia 13
139

Termologia é a parte da Física que estuda os fenôme-


nos que ocorrem por causa da ação da chamada energia
térmica, os quais são denominados fenômenos térmicos.
Neste capítulo, estudaremos a termometria, ramo da Fí-
sica que trata das medidas de temperatura.
1. Temperatura Outra prática comum de “medir” a temperatura de uma
13

Desde criança estamos acostumados somente a avaliar pessoa é colocar a mão em sua testa para verificar se ela está
quando um corpo está quente ou frio entrando em contato com febre. Como observado anteriormente, a mão não é um
222

com ele. Mas, dessa forma, estamos realizando uma avalia- instrumento confiável e pode gerar grandes enganos. Desse
ção simplificada da temperatura desse corpo. modo, a maneira correta de medir a temperatura do corpo de
A temperatura é um conceito macroscópico, que usa a uma pessoa é utilizando um termômetro.
comparação de um ou mais corpos. Se dois corpos estão em
equilíbrio térmico, eles apresentam a mesma temperatura.
Assim, podemos dizer a princípio que:
Física

Disponível em: <http://drauziovarella.


Temperatura é uma grandeza física que mede o grau de
com.br/letras/f/febre/>.
aquecimento de um corpo.

Será que nosso tato pode ser um instrumento confiável A. Descrição microscópica da temperatura
na avaliação da temperatura? Com a descoberta de que os corpos são feitos de átomos,
Faça um teste: o conceito de temperatura pode ser ampliado.
Pegue três recipientes, um com água fria, outro com água Por meio de experiências, foi possível perceber que os áto-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

morna (natural) e outro com água quente (não tão quente que mos que constituem um corpo estão em constante movimento.
possa lhe queimar).
Coloque uma das mãos no recipiente com água fria e a
outra no de água levemente aquecida, durante cerca de 30
segundos.

Representação esquemática da vibração dos átomos de uma placa

Ao aquecer o corpo, seus átomos ganham energia e ficam


mais agitados.
140

Fria Morna Quente


Átomos mais agitados
Passados os 30 segundos, coloque as duas mãos ao mes-
mo tempo na água morna e mantenha-as por 10 segundos. Dessa forma, pode-se associar a temperatura do corpo
com o grau de agitação de seus átomos. Assim, podemos ter
mais uma definição de temperatura.

Temperatura é a grandeza física que mede o estado de agi-


tação dos átomos ou moléculas do corpo.

2. Termômetros
Quando aquecemos ou resfriamos um corpo, algumas de
suas propriedades físicas variam. A essas características dá-
-se o nome de propriedade termométrica.
Como exemplo, podemos citar a variação do volume. A
maioria dos materiais, ao ser aquecida, expande-se, e, ao ser
resfriada, contrai-se. Sendo assim, a variação do volume é
uma grandeza termométrica.
Fria Morna Quente De modo simplificado:

Qual foi a sensação em cada uma das mãos? Termômetro é o instrumento que utiliza a propriedade ter-
EMI-16-110

Essa experiência ilustra como nossos sentidos podem mométrica para medir a temperatura.
nos enganar a respeito da temperatura dos corpos.
Existem diversos tipos de termômetro:

13
Termômetros a gás: utilizam a variação da pressão para
medir a temperatura. Para aprender a construir um termoscópio semelhante

222
Termômetros metálicos: utilizam a variação do compri- ao de Galileu, acesse:
mento de uma barra metálica para medir a temperatura.
Termômetros de bulbo: utilizam a variação do volume de Disponível em: <http://www.cienciamao.
um líquido para medir a temperatura. usp.br/tudo/exibir.php?midia=rip&cod=_
termoscopiodegalileu-termologia-txttem0004>.
Termômetros de resistência elétrica: utilizam a variação
na resistência elétrica para medir a temperatura.
Os termômetros de bulbo utilizam como substância ter- Observação

Física
mométrica mercúrio (Hg) ou álcool e operam com base na di- Esse termoscópio parece um termômetro de bulbo, com
latação térmica desses líquidos com a variação de temperatu- água como líquido termométrico, mas, na verdade, ele é se-
ra. Nesses termômetros, a temperatura de um corpo é medida melhante ao termômetro a gás, já que a dilatação do ar é mui-
em função da variação da altura h do líquido no tubo capilar. to maior comparada à do líquido. Outro ponto importante é
que a água não é adequada para se usar como líquido termo-
métrico, pois, entre 0 oC e 4 oC, ela apresenta um comporta-
Tubo capilar mento anômalo (anormal). Isso será abordado mais adiante.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


T
3. Lei zero da termodinâmica
Suponha que temos duas barras, uma de ferro (A) e uma
de alumínio (B), e um tanque cheio de água quente, que cha-
termométrica
Grandeza

h maremos de C. Esse tanque é suficientemente grande para


que não percebamos seu resfriamento. Colocando a barra de
ferro em contato térmico com C, ela se aquece até ficar em
equilíbrio térmico com a água, ou seja, mesma temperatura,
Bulbo
ficando assim um pouco maior por causa da dilatação. Colo-
Substância cando agora a barra de alumínio em contato térmico com C,
termométrica ocorre o mesmo fato, isto é, a barra se aquece até ficar em
Representação de um termômetro de bulbo equilíbrio térmico com a água, ou seja, mesma temperatura,
ficando assim um pouco maior.
Por fim, colocamos as duas barras em contato térmico
e percebemos que seus tamanhos não mudam, ou seja, já
Por volta de 1592, com base na obra de Fílon-Herão, estão em equilíbrio térmico. Embora essa afirmação pareça

141
Galileu Galilei construiu um dos primeiros termômetros ao muito simples, ela não pode ser deduzida por outras leis, e,
qual chamou termoscópio. por isso, é considerada a anteprimeira lei da termodinâmica
ou lei zero da termodinâmica
ALINARI ARCHIVES / GETTYIMAGES

A está em equilíbrio térmico com C


Temperatura A = Temperatura C 
 A está emequilíbrio
e  térmicocomB

 Temperatura A = Temperatura B
B está em equilíbrio térmico com C 
Temperatura B = Temperatura C

4. Escalas Celsius e Fahrenheit


Com o desenvolvimento do termômetro, várias escalas
de uso cotidiano foram surgindo, e as mais bem-sucedidas
foram as escalas Celsius e Fahrenheit.
YURIJ77 / ISTOCK
EMI-16-110

Reprodução do termoscópio de Galileu


Termômetro graduado na escala Celsius e Fahrenheit
A. Escala Celsius A essa temperatura foi dado o valor de cem graus celsius,
13

θg = 100 oC.
O espaço entre os pontos fixos foi dividido em 100 partes
222

(por isso também era chamada antigamente de escala centí-


grada), e cada divisão corresponde a um grau celsius (1 oC).
Essa escala é a mais utilizada no mundo.

100 °C 2º ponto fixo


51
Física

100
partes
50
iguais
ROGER VIOLLET/AFP

1º ponto fixo
0 ºC
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Anders Celsius (1701-1744) Representação da construção da escala Celsius


A escala do sueco Anders Celsius tem como base dois
pontos fixos. B. Escala Fahrenheit
O primeiro ponto fixo é o de fusão do gelo, isto é, a tempera-
tura na qual o gelo e a água permanecem em equilíbrio térmico,
quando sob pressão normal de 1 atm ou ao nível do mar. Para
representar a temperatura, usaremos a letra grega θ (teta).

θg

Gelo em
fusão
142

Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736)

Daniel Fahrenheit deu uma enorme contribuição à ciência


Representação de um termômetro
imerso em gelo em processo de fusão
ao substituir a água e o álcool como líquidos termométricos
pelo mercúrio, que não congelava e não entrava em ebulição
A essa temperatura foi dado o valor de zero grau Celsius, com facilidade.
θg = 0 oC. Além disso, ele também construiu sua própria escala ter-
O segundo ponto fixo é o do vapor, isto é, a temperatura mométrica, com o intuito de tornar positivas as temperaturas
na qual a água entra em ebulição, quando sob pressão normal medidas comumentemente. Para isso, ele tomou como pri-
de 1 atm. meiro ponto fixo a temperatura mais baixa que podia obter na
época, usando uma mistura de água, gelo e sal. A essa tempe-
ratura ele chamou zero grau Fahrenheit, ou θ1 = 0 oF.
O segundo ponto fixo foi feito com base na temperatura do
θv corpo humano, o que ele chamou inicialmente de θ2 = 96 oF.
Mais tarde, ele a modificou ligeiramente, de modo que o ponto
de gelo e de vapor ficasse inteiro. Assim, a temperatura normal
do corpo humano fica entre 98 oF e 99 oF.
Essa escala é muito usada em países de língua inglesa,
Água em principalmente Estados Unidos e Inglaterra.
ebulição

5. Conversão entre as escalas


Celsius e Fahrenheit
Para equiparar as escalas Celsius e Fahrenheit, coloca-
EMI-16-110

Representação de um termômetro imerso em remos ambos os termômetros, sob pressão normal, na água
água em processo de ebulição com gelo e depois na água fervente.
Fazendo esse experimento, nota-se que, na água com Para uma temperatura θC qualquer, teremos uma corres-

13
gelo, o termômetro graduado em Celsius marca 0 oC e o gra- pondente θF.
duado em Fahrenheit, 32 oF.

222
ºC ºF
ºC ºF
100 212

θC θF

Física
0 32
0 32

Para estabelecermos uma relação entre as escalas, po-


demos fazer uma razão entre as diferenças de temperatura.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


ºC ºF
Quando colocados na água fervente, verifica-se que o ter-
mômetro graduado em Celsius marca 100 oC e o graduado em 100 212
Fahrenheit, 212 oF.

ºC ºF
100 212
θC θF
0 32

θC − 0 θF − 32
=
100 − 0 212 − 32

143
θC θF − 32
=
100 180

Dividindo ambos os lados por 20, temos:

θC θF − 32
=
5 9

Equação de conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit.

APRENDER SEMPRE 23

01. 02.
Encontre a temperatura na escala Fahrenheit que corres- Uma pessoa com temperatura de 100 oF já é considerada
ponde a 25 oC. com febre. Calcule o valor dessa temperatura em graus Celsius.

Resolução Resolução
θC θF − 32 θC 100 − 32
= =
5 9 5 9
25 θF − 32 θC 68
= =
5 9 5 9
θF = 77 oF θC ≈ 38 oF
EMI-16-110
6. Escala Kelvin Pressão
13

Gás A

DUNCAN1890 / ISTOCK
Gás B
222

Gás C

–273,15 100 Temperatura oC

Com esse experimento, eles interpretaram que, com a di-


minuição da temperatura, as moléculas do gás ficavam cada
Física

vez mais lentas, a ponto de, em –273,15 oC, elas estariam em


repouso, o que seria a menor temperatura possível.
Com base nessa constatação, Willian Thomson, conhe-
cido como Lord Kelvin em virtude de seu título de nobreza,
construiu uma escala semelhante à de Celsius, mas com o
zero na temperatura de –273,15 oC. A essa temperatura deu-
Willian Thomson (1824-1907) se o nome de zero absoluto.
Assim, os pontos fixos convencionais (fusão do gelo e ponto
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Com o progresso dos estudos do comportamento dos ga- de vapor) correspondem aos valores 273,15 K e 373,15 K, res-
ses, os pesquisadores perceberam que eles tinham algumas pectivamente. Entre esses pontos, foram feitas 100 divisões,
coisas em comum. em que cada uma corresponde a um kelvin (1 K). Não se utiliza o
Usando um aparato experimental semelhante ao mostra- símbolo (o) nem se pronuncia graus Kelvin, apenas kelvin.
do na figura, os pesquisadores puderam medir a pressão de
um gás e compará-la com sua temperatura. Para facilitar os cálculos, é comum aproximar os pontos fi-
xos como 273 K e 373 K.
P0
Essa escala é muito usada em experimentos científicos,
Termômetro principalmente com gases, e é reconhecida como unidade-pa-
Escala
drão de temperatura no Sistema Internacional de Unidades (SI).

h A. Equação de conversão
Para converter a escala Celsius para a escala Kelvin, po-
demos proceder do mesmo modo que fizemos com a escala
0 Fahrenheit.
144

Reservatório de ºC K
P mercúrio 100 373
Gás

A
B
θC T
Líquido para ser
aquecido e 0 273
resfriado Tubo flexível

Começando com a temperatura de 100 oC e abaixando Para a escala absoluta, costuma-se usar a letra T no lugar
para 0 oC, percebemos que a pressão (numa escala arbitrária) de θ para representar a temperatura. Assim:
também diminui, conforme o gráfico.
θC − 0 T − 273
=
100 − 0 373 − 273
Pressão θC T − 273
Gás A =
100 100

θC = T − 273
ou
100 Temperatura oC
T = θC + 273
Fazendo esse experimento para diversos gases, os pes-
quisadores perceberam algo interessante: prolongando as Equações de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin
EMI-16-110

retas do gráfico, elas coincidiam em um único ponto, que


equivale a – 273,15 oC.
Podemos também obter uma equação que relacione as

13
escalas Fahrenheit e Kelvin. APRENDER SEMPRE 24

222
ºF K 01.
212 373 A escala de temperatura de Newton tinha como pontos
fixos 0 °N para o derretimento do gelo e 33 oN para a ebu-
lição da água. Qual a temperatura em graus Celsius corres-
pondente a 50 oN?
θF T
32 273 Resolução

Física
ºC ºN
θC − 0 θN − 0
θF − 32 =
= T − 273
100 33
100 − 0 33 − 0
212 − 32 373 − 273
θC θN
θF − 32 T − 273 =
= 100 33
180 100
θC θN θC = 100 ⋅ θN
Dividindo ambos os lados por 20, temos:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


33
θC = 100 ⋅ 50
33
θF − 32 T − 273 0 0 θC ≈ 151,5 oC
=
9 5
Equações de conversão entre as escalas Fahrenheit e Kelvin

02.
A temperatura medida em um termômetro de bulbo
varia com a altura h da coluna de mercúrio, conforme o
A escala Kelvin é de diagrama. Encontre a função termométrica no intervalo de
SCIENCE SOURCE / PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK

grande importância cien- 2,0 cm a 6,0 cm.


tífica, pois nela o zero é o
Temperatura (o X)
zero absoluto, ou seja, o
ponto onde, teoricamente, 70
as moléculas não possui-
riam mais agitação tér-

145
mica, apresentando uma 20
quantidade finita de ener-
0 2,0 6,0 h (cm)
gia cinética conhecida
como energia de ponto
zero. O zero absoluto é Resolução
um ponto inatingível, pois
Satyendra Nath Bose (1894-1974) a natureza não permite ºX h
parar todas as moléculas de um corpo. Nos anos 1920, os fí- 70 6,0
sicos Satyendra Nath Bose e Albert Einstein previram que, a
temperaturas muito baixas, partículas como os átomos vão
se aglomerar com exatamente o mesmo estado quântico de
θx h
menor energia possível.
Esse estado da matéria é conhecido como Condensado de
Bose-Einstein. Esse fenômeno foi finalmente observado em la-
boratório, em 1995, resfriando-se átomos de rubídio na fase de 20 2,0
vapor até a temperatura de 50 nanokelvin acima do zero abso-
luto. Os físicos que fizeram o experimento, Carl Weiman e Eric θ X − 20 h − 2,0
Cornell, ganharam o Prêmio Nobel de Física em 2001. =
70 − 20 6,0 − 2,0
θ X − 20 h − 2,0
=
50 4 ,0
7. Unidades arbitrárias θ X − 20 h − 2,0
de temperatura =
12,5 1,0
Além das três unidades citadas, existem inúmeras outras θ X − 20 =12
= ,5 ⋅ h − 25
unidades de temperatura e, para fazer a conversão entre elas, θ X = 12,5 ⋅ h − 5
EMI-16-110

basta saber a temperatura de fusão do gelo e de ebulição da


água e efetuar a relação de proporção ensinada anteriormente.
8. Variação de temperatura Resumindo:
13

É útil fazermos a distinção entre uma temperatura θ e um


intervalo (variação) de temperatura ∆θ. Por exemplo: numa ∆θC ∆θF
222

dada localidade, a temperatura ao amanhecer era de 25 oC, 1. =


5 9
mas, às 15 horas, a temperatura atingia 38 oC. A variação de
temperatura ∆θ é dada pela diferença entre a temperatura fi-
nal θf e temperatura inicial θi: 2. Uma variação de tempertura na escala Celsius equiva-
le à mesma variação na escala Kelvin.
∆θ = θf – θi
∆θC = ∆T
Física

Para a situação acima: ∆θ = 38 – 15 = 23 C o

Relacionando as variações de temperatura nas três es-


calas, Celsius, Fahrenheit e Kelvin, temos o segmento a, que APRENDER SEMPRE 25
corresponde à variação de temperatura ocorrida nas três es-
calas, e o segmento b, que corresponde ao intervalo de tem- 01.
peratura entre os pontos de vapor e de gelo, também nas três Certo corpo encontra-se à temperatura de 0 oC e é
escalas. Como eles não dependem da unidade em que foram aquecido a 30 oC. Determine a variação de temperatura do
medidos, podemos estabelecer a proporção: corpo nas escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

°C °F K Resolução
100 212 373 Usando a equação de conversão entre as escalas, temos:
0 oC = 32 oF = 273 K
30 oC = 86 oF = 303 K
b a ∆θC ∆θF ∆T Assim:
∆θC = 30 – 0 = 30 oC
∆θF = 86 – 32 = 54 oF
∆T = 303 – 273 = 30 K
0 32 273
Outra maneira seria:
Para a escala Fahrenheit:
∆θC ∆θF
∆θC ∆θF =
a ∆T 5 9
= = =
b 100 − 0 212 − 32 373 − 273 30 ∆θF
=
5 9
∆θF = 54 oF
146

Simplificando:
Para a escala Kelvin:
∆θC ∆θF ∆T ∆θC =∆T
= = ∆T = 30 K
5 9 5

Febre: aliada ou inimiga? Os lagartos, como todos os répteis, têm seu


Experimentos realizados com lagartos têm le- corpo aquecido e resfriado de acordo com a
vado pesquisadores a interessantes conclusões a temperatura do ambiente em que estão. Entre os
respeito da febre e suas funções. vertebrados, essa característica é também encon-
trada nos anfíbios, ao contrário das aves e mamí-
TUNART / ISTOCK

feros, cuja temperatura interna do corpo indepen-


de da temperatura do ambiente.
Partindo dessa característica dos lagartos, os
pesquisadores fizeram, inicialmente, um experi-
mento para descobrir a que temperatura uma certa
espécie de lagarto – os iguanas – tende a manter
a temperatura do corpo. Colocaram esses lagartos
numa caixa com uma das extremidades mantida a
50 oC e a outra, à temperatura ambiente. Os lagar-
tos se moveram de um microclima a outro até que
sua temperatura interna se estabilizou em torno de
38 oC, que os pesquisadores passaram a considerar
EMI-16-110

Iguana como temperatura normal para esses lagartos.


Tendo descoberto a temperatura normal dos cos do sangue assim que a corrente sanguínea

13
iguanas, os pesquisadores procuraram verifi- é invadida pelas toxinas associadas à infecção.
car se esses animais, à semelhança de muitos Quanto ao processo utilizado pelo organis-

222
outros, desenvolvem febre em resposta a uma mo para elevar sua temperatura, há três recur-
infecção. Injetaram nos lagartos determinadas sos possíveis, aliás, os mesmos três recursos
bactérias e observaram que eles permaneceram que podem ser utilizados quando se deseja
maior tempo na porção mais aquecida da caixa, elevar a temperatura de qualquer sistema ter-
até conseguirem uma elevação de 1 a 2 oC acima modinâmico: produzir mais calor no interior do
dos 38 oC. próprio sistema, reduzir as perdas de calor para
Na última etapa dos experimentos, infectaram fora do sistema ou introduzir calor no sistema.

Física
34 lagartos e os dividiram em dois lotes iguais. A O que faz o organismo para produzir mais
um lote foi dado um medicamento que suprime calor? Todos sabemos que, enquanto a febre
a febre. Ambos os lotes foram então colocados está subindo, nossos músculos se contraem e
num ambiente com várias temperaturas. Os la- até mesmo tremem. Por mais surpreendente
gartos que não tomaram medicamentos procu- que isso possa parecer, esse é o processo que
raram os locais mais aquecidos e ficaram com nosso organismo utiliza para gerar o calor ne-
a temperatura acima do normal durante vários cessário à elevação de temperatura. Nesse pro-
dias. Depois, procuraram locais mais frescos e cesso, há consumo de energia armazenada nas

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


voltaram à temperatura normal. Desse lote, ape- ligações químicas, mas acontece que somente
nas um morreu em consequência da infecção. 25% da energia consumida é utilizada na rea-
Do lote que recebeu o medicamento supressor lização do trabalho mecânico dos tremores; os
da febre, mais da metade morreu. restantes 75% são liberados como calor, o qual
Os pesquisadores reforçaram suas conclu- eleva a temperatura do corpo. É exatamente
sões, mantendo lagartos doentes em uma série o que ocorre quando efetuamos um esforço,
de incubadoras, cada qual a uma determinada como subir correndo uma escada; sentimos um
temperatura. De novo constataram que os la- aquecimento, análogo a uma febre, em virtude
gartos mantidos à temperatura febril sobrevi- de só aproveitarmos para o trabalho mecânico
veram, enquanto muitos dos que foram manti- 1 J de cada 4 J liberados pelo organismo.
dos à temperatura normal (38 oC), ou um pouco O outro recurso utilizado pelo organismo
abaixo, morreram. A 34 oC, temperatura mais para elevar sua temperatura interna é diminuir
baixa, todos os lagartos morreram. as perdas para o ambiente. Consegue isso redu-
Todos esses resultados indicam que a febre zindo a circulação periférica, ou seja, transpor-
constitui uma defesa do organismo, mas qual tando menos calor para a superfície do corpo,
será o mecanismo pelo qual ela exerce a sua onde seria perdido através da pele. Com o mes-

147
ação defensiva? mo objetivo (o de minimizar perdas de calor),
Ocorre que, no organismo febril, a produção costumamos dar uma ajuda aos mecanismos
de células T (elementos importantes do siste- automáticos de nosso organismo, tratando de
ma imunológico) torna-se dez vezes maior para nos agasalhar enquanto a febre sobe.
cada grau de elevação da temperatura. Além Inversamente, quando nosso organismo não
disso, para cada grau de elevação da tempera- precisa mais da defesa da febre, o hipotálamo
tura triplica a eficácia de uma substância cha- comanda um abaixamento da temperatura e
mada interferon presente no organismo e es- começamos a transpirar, o que contribui para
sencial no combate às infecções por vírus. reduzir a temperatura do corpo. Ao mesmo
Outras perguntas – Quem faz o papel de tempo, livramo-nos dos agasalhos, para perder
“termostato”, ou seja, qual o órgão responsável mais calor rapidamente.
pela regulação da temperatura no organismo? O último recurso – introduzir calor no sis-
De que maneira é levada a esse órgão a infor- tema – fica por conta dos chás quentes e da
mação de que a temperatura do corpo precisa procura de um bom fogo, quando esse luxo está
ser elevada? Qual o processo utilizado pelo or- disponível.
ganismo para elevar e baixar sua temperatura? O intrincado mecanismo de regulação da tem-
A função de termostato é desempenhada peratura e da ação da febre como defesa mostra o
por uma parte do cérebro, o hipotálamo, que, grau de refinamento dos programas que regem o
entre outras funções, regula a maior ou menor funcionamento dos organismos vivos, até os mí-
produção de calor pelo organismo. nimos detalhes: tudo pode ser explicado a partir
A informação de que a temperatura do corpo dos átomos, suas ligações e energias.
precisa subir é levada ao hipotálamo pelo piro- TEIXEIRA JÚNIOR, Antonio de Souza. Revista de Ensino de
gênio, substância liberada pelos glóbulos bran- Ciência. n. 12, mar. 1985, p. 7-9. Retirado do livro Física,
volume 2. Autor: Paraná, p. 27-29. Adaptado.
EMI-16-110
9. Organizador gráfico
13

A. Temperatura
222
YURIJ77 / ISTOCK / EVRYKA23 / ISTOCK
Física

Temperatura

É
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

É
Termômetros

Uma grandeza
física que mede
o grau de
aquecimento
de um corpo.

Possuem 3
escalas principais:

Escala
Celsius
A grandeza
física que mede Fahrenheit
148

o estado de
agitação dos Kelvin
átomos do
corpo.

EMI-16-110

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 31

13
Temperatura e escalas de temperatura Celsius e Fahrenheit

222
Exercícios de Aplicação
01. UEPG-RS 02.
A temperatura é uma das grandezas físicas mais conhecidas Ao tomar a temperatura de um paciente, um médico só

Física
dos leigos. Todos os dias boletins meteorológicos são divulgados dispunha de um termômetro graduado na escala Fahrenheit.
anunciando as prováveis temperaturas máxima e mínima do Para se precaver, ele fez antes alguns cálculos e marcou no
período. A grande maioria da população conhece o termômetro termômetro a temperatura correspondente a 42 oC (tempera-
e tem o seu próprio conceito sobre temperatura. Sobre tempera- tura crítica do corpo humano). Em que posição da escala do
tura e termômetros, dê a soma dos itens que estiverem corretos. seu termômetro ele marcou essa temperatura?
01. A fixação de uma escala de temperatura deve estar
Resolução
associada a uma propriedade física que, em geral,
varia arbitrariamente com a temperatura. θC θF − 32 42 θF − 32

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


= ⇒ =
02. Grau arbitrário é a variação de temperatura que provo- 5 9 5 9
ca na propriedade termométrica uma variação corres- 378 + 160
5θF − 160 = 378 ⇒ θF =
pondente a uma unidade da variação que esta mesma 5
θF = 107,6 oF
propriedade sofre quando o termômetro é levado do
ponto de fusão até o ponto de ebulição da água.
04. Temperatura é uma medida da quantidade de calor
de um corpo.
08. A água é uma excelente substância termométrica,
dada a sua abundância no meio ambiente.
16. Dois ou mais sistemas físicos, colocados em contato
e isolados de influências externas, tendem para um
estado de equilíbrio térmico, que é caracterizado por
uma uniformidade na temperatura dos sistemas.
Resolução
18 (02 + 16)

149
01. Incorreto. A fixação de uma escala termométrica exi-
ge a associação com uma propriedade física que pos-
sua uma relação bem definida com a temperatura.
02. Correto
04. Incorreto. Temperatura é a grandeza física que mede
o estado de agitação dos átomos do corpo.
08. Incorreto. A água não é uma boa substância termo-
métrica, pois a sua dilatação térmica possui compor-
tamento anômalo.
16. Correto
EMI-16-110
03. PUCCamp-SP Resolução
13

Um termoscópio é um aparelho que indica variações Pela lei zero da termodinâmica, sabemos que, se o ter-
numa propriedade que é função da temperatura. Por exemplo, moscópio estiver em equilíbrio tanto com o corpo A como com
o corpo B, A e B estarão em equilíbrio entre si. Por isso, quando
222

a resistência elétrica de um fio aumenta com o aumento da


temperatura. colocados em contato, continuam com a mesma temperatura
Dois corpos, A e B, são colocados num recipiente de pare- de equilíbrio, 40, ºC.
des adiabáticas, separados por outra parede isolante. Alternativa correta: C
Habilidade
Interpretar temperatura como medida de agitação térmi-
ca de átomos e moléculas para explicar propriedades térmi-
Física

cas e expressar seu valor nas escalas Celsius e Kelvin.

A B
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Um termoscópio de resistência elétrica é colocado em


contato com o corpo A. Após estabilização, a leitura do ter-
moscópio é 40,0. Colocado, a seguir, em contato com o corpo
B, o mostrador do termoscópio indica também 40,0.
Retirando a parede divisória e colocando o termoscópio
em contato com A e B, a sua indicação deverá ser:
a. 10,0
b. 20,0
c. 40,0
d. 80,0
e. 160
150

Exercícios Extras
04. PUC-RJ 05.
Temperaturas podem ser medidas em graus Celsius (oC) No mesmo dia, foram registradas as seguintes tempe-
ou Fahrenheit (oF). Elas têm uma proporção linear entre si. raturas máximas: em São Paulo, 20 oC; em Salvador, 30 oC;
Temos: 32 oF = 0 oC; 20 oC = 68 oF. Qual a temperatura em que em Miami, 77 oF; e, em Nova York, 50 oF. Qual das cidades
ambos os valores são iguais? apresentou a maior temperatura? E qual apresentou a me-
a. 40 nor temperatura?
b. −20
c. 100
EMI-16-110

d. −40
e. 0
Seu espaço

13
Sobre o módulo Na web

222
Mostrar aos alunos que temperatura é um conceito ma- Para fazer o termoscópio, acesse:
croscópico, mas que pode ser descrito de modo microscópi-
co. Associar a lei zero da termodinâmica com o conceito ma- Disponível em: <http://www.cienciamao.
croscópico de temperatura. usp.br/tudo/exibir.php?midia=rip&cod=_
termoscopiodegalileu-termologia-txttem0004>.
Se possível, levar alguns tipos de termômetros para ilus-
trar a aula. Também seria muito produtivo realizar em sala a <http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.

Física
experiência mostrada na teoria. php?midia=rip&cod=_termoscopiodegalileu-
Na teoria, é apresentada uma maneira de construir o termologia-txttem0004>.
termoscópio de Galileu. Assim, seria interessante pedir aos Em razão da disseminação dos smartphones, é muito fá-
alunos que construam seus termômetros ou termoscópios, cil converter as temperaturas usando aplicativos como:
para que possam aplicar a teoria e desenvolver habilidades
manuais. Disponível em: <https://play.google.
com/store/apps/details?id=com.
danielfritzsch.temperatureconverter>.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Os alunos podem dispor da tecnologia para auxiliá-los
nos estudos, utilizando, por exemplo, tais aplicativos para
conferir suas respostas.

Exercícios Propostos 151

Da teoria, leia os tópicos 1, 1.A, 2, 3, 4, 4.A, 4.B e 5. ( ) Se o termômetro graduado na escala Celsius mediu
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento 42 oC, o termômetro graduado em Fahrenheit mediu
74 oF.
( ) Se o corpo cuja temperatura foi medida era formado
06. inteiramente por gelo, é impossível que a leitura do
Qual é a leitura de um termômetro graduado em Fahrenheit termômetro graduado na escala Fahrenheit tenha
para a leitura de 40 oC? sido positiva.
( ) Se as medidas foram tomadas em um local ao nível
07. UFAL do mar, e se o termômetro graduado em Celsius me-
Utilizando dois termômetros, um graduado na escala Cel- diu 100 oC, o outro termômetro mediu 212 oF.
sius e outro, na escala Fahrenheit, um menino mediu a tem- ( ) O valor numérico da temperatura do corpo em graus
peratura de um corpo, obtendo o valor nessas duas unidades Celsius foi, sem dúvida, menor do que o valor numé-
de medida. Com base nisso, analise as afirmações seguintes: rico da mesma temperatura em graus Fahrenheit.
EMI-16-110

( ) Os dois valores medidos, um em cada escala, podem


ter sido numericamente iguais.
08. UEPG-PR Celsius Fahrenheit
13

Em algumas cidades brasileiras encontramos, em vias de


grande circulação, termômetros que indicam a temperatura Fusão do gelo 0 32
222

local medida na escala Celsius. Ebulição da água 100 212


Por causa dos jogos da Copa, no Brasil, os termômetros
passaram por modificações que permitiram a informação
da temperatura também na escala Fahrenheit, utilizada por Com base nessa tabela, o turista fez a conversão da
alguns países. Portanto, após essa adaptação, um desses temperatura fornecida pelo manual para a escala Celsius e
termômetros que indique, por exemplo, 25 oC também apon- obteve o resultado:
tará a temperatura de: a. 25
Física

Dado b. 31
Equação de conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit: c. 21
d. 36
θCelsius θFahrenheit − 32 e. 16
=
5 9
13. Cefet-SC
a. 44 F
o
O lugar mais frio do mundo
b. 58 oF Ainda existe um lugar na Terra onde o ho-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

c. 64 oF mem jamais pisou. Ele se chama Ridge A


d. 77 oF (“cordilheira A”, em inglês), fica a 4 mil me-
e. 86 oF tros de altitude – 30 % mais alto que a cidade
de La Paz, na Bolívia – e está a 600 quilôme-
09. UFU-MG tros do Polo Sul. Mas a principal característi-
Para construir-se uma escala de temperatura, não é ne- ca desse lugar, que acaba de ser revelado por
cessário que: imagens de satélite, é outra: Ridge A é o pon-
a. todos os termômetros concordem suas leituras nos to mais frio da face da Terra, com tempera-
pontos fixos. tura média de 70 graus Celsius negativos.
b. os pontos fixos possam ser reproduzidos em qualquer Até então, acreditava-se que o lugar mais frio
ocasião. do mundo fosse o lago Vostok, na Antártida,
c. a propriedade termométrica seja referente ao compor- que chegou a registrar 90 graus Celsius nega-
tamento de um gás perfeito. tivos. Mas isso foi uma exceção. “Na média,
d. a propriedade termométrica seja função biunívoca (bi- Ridge A é muito mais frio do que o lago Vostok
jetora) da temperatura. ou qualquer outro lugar conhecido”, afirma Will
e. atribua-se a mesma temperatura a dois corpos em Saunders, astrônomo da Universidade de New
152

equilíbrio térmico. South Wales e descobridor do lugar.


Revista Superinteressante. Ed. 271, p. 32, nov. 2009. Adaptado.
10. UFR-RJ
Um mecânico, medindo a temperatura de um dispositivo Diferentemente de nós, que usamos a escala de tem-
do motor do carro de um turista americano, usou um termô- peratura Celsius, os americanos utilizam a escala de tem-
metro cuja leitura digital foi de 92 oC. Para que o turista enten- peratura Fahrenheit. Se esse texto fosse dirigido a estu-
desse melhor a temperatura, o mecânico teve de converter a dantes americanos, como seria expressa a temperatura de
unidade de temperatura para Fahrenheit. –70 oC?
Qual foi o valor da temperatura após esta conversão? a. 0 oF
b. –60 oF
11. c. –55 oF
Uma pessoa colocou um termômetro graduado na esca- d. –40oF
la Fahrenheit e verificou que sua temperatura era de 97,7 oF. e. –94 oF
Considerando que a temperatura normal do corpo humano é
de 36,5 oC, responda se esta pessoa estava com febre. 14. UFPE-RS
A água na atmosfera
12. UEA-AM O calor proveniente do Sol por irradiação atin-
Um turista estrangeiro leu em um manual de turismo que ge o nosso Planeta e evapora a água que sobe,
a temperatura média do estado do Amazonas é 87,8 graus, por ser ela, ao nível do mar, menos densa que o
medido na escala Fahrenheit. Não tendo noção do que esse ar. Ao encontrar regiões mais frias na atmosfera, o
valor significa em termos climáticos, o turista consultou um vapor se condensa, formando pequenas gotículas
livro de Física, encontrando a seguinte tabela de conversão de água que compõem, então, as nuvens, podendo,
entre escalas termométricas: em parte, solidificar-se em diferentes tamanhos.
EMI-16-110
Os ventos fortes facilitam o transporte do ar c.
o
C

13
próximo ao chão – a temperatura, em dias de 40
verão, chega quase a 40 oC – para o topo das

222
nuvens, quando a temperatura alcança 70 oC. o
F
Há um consenso, entre pesquisadores, de que, –70
devido à colisão entre partículas de gelo, água
e granizo, ocorre a eletrização da nuvem, sen-
do possível observar a formação de dois cen- d. o
C
tros: um de cargas positivas e outro de cargas
40
negativas. Quando a concentração de cargas

Física
nesses centros cresce muito, acontecem, então, o
F
descargas entre regiões com cargas elétricas
–70
opostas. Essas descargas elétricas – raios – po-
dem durar até 2 s, e sua voltagem encontra-se
entre 100 milhões e 1 bilhão de volts, sendo a e. C
o

corrente da ordem de 30 mil ampères, podendo 40


chegar a 300 mil ampères e a 30 000 oC de tem-
peratura. A luz produzida pelo raio chega quase

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


F
o

instantaneamente, enquanto o som, conside- –70


rada sua velocidade de 300 m/s, chega num
tempo 1 milhão de vezes maior. Esse trovão, no
entanto, dificilmente será ouvido, se acontecer 15. Mackenzie-SP (adaptado)
a uma distância superior a 35 km, já que tende Para medir a temperatura de um certo corpo, utilizou-se
seguir em direção à camada de ar com menor um termômetro graduado na escala Fahrenheit. O valor obtido
temperatura. correspondeu a 4/5 da indicação de um termômetro gradua-
Física na escola, v. 2, n. 1, 2001. Adaptado. do na escala Celsius, para o mesmo estado térmico. Qual o
valor dessa temperatura na escala Celsius?
É comum, no painel de informações das cabines dos a. –247,4 oC
aviões, estar registrada a temperatura externa de duas ma- b. –241 oC
neiras: em graus Celsius e em Fahrenheit. c. – 32 oC
Assinale a alternativa com o gráfico que representa cor- d. 0 oC
retamente as temperaturas registradas para o ar, no painel do e. 32 oC
avião, quando ele se desloca do solo ao topo das nuvens.
16. Fatec-SP

153
a. o
C Os pontos de fusão do gelo e de ebulição da água na es-
cala Fahrenheit são, respectivamente, 32 oF e 212 oF. Um ter-
40
mômetro A, graduado na escala Fahrenheit, e outro B, gradua-
o
F do na escala Celsius, são colocados simultaneamente em um
–70 frasco contendo água quente. Verifica-se que o termômetro A
apresenta uma leitura que supera em 80 unidades a leitura
do termômetro B.
b. C
o
Podemos afirmar que a temperatura da água no frasco é:
a. 60 oC
40
b. 80 oC
o
F c. 112 oC
–70
d. 50 oF
e. 112 oF
EMI-16-110
Módulo 32
13

Escala Kelvin e variação de temperatura


222

Exercícios de Aplicação
01. 02. UFPE
Em uma panela, existe água a 20 oC, que é aquecida O gráfico apresenta a relação entre a temperatura na es-
Física

até 90 oC. cala Celsius e a temperatura numa escala termométrica arbi-


a. Expresse esses dois valores de temperatura na escala trária X. Calcule a temperatura de fusão do gelo na escala X.
Kelvin. Considere a pressão de 1 atm.
b. Qual é a variação de temperatura sofrida pela água nas
θ (oX)
escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin?
Resolução 80
a. A relação entre as escalas Celsius e Kelvin é:
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

T = θC + 273. Assim: 60
• T = 20 + 273 = 293 K 40
• T = 90 + 273 = 363 K
b. A variação de temperatura na escala Celsius é: 20
∆θC = 90 – 20 = 70 oC
• Na escala Fahrenheit: 0 θ (oC)
10 30 50 70
∆θF = 9 ⋅ ∆θC = 9 ⋅70
5 5 Resolução
∆θF = 126 oF
Existem duas maneiras proveitosas de resolver esse
• Na escala Kelvin: exercício:
∆T = ∆θC ⇒ ∆T = 70 K 1. o
X o
C
80 70
154

θx θc

30 20
θ X − 30 θC − 20
=
80 − 30 70 − 20
θ X − 30 θC − 20
=
50 50
θ X − 30 = θC − 20
θ X = θC + 10
θ X = 0 + 10
θ X = 10 o X

2. Analisando o gráfico, vemos que, quando a tempera-


tura varia 50 oC (de 20 oC a 70 oC), na escala X tam-
bém varia 50o. Assim, concluímos que as variações
são iguais. Considerando o ponto (20,30), para a
temperatura em Celsius chegar a zero, ela deve dimi-
nuir 20 °C e, já que as variações são iguais, a escala X
também deve diminuir 20 oX, chegando a 10 oX.
EMI-16-110
03. Resolução

13
Um pesquisador, ao realizar a leitura da temperatura de um A menor temperatura possível é o zero absoluto. O seu
determinado sistema, obteve o valor – 450. Considerando as es- valor apresenta o limite mínimo para todas as escalas. Ele as-
sume diferentes valores em cada escala:

222
calas usuais (Celsius, Fahrenheit e Kelvin), podemos afirmar que
o termômetro utilizado certamente não poderia estar graduado: Kelvin: 0 K
a. apenas na escala Celsius. Celsius: – 273 °C
b. apenas na escala Fahrenheit. Fahrenheit: – 459,4 °F.
c. apenas na escala Kelvin. Portanto, o valor de –450 é menor que os limites míni-
d. nas escalas Celsius e Kelvin. mos das escalas Kelvin e Celsius, só podendo corresponder a
e. nas escalas Fahrenheit e Kelvin. um valor na escala Fahrenheit.

Física
Alternativa correta: D
Habilidade
Reconhecer as características básicas dos termômetros
e escalas termométricas.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Exercícios Extras

155
04. Unesp a. Sabendo-se que a escala Tb é a escala Celsius, qual é
Uma panela com água é aquecida de 25 oC para 80 oC. A a temperatura de congelamento da água na escala Ta?
variação de temperatura sofrida pela panela com água, nas b. Qual a relação termométrica existente entre as duas
escalas Kelvin e Fahrenheit, foi de: escalas?
a. 32 K e 105 oF c. Qual o valor da temperatura do corpo humano (37 oC)
b. 55 K e 99 oF na escala Ta?
c. 57 K e 105 oF d. Qual a temperatura de ebulição da água, ao nível do
d. 99 K e 105 oF mar, na escala Ta?
e. 105 K e 32 oF e. Qual a temperatura que possui a mesma leitura nas
duas escalas?
05.
Considere o diagrama, que representa a relação entre
duas escalas termométricas arbitrárias.
Ta (°A)

35

10

50 Tb (°C)
EMI-16-110
Seu espaço
13

Sobre o módulo
222

Deixar claro que a escala Kelvin é uma escala absoluta, que não apresenta valores negativos. Dependendo do nível da tur-
ma, pode-se demonstrar por meio do gráfico como ela foi definida.
Mostrar que o método da conversão de temperaturas é sempre o mesmo e vale para qualquer unidade arbitrária.
Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
156

Exercícios Propostos

Da teoria, leia os tópicos 6, 6.A, 7 e 8. 4,5


Exercícios de tarefa reforço aprofundamento 4
3,5
3
06. Fatec-SP 2
Ao aferir-se um termômetro malconstruído, verificou-se 1,5
que os pontos 100 oC e 0 oC de um termômetro correto cor- 1
0,5
respondiam, respectivamente, a 97,0 oC e –1,0 oC do primeiro.
0
Se esse termômetro malconstruído marcar 19,0 oC, a tem- –0,5
peratura correta deverá ser de: –1
a. 18,4 oC –1,5
b. 19,4 oC –2
c. 20,4 oC –3
d. 23,4 oC –3,5
e. 28,4 oC
Determine, em kelvin, o módulo da variação entre a maior
07. UERJ e a menor temperatura da escala apresentada.
No mapa, está representada a variação média da tempe-
ratura dos oceanos em um determinado mês do ano. Ao lado, 08.
EMI-16-110

encontra-se a escala, em graus Celsius, utilizada para a ela- Em uma das regiões mais frias do planeta, o termômetro
boração do mapa. indica –76 oF. Expresse esse valor nas escalas Celsius e Kelvin.
09. UFSCar-SP 13. Unesp

13
Maxwell, notável físico escocês da segunda metade do sé- Um estudante desenvolve um termômetro para ser utiliza-
culo XIX, inconformado com a possibilidade da morte térmica do do especificamente em seus trabalhos de laboratório. Sua ideia

222
Universo, consequência inevitável da segunda lei da termodinâ- é medir a temperatura de um meio fazendo a leitura da resistên-
mica, criou o “demônio de Maxwell”, um ser hipotético capaz de cia elétrica de um resistor, um fio de cobre, por exemplo, quando
violar essa lei. Essa fictícia criatura poderia selecionar as molé- em equilíbrio térmico com esse meio. Assim, para calibrar esse
culas de um gás que transitassem entre dois compartimentos, termômetro na escala Celsius, ele toma como referências as
controlando a abertura que os divide, como ilustra a figura. temperaturas de fusão do gelo e de ebulição da água. Depois de
várias medidas, ele obtém a curva apresentada na figura.

Física
T(°C)
100

0 16 R 22,6 R(Ω)

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Por causa dessa manipulação diabólica, as moléculas A correspondência entre a temperatura T, em oC, e a resis-
mais velozes passariam para um compartimento, enquanto as tência elétrica R, em Ω, é dada pela equação:
mais lentas passariam para o outro. Se isso fosse possível: 100 ⋅ (R − 16) 100 ⋅ (R − 16)
a. esse sistema nunca entraria em equilíbrio térmico. a. T = d. T =
b. esse sistema estaria em equilíbrio térmico permanente. 6,6 16
c. o princípio da conservação da energia seria violado. 100 ⋅ 6,6 100 ⋅ (R − 6,6)
d. não haveria troca de calor entre os dois compartimentos. b. T = e. T =
R − 16 16
e. haveria troca de calor, mas não haveria troca de energia.

10. Mackenzie-SP R − 6,6


c. T =
6,6 ⋅100
Os termômetros são instrumentos utilizados para efetuar-
mos medidas de temperaturas. Os mais comuns se baseiam na
variação de volume sofrida por um líquido considerado ideal, 14. Mackenzie-SP
contido num tubo de vidro cuja dilatação é desprezada. Num Um pesquisador verifica que uma certa temperatura obti-
termômetro em que se utiliza mercúrio, vemos que a coluna da na escala Kelvin é igual ao correspondente valor na escala
desse líquido "sobe" cerca de 2,7 cm para um aquecimento de Fahrenheit acrescido de 145 unidades. Esta temperatura na

157
3,6 oC. Se a escala termométrica fosse a Fahrenheit, para um escala Celsius é:
aquecimento de 3,6 oF, a coluna de mercúrio "subiria": a. 55 oC d. 120 oC
a. 11,8 cm d. 1,8 cm b. 60 C
o
e. 248 oC
b. 3,6 cm e. 1,5 cm c. 100 Co

c. 2,7 cm
15.
11. As leituras de dois termômetros, um calibrado na escala X e
Num termômetro de mercúrio, a coluna líquida apresenta o outro, na escala Y, relacionam-se pela equação θx = 2 · θy + 20.
0,6 cm, em presença do gelo em fusão (0 oC), e 20,6 cm em pre- a. Com base na equação dada, construa o gráfico de θx
sença de vapores de água em ebulição (100 oC). Determine: em função de θy, para o intervalo de 0 oY a 100 oY.
a. a função termométrica desse termômetro na escala b. Sabendo-se que 0 oY = 300 K e 100 oY = 400 K, deter-
Celsius; mine a variação de temperatura na escala Kelvin, que
b. a temperatura da água de um recipiente, em contato corresponde à variação de 100 oX, na escala X.
com a qual o termômetro apresenta coluna líquida de
altura 8,6 cm. 16. Cesgranrio-RJ
Duas escalas termométricas, E1 e E2, foram criadas. Na
12. UERN escala E1, o ponto de fusão do gelo sob pressão de 1 atm
Em um determinado aeroporto, a temperatura ambiente é (ponto de gelo) corresponde a + 12 e o ponto de ebulição
exibida por um mostrador digital que indica, simultaneamen- da água sob pressão de 1 atm (ponto de vapor) correspon-
te, a temperatura em três escalas termométricas: Celsius, de a + 87. Na escala E2, o ponto de gelo é + 24. Os números
Fahrenheit e Kelvin. Se em um determinado instante a razão x e y são, respectivamente, as medidas nas escalas E1 e E2
entre a temperatura exibida na escala Fahrenheit e na escala correspondentes a 16 oC. Se os números 16, x e y formam,
Celsius é igual a 3,4, então a temperatura registrada na escala nessa ordem, uma progressão geométrica, o ponto de va-
Kelvin, nesse mesmo instante, é: por na escala E2 é:
a. 272 K d. 301 K a. 120 d. 64
EMI-16-110

b. 288 K e. 08 K b. 99 e. 57
c. 293 K c. 787
1. Introdução 160
2. Dilatação térmica dos sólidos 160
3. Dilatação linear 161
4. Dilatação superficial 163
5. Dilatação volumétrica 164
6. Organizador gráfico 166
Módulo 33 – Dilatação
térmica dos sólidos 167

• Reconhecer as variáveis que


determinam a dilatação térmica dos
materiais.
• Calcular a dilatação de sólidos e
líquidos.
• Compreender a dilatação dos
materiais com base no modelo
microscópico da matéria,
relacionando seus efeitos a
situações reais.

EDUARDO GONZALEZ DIAZ/DREAMSTIME


ALBERTOCHAGAS / ISTOCK ;
Dilatação térmica dos sólidos 14
159

A ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira já é um dos mais famosos cartões


postais da cidade de São Paulo. Situada sobre o rio Pinheiros, é a única ponte es-
taiada no mundo com duas pistas em curvas conectadas a um mesmo mastro.
Por causa da extensão de seu comprimento, a ponte sofre uma grande dilatação
térmica, sendo necessárias grandes juntas de dilatação ao longo da pista.
1. Introdução

TIMOTHY MESSICK / ISTOCK


14

De maneira geral, quando a matéria é aquecida, a ener-


gia de agitação das partículas aumenta, provocando maior
222

distanciamento entre elas. Em razão desse distanciamen-


to entre as partículas, ocorre aumento das dimensões da
substância. Essa alteração é chamada dilatação térmica.
Quando uma substância é resfriada, suas partículas se
aproximam, provocando diminuição nas suas dimensões.
Esse fato é denominado contração térmica. Tais fenôme-
nos ocorrem em sólidos, líquidos e também nos gases.
Física

2. Dilatação térmica dos sólidos Rebite na carenagem de um avião


Para compreendermos melhor os fenômenos de dilata-
ção e contração das substâncias, é necessário entender um b. Você já deve ter tentado abrir um frasco de azeitona
pouco mais o conceito de sólido. Uma substância encontra- cuja tampa estava emperrada. Para abri-la com facilidade,
se no estado sólido quando apresenta forma e volume bem é só afrouxar a tampa metálica colocando-a sob um jato de
definidos. Essa organização ocorre porque as moléculas água quente, por exemplo. A tampa de metal se expande mais
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

que a compõem estão fortemente ligadas entre si e apre- do que o vidro do frasco com o aumento da temperatura.
sentam um movimento muito pequeno de vibração em torno
de sua posição de equilíbrio. Esse “grau de ligação” é menor
nos líquidos e praticamente inexistente nos gases.
Veja a animação:

Disponível em: <http://www.fisica.seed.pr.gov.br/


modules/links/uploads/21/654219dilatacao.swf>..

c. As vigas de concreto usadas como sustentação de


prédios possuem em seu interior barras de ferro para dar mais
resistência. Esses dois materiais devem se dilatar e contrair
na mesma proporção, caso contrário pode ocorrer ruptura,
com consequências drásticas.
160

BARISONAL / ISTOCK
Figura 1 Figura 2
Sólido sendo aquecido

Após o processo de aquecimento, as moléculas passam


a vibrar com amplitude maior, gerando aumento em suas di-
mensões (o corpo sofre dilatação de volume).
Essa variação de volume pode ser muito útil em algumas
situações ou extremamente prejudicial em outras.
Vejamos algumas dessas situações:
a. Para melhor fixação da carenagem dos aviões, os
rebites de alumínio são feitos com um diâmetro ligeiramente
maior do que o diâmetro do buraco e, antes de serem coloca-
dos em seus respectivos buracos, são resfriados com "gelo
seco" (C02 sólido). Depois de resfriado, o diâmetro do rebite
diminui, encaixando-se perfeitamente no orifício. Ao retornar
à temperatura ambiente, ele tende a expandir, gerando uma
enorme pressão no buraco.

Vigas de concreto com barras de ferro em seu interior


EMI-16-110
d. As barras de ferro que compõem os trilhos do trem Nesse experimento, será observada uma discreta varia-

14
são muito grandes e, com a variação de temperatura, a dilata- ção do comprimento (∆L). Por meio de experimentos contro-
ção térmica pode fazer com que o trilho se desloque, causan- lados em laboratório, os físicos verificaram que a dilatação

222
do o descarrilamento do trem. Para resolver esse problema, térmica pode ser calculada pela expressão:
usam-se juntas de dilatação.
L – L0 = L0 · α · (θ – θ0)
NOOMCM / DREAMSTIME

ou
∆L = L0 · α · ∆θ

Física
A constante α (alfa) é denominada coeficiente de dilatação
linear, e seu valor depende do material que compõe o corpo.
As unidades de comprimento são usadas normalmente
em metros, centímetros ou milímetros.
A unidade de temperatura geralmente usada é graus Cel-
sius, mas nada impede de se usar graus Fahrenheit ou Kelvin.
Isolando o coeficiente de dilatação linear, podemos ana-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Juntas de dilatação
lisar sua unidade.
e. Os cabos da rede elétrica aérea devem sempre apre-
sentar uma curvatura de acomodação para que, nos dias [α] = 1
frios, não haja quebra dos cabos em virtude da contração. ∆θ
Assim, a unidade mais comum de α é:
ACILO / ISTOCK

[α ] = o1C = oC−1
podendo ser também:
[α] = oF–1
ou
[α] = K–1

A tabela mostra alguns valores do coeficiente de dilata-


ção linear para algumas substâncias.

161
Curvatura de acomodação na rede elétrica Material α (oC–1)

3. Dilatação linear Alumínio 2,4 · 10–5


A rigor, a dilatação térmica acontece sempre em três dimen-
Latão 2,0 · 10–5
sões, ou seja, ela é sempre uma dilatação volumétrica. Porém,
em muitas situações, importa-nos saber somente o que aconte- Prata 1,9 · 10–5
ce em uma de suas dimensões, como é o caso do trilho do trem
e o do fio na rede elétrica. Nesses casos, para evitar problemas Ouro 1,4 · 10–5
com a dilatação térmica, basta saber o que acontece com a va-
riação de seu comprimento. A isso chamamos dilatação linear. Cobre 1,4 · 10–5
Suponha que uma barra metálica apresente comprimento
Ferro 1,2 · 10–5
(L0) quando sob temperatura (θ0). Em determinado instante,
iniciamos o aquecimento dessa barra até que atinja uma tem- Aço 1,2 10–5
peratura (θ) qualquer, sem que ocorra mudança de estado.
Platina 0,9 · 10–5
L0
θ0 Vidro 0,9 · 10–5
∆L
L Vidro pirex 0,3 · 10–5
θ

∆L = L – L0 Às vezes, é importante determinar o comprimento final


da barra, e não sua dilatação. Para isso, pode-se adaptar a
equação da dilatação linear e escrevê-la de outra forma:
L– L0 = L0 · α · ∆θ
O ∆L está exageradamente grande para mostrar a ideia L = L0 + L0 · α · ∆θ
EMI-16-110

de dilatação. Na realidade, para as proporções da figura,


essa dilatação seria imperceptível a olho nu.
L = L0 · (1 + α ·∆θ)
utilizam termostatos: ferro elétrico, geladeira, freezer,
14

aparelho de ar-condicionado etc.


Acesse o simulador sobre ferrovias:
222

Disponível em: <http://www.labvirt.fe.usp.br/


simulacoes/fisica/sim_termo_ferrovia.htm>..

A. Lâminas bimetálicas
A lâmina bimetálica consiste em duas placas metálicas
Física

muito finas e de materiais diferentes presas fortemente uma


na outra.

Material 1

Material 2
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Ilustração de uma lâmina bimetálica


Termostato bimetálico
Como cada material possui um coeficiente de dilatação
linear diferente, ao variarmos a temperatura da lâmina, cada Ao ligar o ferro elétrico, estabelece-se uma corrente elétri-
placa terá uma variação de comprimento diferente. ca no circuito, o resistor começa a aquecer a base do ferro e,
Supondo que o material 1 seja alumínio, αa = 2,4 · 10–5 oC–1, indiretamente, a lâmina bimetálica.
e o material 2 seja cobre, αc = 1,4 · 10–5 oC–1, temos que αa > αc.
Aquecendo a lâmina, perceberemos que o alumínio dilata mais Botão de controle
que o cobre, e, como as placas estão fortemente unidas, ela irá
se curvar, conforme a figura.
Latão
Contatos
Invar Bimetal
GÁS

Alumínio
Ilustração do termostato em um ferro elétrico ligado
162

Cobre Quando a temperatura supera um certo limite, a lâmina


se curva e desliga o circuito.
Lâmina bimetálica ao ser aquecida.

Se em vez de ser aquecida a lâmina for resfriada, a placa


de alumínio, por ter maior coeficiente de dilatação, irá se con-
trair mais que o cobre, e o efeito será o oposto.

Ilustração do termostato em um ferro elétrico desligado


Alumínio
Quando a temperatura diminui abaixo de certo limite, a
Cobre lâmina se curva no sentido oposto, ligando os contatos, e o
resistor é novamente ligado.
Lâmina bimetálica ao ser resfriada.

As lâminas bimetálicas são muito utilizadas em dis- Acesse o simulador de lâminas bimetálicas:
positivos chamados de termostatos ou relés térmicos.
Esses dispositivos desligam automaticamente um circui-
Disponível em: <http://www.if.ufrgs.
to quando a temperatura atinge determinado valor, assim
br/~leila/lamina2.htm>.
eles podem controlar a temperatura de um aparelho ou
EMI-16-110

de um dado ambiente. São exemplos de aparelhos que


Semelhantemente à equação da dilatação linear, a dilata-

14
APRENDER SEMPRE 26 ção superficial pode ser calculada com a equação:

222
01.
A – A0 = A0 · β· ∆θ
Uma barra de ferro possui, a 0,00 oC, um comprimento
igual a 100,00 cm. Sabendo que o coeficiente de dilatação ou
linear do ferro é 1,20 · 10–6 oC–1, determine a variação de
∆A = A0 · β· ∆θ
comprimento sofrida pela barra quando ela for aquecida
até 100,00 oC.
A constante β (beta) é denominada coeficiente de dila-

Física
Resolução tação superficial, e seu valor é o dobro do coeficiente de di-
Do enunciado, temos: latação linear.
L0 = 100,00 cm
β=2·α
α = 1,20 · 10–6 oC–1
∆θ = 100,00 oC
∆L = L0 ·α · ∆θ As unidades de área são usadas normalmente em m2,
∆L = 100,00 · 1,20 · 10–6 · 100,00 cm ou mm2.
2

∆L = 1,20 · 10–2 cm As demais unidades são as mesmas usadas na dilatação

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


linear.
A equação da dilatação superficial também pode ser es-
crita como:
4. Dilatação superficial A = A0 · (1 +β· ∆θ )
Como vimos, em alguns casos, só nos basta saber a varia-
ção de comprimento de um corpo, já em outros é importante
saber a dilatação do corpo em duas dimensões, ou seja, a di-
latação da área ou superfície do corpo.
Um exemplo bastante comum são os pisos de cerâmica.
Todos eles devem ficar separados por uma distância-padrão, A equação da dilatação superficial pode ser deduzida
que depende do material e de sua área de superfície. com base na equação da dilatação linear.
ZORANSIMIN / DREAMSTIME

y
θ
θ0
L0y A0 Ly A

163
x
L0x Lx

Área inicial: A0 = L0x · L0y


Espaços para a dilatação superficial do piso Área final: A = Lx · Ly
Pelo que aprendemos na dilatação linear:
Suponha que um piso de cerâmica tenha uma área su- A = Lx · Ly
perficial inicial (A0). Ao aquecê-la, ela dilata, ficando com uma A = L0x(1 + α · ∆θ) · L0y(1 + α · ∆θ)
área final (A). A = L0x · L0y · (1 + α· ∆θ) · (1 + α· ∆θ)
A = A0 · (1 + α · ∆θ + α · ∆θ + α2 · ∆θ2)
A = A0 · (1 + 2 · α · ∆θ + α2 · ∆θ2)
A0 A
Observando a tabela dos coeficientes de dilatação li-
near, vemos que os valores de α são muito pequenos. Sen-
do assim, quando elevamos α ao quadrado, encontramos
Piso sendo aquecido um valor tão pequeno que, na prática, podemos desprezar
o termo α2 · ∆θ2. Dessa forma, obteremos:
A dilatação superficial (∆A) é a área final menos a área A = A0 · (1 + 2 · α · ∆θ)
inicial. Como definido anteriormente, 2 · α = β. Assim:
A = A0 · (1 + β · ∆θ)
∆A
EMI-16-110

Destaque da dilatação superficial do piso


14
APRENDER SEMPRE 27
222

01. Quando aquecemos a placa, o furo se dilata. Um bom


Uma placa apresenta, inicialmente, uma área de 1,0 m2 argumento para justificar esse fato é o seguinte:
a 0 C. Ao ser aquecida a 50 oC, sua área aumenta 1,0 cm2.
o
Se aquecermos o círculo retirado e a placa com a mes-
Determine o coeficiente de dilatação superficial do material ma variação de temperatura, observaremos que o círculo se
que constitui a placa. dilatará. Imagine que tentemos retorná-lo para a placa origi-
nal. Certamente, ele deverá retornar de forma a se ajustar ao
Resolução furo (observe a figura a seguir). Sendo assim, podemos afir-
Física

A0 = 1,0 m2 mar que o furo dilatou-se, como se tivesse sido preenchido


∆A = 1,0 cm2 = 1,0 · (10–2)2 m2 com material da placa.
∆A = 1,0 · 10–4 m2
∆θ = 50 oC
Substituindo na equação da dilatação, temos:
∆A = A o ⋅ β ⋅ ∆θ
1,0 ⋅10−4 = 1,0 ⋅ β ⋅ 50
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

1,0 ⋅ 10−4
β=
50 a. Para calcular a área inicial do furo:
β = 2,0 ⋅10
⋅ −6 oC −1 A0 = π· r2 = 3,14 · 2,002
A0 = 12,56 cm2
02. b. Para calcularmos o aumento de área do furo:
Uma placa de cobre possui um orifício central de raio ∆θ = 375,00 oC
2,00 cm, quando apresenta temperatura de 25,00 oC. Sendo β = 2 · α = 2 · 1,70 · 10–5
o coeficiente de dilatação linear do cobre α = 1,70 · 10–5 oC–1 β = 3,40 · 10–5 oC–1
e π = 3,14, determine: ∆A = A0 · β · ∆θ
a. a área do orifício a 25,00 oC; ∆A = 12,56 · 3,40 · 10–5 · 375,00
b. o aumento da área do orifício quando a temperatura ∆A = 0,16 cm2
da placa varia de 25,00 oC para 400,00 oC; c. A = A0 + ∆A
c. a área do orifício a 400,00 oC; A = 12,56 + 0,16
d. a variação percentual da área do furo. A = 12,72 cm2
d. A variação percentual pode ser assim calculada:
Resolução A 0 → 100%
164

Esse exercício é bastante interessante. Considere a pla- ∆A → x%


ca de cobre, seu furo e a parte que foi retirada, como repre- ∆A ⋅100
sentados a seguir. x=
A0
0,116 ⋅100
x=
12,56
x = 1,27
27 %

O resultado mostra que ocorreu um aumento de


1,27% na área inicial do furo.

Suponha que um bloco de metal tenha um volume inicial


Acesse o simulador de dilatação superficial: (V0). Ao aquecê-lo, ele se dilata, ficando com um volume final (V).

Disponível em: <http://www.educacional.


com.br/Recursos/ConteudoMultimidia/22/
Fisica/Dilatacao_termica/dilatacao4.asp>.

θ V
θ0 V0

5. Dilatação volumétrica
A dilatação volumétrica é aquela que ocorre de modo sig-
nificativo nas três dimensões.
EMI-16-110
A dilatação volumétrica V – V0 é dada por:

14
γ = 3 ·α

V – V0 = V0 ·γ · ∆θ

222
As unidades de volume são usadas normalmente em
ou m3, cm3 ou mm3.
As demais unidades são as mesmas usadas na dilata-
∆V = V0 ·γ · ∆θ
ção linear.
A equação da dilatação volumétrica também pode ser
A constante γ (gama) é denominada coeficiente de di- escrita como:
latação volumétrica, e seu valor é o triplo do coeficiente de

Física
dilatação linear.
V = V0 · (1 + γ · ∆θ)

A equação da dilatação volumétrica também pode ser Volume final: V = Lx · Ly · Lz

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


deduzida com base na equação da dilatação linear. Pelo que aprendemos na dilatação linear:
V = Lx · Ly· Lz
z V = L0x(1 + α · ∆θ) · L0y(1 + α·θ∆) · L0z(1 + α· ∆θ)
θ V = L0x · L0y · L0z · (1 + α· ∆θ)3
z θ0 V = V0 · (1 + 3 · α · ∆θ + 3· α2 · ∆θ2 + α3 · ∆θ3)

V Observando a tabela dos coeficientes de dilatação li-


V0 Lz near, vemos que os valores de α são muito pequenos. Sendo
L0
z assim, quando elevamos α ao quadrado e ao cubo, encon-
x x tramos valores tão pequenos que, na prática, podemos des-
L0 Ly
y prezar os termos (3· α2 · ∆θ2) e (α3 · ∆θ3). Dessa forma,
y y Lx
L0
x
obteremos:
V = V0 · (1 + 3 · α· ∆θ)
Como definido anteriormente, 3 · α = γ. Assim:
Volume inicial: V0 = L0x · L0y· L0z V = V0 · (1 + γ· ∆θ)

165
APRENDER SEMPRE 28

01.
Uma estatueta de ouro foi aquecida de 25 oC a 75 oC, observando-se um aumento de 2,1 cm3 em seu volume. Sendo
14 · 10–6 oC–1 o coeficiente de dilatação linear do ouro, qual é o volume inicial dessa estatueta?

Resolução
Do enunciado, temos:
V0 = ?
α = 14 · 10–6 oC–1
∆θ = 50 oC
∆V = 2,1 cm3

Para calcular o volume inicial:


∆V = V0 ⋅ γ ⋅ ∆θ
∆V = V0 ⋅ 3α ⋅ ∆θ
2,1 = V0 ⋅ 3 ⋅ 14 ⋅ 10−6−6
⋅ 50
2,1
V0 =
3 ⋅ 14 ⋅ 10−6−6
⋅ 50
V0 = 1,0 ⋅ 103 ccm
m3
EMI-16-110
6. Organizador gráfico
14

A. Dilatação térmica dos solos


222
ZORANSIMIN / DREAMSTIME / ACILO / ISTOCK

Pode ser Pode ser


Física

Dilatação térmica
dos sólidos
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Superficial Texto de tópico


Linear
longo com três
linhas ou mais
Equação

Equação

Equação
∆L = L0 · α· ∆θ ∆A = A0 · β· ∆θ
∆V = V0 · γ· ∆θ
Ou

Ou

L = L0 · (1 + α· ∆θ) A = A0 · (1 + β·∆θ)

Ou
V = V0 · (1 + γ·∆θ)
Em que

Em que
β = 2·α

γ = 3·α
166

EMI-16-110

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 33

14
Dilatação térmica dos sólidos

222
Exercícios de Aplicação
01. 03. Fuvest-SP
O comprimento de um fio de alumínio que liga dois postes Uma lâmina bimetálica de bronze e ferro, na temperatura

Física
sucessivos é de 100 m a 0 oC. Qual é o comprimento desse fio ambiente, é fixada por uma de suas extremidades, como visto
a 40 oC, sabendo-se que o coeficiente de dilatação linear do na figura.
alumínio é 24 · 10–6 oC–1?
Bronze
Resolução Ferro

L0 = 100 m
T 0 = 0 oC Nessa situação, a lâmina está plana e horizontal. A seguir,
T = 40 oC ela é aquecida por uma chama de gás. Após algum tempo de

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


α = 24 ·10–6 oC–1 aquecimento, a forma assumida pela lâmina será mais ade-
quadamente representada pela figura:
∆L = L0 · α · ∆θ Note e adote:
∆L = 100 · 24 ·10–6 · 40 O coeficiente de dilatação térmica linear do ferro é
∆L = 0,096 m 1,2 · 10–5 oC –1.
O coeficiente de dilatação térmica linear do bronze é
L = L0 + ∆L
1,8 · 10–5 oC–1
L = 100,096 m Após o aquecimento, a temperatura da lâmina é uniforme.

a.

02. Mackenzie-SP
Uma placa de alumínio (coeficiente de dilatação linear do
alumínio = 2 ·10–5 oC–1), com 2,4 m2 de área à temperatura de b.
– 20 oC, foi aquecida a 176 oF. O aumento de área da placa foi de:
a. 24 cm2

167
b. 48 cm2
c. 96 cm2 c.
d. 120 cm2
e. 144 cm2
Resolução
d.
Convertendo a temperatura final:
θC θF − 32
=
5 9
θC 176 − 32
= e.
5 9
θC = 80 oC
Calculando o aumento de área:
∆A = A0 · β · ∆θ
∆A = 2,4 · 2α · [80 – (– 20)] Resolução
∆A = 2,4 · 2 · 2 · 10–5 · 100 Ambos possuem o mesmo comprimento inicial e são
submetidos à mesma variação de temperatura. Sendo assim,
∆A = 9,6 · 10–3 = 96 · 10–4 m2
já que o bronze possui maior coeficiente de dilatação linear
A∆= 96 cm2 que o ferro, ele se dilatará mais, entortando a lâmina na dire-
Alternativa correta: C ção do lado constituído de ferro.
Alternativa correta: D
Habilidade
Compreender a dilatação dos materiais com base no mo-
delo microscópico da matéria, relacionando seus efeitos a
EMI-16-110

situações reais.
Exercícios Extras
14

04. Fatec-SP
∆ L (mm)
222

Um bloco maciço de zinco tem forma de cubo, com aresta


de 20 cm a 50 oC. O coeficiente de dilatação linear médio do
16
zinco é 25 · 10–6 oC–1.
O valor, em cm3, que mais se aproxima do volume desse
cubo a uma temperatura de – 50 oC é:
a. 8 060 d. 7 940
b. 8 000 e. 7 700
Física

c. 7 980
0 100 ∆θ (°C)
05. UERJ
O diagrama mostra a variação ∆L sofrida por uma barra
metálica de comprimento inicial igual a 10 m, em função da Qual é o valor do coeficiente de dilatação linear do mate-
temperatura ∆θ. rial dessa barra?
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Seu espaço
Sobre o módulo Não se esquecer de comentar que a dilatação superficial
Este módulo é extenso, pois trata das três formas de di- de um orifício em uma placa se dá como se ele fosse composto
latação. Dessa forma, não é necessário demonstrar as equa- do mesmo material da placa. Observar o exercício resolvido.
ções da dilatação superficial e volumétrica. Instigar os alunos Na web
mais habilidosos em matemática a realizarem a demonstra- Esse link contém várias atividades que podem ser desen-
ção, como mostrado nos boxes “conexões”. volvidas com os alunos dentro e fora da sala de aula:
É muito importante que se façam os exercícios de aplica-
ção e extras, pois eles contemplam um exemplo de cada si- Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.
tuação que aparecerá na lista dos exercícios propostos. Caso gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20255>.
o tempo não seja suficiente, orientar os alunos a fazê-los antes
dos propostos, e, em caso de dificuldades, verificar a resolução Se possível, usar alguma das simulações presentes nos
comentada. boxes “conexões”.
168

EMI-16-110
Exercícios Propostos

14
Da teoria, leia os tópicos 1, 2, 3, 3.A, 4 e 5. 09. UEPG-PR (adaptado)

222
tarefa reforço aprofundamento
A respeito da dilatação térmica, fenômeno de expansão e
Exercícios de
contração que ocorre nas substâncias quando há variação de
sua temperatura, assinale a alternativa correta.
06. UFMG a. A variação do volume de uma substância é proporcio-
João, chefe de uma oficina mecânica, precisa encaixar um nal ao produto entre seu volume inicial e a variação de
eixo de aço em um anel de latão, como mostrado nesta figura: temperatura.
b. O coeficiente de dilatação superficial é uma grandeza

Física
Anel de latão adimensional.
c. Em um trilho de trem, ocorre apenas dilatação linear.
Eixo de aço d. Se uma placa que contém um orifício sofrer um au-
mento em sua temperatura, as dimensões do orifício
diminuirão.
e. A variação de área de uma placa depende da escala
adotada para temperatura.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


À temperatura ambiente, o diâmetro do eixo é maior que 10. UFG-GO
o do orifício do anel. Deseja-se acoplar um eixo cilíndrico a uma roda com um
Sabe-se que o coeficiente de dilatação térmica do latão é orifício circular. Entretanto, como a área da seção transversal
maior que o do aço. do eixo é 2,0% maior que a do orifício, decide-se resfriar o eixo
Diante disso, são sugeridos a João alguns procedimentos, e aquecer a roda. O eixo e a roda estão inicialmente à tem-
descritos nas alternativas a seguir, para encaixar o eixo no anel. peratura de 30 oC. Resfriando-se o eixo para –20 oC, calcule
Assinale a alternativa que apresenta um procedimento o acréscimo mínimo de temperatura da roda para que seja
que não permite esse encaixe. possível fazer o acoplamento. O eixo e a roda são de alumínio,
a. Resfriar apenas o eixo. que tem coeficiente de dilatação superficial de 5,0 · 10–5 oC–1.
b. Aquecer apenas o anel.
c. Resfriar o eixo e o anel. 11. UFBA
d. Aquecer o eixo e o anel. Impossibilitados de medir a longitude em que
se encontravam, os navegadores que tomaram
07. UFC-CE parte nas grandes explorações marítimas se
Duas barras, A e B, construídas de materiais diferentes, viam literalmente perdidos no mar tão logo per-
são aquecidas de 0 a 100 oC. Com base na figura, a qual for- dessem contato visual com a terra. Milhares de

169
nece informações sobre as dilatações lineares sofridas pelas vidas e a crescente riqueza das nações depen-
barras, determine: diam de uma solução.
SOBEL, 1997.
L/L0
A determinação da longitude ao longo de viagens marí-
1,0022
timas é feita pela comparação entre a hora local e a hora no
1,0011 porto de origem. Portanto, é necessário que se tenha, no na-
A
vio, um relógio que seja ajustado antes de zarpar e marque,
B precisamente, ao longo de toda a viagem, a hora do porto de
origem. Os relógios de pêndulo daquela época não serviam a
1,0000 esse propósito, pois o seu funcionamento sofria influência de
muitos fatores, inclusive das variações de temperatura, devi-
do à dilatação e à contração da haste do pêndulo.
0 100 T(ºC) A longitude pôde finalmente ser determinada através
de um relógio, no qual o problema das variações de tem-
a. os coeficientes de dilatação linear das barras A e B; peratura foi resolvido com a utilização de tiras de compri-
b. a razão entre os coeficientes de dilatação linear das mentos diferentes feitas de materiais de coeficientes de
barras A e B. dilatação diferentes.

08. L1
Uma estatueta de ouro foi aquecida de 25 oC a 75 oC, ob-
D
servando-se um aumento de 2,1 cm3 em seu volume. Sendo
14 · 10–6 oC–1 o coeficiente de dilatação linear do ouro, qual
era o volume inicial dessa estatueta? L2
EMI-16-110
Com base nesse mesmo princípio físico, considere um con- 14. Fuvest-SP
14

junto formado por duas barras de comprimento L1 = 10,0 cm e


L2 = 15,0 cm fixadas em uma das extremidades, inicialmente
222

submetido à temperatura TO. Supondo que o conjunto tenha sua


temperatura aumentada para T = T0 + ∆T, determine a relação en-

10 cm
tre os coeficientes de dilatação linear, O1 e O2, das barras, para a
qual a distância D = 5,0 cm não se altera com a variação de
temperatura. O
30 cm

2 cm
12. UEPB
Física

Willen Gravesand (1688-1742), físico holandês, foi pro-


fessor de matemática, de astronomia e de física. É reconheci-
do dentre as suas contribuições científicas pelo famoso anel Para ilustrar a dilatação dos corpos, um grupo de estu-
de Gravesand, experimento que se constitui de uma esfera dantes apresenta, em uma feira de ciências, o instrumento
metálica, suspensa ou presa por uma haste, e de anel metáli- esquematizado na figura. Nessa montagem, uma barra de
co, conforme ilustrado. alumínio com 30 cm de comprimento está apoiada sobre dois
suportes, tendo uma extremidade presa ao ponto inferior do
ponteiro indicador e a outra encostada num anteparo fixo. O
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

ponteiro pode girar livremente em torno do ponto O, sendo


que o comprimento de sua parte superior é 10 cm e o da infe-
rior, 2 cm. Se a barra de alumínio, inicialmente à temperatura
de 25 oC, for aquecida a 225 oC, o deslocamento da extremida-
de superior do ponteiro será, aproximadamente, de:
Note e adote:
Verifica-se na figura que, inicialmente, não é possível Coeficiente de dilatação linear do alumínio 2 · 10–5 °C–1:
passar a esfera através do anel de metal. Porém, após aque- a. 1 mm d. 12 mm
cer o anel de metal, a esfera passa facilmente. Aponte a alter- b. 3 mm e. 30 mm
nativa que explica corretamente esse fenômeno. c. 6 mm
a. O aumento de temperatura, causado pela chama da
vela no anel de metal, aumenta a agitação térmica das 15. UERJ
partículas do metal, o que provoca aumento do diâme- A figura representa um retângulo formado por quatro has-
tro do anel, facilitando a passagem da esfera. tes fixas.
b. O calor fornecido pela vela ao anel metálico faz com L0A
que o tamanho da esfera diminua, quando em contato
170

com o anel, facilitando a passagem da esfera.


c. O calor fornecido pela vela ao anel metálico provoca L0B
redução no nível de agitação térmica das partículas
do metal, o que provoca aumento do diâmetro do anel,
facilitando a passagem da esfera.
d. O aumento de temperatura, causado pela chama da Considere as seguintes informações sobre esse retângulo:
vela no anel de metal, aumenta a agitação térmica das • sua área é de 75 cm2 à temperatura de 20 oC;
partículas do metal, o que provoca redução do diâme- • a razão entre os comprimentos L0A e L0B é igual a 3;
tro do anel, facilitando a passagem da esfera. • as hastes de comprimento L0A são constituídas de um
e. Não é possível acontecer tal fenômeno, uma vez que, mesmo material, e as hastes de comprimento L0B, de
após o anel ser aquecido, haverá diminuição dele, im- outro;
pedindo a passagem da esfera de metal. • a relação entre os coeficientes de dilatação desses
dois materiais equivale a 9.
13. Admitindo que o retângulo transforme em um quadrado à
Um paralelepípedo a 10 oC possui dimensões iguais temperatura de 320 oC, calcule, em oC–1, o valor do coeficiente de
a 10 · 20 · 30 cm, sendo constituído de um material cujo dilatação linear do material que constitui as hastes menores.
coeficiente de dilatação linear é 8 · 10–6 oC–1. Quando sua
temperatura aumentar para 110 oC, o acréscimo de volume, 16. UFC-CE
em cm3, será: Um triângulo retângulo isósceles é montado com arames
a. 144 de materiais distintos, de modo que nos catetos o material
b. 72,0 possui coeficiente de dilatação térmica linear A ⋅ 2 oC −1, en-
c. 14,4 quanto na hipotenusa o material possui coeficiente de dilata-
d. 9,60
A
e. 4,80 ção térmica linear o −1. Determine a variação de tempe-
C
2
EMI-16-110

ratura para que o triângulo torne-se equilátero.

Você também pode gostar