O CONTEÚDO DE MATEMÁTICA COMO MEIO PARA As ideias básicas de uma reforma num período de efervescência
DESENVOLVER IDEIAS MATEMÁTICAS FUNDA-
A matemática estava se tornando a estrutura básica da ordem social.
MENTAIS, A EXEMPLO DE: PROPORCIONALIDADE, Por isso tornava-se necessário e urgente reformular seu ensino, adaptando-
EQUIVALÊNCIA, IGUALDADE, INCLUSÃO, RELA- a às necessidades de uma sociedade moderna.
ÇÃO, FUNÇÃO, ESCALA, DENTRE OUTROS. O PA-
Surgem, então, três características da Matemática moderna:
PEL DO CONHECIMENTO GEOMÉTRICO NA MATE-
MÁTICA E SUA VINCULAÇÃO COM PROCESSOS DE ela é viva
REPRESENTAÇÃO TÉCNICA E DE LINGUAGEM ela é profunda
GRÁFICA. A MODELAGEM NA ORGANIZAÇÃO DE ela constitui uma linguagem universal
IDEIAS MATEMÁTICAS. AS MEDIDAS, A NOTAÇÃO A matemática é considerada universal por ser a linguagem dos discur-
CIENTÍFICA E SEU PAPEL NA LEITURA DO MUNDO. sos técnico e científico modernos.
O DESTAQUE PARA PRIORIDADE DE RESOLUÇÃO A Matemática Moderna vem com características herdadas de Bourbaki
DE PROBLEMAS E A PRÁTICA PEDAGÓGICA VOL- e de Piaget:
TADA PARA A GARANTIA DO DIREITO DE APREN- o formalismo e a ideia de estrutura de Bourbaki; e
DER MATEMÁTICA; A ÉTICA DOCENTE NO CON- as diretrizes de uma pedagogia ativa e as discussões sobre es-
TEXTO DAS RELAÇÕES DE APRENDIZAGEM. truturas de pensamento.
p q pq
VVFF VFVF VFFV
5. Tautologias
Seja v uma proposição formada a partir de outras (p, q, r, ...) mediante o emprego de conectivos ( ou ) ou de modificador () ou de condicionais
( ou ). Dizemos que v é uma tautologia ou proposição logicamente verdadeira quando v tem o valor lógico V (verdadeira) independentemente dos
valores lógicos de p, q, etc.
Assim a tabela-verdade de uma tautologia v apresenta só V na coluna de v.
Exemplos:
1º) (p p) (q p) é uma tautologia, pois:
6. Proposições logicamente falsas O quantificador existencial é indicado pelo símbolo $, que se lê:
Seja f uma proposição formada a partir de outras (p, q, r, ...) medi- “existe”, “existe pelo menos um”, “existe um”.
ante o emprego de conectivos ( ou ) ou de modificador () ou de condi-
cionais ( ou ). Dizemos que f é uma proposição logicamente falsa 10. Como negar proposições
quando f tem o valor lógico F (falsa) independentemente dos valores lógi- Já vimos o que é a negação de uma proposição simples, no item 2
cos de p, q, etc. deste capítulo.
Assim, a tabela-verdade de uma proposição logicamente falsa f Vamos destacar aqui processos para negar proposições compos-
apresenta só F na coluna de f. tas e condicionais.
Tendo em vista que ~(p q) ~p ~q, podemos estabelecer
7. Relação de implicação que a negação de p q é a proposição ~p ~q.
Dadas as proposições p e q, dizemos que “p implica q” quando na Tendo em vista que ~(p q) (~p ~q), podemos estabelecer
tabela de p e q não ocorre VF em nenhuma linha, isto é, quando não temos que a negação de p q é a proposição ~p ~q.
simultaneamente p verdadeira e q falsa. Já que ~(p q) p ~q, podemos estabelecer que a nega-
Quando p implica q, indicamos p q. ção de p ® q é a proposição p ~q.
Observações:
1ª) Notemos que p implica q quando o condicional p ® q é verda- Conjuntos
deiro. 1. Conjunto - Elemento - Pertinência
2ª) Todo teorema é uma implicação da forma Na teoria dos conjuntos três noções são aceitas sem definição, isto
hipótese tese é, são consideradas noções primitivas: a) conjunto, b) elemento, c) perti-
Assim, demonstrar um teorema significa mostrar que não ocorre o nência entre elemento e conjunto.
caso de a hipótese ser verdadeira e a tese falsa. A noção matemática de conjunto é praticamente a mesma que se
usa na linguagem comum: é o mesmo que agrupamento, classe, coleção,
8. Relação de equivalência sistema.
Dadas as proposições p e q, dizemos que “p é equivalente a q” Cada membro ou objeto que entra na formação do conjunto é
quando p e q têm tabelas-verdades iguais, isto é, quando p e q têm sempre chamado elemento.
o mesmo valor lógico. Um elemento de um conjunto pode ser uma letra, um número, um
Quando p é equivalente a q, indicamos: p q. nome, etc. É importante notar que um conjunto pode ser elemento de outro
Observações: conjunto. Por exemplo, o conjunto das seleções que disputam um campeo-
1ª) Notemos que p equivale a q quando o condicional p « q é ver- nato mundial de futebol é um conjunto formado por equipes que, por sua
dadeiro. vez, são conjuntos de jogadores.
2ª) Todo teorema, cujo recíproco também é verdadeiro, é uma Indicamos um conjunto, em geral, com uma letra maiúscula, A, B,
equivalência. C, ..., e um elemento com uma letra minúscula, a, b, c, d, x, y, ... .
hipótese tese Sejam A um conjunto e x um elemento. Se x pertence ao conjunto
A, escrevemos: x A.
9. Sentenças abertas, quantificadores Para indicar que x não é elemento do conjunto A, escrevemos: x
Há expressões como: A
a) x + 1 = 7 2. Descrição de um conjunto
b) x > 2 Utilizamos dois recursos principais para descrever um conjunto e
que contêm variáveis e cujo valor lógico (verdadeira ou falsa) vai seus elementos: enumeramos (citamos, escrevemos) os elementos do
depender do valor atribuído à variável. conjunto ou damos uma propriedade característica dos elementos do
Nos exemplos citados temos: conjunto.
a) x + 1 = 7 é verdadeira se trocarmos x por 6 e é falsa para qual- Quando um conjunto é dado pela enumeração de seus elementos,
quer outro valor dado a x; devemos indicá-lo escrevendo seus elementos entre chaves.
b) x > 2 é verdadeira, por exemplo, para x = 0. Quando queremos descrever um conjunto A por meio de uma pro-
O quantificador universal, usado para transformar sentenças aber- priedade característica P de seus elementos x, escrevemos:
tas em proposições, é indicado pelo símbolo ", que se lê: “qualquer que A = { x | x tem a propriedade P}
seja”, “para todo”, “para cada”. e lemos: “A é o conjunto dos elementos x tal que x tem a propriedade P”.
um número decimal. Passa-se um número racional b para a forma de 3º.) = 0, sabendo que nesse caso , diremos
número decimal dividindo o inteiro a pelo inteiro b. Na passagem de uma que a equação não apresenta raízes reais.
notação para outra podem ocorrer dois casos: Interpretando geometricamente, dizemos que os zeros da função
1º) o número decimal tem uma quantidade finita de algarismos, di- são as abcissas dos pontos onde a parábola corta o eixo dos x.
ferentes de zero, isto é, é uma decimal exata.
2º) o número decimal tem uma quantidade infinita de algarismos 4. Máximo e mínimo:
que se repetem periodicamente, isto é, é uma dízima periódica. Dizemos que o número yM Im(f) é o valor máximo da função y =
f(x) se, e somente se, yM
y para qualquer y IM(f). O número xM
4. Conjunto dos números reais
D(f) tal que yM = f(xM) é chamado ponto de máximo da função.
Existem números cuja representação decimal com infinitas casas
decimais não é periódica. Eles representam um número não racional, ou Dizemos que o número ym Im(f) é o valor mínimo da função y =
ainda, um número irracional. f(x) se, e somente se, ym y para qualquer y Im(f). O número xm D(f)
Chama-se conjunto dos números reais - - aquele formado por tal que ym = f(xm) é chamado ponto de mínimo da função.
todos os números com representação decimal, isto é, as decimais exatas Teorema 1: Se a < 0, a função quadrática y = ax2 + bx + c admite o
ou periódicas (que são números racionais) e as decimais não exatas e não b
periódicas (chamadas números irracionais). yM xM
As operações de adição e multiplicação em  gozam das mesmas valor máximo 4a
para 2a .
propriedades vistas para o conjunto Q. Teorema 2: Se a > 0, a função quadrática y = ax2 + bx + c admite o
b
5. Intervalos ym xm
valor máximo 4a para 2a .
Dados dois números reais a e b, com a b, definimos:
a) intervalo aberto de extremos a e b é o conjunto: ]a, b[ = { x 7. Vértice da parábola
|a<x<b} b
b) intervalo fechado de extremos a e b é o conjunto: [a, b] = { x V ,
| a x b } 2a 4a
O ponto é chamado vértice da parábola re-
c) intervalo fechado à esquerda (ou aberto à direita) de extremos a presentativa da função quadrática.
e b é o conjunto:
[a, b[ = {x | a x b} 8. Eixo de simetria
d) intervalo fechado à direita (ou aberto à esquerda) de extremos a
e b é o conjunto: Teorema: O gráfico da função quadrática admite um eixo de sime-
[a, b] = { x | a < x b} tria perpendicular ao eixo dos x e que passa pelo vértice.
2. Forma canônica: b b
P1 ,0 e P2 ,0 .
A construção do gráfico da função y = ax2 + bx + c com o auxílio 2a 2a
de uma tabela de valores x e y, torna-se às vezes um trabalho impreciso.
n 3 Observações:
n 1
a a . a , n, n 1 Com a definição de potência de expoente inteiro negativo, a pro-
priedade (P2) : am / an = am-n , a ¹ 0 , passa a ter significado para m < n.
Dessa definição decorre que: Se a = 0 e n Î N*, 0-n é um símbolo sem significado.
a 1 a 0 . a 1. a a Com as definições de potência de expoente natural e potência de
expoente inteiro negativo, podemos estabelecer a seguinte definição:
a 2 a 1 . a a. a Se a Î Â e n Î Z, então:
a 3 a 2 . a (a . a ). a a . a . a 1 se n = 0
e, de modo geral, para p natural e p ³ 2, temos que ap é um produto n 1
de p fatores iguais a a. a a . a se n > 0
n
2. Exemplos: 1
1) 30 = 1 n se n < 0 e a 0
a
2) (-2)0 = 1
Estas potências têm as seguintes propriedades:
3) (1 / 7)1 = 1 / 7
P1. am.an = am+n
4) 32 = 3.3 = 9
P2. am / an = am-n
5)(-2)3 = (-2).(-2).(-2) = -8
P3. ( a.b )n = an.bm
6) 00 = 1
P4. ( a / b )n = an / bn
7) 01 = 0
P5. (am )n = am.n
em que a Î Â* , b Î Â*, m Î Z e n Î Z.
3. Propriedades:
Se a Î Â, b Î Â, m Î N e n Î N, então valem as seguintes proprieda-
III. Raiz enésima aritmética
des:
1. Definição:
P1. am.an =am+n
Dados um número real a ³ 0 e um número natural n, demostra-se
P2. am / an = am-n , a ¹ 0 e m ³ n
que existe sempre um número real positivo ou nulo b tal que bn = a.
P3. ( a.b )n = an.bm
Ao número b chamaremos raiz enésima aritmética de a e indica-
P4. ( a / b )n = an / bn , b ¹ 0
n
P5. (am )n = am.n remos pelo símbolo a em que a é chamado radicando e n é o índice.
Nas ampliações que faremos a seguir no conceito de potência, 2. Exemplos:
procuraremos sempre manter sempre válidas as propriedades, isto é, estas 5
propriedades serão estendidas sucessivamente para potências de expoente 1) 32 = 2 porque 25 = 32
inteiro, racional ou real. 3
Na definição da potência an , a base a pode ser um número real 2) 8 = 2 porque 23 = 8
positivo, nulo ou negativo.
Vejamos o que ocorre em cada um desses casos: 3) 9 = 2 porque 32 = 9
10. Caso 7
4) 0 = 0 porque 07 = 0
0 0 n N , n 1
n
6
0 5) 1 = 1 porque 16 = 1
0 1
a=0
3. Observações:
n
20. Caso Da definição decorre ( a )n = a , para todo a ³ 0. Assim obser-
a 0 n N
n
a>0
vemos que 36 6 e não 36 6 .
isto é, toda potência de base real positiva e expoente n Î N é um
número real positivo.
4. Propriedades:
30. Caso Se a Î Â+, b Î Â+, m Î Z, n Î N* e p Î N*, temos:
n. p
a 0 n N
2n
P1.
n
am a m. p
2 n 1
0 n N
n
a. b n a . n b
a<0 a P2.
n
isto é, toda potência de base negativa e expoente par é um número a a
real positivo e toda potência de base negativa e expoente ímpar é um
n (b 0)
número real negativo. P3.
b n
b
Se a = 0 e p / q > 0, adotamos a seguinte definição especial: 2) Se < 0 e a é irracional e positivo, então o símbolo aa não tem
p significado.
3) Se a é irracional e negativo (< ), então 0a não tem significa-
0 0q
do.
2. Exemplo: 4) Para as potências de expoente irracional são válidas as proprie-
1 dades aplicadas a expoente racional.
1) 3 3
2
p a . a a b c
b c
(a * , b e c )
Q P2.
q N * p 0 0p b
eq não tem significado. a
Toda potência de base positiva e expoente racional é um número a b c (a * , b e c )
real positivo ac
P3.
4. Propriedades:
p r p r
a. b c
a c .bc (a * , b * e c )
P4.
P1. a .a a
q s q s
c
p a ac
p r c (a * , b * e c )
a q b b
r
a q s
P5.
a
s
P2.
p p
p
P3.
a. b q a .bq q
Logaritmos
p
p I. Logaritmo
q 1. Definição:
a a q
p Sendo a e b números reais e positivos, com a ¹ 1,
b chama-se logaritmo de b na base a o expoente que se deve
P4. bq dar à base a de modo que a potência obtida seja igual a b.
r Em símbolos: se a, b Î Â, 0 < a ¹ 1 e b > 0 , então:
loga b = x Û ax = b
qp s p r
.
Em loga b = x, dizemos: a é a base do logaritmo, b é o
a a q s
logaritmando, x é o logaritmo.
P5.
2. Exemplos:
a) log2 8 = 3, pois 23 = 8.
V. Potência de expoente irracional b) log3 1/9 = -2 , pois 3-2 = 1/9.
c) log4 8 = 3/2 , pois 43/2 = (22)3/2 = 23 = 8
1. Definição: d) log0,2 25 = -2 , pois (0,2)-2 =(1/5)-2 = 52 = 25
Com as restrições impostas ( a, b Î Â, 0 < a ¹ 1 e b > 0
Seja a Î Â, a > 0 e a um número irracional; consideremos os con- ), dados a e b existe um único x = loga b.
juntos : A operação, pela qual se determina o logaritmo de b (
A1 r Q \ r A2 s Q \ s
b Î Â e b > 0 ) numa dada base a ( a Î Â, 0 < a ¹ 1 ), é chama-
e da logaritmação e o resultado dessa operação é o logaritmo.
2. Equações logarítmicas: 30. Tipo : incógnita auxiliar - são as inequações que re-
Podemos classificar as equações logarítmicas em três solvemos fazendo inicialmente uma mudança de incógnita.
tipos: Logaritmos Decimais
4. Mantissa:
A mantissa é obtida nas tábuas ( tabelas ) de logaritmos.
Em geral, a mantissa é um número irracional e por esse motivo as
tábuas de logaritmos são tabelas que fornecem os valores aproximados dos
logaritmos dos números inteiros de 100 a 999.
Ao procurarmos a mantissa do logaritmo decimal de x, devemos
lembrar a seguinte propriedade. Vamos agora associar a cada número real x, com 0 £ x < 2p, um
único ponto P da circunferência l do seguinte modo:
Propriedade da mantissa: 1º) se x = 0, então P coincide com A;
A mantissa do logaritmo decimal de x não se altera se multiplicar- 2º) se x > 0, então realizamos a partir de A um percurso de com-
mos x por uma potência de 10 com expoente inteiro. primento x, no sentido anti-horário, e marcamos P como ponto final do
Uma consequência importante é : Os logaritmos de dois números percurso.
cujas representações decimais diferem apenas pela posição da vírgula têm
mantissas iguais. A circunferência l acima definida, com origem em A, é chamada ci-
clo ou circunferência trigonométrica.
5. Exemplos de aplicações da tábua de logaritmos:
1) Calcular log 23,4 Razões Trigonométricas na Circunferência
A característica é 1 e a mantissa é 0,3692, que é a mesma do nú-
mero 234. Temos, então: log 23,4 = 1,3692. 1. Noções gerais
Dado um número real x Î [0, 2p], x Ï {0, p, 2p}, seja P sua imagem
1 cot g 2 x cos sec 2 x
no ciclo. Consideremos a reta OP e seja D sua interseção com o eixo das 1
cotangentes. Denominamos cotangente de x (e indicamos cotg x) a medida cos 2 x
algébrica do segmento BD. cotg x não está definida para x = 0, x = p ou x = 1 tg 2 x
2p.
Se x é do primeiro ou do terceiro quadrante, então cotg x é positi- tg 2 x
va. Se x é do segundo ou do quarto quadrante, então cotg x é negativa.
sen x
2
1 tg 2 x
6. Secante
Redução ao 1º Quadrante
3
x , 1. Redução do 2º ao 1º quadrante
Dado um número real x Î [0, 2p], 2 2 , seja P sua
imagem no ciclo. Consideremos a reta s tangente ao ciclo em P e seja S x
sua interseção com o eixo dos cossenos. Denominamos secante de x (e Dado o número real x tal que 2 , seja P a imagem de
indicamos sec x) a abscissa OS do ponto S. sec x não está definida para x no ciclo. Seja P’ o ponto do ciclo, simétrico de P em relação ao eixo dos
3 senos. Temos:
x x sen x = sen(p - x)
2 e 2 . cos x = - cos(p - x)
tg x = - tg(p - x)
Se x é do primeiro ou do quarto quadrante, então sec x é positiva. cotg x = - cotg(p - x)
Se x é do segundo ou do terceiro quadrante, então sec x é negativa. sec x = - sec(p - x)
cossec x = cossec(p - x)
7. Cossecante
2. Redução do 3º ao 1º quadrante
Dado um número real x Î [0, 2p], x Ï {0, p, 2p}, seja P sua imagem
3
no ciclo. Consideremos a reta s tangente ao ciclo em P e seja C sua inter- x
seção com o eixo dos senos. Denominamos cossecante de x (e indicamos Dado o número real x tal que 2, seja P a imagem
cossec x) a ordenada OC do ponto C. cotg x não está definida para x = 0, x de x no ciclo. Seja P’ o ponto do ciclo, simétrico de P em relação ao centro.
= p ou x = 2p. Temos:
Se x é do primeiro ou do segundo quadrante, então cossec x é po- sen x = - sen(x - p)
sitiva. Se x é do terceiro ou do quarto quadrante, então cossec x é negativa. cos x = - cos(x - p)
tg x = tg(x - p)
Relações Fundamentais cotg x = cotg(x - p)
1. Relações fundamentais sec x = - sec(x - p)
cossec x = - cossec(x - p)
Teorema 1: Para todo x real, x Î [0, 2p], vale: sen2 x + cos2 x = 1.
3 3. Redução do 4º ao 1º quadrante
x , 3
Teorema 2: Para todo x real, x Î [0, 2p] e 2 2 , vale x 2
senx Dado o número real x tal que 2 , seja P a imagem
tgx de x no ciclo. Seja P’ o ponto do ciclo, simétrico de P em relação ao eixo
a relação: cos x . dos cossenos. Temos:
Teorema 3: Para todo x real, x Î [0, 2p] e x Ï {0, p, 2p}, vale a rela- sen x = - sen(2p - x)
cos x cos x = cos(2p - x)
cot gx tg x = - tg(2p - x)
ção: senx . cotg x = - cotg(2p - x)
sec x = sec(2p - x)
cossec x = - cossec(2p - x)
Definições:
a21 . A21 + a31 . A31 + ... + an1 . An1 = a .A
i 1
i1 i1 . Isto é, o determinante de
Chama-se matriz simétrica toda matriz quadrada A, de ordem n, tal
uma matriz de ordem n ³ 2 é a soma dos produtos dos elementos da 1ª.
que At = A.
Coluna pelos respectivos cofatores.
Chama-se matriz anti-simétrica toda matriz quadrada A, de ordem
n, tal que At = -A.
4. Teorema fundamental ( de Laplace ):
O determinante de uma matriz M , de ordem n ³ 2, é a soma dos
8. Matrizes inversíveis:
produtos dos elementos de uma fila qualquer ( linha ou coluna ) pelos
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos que A é matruz
respectivos fatores.
inversível se existir uma matriz B tal que AB = BA = In. Se A não é inversí-
vel, dizemos que A é uma matriz singular.
5. Propriedades dos determinantes:
Teorema - Se A é inversível, então é única a matriz B tal que AB =
- Matriz transposta: Se M é a matriz de ordem n e Mt sua transpos-
BA = In.
ta, então det Mt = det M.
- Fila dupla: Se os elementos de uma fila qualquer (linha ou coluna)
Definição:
de uma matriz M de ordem n forem todos nulos, então det M = 0.
Dada uma matriz inversível A, chama-se inversa de A a matriz A-1 (
- Multiplicação de uma fila por uma constante: Se multiplicarmos
que é única ) tal que AA-1 = A-1A = In. É evidente que A-1 deve ser também
uma fila qualquer de uma matruz M de ordem n por um número K, o deter-
quadrada de ordem n, pois A-1 comuta com A.
minante da nova matriz M’ obtida será o produto de K pelo determinante de
M, isto é, det M’ = K . det M.
Determinantes
- Troca de filas paralelas: Seja M uma matriz de ordem n ³ 2. Se
1.Definição:
trocarmos de posição duas filas paralelas ( duas linhas ou duas colunas ),
Consideremos o conjunto das matrizes quadradas de elementos
obteremos uma nova matriz M’ tal que det M’ = -det M.
reais. Seja M uma matriz de ordem n desse conjunto. Chamamos determi-
- Filas paralelas iguais: Se uma matriz M de ordem n ³ 2 tem duas
nante da matriz M ( e indicamos por det M ) o número que podemos obter
filas paralelas (duas linhas ou duas colunas) formadas por elementos
operando com os elementos de M da seguinte forma:
respectivamente iguais, então det M = 0.
1) Se M é de ordem n = 1, então det M é o único elemento de M.
- Teorema de Cauchy: A soma dos produtos dos elementos de
M = [a11] Þ det M = a11
uma fila qualquer de uma matriz M, ordenadamente, pelos cofatores dos
elementos de uma fila paralela, é igual a zero.
2) Se M é de ordem n = 2, o produto dos elementos da diagonal
- Filas paralelas proporcionais: Se uma matriz M de ordem n ³ 2
principal menos o produto dos elementos da diagonal secundária.
tem duas filas paralelas (duas linhas ou duas colunas) formadas por ele-
a11 a12 mentos respectivamente proporcionais, então det M = 0.
M= a a det M a11a22 a12a21 - Combinação linear de filas paralelas: Seja M = [aij] uma matriz de
21 22 ordem n e sejam p quaisquer de suas colunas )ou linhas) de índices s 1, s2,
s3, ...sp. Multipliquemos, respectivamente, estas p colunas pelos números
c1, c2, c3, ...,cp e construamos as somas:
a11 a12 a13 1 c1.a1s1 c2 .a1s 2 c p .a1sp
a a a
3) Se M é de ordem n = 3, isto é, M =
21 22 23 , defi- 2 c1.a2 s1 c2 .a2 s 2 c p .a2 sp
a31 a32 a33
............................................
nimos: det M = a11 . a22. a33 + a12 . a23 . a31 + a13 . a21 . a32 - a13 . a22 . a31 - n c1.ans1 c2 .ans2 c p .ansp
a11 . a23 . a32 - a12 . a21 . a33
2ª) Em cada linha do triângulo, o último elemento vale 1, pois tão A A1 È A2 È ... ÈAn , será também um evento que ocorrerá se,
i
i 1
n e somente se, ao menos um dos eventos Aj ocorrer.
1 . Interseção de n eventos - Seja A1, A2, ...An uma sequência de eventos.
n n
Então A1 Ç A2 Ç ... ÇAn , será também um evento que ocorrerá
3ª) A partir da 3ª linha, cada elemento (com exceção do primeiro e A i
do último) é a soma dos elementos da linha anterior, imediatamente acima i 1
Dizemos que os números p1, p2, ..., pk definem uma distribuição de Isto é, a probabilidade da ocorrência simultânea de dois eventos
probabilidade sobre W.Em seguida, seja A um evento qualquer de W . (P(AÇB)) é o produto da probabilidade de um deles pela probabilidade do
Definimos probabilidade do evento A (e indicamos por P(A) ) da seguinte outro, dado o primeiro.
forma:
(I) Se A = Æ , P(A) = 0 12. Independência de dois eventos:
Dados dois eventos A e B de um espaço amostral W, diremos
(II) Se A ¹ Æ , P(A) = p i que A independente de B se: P(A|B) = P(A),
a i A isto é, A independente de B se a ocorrência de B não afeta a probabili-
Isto é, a probabilidade de um evento constituído por um certo número dade de A.
de elementos é a soma das probabilidades dos resultados individuais que Observemos que, se A independente de B (P(A) > 0), então B indepen-
constituem o evento A. dente de A,
pois: P( A B) P( B).P( A | B) P( B).P( A) .
P( B | A) P( B)
7. Teoremas sobre probabilidades em espaço amostral finito: P( A) P( A) P( A)
Exemplos 3. Propriedades:
1) Consideremos o lançamento de um dado e observação da face de A operação de adição em C verifica as seguintes propriedades: associ-
cima: W = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. ativa, comutativa, existência de elemento neutro e existência de elemento
Sejam os eventos: simétrico.
A : ocorre um número ímpar
B : ocorre um número maior ou igual a 2 4. Subtração:
B = {2, 3, 4, 5, 6}, portanto, P(A|B) será a probabilidade de ocorrer nú- Decorre das propriedades acima que, dados os complexos z1 = (a,b) e
mero ímpar no novo espaço amostral reduzido (espaço amostral do evento z2 = (c,d), existe um único número z Î C tal que z1 + z = z2. Esse número z é
B). chamado diferença entre z1 e z2 e indicado por z2 - z1 . Portanto: z2 - z1 =
Atribuindo 1 / 5 para a probabilidade de cada evento elementar de B, o (c,d) + (-a,-b) = (c-a, d-b)
evento ocorrer número ímpar no espaço amostral reduzido será {3, 5} e 5. Propriedades da multiplicação:
portanto:
1 1 2 A operação de multiplicação em C verifica as seguintes propriedades:
P( A | B) associativa, comutativa, existência do elemento neutro e existência do
5 5 5 elemento inverso.
2 2 temos: f g ai bi , i {0,1,2,..., n} .
zk n . cos k . i .sen k . , em que
n n n n
Operação
n e k Z. 7. Soma de polinômios:
Dados dois polinômios:
n
Equações binomiais e trinômiais
Chama-se equação binômia toda equação redutível à forma axn + b = f ( x ) a 0 a1 x a 2 x 2 ... a n x n a i x i e
0, em que a, b C , a 0 e n N .
i0
n
Para resolver uma equação binômia basta isolar xn e aplicar a definição g (x ) b0 b1x1 b2 x 2 ...bn x n bi xi chama-se soma
b b i0
de radiciação em C: ax b 0 x x n
n n
a a n
Grau x 2
12. Definição:
Formamos o terceiro termo de q pela operação 1 e cons-
x2
a 0 a1 x a 2 x 2 ... a n x n um polinômio não nulo.
Seja f = truímos o terceiro resto parcial r3 = r2 - (-1)g = -3x + 2.
Divisão por binômios do 1º grau
Chama-se grau de f, e representa-se por f ou gr f o número natural p tal
19. Teorema do resto:
que a p 0 e ai = 0 para todo i > p. O resto da divisão de um polinômio f por x-a é igual ao valor numérico
de f em a.
Assim, o grau de um polinômio f é o índice do “ ultimo “ termo não nulo
de f. 20. Teorema de D’Alembert:
Um polinômio f é divisível por x-a se, e somente se, a é raiz de f.
13. Grau da soma:
Teorema: Se f, g e f + g são polinômios não nulos, então o grau de f + 21. Algoritmo de Briot-Ruffini:
g é menor ou igual ao maior dos números f e g Dados os polinômios
( f g ) maxf , g . f a 0 x n a1 x n1 a 2 x n 2 a n1 x a n ( a 0 0) e g = x - a ,
vamos determinar o quociente q e o resto r da divisão de f por g.
n 1 n 2
14. Grau do produto: Façamos: q q 0 x q1 x q n1 , e apliquemos o
Teorema: Se f e g são dois polinômios não nulos, então o grau de fg é
método dos coeficientes a determinar:
igual à soma dos graus de f e g ( fg ) f g . E então, obtemos,
q 0 x n ( q1 aq 0 ) x n1 ( q 2 aq1 ) x n 2 ( q n1 aq n 2 ) x aq n1
Divisão Impondo a condição q . ( x - a ) + r = f, resultam as igualdades:
Dados dois polinômios f (dividendo) e g 0 (divisor), dividir f por g é q0 = ao
determinar dois outros polinômios q (quociente) e r (resto) de modo que se q1 - aq0 = a1 q1 = aq0 +a1
verifiquem as duas condições seguintes: 1) q . g + r = f , 2) r g (ou r q2 - aq1 = a2 q2 = aq1 +a2
= 0, caso em que a divisão é chamada exata).
qn-1 - aqn-1 = an-1 qn-1 = aqn-2 +an-1
15. Divisões imediatas:
Há dois casos em que a divisão de f por g é imediata. r - aqn-1 = an r = aqn-1 +an
Pr a.p+b.0+c=0 p c 2) essa reta ( s ) é perpendicular ao eixo dos x, portanto sua equação
a é: x = x0.
Qr a.0+b.q+c=0 q c
b 4. Condição de paralelismo:
Teorema: Duas retas r e s, não verticais, são paralelas entre si, se e
7. Obtenção da equação segmentária a partir da equação geral: somente se, seus coeficientes angulares são iguais:
A equação segmentária é obtida a partir da equação geral da seguinte r // s mr = ms
maneira:
5. Condição de perpendicularismo:
Teorema: Duas retas r e s, não verticais, são perpendiculares entre si
se, e somente se, o produto de seus coeficientes angulares é -1.
c
Assim, a fórmula para distância entre a origem e à reta r, é: d O ,r .
a 2 b2
ax 0 by 0 c
Agora, a distância entre um ponto P(x0, y0) e uma reta ( r ) ax + by + c = 0, é dada pela fórmula: d P ,r .
a 2 b2
3. Área do triângulo:
Calculemos a área do triângulo cujos vértices são A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3).
a1x b1y c a2 x b2 y c2
1º.) Sendo E1(P).E2(P) > 0, vem: , que é a equação da reta t2.
a b2
1
2
1 a22 b22
a1x b1 y c a2 x b2 y c2
2º.) Sendo E1(P).E2(P) < 0, vem: , que é a equação da reta t1.
a12 b12 a22 b22
Resumindo, as equações das bissetrizes são:
a1 x b1 y c a 2 x b2 y c2
0.
a b
2
1
2
1 a 22 b22
Circunferências
1. Equação reduzida:
Dados um ponto C, pertencente a um plano , e uma distância r não nula, chama-se circunferência o conjunto dos pontos de que estão à distância
r do ponto C
Consideremos a circunferência l de centro C(a, b) e raio r. Um ponto P(x, y) pertence a l se, e somente se, a distância PC é igual ao raio r.
Chama-se equação da circunferência aquela que é satisfeita exclusivamente pelos pontos P(x, y) pertencentes à curva, assim, a equação reduzida
da circunferência, é:
(x - a)2 + (y - b)2 = r2
3. Reconhecimento:
Dada uma equação do 2º. grau, em x e y, com coeficientes reais: Ax2 + By2 + Cxy + Dx + Ey + F = 0.
Temos, que as condições que A, B, C, D, E, F devem satisfazer para que ela represente uma circunferência, são:
B = A 0, C = 0, D2 + E2 - 4AF > 0
D E D 2 E 2 4 AF
As coordenadas do centro são : centro , , e seu raio é dado por: raio = .
2 A 2 A 2. A
4. Ponto e circunferência:
Dados um ponto P(x0, y0) e uma circunferência l de equação (x - a)2 + (y - b)2 = r2, vamos calcular qual é a posição de P em relação a l.
Assim, a distância de P(x0, y0) até o centro C(a, b) e comparemos com o raio. São possíveis três casos:
1º. caso: P é exterior a l. Isto ocorre se, e somente se, PC > r, isto é:
(x0 - a)2 +(y0 - b)2 - r2 > 0
2º. caso: P pertence a l. Isto ocorre se, e somente se, PC = r, isto é:
(x0 - a)2 +(y0 - b)2 - r2 = 0
3º. caso: P é interior a l. Isto ocorre se, e somente se, PC < r, isto é:
(x0 - a)2 +(y0 - b)2 - r2 < 0
6. Reta e circunferência:
Dadas uma reta (s) Ax + By + C = 0 e uma circunferência (l) (x - a)2 + (y - b)2 = r2, achar a interseção de r com l é determinar os pontos P(x, y) que
pertencem às duas curvas.
Ë imediato que, se P r e P , P satisfaz o sistema:
Ax By C 0
( x a ) ( y b) r
2 2 2
7. Posições relativas:
A posição relativa de uma reta (s) Ax + By + C = 0 e uma circunferência (l) (x - a)2 +(y - b)2 = r2 é determinada pesquisando o número de soluções do
sistema:
Ax By C 0
( x a ) ( y b) r
2 2 2
Assim, aplicando o método da substituição, a equação da circunferência se reduz a uma equação do 2º. grau de uma incógnita.
Ë o discriminante (D) dessa equação que define o número de soluções do sistema e, portanto, a posição da reta e da circunferência.
D > 0 secantes
D = 0 tangentes
D < 0 exteriores
8. Duas circunferências:
Dadas duas circunferências (l1) (x - a1)2 +(y - b1)2 = r21 e (l2) (x - a2)2 +(y - b2)2 = r22 , achar a interseção de l1 com l2 é determinar os pontos P(x, y)
que pertencem às duas curvas.
Se P(x, y) pertence a l1 e l2 , então P satisfaz o sistema:
( x a1 ) 2 ( y b1 ) 2 r12
( x a2 ) ( y b2 ) r2
2 2 2
( s) Ax By C 0
Solução: Ax + By + k1 = 0 e Ax + By + k2 = 0.
2º. problema: Conduzir por um ponto dado as retas tangentes a uma circunferência dada.
( )( x a ) 2 ( y b) 2 r 2
Dados , obter t1 e t2 { passando por P, tangentes a l
P(x0 , y0 )
Solução: y - y0 = m1 (x - x0) e y - y0 = m2 (x - x0).
2. Determinação de circunferências:
Em geometria, obter ou determinar uma circunferência significa obter a sua equação: (x - a)2 +(y - b)2 = r2, pois, tendo-se a equação, estão determi-
nados o centro C(a, b) e o raio r e, assim, a circunferência está localizada perfeitamente no plano cartesiano.
1º. problema: Determinar uma circunferência l que passa pelos pontos P1(x1, y1), P2(x2, y2) e P3(x3, y3)
Solução:
P1 (a - x1)2 + (b - y1)2 = r2
P2 (a - x2)2 + (b - y2)2 = r2
P3 (a - x3)2 + (b - y3)2 = r2
Resolvendo o sistema acima, tiramos a, b e r.
2º. problema: Determinar uma circunferência l que passa pelos pontos P1(x1, y1) e P2(x2, y2) e tem raio r ( dado ).
Solução:
P1 (x1 - a)2 + (y1 - b)2 = r2
P2 (x2 - a)2 + (y2 - b)2 = r2
O sistema acima resolvido, dá os valores de a e b.
3º. problema: Determinar uma circunferência l de centro C(a, b) dado, que é tangente à reta (s) Ax + By + C = 0 dada.
Solução 1:
Ax By C 0 equacao da reta tangente
(x - a) ( y b) r equacao de uma circunferencia de centro C e raio r
2 2 2
Por substituição obtemos uma equação do 2º. grau em x ou em y. A condição de tangência é que D = 0 nessa equação. Impondo essa condição,
calculamos r (única incógnita).
Solução 2:
Aa Bb c
r
A2 B 2
4º. problema: Determinar uma circunferência l que passa pelos pontos P1(x1, y1) e P2(x2, y2) dados e é tangente à reta (s) Ax + By + C = 0 dada .
Solução:
P1 (a - x1)2 + (b - y1)2 = r2
P2 (a - x2)2 + (b - y2)2 = r2
Aa Bb C
s tg l r2
A B
2 2
5º. problema: Determinar uma circunferência l que passa por P(x1, y1) dado e é tangente às retas (s) A1x + B1y + C1 = 0 e (t) A2x + B2y + C2 = 0 da-
das.
Solução:
P (a - x1)2 + (b - y1)2 = r2
6º. problema: Determinar uma circunferência l tangente às retas (s) A1x + B1y + C1 = 0 , (t) A2x + B2y + C2 = 0 e (u) A3x + B3y + C3 = 0, dadas.
Solução:
A a B bC
s tg l 1 1 1
r2
2 2
A1 B1
A a B bC
t tg l 2 2 2
r2
2 2
A2 B2
A a B bC
u tg l 3 3 3
r2
2 2
A3 B3
Resolvido esse sistema, obtemos as incógnitas a, b, r.
7º. problema: Determinar uma circunferência l que tem centro em C(a, b) dado e é tangente à circunferência (l0) (x - a0)2 + (y - b0)2 = r2 dada.
Solução:
Vamos impor a condição de tangência:
l tg l0 dcc0 = r r0 (a - a0)2 + (b - b0)2 = (r r0)2.
Dessa equação tiramos r, que é a única incógnita.
8º. problema: Determinar uma circunferência l de raio r dado que tangência a circunferência (l0) (x - a0)2 + (y - b0)2 = r20 dada no ponto P(x0, y0) da-
do.
Solução:
C0 C r0 r
Para obter os centros ( C ou C’ ) das soluções do problema é conveniente usar a teoria da razão de segmentos: e
CP r
C0 C ' r0 r
.
C' P r
9º. problema: Determinar uma circunferência l que passa por P(x1, y1) e P(x2, y2) e tangente a (l0) (x - a0)2 + (y - b0)2 = r20 .
Solução:
P1 (a - x1)2 + (b - y1)2 = r2
P2 (a - x2)2 + (b - y2)2 = r2
l0 tg l (a - a0)2 + (b - b0)2 = (r r0)2
10º. problema: Determinar uma circunferência l que passa por P1(x1, y1) e é tangente às circunferências (l0) (x - a0)2 + (y - b0)2 = r20 e (l1) (x - a1)2
+ (y - b1)2 = r21.
Solução:
P1 (a - x1)2 + (b - y1)2 = r2
l0 tg l (a - a0)2 + (b - b0)2 = (r r0)2
l1 tg l (a - a1)2 + (b - b1)2 = (r r1)2
Cônicas
Elipse
1. Definição:
Dados dois pontos distintos F1 e F2, pertencentes a um plano a, seja 2c a distância entre eles.
Elipse é o conjunto dos pontos de a cuja soma das distâncias a F1 e F2 é a constante 2a (sendo 2a > 2c).
F1 e F2 = focos
O = centro
A1A2 = eixo maior
B1B2 = eixo menor
2c = distância focal
2a = medida do eixo maior
2b = medida do eixo menor
c / a = excentricidade
relação notável : a2 = b2 + c2.
3. Equação reduzida:
x2 y2
Chama-se equação reduzida da elipse a equação que P(x, y), ponto genérico da curva , verifica. Sendo essa equação igual a: 1.
a 2 b2
Hipérbole
4. Definição:
Dados pontos distintos F1 e F2, pertencentes a um plano a, seja 2c a distância entre eles. Hipérbole é o conjunto dos pontos de a cuja diferença (em
valor absoluto) das distâncias a F1 e F2 é a constante 2a (sendo 0 < 2a < 2c).
5. Elementos principais:
F1 e F2 = focos
O = centro
A1A2 = eixo real ou transverso
B1B2 = eixo imaginário
2c = distância focal
2a = medida do eixo real
2b = medida do eixo imaginário
c / a = excentricidade
relação notável : c2 = a2 + b2.
6. Equação reduzida:
x2 y2
Chama-se equação reduzida da elipse a equação que P(x, y), ponto genérico da curva , verifica. Sendo essa equação igual a: 1.
a 2 b2
Parábola
7. Definição:
Dados um ponto F e uma reta d, pertencentes a um plano a , com F d, seja p a distância entre F e d. Parábola é o conjunto dos pontos de a que
estão à mesma distância de F e de d.
F = foco
d = diretriz
p = parâmetro
V = vértice
reta VF = eixo de simetria
p
relação notável : VF =
2
9. Equação reduzida:
Chama-se equação reduzida da elipse a equação que P(x, y), ponto genérico da curva , verifica. Sendo essa equação igual a: y 2 = 2px.
Funções
1. Definição:
Dados dois conjuntos A e B, não vazios, chama-se relação de A em B um conjunto formado por pares ordenados (x, y) em que x A e y B.
Exemplo
Se A = {a, b, c, d} e B = {0, 1, 2}
R1 = {(a, 0)}
R2 = {(a, 1), (b, 0), (b, 1), (c, 2), (d, 2)}
são dois exemplos de relações de A em B.
Portanto, uma relação f de A em B recebe o nome de função definida em A com imagens em B se, e somente se, para todo x A existe um só y
B tal que (x, y) f.
2. Domínio e imagem:
Chama-se domínio da função f : A B o conjunto A. Notação : D(f).
Chama-se imagem da função f : A B o conjunto constituído pelos elementos y B para os quais existe algum x A tal que (x, y) f. Notação:
Im( f ).
Chama-se contradomínio da função f : A B o conjunto B. Notação CD( f ).
3. Funções iguais:
Duas funções f : A B e g : C D são iguais se, e somente se, A = C, B = D e f(x) = g(x) para todo x A.
4. Funções polinomiais:
Dada a sequência finita de números reais (a0, a1, a2, ..., an), chama-se função polinomial associada a esta sequência a função f : dada por :
f(x) = a0 + a1x + a2x2 + ... +anxn
Os reais a0, a1, a2, ..., an são os chamados coeficientes e as parcelas a0, a1x, a2x2, ..., anxn são denominados termos da função polinomial.
Uma função polinomial que tem todos os coeficientes nulos é chamada função nula.
Chama-se grau de uma função polinomial f, não nula, o número natural p tal que ap 0 e ai = 0 para todo i > p.
Uma função polinomial do tipo f(x) = k , isto é, uma função em que a0 = k e ai = a2 = ... = 0 é chamada função constante.
Uma função polinomial que apresenta a0 = b, a1 = a 0 e a2 = a3 = ... = 0 é chamada função afim; portanto, afim é uma função polinomial do tipo f(x)
= ax + b, com a 0.
Uma função polinomial que tem a0 = c, a1 = b, a2 = a 0 e a3 = a4 = ... = 0 é chamada função quadrática; portanto, quadrática é uma função polino-
mial do tipo f(x) = ax2 + bx + c, com a 0.
b b
O gráfico de uma função quadrática é uma parábola que tem eixo de simetria na reta x e vértice no ponto V , . Se a >
2a 2a 4a
0, a parábola tem concavidade voltada para cima e, se a < 0, para baixo. Conforme b 4ac seja positivo, nulo ou negativo, a interseção da
2
5. Funções exponenciais
Dado um número real a, com 0 < a 1, chama-se função exponencial de base a a função f: definida pela lei f(x) = ax.
Destacamos as seguintes propriedades das funções exponenciais:
1ª) sua imagem é *+, isto é, ax > 0 para todo x ;
2ª) se 0 < a < 1, a função é decrescente e, se a > 1, a função é crescente;
6. Composição de funções
Dadas as funções f: A B e g: B C, chama-se função composta de g com f a função F: A C definida pela lei F(x) = g(f(x)).
Isso quer dizer que a função F leva cada x A no elemento F(x) obtido da seguinte forma: sobre x A aplica-se f, obtendo o elemento f(x) B, e
sobre f(x) aplica-se g, obtendo-se o elemento g(f(x)) C, também chamado F(x).
A função F, composta de g e f, também pode ser indicada com o símbolo g f (lê-se: “g bola f”).
7. Funções inversíveis
Dada uma função f: A B, consideremos a relação inversa de f:
f–1 = {(y,x) B A | (x,y) f}
Uma função f: A B é inversível se, e somente se, a relação inversa de f também é uma função, isto é, para cada y B existe um único x A tal
que y = f(x).
Limite
1. Definição de limite
Seja I um intervalo aberto ao qual pertence o número real a. Seja f uma função definida para x I – {a}. Dizemos que o limite de f(x), quando x tende
a a, é L e escrevemos lim f ( x ) L , se para todo > 0, existir > 0 tal que se 0 < |x – a| < então |f(x) – L| < . Em símbolos, temos:
x a
lim f ( x) L ( 0, 00
| x a f ( x) L )
x a
É importante observarmos nesta definição que nada é mencionado sobre o valor da função quando x = a, isto é, não é necessário que a função este-
ja definida em a. No cálculo de lim f ( x ) o que interessa é o comportamento de f(x) quando x se aproxima de a e não o que ocorre com f quando x = a.
x a
1ª Propriedade: Se c e f é a função definida por f(x) = c, para todo x real, então lim c c .
x a
0 x a f ( x) L .
1 1
Lema 4: Se lim g ( x) M 0 , então lim .
x a x a g ( x ) M
f L
7ª Propriedade: Se lim f ( x ) L e lim g ( x) M 0 , então lim ( x ) .
x a x a x a g M
8ª Propriedade: Se lim f ( x ) L , então lim n f ( x ) n L com L 0 e n N* ou L < 0 e n é ímpar.
x a x a
4. Limites laterais
Seja f uma função definida em um intervalo aberto ]a, b[. O limite de f(x), quando x se aproxima de a pela direita, será L e escrevemos
lim f ( x ) L se, para todo > 0, existir > 0, tal que se 0 < x – a < , então |f(x) – L| < . Em símbolos, temos:
x a
lim f ( x) L ( 0, 0 | 0 x a f ( x) L ) .
x a
Seja f uma função definida em um intervalo aberto ]b, a[. O limite de f(x), quando x se aproxima de a pela esquerda, será L e escrevemos
lim f ( x) L se, para todo > 0, existir > 0, tal que se – < x – a < 0, então |f(x) – L| < . Em símbolos, temos:
x a
lim f ( x) L ( 0, 0 | x a 0 f ( x) L ) .
x a
Teorema: Seja I um intervalo aberto contendo a e seja f uma função definida para x I – {a}. Temos lim f ( x ) L se, e somente se,
x a
O Infinito
1. Limites infinitos
Seja I um intervalo aberto que contém o real a. Seja f uma função definida em I – {a}. Dizemos que, quando x se aproxima de a, f(x) cresce ilimita-
damente e escrevemos lim f ( x ) se, para qualquer número M > 0, existir > 0 tal que se 0 < |x – a| < então f(x) > M. Em símbolos, temos:
x a
lim f ( x) (M 0, 0 | 0 x a f ( x) M ) .
x a
Seja I um intervalo aberto que contém o real a. Seja f uma função definida em I – {a}. Dizemos que, quando x se aproxima de a, f(x) decresce ilimita-
damente e escrevemos lim f ( x ) se, para qualquer número M < 0, existir > 0 tal que se 0 < |x – a| < então f(x) < M. Em símbolos, temos:
x a
lim f ( x) (M 0, 0 | 0 x a f ( x) M ) .
x a
1
Teorema 8: Se lim f ( x) , então lim 0
x a f ( x)
x a
1
Teorema 9: Se lim f ( x ) , então lim 0
x a x a f ( x )
1
Teorema 10: Se lim f ( x ) 0 , então lim
x a x a f ( x )
3. Limites no infinito
Seja f uma função definida em um intervalo aberto ]a, +[. Dizemos que, quando x cresce ilimitadamente, f(x) se aproxima de L e escrevemos
lim f ( x ) L se, para qualquer número > 0, existe N > 0 tal que se x > N então |f(x) – L| < . Em símbolos, temos:
x
lim f ( x) L ( 0, N 0 | x N f ( x) L ) .
x
Seja f uma função definida em um intervalo aberto ]–, a[. Dizemos que, quando x decresce ilimitadamente, f(x) se aproxima de L e escrevemos
lim f ( x ) L se, para qualquer número > 0, existe N < 0 tal que se x < N então |f(x) – L| < . Em símbolos, temos:
x
lim f ( x) L ( 0, N 0 | x N f ( x) L ) .
x
Teorema (conservação do sinal): Se lim f ( x) b 0 , então existe um intervalo aberto I contendo a, tal que f conserva o mesmo sinal de b
x a
em I – {a}.
Teorema (do confronto): Se lim g ( x) lim h( x) b e se f é tal que g(x) < f(x) < h(x) para todo x I – {a}, em que I é intervalo aberto que
x a x a
2. Limites trigonométricos
Continuidade
1. Noção de continuidade
Seja f uma função definida em um intervalo aberto I e a um elemento de I. Dizemos que f é contínua em a, se lim f ( x) f ( a ) .
xa
Da definição decorre que, se f é contínua em a, então as três condições deverão ser satisfeitas:
1) existe f(a).
2) existe lim f ( x ) .
xa
3) lim f ( x) f ( a ) .
xa
Seja f uma função definida em um intervalo aberto I e a um elemento de I. Dizemos que é descontínua em a se f não for contínua em a.
Observemos também que para falarmos em descontinuidade de uma função em um ponto é necessário que esse ponto pertença ao domínio da fun-
ção.
Da definição decorre que, se f é descontinua em a, então as duas condições abaixo devem ser satisfeitas:
1) existe f(a).
2) não existe lim f ( x ) ou lim f ( x) f ( a ) .
xa xa
Dizemos que uma função f é contínua em um intervalo aberto ]a, b[ se f for contínua em qualquer elemento x desse intervalo.
Seja a um ponto do domínio da função f.
Dizemos que f é contínua à direita de a se lim f ( x ) f ( a ) e dizemos que f é contínua à esquerda de a se
lim f ( x) f ( a ) . xa
xaDizemos que uma função f é contínua em um intervalo fechado [a, b] se f for contínua no intervalo ]a, b[ e se também for contínua à direita de a e à
esquerda de b.
Derivadas
1. Definição:
Seja f uma função definida em um intervalo aberto I e x0 um elemento de I. Chama-se derivada de f no ponto x0 o limite
f ( x) f ( x0 )
lim , se este existir e for finito.
xx0 x x0
A derivada de f no ponto x0 é habitualmente indicada com uma das seguintes notações:
df
f ‘ (x0) ou ou Df(x0)
dx
x x0
2. Função derivada:
Seja f uma função derivável no intervalo aberto I. Para cada x0 pertencente a I existe e é único o limite
f ( x 0 x ) f ( x )
f ' ( x 0 ) lim .
x0 x
Portanto, podemos definir uma função f’: I que associa a cada x0 I a derivada de f no ponto x0. Esta função é chamada função derivada de f ou,
simplesmente, derivada de f.
8. Derivada e continuidade:
Teorema: Sejam a função f : A e x0 A. Se f é derivável em x0 , então f é contínua em x0.
Regras de Derivações
1. Derivada da soma:
Sejam u = u(x) e v = v(x) duas funções deriváveis em I = ]a, b[. Então temos: f(x) = u(x) + v(x) f’(x) = u’ (x) + v’ (x)
2. Derivada do produto:
Sejam u = u(x) e v = v(x) duas funções deriváveis em I = ]a, b[. E então: f(x) = u(x) . v(x) f’ (x) = u’ (x) . v(x) + u(x) . v’ (x)
No caso particular em que f(x) = c . v(x), isto é, u(x) = c (função constante) e v(x) é uma função derivável, a regra leva ao seguinte caso:
f(x) = c . v(x) f’ (x) = c . v’ (x)
3. Derivada do quociente:
Sejam u = u(x) e v = v(x) duas funções deriváveis em I e v(x) 0 em I. E então:
u( x ) u' ( x ). v ( x ) u( x ) v ' ( x )
f (x) f ' ( x)
v(x) [ v ( x )] 2
4. Derivada da função tangente:
Dada a função f(x) = tg x, temos que: f(x) = tg x f’ (x) = sec2 x
5. Derivada da função f(x) = [u(x)]–n:
Dada a função f(x) = 1 / [u(x)]n, temos que: f(x) = x–n f’ (x) = – n . x–(n+1)
2. Concavidade
Teorema: Se f é uma função derivável até segunda ordem no intervalo I = [a, b], x0 é interno a [a, b] e f’’(x0) 0, então:
a) quando f’’(x0) > 0, o gráfico de f tem concavidade positiva em x0;
b) quando f’’(x0) < 0, o gráfico de f tem concavidade negativa em x0.
3. Ponto de Inflexão
P0 é ponto de inflexão quando P0 é ponto em que a concavidade “troca de sinal”.
Teorema: Seja f uma função com derivadas até terceira ordem em I = ]a, b[. Seja x 0 ]a, b[. Se f’’(x0) = 0 e f’’’(x0) 0, então x0 é abscissa de um ponto
de inflexão.
4. Variação das funções
Com os tópicos deste capítulo, podemos fazer um estudo da variação de uma função f. Para caracterizar como varia uma função f, procuramos deter-
minar: o domínio, a paridade, os pontos de descontinuidade, as interseções do gráfico com os eixos x e y, o comportamento no infinito, o crescimento ou
decréscimo, os extremantes, os pontos de inflexão e a concavidade, o gráfico.
b
medida que todos os ix se tornam simultaneamente pequenos é chamado integral de f em [a, b] e é representado por f ( x) dx . Assim, podemos dizer
a
b n
que, sendo ix pequeno, i = 1, 2, ..., n, temos a igualdade aproximada: f ( x) dx f ( x ) x
a
i 1
i i
b
No caso da área A que estávamos calculando, podemos escrever: A f ( x ) dx .
z
2. A integral definida
Como o objetivo deste capítulo é apenas introduzir o conceito de integrais, este tópico será visto apenas superficialmente.
Teorema: Se f é contínua em [a, b], então f é integrável em [a, b].
3. O cálculo da integral
Naturalmente, a letra que representa a variável independente pode ser escolhida arbitrariamente, e considera-se que:
b b b
A f ( x ) dx f ( t ) dt f ( u) du
z z z
dA d x
f ( t ) dt f ( x ) .
x
A( x ) f ( t ) dt , então A’(x) = f(x). Utilizando a notação A' ( x )
dx a
Teorema: Se , temos o resultado:
a dx
b b
Para calcular f ( x) dx , podemos procurar uma função como A(x) tal que A(a) = 0 e
a
A’(x) = f(x), e teremos: A(b) f ( x ) dx .
a
Uma função F satisfazendo a condição F’(x) = f(x) é chamada primitiva de f ou, ainda, integral indefinida de f. Se F é uma primitiva de f, então F(x) +
c, em que c é uma constante, também é. De um modo geral, representamos uma primitiva genérica de f por f ( x) dx .
Como consequência de propriedades conhecidas para as derivadas, temos ainda:
2. Proposições primitivas
Postulado da existência: “a) Numa reta, bem como fora dela, há infinitos pontos.
b) Num plano há infinitos pontos.”
Postulado da determinação da reta: “Dois pontos distintos determinam uma única (uma, e só uma) reta que passa por eles: (A B, A r, B r) r
= AB”
Postulado da determinação do plano: “Três pontos não colineares determinam um único plano que passa por eles.”
Postulado da inclusão: “Se uma reta tem dois pontos distintos num plano, então a reta está contida nesse mesmo plano: (A B, r = AB, A a, B
a) r a”
Duas retas são concorrentes se, e somente se, elas têm um único ponto comum: r s = {P}.
Segmento de Reta
A noção estar entre é uma noção primitiva que obedece aos postulados (ou axiomas) que seguem:
Quaisquer que sejam os pontos A, B e P:
1) Se P está entre A e B, então A, B e P são colineares;
2) Se P está entre A e B, então A, B e P são distintos dois a dois;
3) Se P está entre A e B, então A não está entre P e B nem B está entre A e P;
4) Quaisquer que sejam os pontos A e B, se A é distinto de B, então existe um ponto P que está entre A e B.
Segmento de reta: Dados dois pontos distintos, a reunião do conjunto desses dois pontos com o conjunto dos pontos que estão entre eles é um
segmento de reta.
Semi-reta: Dados dois pontos distintos A e B, a reunião do segmento de reta AB com o conjunto dos pontos X tais que B está entre A e X é a semi-
reta AB.
Dois segmentos de reta são consecutivos se, e somente se, uma extremidade de um deles é também extremidade do outro (uma extremidade de um
coincide com a extremidade do outro).
Dois segmentos de reta são colineares se, e somente se, estão numa mesma reta.
Dois segmentos consecutivos e colineares são adjacentes se, e somente se, possuem em comum apenas uma extremidade (não têm pontos inter-
nos comuns).
A congruência (símbolo: ) de segmentos é uma noção primitiva que satisfaz os seguintes postulados:
1) Reflexiva: Todo segmento é congruente a si mesmo: AB AB.
2) Simétrica: Se AB CD, então CD AB.
3) Transitiva: Se AB CD e CD EF, então AB EF.
Dados dois segmentos AB e CD, tomando-se numa semi-reta qualquer de origem R os segmentos adjacentes RP e PT tais que RP AB e PT CD,
dizemos que o segmento RT é a soma de AB com CD.
RT = AB + CD = RP + PT
O segmento RS, que é a soma de n segmentos congruentes a AB, é múltiplo de AB segundo n (RS = n AB). Se RS = n AB, dizemos que AB é sub-
múltiplo de RS segundo n.
Um ponto M é ponto médio do segmento AB se, e somente se, M está entre A e B e AM MB. O ponto médio de AB é único.
A medida de um segmento AB será indicada por m(AB) ou simplesmente por AB. Ela é um número real positivo associado ao segmento de forma tal
que:
1º) Segmentos congruenles têm medidas iguais e, reciprocamente, segmentos que têm medidas iguais são congruentes.
2º) Se um segmento é maior que outro, sua medida é maior que a deste outro.
3º) A um segmento soma está associada uma medida que é a soma das medidas dos segmentos parcelas.
À medida de um segmento dá-se o nome de comprimento do segmento. Em geral, associa-se um número (medida) a um segmento estabelecendo a
razão (quociente) entre este segmento e outro segmento tomado como unidade.
O segmento unitário usual é o metro (m). Seus múltiplos - decâmetro (dam), hectômetro (hm) e quilômetro (km) ou submúltiplos - decímetro (dm),
centimetros (cm) e milímetro (mm) - também são utilizados.
Dados dois pontos distintos A e B, a distância entre A e B (indicada por dA, B) é o segmento AB ou qualquer segmento congruente a AB
2. Definições
Chama-se ângulo à reunião de duas semi-retas de mesma origem, não contidas numa mesma reta (não colineares). No ângulo AÔB = OA OB, o
ponto O é o vértice do ângulo e as semi-retas OA e OB são os lados do ângulo.
Dois ângulos são consecutivos se, e somente se, um lado de um deles é também lado do outro (um lado de um deles coincide com um lado do ou-
tro).
Dois ângulos consecutivos são adjacentes se, e somente se, não têm pontos internos comuns.
Dois ângulos são opostos pelo vértice se, e somente se, os lados de um deles são as respectivas semi-retas opostas aos lados do outro. Notemos
que duas retas concorrentes determinam dois pares de ângulos opostos pelo vértice, e que dois ângulos opostos pelo vértice são congruentes.
3. Congruência e comparação
A congruência (símbolo ) entre ângulos é uma noção primitiva que satisfaz os mesmos postulados de congruência entre segmentos de reta.
Uma semi-reta Oc interna a um ângulo aÔb é bissetriz do ângulo aÔb se, e somente se, aÔc bÔc. A bissetriz de um ângulo é uma semi-reta inter-
na ao ângulo, com origem no vértice do ângulo e que o divide em dois ângulos congruentes. Ela é única.
Dois ângulos são complementares se, e somente se, a soma de suas medidas é 90º. Um deles é o complemento do outro.
Dois ângulos são suplementares se, e somente se, a soma de suas medidas é 180º. Um deles é o suplemento do outro.
Pode-se estender o conceito de ângulo para se ter o ângulo nulo (cujos lados são coincidentes) ou o ângulo raso (cujos lados são semi-retas opos-
tas). Então a medida a de um ângulo é tal que 0º a 180º.
Triângulos
1. Conceito – Elementos – Classificação
Dados três pontos A, B e C não colineares, à reunião dos segmentos AB, AC e BC chama-se triângulo ABC.
2. Congruência de triângulos
Um triângulo é congruente (símbolo ) a outro se, e somente se, é possível estabelecer uma correspondência entre seus vértices de modo que:
a) seus lados são ordenadamente congruentes aos lados do outro
b) seus ângulos são ordenadamente congruentes aos ângulos do outro.
Critérios de congruência:
1º caso – LAL: Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes dois lados e o ângulo compreendido entre eles, então eles são congruentes.
Teorema: Se um triângulo tem dois lados congruentes, então os ângulos opostos a esses lados são congruentes.
2º caso – ALA: Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes um lado e os dois ângulos a ele adjacentes, então esses triângulos são congru-
entes.
Se um triângulo possui dois ângulos congruentes, então esse triângulo é isósceles.
3º caso – LLL: Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes os três lados, então esses triângulos são congruentes.
Paralelismo
Conceitos e propriedades:
Duas retas são paralelas (símbolo: //) se, e somente se, são coincidentes (iguais) ou são coplanares e não têm nenhum ponto comum.
Se duas retas coplanares distintas e uma transversal determinam ângulos alternos (ou ângulos correspondentes) congruentes, então essas duas re-
tas são paralelas.
Por um ponto passa uma única reta paralela a uma reta dada.
Se duas retas paralelas distintas interceptam uma transversal, então os ângulos alternos (ou os ângulos correspondentes) são congruentes.
Uma condição necessária e suficiente para duas retas distintas serem paralelas é formarem com uma transversal ângulos alternos (ou ângulos cor-
respondentes) congruentes.
Em todo triângulo, qualquer ângulo externo é igual à soma dos dois ângulos internos não adjacentes a ele.
A soma dos ângulos de qualquer triângulo é igual a dois ângulos retos (180º).
Dois ângulos de lados respectivamente paralelos são congruentes ou suplementares.
Todo triângulo equilátero é equiângulo e, por isso, cada ângulo mede 60º.
Perpendicularidade
1. Definições – Ângulo reto
Duas retas são perpendiculares (símbolo: ) se, e somente se, são concorrentes e formam ângulos adjacentes suplementares congruentes.
Duas semi-retas são perpendiculares se, e somente se, estão contidas em retas perpendiculares e têm um ponto comum.
Dois segmentos de reta são perpendiculares se, e somente se, estão contidos em retas perpendiculares e têm um ponto em comum.
Se duas retas são concorrentes e não são perpendiculares, diz-se que essas retas são oblíquas.
Num plano por um ponto dado de uma reta dada passa uma única reta perpendicular à reta dada. Ou ainda, num plano, por um ponto P de uma reta
r existe uma única reta s perpendicular a r.
Por um ponto dado fora de uma reta dada existe uma e somente uma reta perpendicular à reta dada. Ou ainda, por um ponto P fora de uma reta r
passa uma única reta s perpendicular a r.
Altura de um triângulo é o segmento de reta perpendicular à reta suporte de um lado do triângulo com extremidades nesta reta e no vértice oposto ao
lado considerado.
3. Projeções e distância
Chama-se projeção ortogonal (ou simplesmente projeção) de um ponto sobre uma reta ao ponto de interseção da reta com a perpendicular a ela
conduzida por aquele ponto.
A projeção de um segmento de reta AB não perpendicular a uma reta r sobre esta reta é o segmento de reta A’B’ em que A’ é a projeção de A sobre
r e B’ é a projeção de B sobre r.
A distância de um ponto a uma reta é a distância desse ponto à projeção dele sobre a reta. A distância entre P e r é a distância entre P e P’, em que
P’ é a projeção de P sobre r.
A distância entre duas retas paralelas é a distância entre um ponto qualquer de uma delas e a outra reta. A distância entre r e s paralelas é a distân-
cia entre um ponto P de r e a reta s.
Se duas retas distintas são paralelas, os pontos de uma delas estão a igual distância (são equidistantes) da outra.
Os lados paralelos são as bases do trapézio. De acordo com os outros dois lados não bases, temos:
a) trapézio isósceles, se estes lados são congruentes
b) trapézio escaleno, se estes lados não são congruentes.
Trapézio retângulo (ou bi-retângulo) é um trapézio que tem dois ângulos retos.
Um quadrilátero plano convexo é um paralelogramo se, e somente se, possui os lados opostos paralelos:
Um quadrilátero plano convexo é um retângulo se, e somente se, possui os quatro ângulos congruentes:
Um quadrilátero plano convexo é um losango se, e somente se, possui os quatro lados congruentes:
Um quadrilátero plano convexo é um quadrado se, e somente se, possui os quatro ângulos congruentes e os quatro lados congruentes:
3. Circuncentro – Mediatrizes
As mediatrizes dos lados de um triângulo interceptam-se num mesmo ponto que está a igual distância dos vértices do triângulo.
O ponto de interseção (ou ponto de encontro, ou ponto de concurso) das mediatrizes dos lados de um triângulo é o circuncentro do triângulo. O baricen-
tro é o centro de circunferência circunscrita ao triângulo.
4. Ortocentro – Alturas
As três retas suportes das alturas de um triângulo interceptam-se num mesmo ponto.
O ponto de interseção (ou ponto de encontro, ou ponto de concurso) das retas suportes das alturas de um triângulo é o ortocentro do triângulo.
Ângulos na Circunferência
Duas circunferências são congruentes quando têm raios iguais.
1. Ângulo central
Ângulo central relativo a uma circunferência é o ângulo que tem o vértice no centro da circunferência.
Tomando-se para unidade de arco (arco unitário) o arco definido na circunferência por um ângulo central unitário (unidade de ângulo), temos que a
medida de um arco de circunferência é igual à medida do ângulo central correspondente.
2. Ângulo inscrito
Ângulo inscrito relativo a uma circunferência é um ângulo que tem o vértice na circunferência e os lados são secantes a ela.
A medida de um ângulo inscrito é metade da medida do arco correspondente.
Se um quadrilátero convexo é inscrito numa circunferência, então os ângulos opostos são suplementares.
Teorema de Tales
1. Teorema de Tales
Se duas retas são transversais de um feixe de retas paralelas, então a razão entre dois segmentos quaisquer de uma delas é igual à razão entre os
respectivos segmentos correspondentes da outra.
AB A' B '
Por exemplo:
CD C ' D '
2. Teoremas das bissetrizes
Teorema da bissetriz interna: Uma bissetriz interna de um triângulo divide o lado oposto em segmentos (aditivos) proporcionais aos lados adjacentes.
Em outras palavras, se AD é bissetriz do ângulo Â, temos:
x y
c b
x y
c b
Semelhança de Triângulos
1. Semelhança de triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, possuem os três ângulos ordenadamente congruentes e os lados homólogos proporcionais.
Teorema fundamental: Se uma reta é paralela a um dos lados de um triângulo e intercepta os outros dois em pontos distintos, então o triângulo que
ela determina é semelhante ao primeiro.
Triângulos Retângulos
1. Relações métricas
Considerando um triângulo ABC, retângulo em A, e conduzindo AD perpendicular a BC, com D em BC, vamos caracterizar os seguintes elementos:
BC = a : hipotenusa
AC = b : cateto
AB = c : cateto
BD = m : projeção do cateto c sobre a hipotenusa
CD = n : projeção do cateto c sobre a hipotenusa
AD = h : altura relativa à hipotenusa
Relações métricas:
1) b2 = a . n 3) h2 = m . n 5) b . h = c . n
2) c2 = a . m 4) b . c = a . h 6) c . h = b . m
Teorema de Pitágoras: A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
a2 = b2 + c2
b) Num triângulo obtusângulo qualquer, o quadrado do lado oposto ao ângulo obtuso é igual à soma dos quadrados dos outros lados, mais duas ve-
zes o produto de um desses lados pela projeção do outro sobre ele (ou sobre a reta que os contém):
a2 = b2 + c2 + 2cm
Teorema dos cossenos: Em qualquer triângulo, o quadrado de um lado é igual à soma dos quadrados dos outros dois lados menos duas vezes o
produto desses dois lados pelo cosseno do ângulo pro eles formado:
a2 = b2 + c2 – 2bc cos A
Polígonos Regulares
Conceitos e propriedades
Um polígono convexo é regular se, e somente se, tem todos os seus lados congruentes e todos os seus ângulos internos congruentes. Um polígono
regular é equilátero e equiângulo.
Comprimento da Circunferência
Conceitos e propriedades
Propriedade 1: Dada uma circunferência qualquer, o perímetro de qualquer polígono convexo nela inscrito é menor que o perímetro de qualquer polí-
gono a ela circunscrito.
Propriedade 2: Dada uma circunferência qualquer e fixado um segmento k, arbitrário, podem-se construir dois polígonos, um inscrito e outro circuns-
crito à circunferência, tais que a diferença entre seus perímetros seja menor que o segmento k fixado.
Propriedade 3: A razão entre o perímetro do círculo e seu diâmetro é um número constante representado por p.
Observação: Chama-se radiano (rad) todo arco de circunferência cujo comprimento é igual ao comprimento do raio da circunferência que o contém.
2. Áreas de polígonos
Dado um retângulo de base b e altura h, temos:
AR = b . h
4
GEOMETRIA ESPACIAL Observações:
1. Conceitos primitivos e postulados 1ª) Para se obter a interseção de dois planos distintos, basta obter dois
As noções (conceitos, termos, entes) geométricas são estabelecidas pontos distintos comuns a esses planos.
por meio de definições. Em particular, as primeiras noções, os conceitos 2ª) Para se provar que três ou mais pontos do espaço são colineares,
primitivos (noções primitivas) da Geometria, são adotadas sem definição. basta provar que eles pertencem a dois planos distintos.
Adotaremos sem definir os conceitos de ponto, reta e plano. Do ponto, da
reta e do plano temos um conhecimento intuitivo decorrente da experiência Paralelismo
e da observação. 1. Paralelismo de retas
O espaço é o conjunto de todos os pontos. Nesse conjunto desenvolve- Postulado de Euclides: Por um ponto existe uma única reta paralela a
remos a Geometria Espacial. uma reta dada.
Se duas retas são paralelas a uma terceira, então elas são paralelas
Postulado da existência: entre si.
a) Existe reta e numa reta, bem como fora dela, há infinitos pontos.
b) Existe plano e num plano, bem como fora dele, há infinitos pontos. 2. Paralelismo entre retas e planos
Uma reta é paralela a um plano (ou o plano é paralelo à reta se, e so-
Postulado da determinação: mente se, eles não têm ponto comum.
a) Dois pontos distintos determinam uma única reta que passa por eles. Teorema: Se uma reta não está contida num plano e é paralela a uma
b) Três pontos não colineares determinam um único plano que passa reta do plano, então ela é paralela ao plano. Ou ainda, Se duas retas são
por eles. paralelas e distintas, todo plano que contém uma e não contém a outra, é
Postulado da Inclusão: Se uma reta tem dois pontos distintos num pla- paralelo a essa outra.
no, então ela está contida no plano. Se uma reta é paralela a um plano, então ela é paralela a uma reta do
Duas retas são concorrentes se, e somente se, elas têm um único pon- plano.
to comum.
Duas retas são paralelas se, e somente se, ou são coincidentes ou são 3. Posições relativas de uma reta e um plano
coplanares e não têm ponto comum. Uma reta e um plano podem apresentar em comum:
1º) dois pontos distintos: a reta está contida no plano.
2. Determinação de plano 2º) um único ponto: a reta e o plano são concorrentes (ou secantes)
Existem quatro modos de determinar planos. 3º) nenhum ponto em comum: a reta e o plano são paralelos.
1º modo: por três pontos não colineares.
2º modo: por uma reta e um ponto fora dela. 4. Duas retas reversas
3º modo: por duas retas concorrentes. Problemas que se referem a duas retas reversas (r e s) e a um ponto
4º modo: por duas retas paralelas distintas. (P) devem ser analisados em três possíveis hipóteses:
Teorema 1: Se uma reta e um ponto são tais que o ponto não pertence 1º caso: O ponto pertence a uma das retas.
à reta, então eles determinam um único plano que os contém. 2º caso: O ponto e uma das retas determinam um plano paralelo à ou-
Teorema 2: Se duas retas são concorrentes, então elas determinam um tra reta.
único plano que as contém. 3º caso: O ponto e qualquer uma das retas determinam um plano não
Teorema 3: Se duas retas são paralelas entre si e distintas, então elas paralelo à outra.
determinam um único plano que as contém.
5. Paralelismo entre planos
3. Posições das retas Dois planos são paralelos se, e somente se, eles não têm ponto co-
Duas retas são chamadas retas reversas se, e somente se, não existe mum ou são iguais (coincidentes).
plano que as contenha. Teorema da existência de planos paralelos:
Um quadrilátero é chamado quadrilátero reverso se, e somente se, não a) Condição suficiente: Se um plano contém duas retas concorrentes,
existe plano contendo seus quatro vértices. ambas paralelas a um outro plano, então esses planos são paralelos.
Observação: Chamamos figura a todo conjunto de pontos. Uma figura b)Condição necessária e suficiente: Para que dois planos distintos se-
é plana quando seus pontos pertencem a um mesmo plano, e os pontos jam paralelos, um deles deve conter duas retas concorrentes, ambas para-
são ditos coplanares; caso contrário, a figura é chamada figura reversa e os lelas ao outro.
pontos, não coplanares.
Dadas duas retas distintas r e s, ou elas são concorrentes, ou paralelas 6. Posições relativas de dois planos
ou reversas. Dois planos a e b podem ocupar as seguintes posições relativas:
1°) coincidentes (ou iguais): a b = a = b.
4. Interseção de planos 2º) paralelos distintos: a b = .
Postulado da interseção: Se dois planos distintos têm um ponto co- 3º) secantes: a b = uma reta.
mum, então eles têm pelo menos um outro ponto comum.
Teorema da interseção: Se dois planos distintos têm um ponto comum, 7. Três retas reversas duas a duas
então a interseção desses planos é uma única reta que passa por aquele Problemas que se referem a três retas (r, s, t), duas a duas reversas,
ponto. devem ser analisados em duas hipóteses possíveis:
Dois planos distintos que se interceptam (ou se cortam) são chamados 1º caso: Não existe plano paralelo às três retas.
planos secantes (ou concorrentes). A reta comum é a interseção desses 2º caso: Existe plano paralelo às três retas.
planos ou o traço de um deles no outro.
Diedro
1. Definições
Ângulo diedro ou diedro ou ângulo diédrico é a reunião de dois semiplanos de mesma origem não contidos num mesmo plano.
A origem comum dos semiplanos é a aresta do diedro e os dois semiplanos são as suas faces.
Um diedro é reto se, e somente se, sua secção normal é um ângulo reto.
Um diedro é agudo se, e somente se, sua secção normal é um ângulo agudo.
Um diedro é obtuso se, e somente se, sua secção normal é um ângulo obtuso.
Dois diedros são adjacentes se, e somente se, as secções normais são ângulos adjacentes.
Dois diedros são opostos pela aresta se, e somente se, as secções normais são ângulos opostos pelo vértice.
Triedros
1. Conceito e elementos
Dadas três semi-retas Va, Vb, Vc de mesma origem V, não coplanares, o interior da região limitada por estas três semi-retas é chamado triedro. V é o
vértice do triedro e Va, Vb e Vc são suas arestas. aVb, aVc e bVc são suas faces ou ângulos de face. Cada duas faces de um triedro determinam seus diedros.
Um triedro notável é aquele cujas faces são ângulos retos e cujos diedros são diedros retos. Esse triedro é chamado triedro tri-retângulo (ou triedro
tri-retangular)
2. Relações entre as faces
Teorema 1: Em todo triedro, qualquer face é menor que a soma das outras duas.
Teorema 2: A soma das medidas em graus das faces de um triedro qualquer é menor que 360º.
3. Congruência de triedros
Um triedro é congruente a outro se, e somente se, é possível estabelecer uma correspondência entre as suas arestas e as do outro, de modo que
seus diedros são ordenadamente congruentes aos diedros do outro e suas faces são ordenadamente congruentes às faces do outro.
Existem dois tipos de congruência entre triedros:
1º tipo: Congruência direta: Quando os triedros podem ser superpostos por movimento de rotação e translação.
2º tipo: Congruência inversa: Quando os triedros são congruentes (satisfazem à definição acima), mas não são superponíveis.
2. Poliedros regulares
Um poliedro convexo é regular quando:
a) suas faces são polígonos regulares e congruentes
b) seus ângulos poliédricos são congruentes.
Prisma
1. Prisma ilimitado
Consideremos um polígono plano convexo de n lados e uma reta r não paralela nem contida no plano do polígono. Chama-se prisma ilimitado con-
vexo ou prisma convexo indefinido à reunião das retas paralelas a r que passam pelos pontos do polígono dado.
Se o polígono for côncavo, o prisma ilimitado será côncavo.
Secção é um polígono plano com um só vértice em cada aresta. Secção reta ou secção normal é uma secção cujo plano é perpendicular às arestas.
Propriedades:
1ª) Secções paralelas de um prisma ilimitado são polígonos congruentes.
2ª) A soma dos diedros de um prisma ilimitado convexo e n arestas é igual a (n – 2) . 180º.
2. Prisma
Consideremos um polígono convexo ABCD...MN situado num plano a e um segmento de reta PQ cuja reta suporte intercepta o plano a. Chama-se
prisma à reunião de todos os segmentos congruentes e paralelos a PQ, com uma extremidade nos pontos do polígono e situados num mesmo semi-espaço
dos determinados por a.
Podemos também definir o prisma como sendo a região compreendida entre duas secções paralelas de um prisma ilimitado.
O prisma possui:
a) 2 bases congruentes (as secções citadas acima)
b) n faces laterais (paralelogramos) (total de (n + 2) faces)
c) n arestas laterais (3n arestas totais)
d) 3n diedros
e) 2n vértices
f) 2n triedros
A altura de um prisma é a distância h entre os planos das bases.
Prisma reto é aquele cujas arestas laterais são perpendiculares aos planos das bases. Num prisma reto as faces laterais são retângulos.
Prisma oblíquo é aquele cujas arestas são oblíquas aos planos das bases.
Prisma regular é um prisma reto cujas bases são polígonos regulares.
Um prisma será triangular, quadrangular, pentagonal, etc, conforme a base for um triângulo, um quadrilátero, um pentágono, etc.
3. Paralelepípedos
Paralelepípedo é um prisma cujas bases são paralelogramos. A superfície total de um paralelepípedo é a reunião de seis paralelogramos.
Paralelepípedo reto é um prisma reto cujas bases são paralelogramos. A superfície total de um paralelepípedo reto é a reunião de quatro retângulos
com dois paralelogramos (bases).
Cubo é um paralelepípedo retângulo cujas arestas são congruentes.
Dois sólidos são equivalentes se, e somente se, eles têm volumes iguais na mesma unidade de volume.
7. Volume do paralelepípedo retângulo e do cubo
Seja P(a, b, c) o paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c. O volume deste paralelepípedo é V ab c.
Portanto, o volume de um paralelepípedo retângulo é o produto das medidas de suas três dimensões. Tomando como base a face de dimensões a e b,
indicando por B a área dessa base (B = a . b) e a altura c por h, podemos escrever:
V Bh
8. Princípio de Cavalieri
Dois sólidos, nos quais todo plano secante, paralelo a um dado plano, determina superfícies de áreas iguais superfícies equivalentes), são sólidos de vo-
lumes iguais (sólidos equivalentes).
A aplicação do princípio de Cavalieri, em geral, implica a colocação dos sólidos com base num mesmo plano, paralelo ao qual estão as secções de áreas
iguais (que é possível usando a congruência).
9. Volume do prisma
Pelo princípio de Cavalieri, podemos concluir que o volume de um prisma (reto ou oblíquo) é o produto da área da base pela medida da altura:
V=B.h
2. Pirâmide
Consideremos um polígono convexo ABC...MN situado num plano a e um ponto V fora de a. Chama-se pirâmide à reunião dos segmentos com uma
extremidade em V e a outra nos pontos do polígono.
V é o vértice e o polígono ABC...MN, a base da pirâmide.
Podemos também definir a pirâmide convexa definida ou pirâmide convexa como a parte da pirâmide ilimitada que contém o vértice e limitada por um
corte de um plano, delimitando sua base.
A altura de uma pirâmide é a distância h entre o vértice e o plano da base.
Superfície lateral é a reunião das faces laterais da pirâmide. A área dessa superfície é chamada área lateral e indicada por Al.
Superfície total é a reunião da superfície lateral com a superfície da base da pirâmide. A área dessa superfície é chamada área total e indicada por
At.
Uma pirâmide pode ser triangular, quadrangular, pentagonal, etc, conforme a base (triângulo, quadrilátero, pentágono, etc.).
Pirâmide regular é uma pirâmide cuja base é um polígono regular e a projeção ortogonal do vértice sobre o plano da base é o centro da base. Numa
pirâmide regular as arestas laterais são congruentes e as faces laterais são triângulos isósceles congruentes.
Chama-se apótema de uma pirâmide regular à altura (relativa ao lado da base) de uma face lateral.
Tetraedro é uma pirâmide triangular. Tetraedro regular é um tetraedro que tem as seis arestas congruentes entre si.
3. Volume da pirâmide
Duas pirâmides triangulares (tetraedros) de bases de áreas iguais (bases equivalentes) e alturas congruentes têm volumes iguais (são equivalentes.
Todo prisma triangular é soma de três pirâmides triangulares T1, T2 e T3 (tetraedros) equivalentes entre si (de volumes iguais).
Sendo B a área da base e h a medida da altura do prisma citado no parágrafo anterior, B é a área da base e h é a medida da altura do tetraedro T1,
decomposição do prisma. Portanto, o volume de uma pirâmide qualquer (pelo princípio de Cavalieri) é:
1
V Bh
3
4. Área lateral e área total da pirâmide
A área lateral de uma pirâmide é a soma das áreas das faces laterais.
A área total de uma pirâmide é a soma das áreas das faces laterais com a área da base.
Cilindro
1. Preliminar: noções intuitivas de geração de superfícies cilíndricas
Superfície cilíndrica de rotação ou revolução é uma superfície gerada pela rotação (ou revolução) de uma reta g (geratriz) em torno de uma reta e
(eixo), fixa, sendo a reta g paralela e distinta da reta e.
Considera-se que cada ponto da geratriz descreve uma circunferência com centro no eixo e cujo plano é perpendicular ao eixo.
A superfície cilíndrica de revolução (de eixo e, geratriz g e raio r) é o lugar geométrico dos pontos que estão a uma distância dada (r) de uma reta
dada (e).
2. Cilindro
Consideremos um círculo de centro O e raio r, situado num plano a, e um segmento de reta PQ, não nulo, não paralelo e não contido em a. Chama-
se cilindro circular ou cilindro à reunião dos segmentos congruentes e paralelos a PQ, com uma extremidade nos pontos do círculo e situados no mesmo
semi-espaço dos determinados por a.
A altura de um cilindro é a distância h entre os planos das bases.
Superfície lateral é a reunião das geratrizes. A área dessa superfície é chamada área lateral e indicada por Al.
Superfície total é a reunião da superfície lateral com os círculos das bases. A área dessa superfície é a área total e indicada por At.
Se as geratrizes são oblíquas aos planos das bases, temos um cilindro circular oblíquo.
Se as geratrizes são perpendiculares aos planos das bases, temos um cilindro circular reto.
O cilindro circular reto é também chamado cilindro de revolução, pois é gerado pela rotação de um retângulo em torno de um eixo que contém um
dos seus lados.
Secção meridiana é a interseção do cilindro com um plano que contém a reta OO’ determinada pelos centros das bases.
A secção meridiana de um cilindro oblíquo é um paralelogramo e a secção meridiana de um cilindro reto é um retângulo.
Cilindro equilátero é um cilindro cuja secção meridiana é um quadrado. Portanto, apresenta: h = 2.r
2. Cone
Consideremos um círculo de centro O e raio r situado num plano a e um ponto V fora de a. Chama-se cone circular ou cone à reunião dos segmentos
de reta com uma extremidade em V e a outra nos pontos do círculo.
A altura de um cone é a distância entre o vértice e o plano da base.
Superfície lateral é a reunião das geratrizes. A área dessa superfície é chamada área lateral e indicada por Al.
Superfície total é a reunião da superfície lateral com o círculo da base. A área dessa superfície é chamada área total e indicada por At.
Os cones podem ser classificados pela posição da reta VO em relação ao plano da base
Se a reta VO é oblíqua ao plano da base, temos um cone circular oblíquo.
Se a reta VO é perpendicular ao plano da base, temos um cone circular reto.
O cone circular reto é também chamado cone de revolução, pois é gerado pela rotação de um triângulo retângulo em torno de um eixo que contém
um de seus catetos.
O eixo de um cone é a reta determinada pelo vértice e pelo centro da base.
A geratriz de um cone circular reto é também dita apótema do cone.
Secção meridiana é a interseção do cone com um plano que contém a reta VO. A secção meridiana de um cone circular reto ou cone de revolução é
um triângulo isósceles.
Cone equilátero é um cone cuja secção meridiana é um triângulo equilátero.
4. Volume do cone
Consideremos um cone de altura H1 = h e área da base B1 = B e um tetraedro de altura H2 = h e área da base B2 = B (o cone e a pirâmide têm al-
turas congruentes e bases equivalentes).
1
Portanto, pelo princípio de Cavalieri, o cone e o tetraedro têm volumes iguais e, assim: V r 2 h
3
Esfera
1. Definições
Consideremos um ponto O e um segmento de medida r. Chama-se esfera de centro O e raio r ao conjunto dos pontos P do espaço, tais que a dis-
tância OP seja menor ou igual a r.
A esfera é também o sólido de revolução gerado pela rotação de um semicírculo em torno de um eixo que contém o diâmetro.
Toda secção plana de uma esfera é um círculo. Se o plano secante passa pelo centro da esfera, temos como secção um círculo máximo da esfera.
2. Área e volume
A área da superfície de uma esfera de raio r é: A 4r 2
4
O volume de uma esfera de raio r é: V r 3
3
2. Sólidos de revolução
Consideremos um semiplano de origem e (eixo) e nele uma superfície S; girando o semiplano em torno de e, a superfície S gera um sólido de revolução.
Como exemplo de sólidos de revolução, vamos citar alguns sólidos já estudados anteriormente e o seu processo de geração.
a) Retângulo gerando cilindro de revolução:
c) p e q são falsas
TESTES
d) p e q são verdadeiras
1. Toda oração declarativa que pode ser classificada em verdadeira ou
4. Dadas as proposições p e q, dizemos que “p é equivalente a q”
em falsa denomina-se:
quando:
a) opção
a) p e q têm tabelas-verdades diferentes
b) proposição
b) p tem tabela-verdade falsa e q tem tabela-verdade verdadeira
c) alternativa
c) p tem tabela-verdade verdadeira e q tem tabela-verdade falsa
d) hipótese
d) p e q têm tabelas-verdades iguais
2. Colocando o conectivo entre duas proposições p e q, obtemos 5. O conjunto dos números inteiros tem como símbolo a letra:
uma nova proposição, p q, denominada: a) N
a) disfunção b) R
b) proposição oposta c) Z
c) sentença oposta d) Q
d) disjunção
3. O condicional p q é falso somente quando: GABARITO
a) p é verdadeira e q é falsa
b) p é falsa e q é verdadeira 1.B 2.D 3.A 4.D 5.C