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A viga é denominada em memória do engenheiro alemão Heinrich Gottfried Gerber

(1832–1912), que a patenteou em 1866. Este tipo de construção foi executado a primeira
vez em 1867 em uma ponte sobre o rio Regnitz em Bamberg e em uma ponte sobre o rio
Meno em Hassfurt com três vãos de 23,9 + 37,9 + 23,9 metros. A High Bridge (1876) sobre
o rio Kentucky nos Estados Unidos é considerada a primeira ponte de grande vão
construída com esta técnica.

 
Ponte sobre o rio Meno em Hassfurt, com as rótulas marcadas em vermelho​.
 
As vigas Gerber são formadas pela associação de vigas simples isostáticas com
alguma delas apoiadas em outras que lhes dão apoio. Uma vez que uma das vigas tenha
estabilidade própria e assim dará suporte a outra que não tiver estabilidade, as vigas com
estabilidade própria suprem as demais dos vínculos que lhes faltam, ficando o conjunto
estável. As ligações entre as partes se dá por articulações (fixas ou móveis), chamados de
rótulas ou dentes gerber.
A ação de uma parte da viga sobre a outra que lhe serve de apoio corresponde à
reação igual e contrária desta sobre a primeira (principio da ação e reação), portanto cada
força de ligação deve ser indicada nas duas partes correspondentes com sentidos opostos.
Quando são desfeitas essas ligações com o meio externo e nas articulações, a estrutura se
transforma para fins de cálculo, um conjunto de corpos livres e em cada um são aplicáveis
as 3 equações da estática.

As vigas que dão suporte são acrescidas de cargas que lhes são transmitidas pelas rótulas.

Para determinar cargas, precisa-se decompor a viga, isolando os seus vários trechos
separando-as pelas articulações internas.

Viga simplesmente apoiada AB: se apoia na articulação fixa A e na viga em balanço BC por meio da
articulação móvel B.
Viga em balanço BC: dá apoio para a viga AB e se apoia apenas no engastamento C.
A disposição das articulações ao longo da viga obedece a critérios que garantam
que as vigas Gerber são sistemas geometricamente estáveis.

1º Inicialmente, decompõe-se a viga Gerber em vigas isostáticas

2º Constrói-se diagrama de corpo livre da estrutura decomposta (reações externas e


internas). O Diagrama de corpo livre deve ser feito por ordem decrescente de dependência
estática: primeiro as vigas apoiadas, e depois as vigas que dão apoio.

3º Determina-se as reações de apoio externas e internas.


As vigas são principalmente utilizadas em pontes, e surgiram por duas razões:
• Estruturais: permitir deformações, evitando o surgimento de esforços internos
devidos a recalques diferenciais nos apoios.
• Construtivas: permitir o lançamento de vigas pré-moldadas em vãos sobre leitos de
rio ou difícil acesso

Uma atenção especial para o fato de que um dos apoios da viga Gerber deve ser
capaz de absorver forças horizontais, que irão diretamente para ele através das rótulas,
provocando esforços normais na viga ao longo de sua trajetória. As cargas verticais,
somente, serão as responsáveis pelos momentos fletores e esforços cortantes atuantes na
viga Gerber, e é para obtê-los que necessitamos fazer a sua decomposição. É por esta
razão que nesta decomposição não nos preocupamos se o apoio é do 1º ou 2º gênero, pois,
para as cargas verticais, todos funcionarão com se fossem do 1º gênero.

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