Você está na página 1de 15

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Departamento de Botânica

Noções de Bioclimatologia

João Honrado

Porto, Outubro de 2005


J. Honrado ‐ Bioclimatologia  2

1: INTRODUÇÃO

A ciência que estuda a relação entre a vida vegetal e o meio abiótico denomina-se Geobotânica, que pode
ser entendida como sinónimo de Ecologia Vegetal.

A caracterização geobotânica de um dado território envolve a utilização de informação proveniente de


diversas disciplinas científicas. Assim, como ciências geobotânicas particulares, destacam-se:

- a Bioclimatologia (estudo da relação entre a vegetação e os factores climáticos),

- a Fitossociologia (estudo e classificação das comunidades vegetais), e

- a Fitogeografia (estudo da distribuição dos táxones e comunidades vegetais).

2: O MODELO BIOCLIMATOLÓGICO MUNDIAL DE S. RIVAS-MARTÍNEZ

2.1: INTRODUÇÃO

O Modelo Bioclimatológico Mundial de S. Rivas-Martínez, desenvolvido durante a última década através


de inúmeras aproximações, tem sido preferido em estudos fitossociológicos e fitogeográficos, uma vez que
tem vindo a ser desenvolvido em íntima conexão com a descrição e cartografia da vegetação a diferentes
escalas geográficas.

Outras vantagens deste modelo são:

i) a utilização exclusiva de dados climatológicos de fácil obtenção (basicamente termométricos e


pluviométricos), e

ii) a utilização de um número limitado de parâmetros climáticos e de índices que incorporam, com
adaptações, os conceitos e algoritmos anteriormente propostos por outros autores (Emberger,
Gaussen, Thornwaite), e que, embora sendo muito simples, se têm revelado muito eficazes na
previsão da paisagem vegetal da Península Ibérica.

A aproximação rivasmartineziana à bioclimatologia da Península Ibérica fundamenta a sua base conceptual


nos seguintes seis pressupostos:

1. Existe uma relação estreita e recíproca entre clima, vegetação e territórios geográficos (leia-se: entre
bioclimas, séries de vegetação e unidades biogeográficas).

2. A distribuição dos cinco macrobioclimas reconhecidos à escala planetária (Polar, Boreal,


Temperado, Mediterrânico e Tropical) apresenta-se relacionada com determinados intervalos
latitudinais.

3. Os contrastes térmicos (continentalidade) têm uma assinalável influência sobre a distribuição da


vegetação, contribuindo para a definição de bioclimas.

4. O padrão de distribuição anual das precipitações é, pelo menos, tão importante na distribuição das
comunidades vegetais como os totais anuais de precipitação.
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  3

5. Existe um macrobioclima Mediterrânico de ampla distribuição extratropical, caracterizado por um


período de secura estival e relacionado com bosques e matagais esclerófilos.

6. As montanhas representam apenas variações altitudinais dos regimes termométrico e pluviométrico


que podem, na generalidade dos casos, ser objectivadas sob a forma de uma zonação de andares
bioclimáticos altitudinais dos macrobioclimas dos vales e planícies vizinhos.

2.2: METODOLOGIA: PARÂMETROS E ÍNDICES BIOCLIMÁTICOS

2.2.1: OS PARÂMETROS BIOCLIMÁTICOS

2.2.1.1: Parâmetros relacionados com o regime de temperaturas (ºC)

- Temperatura Média Anual (T)

- Temperatura Média Mensal (Ti)

- Temperatura Média do mês mais quente (Tmax.)

- Temperatura Média do mês mais frio (Tmin.)

- Temperatura Média das Máximas do mês mais frio (M) (Nota: O mês mais frio do ano é aquele que
tiver o menor valor de Ti.)

- Temperatura Média das Mínimas do mês mais frio (m)

- Temperatura Máxima Absoluta (Max.) – temperatura máxima absoluta registada durante o período em
análise (normalmente, um mês).

- Temperatura Mínima Absoluta (Min.) – temperatura mímima absoluta registada durante o período em
análise.

- Temperatura Positiva Anual (Tp) – soma, em décimas de grau, das temperaturas médias mensais
positivas. No caso de todos os meses terem temperatura média positiva, este valor é numericamente
igual ao produto da temperatura média anual por 120.

2.2.1.2: Parâmetros relacionados com o regime de precipitações (mm)

- Precipitação Total Anual (P)

- Precipitação Total Mensal (Pi)

- Precipitação Positiva Anual (Pp) – soma das precipitações totais dos meses com temperatura média
superior a 0ºC. No caso de todos os meses terem temperatura média positiva, este valor é
numericamente igual ao valor da Precipitação Total Anual.

- Precipitação de Verão (Ps) – soma das precipitações totais dos três meses de Verão (Junho, Julho e
Agosto, no Hemisfério Norte; Dezembro, Janeiro e Fevereiro, no Hemisfério Sul).

- Precipitação de Inverno (Pw) – soma das precipitações totais dos três meses de Inverno (Dezembro,
Janeiro e Fevereiro, no Hemisfério Norte; Junho, Julho e Agosto, no Hemisfério Sul).
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  4

2.2.2: OS ÍNDICES BIOCLIMÁTICOS

Para a caracterização bioclimática territorial, são usualmente calculados:

- o Índice de Termicidade,

- o Índice de Continentalidade,

- o Índice Ombrotérmico, e

- os Índices Ombrotérmicos Estivais Compensáveis.

2.2.2.1: Índice de Termicidade (It)

Cada região biogeográfica possui uma zonação altitudinal de tipos de vegetação (clissérie) que lhe é
particular. Esta zonação altitudinal deve-se fundamentalmente à descida da temperatura média anual com o
aumento da altitude.

Denominam-se termotipos os espaços termoclimáticos que se sucedem numa clissérie altitudinal (ou
latitudinal), e que mostram uma relação íntima com a seriação altitudinal (ou latitudinal) das comunidades
vegetais.

Estas unidades termoclimáticas delimitam-se em função de um Índice de Termicidade (It), que é calculado
da seguinte forma:

It = 10.(T+M+m)

2.2.2.2: Índice de Continentalidade (Ic)

A continentalidade, em oposição à oceaneidade, é uma grandeza que caracteriza o clima de um dado


território relativamente ao rigor do Inverno e do Verão, ou seja, retrata a variação (amplitude) da
temperatura durante o ano. Considera-se que um clima é tanto mais continentalizado (menos oceânico)
quanto maior for a amplitude térmica anual.

Pela sua simplicidade e adequação à escala global, é corrente utilizar o Índice de Continentalidade Simples
Atenuado (Ic), que é numericamente igual à diferença entre a temperatura média dos meses mais quente e
mais frio do ano, em graus centígrados:

Ic = Tmax. – Tmin.

2.2.2.3: Índice Ombrotérmico Anual (Io)

No âmbito de um mesmo andar termoclimático (termotipo), podem distinguir-se diversos tipos de


vegetação de acordo com a precipitação local. Os intervalos de precipitação (ombrotipos), definidos no
passado com base nos valores totais da precipitação anual, são actualmente calculados em função de um
Índice Ombrotérmico Anual (Io):

Io = 10 . Pp/Tp
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  5

2.2.2.4: Índices Ombrotérmicos Estivais Compensáveis (Iosc)

Os Índices Ombrotérmicos Estivais Compensáveis relacionam os regimes termométrico e pluviométrico


dos meses de Verão, e podem ser calculados para meses isolados (Iosi=Pi/Ti) ou para grupos de meses (Iosc).
Foram propostos os seguintes Iosc: Ios2 (relativo ao bimestre mais quente do ano), Ios3 (para o trimestre mais
quente do ano) e Ios4 (para o quadrimestre mais quente do ano), que –por convenção– se calculam da forma
seguinte:

Ios2 = (Pjulho+Pagosto) / (Tjulho+Tagosto)

Ios3 = (Pjunho+Pjulho+Pagosto) / (Tjunho+Tjulho+Tagosto)

Ios4 = (Pmaio+Pjunho+Pjulho+Pagosto) / (Tmaio+Tjunho+Tjulho+Tagosto)

2.2.3: CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA TERRITORIAL

A caracterização do bioclima de um território é um processo sequencial constituído por três passos


fundamentais:

1. Determinação do macrobioclima;

2. Determinação do bioclima;

3. Determinação do andar bioclimático (termotipo + ombrotipo).

2.2.3.1: Determinação do macrobioclima

Considera-se a existência, a nível global, de cinco macrobioclimas, grosseiramente correlacionados com a


latitude (Polar, Boreal, Temperado, Mediterrânico e Tropical).

Em Portugal, estão representados os macrobioclimas Temperado e Mediterrânico.

O Clima Mediterrânico é um tipo de clima extratropical em que, coincidindo com o Verão, existe um
período de aridez igual ou superior a dois meses. Aceita-se que um mês tem carácter árido (ou seco) quando
a precipitação total desse mês (mm) é inferior ao dobro do valor da temperatura média mensal (ºC): Pi<2Ti.

Pelo contrário, o Clima Temperado caracteriza-se por uma maior regularidade na distribuição das
precipitações ao longo do ano.

As variantes bioclimáticas são unidades tipológicas que traduzem certas particularidades ombroclimáticas
no âmbito dos macrobioclimas. Diz-se Submediterrânica a variante do macrobioclima Temperado em que:

i) pelo menos um mês apresenta precipitação inferior a duas vezes o valor da temperatura média
mensal (Pi<2Ti), ou

ii) a precipitação do bimestre mais seco do ano é inferior a duas vezes e meia a soma das temperaturas
médias desses dois meses, ou seja, Ios2<2,5.

Esta variante tem posto em evidência a influência mediterrânica do clima de grande parte dos territórios
eurossiberianos da Península Ibérica. Nestes territórios, os macrobioclimas Temperado (variante
Submediterrânica) e Mediterrânico apenas podem ser discriminados com exactidão a partir dos valores dos
Iosc, de acordo com o esquema apresentado no Quadro I.
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  6

QUADRO I: Valores dos índices ombrotérmicos que discriminam os macrobioclimas Temperado


(Submediterrânico) e Mediterrânico na Península Ibérica. Se Ios2 > 2.0, o macrobioclima é Temperado. Se
Ios2 < 2.0, o macrobioclima pode ainda ser Temperado, bastando para isso que Ios4 > 2.0, desde que Ios2 e Ios3
se situem acima dos valores-limite indicados na tabela.
Io Ios2 Ios3 Ios4
2,0 < Io ≤ 3,6 > 1,9 > 1,9 > 2,0
3,6 < Io ≤ 4,8 > 1,8 > 1,9 > 2,0
4,8 < Io ≤ 6,0 > 1,7 > 1,8 > 2,0
6,0 < Io ≤ 8,0 > 1,5 > 1,8 > 2,0
8,0 < Io ≤ 10,0 > 1,2 > 1,6 > 2,0
10,0 < Io ≤ 12,0 > 0,7 > 1,4 > 2,0
Io > 12,0 - - > 2,0

2.2.3.2: Determinação do bioclima

Os macrobioclimas Temperado e Mediterrânico dividem-se, respectivamente, em 4 e 5 bioclimas,


que são determinados a partir dos valores para os Índices Ombrotérmico (Io) e de Continentalidade (Ic)
(Quadro II). No Quadro III, encontram-se representados os tipos e subtipos de continentalidade previstos
pelo modelo bioclimatológico.

QUADRO II: Bioclimas a considerar na classificação bioclimática da Península Ibérica.


Macrobioclima Temperado Macrobioclima Mediterrânico
Bioclima Ic Io Bioclima Ic Io
Mediterrânico Pluvi-
Temperado Hiper-oceânico < 11 > 3,2 ≤ 21 > 2,0
estacional Oceânico
Mediterrânico Pluvi-
Temperado Oceânico 11-21 > 3,2 > 21 > 2,2
estacional Continental
Mediterrânico Xérico
Temperado Continental > 21 > 3,2 ≤ 21 1,0-2,0
Oceânico
Mediterrânico Xérico
Temperado Xérico ≥7 ≤ 3,2 > 21 1,0-2,2
Continental
Mediterrânico Desértico
≤ 21 0,1-1,0
Oceânico

QUADRO III: Tipos e subtipos de continentalidade, e respectivos intervalos de Ic.

Tipos Subtipos Intervalos de Ic


Extremamente hiperoceânico 0a4
Hiperoceânico (0<Ic<11) Eu-hiperoceânico 4a8
Pouco hiperoceânico 8 a 11
Semi-hiperoceânico 11 a 13
Oceânico (11<Ic<21) Euoceânico 13 a 17
Semicontinental 17 a 21
Subcontinental 21 a 28
Continental (21<Ic<65) Eucontinental 28 a 46
Hipercontinental 46 a 65
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  7

2.2.3.3: Definição do andar bioclimático

Os territórios bioclimáticos acima definidos são subdivididos em andares bioclimáticos.

A definição destes andares resulta da intercepção de um termoclima e de um ombroclima. Na determinação


do termotipo é habitualmente usado o Índice de Termicidade (It); para a definição do ombrotipo, é utilizado
o valor do Índice Ombrotérmico Anual (Io). Dentro de cada termotipo ou ombrotipo, é habitual reconhecer
dois horizontes: Superior e Inferior (exemplos: Mesotemperado Superior, Húmido Inferior).

Os termotipos e os ombrotipos a considerar na classificação bioclimática da Península Ibérica são os


indicados nos Quadros IV e V, respectivamente.

QUADRO IV: Horizontes termoclimáticos (termotipos) e respectivos valores de It.


Macrobioclima TEMPERADO Macrobioclima MEDITERRÂNICO
Intervalo de It Termotipo Intervalo de It Termotipo
355 a 410 Termotemperado Inferior 400 a 450 Termomediterrânico Inferior
300 a 355 Termotemperado Superior 350 a 400 Termomediterrânico Superior
240 a 300 Mesotemperado Inferior 280 a 350 Mesomediterrânico Inferior
180 a 240 Mesotemperado Superior 210 a 280 Mesomediterrânico Superior
100 a 180 Supratemperado Inferior 145 a 210 Supramediterrânico Inferior
<100
Supratemperado Superior 80 a 145 Supramediterrânico Superior
(800<Tp<1100)
<100
Orotemperado Inferior <80 (675<Tp<900) Oromediterrânico Inferior
(590<Tp<800)
<100
Orotemperado Superior <80 (450<Tp<675) Oromediterrânico Superior
(380<Tp<590)

QUADRO V: Horizontes ombroclimáticos (ombrotipos) e respectivos valores de Io.

Ombrotipo Intervalo de Io
Seco Inferior 2.0 a 2.8
Seco Superior 2.8 a 3.6
Sub-húmido Inferior 3.6 a 4.8
Sub-húmido Superior 4.8 a 6.0
Húmido Inferior 6.0 a 9.0
Húmido Superior 9.0 a 12.0
Hiper-húmido Inferior 12.0 a 18.0
Hiper-húmido Superior 18.0 a 24.0
Ultra-hiper-húmido >24.0

Os andares bioclimáticos, assim definidos pelo cruzamento dos termotipos e dos ombrotipos, apresentam
uma considerável coincidência com a zonação altitudinal da vegetação, o que lhes confere uma assinalável
capacidade de previsão da vegetação.
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  8

2.2.4: OUTROS PARÂMETROS CLIMÁTICOS RELEVANTES PARA A DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO

Outros parâmetros que, embora com menor valor informativo isolado, podem pontualmente contribuir para
a completa caracterização bioclimática de um dado território são:

- o tipo de Inverno,

- o Período de Actividade Vegetal, e

- a frequência de determinadas ocorrências climáticas.

2.2.4.1: Rigor da estação fria : o tipo de Inverno

O frio é sem dúvida um factor de grande importância na distribuição das comunidades vegetais, devido à
limitação que impõe à ocorrência de actividade vegetal.

O uso da temperatura média das mínimas do mês mais frio (m) como indicador do rigor dos Invernos tem
tido grande aceitação, não só por ser de aplicação muito simples, mas também porque este parâmetro revela
uma correlação muito estreita com a distribuição da vegetação. É frequente usar uma escala única para as
duas regiões biogeográficas representadas na Península Ibérica (Quadro VI).

QUADRO VI: Valores de m e tipos de Inverno.


Valor de m (ºC) Tipo de Inverno
< -7 Extremamente frio
-7 a -4 Muito frio
-4 a -1 Frio
-1 a 2 Fresco
2a5 Temperado
5a9 Quente
9 a 14 Muito quente
> 14 Extremamente quente

2.2.4.2: Período de Actividade Vegetal (Pav)

O Período de Actividade Vegetal avalia a influência da duração do frio sobre a distribuição da vegetação, e
é numericamente igual ao número de meses do ano cuja temperatura média mensal é superior a um
determinado valor crítico (2,5ºC).

2.2.4.3: Frequência anual de alguns parâmetros climáticos

A frequência de alguns parâmetros climáticos e fenómenos atmosféricos de menor relevância à escala


global pode revelar-se de grande sensibilidade na descrição da vegetação em territórios fronteiriços ou com
características topográficas especiais.

Pela sua relevância na caracterização pormenorizada da bioclimatologia territorial, é geralmente anotado o


número de dias por ano com:

- Max.>25 ou Min.<0;

- queda (detectável ou significativa) de precipitação;


J. Honrado ‐ Bioclimatologia  9

- queda de neve, granizo ou saraiva;

- solo coberto de neve;

- formação de geada ou orvalho;

- ocorrência de nevoeiro;

- ocorrência de trovoada.

2.3: CLIMATOGRAMAS

A construção de climatogramas é um método gráfico de caracterização do clima, em que são relacionados


dois ou mais parâmetros climáticos.

Os climatogramas que relacionam a variação anual da temperatura e da precipitação são também


designados “diagramas ombrotérmicos”. A combinação de parâmetros relativos a estes dois elementos do
clima num único diagrama permite uma leitura fácil e rápida dos regimes termométrico e pluviométrico do
território.

A elaboração de diagramas ombrotérmicos obedece a um conjunto de normas que tende a variar, ainda que
ligeiramente, de acordo com a metodologia utilizada. No âmbito do modelo bioclimático aqui adoptado, os
diagramas incluem, além da representação gráfica do ciclo termo-pluviométrico anual, informação relativa
à estação climatológica e os valores de alguns parâmetros e índices bioclimáticos.

1. Nome da estação climatológica


2. Altitude (m)
3. P
4. Latitude
5. Longitude
6. Período de observação termométrica
7. Período de observação pluviométrica
8. T: temperatura média anual
9. Ic: índice de continentalidade
10. Tp: temperatura positiva
11. Tn: temperatura negativa
12. m: temperatura média das mínimas do mês mais frio
13. M: temperatura média das máximas do mês mais
frio
14. It: índice de termicidade
15. Io: índice ombrotérmico anual
16. Período húmido (P>100 mm)
17. T’: temperatura máxima absoluta
18. Período húmido (P<100 mm)
19. Período seco
20. Escala de temperaturas (ºC)
21. Escala de precipitação (mm) - cada intervalo
equivale ao dobro do intervalo na escala de
temperaturas
22. Curva de precipitação média mensal
23. Curva de temperatura média mensal
24. m’: temperatura mínima absoluta
25. Meses
26. Período de geadas certas (meses com m<0ºC)
27. Período de geadas prováveis (meses com min.<0ºC)
28. Período livre de geadas
29. Pav: período de actividade vegetal
30. Bioclima
31. Andar bioclimático
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  10

TRABALHO PRÁTICO (1):

1. Leitura e interpretação de dados climatológicos

2. Cálculo de índices bioclimáticos

A primeira aula prática relativa à Bioclimatologia tem dois objectivos fundamentais:

1. Extrair dados climatológicos de tabelas de Normais Climatológicas publicadas pelo Instituto de


Meteorologia;

2. Calcular os índices bioclimáticos do modelo de Rivas-Martínez para 11 estações seleccionadas em


Portugal Continental.

Como já antes referido, a caracterização do bioclima de um território é um processo sequencial constituído


por três passos fundamentais:

1. Determinação do macrobioclima;

2. Determinação do bioclima;

3. Determinação do andar bioclimático (termotipo + ombrotipo).

Nessa caracterização, são utilizados dados climatológicos para calcular um conjunto limitado de índices
bioclimáticos. Os dados climatológicos relativos às estações nacionais são usualmente extraídos das
Normais Climatológicas publicadas pelo Instituto de Meteorologia de Portugal.

As Normais climatológicas são médias de valores dos parâmetros climáticos relativas a períodos de
observação relativamente longos, geralmente de 30 anos. A utilização destes dados normalizados permite
assegurar a representatividade e validade estatística dos dados e dos índices a calcular.

Para a realização do trabalho teórico-prático, serão fornecidas Normais relativas a 11 estações


climatológicas, distribuídas pelo território de Portugal Continental por forma a tentar cobrir a diversidade
climática nacional:
1. Alcácer do Sal 7. Miranda do Douro
2. Bragança 8. Mirandela
3. Coimbra 9. Penhas da Saúde
4. Évora 10. Porto / Pedras Rubras
5. Lamas de Mouro 11. Vila Real de Stº António
6. Marvão

1. Utilize os dados das Normais Climatológicas no preenchimento das Tabelas I e II;

2. Calcule os valores para os índices bioclimáticos, inserindo os valores obtidos na Tabela III.
J. Honrado ‐ Bioclimatologia  11

TABELA I: Principais parâmetros climáticos.


Meses Meses
Estação climatológica Altitude Tp Pp T M m Tmax. Tmin.
Pi<2Ti Pi<2,5Ti
Alcácer do Sal

Bragança

Coimbra

Évora

Lamas de Mouro

Marvão

Miranda do Douro

Mirandela

Penhas da Saúde

Porto/Pedras Rubras

Vila Real Stº António

TABELA II: Frequência anual de alguns eventos climáticos e fenómenos atmosféricos com importância
para a caracterização bioclimática do território.

Número de dias / ano com:


Granizo ou

Trovoada

Nevoeiro
Max.>25

Orvalho

Cob. de
Saraiva
Min.<0

Geada
P>0,1

P>10

Neve

neve
Estação climatológica

Alcácer do Sal

Bragança

Coimbra

Évora

Lamas de Mouro

Marvão

Miranda do Douro

Mirandela

Penhas da Saúde

Porto/Pedras Rubras

Vila Real Stº António


J. Honrado ‐ Bioclimatologia  12

Tabela III : Índices bioclimáticos, tipo de Inverno e Período de Actividade Vegetal.

Estação climatológica It Io Ios2 Ios3 Ios4 Ic Inverno Pav

Alcácer do Sal

Bragança

Coimbra

Évora

Lamas de Mouro

Marvão

Miranda do Douro

Mirandela

Penhas da Saúde

Porto/Pedras Rubras

Vila Real Stº António


J. Honrado ‐ Bioclimatologia  13

TRABALHO PRÁTICO (2):

1. Diagnose bioclimática

2. Diagramas ombrotérmicos

A segunda aula prática relativa à Bioclimatologia tem como objectivos:

1. A elaboração da diagnose bioclimática de cada estação climatológica em análise;

2. A construção de um diagrama ombrotérmico para cada estação;

3. A construção de uma carta bioclimática de Portugal Continental.

CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA TERRITORIAL – A DIAGNOSE BIOCLIMÁTICA

A caracterização bioclimática territorial é objectivada com a elaboração da Diagnose Bioclimática, uma


frase-diagnóstico onde são referidos os principais elementos do bioclima territorial, de acordo com o
seguinte esquema:

Bioclima + Termotipo + Ombrotipo

1. Utilizando os resultados obtidos na aula anterior, determine o macrobioclima, o bioclima e o andar


bioclimático do território onde se insere cada uma das estações analisadas;

2. Elabore a diagnose bioclimática de cada estação;

3. Utilize os resultados de todos os grupos de trabalho no preenchimento da Tabela IV;

4. Construa um diagrama ombrotérmico para cada estação, de acordo com a metodologia descrita nos
apontamentos;

5. Construa uma carta bioclimática de Portugal Continental.


J. Honrado ‐ Bioclimatologia  14

TABELA IV: Diagnoses bioclimáticas relativas às estações climatológicas estudadas.

Diagnose bioclimática
Estações climatológicas
Bioclima Termotipo Ombrotipo

Alcácer do Sal

Bragança

Coimbra

Évora

Lamas de Mouro

Marvão

Miranda do Douro

Mirandela

Penhas da Saúde

Porto/Pedras Rubras

Vila Real Stº António


J. Honrado ‐ Bioclimatologia  15

CLIMATOGRAMA

Estação de __________________________ (19___-19___)

Você também pode gostar