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EXAMES DE QUALIFICAÇÃO

MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA

INSTITUTO DE MATEMÁTICA - UFRJ

Exames de Cálculo Avançado I e Álgebra Linear de 2003 a 2010

1
MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Cálculo Avançado
Agosto de 2003

1.a Questão: Dentre as afirmativas abaixo, diga quais são falsas e quais são verdadeiras,
fornecendo contra-exemplos para as falsas:

∂f
1. Se f : R2 → R é tal que a derivada direcional (0, 0) = 0, em qualquer direção
∂u
u ∈ R2 , então f é diferenciável em (0, 0) e ∇f (0, 0) · u = 0 para todo u ∈ R2 ;

2. Se f : R2 → R é de classe C 1 e f (0, 0) = 0, então existem intervalos abertos I


e J contendo as origens de R2 e R, respectivamente, e existe g : I → J tais que
f −1 (0) ∩ I × J = {(x, g (x)) , x ∈ I} ;

3. Se f : [a, b] → R2 é contı́nua em [a, b] e derivável no aberto (a, b), então existe


c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = (f (b) − f (a))/(b − a);

4. Se M e N são espaços métricos e f : M → N é bijetiva e contı́nua, então a inversa


f −1 é contı́nua.

2.a Questão: Seja {an }n uma sequência de Cauchy em um espaço métrico M possuindo
uma subseqüência convergente {ank }k . Mostre que {an } é convergente.

3.a Questão: Sejam a, b, c > 0 e S = {(x, y, z) ∈ R3 ; x, y, z ≥ 0, x3/2 + y 3/2 + z 3/2 = 1}.


Calcule max{ax + by + cz; (x, y, z) ∈ S}.

4.a Questão: Considere f : R2 → R2 definida por f (x, y) = (x2 − y 2 , 2xy). Mostre que
se (a, b) 6= (0, 0) e (c, d) = f (a, b) então existem vizinhanças I de (a, b) e J de (c, d) e um
homeomorfismo g : I → J, com g(a, b) = (c, d).
MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Álgebra Linear
Agosto de 2003

a e0 0
   
a e 0
1.a Questão: Sejam M =  f b g  e N =  f 0 b g 0  , com e0 f 0 = ef e g 0 h0 = gh.
0 h c 0 h0 c
Mostre que M e N têm os mesmos autovalores.

2.a Questão: Seja r = {t(1, 1, 2), t ∈ R}. Determine as matrizes (na base canônica de
R3 ) das rotações de 30◦ em torno de r.

3.a Questão: Sejam E um espaço vetorial, A : E → E linear e v1 , v2 , v3 , v4 vetores não


nulos em E. Suponha que

Av1 = 3v1 + v2 ,
Av2 = 3v2 + v3 ,
Av3 = 3v3 + v4 ,
Av4 = 3v4 .

Mostre que v1 , v2 , v3 , v4 são linearmente independentes.

4.a Questão: Sejam E um espaço vetorial com produto interno e A : E → E linear. Mostre
que A é normal se, e somente se, |Av| = |A∗ v|, para todo v ∈ E, onde | · | denota a norma
do produto interno.

5.a Questão: Seja A : R3 → R3 linear e tal que hAu, vi = hu, Avi, para todos u, v ∈ R3 .
Mostre que R3 tem uma base ortonormal de autovetores de A (i.e.: demonstre o Teorema
Espectral neste caso particular).
MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Cálculo Avançado
Agosto de 2004

1.a Questão: Seja X um subconjunto de Rn , n ∈ N. Considere as afirmativas


(i) X é conexo;
(ii) Se A ⊂ X for tal que ∂A ∩ X = ∅ então A = ∅ ou A = X.
Mostre que (i) implica em (ii) mas que (ii) não implica em (i).

2.a Questão: Indique se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas e dê um contra-
exemplo para as falsas.
f (b)−f (a)
(i) Sendo f :]a, b[→ Rn diferenciável, existe c ∈]a, b[ tal que f 0 (c) = b−a
;
(ii) Sendo A ⊂ Rn aberto, a ∈ A, f : A → Rn diferenciável e f 0 (a) um isomorfismo,
existe uma vizinhança aberta U de a tal que f : U → f (U ) é bijetiva;
∂f f (tei )−f (0)
(iii) Sendo f : Rn → Rn tal que existem ∂xi
(0) = limt→0 t
, i = 1, . . . , n, então f
é diferenciável em 0;
def
(iv) f : Rn → Rm é contı́nua se e somente se G(f ) = {(x, f (x)); x ∈ Rn } é convexo.

3.a Questão: [Transformada de Legendre em uma dimensão] Seja g : R → R de


classe C 1 , estritamente convexa e com lim|r|→∞ g(r)
|r|
= ∞. Mostre que
(i) A derivada g 0 é inversı́vel;
def
(ii) A função g ∗ (s) = sr(s) − g(r(s)), onde r(s) é a inversa de g 0 , é continuamente

diferenciável, estritamente convexa e satisfaz lim|s|→∞ g |s|(s) = ∞;

(iii) Aplicando o mesmo procedimento à função convexa g ∗ obtemos g ∗∗ = g.

4.a Questão: Seja f de classe C 1 definida por f (x, y, p) = |x|p + |y|p em R2 × [1, +∞[.
Mostre que existe δ > 0 e uma única ϕ : Bδ (2, 2) → R de classe C 1 tal que
ϕ(2, 2) = 2 e |x|ϕ(x,y) + |y|ϕ(x,y) = 8, ∀(x, y) ∈ Bδ (2, 2).

5.a Questão: Seja p > 1 e seja S = {x ∈ Rn , |x1 |p + · · · + |xn |p = 1}. Seja y ∈ Rn e seja
T : Rn → R dada por T (x) = x · y = x1 y1 + · · · + xn yn . Calcule maxx∈S T (x) e mostre que
para p∗ dado por 1/p + 1/p∗ = 1, temos
n
!1/p n
!1/p∗

X X
|x1 y1 + . . . + xn yn | ≤ |xi |p |yi |p , ∀x, y ∈ Rn .
i=1 i=1

6.a Questão: Seja f : Rn → R uma função continuamente diferenciável tal que f (0) = 0
e supp f ⊂ B1 (0). Para cada x ∈ Rn , considere
Z ∞
F (x) = f (tx) dt.
−∞
(i) Mostre que F : Rn → R é uma função par e contı́nua em Rn \ {0};
2kf k∞
(ii) Mostre que |F (x)| ≤ |x|
para todo x 6= 0 e conclua que lim|x|→∞ f (x) = 0;

(iii) Mostre que F (x) = rF (rx), ∀x ∈ Rn , ∀r > 0;

(iv) Dê condições sobre f para que (a) limx→0 F (x) = ∞, (b) limx→0 F (x) não exista e
(c) limx→0 F (x) = 0.

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MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Álgebra Linear
Agosto de 2004

1.a Questão: Seja E um espaço vetorial com produto interno h·, ·i e sejam e1 , . . . , en vetores
unitários e ortogonais dois a dois em E. Seja v ∈ E e seja
n
X
ṽ = hv, ei iei .
i=1

Mostre que |ṽ| ≤ |v|, onde | · | é a norma associada ao produto interno h·, ·i.

2.a Questão: Seja T : Rn → Rm linear, n, m ∈ N. Mostre que dimN (T ) + dimI(T ) = n,


onde N (T ) e I(T ) são o núcleo e a imagem de T , respectivamente.

3.a Questão: Dado um vetor não-nulo ω em R3 , denote por R(ω) a matriz de rotação de
um ângulo ω = |ω| em torno do eixo gerado por ω e seguindo a regra da mão direita em
relação ao sentido de ω. Mostre que para um vetor qualquer x em R3 ,
d
(R(tω)x) = ω × R(tω)x, ∀t ∈ R.
dt

4.a Questão: Considere uma matriz A ∈ Cn×n , n ∈ N. Suponha que existam um conjunto
ortonormal de autovetores {φj }Jj=1 de A e um conjunto ortonormal de autovetores {ψj }Jj=1 ,
da adjunta A∗ de A, com {φj }Jj=1 gerando todos os autovetores de A e com

hφi , ψj i = δij , i, j = 1, . . . J,

onde δij é o delta de Kronecker. Mostre que A é diagonalizável e que {φj }j=1,...J é uma
base de Cn que diagonaliza A

5.a Questão: Seja E um espaço vetorial real de dimensão finita com produto interno h·, ·i.
Seja T : E → E linear tal que

hu, vi = 0 e hu, T vi > 0 =⇒ hT u, vi > 0.

Mostre que E tem base ortonormal de autovetores de T e que T é simétrica.

6.a Questão: Seja E espaço vetorial com produto interno h·, ·i. Sejam u1 , . . . , uk ∈ E.
Considere a matrix de Grahm
 
hu1 , u1 i hu1 , u2 i · · · hu1 , uk i
hu2 , u1 i hu2 , u2 i · · · hu2 , uk i
A =  .. ..  .
 
.. ...
 . . . 
huk , u1 i huk , u2 i · · · huk , uk i

Mostre que det A = 0 se e somente se {u1 , . . . , uk } é linearmente dependente.


MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Cálculo Avançado
Fevereiro de 2005

1.a Questão: Seja K ⊂ Rn compacto e f : K → f (K) contı́nua e injetiva. Mostre que f −1


é contı́nua.

2.a Questão: Sejam x, y ∈ Rn . Mostre que hx, yi ≤ |x||y|. Mostre, ainda, que hx, yi =
|x||y| se e somente se x e y são linearmente dependentes.

3.a Questão: Seja Mn o espaço das matrizes n × n munido de alguma norma. Considere
A0 ∈ Mn diagonalizável, com todos os seus autovalores simples. Mostre que existe uma
vizinhança O de A0 tal que, se A ∈ O, então A é diagonalizável, com todos os seus
autovalores simples.

4.a Questão: Considere L(Rn ) o espaço das transformações lineares S : Rn → Rn munido


da norma kSk = sup |Sx|. Sejam A, T ∈ L(Rn ).
|x|=1

1. Suponha que kT k < 1. Mostre que I − T é invertı́vel.

2. Suponha que A seja invertı́vel e que kT k < kA−1 k−1 . Mostre que A − T é invertı́vel.
MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Álgebra Linear
Fevereiro de 2005

1.a Questão: Seja N ∈ L(Rn ) matriz nilpotente (i.e. existe k ∈ N tal que N k = 0). Mostre
que I − N é invertı́vel e calcule a sua inversa.

2.a Questão: Seja S ∈ L(Cn ) anti-hermitiana (i.e. S ∗ = −S).

1. Mostre que I − S é invertı́vel.

2. Mostre que U = (I − S)−1 (I + S) é unitária (i.e. U ∗ U = U U ∗ = I).

3.a Questão: Seja T ∈ L(Rn ), n > 1. Mostre que T tem um subespaço invariante de
dimensão 2.

4.a Questão: Seja T ∈ L(Rn ) tal que

hu, vi = 0, hT u, vi > 0 =⇒ hu, T vi > 0. (∗)

1. Mostre que hu, vi = 0, hT u, vi = 0 =⇒ hu, T vi = 0.

2. Queremos mostrar que (∗) implica que T tem uma base ortonormal de autovalores.
Admita que isto seja verdadeiro para n = 2. Mostre que isto é verdadeiro para n > 2
(sugestão: use a questão anterior).

3. Prove o caso n = 2 do item anterior.


MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Cálculo Avançado
Agosto de 2005

1.a Questão: Seja f : I → R convexa. Dado x0 ∈ I ◦ , tome a, b ∈ R tais que a < x0 < b e
[a, b] ⊂ I. Defina
(x − x0 )f (b) + (b − x)f (x0 )
g(x) =
b − x0
e
(x0 − x)f (a) + (x − a)f (x0 )
h(x) = .
x0 − a
(i) Mostre que
min{g(x), h(x)} ≤ f (x) ≤ max{g(x), h(x)} ∀x ∈ [a, b].

(ii) Conclua que f é contı́nua em x0 .

2.a Questão: Dado um subconjunto não-vazio A de Rn , n ∈ N, considere a função distância


dA (x) = inf a∈A kx − ak, x ∈ Rn , onde k · k é uma norma qualquer em Rn .
(i) Mostre que dA : Rn → R é Lipschitz contı́nua.
(ii) [Versão para espaços métricos do Lema de Uryshon] Se A e B são conjuntos
não-vazios fechados disjuntos em Rn , mostre que
dA (x)
ϕ(x) =
dA (x) + dB (x)
está bem definido para todo x ∈ Rn e que a função ϕ : Rn → R tem as seguintes
propriedades: ϕ é contı́nua; 0 ≤ ϕ(x) ≤ 1 para todo x ∈ Rn ; ϕ(x) = 1 se e somente
se x ∈ B; e ϕ(x) = 0 se e somente se x ∈ A.
(iii) Considerando A, B e ϕ como no item (ii), mostre que ϕ é Lipschitz contı́nua se e
somente se inf a∈A,b∈B ka − bk > 0.

3.a Questão: Dada f : S m → Rn , seja F : Rm+1 → Rn a extensão radial de f definida por



 0   se x = 0,
F (x) = x
 |x|f se x 6= 0.
|x|
Mostre que F é diferenciável em 0 se, e somente se, F é linear.

4.a Questão: Seja f : Rn → R diferenciável e tal que ∇f (x) · x > 0 se kxk = 1. Mostre
que existe x0 ∈ Rn tal que kx0 k < 1 e ∇f (x0 ) = 0.

5.a Questão: Seja f : Rn → Rn de classe C 1 . Assuma Df (x) invertı́vel para todo x ∈ Rn


e f −1 (K) compacto para todo K ⊂ Rn compacto.
(i) Mostre que f (Rn ) é aberto.
(ii) Mostre que f (Rn ) é fechado.
(iii) Mostre que f é sobrejetiva.
MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Álgebra Linear
Agosto de 2005

1.a Questão:

1. Seja A ∈ Cn×n tal que Ak = I para algum k ∈ N. Prove que A é diagonalizável.

2. Se considerarmos A ∈ Rn×n , o mesmo resultado ainda vale? Prove ou dê um contra-


exemplo.

2.a Questão: Seja A ∈ R6×6 tal que

• A2 − 5A + 6I é singular;

• dim(N (A)) = 1;

• tr(A) = 16;

• (λ − 4)3 divide pA
c (λ) e

• grau(pA
m ) = 4,

onde pA A
m denota o polinômio mı́nimo de A e pc , o polinômio caracterı́stico de A. Quais as
possı́veis formas canônicas de Jordan de A (a menos da ordem dos blocos de Jordan)?

3.a Questão: Seja V o espaço vetorial de polinômios reais da forma p(x) = ax2 + bx + c,
com a, b e c reais, munido do produto interno

1 1
Z
hp, qi = p(x)q(x) dx.
2 −1

1. Encontre uma base ortogonal de V composta de polinômios p0 , p1 e p2 de graus 0, 1


e 2, respectivamente.

2. Encontre um polinômio q ∈ V que satisfaz o seguinte problema de otimização:


Z 1 Z 1
3 2
2
p(x) − x3 dx.

q(x) − x dx = min
−1 p∈V −1

3. A solução do item (2) é única?

4.a Questão:

1. Dados n números complexos distintos λ1 , λ2 , . . . , λn e n vetores v1 , v2 , . . . , vn , dê


condições necessárias e suficientes para a existência de uma matriz complexa her-
mitiana A, de tamanho n × n, cujos autovalores e respectivos autovetores sejam λi e
vi , i = 1, 2, . . . , n.

2. Resolva novamente o item (1), substituindo hermitiana por unitária.


5.a Questão: Seja V espaço vetorial complexo de dimensão finita, com dim(V ) ≥ 2. Seja
A ∈ L(V, V ) transformação linear de V em V . Defina o subespaço vetorial

KA = {M ∈ L(V, V ) | M = p(A), p ∈ P } ,

onde P é o conjunto dos polinômios complexos.

1. Prove que KA 6= L(V, V ).

2. Prove que se A é invertı́vel então A−1 ∈ KA .

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MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Cálculo Avançado
Março de 2006

1.a Questão: Seja ⊗ o produto vetorial em R3 . Seja f : R3 × R3 → R3 dada por


f (u, v) = u ⊗ v. Calcule f 0 (u, v) para (u, v) ∈ R3 × R3 .

2.a Questão: Seja K ⊂ RN compacto e seja f : K → RM contı́nua, N, M ∈ N. Prove que


f é uniformemente contı́nua.

3.a Questão: Seja f : R2 → R diferenciável e tal que kf 0 (x)k ≥ 1,∀x ∈ R2 , onde kf 0 (x)k =
sup |f 0 (x)h| e | · | denota a norma euclidiana em R e R2 . É verdade que
|h|=1


|f (3, 3) − f (2, 2)| ≥ 2?

4.a Questão: Sejam Ω aberto em R3 e ϕ : Ω → R de classe C 1 . Seja S a superfı́cie de nı́vel


correspondente a ϕ(x, y, z) = c, onde c é um número real fixo. Sob que hipóteses podemos,
na vizinhança de (x0 , y0 , z0 ) em S, escrever S simultaneamente nas formas x = f (y, z),
y = g(x, z) e h = g(x, y) com f, g e h de classe C 1 ? Prove que, sob estas hipóteses, vale, no
ponto (x0 , y0 , z0 ),
∂x ∂y ∂z
= −1.
∂y ∂z ∂x

5.a Questão: Dê exemplo de f : R → R diferenciável em 0, com f 0 (0) 6= 0, mas tal que f
não é difeomorfismo entre U e V para qualquer par U e V de vizinhanças de 0 e de f (0),
respectivamente. Use seu exemplo para criar um novo exemplo, agora com f : R2 → R2 .
Explique por que isto não contradiz o Teorema da Função Inversa.
MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Álgebra Linear
Março de 2006

1.a Questão: Considere


   
0 0 0 0 0 0
A = 0 1 0 , B = 0 1 0 ,
0 2 0 0 1 0

Determine P in invertı́vel tal que A = P −1 BP .

2.a Questão: Seja T ∈ L(Cn ). Mostre que T e 2T são similares se e só se T é nilpotente.

3.a Questão: Uma transformação linear T ∈ L(Rn ) é dita positiva definida se hT x, xi ≥ 0


para todo x ∈ Rn .

1. Suponha T positiva definida e simétrica. Mostre que se hT x, xi = 0 então T x = 0.

2. Dê um exemplo de T positiva definida tal que hT x, xi = 0 e T x 6= 0 para algum


x ∈ Rn .

3. Suponha T positiva definida. Mostre que T x = 0 se e só se T t x = 0. (Sugestão: use


(1).)

4. Dê um exemplo de T tal que T x = 0 mas T t x 6= 0 para algum x ∈ Rn .

4.a Questão: Sejam T ∈ L(Cn ) diagonalizável e V ∈ Cn um subespaço invariante sob T .


Mostre que S = T |V , a restrição de T a V , é diagonalizável. (Sugestão: suponha que S
não seja diagonalizável e mostre então que T não é diagonalizável.)

5.a Questão: Seja Mn o espaço das matrizes reais n × n. Definimos o produto interno
h·, ·i em Mn da seguinte forma: se A = (aij )1≤i,j≤n , B = (bij )1≤i,j≤n são elementos de Mn ,
então n
X
hA, Bi = aij bij .
i,j=1

Dado B ∈ Mn , seja TB : Mn → Mn dada por TB (A) = BA para todo A ∈ Mn .

1. Mostre que TB é linear.

2. Mostre que (TB )t = TB .

3. Mostre que TB é unitária se e só se B é unitária.

4. Mostre que TB é invertı́vel se e só se B é invertı́vel, e que, neste caso, (TB )−1 = TB −1 .

5. Mostre que os polinômios mı́nimos de B e de TB coincidem.

6. Mostre que os espectros de B e de TB coincidem.


MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Cálculo Avançado
Março de 2007

1.a Questão: Seja n ∈ N e considere a função distância de Hausdorf definida por δ(A, B) =
d(A, B) + d(B, A), onde d(A, B) = supa∈A inf b∈B ka − bk, A, B ⊂ Rn . Seja

F = { subconjuntos fechados não-vazios de Rn }.

Mostre que (F, δ) é um “espaço métrico”, ou seja, as seguintes propriedades são válidas:
(i) δ(A, B) = δ(B, A) ≥ 0 e δ(A, B) = 0 se e somente se A = B, onde A, B ∈ F.
(ii) δ(A, B) ≤ δ(A, C) + δ(C, B), para quaisquer A, B, C ∈ F.

2.a Questão: Seja f : Rn → Rm , n, m ∈ N, contı́nua e homogênea de grau p ≥ 0 (i.e.


f (λx) = λp f (x), para todos x ∈ Rn , λ > 0). Mostre que se f é aberta (i.e. f leva aberto
de Rn em aberto de Rm ) então f é sobrejetiva e que a recı́proca não é verdadeira. Mostre,
ainda, que a recı́proca é verdadeira no caso particular de f ser linear.

3.a Questão: Seja M o conjunto das matrizes n × n e I ∈ M a matriz identidade.


Considere f : M → R definida por f (M ) = det(M ). Prove que f 0 (I)M = Traço(M ).
[Dica: f é multilinear.]

4.a Questão: Seja f : RN → RN , N ≥ 2, diferenciável e tal que existe

α : RN \ {0} → R, ∇f (x) = α(x)x, ∀x 6= 0.

(i) Mostre que existe β : [0, ∞[→ RN , derivável em ]0, ∞[, tal que f (x) = β(|x|), ∀x ∈ R.
(ii) β é contı́nua em 0? É derivável?

5.a Questão: Sejam Ω aberto de R2 e ϕ : Ω → R3 de classe C 2 . Seja a ∈ Ω tal que


ϕ(a) = b e suponha que ϕ0 (a) tem posto 2. Considere T = ϕ0 (a)(R2 ), que é chamado de
plano tangente à imagem de ϕ em b.
(i) Se u ∈ R2 , ε > 0 e c1 , c2 :] − ε, ε[→ Ω são tais que c1 (0) = c2 (0) = a e ċ1 (0) =
ċ2 (0) = u, mostre que

d d
(ϕ(c1 (t))t=0 = (ϕ(c2 (t))t=0 .
dt dt
(ii) Fixe um vetor n de R3 unitário e normal a T e defina α : T → R da seguinte forma:
para cada v em T , tome u ∈ R2 tal que ϕ0 (a)u = v, ε > 0 e considere c :] − ε, ε[→ Ω
tal que c(0) = a e ċ(0) = u; faça γ(t) = ϕ(c(t)) e
d2 γ
α(v) = h (0), ni.
dt2
Mostre que α está bem definida e é quadrática em v. Mostre que existe A : T → T
linear e simétrica tal que α(v) = hAv, vi, ∀v ∈ T (os autovalores de A são chamados
de curvaturas principais de ϕ em b e o produto deles, que é o determinante de A, é
a curvatura gaussiana de ϕ em b).
(iii) Sejam πi , para i = 1, 2, 3, as projeções canônicas de R3 em R2 (π2 (x1 , x2 , x3 ) =
(x1 , x3 ), por exemplo). Mostre que, para algum i, a composição πi ◦ ϕ é um difeo-
morfismo ψ entre uma vizinhança U de a e uma vizinhança V de πi (b). Conclua que
existe f : V → R3 tal que ϕ(x) = f (ψ(x)), ∀x ∈ U .

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MESTRADO EM MATEMÁTICA APLICADA
Exame de Álgebra Linear
Março de 2007

1.a Questão: Seja L uma matriz quadrada complexa tal que P = limk→∞ Lk existe. Mostre
que

(i) P é uma projeção.

(ii) A imagem e o núcleo de P são subespaços invariantes por L.

(iii) L restrito à imagem de P é a identidade.

2.a Questão: Sejam A e B duas matrizes quadradas complexas de mesma dimensão satis-
fazendo AB = BA. Responda se cada afirmativa abaixo é verdadeira ou falsa, incluindo
uma demonstração ou um contra-exemplo, dependendo do caso.

(i) Se uma das matrizes é diagonalizável, então a outra também é e existe uma base que
diagonaliza as duas matrizes simultaneamente.

(ii) A e B são diagonalizáveis se e somente se AB é diagonalizável.

3.a Questão: Sejam V um espaço vetorial complexo de dimensão finita e N : V → V


uma transformação linear nilpotente, isto é, existe k ∈ N tal que N k ≡ 0. Defina Wj =
Kernel(N j ) para j ∈ N. Prove que

(i) W1 ⊂ · · · ⊂ Wk = Wk+j para todo j ∈ N.

(ii) O menor k tal que N k ≡ 0 satisfaz k ≤ dimV .

(iii) Se Wm = Wm+1 então Wm = Wm+j para todo j ∈ N.

(iv) Existe uma base para V tal que N nesta base é triangular superior com diagonal
nula.

4.a Questão: Sejam V um espaço vetorial real de dimensão finita, v ∈ V não-nulo e


T : V → V uma transformação linear.

(i) Prove que existe um polinômio com coeficientes reais p(x) de grau menor ou igual a
dimV tal que p(T )v = 0. [Dica: Considere o conjunto v, T v, T 2 v, . . ..]

(ii) Prove que uma das raizes de p(x) é um autovalor de T . [Dica: Utilize o Teorema
Fundamental da Álgebra e fatore o polinômio].

5.a Questão: Suponha que T seja uma transformação linear autoadjunta e positiva definida
em um espaço vetorial real V de dimensão finita. Prove que existe uma transformação linear
S em V tal que S 2 = T .
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Exame de Cálculo Avançado
Março de 2008

1.a Questão: Justifique ou apresente contra-exemplos:

(i) Se A e B são fechados e d(A, B) = 0 então A ∩ B 6= ∅ ( lembre que a distância entre


dois conjuntos é dada por d(A, B) = inf{d(x, y), x ∈ A, y ∈ B} ).

• Se A é fechado e B é compacto com d(A, B) = 0 então A ∩ B 6= ∅

(ii) Se f : R → R tem derivada em todos os pontos então f 0 é contı́nua

2.a Questão: Seja U ⊂ RN um conjunto aberto, limitado e convexo. Seja f : U → R


contı́nua com gradiente limitado.

(i) Mostre que f pode ser estendida a U de forma contı́nua.

(ii) Mostre que a hipótese de convexidade não pode ser retirada, isto é, existe U ⊂ RN
conjunto aberto, limitado e não convexo e uma função f contı́nua com gradiente
contı́nuo e limitado que não pode ser estendida continuamente ao fecho de U

(iii) Mostre que a hipótese de função com derivada limitada também não pode ser retirada,
isto é, existe U aberto, limitado e conexo e função f contı́nua, diferenciável em todos
os pontos, mas cujo gradiente não é limitado e que não pode ser estendida de forma
contı́nua a U .

3.a Questão: Seja U ⊂ RN aberto conexo e f : U → RN \ {0} de classe C 1 .

(i) Seja h(x) = (f (x), f (x)). Mostre que h0 (x).k = 2((f 0 (x).k), f (x)) para todo k ∈ RN
( onde ’.’ significa aplicação ).

(ii) Considere que a imagem de f não contém 0. Mostre que kf (x)k é constante se, e
somente se, f 0 (x).k é ortogonal a f (x) para todo x e h pertencentes ao RN .
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Exame de Álgebra Linear
Março de 2008

1.a Questão: Sejam V e W espaços vetoriais de dimensão finita. Seja T ∈ L(V, W ). Prove
que T é sobrejetiva se, e somente se, existe S ∈ L(W, V ) tal que T S é o operador identidade
em W .

2.a Questão: Prove os seguintes resultados:

(a) Se V é espaço vetorial de dimensão finita, S e T pertencem a L(V ) e são tais que
ST = T S então N (T − λI) é invariante sob S para todo λ ∈ C

(b) Se V é espaço vetorial de dimensão finita, S e T pertencem a L(V ). Mostre que ST


e T S tem os mesmos autovalores

3.a Questão: Seja T ∈ L(R2 ) tal que dim N ((T − 2I)3 ) = 4 e dim N ((T − 2I)2 ) = 3.
Faça o que se pede:

• Apresente a matriz de Jordan de T


T
• Apresente a matriz
P∞ de ie na mesma base que o item anterior
T
(obs: e = I + i=1 T /i!)

4.a Questão: Suponha que V é espaço vetorial complexo de dimensão finita, S é operador
auto-adjunto, λ ∈ C e  > 0. Prove que se existe v ∈ V tal que kvk = 1 e kT v − µvk < ,
então T tem um autovalor λ tal que |λ − µ| < 
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Exame de Cálculo Avançado
Março de 2009

1.a Questão: Mostre que f : Rn → Rm é contı́nua se, e somente se, para todo X ⊂ Rn ,
f (X) ⊂ f (X).

2.a Questão: Seja V = L(RN ) o conjunto de todas as matrizes quadradas de ordem N e


f : V → R a função definida por f (X) = traço(XX T ). Mostre que f é diferenciável em V
e calcule f 0 (X).

3.a Questão: Sejam Ω ⊂ Rn aberto e f : Ω → R uma função duas vezes diferenciável em


Ω. Mostre que se f é de classe C 2 em x0 ∈ Ω, então a matriz hessiana [f 00 (x0 )] é simétrica.
A hipótese “C 2 em x0 ” é necessária? Justifique sua resposta.

4.a Questão: Considere a função f : R2 → R definida por


1 2 2
f (x, y) = xy + e−(x +y )
2

e seja C = (x, y) ∈ R2 ; f (x, y) = 1 .

(a) Mostre que C é uma curva (isto é, que numa vizinhança de cada um de seus pontos,
C é gráfico de uma função).

(b) Mostre que C não é conexo.

5.a Questão: Seja f : Rn → Rn uma função de classe C 1 e considere φ(x) = f (x) − x.


Mostre que se φ é uma contração (isto é, kφ(x) − φ(y)k ≤ κkx − yk, 0 ≤ κ < 1), então f é
um difeomorfismo de classe C 1 .
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Exame de Álgebra Linear
Março de 2009

1.a Questão: Seja A : RN → RN um operador auto-adjunto. Mostre que A é não-negativo


se e somente se todos os autovalores são maiores ou iguais a zero.

2.a Questão: Seja S o subespaço das matrizes reais simétricas 3 × 3. Para cada B ∈ S,
seja TB a aplicação TB : R7 → S definida por TB (x1 , . . . , x7 ) = x1 I + x2 B + · · · + x7 B 6 .
Mostre que, para qualquer B ∈ S, o núcleo de TB tem dimensão maior que zero.

3.a Questão: Seja E um espaço vetorial sobre o corpo K (K = R ou C). Prove que
L ∈ L(E) é uma homotetia (isto é, existe λ ∈ K tal que L(x) = λx) se, e somente se, para
todo x ∈ E, a famı́lia (x, L(x)) não é linearmente independente.

4.a Questão: Seja Mn (K) o espaço das matrizes n × n (sobre o corpo K = R ou C),
munido da norma n
X
kAk = |aij |, se A = [aij ]1≤i,j≤n .
i=1
j=1

e GLn (K) ⊂ Mn (K) o conjunto das matrizes invertı́veis. Mostre que GLn (K) é aberto e
denso em Mn (K).

5.a Questão: Seja E um espaço vetorial real munido de um produto interno h·, ·i e
x1 , . . . , xn ∈ E. A matriz M = [aij ]1≤i,j≤n , onde aij = hxi , xj i, é denominada matriz
de Gram dos vetores x1 , . . . , xn e G(x1 , . . . , xn ) = det M o respectivo determinante de
Gram.

(1) Prove que M é simétrica e positiva (isto é, y T M y ≥ 0, para todo y ∈ Rn );

(2) Mostre que (x1 , . . . , xn ) é linearmente independente se, e somente se, M é invertı́vel.

(3) Suponha E um espaço de Hilbert, seja V um subespaço de E de dimensão n e x ∈ E.


Considere uma base (e1 , e2 , . . . , en ) (não necessariamente ortogonal) de V e defina
d = inf y∈V kx − yk. Prove que

G(e1 , . . . , en , x)
d2 = .
G(e1 , . . . , en )
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Exame de Cálculo Avançado
Agosto de 2009

1.a Questão: Verifique que a função f : R2 → R

f (x, y) := sen y − xy + x2

define, através da equação f (x, y) = 0, a variável y como função ϕ de x em uma vizinhança


de (0, 0). Determine o polinômio de Taylor de ϕ de grau 2 com respeito ao ponto inicial
x = 0.

2.a Questão: Seja M at(R, n) o espaço das matrizes reais n × n.

1. Seja det : M at(R, n) → R a função determinante. Compute a diferencial de det em


A ∈ M at(R, n).

2. Seja Q : M at(R, n) → M at(R, n) a função definida por Q(A) := A2 . Mostre que Q é


localmente invertı́vel ao redor da matriz identidade I.

3.a Questão: Dada a função f (x, y, z) = x2 + y 2 + 3z 2 , prove que existe o mı́nimo de f em


S := {(x, y, z) ∈ R3 : x2 + y 2 + z 2 = 1}. Determine o valor do mı́nimo.

4.a Questão: Mostre que a função f : [0, 1] × [0, 1] → R definida por:


 xy
(x+y)2
(x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) =
0 (x, y) = (0, 0)

não é contı́nua em (0, 0).

5.a Questão: Mostre que a função 1/x definida em (0, 1) não é uniformemente contı́nua.

6.a Questão: Encontre uma função que dê o mı́nimo absoluto, em E = C 2 ([0, 1], R), de
Z 1  2
dy
I(y) = dx
0 dx

com condições de contorno:

1. y(0) = y(1) = 0.

2. y(0) = 0, y(1) = 1.
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Exame de Álgebra Linear
Agosto de 2009

1.a Questão: Sejam N1 e N2 duas matrizes 6 × 6 nilpotentes com coeficientes em um corpo


K. Suponha que N1 e N2 tenham o mesmo polinômio mı́nimo e o mesmo posto.
1. Mostre que N1 e N2 são similares.
2. Mostre que o resultado acima não é verdadeiro para matrizes 7 × 7.

2.a Questão:
1. Seja N uma matriz complexa 3 × 3 nilpotente. Mostre que
1 1
A := I + N − N 2
2 8
é uma raiz quadrada de I + N .
2. Use a série de Taylor de (1 + t)1/2 para obter uma fórmula similar para uma raiz
quadrada de I + N com N matriz complexa nilpotente n × n.
3. Mostre que cada matriz complexa não singular n × n possui uma raiz quadrada.

3.a Questão: Seja Pn o espaço vetorial dos polinômios de grau menor ou igual a n com
coeficientes em um corpo K. Compute o polinômio mı́nimo de:
1. O operador de derivação D : Pn → Pn .
2. O operador de translação T : Pn → Pn definido por (T f )(x) := f (x + 1).

4.a Questão: Seja V um espaço vetorial complexo com produto interno, N um operador
normal em V , e v ∈ V um vetor. Mostre que se N k v = 0 por um inteiro k ≥ 1 então
N v = 0.

5.a Questão: A ‘métrica’ de Lorentz é definida por:


k α k2L := t2 − x2 − y 2 − z 2 α = (t, x, y, z) ∈ R4 .
Um operador linear T : R4 → R4 é chamado uma transformação de Lorentz se para cada
α ∈ R4 :
k T α k2L =k α k2L .
Seja H o espaço vetorial (real) das matrizes complexas autoadjuntas 2 × 2, e U : R4 → H
o operador:  
t + x y + iz
U (t, x, y, z) =
y − iz t − x .
Se M é uma matriz complexa 2 × 2 definimos o operador TM : H → H por TM (A) :=
M † AM , e o operador LM : R4 → R4 por LM := U −1 TM U .
1. Mostre que U é um isomorfismo e que para cada α: k α k2L = det U (α).
2. Mostre que se |detM | = 1 então LM é uma transformação de Lorentz.

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Exame de Cálculo Avançado
Março de 2010

N
! 21
X
1.a Questão: Seja f : RN → RN dada por f (x) = kxk−1 x, com kxk = x2n .
n=1

a. Calcule df .
N
X
b. Determine a imagem de df (a), para a = (1, . . . , 1) = en .
n=1

2.a Questão: Sejam A e B abertos em RN e f : A → B de classe C ∞ . Suponha que f


seja sobrejetiva e que f 0 (x) seja uma bijeção, para todo x em RN . É verdade que f é um
difeomorfismo entre A e B?

3.a Questão: (Utilização de varias normas em espaços funcionais de dimensão infinita)


Seja E o espaço vetorial das funções continuas de [−1; 1] em C, munido da norma sup:
kf k∞ = sup |f (t)|.
t∈[−1,1]
Seja F o espaço vetorial das funções 2π-periódicas e continuas de R em C que munimos alter-
1 qR π
nativamente da norma N2 : N2 (f ) = −π
|f (t)|2 e da norma sup: N∞ (f ) = sup |f (t)|.
2π t∈R
Seja L : E → F a aplicação definida por L(f )(t) = f (cos(t)).

a. Mostre que L é bem definida, linear e injetiva.

b. Mostre que L é continua por cada uma das normas N2 e N∞ de F e calcule kLk2 e
kLk∞ .

4.a Questão: (Topologia e teorema de Ascoli) Sejam (E, d) um espaço métrico e H uma
famı́lia equicontı́nua de funções de E em R.

a. Mostre que o conjunto A dos x ∈ E pelos quais o conjunto H(x) é limitado é aberto e
fechado.

b. Suponhamos E compacto e conexo e que existe um x0 ∈ E tal que H(x0 ) seja limi-
tado. Utilize o teorema de Ascoli para demonstrar que H é relativamente compacto em
C(E, R).

5.a Questão: Considere uma função f : Rn → R diferenciável e Ω ⊂ Rn um conjunto


conexo aberto limitado com a propriedade que para todo x ∈ ∂Ω existe um y ∈ Ω tal que
o segmento de reta aberto que une x e y esteja contido em Ω (isto é, {tx + (1 − t)y; t ∈
(0, 1)} ⊂ Ω) e ∇f (x) · (x − y) < 0.
Mostre que existe x0 ∈ Ω tal que ∇f (x0 ) = 0.
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Exame de Álgebra Linear
Março de 2010

1.a Questão: Seja P uma matriz quadrada n × n tal que P 2 = P e que


0 < dim Nuc P = k < n.
a. Determine todos autovalores de P .
b. Exiba uma matriz V não-singular e uma matriz diagonal D tal que V −1 P V = D.

2.a Questão: (Uma condição necessária e suficiente de diagonalização sobre um polinômio


anulador) Sejam E um K-espaço vetorial (K = R ou C) de dimensão finita n e T ∈ L(E).
a. Demonstre que T é diagonalizável se, e somente se, existe um polinômio P ∈ K[X]
M
Y
anulando T tal que P (x) = (x − ai ) com ai ∈ K e, para todo i, j = 1, . . . , M , ai 6= aj
i=1
se i 6= j.
Aplicações:
 
0 <1 <0 0
<< <<
 << << 
 < <<
<< < 0  ∈ M (C). Mostre que A é diagonalizável.

b. Seja A =  << n
<< 1 
 
 0
1 0 0
c. Sejam A ∈ GLn (C) e p ∈ N∗ . Mostre que A é diagonalizável se, e somente se Ap é
diagonalizável.
d. Mostre que o mapa “transposição” T : Mn (R) → Mn (R) é um operador diagona-
A 7→ AT
lizável.
Que conclusão podemos tirar para um operador involutivo geral (T 2 = id)?

3.a Questão: Considere uma matriz real A 2 × 2.


a. Explique o significado geométrico da decomposição em valores singulares (SVD) de A:
A = U ΣV T , com U, V unitárias e Σ diagonal com entradas não-negativas. Explicite o
significado geométrico de U, V, Σ.
b. Prove a existência da decomposição SVD para a matriz (real 2 × 2) A.

4.a Questão: (Utilização do posto para caracterizar um operador antissimétrico por um


produto vetorial) Seja E um espaço euclidiano de dimensão 3.
Seja f ∈ L(E) um operador linear antissimétrico (i.e. para todo (u, v) ∈ E 2 , hf (u), vi =
−hu, f (v)i).
a. Demonstre que Im f = (Nuc f )⊥ e deduza que Im f é estável por f .
b. Mostre que o posto de f é necessariamente par.
c. Demonstre que existe um único a ∈ E tal que para todo u ∈ E, f (u) = a × u (produto
vetorial).

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Exame de Cálculo Avançado
Agosto de 2010

1.a Questão: Seja n ∈ N e considere a função distância de Hausdorff definida por


δ(A, B) = d(A, B) + d(B, A), onde d(A, B) = supa∈A inf b∈B ka − bk, A, B ⊂ Rn .
Seja F = { subconjuntos fechados não-vazios de Rn }. Sabendo que (F, δ) é um espaço
métrico, mostre que ele é completo, ou seja, que as seguintes propriedades são válidas:
(i) Para uma seqüência (“de Cauchy”) {Am }m ⊂ F satisfazendo δ(Am , Ak ) → 0, quando
m, k → ∞, o conjunto “limite”
\ [
W = Ak
m≥1 k≥m

pertence a F.
(ii) Para {Am }m e W como no item (i), δ(Am , W ) → 0, quando m → ∞.

2.a Questão: Sejam U um aberto de Rn , n ∈ N, e F : U → Rn uma função continuamente


diferenciável com F (x) 6= 0, ∀x ∈ U . Considere g : U → R dada por
1
g(x) = , x ∈ U,
kF (x)k2
onde k · k é a norma Euclidiana em Rn . Mostre que g é continuamente diferenciável e
determine a derivada direcional Dg(x) · v para um vetor qualquer v ∈ Rn e qualquer x ∈ U .

3.a Questão: Sejam U, V ⊂ Rd abertos, d ∈ N, e Φ : U → V um homeomorfismo. Suponha


que Φ seja diferenciável em x0 ∈ U e det DΦ(x0 ) = 0. Seja {Wn }n∈N uma sequência de
cubos abertos ou fechados em U contendo x0 , cujos lados tendem a 0 quando n → ∞.
Denotando o volume d-dimensional de um conjunto por Vol(·), mostre que
Vol(Φ(Wn ))
lim = 0.
n→∞ Vol(Wn )

4.a Questão:
(a) Anuncie o teorema de função inversa para uma função F : R2 → R2 .
(b) Considere a função dada por (u, v) = F (x, y) = (e2y sen x, e3y cos x). Mostre que
para qualquer ponto (u0 , v0 ) em uma vizinhança suficientemente pequena de (0, 1),
existe (x, y) ∈ R2 tal que F (x, y) = (u0 , v0 ).
(c) Mostre que a função F do item (b) não possui inversa e explique porque isso não
contradiz o teorema de função inversa.
(d) Mostre que a função G : R2 → R2 dada por (u, v) = G(x, y) = (x3 , x2 + y) possui
inversa e o seu Jacobiano é igual a 0 no ponto (0, 0). Explique, ainda, porque isso
não contradiz o teorema de função inversa.

5.a Questão: Seja a função f (x, y, z) = x − y + 2z, ∀(x, y, z) ∈ R3 . Encontre todos os


pontos extremos de f localizados no elipsóide {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y 2 + 2z 2 = 2}.
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Exame de Algebra Linear
Agosto de 2010

1.a Questão: Responda se cada afirmativa abaixo é verdadeira ou falsa, incluindo uma
demostração ou um contra-exemplo, dependendo do caso.
(a) Se A é uma matriz n × n, n ∈ N, com um autovalor λ cujo autoespaço tem dimensão
n, então A é uma matriz diagonal.
(b) A imagem e o núcleo de qualquer transformação linear em um espaço vetorial são
subespaços invariantes pela transformação.
(c) Se A e B são duas matrizes quadradas de mesma dimensão satisfazendo AB = BA,
então cada autoespaço de uma das matrizes é invariante também pela outra matriz.
(d) Se A e B são duas matrizes quadradas de mesma dimensão satisfazendo AB = BA e
ambas são diagonalizáveis, então o produto AB é diagonalizável.
(e) Se A e B são duas matrizes quadradas de mesma dimensão satisfazendo AB = BA e
com o produto diagonalizável então cada uma delas é diagonalizável.

2.a Questão: Seja T : V → V um operador linear invertivel, onde V é um espaço vetorial


de dimensão finita. Mostre que
(a) Se λ é um autovalor de T , então 1/λ é um autovalor de T −1 .
(b) O autoespaço de T associado ao autovalor λ coincide com o autoespaço de T −1 asso-
ciado a 1/λ.
(c) Se T é diagonalizável, então T −1 é diagonalizável.

3.a Questão: Seja V = C([−1, 1]) o espaço de funções contı́nuas em [−1, 1], munido com
o produto escalar: Z 1
hf (t), g(t)i = f (t)g(t).
−1
Considere o subespaço P2 (R) dos polinômios de grau menor ou igual a 2.
(a) Use o processo de Gram-Schmidt para achar uma base orthonormal em P2 (R).
(b) Encontre o polinômio em P2 (R) que seja a melhor aproximação de h(t) = et no
intervalo [−1, 1] em relação à métrica associada ao produto escalar acima.

4.a Questão: Seja V um espaço vetorial real. Dizemos que um subespaço vetorial N de V
é um hiperespaço em V se N é um subespaço vetorial próprio maximal de V (i.e., se W é
um subespaço de V contendo N , então ou W = N ou W = V ). Prove que todo hiperespaço
em V é o núcleo de um funcional linear não-nulo em V .

5.a Questão: Seja A uma matriz real simétrica com autovalores positivos. Prove o seguinte
teste de estabilidade de Lyapunov para o operador M : Suponha que AM + M H A = −I.
Se M x = λx, então Re λ < 0.

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