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Gustavo Kenner Alcântara
Lívia Nascimento Tinôco
Luciano Mariz Maia
Brasília
2018
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DIRETORIA DA ANPR
Apresentação ������������������������������������������������������������������������������������������������������ 6
Marco temporal para aquém dos direitos dos povos indígenas ao território
tradicional ������������������������������������������������������������������������������������������������������ 326
Rebeca Ariel Aparecida de Campos Ferreira
L P M 1
RESUMO
1
Luísa Molina é pesquisadora da Universidade de Brasília, vinculada ao Laboratório de
Antropologias da T/terra. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Antropo-
logia Social dessa mesma instituição, desenvolve pesquisa sobre relação entre povos
indígenas e terra, com enfoque nos debates em torno dos conceitos de genocídio e
etnocídio para pensar impactos de megaprojetos de hidreletricidade. É mestre em
antropologia social também pela Universidade de Brasília, com dissertação intitulada
Terra, luta, vida: autodemarcações indígenas e a rmação da diferença.
ABSTRACT
The present article is based on the con ict surrounding the land
regularization of the Indigenous Land (TI) Sawré Muybu (from the
Munduruku people in the Middle Rio Tapajós) and the in ow of mega-
projects on the Tapajós-Teles Pires basin – such as hydroelectric plants,
Waterways and ports. In dealing with the complex arena of this con-
ict, emphasis will be placed on what critique munduruku points to as
“pretending” operations, from which certain organs of the federal gov-
ernment ignore the indigenous presence in those areas and thus make
way intensive exploitation of their “resources”. Linked to this notion
is another, also presented in this text, according to which indigenous
territorial rights – and administrative processes related to them, such as
land demarcation – are often objects of improvisational games. In intro-
ducing these two notions – and starting from indigenous elaborations
about the inseparability between “land” and “life” – this paper will seek
to argue that the guarantee of the demarcation of a land is a condition
for the very existence and self-determination of the indigenous peoples.
We will also argue that, conversely, the Amazonian river bus projects
are in fact death promoters. Based on indigenous elaborations in this
regard, we will seek to contribute to the recent recovery of the concept
of “ethnocide” by prosecutors and judges, suggesting an extension of
its scope by sheltering it under the concept of genocide.
Keywords: Indigenous lands. Hydropower plants. Genocide.
Ethnocide.
SUMÁRIO
1. Introdução
1.1. O con ito no Tapajós
2. “Faz de conta” e “improvisação estatal”
3. Etnocídio e genocídio indígena
4. Etnocídio, genocídio, Belo Monte e barragens do Tapajós
5. Considerações nais
Referências
1� INTRODUÇÃO
2
Processo n. 0003883-98.2012.4.01.3902 – Vara Única de Itaituba.
3
O prêmio é uma parceria do CNJ e da Secretaria Especial de Direitos Humanos
da Presidência da República (SDH), cujo foco é distinguir “decisões judiciais que
manifestaram atuação do Judiciário na proteção da dignidade da pessoa humana
e direitos fundamentais”. Para mais, ver “Juiz federal da Seção Judiciária do Pará
tem sentença premiada pelo CNJ”. Disponível em: <http://advocaciafg.adv.br/site/
juiz-federal-da-secao-judiciaria-do-para-tem-sentenca-premiada-pelo-cnj/>. Acesso
em: 24 mar. 2017.
4
Este artigo é um dos resultados de minha dissertação de mestrado, defendida em
fevereiro de 2017 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Uni-
versidade de Brasília (cf. MOLINA, 2017a).
5
Faço notar: quando um etnônimo está grafado como tal – i.e., como nome próprio –,
utilizo iniciais maiúsculas (como em Munduruku, por exemplo); quando está na
posição de adjetivo (como “o caso munduruku”, “a estratégia munduruku” etc.),
utilizo minúsculas.
7
Em 2001 foi constituído um Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de levantar
informações acerca de aldeias mundurukus ao longo do rio Tapajós e fornecer subsí-
dios para estudos futuros de identi cação e delimitação (ALMEIDA, 2001). A partir
daí, áreas habitadas pelos Mundurukus no médio curso do Tapajós – entre elas, Sawré
Muybu – foram incluídas nas demandas por regularização fundiária. Entre 2007 e
2008 foram feitos os primeiros levantamentos dessa natureza, mas o RCID, que
apresentaria os resultados desses estudos, nunca foi entregue ao órgão indigenista
pela antropóloga que coordenava o GT (FUNAI, 2013, p. 13). Os Mundurukus só
tiveram notícias do andamento desse processo em 2012, quando um novo GT foi
criado, visando retomar os estudos etno-históricos, antropológicos, ambientais e
cartográ cos (id., p. 15), que foram concluídos em setembro do ano seguinte.
8
Sobre as lutas do povo Munduruku frente aos megaprojetos que miram as suas terras
e o rio Tapajós, ver o trabalho de Loures (2017) junto ao Movimento Munduruku
Ipereğ Ayũ.
9
Sobre a suspensão de segurança, ver também Trindade et al. (2016); Almeida e
Figueiredo (2015); Guetta (2015).
10
Este é apenas um dos processos judiciais abertos pelo MPF (ecoando os interesses
dos Mundurukus) no contexto do con ito em torno de Sawré Muybu e de São Luiz
do Tapajós. Há uma síntese sobre essa atuação em Boaventura (2016); contudo, o
assunto mereceria análise mais extensa, aliada a uma discussão de fôlego acerca da
arena mesma desse con ito – seus diversos atores e respectivos modos próprios de
fazer política –, de forma a nos permitir vislumbrar as operações ali realizadas com
e a partir do direito. Creio que esse seja um caminho interessante para explorar de
forma consistente aquilo que vislumbramos aqui como “faz de conta do Estado”.
que não sabe que tem uma terra indígena identi cada? (...) A intenção
do governo de expulsar os Munduruku de seu território milenar não é
de hoje. Primeiro ele esqueceu por décadas que nessa região existem
populações: indígenas, seringueiros, pescadores, agricultores, ribeirinhos
e outros; segundo, passa como um trator de esteira por cima da lei (...).
Na região do Tapajós enquanto todos os dias se mata mais e mais ores-
tas, com os madeireiros invadindo os Parques e Flonas, inclusive a terra
que estamos autodemarcando, enquanto aumenta a quantidade de balsas
de garimpo matando o rio Tapajós, bem em frente ao Parque Nacional
da Amazônia, o governo se preocupa em atacar o povo Munduruku, e a
negar o nosso direito da terra tradicional.11
“Ao menos desde o século XVIII, a ocupação humana do alto
Tapajós é documentada. Ainda assim, até hoje, não falta quem insista –
por ignorância ou má-fé – em sua inexistência”, a rma o pesquisador
Maurício Torres (2016, p. 3). Mostrando a insistência de funcionários
do Ministério de Minas e Energia (MME) em a rmar que o com-
plexo do Tapajós está projetado para uma área inabitada, Torres nos
permite ver a ligação direta entre esses discursos – pronunciados em
2012, 2013 e 2014 – e aqueles que buscavam defender a política dos
governos militares de “ocupação” da Amazônia:
Muito antes de os tecnocratas do MME negarem até a existência da gente
do vale do Tapajós, no início dos anos de 1970, quando o regime militar
decidiu que a Amazônia seria “ocupada” como saída para a grave crise
social das regiões Sul e Nordeste, criando o embrião dos atuais projetos
hidrelétricos, Emílio Garrastazu Médici teria proclamado: “terra sem
povo para um povo sem terra” (Torres, 2005; Cunha, 2009). Ao que
parece, o ditador e os tecnocratas de hoje, convenientemente, não consi-
deram como gente os indígenas, quilombolas, ribeirinhos, varzeiros e
citadinos da região. Como no período colonial, a região é esvaziada pelo
discurso, em um esforço para se “justi car” a expropriação territorial e o
solapamento dos modos de vida desses grupos. (TORRES, 2016, p. 15).
O que desejo enfatizar com o exposto até aqui é a persistência de
elementos daquilo que Sandra Nascimento (2016) chama de “improvi-
sação estatal”: uma “atitude política de fazer arranjos estruturais opor-
tunistas, tecnicamente frouxos e dissociados de um plano/programa
mais consistente” (p. 82). A autora argumenta que, a partir do “controle
legal da situação de existência dos povos indígenas” – com a criação
11
“II carta da autodemarcação – o governo ataca contra a demarcação da terra indígena
Sawré Muybu preparando o leilão da Flona Itaituba I e II”. Disponível em: <https://
autodemarcacaonotapajos.wordpress.com/2014/11/24/carta-ii-da-autodemarcacao/>.
Acesso em: 27 dez. 2015.
12
O que, na verdade, é mais do que luz e sombra, pois visibilizar/ocultar ainda supõe
uma espécie de coexistência, quando as disputas ali parecem dizer respeito, em
última instância, ao que pode existir de fato: terra indígena, hidrelétrica, Flona
leiloada (sendo que a primeira e a segunda se excluem mutuamente).
13
Como a já citada MP n. 558/2012 – cujo objetivo era reduzir a extensão das unidades
de conservação (UCs) que “atrapalhariam” as UHEs (PALMQUIST, 2016, p. 341) – e
as Portarias Interministeriais n. 419/2011 e n. 060/2015, que versam sobre as terras
indígenas e quilombolas consideradas nos processos de licenciamento ambiental.
14
LEWANDOWSKI, 2017. Comunicação pessoal.
15
“II carta da autodemarcação – o governo ataca contra a demarcação da terra indígena
Sawré Muybu preparando o leilão da Flona Itaituba I e II”. Disponível em: <https://
autodemarcacaonotapajos.wordpress.com/2014/11/24/carta-ii-da-autodemarcacao/>.
Acesso em: 27 dez. 2015.
16
Disponível em: <https://autodemarcacaonotapajos.wordpress.com/2014/11/18/carta-
da-auto-demarcacao/>. Acesso em: 16 abr. 2016.
17
Como se sabe, a UHE Belo Monte é alvo de mais de vinte ações do MPF, seja pelo
processo de licenciamento ambiental (cf. FLEURY, 2013; MAGALHÃES e HER-
NANDEZ, 2009), seja pelo descumprimento de condicionantes, seja por ecocídio
e etnocídio. E a UHE Teles Pires foi realizada sem o cumprimento do chamado
“componente indígena”; o direito à consulta prévia, nesse caso, só foi garantido
pela Justiça em 2016, depois que a barragem já estava construída.
falar. Por isso nós ocupamos o seu canteiro de obras. Vocês precisam
parar tudo e simplesmente nos ouvir.18
A resposta do governo federal não podia ter sido mais explícita:
“consulta não é sim ou não”, os índios ouviram de Paulo Maldos,
então secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da
Presidência da República (SGPR). Este, por sua vez, ecoou Gilberto
Carvalho, à época ministro da SGPR, segundo o qual as barragens nos
três rios eram inegociáveis. Esse ponto foi defendido pelo ministro
com base em uma articulação argumentativa bastante reveladora,
centrada na noção de “interesse nacional” – como não é raro acontecer
quando se busca suprimir a singularidade de uma minoria em face
de uma maioria englobante (uma operação discursiva e política de
potencial marcadamente etno/genocida, como ainda argumentaremos).
Em fevereiro daquele mesmo ano, Carvalho disse algo semelhante ao
grupo de homens e mulheres mundurukus e kayabis que protestavam
contra as hidrelétricas projetadas para o rio Teles Pires, posicionados
no lado de fora da cerca que separa o Palácio do Planalto da rua:
Vocês têm duas opções: uma delas é inteligente, é dizer ok, nós vamos
acompanhar, vamos exigir nossos direitos, vamos exigir preservação
e benefícios para nós. A outra é dizer não. Isso vai virar, infelizmente,
uma coisa muito triste e vai prejudicar muito a todos, ao governo, mas
também a vocês. A hidrelétrica a gente não faz porque quer, mas porque
o país precisa.19
“Vocês querem nos ver amansados e quietos, obedecendo a sua
civilização sem fazer barulho”, disseram em carta20 os ocupantes de
Belo Monte, oferecendo uma resposta audaz àquilo que recorren-
temente ouviam – seja de forma direta, como da fala supracitada
de Gilberto Carvalho, seja de forma indireta, sob a noção (deveras
disseminada) do “interesse nacional”. A persistência do “barulho” –
feito em tantas e tão diversas línguas, múltiplas vozes e ecos, muitos
ecos – é uma via, inclusive, de resistência ontológica: a rmação da
multiplicação da diferença; uma luta contra o imperativo da ordem
18
“Carta da ocupação de Belo Monte n. 1”. Disponível em: <http://ocupacaobelomonte.
wordpress.com/2013/05/02/carta-da-ocupacao-de-belo-monte-numero-1/>.
19
“Gilberto Carvalho tem diálogo tenso com índios contrários à usina de Teles Pires”.
Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/gilberto-carvalho-tem-dialogo-
tenso-com-indios-contrarios-usina-de-teles-pires-7642233#ixzz4Was7FI4r>. Acesso
em: 23 jan. 2017. Ênfases acrescentadas.
20
“Carta da ocupação de Belo Monte n. 1”. Disponível em: <http://ocupacaobelomonte.
wordpress.com/2013/05/02/carta-da-ocupacao-de-belo-monte-numero-1/>.
21
“Carta da ocupação de Belo Monte n. 1”. Disponível em: <http://ocupacaobelomonte.
wordpress.com/2013/05/02/carta-da-ocupacao-de-belo-monte-numero-1/>.
22
Viveiros de Castro ainda nota que, embora não citem o termo “etnocídio”, a “Con-
venção n. 169 da OIT sobre povos indígenas e tribais” (1989), da qual o Brasil é
signatário, e a “Resolução das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas”
(de 2007) tratam fundamentalmente do mesmo problema – como se vê no reco-
nhecimento que fazem dos cenários de supressão dos direitos fundamentais desses
povos e na a rmação contundente acerca da defesa da autonomia sociocultural dos
mesmos, em termos gerais, e nos artigos 8 e 10 da resolução supracitada, em espe-
cí co. No que diz respeito às discussões focadas especi camente nesse conceito,
destaca-se o “Encontro de Especialistas em Etno-Desenvolvimento e Etnocídio na
América Latina”, realizado em 1981 com patrocínio da Unesco.
que lhes foi tomado no passado, algo que o dinheiro não pode com-
prar, a sua identidade cultural” (id., ibid.). Esse povo viu desaparecer
partes importantes de sua vida e cultura, diz ainda o autor, contando
que, por terem sido forçados a viver a pelo menos 70 km do rio, “os
Aikewara abandonaram a fabricação de utensílios de barro e argila,
uma atividade central no universo feminino dessa população; deixaram
de fabricar canoas e de pescar” (id., p. 3; cf. CALHEIROS, 2014).
A di culdade de amparar os povos indígenas afetados durante o
regime militar reside justamente na incapacidade do Estado de reco-
nhecer a especi cidade étnica e a dimensão coletiva como o próprio
motivo de os índios terem se tornado alvo desses governos, argumenta
Calheiros (2015, p. 3). Tratando dos limites da justiça de transição
para os casos de violação de direitos dos povos indígenas durante
a ditadura militar – e, em especial, da Lei n. 9.140, de 4 de dezem-
bro de 1995, a partir da qual o Estado brasileiro reconheceu como
mortas pessoas perseguidas pela ditadura militar –, o autor destaca
a importância de se ter em vista o conceito de etnocídio para que se
possa considerar a singularidade desses povos em políticas reparativas
(p. 7). “Trata-se de um conceito de difícil categorização, que exige
uma análise minuciosa dos casos envolvidos”, indica Calheiros, para
quem “a absorção compulsória de uma cultura por outra” colocaria
um empecilho para que ações etnocidas fossem compreendidas sob
a noção de genocídio, como ela aparece na Lei n. 2.889, de 1º de
outubro de 1956, citada acima. De fato, é preciso examinar em deta-
lhes cada caso, mas de partida não vejo como políticas ou ações que
promovem ou podem redundar na “absorção compulsória de uma
cultura por outra” não estão submetendo o coletivo em questão “a
condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física
total ou parcial”, por exemplo.
A questão não é simples, certamente; não é apenas por apoiar-se
na separação entre corpo e espírito, vida e cultura, como já indiquei,
que a distinção entre etnocídio e genocídio me parece ser de difícil
sustentação; mas, também por equacionar, de partida, raça a bio-
logia e cultura a uma noção de simbolização que permite ao autor,
inclusive, enfatizar o caráter “humanista” do etnocídio – de “eleva-
ção” das comunidades minoritárias a um patamar cultural superior.
Todavia, repito: não é o enfraquecimento e muito menos o abandono
do conceito de etnocídio que defendo aqui, mas uma reavaliação da
sumário do artgo sumário geral
Índios, direitos originários e territorialidade 402
23
Tendo esse cenário em mente, destaco: algo assombrosamente próximo ao que se
deu em Altamira está sendo vislumbrado para Itaituba/PA, o município para o qual
está projetada a usina de São Luiz do Tapajós. Para citar apenas um dos elementos
destacados pelos estudos referentes a essa UHE e comentados pela reportagem da
Agência Pública: “De acordo com o estudo de impacto ambiental da usina de São
Luiz, além dos 13 mil trabalhadores, cerca de 12.500 pessoas devem chegar à região
do médio Tapajós em busca de emprego e negócios. Mas a exemplo do que ocorreu
em Belo Monte, os números podem ser maiores”. (PÚBLICA, 2015b).
24
A questão não se resume, evidentemente, à população indígena da região, mas
também aos ribeirinhos. Cf. Torres (2016, 2014) para uma discussão fundamental
a esse respeito.
5� CONSIDERAÇÕES FINAIS
25
Pegando de empréstimo uma expressão cunhada pelos Wajãpis no contexto dos con i-
tos entre políticos locais e o Centro de Trabalho Indigenista (GALLOIS, 2011, p. 35).
26
Só no caso do Tapajós, como já vimos, os planos para barrar os trechos encachoei-
rados do rio, com a construção das hidrelétricas, estão casados com um projeto mais
amplo de escoamento de soja desde o estado de Mato Grosso – o chamado “Arco
Norte”, a menina dos olhos do agronegócio, atualmente, e grande atrativo para a
inserção da China na Amazônia Brasileira (GLASS, 2015; MORENO, 2015).
REFERÊNCIAS
<https://www.academia.edu/25144372/OS_INVOLUNT%C3%81RI
OS_DA_P%C3%81TRIA>. Acesso em: 3 jan. 2017.
49. WOOLFORD, Andrew. 2009. Ontological destruction: genocide
and Canadian aboriginal peoples. Genocide Studies and Prevention,
v. 4, n. 1, p. 81-97.