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FACULDADE TEOLOGICA BATISTA EQUATORIAL

CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

NAZARENO DO ROZARARIO DO NASCIMENTO

Resumo do livro Teologia Bíblica do Nova Testamento

Belém-Pará

2019
NAZARENO DO ROZARARIO DO NASCIMENTO

Trabalho apresentado em cumprimento às


exigências da Disciplina Teologia Bíblica do
Novo Testamento do curso de Bacharelado em
Teologia Ministrada pelo Prof.°. Dr. José Carlos
de L. Costa.

Belém – Pará

2019
LADD George Eldon,1911, Teologia do Novo Testamento Tradução: Degmar
Ribas Júnior. Ed, vev, São Paulo: Hagnos, 2003

Resumo P. 144 a 158.

Ladd começa o capítulo 7, falando da dificuldade de se entender a questão do


relacionamento do Reino com a Igreja. Ladd também diz, que que muitos
estudiosos negam que Jesus tivesse qualquer pretensão de criar uma Igreja. Por
esse motivo, o autor vai desenvolver várias ideias para explicar a diferença entre
Igreja e Reino de Deus. Ele começa dizendo que ser discípulo de Jesus envolvia
muito mais do que seguir os passos de sua comitiva; significa o compromisso e
a dedicação pessoal completa e incondicional a ele e a sua mensagem. A razão
para tal procedimento encontra-se na presença do Reino de Deus na pessoa e
na mensagem de Jesus. Nele, os homens foram confrontados pelo próprio Deus.
Segue-se que Jesus proclamou a salvação messiânica e ofereceu a Israel há
possibilidade de cumprimento de seu verdadeiro destino, mas esse destino foi
realmente cumprido naqueles que receberam sua mensagem. Aqueles que
receberam a salvação messiânica tornaram-se o verdadeiro Israel e os
representantes da nação como um todo. Embora seja verdadeiro que o termo
"Israel" nunca tenha sido aplicado para designar os discípulos de Jesus, a ideia
está presente, mesmo sem uso do termo. Os discípulos de Jesus são aqueles
que recebem a salvação messiânica, o povo do Reino, o verdadeiro Israel. Para
Ladd, este conceito dos discípulos como verdadeiro Israel, pode ser
compreendido se for levado em conta o contexto histórico do Antigo Testamento,
com seu conceito de um remanescente fiel. Os profetas consideram Israel em
sua totalidade como uma nação rebelde e desobediente, e, consequentemente,
destinada a sofrer o julgamento divino. Contudo, ainda permaneceu dentro da
nação infiel um remanescente de crentes fiéis, que se constituíam o objeto do
cuidado de Deus. Neste conceito do remanescente fiel encontramos a
representação do verdadeiro povo de Deus. É verdade que Jesus não fez
nenhuma referência explícita ao conceito de remanescente. Entretanto, a
designação dos discípulos como um “pequeno rebanho" (Lc 12.32) fica claro que
a nação de Israel, como um todo, mostrava-se surda à voz do seu pastor; mas
aqueles que ouvissem e seguissem o pastor constituiriam seu rebanho, o
pequeno rebanho, o verdadeiro Israel. Existem elos de ligação diretos explícitos
entre a imagem do rebanho e a comunidade do pacto de Israel. A proclamação
que Jesus fez sobre seu propósito de edificar sua ekklesia sugere primeiramente
a mesma conclusão que já foi formulada no estudo sobre o discipulado, a saber,
que a comunhão estabelecida por Jesus possuía uma continuidade direta com
Israel do Antigo Testamento. O elemento distintivo é que está ekklésia, de um
modo bem peculiar, a ekklesia de Jesus: “minha ekklesia”. Isto quer dizer que,
agora, o verdadeiro Israel encontra sua identidade específica por meio de seu
relacionamento com Jesus. Israel como nação rejeitou a salvação messiânica
proclamada por Jesus, porém muitos aceitaram. Dessa forma, Jesus
considerava seus discípulos assumindo o lugar de Israel como verdadeiro povo
de Deus. Para Ladd, a expressão a respeito da fundação da igreja é adequada
ao ensino total de Jesus, e significa que ele considerou o círculo daqueles que
receberam sua mensagem como os filhos do reino, o verdadeiro Israel, o povo
de Deus ponto a igreja como um corpo separado do judaísmo, com sua
organização própria e ritos peculiares, é um desenvolvimento histórico posterior;
mas é uma manifestação histórica de uma nova comunhão, quê, devido à
atuação de Jesus, veio a existência como verdadeiro povo de Deus, o qual, por
ter recebido a salvação messiânica, deveria assumir o lugar da nação rebelde
como verdadeiro Israel. O Reino e a Igreja, a solução para este problema
dependerá da definição básica de Reino que o indivíduo tiver. Se o conceito
dinâmico do Reino estiver correto, ele nunca deverá ser identificado com a Igreja.
A Igreja é uma comunidade do Reino, mas nunca o próprio Reino. Os discípulos
de Jesus pertencem ao Reino como o Reino lhes pertence; mas eles não são
Reino. O Reino é o domínio de Deus; a igreja é uma sociedade composta por
pessoas. A igreja não é o Reino, Ladd mostra cinco motivos para isto. Primeiro,
o novo Testamento não iguala os crentes ao Reino. Os primeiros missionários
pregaram o Reino de Deus, não a Igreja (At. 8:12; 19:8;). Ladd diz: que John
Brigth está correto em sua afirmação de que não existe em parte alguma a menor
insinuação de que a Igreja visível possa ser ou produzir o Reino de Deus. A
Igreja é o povo do Reino nunca o próprio Reino. Em segundo lugar, o Reino gera
a Igreja o domínio dinâmico de Deus, presente na missão de Jesus, que desafiou
os homens a manifestarem uma resposta positiva, introduzindo-os em uma nova
comunhão. Na presença do Reino significou o cumprimento da esperança
messiânica do Antigo Testamento que fora prometida a Israel; mas quando a
nação, como um todo rejeitou a oferta, os que a aceitaram foram constituídos
como o novo povo de Deus, os filhos do Reino, o verdadeiro Israel a Igreja
incipiente. "A Igreja é, portanto, o resultado da vinda do Reino de Deus ao mundo
por intermédio da missão de Jesus Cristo. E em terceiro lugar, a missão da igreja
e dá testemunho do Reino. A Igreja não pode edificar o Reino o mesmo tornasse
o Reino, mas dá testemunho do Reino - este testemunho refere-se aos atos
redentores de Deus em Cristo, tanto no passado quanto no futuro. Isto ficar
ilustrado por meio da missão que Jesus deu aos doze (MT. 10). Se os discípulos
de Jesus são compostos por aqueles que receberam a vida e a comunhão do
Reino, está vida é, na realidade, uma antecipação do Reino escatológico, segue-
se que uma das principais tarefas da Igreja é demonstrar nesta era presente,
dominada pelo mal, a vida e comunhão do século futuro. Isso significa, embora
a Igreja nesta era nunca atinja a perfeição, ela deve, no entanto, demonstrar a
vida da ordem perfeita, ou seja, o Reino escatológico de Deus. Portanto, é tarefa
da Igreja demonstrar a vida e a comunhão do Reino de Deus e do século futuro
em uma era dominada pela perversidade e egoísmo, orgulho e animosidade.
Esta demonstração da vida característica do Reino é um elemento essencial no
testemunho da Igreja em favor do Reino de Deus. Em quarto lugar, a Igreja é
considerada como instrumento do Reino. Os discípulos de Jesus não somente
proclamaram as boas novas a respeito da presença do Reino; eles foram
considerados como agentes instrumentais do Reino. Em quinto lugar conceito
rabínico de Reino de Deus quem é Israel como detentor do Reino. O Reino de
Deus era de domínio de Deus, que começou sobre a face da terra desde os dias
de Abraão e foi entregue a Israel por intermédio da Lei. Uma vez que o domínio
e o governo de Deus somente podiam ser experimentados por intermédio da Lei,
e uma vez que Israel era o detentor da Lei, este povo era de fato aquele que
mantinha o Reino de Deus em custódia. Quando gentios tornavam-se prosélitos
judeus e adotavam a Lei, aceitava o domínio ou a soberania dos céus, o Reino
de Deus, sobre si mesmos. A soberania e governo de Deus foram mediados aos
gentios por intermédio de Israel; mas somente eles eram “os filhos do Reino”. A
nação como um todo rejeitou a proclamação desse evento divino, mas aqueles
que aceitaram tornaram-se os verdadeiros filhos do Reino passaram a desfrutar
de suas bênçãos e de seu poder. Esses discípulos de Jesus, sua ekklesia,
tornaram-se agora os detentores do Reino em lugar da nação de Israel. Em
suma, mesmo existindo uma relação inseparável entre Reino e a Igreja, estes
não devem ser considerados idênticos. O pontos de partida do Reino vem
diretamente de Deus; e o da Igreja, dos homens. O Reino significa o reinado de
Deus e a esfera na qual as bênçãos de seu reinado são desfrutadas; a Igreja é
o grupo de comunhão formado por aqueles que experimentaram o reinado de
Deus e passaram a desfrutar das suas bênçãos. O Reino cria a Igreja, opera por
intermédio dela e é proclamado no mundo por ela. Não pode haver Reino sem
que haja também uma Igreja - formada por aqueles que reconhecem a soberania
de Deus - e não pode haver Igreja sem que haja também o Reino de Deus; porém
eles devem permanecer dois conceitos distintos: o domínio e o governo de Deus
e a comunhão existente entre os homens.

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